quarta-feira, 30 de junho de 2010

Doença do sono é agravada pela poluição

A apneia do sono piora em ambientes poluídos e tempo quente. Nesse cenário, as partículas de poluentes ficam suspensas no ar por mais tempo e contribuem para dificultar a respiração de quem sofre da doença.
Essa relação foi estabelecida pela primeira vez em um estudo da Escola de Saúde Pública de Harvard, divulgado neste mês no "American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine".
Sabe-se que tanto a poluição quanto a apneia estão relacionadas ao aumento de problemas cardíacos, mas nunca tinha se verificado uma relação entre ambas.
A apneia do sono se caracteriza por pausas respiratórias à noite. Pode ser causada por obesidade, bronquite e alcoolismo, entre outros fatores, e está ligada a arritmias cardíacas e hipertensão.
O estudo avaliou dados de mais de 3.000 voluntários com mais de 39 anos, submetidos a exames que monitoram o sono do paciente.
Os autores concluíram que elevações de temperatura em qualquer época do ano e a poluição do ar estão associados a maior risco de apneia.
No verão americano, o aumento das partículas de poluição foi relacionado a uma elevação de 13% no risco de apneia, além da redução da qualidade do sono.
"Esse tipo de resultado pode ajudar a controlar melhor os mecanismos que levam às doenças cardiovasculares", diz o pneumologista Pedro Genta, do Centro de Medicina do Sono do Hospital do Coração.
CAUSAS
Um dos mecanismos responsáveis pela relação encontrada na pesquisa seria a inflamação nas vias aéreas causada pela poluição. A parada de respiração durante a noite ocorre pelo estreitamento na garganta. A inflamação pioraria esse quadro.
Outra hipótese é a da interferência da poluição atmosférica na regulação da respiração pelo sistema nervoso.
"Há uma espécie de "receptor de irritação". Se o paciente respira porcaria, há diminuição de amplitude respiratória. A resposta é parar de respirar", explica o patologista Paulo Saldiva, do laboratório de poluição da Faculdade de Medicina da USP.
Quando a temperatura sobe e a umidade relativa do ar cai -o que é típico do clima de São Paulo no inverno-, há maior concentração de poluentes no ar. Nesse caso, é bom que a pessoa com apneia faça inalação para limpar as vias aéreas.
Os portadores do distúrbio que usam aparelhos específicos para facilitar a respiração à noite devem conversar com os médicos para aumentar a pressão e melhorar os filtros dessas máquinas.
"Se você procurar esses pacientes, eles lhe dirão que os filtros ficam pretos nessa época do ano", diz Saldiva.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Anvisa determina que propaganda de alimentos avise sobre danos à saude

SÃO PAULO - Em no máximo seis meses, as propagandas de bebidas com baixo teor nutricional e de alimentos com elevadas quantidades de açúcar, de gordura saturada ou trans e de sódio vão mudar. Esse é o prazo que as empresas têm para se adequar à resolução publicada nesta terça-feira, 29, no Diário Oficial. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a decisão estabelece novas regras para a publicidade e a promoção comercial desses alimentos.
O objetivo é proteger os consumidores de práticas que possam, por exemplo, omitir informações ou induzir ao consumo excessivo. "O consumidor é livre para decidir o que comer. No entanto, a verdadeira liberdade de escolha só acontece quando ele tem acesso às informações daquele alimento, conhece os riscos para a sua saúde e não é induzido por meio de práticas abusivas", afirma a gerente de monitoramento e fiscalização de propaganda da Anvisa, Maria José Delgado.
Ainda segundo o órgão, com a nova resolução, ficam proibidos os símbolos, figuras ou desenhos que possam causar interpretação falsa, erro ou confusão quanto à origem, qualidade e composição dos alimentos. Também não será permitido atribuir características superiores às que o produto possui, bem como sugerir que o alimento é nutricionalmente completo ou que seu consumo é garantia de uma boa saúde.
Uma das grandes preocupações da resolução está focada no público infantil, reconhecidamente mais vulnerável. Por isso a nova resolução dá especial importância à divulgação acerca dos perigos vinculados ao consumo excessivo de determinados produtos.
Alertas
Ao se divulgar ou promover alguns alimentos será necessário veicular alertas sobre os perigos do consumo excessivo. Para os alimentos com muito açúcar, por exemplo, o alerta é "O (marca comercial) contém muito açúcar e, se consumido em grande quantidade, aumenta o risco de obesidade e de cárie dentária".
No caso dos alimentos sólidos, esse alerta deverá ser veiculado quando houver mais de 15g de açúcar em 100g de produto. Em relação aos refrigerantes, refrescos, concentrados e chás prontos, o alerta será obrigatório sempre que a bebida apresentar mais de 7,5 g de açúcar a cada 100 ml.
Na TV, o alerta terá de ser pronunciado pelo personagem principal. Já no rádio, a função caberá ao locutor. Quando se tratar de material impresso, o alerta deverá causar o mesmo impacto visual que as demais informações. E na internet, ele deverá ser exibido de forma permanente e visível, junto com a peça publicitária.
Os alertas deverão ser veiculados, ainda, durante a distribuição de amostras grátis, de cupons de descontos e de materiais publicitários de patrocínio, bem como na divulgação de campanhas sociais que mencionem os nomes ou marcas de alimentos com essas características.
Os fabricantes de alimentos, anunciantes, agências de publicidade e veículos de comunicação que não cumprirem as exigências estarão sujeitos às penalidades da lei federal, com sanções que vão de notificação a interdição e multas entre R$ 2 mil e R$ 1,5 milhão.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

ONU destina US$ 5 bilhões para limpar agente laranja no Vietnã

O Programa de Nações para o Desenvolver (PNUD) anunciou nesta segunda-feira um projeto de 5 milhões de dólares para a descontaminação do agente laranja, um produto químico tóxico utilizado pelos americanos durante a Guerra do Vietnã.
Entre 1961 e 1971, os Estados Unidos lançaram dezenas de milhões de litros do desfolhante agente laranja para destruir as selvas e cultivos utilizados pela guerrilha vietnamita, mas que continha dioxina, um subproduto cancerígena.
Segundo as associações de vítimas, este herbicida, que causou câncer, cegueira, enfermidades da pele e malformações físicas, afetou direta ou indiretamente entre dois e quatro milhões de pessoas.
Este projeto estará destinado ao aeroporto de Bien Hoa, perto da capital econômica de Ho Chi Minh (ex-Saigon, sul). Trata-se da zona mais contaminada, de acordo com a ONU. Outras duas ex-bases aéreas dos Estados Unidos, em Danang e Phu Cat (centro), foram identificadas como zonas muito afetadas.

Site dá dicas a cuidadores de Alzheimer

Com o objetivo de oferecer apoio aos cuidadores, a As sociação Brasileira de Alzhei mer (Abraz), com apoio da No vartis, está realizando encontros virtuais pelo portal www.cuidadoresnaweb.com.br. Em cada um dos eventos on-line, os participantes poderão tirar suas dúvidas sobre os diversos temas relacionados à doença. O próximo encontro acontece hoje, às 21 horas, com o tema “tratamento da doença de Alzheimer”. Os especialistas abordarão as diferentes formas de tratamento que beneficiam o cotidiano do paciente e do cuidador e ajudam a minimizar os prejuízos decorrentes da doença.

Contêineres irão suprir falta de postos de saúde

MACEIÓ – Diante do cenário caótico deixado pelas enchentes, as autoridades alagoanas estão sendo obrigadas a improvisar. A Secretaria de Saúde do Estado utilizará contêineres nas cidades que tiveram unidades de saúde destruídas pelas enchentes. “Vamos implantar essa estrutura, que já foi utilizada em vários países e cidades do Brasil. O que não podemos é deixar a população desassistida, porque a reconstrução de um posto de saúde leva entre seis meses e um ano para ficar pronto”, informou o secretário de Saúde, Herbert Motta. Outras opções como o aluguel de casas e instalação de módulos pré-moldados também são analisadas.
As enchentes provocaram a destruição de 43 unidades de saúde e parte do hospital do município de Paulo Jacinto, que tem custo de reforma estimado em R$ 1,2 milhão. Dois engenheiros especialistas do Rio Grande do Sul chegaram a Alagoas e vão começar a avaliar os danos nas unidades e elaborar projetos de reconstrução.
Segundo o superintendente da Atenção à Saúde do Estado, Vanilo Soares, doenças bacterianas e viróticas devem começar a aparecer a partir de agora entre as vítimas das cheias dos rios. “Num primeiro momento a preocupação foi com as doenças de veiculação hídrica e atendimento aos feridos. Distribuímos hipoclorito de sódio para a população beber água, já que ainda há problemas de abastecimento. Em oito a dez dias começam a aparecer as doenças transmitidas por vírus e bactérias. Estamos nos preparando para esse crescimento”, disse. Até ontem, cinco municípios atingidos pelas enchentes continuavam sem água encanada.
O Estado já recebeu o terceiro hospital de campanha, que deve ser instalado hoje em Branquinha, cidade mais destruída pelas enchentes. Também ontem foi anunciada que a falta de medicamentos foi suprida com a chegada de oito toneladas de remédios doadas por vários Estados.
Ontem foi divulgada a informação de que, das 34 vítimas das enchentes até agora contabilizadas em Alagoas, apenas 18 corpos chegaram ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Maceió para exames legistas e liberação do atestado de óbito. Desses, quatro ainda não identificados permanecem guardados no local. Para serem oficialmente reconhecidos como mortos e enterrados, todos precisam passar pelo IML.
O coordenador da Defesa Civil de Alagoas, tenente-coronel Neotônio Santos, explica que, diante situação de caos, alguns enterraram suas vítimas de forma emergencial, sem seguir os trâmites legais. Segundo ele, um levantamento começou a ser feito pela defesa civil para “não deixar indício de irregularidade, nem em relação aos danos nem em relação às mortes”, afirma.

