sexta-feira, 30 de abril de 2010

Resposta global aos desastres naturais

A erupção de um vulcão perto do Ártico este mês afetou empregos na produção de flores no Quênia e provocou perdas à economia europeia superiores às dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Um tsunami causado por um terremoto no Chile em fevereiro deixou toda a bacia do Pacífico em suspense por mais de 24 horas.Nos últimos dez anos, a economia global sofreu prejuízos de quase US$ 1 trilhão por conta de desastres naturais. Diante de fenômenos que afetam áreas cada vez mais povoadas, com impacto global, a Organização das Nações Unidas criou o primeiro plano internacional de redução de riscos de desastres. O objetivo é que todos os governos signatários adotem até 2015 as diretrizes, uma espécie de guia sobre o que cada cidade, governo estadual e nacional precisa fazer para proteger as populações e alertar países vizinhos dos riscos.
“Precisamos aprender com o que estamos enfrentando para criar um regime de resposta de emergência às crises”, diz Achim Steiner, subsecretário-geral da ONU para o Meio Ambiente.
2004
A consciência de que o mundo precisava de uma estratégia coordenada surgiu quando o tsunami provocado por um terremoto na Ásia em 2004 matou mais de 200 mil pessoas em oito países. E ganhou força com terremotos como os registrados este ano no Chile, Haiti e China.
No caso do Haiti, a própria ONU fracassou. A organização tentou montar a partir de 2004 uma política de redução de riscos no país, mas não conseguiu fazer o projeto vingar a tempo de evitar as 230 mil mortes registradas no tremor de janeiro. O sucesso do plano internacional passa por uma maior eficiência, até mesmo das agências da ONU, criticadas pela burocracia, em criar condições que permitam a países pobres aderir ao programa.
“Pela primeira vez, temos uma consciência global e isso pode mudar a maneira pela qual podemos nos preparar para enfrentar esse desafio”, diz a sueca Margareta Wahlstrom, subsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Catástrofe. Além disso, nunca houve tanta capacidade de disseminar rapidamente informação sobre desastres, o que permitiria uma redução considerável do número de vítimas.
Outro argumento é o de que reduzir riscos é atraente em termos econômicos. Para cada US$ 1 investido em prevenção de desastres e planejamento urbano, pode-se economizar até US$ 7 em resgate e reparo de danos.
Passos
A proposta prevê que cada governo nacional e local estabeleça seu plano. O primeiro passo é monitorar áreas de risco e o segundo, montar um sistema de alerta, para permitir a retirada rápida da população. Além disso, padrões de construção mais rigorosos podem garantir que hospitais, escolas, usinas de energia e abastecimento de água continuem funcionando mesmo durante calamidades.
A ONU também vai cobrar dos signatários que façam campanhas de conscientização, ensinando aos moradores como agir em desastres. O processo não se resume aos cidadãos comuns. Membros do governo precisam ser treinados sobre como responder à crise e se comunicar.
Esses princípios podem parecer senso comum. Mas muitos governos não contam com nenhum planejamento nem reservas orçamentárias para lidar com desastres. Experts da ONU admitem que um dos maiores obstáculos para criar a estratégia internacional é convencer políticos de que precisam investir em projetos que não têm visibilidade imediata para os eleitores.
Os dados para justificar esses investimentos falam por si só. Segundo a ONU, o número de desastres naturais passou de uma média de 50 por ano, na década de 60, para 165 por ano na década de 80. Entre 2000 e 2010, foram registrados em média mais de 385 desastres naturais por ano. O número de pessoas afetadas subiu para 2,4 bilhões, ante 1,7 bilhão nos anos 90.
Ásia
Cerca de 85% das 780 mil mortes provocadas por desastres naturais de 2000 a 2009 ocorreram na Ásia. Os eventos mais devastadores foram o tsunami de 2004 (226 mil mortes), o ciclone Nargis, ocorrido em 2008 em Mianmar (138 mil), e o terremoto registrado no mesmo ano em Sichuan, China (87 mil).
Segundo o relatório The Right to Survive, publicado pela ONG Oxfam no ano passado, a vulnerabilidade dos países menos desenvolvidos a catástrofes é evidente. Segundo o documento, nos países mais ricos um desastre natural mata, em média, 23 pessoas. Nos países pobres, essa média é de 1.052 pessoas.
Para Michael Bailey, líder da equipe de questões de segurança humanitária da Oxfam, o motivo dessa disparidade é uma combinação cruel de fatores. “ No Japão, por exemplo, eles estão acostumados a terremotos, então têm um serviço pós-desastre excelente”, afirma. “Nos países pouco desenvolvidos as pessoas morrem muito no pós-desastre. Não têm acesso a comida, a água de qualidade, a um serviço de saúde decente.”
Pelos dados da Oxfam, quase 250 milhões de pessoas foram afetadas por ano por desastres naturais de 1998 a 2007. A ONG prevê que, no caso de fenômenos climáticos, o número de vítimas crescerá 50% em 2015.
“Tentamos mapear uma tendência. Poderá haver mais vulnerabilidade, mas não dá para ser categórico”, diz Bailey. “Por um lado, há mais pessoas morando nas zonas costeiras e favelas; por outro, cerca de 200 milhões de pessoas saíram da zona de pobreza nos últimos anos.”
Brasil
Estudos do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o Brasil acompanha essa tendência internacional de aumento da vulnerabilidade a “eventos climáticos extremos”. Enquanto no Sudeste e no Sul isso significa aumento de picos de chuva, no Nordeste e no leste da Amazônia são esperadas secas mais intensas.
Na Região Sudeste, por exemplo, o Inpe detectou um aumento do número de dias com precipitações que superam 30 ou 40 milímetros. “A relação não é direta: se houver mais chuva haverá mais mortes”, explica o pesquisador José Marengo. “Há um componente não climático que conta: o péssimo planejamento das cidades.” (Com a colaboração de Karina Ninni e Fernanda Fava, especial para O Estado, e Adriana Carranca)
Tsai Ba Mao, de Jiegu, na China
"Reze pelos mortos.” A frase, escrita em chinês e tibetano, está estampada num cartaz na entrada do acampamento organizado por monges budistas em Jiegu, uma das cidades chinesas mais afetadas pelo terremoto que matou mais de 2 mil pessoas este mês.
Tsai Ba Mao, de 63 anos, quase não sai da sua tenda. “A dor é grande demais”, diz Tsai, que perdeu o filho de 34 anos. A ajuda dos monges – que inclui enterros ou cremações de vítimas – supria o socorro insuficiente dado pelo governo.
Mas Pequim vem barrando o trabalho dos budistas, supostamente por razões políticas. “O governo pode, sim, nos ajudar a reconstruir nossas casas”, afirma Tsai. “Mas eles não conseguem curar a dor nos nossos corações nem rezar por nossos mortos.” (Do The New York Times)
Patrícia Martinez, da Islândia
A arquiteta Patrícia Martinez embarcou para férias na Itália em 12 de abril, com volta prevista para o dia 17. Depois de visitar a edição 2010 da Feira de Milão, que antecipa tendências de design, soube, no dia marcado para a volta, que os voos não estavam saindo por causa das cinzas lançadas nos céus europeus pela erupção do vulcão Eyjafjallajoekull, na Islândia.
“Minha passagem para São Paulo era via Frankfurt, mas não tinha como chegar na Alemanha. As companhias aéreas estavam mandando a gente ir para o aeroporto e esperar. Não entrei nessa. Decidi ficar no apartamento de uns amigos. Era para passar 4 noites na Itália, acabei ficando 11”, diz Patrícia, que só consegui voltar ao Brasil no sábado. (Por Karina Ninni)
Ederval dos Santos, do Rio de Janeiro
Quase um mês depois das chuvas que mataram pelo menos 256 pessoas no Rio, muitas famílias ainda não foram incluídas nos programas de habitação dos governos municipais e estadual. A situação é mais crítica em Niterói, onde 168 corpos já foram resgatados em deslizamentos.
Sem ter uma perspectiva de quando passará a receber o chamado aluguel social, o gari Ederval Rodrigo dos Santos, de 41 anos, decidiu voltar para casa, localizada a 300 metros da encosta atingida pelo desabamento do Morro do Bumba, que soterrou pelo menos 60 imóveis. O número de vítimas na favela, construída sobre um lixão, passa de 50.
“Sei dos riscos, mas o que posso fazer? Não me deram garantias de que vou receber o aluguel. Não tenho como deixar minha casa. Para onde levo meus móveis?”, diz o gari, que fez uma ligação clandestina de eletricidade para reocupar o imóvel. A prefeitura não informou quando começará a pagar o auxílio às vítimas. Segundo a Defensoria Pública do Estado, 7 mil pessoas ficaram desabrigadas na cidade. (Por Gabriela Moreira)
José Olate, de Arauco, no Chile
Dois meses depois do terremoto que devastou o Chile, milhares de desabrigados ainda esperam por uma solução definitiva. Em Arauco, região que teve várias cidades varridas pelo tsunami causado pelos tremores, 85% das casas estão inabitáveis. A solução oferecida pelo governo é pouco melhor que os barracos de favelas brasileiras: casas de madeira, sem janela, forro, piso e banheiro, numa área onde as temperaturas caem a menos 10 graus no inverno.
José Fernández Olate, de 9 anos, e a mãe viveram semanas sob lonas plásticas num dos morros que circundam Arauco, com medo de novas ondas gigantes. “Tenho medo de ter de viver num barraco, mas também tenho medo de ficar passando frio na montanha.” (Por João Paulo Charleaux)
Andrea Christa, de Porto Príncipe, no Haiti
Pela segunda vez em 4 meses, a manicure Andrea Christa, de 28 anos, tenta reorganizar a vida como pode: sem água, luz ou teto para morar com o filho de 1 ano. Bel Air, o bairro onde vivia, foi dos mais atingidos pelo terremoto que matou 230 mil pessoas, em janeiro.
Sua pequena casa, que servia também como salão de beleza, foi reduzida a escombros. Sob tendas plásticas, Andrea improvisou um salão no campo de refugiados em que foi transformado o Estádio Sylvio Cator. Por 25 gourdes (R$ 1,10) fazia pé e mão. Mas os 7.300 haitianos abrigados ali tiveram de sair, no dia 12. O governo tem esvaziado campos com risco de inundação no período de chuvas, a partir de maio. O Haiti tem 1,3 milhão de desabrigados.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