ALERTA
Por conta das chuvas que caem em Pernambuco, a Defesa Civil de Alagoas emitiu um comunicado ontem à tarde às autoridades municipais, informando que estava monitorando os índices pluviométricos, mas que, até a noite de ontem, não havia motivo para preocupação.

sábado, 26 de junho de 2010

Plano de saúde poderá ser punido mesmo se autorizar procedimento em 5 dias

Com o novo mecanismo de conciliação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as operadoras de planos de saúde poderão ser punidas mesmo se ajustarem suas condutas dentro do prazo estabelecido de cinco dias e autorizarem os procedimentos após a denúncia, caso sejam comprovados danos à saúde do paciente. O novo mecanismo passa a funcionar a partir de agosto.
"A reparação por parte da operadora só é reconhecida quando não há prejuízo para a saúde do beneficiário, em razão do lapso temporal entre a solicitação e a efetiva autorização do procedimento", afirmou o diretor de fiscalização da ANS, Leandro Tavares. "Caso seja comprovado o prejuízo, a operadora fica sujeita às sanções previstas na regulamentação." Atualmente, processos abertos a partir de denúncias de consumidores podem levar até 90 dias e, quando são verificadas irregularidades, as reclamações geram multas às operadoras, sem benefício aos prejudicados.
Com a implantação da Notificação de Investigação Preliminar (NIP), as administradoras denunciadas por negar pedidos de cobertura de exames, tratamentos e cirurgias terão até cinco dias úteis após a notificação para prestar esclarecimentos à ANS.
Estrutura. A ANS diz que não mudará sua estrutura de atendimento para acelerar a apuração das denúncias, mas diz que está pronta para receber demandas dos clientes.

Uma semana depois, Nordeste já sofre com epidemias causadas pela chuva

Um surto de diarreia em Maraial, na Zona da Mata Sul, a 133 quilômetros do Recife, acendeu o alerta entre autoridades de saúde que monitoram municípios afetados pelas enchentes que já mataram 52 pessoas e deixaram 157,5 mil sem casa em Pernambuco e Alagoas. Elas temem uma onda de epidemias, como leptospirose e cólera, cujos sintomas levam ao menos uma semana para aparecer.
A informação do surto foi dada anteontem pelo prefeito de Maraial, Marcos Maraial, às autoridades regionais de saúde. Em Palmares, cerca de 80 pessoas da cidade e de municípios vizinhos já procuraram atendimento no Hospital Menino Jesus por causa de vômitos. O equipamento privado passou a ser a referência local depois que o Hospital Regional de Palmares, que atende 22 municípios da região, foi totalmente destruído ao ficar dois dias embaixo d"água.
"Por enquanto, só nos resta tomar medidas para evitar a desidratação que pode ser causada pela diarreia. Vamos fazer exames para monitorar esses casos", diz o médico Evandro Arraes de Alencar Noronha, gerente da 3.ª Regional de Saúde e responsável pelos atendimentos na área.
Cólera. O temor e a supervisão redobrada das autoridades em relação à manifestação de sintomas de doenças epidêmicas ainda é motivado pelo fato de a cólera ser endêmica na região da Zona da Mata Sul. O bacilo foi controlado somente nos anos 1980 em Cortês, município vizinho a Palmares. Mas, como é resistente, pode voltar a se proliferar em condições ambientais e sanitárias propícias para o contágio, que ocorre principalmente quando há carência de rede de esgoto e de água potável.
"Com lama e falta d"água, o rio fica contaminado e as doenças podem se propagar rapidamente. Os casos de vômitos mostram o tamanho do problema da sujeira", alerta Noronha.
Para piorar, a rede hospitalar de toda a região da Zona da Mata Sul foi amplamente danificada com as cheias. Além do Hospital Regional, que atende 22 municípios, foram totalmente destruídos Hospitais de Pequeno Porte (HPP) em Jaqueira, Água Preta e Cortês. Em Palmares, a equipe do hospital arrasado está espalhada pelos prédios de dois hospitais privados.
Preocupação. Para investigar os sintomas das doenças que começam a se manifestar, a 3.ª Regional de Saúde já começou a administrar um hemocentro e um laboratório de análises para identificar sinais de doenças contagiosas e tentar conter a proliferação. Os doentes estão sendo atendidos graças à colaboração de equipes médicas da Aeronáutica, instaladas em Barreiros, e núcleos do Exército trabalhando em Água Preta e Cortês.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Transplante de células-tronco restaura visão em olhos queimados

Células-tronco restauraram a visão de 82 entre 112 pessoas que ficaram cegas por queimaduras químicas ou causadas por fogo.
Nos casos em que a visão foi recuperada, a acuidade visual chegou a 90%, relata Graziella Pellegrini, da Universidade de Modena, na Itália, líder da pesquisa. A visão restabelecida permaneceu estável por até dez anos (tempo em que os pacientes foram acompanhados).A maioria dos pacientes sofreu queimaduras em apenas um olho. Isso facilitou o trabalho, pois a equipe de Pellegrini pode tratá-los com células-tronco de córnea extraídas do olho saudável.
As células-troncos foram obtidas do limbo, disco próximo à íris, parte colorida do olho. As células restauraram a transparência das córneas, que haviam ficado opacas devido a destruição da reserva de células-tronco nos olhos afetados.
Os resultados, publicados no periódico "The New England Journal of Medicine", são uma boa notícia para pesquisadores de células-tronco. Recentemente, um paciente morreu após receber um tratamento experimental, o que levantou dúvidas sobre a segurança desse tipo de abordagem.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

1º exame nacional para gripe suína vai acelerar resultado

O Ministério da Saúde apresenta hoje o primeiro exame totalmente desenvolvido no País para diagnosticar gripe suína e que poderá acelerar a obtenção de resultado.
Feito em parceria pelos institutos Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Bio-Manguinhos e Biologia Molecular do Paraná (IBPM), o teste passará a ser usado nos três laboratórios de referência para a doença, Adolfo Lutz (SP), Evandro Chagas (PA) e Fiocruz (RJ) e nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública do Paraná, de Brasília e de Salvador.
O custo do produto brasileiro é de 30% do valor do teste importado. Mas, para integrantes do projeto, a importância do kit brasileiro não está na economia. "O domínio da tecnologia é estratégico. Garantimos autonomia e agilidade", afirma o pesquisador Marco Aurélio Krieger, do Instituto Carlos Chagas e do IBPM.
Em 2009, após os primeiros casos, o Brasil teve de esperar cerca de 20 dias para receber kits indispensáveis para saber se o vírus havia chegado.
Quando a pandemia estava em curso, formou-se fila de espera para receber resultado de testes. Diagnósticos que deveriam ser concluídos em 72 horas passaram a ser divulgados depois de mais de semanas. Uma demora creditada à falta de testes na quantidade necessária.
"A agilidade na realização e obtenção dos resultados dos exames é essencial. É o primeiro passo para saber o comportamento, a dimensão da doença no País", avalia o diretor de Bio-Manguinhos, Artur Roberto Couto.
A ideia é que o teste possa ser adaptado para diagnosticar eventuais mutações do H1N1. 

Eficiente, vacina contra o HPV ainda é inacessível

Em 2010 devem ser registrados, segundo a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 18 mil novos casos de câncer do colo do útero no Brasil. Por ano, a doença atinge 500 mil mulheres em todo o mundo e pelo menos metade delas acaba morrendo. Muitos desses casos poderiam ser evitados com a vacina que previne contra a infecção pelo HPV (papilomavirus humano). No entanto, a imunização ainda não é feita de forma massiva, principalmente por causa do alto preço da vacina. Existe hoje dois tipos de vacinas no mercado. Em abril deste ano, a GlaxoSmithKline, fabricante de uma delas, anunciou uma redução de preço em 50%. Com isso, a dose que custava R$ 229,33 passou a ter um preço de R$ 114,67. Mesmo assim, o Ministério da Saúde ainda não tem uma previsão de quando a vacina será incluída no calendário público. Como ela é administrada em três doses, a estimativa é que o custo para cobrir a população de meninas com idade entre 12 e 13 anos seria de aproximadamente R$ 1,8 bilhão.
Apesar do preço elevado, especialistas defendem os benefícios da vacina. As duas versões disponíveis hoje protegem contra os tipos de HPV mais frequentes e perigosos, já que se estima que existam mais de 100 tipos diferentes. Os vírus de alto risco, e portanto com maior probabilidade de provocar lesões pré-cancerosas, são os tipos 16, 18, 31, 33, 45 e 58. Já os HPV de tipo 6 e 11 são encontrados na maioria das verrugas genitais e, embora sejam frequentes, não oferecem risco de progressão para malignidade. Contaminação
Acredita-se que 80% das mulheres sexualmente ativas vão contrair um ou mais tipos de HPV ao longo da vida. Um estudo americano feito com estudantes universitárias mostrou que três anos após iniciarem a vida sexual, 60% das meninas já haviam sido contaminadas. No Brasil, um levantamento feito no Rio de Janeiro pela Fiocruz com 403 garotas revelou que, um ano após o início da vida sexual, 24% delas já apresentam lesões causadas pelo HPV.
Apesar disso, pesquisas internacionais que acompanharam jovens vacinadas no ano 2000 mostraram que quase uma década depois elas continuavam imunes. “A vacina é importante porque a infecção pelo vírus não produz imunidade. Se você contrai um tipo de HPV, pode contraí-lo novamente e também continua suscetível aos outros vírus”, explica o professor adjunto do departamento de Toco­­ginecologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenador do Setor de Infecções/DST-Aids na Mulher do Hospital das Clínicas, Newton Carvalho.
Em países como Estados Unidos a vacina já tem indicação também para meninos e até mesmo mulheres com mais de 26 anos. Um estudo internacional realizado em 2008 no Brasil, México e nos Estados Unidos, com 4,2 mil homens entre 18 e 70 anos, revelou que 72% dos brasileiros têm o vírus. “Do ponto de vista de saúde pública é importante vacinar os meninos para que eles não transmitam o vírus para as meninas, que têm mais risco de desenvolver câncer. Mas pensando na saúde dos meninos, é importante porque eles também estão sujeitos a ter verrugas genitais”, explica o in­­fectologista do laboratório Frisch­­­mann Aisengart, Jaime Rocha.
Transmissão
A transmissão do HPV se dá por contato direto com a pele infectada. Os HPV genitais são transmitidos por meio das relações sexuais, podendo causar lesões na vagina, no colo do útero, no pênis e no ânus. “Em grande parte das vezes o sistema imunológico consegue combater a infecção, eliminando o vírus”, diz Carvalho.
Em 10% dos casos, uma lesão causada pelo HPV evolui para câncer do colo do útero. Sabe-se que alguns fatores aumentam o risco de tumores, entre eles o número elevado de gestações, uso de contraceptivos orais, tabagismo, infecção pelo HIV e outras doenças sexualmente transmitidas. De acordo com o médico ginecologista Rosires de Andrade, professor da disciplina de Reprodução Humana da UFPR e investigador de protocolos HPV no Brasil, é importante lembrar que a vacina não exclui a necessidade de fazer anualmente o exame preventivo do câncer nem a importância de ter relações sexuais com proteção. “A porcentagem de mulheres que fazem o preventivo de câncer no Brasil ainda é baixa, principalmente entre as mais velhas”, comenta.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Menino autista quebra silêncio

O britânico Jamie Ponsonby não consegue falar e durante anos permaneceu preso em seu próprio mundo.
Sua família, porém, o ensinou a usar um teclado de computador e hoje em dia o garoto de 13 anos, que sofre de autismo, consegue não apenas se expressar como também escrever poemas.
Sua mãe, Serena, disse que isso permitiu que Jamie se comunicasse com a família e que, assim, ela pudesse entendê-lo melhor.
"Nós não tínhamos ideia de que havia uma pessoa lá dentro que sabia tudo", afirmou ela.
Emoções e senso de humor"Por meio da digitação nós descobrimos que ele sabe todo tipo de coisa. Ele está totalmente ciente de tudo, seu senso de humor está totalmente ali. Ele tem uma poesia linda, seus sentimentos e emoções são todos perfeitamente normais e acima da média para sua idade."
O diretor de pesquisas da entidade beneficente Research Autism, Richard Mills, disse que casos como o de Jamie são relativamente raros.
Ele disse que a técnica usada pelos pais de Jamie para ajudá-lo a se comunicar - conhecida como comunicação facilitada - apesar de polêmica, tem mostrado bons resultados.
Ela foi introduzida pela primeira vez na Austrália nos anos 70 e consiste em alguém apoiar a mão, o pulso ou o braço de um a pessoa com deficiência comunicativa enquanto esta usa um teclado ou outro aparelho para formar palavras e frases.
"Nós sabemos que pessoas com autismo muitas vezes precisam de muito tempo de processamento. Eles precisam que as coisas sejam visuais, então palavras digitadas em um teclado tendem a funcionar melhor (do que outras formas de comunicação como o uso da fala, por exemplo)".
Paciência-Serena disse que apesar de Jamie digitar com lentidão - ele levou duas semanas para digitar seu poema sobre autismo - ele está, aos poucos, ficando mais rápido e independente.
Ela percebeu que havia um problema com seu filho quando ele tinha 18 meses de idade.
"Ele foi diagnosticado com dois anos e meio, mas desde os 18 meses eu sabia que algo não estava certo. Ele costumava adorar música mas começava a gritar quando eu o levava para aulas de música", disse ela.
Durante alguns anos após seu diagnóstico, Jamie perdeu mais e mais habilidades , incluindo a fala. Ele tinha uma habilidade limitada para se comunicar por meio de sinais, portanto a comunicação se tornou difícil.
"Nós começamos a estimulá-lo a digitar aos nove anos de idade, após eu ler um livro sobre alguém que achava mais fácil digitar, apesar de ela saber falar", contou Serena.
"Pensei que talvez pudesse ser um caminho diferente. Começamos a estimulá-lo a digitar as palavras que ele sabia usar com sinais e fizemos progressos bem, bem lentos. Nós muitas vezes pensamos em desistir."
"Depois de alguns anos ele começou a ler placas e vimos que ele conseguia ler. Começamos a fazer perguntas e ele digitava todo tipo de coisa que nem sabíamos que ele conhecia", disse a mãe.
"Como uma família, isso nos permitiu a saber que existe alguém ali que sabe tudo que está acontecendo. Ele adora viajar e se você sabe que ele está ganhando algo com isso, sua paciência aumenta."
"Você não fala com ele como com alguém que não entende - sua autoestima e confiança estão infinitamente melhores."
Apesar do sucesso descrito pela família, a técnica da comunicação facilitada é criticada por cientistas que questionam o grau de interferência dos responsáveis no momento de comunicação pelo teclado.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Lula promete hospital de campanha e MP para liberar recursos para AL e PE, que sofrem com chuvas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu enviar recursos federais e criar um hospital de campanha para ajudar as vítimas das chuvas que atingem Pernambuco e Alagoas desde a semana passada. Até o momento, 31 pessoas morreram nos dois Estados e mais de 70 mil estão desabrigadas.
“O primeiro cuidado é salvar vidas. O hospital de Palmares [em Pernambuco, na divisa com Alagoas] foi totalmente alagado. Nós estamos preparando um hospital de campanha da Aeronáutica para mandar para lá, e vamos ver, a partir de agora, como é que baixa a água para gente poder começar a limpar a cidade”, afirmou Lula nesta segunda-feira (21), durante o seu programa de rádio Café com o Presidente.
Lula ainda afirmou que enviou, no sábado, três ministros [dos Transportes, das Cidades e da Integração Nacional] para que analisassem o tamanho do prejuízo e o que poderia ser feito emergencialmente. Ele prometeu envio de recursos o mais breve possível para apoiar os Estados.
“Ainda ontem [domingo] à noite eu conversei com o governador de Alagoas [Teotonio Vilela Filho], conversei com o governador de Pernambuco [Eduardo Campos]. Certamente eles irão hoje à Brasília para que a gente possa conversar, para que a gente faça a MP [medida provisória] para liberar recursos para tentar evitar um mal maior. A chuva foi muito pesada. Tem muita gente desabrigada, tanto em Pernambuco quanto em Alagoas. Em Alagoas, ainda ontem o governador me avisou que tem mil pessoas desaparecidas. Tem muitas cidades que a água está cobrindo os telhados das casas”
O presidente ainda explicou que a reconstrução das casas só poderá ser feita num segundo momento, quando o nível da água baixar e todos os feridos forem atendidos. “Nós temos que esperar agora a água baixar para gente poder fazer o levantamento real dos prejuízos e ver aquilo que a gente pode fazer. Teve várias pontes que caíram, inclusive de estradas que nós estávamos construindo, que vai levar algum tempo para recuperar, mas nós temos que trabalhar com toda a urgência. Eu tenho certeza que nós vamos dar conta”, garantiu.
Em Alagoas, 19 pessoas morreram por conta das enchentes de cinco rios, que transbordaram e atingiram 21 cidades. Segundo a Defesa Civil Estadual, 1.087 pessoas estão desaparecidas. Já em Pernambuco, 12 pessoas morreram.
A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros de Alagoas lançaram uma campanha para receber doações de agasalhos, comida e água. Todas as sedes dos Bombeiros, do Exército e da secretarias de Estado estão recebendo donativos. Uma conta bacária ainda deve ser aberta para receber doações em dinheiro de pessoas de outros Estados. "Nossa maior preocupação é comida e água potável, que estão faltando nas cidades", disse o coordenador da Defesa Civil, Neitônio Freias.