STJ abre caminho para genérico do Viagra

Conhecido pela cor azul de seus comprimidos, o Viagra vai ganhar concorrentes genéricos com a mesma fórmula. Ontem, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a patente do medicamento termina em junho. A Corte aceitou recurso do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), o que vai permitir a produção de novas drogas para o tratamento de disfunção erétil.
Em 2009, foram comercializados 7 milhões de comprimidos de Viagra no Brasil, segundo informações do laboratório Pfizer, responsável pelo medicamento. Dados de 2008 colocavam o remédio como o terceiro mais vendido no Brasil, atrás apenas de Dorflex e Ciallis (também para disfunção erétil) e na frente de Neosaldina e Tylenol. Vendido no País desde 1998, é o terceiro medicamento da Pfizer em faturamento e vendas, o que representa um negócio anual de R$ 170 milhões no Brasil.
O Tribunal Regional Federal da 2.ª Região havia considerado que a patente valia até o dia 7 de junho de 2011, como defendia o laboratório Pfizer. De acordo com a empresa, o primeiro pedido de patente, depositado na Inglaterra em 1990, não foi concluído. O registro só teria sido realizado em junho de 1991, em escritório da União Europeia.
A Lei de Propriedade Industrial, de 1996, prevê que a patente de invenção vigora por 20 anos a partir da data de depósito. No caso das patentes pipeline (dispositivo que permitiu que patentes de outros países fossem reconhecidas no País), como a do Viagra, a data considerada é a do depósito.
Para o ministro João Otávio de Noronha, relator do processo, junho de 1990 seria a referência - mesmo entendimento de outros quatro magistrados do STJ. Apenas o ministro Luis Felipe Salomão, que havia feito o pedido de vista do processo, defendeu que a patente continuasse até junho de 2011.
"Não havia nenhuma razão para o Brasil estender o prazo", disse o presidente do Inpi, Jorge Ávila. Para ele, a decisão do STJ contribui para um entendimento geral da questão, o que deve orientar decisões semelhantes para outros 30 medicamentos, cujas patentes também são alvo de ações com base em argumentos semelhantes. Ele diz que a existência de mais de uma data de depósito é uma forma de a indústria ganhar mais tempo e exclusividade na venda do produto.
"É permitido que uma patente emitida em um país do Escritório Europeu de Patentes seja reapresentada ao escritório, em 12 meses, contando então o prazo a partir da nova data, e não da original", comentou. "Mas a legislação brasileira prevê o reconhecimento do primeiro depósito."
Em nota, a Pfizer disse que "acata, mas respeitosamente discorda" do STJ e que se manifestará "após tomar conhecimento do inteiro teor da decisão".
Pesquisa. O laboratório também afirmou que a "garantia de retorno ao investimento feito na pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos é o que possibilita a inovação contínua". A Pfizer pode recorrer.
Para Odnir Finotti, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró-Genéricos), a decisão deve permitir a chegada de cópias do Viagra em junho. Segundo ele, há uma grande movimentação no mercado, com quatro empresas interessadas. "Provavelmente no dia seguinte ao vencimento (20 de junho) já teremos o genérico." Finotti diz que o genérico deve ser 35% mais barato. Em Brasília, uma caixa de Viagra com dois comprimidos de 50 mg custa R$ 65, em média.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Câncer colorretal: exame reduz a mortalidade

Um único exame de reto e da última parte do cólon em pessoas entre os 55 e os 64 anos permite reduzir a mortalidade por câncer colorretal em 43%, revela um estudo que será publicado na edição desta quarta-feira, 28, da revista científica britânica The Lancet. O estudo, iniciado em 1994, a princípio com 170.000 pessoas, mostra também que nesta faixa etária este exame único de diagnóstico, denominado retossigmoidoscopia, reduz a incidência (de novos casos) da doença em um terço com relação ao grupo que não o realizou. A sigmoidoscopia consiste em introduzir por via natural (ânus) um tubo fino e flexível para visualizar o reto e a parte inferior do cólon (sigmóide) com a finalidade de verificar a existência de pólipos (adenoma). Também é possível retirar, desta forma, os pólipos ou tumores após o exame. Ao contrário da colonoscopia ou coloscopia, que permite visualizar a totalidade do intestino grosso (cólon), a sigmoidoscopia só permite visualizar a parte final do intestino. Mas os dois terços dos casos de câncer colorretal e de adenomas se situam no reto e na última parte do cólon, acessíveis por este exame. Cerca de 113.000 participantes foram assignados ao grupo de controle (sem exame) e 57.237 ao grupo de intervenção (com exame). Nos onze anos de acompanhamento médio, 2.524 casos de câncer de cólon foram diagnosticados, 1.816 no grupo de controle e 706 no grupo que se submeteu ao exame. Neste último, a mortalidade foi reduzida em 43% e a incidência da doença diminuiu 33%. Considerando apenas os resultados limitados à parte baixa do cólon e ao reto, a incidência da doença foi reduzida pela metade com o exame, afirmam os autores do estudo. O câncer colorretal é o terceiro mais frequentemente diagnosticado no mundo, com mais de um milhão de casos e 600 mil mortes ao ano. Quanto mais cedo for diagnosticado, maiores as chances de cura. A maioria dos cânceres de cólon provêm de adenomas que se desenvolvem sem sintomas em 20% a 30% da população. Em estudos anteriores foi observada uma redução da mortalidade mais importante, mas a quantidade de pacientes ou a duração do acompanhamento médico foram insuficientes para permitir conclusões sólidas, ao contrário deste novo estudo, destaca em um editorial o epidemiologista David Ransohoff.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Anvisa libera uso de suplementos de creatina e de cafeína para atletas

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nesta terça-feira (27) novas regras para alimentação de atletas que, entre outras medidas, libera a comercialização de suplementos de creatina e de cafeína no país. Até a edição da nova portaria, que será publicada até a próxima segunda-feira (3), essas substâncias eram comercializadas irregularmente para atividades de alto rendimento.A Anvisa, no entanto, não recomenda o uso desses suplementos por praticantes de exercícios físicos para recreação, estética e promoção da saúde. Segundo a diretora da Agência, Maria Cecília Brito, os chamados atletas de fim de semana não necessitam de grande explosão física. “Uma dieta balanceada, diversificada é suficiente para atender as necessidades nutricionais destas pessoas”, afirma Maria Cecília.
A diretora da Anvisa justificou a liberação argumentando que a proibição vigorava até hoje por conta da falta de estudos sobre o efeito dessas substâncias na saúde do atleta. “Não se tinha segurança sobre o uso dessas substâncias. Até hoje, os produtos que tinham no mercado eram todos clandestinos. A partir de agora, com os estudos que foram feitos, eles podem ser comercializados”, garantiu Maria Cecília.
O rótulo das embalagens de suplementos de creatina terão que apresentar duas mensagens: “O consumo de creatina acima de 3g ao dia pode ser prejudicial à saúde” e “Este produto não deve ser consumido por crianças, gestantes, idosos e portadores de enfermidades”. As empresas também terão que imprimir a mensagem: “Este produto não substitui uma alimentação equilibrada e seu consumo deve ser orientado por nutricionista ou médico”.
Pelas novas regras, foram retirados da classe de alimentos destinados a esportistas de alto rendimento os aminoácidos de cadeia ramificada – conhecidos como o suplemento BCAA, por exemplo. A justificativa para o veto aos aminoácidos da cadeia ramificada é a constatação da Anvisa de que, apesar de não representar risco à saúde, esse composto não cumpria o efeito prometido do fornecimento de energia. As empresas terão 18 meses para se adequar às novas regras.
Novas aplicações no futuroO Brasil era o último país do mundo que ainda não havia liberado a comercialização de suplementos de creatina, afirma Bruno Gualano, do Laboratório de Nutrição Experimental e Metabolismo Aplicados à Atividade Motora da Escola de Educação Física e Esporte da USP e pesquisador do Laboratório de Avaliação e Condicionamento em Reumatologia do Hospital das Clínicas.Em sua avaliação, a liberação anunciada pela Anvisa é “extremamente positiva” e abre caminho para, algum dia, a substância ser usada pela população em geral, e por idosos especialmente, até mesmo mais do que em atletas. “Em termos de segurança, eu diria isso com tranquilidade. Ela não é uma substância salvadora, mas seus efeitos terapêuticos são extremamente promissores, por mais que a creatina tenha sido ‘maltratada’ nos últimos anos.”
Nada a ver com doping“É preciso deixar claro que creatina não tem nada a ver com doping. Ela é encontrada em alimentos tão comuns quanto carne, e o ser humano possui enzimas que processam essa substância. Em uma população como a brasileira, que consome muita carne, todos seriam tecnicamente dopados”, pondera Gualano, que pesquisa o tema há nove anos.“A creatina tem um potencial terapêutico imenso e não há risco adverso. O maior efeito é ganho de peso corporal. Tudo mais, podemos dizer, é lenda.” A principal objeção que alguns especialistas apontam em relação ao consumo de creatina é um suposto efeito prejudicial sobre as funções renais. “Nós já elaboramos uma série de trabalhos apontando que a creatina não prejudica a função renal”, afirma Gualano. “Mesmo em alguns casos de distrofia muscular já pesquisados há efeitos benéficos comprovados.”
Diabetes e memóriaGualano vai mais longe, e explica que pesquisas atuais avaliam o uso de creatina no tratamento de diabéticos. “Ela melhora o controle metabólico em caso de diabetes. Aumenta proteína para colocar açúcar do sangue para dentro do músculo. É similar à metformina, o medicamento antidiabetes mais empregado.” Há estudos também, ainda segundo Gualano, para aferir efeitos da creatina no campo da cognição em geral, melhorando memória e aprendizagem.
Para o especialista – que enfatiza não ter nenhum vínculo com laboratórios que comercializam a creatina – há preconceito contra o substrato energético porque a creatina é barata e não patenteável, o que desestimula a proliferação de pesquisas sobre seus efeitos. “A proibição que vigorava até hoje agravava essa situação, porque os comitês de ética das universidades não se sentiam confortáveis em autorizar pesquisas. O Brasil era o único que proibia. A França chegou a proibir por algum tempo com base em argumentos de baixa qualidade científica.”

segunda-feira, 26 de abril de 2010

OMS inicia campanha de vacinação inédita em 112 países

A OMS (Organização Mundial da Saúde) começou neste sábado (24) uma campanha de vacinação simultânea em 112 países de três regiões do mundo, para ampliar a cobertura contra as doenças mais frequentes e para conscientizar a população. A ação mundial é inédita.
"Cerca de 25% das mortes de crianças com menos de cinco anos estão ligadas a doenças que poderiam ser prevenidas pela vacinação", afirma Daniel Epstein, porta-voz da OMS.
As campanhas, que terão duração de uma semana, serão realizadas em regiões da América, do Oriente Médio e da Europa.
Na primeira delas, a população a ser imunizada são crianças menores de cinco anos, mulheres grávidas, idosos, comunidades nas fronteiras e isoladas, comunidades indígenas e municípios com baixa cobertura de vacinas. Estão incluídos na ação Nicarágua, Suriname, Guiana Francesa, Haiti, República Dominicana e algumas áreas dos Estados Unidos e do México.
Segundo a OMS, a América fez grandes progressos em vacinação, e nessa região já estão erradicadas várias doenças como o sarampo e a poliomielite. O último caso de rubéola endêmico foi registrado em 2009. Outras doenças como a difteria e o tétano também foram reduzidas consideravelmente.
No Oriente Médio, 2,1 milhões de crianças não receberam vacinas contra difteria, tétano e coqueluche no ano passado, e este será o principal alvo na região.
Na região europeia que inclui Rússia, Turquia e parte da Ásia Central, a campanha focará em sarampo e rubéola.