domingo, 20 de junho de 2010

Imagens distorcidas-ALIMENTAÇÃO

O termo manorexia abrange todos os distúrbios alimentares que povoam o universo masculino. O transtorno pode se apresentar na forma de restrição alimentar pura (anorexia nervosa) ou com episódios de compulsão alimentar, através da compensação com vômitos, uso de diuréticos e laxantes ou com a prática de atividade física em excesso ( bulimia nervosa).Também pode definir a presença de um transtorno alimentar, o paciente que expressa uma preocupação exagerada com a composição calórica ("contar calorias") e a preparação dos alimentos. A obsessão com a imagem corporal, refletida no espelho e no peso na balança, também é forte indicativo do aparecimento desse tipo de distúrbio.Negação"Os pacientes com manorexia costumam ser trazidos ao consultório pelos familiares, já que uma das características é a negação da doença. Nos transtornos de conduta alimentar é importante salientar que quanto mais crônicos são os sintomas pior a resposta ao tratamento", afirma Dra. Maria Del Rosário, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e autora do livro "Transtornos da conduta alimentar na nutrologia médica".Segundo a médica, por não admitir a doença e desconhecer os excessos em seu comportamento, o jovem precisa ser observado de perto pelos familiares e amigos. "Os mais próximos devem ficar atentos aos seguintes sintomas: obsessão por todos os assuntos relacionados à comidas e calorias, distorção da imagem corporal ao se olhar no espelho, preocupação por comer saudável, perfeccionismo ao extremo em tudo que faz e isolamento social em casa evitando festas", diz Del Rosario.Cada paciente precisa ser avaliado por vários profissionais (nutrólogo, clínico, psicólogo e psiquiatra). "Se forem observados problemas de relacionamento familiar ou de isolamento social, deve ser encaminhado para tratamento psicológico. Se houver alguma comorbidade psiquiátrica (depressão ou transtorno obsessivo compulsivo), o paciente também deve ser submetido a um tratamento psiquiátrico, esclarece a médica.O nutrólogo costuma ser o primeiro especialista a observar mudanças no comportamento dos pacientes com transtornos alimentares, cabendo a ele solicitar os exames laboratoriais e oferecer orientação (tratamento nutrológico, técnicas cognitivo comportamentais e reeducação alimentar).DiferençasOs homens apresentam quadros bem distintos dos apresentados pelas mulheres. Entre as complicações mais frequentes estão as relacionadas com desidratação, hipotensão arterial, perda óssea e queda nos níveis de testosterona. Sintomas como cansaço, perda de força, queda de cabelo são comuns em consequência dos estados de desidratação e desnutrição. Como são quadros que podem evoluir para o óbito, " é fundamental que se realize o diagnóstico precoce do transtorno para que o paciente seja submetido ao tratamento adequado", destaca Dra. Del Rosario."É importante lembrar que a anorexia nervosa é o transtorno que mais mata dentro das doenças psiquiátrica", diz a especialista.Fique por dentro Fatores de riscoentre os fatores de risco mais importantes para que os homens desenvolvam transtornos alimentares estão os biológicos (ex: obesidade e puberdade); os socioculturais (principalmente em profissões como a de bailarinos, modelos, doublés e atletas), assim como a pressão exercida pela mídia, pais e amigos, os apelidos e críticas recebidos na infância em relação ao corpo ou ao peso. Entre os fatores psicológicos e de personalidade estão: homosexualismo, perfeccionismo, uso de álcool e drogas.A anorexia nervosa é mais evidenciada em homens na faixa dos 10 aos 19 anos, na proporção de 2 em 100 mil indivíduos/ano, ao passo que a bulimia nervosa atinge os homens na mesma faixa etária, dos entre os 10 e os 19 anos, mas numa proporção ainda maior, na proporção de 3,4 em 100 mil indivíduos/ano.

sábado, 19 de junho de 2010

Não há estatísticas no Ceará-DEPENDÊNCIA QUÍMICA

O Ceará não dispõe de estatísticas relacionadas ao consumo de drogas. Quem afirma é o presidente do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas do Ceará, Herman Normando Almeida. De acordo com ele, a dimensão do problema ainda é desconhecida no Estado, o que acaba dificultando a aplicação das verbas destinadas a ações de repressão, tratamento e reinserção na sociedade. "Como e quanto investir numa coisa que você não conhece?", questiona. "Hoje, as pessoas morrem e as causas são ataques do coração, problemas respiratórios, suicídio, mas em muitos casos a droga aparece como verdadeira causa. Só que não aparece", denúncia.Por isso, o foco da Semana Estadual sobre Drogas, que será lançada hoje, no auditório da Secretaria da Segurança e Defesa Social (SSPDS), e prossegue até o próximo dia 26, é o lançamento da Política Estadual Sobre Drogas e a proposta de criação da Secretaria Estadual de Políticas sobre Drogas. "A Política definiria as ações do Estado em áreas como saúde e educação, voltadas para o combate às drogas, e a Secretaria seria a responsável por centralizar estas iniciativas", diz Herman.O material será entregue ao governador Cid Gomes, a quem cabe a análise e autorização para a execução das ideias. Caso a Política e a Secretaria sejam implantadas, o Ceará tornar-se-á o segundo Estado brasileiro a adotar uma estratégia específica para o combate ao uso de drogas. "Minas Gerais já coloca em prática iniciativas semelhantes com sucesso", revela Herman.Para ele, as principais dificuldades enfrentadas no combate às drogas no Ceará são o "corpo insignificante" da polícia especializada, a falta de locais para internamento dos dependentes químicos e de pessoal especializado nas unidades de saúde, além da ausência de programas eficazes de reinserção social para os ex-dependentes químicos. "É muito importante investir em prevenção, claro, mas é preciso também cuidar dos usuários de hoje", acrescenta.PastoralO coordenador de Formação da Pastoral da Sobriedade da Arquidiocese de Fortaleza, Rogério Melo, avalia que a situação é ainda mais grave para os dependentes de baixa renda. "Para estas pessoas o problema aparece tanto no início do vício, dada a facilidade de acesso às drogas e a falta de políticas de educação inclusivas, quanto na dificuldade para se livrarem do vício".Melo também afirma que não há estatísticas oficiais sobre o consumo de drogas no Estado. Os únicos dados disponíveis, destaca, são informações de entidades do setor. A Pastoral tem seu próprio levantamento, feito com base nos atendimentos, nos cursos e grupos de autoajuda que realiza.Criada há cinco anos, a Pastoral contabiliza 139 agentes capacitados, três cursos e 17.599 atendimentos, incluindo usuários e seus familiares. Conforme Rogério Melo, no início, o álcool e a maconha se revezavam na primeira posição no ranking das drogas utilizadas nos casos recebidos ali. Há cerca de três anos, porém, o crack vem avançando e, este ano, já responde por 37,3% dos atendimentos.

Dengue: Rio em alerta

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, alertou ontem para a possibilidade de reintrodução, no Rio de Janeiro e em outros estados, do vírus que provoca a dengue do tipo 1.
– A reintrodução é quase uma certeza, mas já estamos começando todo um planejamento com o governo do Rio de Janeiro e com os municípios para termos uma drástica redução da presença do vetor – afirmou o ministro.
Segundo Temporão, R$ 1 bilhão foram destinados ao plano de combate à transmissão do vírus.
– O grande desafio é manter a presença do mosquito em níveis baixos.
Não é simples, mas o Rio de Janeiro, ano passado e este ano, teve um bom desempenho.
O ministro da Saúde ressaltou que a situação requer atenção: – Há uma população suscetível, e isso pode causar casos mais graves em crianças e adolescentes.
Pessoas que tiveram doenças em surtos anteriores podem desenvolver a dengue hemorrágica O superintendente de vigilância ambiental e epidemiológica da Secretaria estadual de Saúde do Rio, Alexandre Chieppe, afirmou que não há perspectiva de epidemia da doença este ano.
– Estamos trabalhando para conscientizar a população, mas o tipo 1 é o que causa menos complicações.
Não há previsão de epidemia, mas trabalhamos duro como se houvesse.
No verão deste ano o tipo 1 circulou de forma mais intensa em nove municípios do estado, entre eles a capital, Cabo Frio, Porciúncula, Belford Roxo e Valença.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Acordo para remédio de câncer economizará US$ 400 milhões ao SUS

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou uma economia de R$ 400 milhões em dois anos e meio para o Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de um acordo com a Novartis, fabricante do comprimido de misilato de imatinibe, conhecido como Glivec, usado no tratamento dos 7,5 mil pacientes do SUS com leucemia mieloide crônica e com um tipo de câncer gastrointestinal.
Com a decisão de centralizar a compra, o Ministério da Saúde conseguiu baixar o preço da dose em cerca de 50%.
O acordo é um dos maiores celebrados pelo Ministério da Saúde. No ano passado, o ministro informou que a economia foi de R$ 170 milhões na aquisição de nove remédios.
"Este é um esforço que o Ministério da Saúde vem fazendo mudando a política de compra. Isto vai nos permitir aperfeiçoar políticas, incorporar novos medicamentos, melhorar a remuneração das ações na política de atenção ao câncer", declarou Temporão.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Brasil ultrapassa meta ao vacinar mais de 81 milhões de pessoas contra a gripe H1N1

O Ministério da Saúde afirma que ultrapassou a meta de vacinação contra a gripe suína e que 88% do público alvo de 92 milhões de brasileiros já foram imunizados. Os dados, correspondentes até o dia 16 de junho, foram divulgados nesta quinta-feira (17) no último balanço da vacinação contra a gripe A no país.
O total de pessoas imunizadas, até o momento, corresponde a 42% da população brasileira. O dado coloca o Brasil na condição de país que mais vacinou em termos de percentual da população total, superando o índice alcançado por países como Estados Unidos (26%), México (24%), Suíça (17%), Argentina (13%), Cuba (10%), França (8%) e Alemanha (6%). A vacinação contra a gripe H1N1 é também a maior já ocorrida no mundo, ultrapassando a vacinação contra a rubéola realizada no país, que alcançou 67 milhões de pessoas, em 2008.
“Os números mostram o sucesso da estratégia, uma vitória de todo o Sistema Único de Saúde e da sociedade brasileira”, resume o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. “Isso demonstra o grande trabalho dos vacinadores e a confiança da população no Programa Nacional de Imunizações”.
Nos grupos populacionais específicos, a meta de vacinar pelo menos 80% do público-alvo foi atingida entre doentes crônicos, crianças menores de 2 anos, adultos de 20 a 29 anos, trabalhadores de saúde e indígenas. Ainda não atingiram a meta o grupo de adultos de 30 a 39 anos (70% de cobertura), gestantes (73%) e crianças de 2 anos a menores de 5 (40% de cobertura).
No caso das crianças menores de 5 anos, no entanto, a estimativa é que a cobertura real seja muito maior. Isso porque muitas delas podem ter se imunizado junto com a faixa etária dos menores de 2 anos, que atingiu 119% da cobertura. Além disso, parte das crianças menores de cinco anos também foi vacinada na etapa de doentes crônicos. Estima-se que cerca de 35% dos doentes crônicos de 2 a 9 anos estejam na faixa entre 2 e 4 anos.
Em relação às gestantes, o índice alcançado está dentro do esperado, pois o público-alvo foi calculado com base na estimativa de nascimentos no SUS para todo o ano. O cálculo inclui, portanto, gestantes que deram à luz antes da vacinação, as mulheres que vão engravidar após a vacinação e as gestações que não chegaram ao fim.O Ministério da Saúde recomenda que os municípios adotem estratégias, de acordo com a realidade local, para continuar vacinando os grupos que ainda estão com baixa cobertura.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Médicos testam sistema que alerta epilético antes de ataques

Médicos australianos estão testando um sistema com sensores elétricos dentro do crânio para alertar pacientes epiléticos antes que eles tenham ataques.
Os sensores enviam mensagens a um dispositivo implantado no peito do paciente, que por sua vez manda sinais a um pager que alerta o paciente sobre o ataque iminente.
Segundo Mark Cook, um dos integrantes da equipe do Melbourne St Vincent Hospital, em Melbourne, se funcionar, o sistema representará um "avanço impressionante".
"Nunca imaginamos que seríamos capazes de prever ataques epiléticos dessa maneira", disse.
"Se funcionar como esperamos, (o sistema) vai transformar a vida de muitas pessoas."
EletricidadeA epilepsia é um distúrbio neurológico crônico que pode provocar convulsões repentinas, perda de consciência e outros sintomas.
Os eletrodos instalados dentro do crânio do paciente comunicam quaisquer mudanças na atividade elétrica do cérebro ao dispositivo no peito.
A ideia é que o aviso do pager dê ao paciente tempo suficiente para tomar remédios ou alertar amigos e a família.
A primeira pessoa a testar a nova técnica é Jason Dent, de 26 anos, que mora na cidade de Hobart, na Austrália.
Dent sofre de uma forma grave de epilepsia que não pode ser controlada com remédios ou procedimentos cirúrgicos.
Sua mãe, Helen Crossin, está esperançosa.
"Se soubesse que ele estava seguro, eu poderia relaxar um pouco mais", ela disse.
Crossin acrescentou que seria maravilhoso, para o filho, poder ter algum controle sobre a condição que o aflige a vida toda.
A companhia americana que está desenvolvendo o novo sistema disse esperar que ele esteja disponível no mercado dentro de cinco anos.

terça-feira, 15 de junho de 2010

O remédio mais eficaz contra o câncer de pele

Na última semana, os oncologistas tiveram um ótimo motivo para comemorar. Durante a sessão mais concorrida da conferência anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, realizada nos EUA, os médicos conheceram os resultados da droga ipilimumabe, testada em pacientes com melanoma – o mais agressivo tipo de câncer de pele – em estágio avançado da doença. A substância é o primeiro tratamento eficiente contra a enfermidade lançado em 12 anos. Tudo o que existia até agora não funcionava para 85% dos doentes. “O ipilimumabe aumentou de forma importante a sobrevida dos pacientes. Estamos muito felizes com esse resultado”, disse à ISTOÉ Steven O`Day, líder da pesquisa, feita com 676 pacientes distribuídos por 13 países.
Se em geral o tempo de vida nesses casos era de cerca de seis meses, entre os voluntários do estudo estão pessoas que sobreviveram de dez meses a dois anos e alguns, até mais. “Há pacientes sem sinais da doença há mais de quatro anos”, diz Antônio Carlos Buzaid, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, membro de um comitê internacional do estudo. “Isso sugere a possibilidade de cura.” A droga também aumenta o controle sobre o tumor. Em 30% dos casos, a doença não progrediu por seis meses. Com os tratamentos convencionais, apenas 10% dos pacientes obtêm esse efeito. “O ipilimumabe é uma revolução no tratamento do melanoma avançado”, afirma Buzaid.
O remédio representa também uma inovação no tratamento do câncer de modo geral. Ele tem um mecanismo de atuação novo: a droga inibe a ação de uma substância fabricada pelo corpo destinada a frear as respostas do sistema imune. Livres desse mecanismo, os linfócitos T – integrantes do exército de defesa – atacam sem restrições as células doentes. Portanto, o ipilimumabe é o primeiro representante de um grupo de remédios cuja missão é atuar diretamente no sistema de defesa do corpo para fortalecê-lo no combate às células tumorais (leia mais no quadro abaixo).
Por essa razão, há muita expectativa em relação ao potencial da droga contra outros tumores. “É muito provável que o mesmo mecanismo seja útil para tratar outros tipos. Por isso, a droga está sendo investigada também para câncer de próstata e pulmão”, afirma Paulo Hoff, diretor de pesquisa clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. A instituição e o Hospital Amaral Carvalho, em Jaú (SP), participaram do estudo da nova droga.
Em função de seu desempenho, espera-se que o medicamento seja aprovado rapidamente pelas agências reguladoras. Até porque a outra grande aposta, a vacina terapêutica, mostrou-se ineficaz. Na pesquisa sobre a droga, um grupo de voluntários foi tratado só com uma vacina em teste contra a doença, outro recebeu o ipilimumabe e um terceiro tomou as duas substâncias. “A vacina não teve efeito”, disse O`Day. Também há estudos com vacinas para tumores de cabeça e pescoço, pulmão, fígado e mama. Mas até agora foram poucos os avanços. Um deles é a vacina para tratar o câncer de próstata metastático, aprovada recentemente. Nenhuma delas é para evitar o aparecimento da doença, mas sim para retardar sua progressão.
No congresso ficou claro que o tratamento será cada vez mais ajustado ao perfil genético do paciente. Bom exemplo disso é o desempenho da droga crizotinibe, contra os tumores de pulmão em pessoas que nunca fumaram e são portadoras de uma mutação no gene ALK: 65% tiveram regressão dos tumores após oito semanas de terapia. “Cada vez mais, teremos drogas com grande impacto em pequenos grupos”, diz Hoff. “Não existe mais um tratamento que sirva para todos”, diz o médico Artur Katz, de São Paulo.
Muitos estudos apresentados no encontro avaliaram a associação dos anticorpos monoclonais com a quimioterapia. Um deles mostrou que, no caso de câncer de ovário, adicionar o bevacizumabe à quimio e dá-lo sozinho por mais 15 meses após tirar o órgão pode aumentar em 3,8 meses o período livre de sintomas. Porém, não ficou ainda provado se o remédio aumenta o tempo de vida total dessas pacientes. Por isso, seu custo-benefício nesse caso está em estudo.
O fato é que, brevemente, os tumores serão atacados por diversas vias. “Como uma sala que tem várias portas a serem fechadas para impedir o acesso”, explica Sérgio Simon, do Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O cérebro e o futebol

Canarinhos, uni-vos! É chegada a hora de torcer. Seja do jeito que for, em casa ou em um estádio na África do Sul, saiba que este ritual composto por pipocas e vuvuzelas tem explicação científica. A paixão nacional é comandada por um cérebro verde e amarelo. Mais especificamente pelo cerebelo: estrutura classicamente considerada responsável pela coordenação motora que vem sendo observada também nas funções cognitivas.
O futebol estimula nos jogadores e no público várias sequências cognitivas. Ou seja, pensamentos elaborados sobre a partida, com noções de ação e reação, como o desejo de vencer, o medo de perder, as lembranças de situações semelhantes do passado, antecipações sobre as implicações de uma vitória ou uma derrota. Segundo Ana Maria Serra, psicóloga e terapeuta do Instituto de Terapia Cognitiva, de São Paulo, o corpo responde a essas sensações por ordem do sistema nervoso autônomo em forma de tensão muscular, atenção redobrada a cada detalhe do jogo, aceleração cardíaca, alterações respiratórias e suor excessivo. E isso, por sua vez, resulta em comportamentos como gritos de incentivo, xingamentos, hiperatividade, bater palmas e roer as unhas.
Para os mais aficcionados, o jogo pode provocar estresse; enquanto para os torcedores mais relaxados não passa de diversão ou, para os balipodófobos (sim, existem pessoas com fobia de futebol), contrariedade com tamanha comoção pelo mundo onde rola a bola. “Tudo depende do significado que cada pessoa atribui ao futebol. A maioria da população brasileira parece ter crenças culturalmente compartilhadas e reforçadas do tipo ‘este é o país do futebol’, ‘vamos mostrar ao mundo que somos os melhores’. Ou ainda: ‘pelo menos no futebol somos os melhores’. Essas crenças são ativadas em tempo de Copa do Mundo, provocando emoções muito fortes, de ansiedade e raiva, diante de falhas, e forte alegria, diante de vitórias”, diz ela.
Para Luiz Carlos Ribeiro, professor de História da UFPR e integrante do Grupo de Estudos do Futebol e Sociedade, a paixão pelo futebol pode ser explicada pela necessidade do ser humano de criar envolvimentos (como os amorosos, a religião, os partidos políticos) e, com isso, conquistar uma válvula de escape, um ativador da adrenalina ou um agente causador de sofrimento. “Gostamos de futebol por uma questão cultural. Os imigrantes europeus trouxeram para o Brasil o jogo de regras e execução fácil. E o futebol das peladas de bairro, dos talentos individuais, da possibilidade de ascensão por meio do esporte virou mania. Junto disso, vêm os apelos da mídia, os produtos temáticos e a comoção geral. É difícil não gostar, nem que seja em tempos de Copa, como dizem boa parte dos não aficcionados por futebol”, comenta ele. “O melhor é que o futebol tem um caráter lúdico que, no final, se transforma em conversa de botequim. A gente não vive de futebol. Vive com futebol. Ele é parte da vida”, brinca.

sábado, 12 de junho de 2010

Pesquisa constata venda de antibiótico sem receita médica

Pesquisa inédita comprovou a facilidade de comprar antibióticos sem receita. Em todas as 104 farmácias de 10 Estados consultadas pelo estudo, obtido com exclusividade pelo Estado, foi possível obter os medicamentos.

O levantamento foi feito pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), em parceria com oito entidades. A pesquisa contou com o apoio do Fundo de Direitos Difusos e do Fórum Nacional de Entidades Civis de Defesa do Consumidor.

Os 104 estabelecimentos ficam em 11 cidades: São Paulo (SP), Santo André (SP), Campo Grande (MS), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Tubarão (SC), Belo Horizonte (MG), Natal (RN), Jequié (BA), Belém (PA) e Recife (PE). As 104 drogarias visitadas pelo Idec pertencem a 76 empresas - entre elas, Droga Raia, Drogaria Onofre, Carrefour, Drogão, Drogaria São Paulo e Farmácia Preço Popular.