domingo, 25 de abril de 2010

Na terra da cachaça, beber não é lei

Quase metade da população brasileira não consome bebida alcoólica. Essa é a conclusão de um novo estudo publicado pela Universi­dade Federal de São Paulo (Unifesp) sobre o padrão do consumo de bebida alcoólica no Brasil. Um to­­tal de 48% dos entrevistados com mais de 18 anos não consome bebida alcoólica ou bebe menos de uma vez ao ano. Comparado a ou­­­tros países, o número im­­pressiona. Os não bebedores são apenas entre 10% e 15% da população da maioria dos países europeus e dos Estados Unidos. Na pesquisa, foram ouvidas 3.007 pessoas em 147 municípios brasileiros entre novembro de 2005 e abril de 2006. Entre os entrevistados, 661 eram adolescentes.“É a primeira vez que se consegue descrever o perfil do brasileiro que bebe. O estudo desmistifica a ideia de que no Brasil todo mundo bebe”, afirma o coordenador da pesquisa, Ronaldo Laranjeira, professor titular de psiquiatria da Unifesp e diretor do Instituto Nacional de Políticas do Álcool e Drogas. Para ele, um dos motivos de a taxa de abstinência ser comparativamente alta entre os brasileiros é o fato de o Brasil ser uma nação bastante religiosa. “A religião é um fator de proteção contra o álcool”, explica. Cerca de 25% da população brasileira é formada por evangélicos, razão que reflete no número de pessoas que não bebem, diz o pesquisador. “E um quarto dos abstêmios pode ser explicado também pela tradição das famílias, o costume de não beber.” Nos Estados Unidos, 51,3% dos cerca de 300 milhões de habitantes são protestantes, segundo relatório de 2009, publicado no site Agência Central de Inteligência do país. O pesquisador alerta, po­­­rém, que o número alto de pessoas que não bebem pode representar um es­­­paço para as empresas de bebida alcoólica ampliarem seu mercado. “Temos de continuar protegendo essa população abstinente”, ressalta. Na opinião dele, reforçar e am­­­pliar as políticas públicas são im­­­portantes para aumentar e manter a população longe da bebida.
Entre as regiões, o Sul é a com a menor taxa de abstinência, de 35%, seguida pelo Centro-Oeste (47%), Nordeste (50%), Sudeste (50%) e Norte (54%). Segundo La­­­ranjeira, o clima e os hábitos dos eu­­­­ropeus influenciam de forma mais contundente na região. A pesquisa apontou também que os homens bebem mais. Quase 60% dos abstêmios são do sexo feminino.
Renda
A ideia de que a falta de dinheiro está relacionada com o consumo do álcool é um mito que a pesquisa também derrubou. Segundo as informações de Laranjeiras, as classes D e E, de menor poder aquisitivo, têm as maiores taxas de abstinência da pesquisa, de 56% e 59%, respectivamente. “É simples. Quem tem mais dinheiro bebe mais. Estamos acostumados a ver as consequências do consumo em excesso nos mais pobres porque eles têm menos condições de se cuidar”, explica.
Adolescência
O estudo mostra ainda que 66% dos 661 adolescentes entrevistados nunca beberam ou bebem pelo menos uma vez ao ano. Embora o número pareça alto, é preciso estar atento a este grupo. De acordo com Laranjeira, os adolescentes mudam de padrão de consumo rapidamente.
Por isso, a preocupação com a próxima geração foi um dos principais focos da pesquisa, que mostrou que 9% dos adolescentes ouvidos bebem mais do que uma vez por semana. Deste total, quase 50% bebeu mais do que três doses por situação habitual e cerca de um terço deles tomou cinco doses ou mais.Mesmo que a lei brasileira proíba o consumo de bebida alcoólica entre os adolescentes, o estudo apresentou um padrão grave de uso entre os jovens de 14 a 17 anos, colocado pelo pesquisador como “beber em binge”. “Enquanto as mulheres adultas estão protegidas do álcool, as me­­­ninas estão bebendo tanto quan­­­­to os meninos”, relata o pesquisador.
Direção e álcool ainda é hábito
Aliar álcool e direção tem efeitos devastadores na vida dos envolvidos em acidentes provocados pela mistura perigosa. Um exemplo foi o acidente envolvendo o ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho, em maio do ano passado. Dois jovens morreram quando o Volkswagen Passat do ex-deputado bateu contra um Honda Fit, no bairro Mossunguê, em Curitiba. Carli Filho havia consumido bebida alcoólica pouco antes, em um restaurante da região.
O ex-deputado representa uma fatia da população entrevistada que bebe antes de dirigir. Segundo a pesquisa, 23,7% afirmam ter ingerido duas ou mais doses e dirigido na ocasião. Carli foi flagrado com 7,8 decigramas de álcool no sangue – taxa acima das seis decigramas que é considerada crime e pode resultar em prisão em flagrante do motorista. O estudo ainda mostra que 19% dos pesquisados dizem ter bebido e dirigido algumas vezes, e 17,6% relatam jamais terem cometido a imprudência.
De acordo com o pesquisador Ronaldo Laranjeira, o problema está relacionado diretamente com o hábito de beber em bar ou balada. “No Brasil, a maior parte do consumo do álcool ocorre fora de casa e não está relacionado às refeições”, explica o psiquiatra.
Esse perfil do bebedor brasileiro é o mais perigoso. Segundo o pesquisador, sair para beber é o padrão mais relacionado com os problemas ocasionados pela bebida, como acidentes e violência. “Não é que as pessoas bebem em pequenas quantidades antes de dirigir, mas sim que bebem acima do limite legal, aumentando o risco de acidentes”, alerta a conclusão do estudo.
Violência
Segundo a Delegacia da Mulher de Curitiba, 90% dos flagrantes de crimes contra mulher realizados pela unidade têm relação direta com o uso de álcool pelo agressor. O consumo em excesso de bebida é um catalisador da violência, diz a delegada Daniela Andrade. “Nos domingos, o número de flagrantes é maior. É o dia que o agressor geralmente está em casa e bebe”, explica. A policial orienta que as mulheres não fiquem perto de seus companheiros quando houver uma discussão em que eles estejam alterados pelo consumo de bebida alcoólica.
Além da violência doméstica, crimes como homicídio também ocorrem em razão do uso do álcool. Na terça-feira, no Jardim Gabineto, na Cidade Industrial de Curitiba, um homem, com cerca de 50 anos, matou a pauladas e pedradas um colega. O assassinato ocorreu em razão de uma disputa por uma garrafa de cachaça. “Grande parte dos homicídios está relacionada com drogas, mas há os crimes com a motivação do álcool”, comenta a titular da delegacia de Homicídios, Vanessa Alice.

sábado, 24 de abril de 2010

Hospital espanhol anuncia primeiro transplante total de rosto

MADRI - Um hospital da Espanha informou ter realizado o primeiro transplante completo de face do mundo. Um jovem que sofreu um acidente recebeu nariz, pele, mandíbula, maçã do rosto, dentes e outras partes. A cirurgia foi feita por uma equipe médica composta por 30 pessoas no fim de março e teve duração de 24 horas, informou o Hospital Vall d''Hebron, em Barcelona. O hospital não forneceu detalhes sobre o paciente nem sobre o acidente sofrido por ele, mas disse que o jovem se recupera bem. Desde o acidente, sofrido há cinco anos, o paciente tinha de respirar e se alimentar por meio de tubos. Antes da última intervenção cirúrgica, ele havia sido operado nove vezes. "Sua desfiguração era tão grave que ele tinha grandes dificuldades para respirar, falar e engolir", informou ontem o hospital. Uma semana depois da cirurgia, o paciente pediu para se ver no espelho e ficou satisfeito com o resultado, relatou o jornal "El País", citando o diretor da equipe de cirurgiões, J.P. Barret.
O hospital disse que em todo o mundo foram realizadas dez cirurgias de transplante parcial de rosto, mas que esta foi a primeira que envolvia toda a face. O primeiro transplante parcial de rosto foi realizado em uma paciente na França, em 2005.
O paciente da Espanha se submeteu a exames psiquiátricos antes da cirurgia para determinar se seria capaz de se adaptar à ideia de ter um rosto totalmente novo, informou o hospital, que disse também que o jovem permanecerá hospitalizado por dois meses.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Proteja seu organismo

O sistema imunológico é adquirido com o tempo. Nascemos praticamente desprotegidos, por esse motivo as crianças sempre parecem estar doentes. Mas na verdade é o corpo aprendendo e guardando as informações para que no futuro seja eficaz em combater doenças.Esse sistema complexo é composto por células e tecidos. Como se fossem treinados, são vigilantes, soam o alarme para outras células de que algo está errado ou que existe um invasor entre eles, e guardam certas proteínas do invasor, para que se ele se atrever a entrar no organismo de novo, este seja reconhecido e exterminado, por que serão produzidos anti-corpos contra ele. Também são ótimos lixeiros, deixam o campo de combate bem limpo. Os coitados que ativam este sistema são os vírus, as bactérias e as células cancerosas.Mas como todo exército precisa ter suporte e tecnologia. Como conseguiremos então ajudar o organismo? Uma vez que toda essa vigilância demanda muita energia e que esses soldados sejam sempre repostos. E o sistema imune também sofre alterações à medida que o corpo envelhece, por exemplo: os linfócitos T, são muito importantes nesse sistema de vigilância, mas diminuem e muito com o tempo. Como conseqüência, aumenta a freqüência e a intensidade de diversas infecções, entre elas a pneumonia e a gripe, e um risco maior de desenvolvimento de câncer e das doenças chamadas auto-imunes, nas quais o organismo ataca a si próprio, como a artrite reumatóide e o lúpus. Uma vez que o relógio biológico não pode ser parado, algumas atitudes ajudam a frear esse vilão.Confira essas dicas:Regule o seu estresse: faça exercícios, esse hábito vai melhorar a oxigenação dos tecidos, e a prática faz uma higiene mental. Aprenda a deixar esse tempo para você, não pense nos problemas, aprenda a viver no presente, quem é ansioso, vive no futuro, sofre com o passado e não vive o presente!Fique atento as vacinas: quando somos crianças, estamos sempre tomando vacinas, preparando o sistema imunológico para quando formos adultos. Mas existem vacinas que os adultos têm que tomar também. Consulte o seu médico.Uso de vitamina C: ao contrário do que se pensa ela não evita gripes, resfriados. O que ela fornece são subsídios para que o organismo possa trabalhar melhor, com mais qualidade. Mas só absorvemos 0,8 gramas por dia. No mercado existem até 2 gramas por pastilha, mas não tem necessidade, então compre vitamina C efervecente de no máximo 1g, por que o que não é absorvido é eliminado.Durma bem: E não entenda isso como dormir muito. O ideal para a maioria das pessoas é 8 horas de sono. Mas isso pode variar. Como exercício de conhecimento observe como você fica quando dorme 8, 9 ou 10 horas. Conhecer-se é um bom caminho.Alimentação: Evite gorduras e carnes vermelhas. Abuse de frutas e muito líquido, que tem que ser água. Os refrigerantes são como venenos líquidos, não trazem nenhum benefício. Então corte da sua dieta.Relacione-se com as pessoas, isso faz bem pra você. Seu sistema imune fica exposto a outros patógenos e você faz amigos.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Incidência de dengue cresce entre as crianças