No Brasil, os antibióticos são classificados como tarja vermelha, grupo que compreende os medicamentos que só devem ser vendidos mediante a apresentação de prescrição médica - por essa razão, eles não são encontrados nos balcões das drogarias.

"Nosso objetivo é chamar a atenção para as consequências de uma prática ilegal, sobre as quais os órgãos reguladores atuam timidamente, favorecendo a exposição dos consumidores a riscos à sua saúde", explica Mirtes Peinado, gerente de testes e pesquisas do Idec. Segundo ela, o resultado da pesquisa não surpreende. "Os estabelecimentos farmacêuticos se transformaram em verdadeiros supermercados e lojas de conveniência, onde o medicamento é uma mercadoria como outra qualquer."

Perigos. O uso indiscriminado e a automedicação de antibióticos acarretam diversos riscos para a saúde, como intoxicação e atraso no diagnóstico. Além disso, há o crescimento da resistência bacteriana aos medicamentos - um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que, em países de baixa e média renda, a resistência aos antibióticos de primeira linha fez com que 70% das infecções neonatais não fossem tratadas.

Para o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, os pacientes deveriam confiar no sistema de saúde, e as drogarias, cumprir a lei. "Já existem resoluções e elas são claras", afirma. De acordo com ele, a Anvisa deve debater, na próxima semana, a norma que exige a cópia do receituário e o registro do antibiótico no sistema, no ato da compra. "Nós nos vemos obrigados a transformar o antibiótico em um produto controlado."

Em nota, o presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Barreto, afirma que "a venda sem receita é sintoma da falta de acesso e de políticas públicas de reembolso de medicamentos". Segundo ele, o problema é de gestão pública, com a falta de médicos no serviço público, e da sociedade.



sexta-feira, 11 de junho de 2010

BRASÍLIA - A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fixou nesta sexta-feira, 11, em 6,73% o índice máximo de reajuste para os planos de saúde médico-hospitalares individuais e familiares contratados desde janeiro de 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656/98. O porcentual incidirá sobre os contratos de cerca de 7,4 milhões de consumidores, ou seja, 13% dos 56 milhões de consumidores de planos de saúde no Brasil.Ao receberem os boletos para pagamento, os consumidores devem observar se o porcentual do aumento está devidamente identificado e ficar atentos para eventuais cobranças de valores retroativos. Esse tipo de cobrança só será permitido caso haja defasagem de até três meses entre a data do aniversário do contrato e a primeira aplicação do reajuste.

Em caso de dúvidas, os consumidores devem entrar em contato com a agência pelo Disque-ANS (0800 701 9656); na internet, pela página www.ans.gov.br, no link Fale Conosco; ou pessoalmente, em um dos 12 Núcleos Regionais da ANS distribuídos pelo País.

Veja como será aplicado o reajuste

O índice de reajuste autorizado pela ANS pode ser aplicado somente a partir da data de aniversário de cada contrato, sendo permitida a cobrança do valor retroativo caso a defasagem seja de no máximo três meses.

Deverão constar claramente no boleto de pagamento o índice de reajuste autorizado pela ANS, o número do ofício de autorização da ANS, nome, código e número de registro do plano, além do mês previsto para aplicação do próximo reajuste. A relação dos reajustes autorizados encontra-se permanentemente disponível na página da ANS na internet (www.ans.gov.br).

Nova metodologia em estudo

A metodologia utilizada pela ANS é a mesma desde 2001 e se baseia na média dos reajustes dos planos coletivos, o que traz algumas vantagens para o beneficiário quando esse índice é aplicado aos contratos de planos individuais.

Em 2011, a ANS espera adotar uma nova metodologia de cálculo, ainda em fase de elaboração.

Desde a última segunda-feira, 7, as operadoras de saúde do Brasil são obrigadas a oferecer 73 novos procedimentos na cobertura mínima dos planos. Em algumas especialidades, o limite de consultas também foi estendido.

Vacina antirrábica tem estoque baixo

Os estoques de vacina contra raiva humana estão abaixo do nível de segurança em vários pontos do País. Alegando sucessivos problemas com o laboratório fornecedor - o Instituto Butantã -, o governo não fez a compra programada para 2010. Para não ficar sem o produto, Estados e municípios passaram a fazer remanejamento de estoques: quem tem maior quantidade cede parte das doses para locais onde o problema é mais grave.
Em postos de Brasília, o produto - que não é o mesmo dado aos animais - é usado só nos casos em que não há possibilidade de se observar o animal agressor. No Rio Grande do Sul, a aplicação também ficou mais rígida.
O Ministério da Saúde não informa quanto tempo a vacina vai durar no País nem em que locais o problema é mais grave. Mas, em entrevista por e-mail, a pasta admitiu que, na data da última entrega do produto, 28 de outubro de 2009, o estoque seria suficiente para aproximadamente seis meses - prazo que já terminou. Os Estados e municípios estão trabalhando com os estoques remanescentes.
O consumo médio mensal de vacina antirrábica no País é de 120 mil doses. Além de ser usado em mordidas, o produto é aplicado em profissionais mais expostos à contaminação pelo vírus que provoca a doença, como veterinários.
O Ministério da Saúde e o fabricante da vacina apresentam versões conflitantes sobre as causas da interrupção do abastecimento. O governo federal afirma que o Instituto Butantã não cumpriu prazos de entrega do produto, assumidos em contrato feito em 2008. De acordo com ministério, a entrega de 1,65 milhão de doses, suficiente para atender à demanda de 2009, foi feita com sucessivos atrasos. A pasta informa também que negociações para contrato neste ano tiveram de ser suspensas por causa de dívidas do Butantã com outros órgãos públicos.
O presidente da Fundação Butantã, José da Silva Guedes, faz um relato diverso. "Em 2009, todos os nossos compromissos com o ministério foram quitados, com exceção de um soro antidiftérico, por causa de problemas na produção", assegura. Guedes conta que, no início deste ano, o Butantã encaminhou ao ministério uma carta com a descrição dos produtos disponíveis do instituto para este ano, mas não houve resposta.
"Na época, todos estavam muito envolvidos com a campanha da vacina contra gripe suína. Isso deve ter atrapalhado o ministério", diz. Ele admite que, a partir de abril, houve atraso na prestação de contas, resolvido há poucos dias. "Mas, entre janeiro e abril, não havia nenhum impedimento para assinatura de contratos. Mesmo assim, não fomos procurados", completa.
Guedes conta que somente em maio o Butantã recebeu um e-mail do Ministério da Saúde, solicitando, em caráter de urgência, 2,3 milhões de doses de vacina antirrábica. "Assim que o pedido foi feito, providenciamos a compra com o laboratório Sanofi." Guedes lembra também que o Butantã ofertou ao ministério 13,5 mil doses da vacina que estavam disponíveis nos estoques.
"Somente ontem à tarde o produto foi retirado." As versões do Butantã e do Ministério da Saúde só são coincidentes quando tratam de um novo contrato. O ministério afirma que o contrato deverá ser firmado na próxima semana. Ele afirma ainda que, assim que o documento for assinado, o Butantã se compromete a entregar a vacina.
PRESTE ATENÇÃO
1 A pessoa que é mordida por um animal conhecido e sabe que ele foi vacinado deve apenas cuidar do ferimento. Não é preciso se preocupar com a raiva.
2 Se o animal for conhecido, mas não estiver com a vacina atualizada, é necessário observá-lo durante dez dias.
3 Se o animal for desconhecido, é preciso tomar a vacina após a mordida. 

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Asma, rinite e dermatite podem ser a mesma doença, indicam estudos

Alergia pouca é bobagem. Que o digam as pessoas que sofrem de eczema – um tipo de alergia de pele também conhecido como dermatite atópica –, de rinite e de asma. Mais da metade das pessoas que quando crianças sofreram da primeira, acabam desenvolvendo quando adultas as duas outras. Já a maioria dos pacientes que têm asma já teve crise de rinite. Mais do que uma infeliz coincidência, o que faz as pessoas com uma dessas doenças serem tão suscetíveis às demais é o fato de que esses males podem, na verdade, ser considerados um só.

Os mecanismos que estão por trás deles ainda não são muito bem conhecidos, mas aparentemente são os mesmos, muda apenas a parte do organismo em que eles se manifestam: a pele, no caso da dermatite; o pulmão, na asma; e o nariz, na rinite. É o que os médicos chamam tríade atópica ou tríade alérgica.

A dermatite é uma inflamação de origem alérgica que causa vermelhidão, lesões e coceira em graus que podem variar de um pequeno incômodo a feridas que exigem internação para tratamento. As estatísticas revelam que cerca de 55% dos pequenos portadores da doença estarão livres dos sintomas quando se tornarem adultos. Mas “algo entre 50% e 80% desses pacientes acabam mais tarde desenvolvendo asma e boa parte deles terá também rinite alérgica”, afirma Zuliani. Só para comparar: na população geral, apenas entre 10% e 15% dos adultos sofrem de asma.

Essas estatísticas são corroboradas por um grande estudo realizado na Austrália pelas universidades de Melbourne e Monash, em parceria com o Instituto de Pesquisa Menzies. Os pesquisadores acompanharam a trajetória da saúde de 8.583 pessoas, a partir dos 7 anos de idade, por quase quatro décadas.

A incidência das três facetas da tríade vem se alastrando. Até 1970, as doenças alérgicas acometiam cerca de 10% da população brasileira. Hoje atingem de 30% a 35%. A explosão dos casos resulta, em grande parte, da maior exposição a fatores desencadeantes dos sintomas, como a poluição.