O número de casos de dengue em crianças vem aumentando, informa o Ministério da Saúde (MS). Se em 2004 praticamente não havia registro em menores de 15 anos, o estudo, agora, mostra que as crianças representam 25% dos casos no País. O Ceará também registra essa tendência, porém somente quando se trata da dengue hemorrágica, afirma o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Manoel Fonseca.O médico admite, ainda, que as crianças são mais vulneráveis à doença do que os adultos, porque têm menos defesas orgânicas. Por sua vez, o Ministério da Saúde alerta sobre os riscos da chamada febre hemorrágica da dengue em crianças, que têm mais chances do quadro se agravar e evoluir para óbitos.Em 2010, informa o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará, o Estado não registrou nenhum óbito. "Há casos suspeitos em estudo, mas não confirmados", diz, adiantando que, em 2010, até devido à ocorrência de chuvas abaixo da média, houve um decréscimo da doença na Capital e nos municípios do Interior.Como os sintomas da dengue, muitas vezes, são confundidos com os de uma gripe ou virose, entre as crianças despertam mais preocupação por causa da dificuldade para o diagnóstico, uma vez que elas nem sempre conseguem explicar com detalhes o que estão sentindo.Uma pesquisa feita pela Universidade de Brasília com crianças que tiveram dengue apontou os sintomas mais comuns: febre e manchas vermelhas na pele, sangramentos, dores de cabeça e na barriga e vômito.Como, entre os pequenos, o tipo mais grave de dengue, a hemorrágica, pode evoluir rapidamente, recomenda-se aos pacientes procurar um hospital aos primeiros sintomas. Os médicos orientam, ainda, os doentes a tomarem bastante líquido. A hidratação reduz as possibilidades de agravamento.Contudo Manoel Fonseca ressalta que, em se tratando de dengue clássica, neste ano, a faixa etária mais atingida no Ceará é a de 20 a 34 anos, com 28,5% dos registros. Já a faixa até 10 anos detém 13% dos casos. "Se a gente incluir de 10 a 14 anos, tem-se um índice de 22%", explicou o médico.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Armadilhas da carne

Esqueça por um instante a receita da carne e pense se prestou atenção em al­­­guns aspectos no mo­­­men­­­to que escolheu a porção na gôndola do supermercado até a hora de colocá-la na panela. O freezer do mercado estava frio o suficiente? A peça estava dentro da data da validade? Estava refrigerada ou congelada? Em casa, como você a guardou? Respeitou o prazo de validade, congelou, descongelou?
Tudo isso faz parte de um conjunto de cuidados necessários para a preservação dos componentes nutricionais da carne e também das boas condições do alimento. A temperatura do freezer do supermercado é um dos itens mais importantes. Pesquisa realizada pela organização ProTeste e pelo Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem) mostrou que 71% dos produtos são conservados em uma temperatura acima do ideal, propiciando a multiplicação de micro-organismos.
A pesquisa foi feita em cinco estabelecimentos localizados em três cidades do litoral de São Paulo, mas reflete a realidade por aqui também, constata a médica veterinária Regina Ernlund Macedo, professora da disciplina de tecnologia de alimentos de origem animal da PUCPR e especializada em tecnologia de carnes.
De acordo com Regina, a temperatura adequada para conservação de carnes refrigeradas é abaixo de 7 ºC. “Quanto menor, maior a durabilidade. O ideal é que fique entre 3ºC e 4ºC”, diz, lembrando que a carne nessa temperatura está refrigerada, e não congelada, o que acontece somente com conservação a menos de zero grau.
Não é regra, mas alguns su­­­permercados deixam a geladeira com uma temperatura mais em alta do que a ideal para ter um gasto menor de energia. Ou ainda desligam a refrigeração das gôndolas, pelo mesmo motivo, por algumas horas. O consumidor pode checar a temperatura, que geralmente é indicada na parte de cima da gôndola.
Geralmente, as peças de carne cortadas em supermercados têm validade de dois dias. É um prazo de segurança – mesmo que dure mais – para que o supermercado tenha a garantia de que está fornecendo uma carne de qualidade para o consumidor. A data da etiqueta vale para produtos refrigerados, mas em casa a peça pode ser congelada. Porém, existe uma técnica para isso. “Deve ser congelada rapidamente e descongelada lentamente para que não perca as condições nutricionais. Não adianta esperar os dois dias da data de validade para congelar”, explica Regina.
Descongelar
O congelamento não recupera o que foi deteriorado, apenas mantém no estágio atual. A carne deve ficar congelada por, no máximo, seis meses e a 18 graus negativos. Os freezers domésticos modernos conseguem manter essa temperatura. Os mais antigos, no entanto, não chegam nessa condição ideal.
Para descongelar, nada de micro-ondas ou bacia de água quente. “A água que tinha virado cristal de gelo torna-se líquido com o descongelamento, mas se for feito de forma rápida, essa água, que contém as proteínas e demais elementos nutricionais, escapa rapidamente da carne, sem que suas células consigam absorver os elementos. Assim, além de menos rica em nutrientes, será uma carne menos suculenta e mais dura”, diz.
* * * * * *
Serviço:
Se a carne não estiver boa:
Procure o médico veterinário responsável pelo setor no supermercado (todos os estabelecimentos onde o corte é feito no local precisam ter um).
Se só constatar o problema quando chegar em casa, volte ao estabelecimento (com a nota fiscal e o produto) e efetue a troca, ou ainda peça de volta o valor pago.
Entre em contato diretamente com o produtor através do SAC.
Procure a Vigilância Sanitária Municipal e faça uma denúncia.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pacientes esperam por cura-distrofias na retina

MESMO DIANTE DE UMA REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA NO MUNDO, AINDA EXISTEM DOENÇAS VISUAIS DESCONHECIDAS PELA MEDICINA. AS CHAMADAS DISTROFIAS HEREDITÁRIAS DA RETINA SÃO UM EXEMPLO DISSO. ALGUMAS NÃO POSSUEM DIAGNÓSTICO, COM OUTRAS OS PACIENTES SOFREM SEM A CURA. SEGUNDO O OFTALMOLOGISTA ABELARDO TARGINO, ESSES PACIENTES FAZEM PARTE DE UM GRUPO QUE TEM EM COMUM A PERDA PROGRESSIVA DAS CÉLULAS VISUAIS, POR UMA CAUSA GENÉTICA.ELE EXPLICA QUE A RETINA É FORMADA POR CÉLULAS MUITO ESPECIALIZADAS PARECIDAS COM OS NEURÔNIOS E SÃO DIVIDIDAS EM DUAS GRANDES FAMÍLIAS, OS CONES E OS BASTONETES. OS CONES SÃO AS CÉLULAS QUE ENXERGAM AS CORES E A LUZ, JÁ OS BASTONETES SÃO RESPONSÁVEIS PELA VISÃO EM AMBIENTES ESCUROS, DE PENUMBRA. "QUALQUER DOENÇA QUE DIMINUA A FUNÇÃO DOS BASTONETES PODE FAZER COM QUE AS PESSOAS TENHAM GRANDE DIFICULDADE NA VISÃO NOTURNA", FRISA.ELE RESSALTA QUE AS DISTORÇÕES HEREDITÁRIAS DA RETINA, DEPENDEM DE CADA REGIÃO. POR EXEMPLO, LUGARES ONDE EXISTEM MUITOS CASAMENTOS CONSANGUÍNEOS (ENTRE PARENTES) HÁ UM MAIOR NÚMERO DE CASOS. CONFORME TARGINO, A DISTROFIA MAIS COMUM É A CHAMADA RETINOSE PIGMENTAR, QUE OCASIONA UMA VISÃO SUBNORMAL E PODE LEVAR À CEGUEIRA.ESSE É O DIAGNÓSTICO DA PSICÓLOGA E SERVIDORA PÚBLICA THAÍS FROTA RIBEIRO. SEGUNDO ELA, SUA DOENÇA É UM TIPO DE RETINOSE PIGMENTAR CHAMADA AMAUROSE CONGÊNITA DE LEBER. A DISTORÇÃO NA RETINA SE MANIFESTA COM A CEGUEIRA NOTURNA, TREMORES NOS OLHOS, DIFICULDADE DE FIXAÇÃO, DIFICULDADE EM VER DETALHES E ENXERGAR OBJETOS.A DOENÇA, QUE SE MANIFESTOU NA INFÂNCIA, NUNCA FOI EMPECILHO PARA QUE THAIS CONSEGUISSE TRABALHAR, ESTUDAR E ALCANÇAR SEUS OBJETIVOS. NO ENTANTO ELA RESSALTA, QUE POR TER BOAS CONDIÇÕES FINANCEIRAS SE SENTE UM POUCO PRIVILEGIADA. "SEMPRE ESTUDEI EM ESCOLAS QUE TINHAM CONDIÇÕES ESTRUTURAIS, COM SALAS BEM ILUMINADAS E UTILIZO EQUIPAMENTOS CAROS COMO UMA LUPA ELETRÔNICA PARA PODER LER TEXTOS", FRISA.MAS, NA FASE DA ADOLESCÊNCIA, A MENINA PASSOU POR DIFICULDADES, POIS COMO NÃO ENXERGAVA A NOITE TINHA MEDO E VERGONHA DE SAIR COM AS AMIGAS PARA FESTAS E SEMPRE DAVA UMA DESCULPA. "SEMPRE DIZIA QUE ESTAVA CANSADA, POIS TINHA MEDO DE SOFRER PRECONCEITOS", DIZ. NO ENTANTO, COM O PASSAR DO TEMPO, A VONTADE THAIS EM SUPERAR A DOENÇA E ENCONTRAR UMA CURA FOI MAIOR. HOJE ELA ACREDITA QUE A SOLUÇÃO POSSA ESTAR EM UMA PESQUISA DESENVOLVIDA NOS ESTADOS UNIDOS, COM DNA DE CÉLULAS SADIAS QUE DEVEM SER IMPLANTADAS NA RETINA. "HOJE, TENHO A CERTEZA DE QUE UM DIA VOU FICAR CURADA", AFIRMA A PSICÓLOGA.CONFORME O OFTALMOLOGISTA ABELARDO TARGINO, ALÉM DAS HEREDITÁRIAS, NO CEARÁ UMA DAS DOENÇAS MAIS COMUNS QUE AFETAM OS BASTONETES É A DESNUTRIÇÃO, PRINCIPALMENTE A CARÊNCIA DE VITAMINA A, QUE ESTÁ PRESENTE NO LEITE, NA CARNE NOS VEGETAIS, OU NOS OVOS. "COM A AUSÊNCIA DE VITAMINA, OS BASTONETES COMEÇAM A MORRER E O OLHO FICA RESSECADO OU ATÉ ATROFIADO", DESTACA TARGINO.FALTA DIAGNÓSTICOSEGUNDO O OFTALMOLOGISTA, ALGUMAS DISTROFIAS DA RETINA APARECEM NA INFÂNCIA OU NA ADOLESCÊNCIA, PARTE DELAS SÃO TÍPICAS OUTRAS SÃO ATÍPICAS, E MUITAS DELAS A MEDICINA AINDA NÃO CONSEGUIU CLASSIFICAR. "COMO A CIÊNCIA AINDA NÃO DESCOBRIU UMA MANEIRA DE SUBSTITUIR A RETINA É PRECISO ESPERAR POR UMA CURA".ESSA É A SAGA DE YASMIM VIDAL DE OLIVEIRA, DE NOVE ANOS. COM POUCOS DIAS DE NASCIDA, A MENINA JÁ APRESENTAVA UM COMPORTAMENTO ESTRANHO. QUANDO SUA MÃE, A CABELEIREIRA ELINE VIDAL A FOTOGRAFAVA EM NENHUM DOS REGISTROS ELA OLHAVA PARA FRENTE. "EU TINHA MEDO DA MINHA FILHA SER CEGA. QUANDO ELA COMEÇOU A ANDAR, POR VOLTA DE UM ANO E DOIS MESES, MEUS FAMILIARES COMEÇARAM A ACREDITAR EM MIM, POIS ATÉ ENTÃO ELES ACHAVAM QUE ERA BESTEIRA", DIZ.SEGUNDO ELINE, A FILHA TROPEÇAVA, PISAVA NOS BRINQUEDOS, NÃO CONSEGUIA APANHAR OS OBJETOS NO CHÃO E SEMPRE FICAVA TATEANDO PARA ENCONTRAR ALGUMA COISA. FORAM ANOS EM BUSCA DE RESPOSTAS, ATÉ DESCOBRIR QUE YASMIM NÃO TEM A VISÃO PERIFÉRICA, ALÉM DE NÃO ENXERGAR A POUCA DISTÂNCIA E NEM NA AUSÊNCIA DE LUZ, A CEGUEIRA NOTURNA.HÁ DOIS ANOS, ELINE LEVOU YASMIM PARA UM OFTALMOLOGIA NO RIO GRANDE DO NORTE QUE DEPOIS DE MUITO ESTUDO, DIAGNOSTICOU QUE ELA TINHA DISTROFIA MACULAR. NO ENTANTO, A DÚVIDA DE ELINE AINDA PERSISTE, JÁ QUE ESSA DOENÇA SÓ SE MANIFESTA EM IDOSOS ACIMA DE 60 ANOS. "AINDA TENHO MUITAS DÚVIDAS, A MINHA LUTA AINDA É SABER DE FATO O QUE MINHA FILHA TEM PARA PROCURAR UMA CURA PARA ELA", DIZ.NO ENTANTO, MESMO COM A VISÃO SUBNORMAL YASIM AFIRMA LEVAR UMA VIDA COMO A DE QUALQUER OUTRA CRIANÇA. ELA ESTUDA, BRINCA E NÃO TEM DIFICULDADE EM NENHUM DISCIPLINA. "EU SEMPRE FAÇO A TAREFA DE CASA AO AR LIVRE PELA MANHÃ PARA FACILITAR A LEITURA. NA SALA DE AULA, A PROFESSORA DITA O EXERCÍCIO E SEMPRE RESPONDO COM A AJUDA DE UM COLEGA", LEMBRA YASMIMA MENINA ADORA FAZER EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA, POIS QUE PODE CORRER LIVREMENTE COM AS AMIGAS. ALÉM DISSO, GOSTA DE AJUDAR A MÃE O SALÃO DE BELEZA E QUER SER BAILARINA.ATENDIMENTO-Falta tratamento e assistência médica.Entre milhares de pacientes que possuem retinose pigmentar, grande parte deles precisa do serviço público de saúde para ser atendido. O diagnóstico é imprescindível para encontrar uma solução, ou pelo menos poder conviver com a doença. Conforme o coordenador do Grupo Retina Ceará, Jorge Rolim, no Estado existe cerca de 4 mil pessoas com essa doença, No entanto, na Capital, apenas três hospitais públicos prestam atendimento oftalmológico.Rolim é mais uma das vítimas do descaso, pois só foi descobrir que tinha retinia pigmentar aos 14 anos e sua vida agora é lutar em busca de resposta e de uma possível cura da doença. A partir daí, há oito anos, ele criou o grupo retina Ceará, cujo o objetivo é compartilhar informações sobre a doenças visuais da retina, já que eles não têm a quem recorrer. "A Medicina não nos dá respostas concretas, a única coisa que sabemos é que vamos ficar cegos", frisa.Segundo ele, não são somente os pacientes com distrofias que necessitam de uma atendimento diferenciado, as pessoas que possuem baixa visão, ou visão subnormal também muitas vezes ficam perdidos. Ele ressalta que a única unidade de saúde na Capital que criou um ambulatório destinado a pacientes com deficiência visual foi o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), no entanto, o local ainda funciona de forma ideal.Outro problema levantado por Rolim é que não existe atendimento oftalmológico nos postos de saúde da Capital e os únicos hospitais públicos ou conveniados com o município que realizam atendimento são: Hospital Universitário Walter Cantídio, Leiria de Andrade e Hospital Geral de Fortaleza."Precisamos de prevenção da saúde visual de fácil acesso. A visão deficitária prejudica o indivíduo e acarreta diversos problemas sociais, como desemprego e a evasão escolar", afirma.Entrevista - André Messias* Microchip pode ser a solução para pacientes que apresentam distrofias.O que é o Retina-Implant?O sistema consiste de um microchip incorporado por uma célula fotossensível e um circuito amplificador. As células fotossensíveis absorvem a luz que entra nos olhos e a transforma em sinais elétricos, substituindo o papel dos cones e bastonetes. Esses sinais são amplificados e estimulam os neurônios adjacentes da retina. Esses, por sua vez, transmitem os estímulos para o nervo óptico e para os centros visuais centrais produzindo a sensação visual.Como é a visão que pode ser alcançada pelo Retina-Implant?Devido a suas características técnicas, o chip deve ser capaz de produzir acuidade visual suficiente para capacitar pacientes cegos a se orientarem durante a locomoção e reconhecer objetos e pessoas em um campo visual central de 12°.Quais os benefícios? Devido à enormidade de fatores envolvidos, é difícil prever o funcionamento do implante. Pacientes podem ter sensações visuais completamente novas, quais ainda não foram descritas, que obviamente serão utilizadas para refinamentos e futuros desenvolvimentos do novo sistema desenvolvido na Alemanha.Quem pode participar ?Os pacientes que podem ser incluídos devem ser adultos que sofrem de doenças degenerativas hereditárias da retina (por exemplo, retinose pigmentar, coroideremia, distrofia de cones e bastonetes), não têm percepção luminosa em pelo menos um dos olhos e não são capazes de se orientar e tiveram experiência visual por pelo menos 12 anos.Qual o estado atual do projeto?Aprovado pelo comitê de ética alemão, um estudo clínico que envolve os primeiros implantes em pacientes está em andamento desde 2005. Extensivos exames funcionais foram realizados antes e após o implante e a maioria dos pacientes teve seu implante retirado 30 dias após a cirurgia. Em julho de 2007 o comitê de ética aprovou uma extensão do projeto e os resultados de quem utilizou o micro-chip são promissores Oftalmologista e Doutor pela USP*

domingo, 18 de abril de 2010

Reforço contra a gripe suína

A gripe suína está de volta ao cotidiano do País. Na semana passada, a baixa adesão ao programa de vacinação de gestantes, doentes crônicos e pessoas com idade entre 20 e 29 anos, que estão entre os mais vulneráveis à doença, foi motivo de apelo para que as pessoas compareçam aos postos de vacinação. Até a quarta-feira 14, números do Ministério da Saúde indicavam que 20,4 milhões de pessoas haviam sido vacinadas, o equivalente a 34,8% da população-alvo, a 48,7% das gestantes e a 20,2% dos adultos jovens. Apesar das dificuldades, o governo não pretendia prorrogar a campanha. A data-limite para a imunização de grávidas, doentes crônicos e crianças é 23 de abril. “Pode ser que as pessoas tenham ficado com a impressão de que a doença foi menos intensa do que se esperava”, diz o infectologista David Salomão Lewi, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “Porém não se deve esquecer que há grupos mais sensíveis que podem ter sintomas intensos. Por isso é fundamental se vacinar.” Até o dia 3 de abril, o País registrou 361 casos graves. Cinquenta pessoas morreram, a maioria no Pará.A vacina A, como tem sido chamada, também começa a chegar às clínicas particulares, laboratórios de análises clínicas e hospitais. Atenderá o grupo que está fora da campanha pública: crianças e adolescentes com idade entre 2 e 20 anos e pessoas saudáveis de 40 a 59 anos. Na maioria dos consultórios, existe lista de espera pela vacina trivalente, que protege contra o H1N1, o vírus causador da gripe suína, e outros dois subtipos de Influenza (responsáveis pela gripe comum). Esses estabelecimentos ainda oferecerão a vacina que imuniza só contra o H1N1 ou contra a gripe sazonal. A vacina H1N1 não pode ser comprada ou ministrada em farmácias e drogarias.Não há problema em tomar a trivalente, mas o infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, considera exagero. “O grupo que precisa da vacina H1N1 é diferente daquele que deve tomar a vacina contra a gripe sazonal, que afeta mais pessoas acima dos 60 anos”, afirma. Ele diz ainda que a vacinação e a disseminação do vírus no ano passado podem reduzir a quantidade de indivíduos que terão a gripe, mas isso não interfere na sua intensidade. “O vírus continua o mesmo”, alerta.Em maio devem começar também os testes no Brasil com o peramivir, um novo remédio contra o H1N1. “No estudo, o remédio será ministrado em conjunto com o Tamiflu”, diz o infectologista Luiz Carlos Pereira, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, de São Paulo. O medicamento inibe a enzima neuraminidase, contida no vírus. Sem a ajuda dessa substância, o H1N1 não entra nas células. Portanto, não se multiplica. A droga já é usada nos EUA, México, Japão e Israel para doentes em estado grave, os que não conseguem tomar medicamentos por via oral e para aqueles que apresentam resistência ao Tamiflu.

sábado, 17 de abril de 2010

INCÊNDIOS -Hospitais não estão preparados-Fortaleza Ce

Nas vistorias realizadas pelo Corpo de Bombeiros até última quinta-feira, - o trabalho prosseguirá a partir de segunda-feira -, nenhuma unidade hospitalar do Município estava dentro dos padrões estabelecidos pelo certificado de conformidade dos Bombeiros. Outras pendências constatadas foram a inexistência de brigada de incêndio, para-raios desativado, falta de projeto de prevenção contra incêndio e pânico, escadas de acesso e colocações pontuais de extintores, entre outras.O curto-circuito ocorrido no Instituto Dr. José Frota (IJF), no último dia 6, desencadeou inspeções técnicas por parte do Corpo de Bombeiros (CB) não só ao Frotão, mas também em outras unidades hospitalares. Como resultado, um encontro realizado na última quinta-feira, na corporação militar, definiu medidas que deverão ser tomadas por parte dos responsáveis pelos hospitais públicos municipais.Os oito hospitais do município, IJF, Frotinhas de Parangaba, Messejana e Antônio Bezerra, os Gonzaguinhas da Barra do Ceará, do Conjunto José Walter, Messejana e Hospital Nossa Senhora da Conceição acertaram acordo de cooperação com o Corpo de Bombeiros.A corporação dará apoio logístico desde a realização de cursos para a formação das brigadas de incêndios nestes hospitais, como orientações técnicas sobre a instrumentalização necessária e preventiva contra incêndio, no caso de estudo sobre extintores, escadas de acesso, posicionamento de hidrantes, isolamento de setores e demais medidas emergenciais.Novo encontro acontecerá no dia 26, quando IJF apresentará cronograma de execução de projeto contra incêndio, dentro das normas estabelecidas.