“A hereditariedade é outro fator importante”, ressalta Hamilton Ometto Stolf, professor assistente do departamento de dermatologia da Unesp de Botucatu. Nas crianças que têm um dos pais com rinite, asma ou dermatite atópica, o risco de desenvolver uma das condições é 25% maior – chance que dobra caso os dois pais sofram de uma das três manifestações alérgicas.

Problemas comuns exigem tratamentos muitas vezes semelhantes. No receituário para combater o trio de doenças, costumam marcar presença corticoesteroides – na forma de cremes ou pomadas para dermatite, ou medicamentos para inalaAnti-histamínicos e os chamados antileucotrienos também integram o arsenal de substâncias prescritas aos alérgicos. Na ponta da prevenção, os médicos às vezes recorrem à ção e insuflação no caso de asma e rinite. imunoterapia, as chamadas “vacinas contra alergia”.

Para romper a relação
Em busca de novos tratamentos, pesquisadores buscam agora entender melhor por que a dermatite atópica está relacionada à asma. Na investigação, a pergunta é inevitável: existe uma relação causal entre as duas doenças ou elas apenas se limitam a diferentes faces do mesmo problema? “O eczema não é a única causa da asma, mas possivelmente é uma das causas – e uma causa importante”, disse em entrevista por e-mail à “Unesp Ciência” o pesquisador responsável pelo estudo com os 8.583 australianos, Paul Burgess, do Centro de Epidemiologia Molecular, Ambiental, Genética e Analítica da Universidade de Melbourne.

Pesquisadores americanos da Universidade Washington, no Missouri, investigaram essa hipótese realizando experimentos em camundongos modificados geneticamente para que desenvolvessem o eczema. Concluíram que a pele lesionada libera uma substância desencadeadora de poderosa resposta imune, a TSLP (linfopoietina estromal tímica). Ao ingressar na circulação sanguínea e atingir os pulmões dos roedores, a molécula provocou nos animais os mesmos sintomas da asma. Outras experiências demonstraram que camundongos com pele sadia mas alterados geneticamente para produzir mais TSLP que o normal também sofreram do problema pulmonar.

Rafael Kopan, professor da Universidade Washington e um dos autores da pesquisa, baseia-se nestes experimentos para sugerir que, aliada ao tratamento precoce das lesões, a busca de formas de inibir a liberação de TSLP pode ser a chave para romper a associação entre asma e eczema.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

País deixa de gerar US$ 5 bi por ano com fitoterápicos

O Brasil deixa de gerar cerca de US$ 5 bilhões ao ano por não conseguir transformar sua flora em remédios.
Essa é a diferença entre o valor movimentado pelo tímido mercado brasileiro de fitoterápicos e por mercados como o francês, o japonês e o alemão - países com uma biodiversidade muito menor que a brasileira, mas que tiveram sucesso na transformação de moléculas de plantas em medicamentos.
Até hoje, só um fitoterápico baseado na flora brasileira foi desenvolvido em território nacional. Trata-se do anti-inflamatório Acheflan, concorrente do Cataflam.
O mercado mundial de fitoterápicos envolve hoje cerca de US$ 44 bilhões, segundo a consultoria Analize and Realize, que atende algumas das maiores indústrias farmacêuticas do mundo. O valor está crescendo.
Segundo a Associação Brasileira de Empresas do Setor Fitoterápico, não existem dados oficiais sobre o tamanho desse mercado no Brasil. As estimativas variam entre US$ 350 milhões e US$ 550 milhões. Os pesquisadores acreditam que o país, por ser dono da maior biodiversidade do planeta, deveria ter um papel de liderança na área.
Um deles é o farmacólogo Manoel Odorico de Moraes, da Universidade Federal do Ceará, que tratou do assunto na Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília, no fim do mês passado.
"Toda a indústria farmacêutica brasileira foi construída em cima da cópia", diz ele, reclamando que as empresas nacionais investem pouco em inovação.
Segundo o químico Lauro Barata, da Unicamp, o Brasil poderia muito bem exportar para os países desenvolvidos. "Se você tiver remédios com eficiência e segurança, consegue mandar o produto para qualquer lugar. Mas o Brasil só estuda, estuda, publica e nada mais."
"O mercado de fitoterápicos é muito menor do que poderia ser. Teria potencial para movimentar muito dinheiro", diz José Roberto Lazzarini, diretor de pesquisa dos Laboratórios Aché.
Além do Acheflan, há mais de 420 fitoterápicos registrados na Anvisa, de 60 plantas diferentes. Apenas dez são de plantas nacionais - e os medicamentos não foram desenvolvidos por aqui.
Há problemas anteriores à falta de interesse dos investidores, porém. O país sofre com a falta de biotérios que possam oferecer camundongos de qualidade para testes de medicamentos.
Além disso, os pesquisadores relatam dificuldades para acessar a flora do país. As leis contra biopirataria acabaram por burocratizar excessivamente os seus trabalhos, reclamam.
O Acheflan, único, por enquanto, a vencer essas barreiras, levou sete anos e R$ 15 milhões para ficar pronto. Ele foi fruto de uma parceria entre a iniciativa privada, que entrou com o dinheiro, e o grupo da Universidade Federal de Santa Catarina liderado por João Batista Calixto.
A planta da qual a equipe de Calixto elaborou o anti-inflamatório Acheflan, comercializado desde 2005 pelo Laboratório Aché, é a erva-baleeira (Cordia verbenacea), típica da mata atlântica. Ele é usado como pomada - nessa fatia do mercado, acabou ultrapassando o Cataflam.
O Laboratório Aché, que é uma empresa brasileira, ficou com a patente do princípio ativo. Os cientistas receberam pelo seu serviço, mas o contrato não prevê nenhum tipo de royalty para eles. Todo o trabalho foi feito em sigilo, sem publicação das conclusões parciais em revistas científicas.

domingo, 6 de junho de 2010

Ceará não atinge meta de vacinação contra gripe H1N1

Das 27 unidades federativas do país, 13 e o Distrito Federal conseguiram vacinar 80% do público-alvo na campanha de vacinação contra a influenza A (H1N1) – gripe suína, conforme dados parciais do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. O Ceará está incluso nos estados que não conseguiram vacinar mais de 80% da população. A mobilização nacional terminou na última quarta-feira, 2, com mais de 74,2 milhões de brasileiros imunizados.A Região Sul foi a única em que todos os estados imunizaram mais de 80% do público-alvo. Na Região Nordeste, dos nove estados, apenas três alcançaram a cobertura de 80% - Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. Na Região Centro-Oeste, a cobertura vacinal foi superior a 80% somente no Distrito Federal e em Goiás.Nenhum estado conseguiu cumprir a meta (80%) entre adultos de 30 a 39 anos e crianças de 2 a 5 anos, segundo informações atuais do sistema do governo federal. A expectativa do ministério é aumentar a imunização das crianças contra a influenza A (H1N1) – gripe suína durante a campanha de vacinação contra a paralisia infantil, que será realizada no dia 12 de junho. Na data, os menores de 5 anos incompletos poderão ser vacinados contra a poliomielite e o vírus Influenza H1N1.O ministério orientou os municípios que não cumpriram as metas estabelecidas a dar continuidade à vacinação. A ideia é imunizar o maior número de pessoas antes do inverno, quando o risco de contrair a doença é maior.

sábado, 5 de junho de 2010

Teste de R$ 13 pode detectar autismo, segundo pesquisa

LONDRES - O autismo pode se tornar uma doença evitável graças a um teste, que apenas custaria 6 euros (pouco mais de R$ 13) graças a uma pesquisa desenvolvida por cientistas do Reino Unido, segundo o jornal britânico "Daily Telegraph".
O diagnóstico do autismo sempre foi difícil, e a doença costuma permanecer irreconhecível até estados avançados, quando já é muito tarde para ser tratado, mas os pesquisadores do Imperial College de Londres descobriram uma forma de detectar a doença em crianças a partir dos seis meses de vida.
O autor do estudo, Jeremy Nicholson, explicou que as crianças autistas têm uma bactéria nos intestinos que pode ser detectada através de exame de urina, antes que apareçam os primeiros sintomas da doença.
Esta descoberta faz com que um intenso tratamento centrado na conduta social do paciente poderia começar antes que a doença cause danos psicológicos permanentes.
Uma em cada cem pessoas no mundo sofre autismo, o que significa que no Reino Unido há mais de 500 mil pessoas com a doença, que se manifesta com transtornos que vão desde leves problemas para interagir socialmente até graves dificuldades de comportamento, como mudez.
Atualmente, o grau de autismo é avaliado a partir de testes que exploram a integração social, a capacidade de comunicação e as aptidões imaginativas do paciente.
A equipe científica que realizou a pesquisa considera que a relação entre a bactéria intestinal e as dificuldades na aprendizagem pode abrir o caminho para tratamentos probióticos contra o autismo.
Os pesquisadores submeteram crianças de idades entre três e nove anos - 39 com autismo, 28 sem autismo, mas com um irmão que tinha, e 34 sem autismo e sem irmãos autistas - a ressonâncias magnéticas, endoscopias e análise químicas.
O estudo revelou que as crianças não autistas, mas com irmãos que tinham a doença, apresentavam uma análise química diferente dos que não tinham irmãos autistas, e a das crianças com autismo era diferente das dos outros dois grupos.