MENINGITE -CE registra 7 casos neste ano

Este ano, o Estado do Ceará já registrou sete casos de meningite meningogócica, dos quais quatro foram em Fortaleza, sendo dois no mês de janeiro, um em fevereiro e um último março. Os demais três casos da doença ocorreram em Ibaretama (no primeiro mês do ano), Caucaia (em fevereiro) e Maracanaú (em março).As informações são do boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), que indica não ter havido óbitos no Ceará em virtude da doença. No ano passado, mostra o boletim do órgão estadual, foram confirmados 48 casos de meningite com dez óbitos, decorrentes do tipo mais grave da doença, a meningogócica.Na Capital, o hospital especializado no tratamento de meningite é o São José, que, até ontem, estava com oito pacientes internados para tratamento da meningite bacteriana, como afirmou o diretor geral da unidade, o médico Anastácio Queiroz. Apesar do boletim da Sesa chamar a atenção para o número de casos da meningogócica, para o diretor do São José, os registros estão dentro da normalidade mesmo em período de chuvas. "É preciso alertar para a importância da prevenção", acrescentou o infectologista.Evolução da doençaAnastácio Queiroz lembra à população que aos primeiros sinais da doença o melhor é procurar os serviços de saúde mais próximo de casa. "As pessoas devem ficar atentas para sintomas como dores de cabeça, no pescoço, febre alta e vômito", comentou, esclarecendo que as dores de cabeças vão se tornando mais fortes e o paciente pode vir a apresentar mal-estar no corpo inteiro ou até mesmo uma convulsão.Nessa situação, aconselhou o diretor do São José, o próprio paciente deve interrogar a seu médico sobre a possibilidade do diagnóstico de uma meningite. O estado de prontidão ainda é a melhor medida a adotar para evitar os riscos da doença, sobretudo a do tipo meningogócica, que pode evoluir rapidamente para um óbito. "O tratamento precoce é essencial para prevenir complicações", frisou.Nos registros da doença, além de tratar o paciente os serviços de saúde fazem o trabalho de investigação epide-miológica e o "bloqueio" com aqueles que tiveram contato a pessoa infectada (por vírus ou bactéria). O bloqueio inclui a prescrição de três medicamentos (Ceftriaxona, que é injetável, e a Rifanpicina e a ciprofloxacina, os dois últimos orais).O diretor do São José ressalta que as chuvas podem contribuir para aumentar os registros porque forçam as pessoas a ficarem durante mais tempo em aglomerados, muitas vezes até mesmo em lugares fechados e com pouca circulação de ar. Com a queda nas temperaturas, a tendência é de aumento no número de casos de meningite bacteriana.A meningite se caracteriza pela inflamação dos das meninges (membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal). A doença pode causar inúmeras complicações e sequelas neurológicas, como epilepsia, infartos cerebrais e retardo mental em crianças. Por isso, o tratamento precisa ser o mais rápido.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Aparelho dentário é vice-campeão de denúncias no Conselho de Odontologia

Quando tinha sete anos, Bruna Arkalji começou um tratamento ortodôntico. Ficou com o sorriso alinhado e teve alta. Mas foi só tirar o aparelho que os dentes voltaram a entortar. Procurou outro ortodontista, a história se repetiu. E de novo.
"Passei por três dentistas e, ao todo, usei aparelho por quase 18 anos, de todos os tipos: fixo, removível, estético", conta a empresária, hoje com 30 anos. Para corrigir o sorriso e se livrar de dores na mandíbula, ela recorreu a um cirurgião, que lhe indicou mais um especialista. Bruna só conseguiu solucionar a questão com o novo tratamento ortodôntico, dessa vez combinado à cirurgia. A história de Bruna é desagradável, e cada vez mais comum. "Está aumentando tremendamente o número de pacientes que se submetem a tratamento ortodôntico e não obtêm o resultado desejado", diz o ortodontista Kurt Faltin Júnior, membro executivo da World Federation of Orthodontists. Ele afirma que 30% de seus pacientes, hoje, são pessoas que já se submeteram ao uso de aparelho nos dentes e não ficaram satisfeitas.
Faltin diz que os pedidos de retratamento ortodôntico aumentaram muito nos últimos cinco anos. "A maior queixa é a questão estética, mas há casos em que a pessoa nem consegue mastigar direito", diz. A correção dos dentes fica mais difícil, depois de já ter sido feito um tratamento errado.
No Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp), as denúncias de erros com tratamentos ortodônticos só perdem para os problemas com implantes, segundo o conselheiro Marco Antonio Rocco. Ele ressalva, porém, que fatores como mudanças fisiológicas e envelhecimento podem obrigar a pessoa a repetir um tratamento, mesmo que tudo tenha sido feito corretamente na primeira vez.
Proliferação de cursos
Para o presidente da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial (Abor), Ronaldo da Veiga Jardim, grande parte dos problemas é decorrência da má formação profissional. Segundo ele, há uma proliferação de cursos de ortodontia, mas a maioria tem carga horária insuficiente e não oferece treinamento adequado. "Nos Estados Unidos há atualmente 65 cursos de especialização em ortodontia, no Brasil são mais de 500, sendo que apenas 22 têm mais de 2.000 horas-aula", compara.
A World Federation of Orthodontists recomenda 3.000 horas de curso. No Brasil, uma resolução do Ministério da Educação exige apenas 360 horas de aula para a especialização. "Além de não ter a carga horária necessária, muitos dos cursos aqui não oferecem programa completo, e falta ainda o atendimento clínico necessário para o profissional adquirir os conhecimentos básicos", A preocupação com o aumento de problemas envolvendo tratamentos ortodônticos levou a Abor a promover uma campanha, com distribuição de panfletos em shoppings das principais capitais do país, alertando o público sobre o fato de o uso de aparelhos ir além da questão estética. Mais do que um sorriso bonito, o tratamento deve garantir boa mastigação e oclusão dos dentes e resultar em harmonia facial.
"O que nos motivou foi o excesso de tratamentos mal executados e de gente fazendo retratamentos. O tratamento errado pode provocar alterações musculares na face, perda de dentes e até dores de cabeça por sobrecarga nas articulações", alerta Jardim.O paciente pode consultar o Crosp (www.crosp.org.br) para conferir se o dentista é especialista em ortodontia ou ortopedia facial. É bom checar se ele participa de entidade de classe.

Pâncreas artificial funciona em 11 pacientes, diz estudo

CHICAGO (Reuters) - O teste de um "pâncreas artificial" que monitora o nível de açúcar no sangue e administra insulina e um hormônio regulador chamado glucagon ajudou pacientes a terem níveis quase normais de açúcar no sangue durante mais de 24 horas, disseram pesquisadores dos EUA na quarta-feira.
O sistema, constituído por um monitor de glicose, duas bombas e um laptop - é feito para melhor imitar o mecanismo natural do organismo para controlar o excesso ou falta de açúcar no sangue.
Em testes anteriores de sistemas equivalentes ao pâncreas, mas que administravam apenas insulina, alguns pacientes ficaram com uma grave hipoglicemia (baixo grau de açúcar no sangue).
O acréscimo de pequenas doses de glucagon, um hormônio liberado pelo pâncreas para aumentar o nível de açúcar no sangue, ajudou a superar isso, segundo o estudo publicado na revista Science Translational Medicine.
Após alguns ajustes para um programa sofisticado de computador que faz o papel do cérebro no sistema, todos os 11 adultos envolvidos no estudo tinham um bom controle de açúcar no sangue, sem hipoglicemia, mesmo depois de consumirem três refeições ricas em carboidratos.
"Este é o primeiro dispositivo de pâncreas artificial que usa tanto a insulina quanto o glucagon", disse Steven Russell, do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, um dos chefes do estudo.
Existe atualmente uma espécie de corrida pelo desenvolvimento do primeiro pâncreas artificial funcional, o que seria útil para vítimas do diabete tipo 1, doença autoimune em que o organismo destrói sua própria capacidade de produzir insulina e sintetizar o açúcar.
Há sistemas que monitoram constantemente a glicose e injetam insulina automaticamente, mas o risco de hipoglicemia permanece, pois em pessoas com diabete tipo 1, o glucagon não funciona direito.
O novo sistema foi desenvolvimento no laboratório de Edward Damiano, engenheiro biomédico da Universidade de Boston, e pai de um menino que tem diabete tipo 1.
Em fevereiro, pesquisadores britânicos testaram um sistema semelhante em 17 crianças e concluíram que ele mantinha seus níveis de açúcar próximos a níveis normais em 60 por cento do tempo.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Acupuntura combate efeitos da quimioterapia no Instituto do Câncer

Dores, náuseas e outros efeitos colaterais de cirurgias e da quimioterapia estão sendo tratados com acupuntura no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira.
O ambulatório para esse procedimento foi aberto no início do mês. Segundo Eduardo D'Alessandro, clínico-geral e acupunturista do instituto, a terapia melhora o bem-estar do paciente e o andamento da quimioterapia. Como os efeitos colaterais são amenizados, não é preciso diminuir a medicação. As agulhas são usadas para controlar dores que aparecem após as cirurgias, hipersensibilidade nas mãos e nos pés causada por alguns tipos de quimioterapia, assim como fadiga, insônia, depressão, problemas intestinais e ondas de calor --efeito de remédios contra o câncer de mama.
A indicação para acupuntura é sempre feita por um médico do instituto, e há casos em que é preciso ter mais cuidado, como em pacientes com inchaços causados por cirurgias ou que estejam tomando anticoagulantes. "O inchaço por falta de drenagem linfática, que pode acontecer após a operação de câncer de mama, pode deixar a pessoa mais exposta a infecções", diz o acupunturista.
D'Alessandro afirma que hoje há menos resistência dos médicos à técnica. "Ela é uma terapia complementar, não substitui remédios."

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Julgamento da quebra da patente do Viagra deve ser concluído hoje

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) deve concluir hoje (14) o julgamento sobre o fim da patente do Viagra. O julgamento havia sido interrompido em março devido a um pedido de vista do ministro Luis Felipe Salomão. O placar está em três a zero a favor da quebra da patente.
Se o tribunal aceitar o recurso do Instituto Nacional de Propriedade Industrial, será possível a produção do genérico. A Pfizer, o laboratório fabricante, defende que o prazo de vigência da patente seja prorrogado até 7 de junho de 2011.
O STJ também deve julgar hoje o processo sobre o prazo de prescrição das ações civis públicas que tratam dos expurgos inflacionários referentes aos Planos Bresser e Verão. O processo envolve o Instituto Brasileiro de Defesa do Cidadão e o Banco do Brasil.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Procura de grávida e doente crônico pela vacina contra a gripe suína ainda preocupa

O número de vacinas aplicadas contra a gripe A (H1N1) aumentou 57,4% nos últimos três dias e chegou à marca de 20 milhões de doses aplicadas, de acordo com balanço do Ministério da Saúde atualizado até as 18h de segunda-feira (12).
O ministério, no entanto, disse que ainda é insuficiente e "preocupante" a adesão de grávidas e pessoas com doenças crônicas. A imunização nos dois grupos é de 48,7% e 44,2% do público esperado, respectivamente. A cobertura na população de 20 a 29 anos é ainda mais baixa: 20,2%.
Por enquanto, o número total de pessoas imunizadas corresponde a 34,8% do que é esperado até o próximo dia 23. Até essa data, poderão receber a vacina gestantes, pessoas com doenças crônicas, crianças de seis meses a dois anos incompletos e a população entre 20 e 29 anos.
Grupos prioritários
Data da vacinação
Trabalhadores da saúde e indígenas
08/03 a 19/03
Gestantes
22/03 a 23/04
Doentes crônicos
22/03 a 23/04
Crianças de seis meses a menores de dois anos
22/03 a 23/04
População de 20 a 29 anos
05/04 a 23/04
Campanha de vacinação do idoso (gripe comum)
24/04 a 07/05
População de 30 a 39 anos
10/05 a 21/05
Doenças crônicas para vacinação
Obesidade grau 3 (antiga obesidade mórbida) em crianças, adolescentes e adultos
Doença respiratória crônica desde a infância (ex: fibrose cística, displasia broncopulmonar)
Asma (forma grave)
Doença neuromuscular com comprometimento da função respiratória (ex: distrofia neuromuscular)
Imunodepresão por uso de medicação ou relacionada às doenças crônicas
Diabetes
Doença pulmonar obstrutiva crônica e outras doenças crônicas com insuficiência respiratória
Doença hepática (ex: atresia biliar, cirrose, hepatite crônica)
Insuficiência renal crônica, principalmente em doentes em diálise
Doença hematológica (ex: hemoglobinopatias)
Menores de 18 anos com terapêutica contínua com salicilatos (ex: doença reumática autoimune, doença de Kawasaki)
Síndrome Clínica de Insuficiência Cardíaca
Cardiopatia estrutural (ex: hipertensão arterial pulmonar e valvulopatia)
Cardiopatia isquêmica ou hipertensiva com disfunção ventricular
Cardiopatias congênitas cianóticas
Cardiopatias congênitas acianóticas (não corrigidas cirurgicamente ou por intervenção)
Miocardiopatia (dilatada, hipertrófica ou restritiva)
Pericardiopatia
Fonte: Ministério da Saúde
Os pacientes devem consultar o médico antes de tomar a vacina para esclarecer dúvidas e receber orientações.

Hospital do Exército atende 200 no Rio

Cerca de 200 pessoas foram atendidas no primeiro dia de funcionamento dos hospitais de campanha do Exército nos bairros Jardim Catarina e Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. O Exército seguiu para a cidade para ajudar as vítimas das enchentes.
"A operação não tem prazo determinado para acabar. Os dois hospitais permanecerão em funcionamento enquanto houver vítimas", disse o capitão Carlos Backer, da Comunicação Social do Exército. A maioria dos atendimentos foi de casos relacionados a gripes, doenças de pele e hipertensão arterial. Uma mulher com suspeita de leptospirose foi atendida e tratada pelos militares. Um bebê de 34 dias foi o único caso de remoção para um hospital público. Ele apresentava sinusite e inflamação nos ouvidos.

"Minhas duas filhas apresentaram febre e diarreia, após o contato com as águas da chuva. Tivemos de sair de casa com água pelo pescoço para ficarmos abrigadas na casa da minha irmã", disse Carla Cajueiro da Silva, de 38 anos. As filhas dela foram atendidas no Hospital de Campanha montado ao lado do Ciep Túlio Rodrigues Perlingeiro, onde estão alojados 500 desabrigados.
"Não estamos aceitando mais doações de roupas. A partir de amanhã, o Exército também organizará a distribuição das doações", disse a voluntária do centro de desabrigados do Complexo do Salgueiro, Valéria Loback. A estrutura montada pelo Exército dispõe de uma enfermaria com 16 leitos climatizados, quatro clínicos gerais, um pediatra, enfermeiros e 60 homens no apoio da operação.
Bumba. No Morro do Bumba, em Niterói, os bombeiros já exploraram 20% da área onde ocorreu o deslizamento. Desde a noite da tragédia, na quarta-feira, 36 mortos foram retirados dos escombros. Uma vítima morreu no hospital após ser resgatada. Ontem, pelo menos até as 20 horas, nenhum corpo havia sido encontrado.
"Perdi muitos amigos. Tenho certeza de que muitas pessoas ainda estão soterradas aqui", disse Jaciara de Almeida Ferreira Lopes, de44 anos, ex-moradora da favela, construída sobre um lixão.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Novo código de ética busca mudar relação médico-paciente no Brasil

O novo código de ética médica brasileiro entra em vigor nesta semana. Ele trata de muitos dos avanços da medicina. Mas, principalmente, tenta melhorar a relação médico-paciente.

Quem nunca se sentiu ignorado por um médico? Quantas mães já não sofreram a aflição de não achar um pediatra para o filho doente? Queixas, reclamações, frustrações. A imagem que os pacientes fazem da classe médica não anda muito boa. E os médicos sabem disso. Agora existe a promessa de que as coisas podem mudar.“Não existe mais espaço para médicos autoritários, prepotentes, arrogantes”, declara Roberto d’Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina.Vários artigos do novo código pretendem acabar com a pressa e a desatenção dos médicos. O código diz: " é vedado ao médico causar dano ao paciente por ação ou omissão."

“O médico tem de ser absolutamente atencioso, zeloso, diligente, ou seja, para examinar, para ouvir uma história, tem de ter tempo”, esclarece d'Ávila.

Fim dos garranchos
Agora, os médicos estão proibidos de fazer receitas ilegíveis. O que pouparia muita dor de cabeça, por exemplo, para a aposentada Margarida Rangel e sua neta. “Lá na farmácia, eles não souberam ler o nome do remédio que estava escrito”, ela conta. Ela percorreu dez farmácias em busca de alguém que entendesse os garranchos escritos na receita. E ninguém foi capaz de ler o que estava escrito. “Ninguém conseguia decifrar o remédio que era para comprar.”

Elas voltaram ao consultório para tentar resolver o enigma. E nem o próprio médico conseguiu entender o que estava escrito.

“O médico não tem justificativa para não escrever de maneira ilegível”, disse d'Ávila.

Estímulo à segunda opinião
Quando o filho tinha um mês, uma mãe contou ao Fantástico que ouviu de uma médica que seu filho tinha um doença nos rins incurável. “Ele ia ter que se tratar a vida toda, com medicamentos fortíssimos, poderia ter um retardo de crescimento”, disse Alessandra de Mello.

Ela procurou outro médico. O bebê tinha uma infecção, se tratou e ficou bom. Mas a primeira médica não ficou aliviada com a boa notícia. “Ela nos recebeu de uma forma grosseira, depois que ela soube que nós procuramos uma segunda opinião”, conta Alessandra.

A partir de agora, se o paciente quiser ouvir uma segunda opinião, o primeiro médico tem de colaborar. E não pode se opor a conversar e passar informações para o novo médico. E, se for preciso, colaborar também para a formação de uma junta médica para discutir o caso.

“Seria muito mais seguro para mim, para a saúde do meu filho, se eles tivessem conversado, chegado a um consenso. Foi muito difícil, a decisão ficou com a gente.”

Ausências
Mas a pior coisa na relação médico-paciente é quando ela simplesmente não existe, porque o médico faltou. “É indesculpável e inadmissível a ausência de um médico no plantão”, explica d'Ávila.

Faltar em plantão já era proibido. O que o código de ética traz de novidade nessa questão é estender a responsabilidade para a direção do hospital ou centro de saúde. Agora, está claro: na ausência de médico plantonista, a direção técnica do estabelecimento deve providenciar a substituição.

Justiça determina que população do Paraná seja vacinada contra nova gripe

A Justiça Federal concedeu uma liminar que determina que doses da vacina contra a nova gripe sejam adquiridas em quantidade suficiente para atender toda a população do Paraná. A União e o governo do Paraná ainda podem recorrer.
Pela decisão, o governo deve oferecer as vacinas em um prazo de 20 dias, sob pena de multa diária no valor de R$ 50 mil.
De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, a decisão muda o foco inicial da campanha de vacinação, que excluía algumas faixas etárias. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, dados indicam uma maior incidência da doença no Paraná em relação aos outros estados.
No Paraná, os grupos de maior risco de morte são: de 50 a 59 anos, de 30 a 39 anos, de 40 a 49 anos e de 20 a 29 anos. Entre os casos de óbitos sem doenças préexistentes aparecem os grupos: de 50 a 59 anos e o de 30 a 39, seguidos pelos grupos de 40 a 49 anos e de 20 a 29 anos.
Já o cronograma de vacinação do Ministério da Saúde contempla grupos diferentes: gestantes, doentes crônicos e crianças de seis meses a 2 anos; depois jovens de 20 a 29 anos; adultos de 30 a 39 anos e os idosos, com mais de 60 anos, com doenças crônicas.
A própria Secretaria de Estado do Paraná solicitou mais de 5,3 milhões de doses de vacina para imunizar pessoas de 50 a 59 anos, de 40 a 49 anos e de 3 a 19 anos.

Após um ano de combate ao H1N1, América reforça medidas

Um ano depois do primeiro surto de gripe A, o continente americano, onde a pandemia teve início e região mais afetada pela doença, intensifica as medidas de prevenção, com as quais espera não só resistir aos efeitos do vírus, mas evitar uma possível segunda onda nos próximos meses.De acordo com o último relatório regional da Opas (Organização Pan-americana da Saúde), desde a divulgação do primeiro caso até 26 de março de 2010, no continente americano houve 8.175 confirmações de pessoas que morreram por causa do vírus H1N1. No entanto, a soma dos números anunciados pelas autoridades sanitárias de cada um dos 28 países incluídos no relatório da Opas dão um total de quase 19 mil mortes.
Dos 8.175 óbitos confirmados pela Opas, 83 foram registrados do dia 19 ao dia 26 de março de 2010, na Argentina (36), México (25), Estados Unidos (16) e Peru (6).
Na América do Norte, "a atividade da doença respiratória aguda continua estável", mas, segundo a Opas, nas Américas Central e do Sul foram constatadas tendências crescentes da doença nas últimas semanas.
Vacinação
A principal medida para conter a pandemia continua sendo a vacinação, processo que começou no final do ano passado, com a distribuição de 20 milhões de doses nos EUA e 14 milhões no México.
Segundo a Opas, 2.670 mortes foram registradas nos EUA, um índice que as autoridades do país elevam para cerca de 12 mil. Já no México, a organização situa em 1.136 o número de óbitos, enquanto as autoridades nacionais apontam para 1.032.
Em março começou a campanha de vacinação no Brasil, que registrou 2.087 mortes, segundo a Opas. Na Argentina foram 626; no Equador, 124; na Bolívia, 59; em El Salvador, 33; em Honduras, 18; e no Chile, 155.
O Uruguai (20 mortes, segundo a Opas) comprou 1 milhão de vacinas, que já começaram a ser fornecidas gratuitamente.
O Paraguai (47 óbitos) anunciou que neste mês receberá 600 mil doses, a serem destinadas à imunização de grávidas, bebês, idosos, doentes crônicos e funcionários dos serviços de saúde.
No Peru (223 mortos), o primeiro caso registrado em 2010 foi o de uma jovem de 19 anos, que morreu grávida de oito meses. República Dominicana, com 23 casos mortais da doença; Guatemala, com 18; e Panamá, com 12 estão entre os países onde os efeitos da pandemia foram contidos.
Custos
Muitos países serão obrigados a vacinar apenas pessoas que fazem parte dos grupos de risco, devido aos altos custos da vacina.
Apesar de a Opas ter doado a vacina a países como Nicarágua (11 mortos) e El Salvador, outros tiveram pagar de US$ 1,5 milhão, como no caso da Costa Rica (56 mortos), por 199.300 doses, a US$ 25 milhões, como fez a Venezuela (133 mortos), por 5 milhões de doses.
A Colômbia (219 mortos) gastou US$ 57 milhões em 2 milhões de doses e o Brasil, US$ 600 milhões para obter 90 milhões de vacinas.
Outras nações da região, como a Argentina, foram além, e abriram uma licitação em fevereiro para produzir 9 milhões de doses durante o ano, com um custo mais de US$ 50 milhões.
Em Cuba (55 mortes, segundo a Opas), que iniciou na semana passada sua campanha de vacinação, o Ministério da Saúde está fornecendo ainda um complexo homeopático de produção nacional, que supostamente é "altamente efetivo em condições de alto risco epidêmico".
A pandemia gerou 265 mil hospitalizações nos EUA.
O Equador teve de investir entre US$ 6 milhões e US$ 10 milhões entre remédios, criação de unidades de cuidados intermediários e intensivos, equipamentos hospitalares, aumento de funcionários e planos de comunicação, disse a ministra da Saúde equatoriana, Caroline Chang.
O turismo foi um dos setores mais afetados, começando pelo próprio México, onde a queda da atividade econômica nos primeiros meses do surto foi de 37%, ou no Equador, onde as visitas às Ilhas Galápagos caíram 7% nos primeiros quatro meses de 2009.
O representante da Opas em El Salvador, José Ruales, disse que a expectativa para 2010 não é de "um surto de consequências maiores", mas que o vírus "comece a comportar-se como o da gripe comum, pois já é conhecido e há pessoas que adquiriram sistemas de defesa".

domingo, 11 de abril de 2010

Ioga x Pilates-compare

O homem nasce frágil, mas muito flexível – capacidade que se perde com o passar do tempo. O ioga e o pilates recuperam a elasticidade do corpo e, de quebra, fortalecem músculos e demais estruturas. Para Wagner de Campos, doutor em educação Física e Estudo dos Esportes pela Universidade de Pittsburg e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), as atividades são irmãs. Ambas são necessárias para deixar o corpo em ordem e não se excluem. Saiba um pouco mais sobre cada uma das práticas e escolha a sua preferida. Ou encare logo as duas de uma vez* * * * *Ioga
Os princípios-O ioga é um instrumento usado para buscar o autodesenvolvimento pessoal e espiritual. Segundo Vitor Caruso Júnior, professor de ioga e meditação, ordenado na Tradição Zen Budista do Mestre Thich Nhat Hanh e aluno do Dalai Lama, o ioga é como uma filosofia perene, que o homem usa para se elevar, esclarecer seu pensamento, sua relação com o mundo e o sagrado. Fora da Índia, onde a prática teve início, o termo costuma a ser associado ao hatha yoga e seus asanas (posturas) ou como forma de exercício.
A defesa
Entre os principais benefícios da prática estão o desenvolvimento físico, respiratório, emocional, mental e espiritual. A prática se destina a todos, sem restrições de idade ou condição física. “Já vi vários praticantes com mais de 80 anos, grávidas que querem ter um parto mais tranquilo, atletas que desejam maior consciência corporal, pessoas que buscam respostas existenciais mais profundas ou que passam por dificuldades emocionais”, comenta.
Quem se habilita?
As posturas que todo mundo conhece são parte do treinamento de observação e transformação da mente e corpo. O restante é meditação e autoconhecimento. “Um bom professor orienta o aluno a ser independente. Há quem pratique todos os dias em casa, mais de uma vez por dia, quando acorda e depois, antes de dormir. O papel do professor é apontar o próximo passo, mas quem dá o passo é o aluno”, explica o professor.
Um pelo outro
Dizer que o pilates condiciona o corpo mais do que o ioga é, segundo Caruso, desconhecer o significado dos dois. O pilates, enquanto prática inspirada no ioga, a partir da visão de um ocidental preocupado com aspectos físicos, traz benefícios calculados. No caso do ioga, o aspecto físico é apenas parte do processo, junto a outros níveis, como o respiratório, emocional, mental e espiritual.
Aos que estão preocupados apenas com a prática física, há tipos de ioga que fazem o corpo transpirar e perder calorias.
“Os atletas de altaperformance descobriram que os aspectos emocionais e mentais são uma porcentagem significativa do desempenho, e, por isso, muitos deles fazem do ioga parte do seu treinamento”, diz.
Pilates
Os princípios
O pilates foi criado no começo do século passado pelo alemão Joseph H. Pilates que se inspirou, segundo Leandro Neves, diretor do Pilates Studio Brazil Unidade Lamenha Lins, em Curitiba, em diversas formas de expressão corporal, como ioga, dança, ginástica olímpica, boxe e em seus princípios de concentração, respiração, fluidez e controle dos movimentos, para criar um sistema de exercícios mais complexo. A prática é dinâmica e uma coreografia de movimentos centraliza os trabalhos no abdome, na lombar e no quadril, para deixar os membros livres para se exercitarem. Há aulas de solo e aparelhos.
A defesa
Entre os principais benefícios da prática, estão o aumento da resistência física e mental, da flexibilidade e do tônus muscular, a redução de dores e tensões musculares, a melhora da coordenação motora e da oxigenação do sangue, o fortalecimento dos órgãos internos por meio do estímulo feito com os movimentos, o aumento da concentração e a estimulação da drenagem linfática. “Apesar de ser um exercício vigoroso, a sensação após a prática é de relaxamento”, diz Neves.
Quem se habilita?
“O método se adapta à pessoa. Por isso, não há contra-indicações”, comenta Neves. O pilates trabalha a amplitude do movimento e não a sobrecarga, o que reduz o impacto e os riscos.”
Um pelo outro
Uma das diferenças do pilates para o ioga é o emprego de equipamentos, o que facilita a prática. Mas boa parte dos benefícios delas se assemelha.

Saúde informa que mais de 18 milhões já tomaram vacina contra gripe suína

O Ministério da Saúde informou que até as 18h deste sábado, 18,31 milhões de pessoas já haviam tomado a vacina contra a influenza A (H1N1) --gripe suína-- desde o início da campanha no dia 8 de março. O ministério realizou hoje o Dia Nacional de Vacinação contra a doença, destinado exclusivamente a jovens de 20 a 29 anos, gestantes, pacientes crônicos com menos de 60 anos e crianças de 6 meses a 2 anos de idade.
O resultado foi considerado satisfatório, com destaque para o bom desempenho obtido em São Paulo, onde somente hoje foram vacinadas 1 milhão de pessoas.
Nos últimos três dias, a procura pela vacina cresceu de maneira expressiva, de acordo com o ministério. Até a última quinta-feira (8), cerca de 10 milhões de pessoas haviam tomado a vacina desde o início da campanha. Em três dias, este número saltou para mais de 18 milhões.
Para tomar a vacina, o cidadão deve levar documento de identidade e carteira de vacinação (os que tiverem). Em caso de dúvida sobre calendário e locais de vacinação, a população pode buscar informação nos sites da prefeitura e do Ministério da Saúde ou ligar para o Telessaúde: 3523-4025.
De 24 de abril a 7 de maio será a vez dos idosos participarem da campanha. A quinta e última etapa de vacinação, para adultos de 30 a 39 anos, será de 10 a 21 de maio. Essa faixa etária concentrou 15% dos casos de doença respiratória grave e 22% dos óbitos causados pelo vírus Influenza H1N1 em 2009.
Ao todo, o Ministério da Saúde adquiriu 113 milhões de doses para vacinar 91 milhões de pessoas contra gripe pandêmica. A partir da semana que vem, os laboratórios particulares já poderão comercializar a vacina, segundo informou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Ele garantiu que serão tomadas todas as medidas necessárias para que todos os grupos vulneráveis sejam imunizados.
Dia D
O governo promoveu neste sábado o "Dia Nacional de Vacinação Contra a Gripe H1N1", apelidado de "Dia D". Deveriam estar abertos todos os 36 mil postos de vacinação do país. Os horários foram estipulados pelas secretarias municipais e estaduais.
Para marcar a abertura do "Dia D", Temporão levou três dos quatro filhos -- José Eduardo, 25, Fernando, 27, e Guilherme, 29-- para se vacinarem em um posto de saúde, na Rocinha, no Rio de Janeiro.
Participantes do programa "Big Brother Brasil 10" Cadu, 25, Lia, 29, e Ana Marcela, 25, também tomaram a vacina no local, para dar o exemplo ao grupo prioritário de 20 a 29 anos.
O ministro Temporão afirmou que a imunização é segura e importante. "A vacina é muito segura e não tivemos relato de nenhuma complicação importante". De acordo com ele, em 2009, foram 2 mil casos de morte pela gripe e este ano foram 50, sendo 32% de mulheres grávidas. "A mulher, em qualquer fase da gravidez, deve tomar a vacina", afirmou o ministro.
Temporão também alertou para a circulação de boatos sobre a segurança da vacina, principalmente na internet. "Informações desse tipo são um disparate e revelam profunda ignorância. A população deve confiar no seu médico e nas autoridades de saúde, não em qualquer texto, escrito não se sabe por quem, que circula na rede mundial de computadores", disse o ministro.

sábado, 10 de abril de 2010

Medicina genética garante fim de doenças hereditárias potencialmente perigosas

Enquanto Chad e Colby Kingsbury olham sua filha de 2 anos brincando no tanque de areia, em sua casa no subúrbio de Chicago, não deixam de pensar um milhão de vezes: Chloe nunca ficará doente.Como todos os pais, eles queriam que a filha chegasse ao mundo com as mesmas chances que a maioria das crianças. Mas havia um problema. “Em minha família, há um gene de câncer que matou minha mãe, meus dois tios. Tenho dois primos que estão com a doença”, diz Chad. Este gene pode levar a uma forma de câncer de cólon que afeta a pessoa no meio da vida; normalmente por volta dos 45 anos. Ele possui o gene e, segundo as leis da genética, havia 50% de chances de passar para seus filhos. Muitas pessoas com o gene não manifestam o câncer. E, se a doença for diagnosticada e tratada cedo, a taxa de sobrevivência é de 90%. Ainda assim, o risco mostrou-se alto demais diante das opções disponíveis.
O casal conheceu um procedimento médico cada vez mais comum: o P.G.D. (Diagnóstico Genético Pré-implantacional). Nele, os futuros pais fazem fertilização in vitro e selecionam apenas os embriões que não possuem estes genes potencialmente perigosos. “O P.G.D. pega um embrião em estágio inicial, retira uma célula, examina atrás de mutações genéticas e, se o embrião não possui mutações, é implantado e se torna um feto”, explica o doutor Dr. Kenneth Offit, diretor de genética no Memorial Sloan-Kettering Cancer Center. O processo exigiu que Colby tomasse injeções frequentes de hormônio e sofresse uma extração de óvulos dolorosa. E, para pagar pelo procedimento, o casal teve de usar mais de US$ 10 mil de suas economias. Um fato que, segundo os médicos, pesa muito.O P.G.D. está disponível desde os anos 90. Mas com este conhecimento difundido, mais pessoas estão optando por esta escolha. O doutor Offit sugere que parte disso tem a ver com o desejo dos casais de controlar o próprio destino, em vez de deixar a natureza seguir seu curso. “Nos últimos anos, percebi cada vez mais que muitos desses jovens têm uma sensação de poder ao assumir o controle quando percebem que podem ter filhos que não carregarão as mesmas mutações que eles, seus pais, seus avós e muitas gerações passadas”.

Segundo o casal, parte da dificuldade foi explicar para outras pessoas sobre a ideia de interferir na natureza. Isso significou passar por cima de preocupações religiosas de suas famílias, e convencer amigos de que aquilo não era algo da ficção científica. “Explicar o processo que nem nós mesmos entendíamos parecia algo de um filme espacial e diziam: por que vão fazer isso?”, diz Colby. Um em cada 200 americanos carrega uma mutação genética que os tornam suscetíveis a ter câncer de seio e cólon. Dois tipos de câncer hereditários que já podem ser testados. Mas quanto mais os cientistas aprendem sobre a genética do câncer e outras doenças hereditárias, mais os dilemas ficam complexos. E essa discussão já está acontecendo. Mas enquanto isso, casais como Colby e Chad seguem o desejo de ter filhos livres de doenças que assolam suas famílias. Eles, inclusive, já estão planejando ter mais um filho.