Necropsia diz que ativistas turcos mortos rumo a Gaza levaram 30 tiros

Os nove ativistas turcos mortos no incidente naval de segunda-feira na costa da faixa de Gaza levaram no total 30 tiros, e cinco deles foram alvejados na cabeça, disse o jornal britânico "Guardian" nesta sexta-feira.
As necropsias mostraram que quase todos os tiros foram de armas de 9 milímetros, disparados à queima-roupa, disse ao jornal Yalcin Buyuk, vice-presidente do Conselho Turco de Medicina Forense, responsável pelas necropsias. Os ativistas participavam de uma frota naval que tentava levar mantimentos à Faixa de Gaza, furando assim o bloqueio imposto por Israel ao território palestino governado pelo grupo islâmico Hamas. Israel diz que seus soldados atiraram em defesa própria, depois de serem agredidos ao descerem de helicópteros, por cordas, no convés do navio Mavi Marmara.
De acordo com o "Guardian", a necropsia revelou que um homem de 60 anos, Ibrahim Bilgen, levou quatro tiros --na têmpora, no peito, no quadril e nas costas.
Fulkan Dogan, 19, que tinha também cidadania americana, recebeu cinco tiros a menos de 45 centímetros de distância: no rosto, na nunca, nas costas e dois na perna, relatou o jornal.
Dois outros homens levaram quatro tiros. Cinco dos mortos tinham perfurações na nuca ou nas costas, de acordo com Buyuk. Além dos nove mortos, 48 ativistas foram baleados, e seis continuam desaparecidos, relatou o legista ao jornal.
Defesa própria
Israel diz que os múltiplos ferimentos não desmentem a tese da defesa própria.
"A única situação em que um soldado atirou foi quando estava claramente em uma situação de ameaça à sua vida", disse ao "Guardian" um porta-voz da embaixada israelense em Londres.
"Puxar o gatilho rapidamente pode resultar em alguns projéteis ficando no mesmo corpo, mas não muda o fato de que eles (soldados) estavam em uma situação de ameaça à vida."
O presidente do Conselho de Medicina Forense em Istambul, Haluk Ince, disse ao jornal que havia só um caso de uma vítima com um único ferimento de bala, na testa e disparado de longe. Nos outros casos, havia pelo menos duas perfurações em cada corpo.
Também segundo Ince, só uma bala recuperada não era calibre 9 milímetros. Sobre esta, ele disse: "Foi a primeira vez que vimos esse tipo de material usado em armas de fogo. Era só um invólucro incluindo muitos tipos de projéteis normalmente usados em espingardas. Ela penetrou na região da cabeça, na têmpora, e a achamos intacta no cérebro."
A Turquia costumava ser o principal aliado de Israel no mundo islâmico, mas Ancara reagiu com indignação ao incidente de segunda-feira, e nesta sexta-feira elevou o tom da sua retórica ao acusar o Estado judeu de estar traindo sua própria lei bíblica.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O câncer de próstata

Quando o urologista detecta um câncer de próstata, o primeiro esforço é saber se o tumor está localizado, avançado ou metastático. Se está situado internamente, recorre-se à cirurgia, à radioterapia externa ou à braquiterapia, que também é uma forma de radioterapia. Quando o tumor está avançado ou já existem metástases, o médico pode indicar o uso de hormônio e optar por fazer ou não a cirurgia e a radioterapia, dependendo de uma série de fatores.A primeira opção de tratamento é a cirurgia, feita através de uma incisão no abdome, abaixo do umbigo, pela qual a próstata é removida e com ela o tumor. O doente permanece no hospital por 4 ou 5 dias. A radioterapia externa é realizada através de múltiplas aplicações, uma por dia, de um feixe concentrado de irradiação que incide sobre a próstata. É um tratamento prolongado, que se estende por seis ou sete semanas, mas um pouco mais simples do que a cirurgia, já que não envolve internação, nem anestesia. E por fim, o terceiro método é a braquiterapia, que consiste na colocação de agulhas na próstata do doente mantido sob leve anestesia, através das quais são inseridas sementes radioativas dentro da glândula. A cirurgia é a opção de tratamento mais agressiva, pois é uma intervenção complexa. A radioterapia e a braquiterapia são procedimentos mais simples, embora a próstata permaneça no organismo e possa apresentar uma recidiva do tumor, além de manifestações obstrutivas como a hiperplasia benigna. No caso do tratamento do câncer de próstata neste estado, a cirurgia pode acarretar impotência sexual por lesão dos feixes neurovasculares que passam ao lado da glândula, bem como incontinência urinária nos três primeiros meses. A opção radioterápica não leva à incontinência urinária, mas em alguns casos, pode causar algum déficit sobre a potência sexual.No câncer de próstata, só é possível falar em cura, depois de 10 anos sem a doença. Quem sobrevive 5 anos, provavelmente está curado, mas é preciso esperar 10 anos para a alta definitiva. Quando o tumor está dentro da próstata, com a cirurgia há cura entre 85% e 90% dos pacientes. Se já saiu da glândula, a eficiência do tratamento cai muito. Com a aplicação de radioterapia e braquiterapia, 70% dos pacientes estão curados, depois de 10 anos. Com o tratamento cirúrgico, a doença pode reaparecer em 10% a 15% dos casos. Quando isto ocorre, o urologista pode lançar mão de medicações antitumorais ou hormonais que controlarão a doença por outro longo período, se ela for diagnosticada a tempo. Ricardo Felts de La Roca é urologista e Integrante Titular da Sociedade Brasileira de Urologia.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Futebol, o maior adversário do joelho

O Brasil é o país do futebol. A fama está associada aos cinco títulos mundiais, além do grande número de praticantes amadores do esporte e craques profissionais que se destacam internacionalmente. Nas clínicas médicas, quando o assunto é joelho, o futebol também é o campeão, mas no número de lesões e, principalmente, entre boleiros de fim de semana. “Mais de 60% dos meus pacientes apresentam le­­sões decorrentes da prática do esporte que é paixão nacional”, diz Mar­celo Schiavon, da Clínica Orto­pedia Schiavon. A situa­ção não é diferente na clínica de Lúcio Ernlund, médico do Instituto de Joe­lho e Ombro e do Coritiba Foot Ball Club. “Praticantes de corrida e bas­que­te também se lesionam bastante, mas não ganham no futebol. Al­­guns times amadores tiveram quase to­dos os seus atletas atendidos em mi­nha clínica para realizar tratamento”, conta.
O joelho é a mais importante articulação de carga do corpo humano e, por isso, há tantas lesões associadas a ele. “Mais da metade das pessoas que atendo com dores sem trauma apresentam dor femoropatelar, causada por falta de alongamento ou overtraining (excesso de exercícios)”, diz Dante Grein, médico ortopedista do Centro Médico do Esporte Sete.
Exigir mais ou menos trabalho do que a estrutura foi feita para suportar pode gerar as lesões. “O sedentário sofre com o desuso, ou seja, os músculos que formam o joelho podem atrofiar e, na movimentação, isso po­­de gerar dores”, destaca Ernlund. “O sim­­ples ato de descer escadas gera uma sobrecarga no joelho que chega a ser mais de sete vezes o peso do corpo”, exemplifica Schiavon.
Para evitar este tipo de situação, é importante praticar exercícios físicos frequentemente, sem esquecer do aquecimento prévio e do alongamento antes e depois da atividade. “Está provado que apenas aquele alongamento de 15 minutos realizado antes de um jogo de futebol não evita as lesões”, diz Edilson Thiele, ortopedista da Clínica do Joelho e do Clu­be Atlético Para­naense. Segundo ele, é preciso man­­ter uma rotina de alongamentos, mesmo quando não há uma prática esportiva constante, para que o corpo esteja preparado para ser exigido durante os exercícios.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Câncer matará mais de 13,2 milhões de pessoas por ano até 2030, diz a ONU

LONDRES - O câncer matará mais de 13,2 milhões de pessoas por ano até 2030, quase o dobro do número de mortos pela doença em 2008, informou a agência de pesquisa sobre o câncer das Nações Unidas nesta terça-feira, 1º. A Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (Iarc, na sigla em inglês) também disse que quase 21,4 milhões de novos casos da doença serão diagnosticados anualmente em 2030.
O lançamento de um novo banco de dados sobre incidência global de câncer em 2008, último ano sobre o qual existem números disponíveis, a Iarc disse que a incidência de câncer foi mudando de nações mais ricas para as mais pobres.
"O câncer não é raro em nenhum lugar do mundo, nem confinado a países com muitos recursos", disse a agência em comunicado. No total, 7,6 milhões de pessoas morreram de câncer em 2008 e havia uma estimativa de 12,7 milhões de novos casos diagnosticados.
Cerca de 56% dos novos casos de câncer no mundo em 2008 ocorreram nos países em desenvolvimento, regiões responsáveis por 63% de todas as mortes por câncer, informam os dados.
O diretor da Iarc, Christopher Wild, disse que esses dados representam a mais precisa avaliação disponível sobre a incidência global de câncer e que ajudariam os responsáveis pela política internacional de saúde a desenvolver suas ações.
Os cânceres mais comuns diagnosticados em todo o mundo em 2008 foram de pulmão, com 1,6 milhão de casos; de mama, com 1,38 milhão; e colorretal, com 1,23 milhão. As causas mais comuns de morte por câncer foram de pulmão (1,38 milhão), estômago (740 mil) e fígado (690 mil).
A projeção para a taxa de mortalidade anual de 13,2 milhões e de diagnóstico anual de 21,4 milhões foi baseada em suposições de que as taxas básicas de câncer continuariam as mesmas ao longo das próximas duas décadas, disse a Iarc.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Planos de saúde vão começar a prestar novos serviços

A partir da próxima segunda-feira, cerca de 1.500 planos de saúde em todo País deverão incluir aproximadamente 70 novos procedimentos médicos e odontológicos, segundo determinação da Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), publicada no dia 12 de janeiro deste ano no Diário Oficial da União. Entre os serviços cobertos destacam-se, por exemplo, o transplante de medula óssea, transplante heterólogo (de uma pessoa para outra), PET-Scan para diagnóstico de câncer de pulmão, implante de marca-passo multissítio; mais de 20 tipos de cirurgias torácicas por vídeo, além de importantes inclusões no segmento odontológico, como colocação de coroa unitária e bloco. Ao todo, são mais de 50 procedimentos médicos e 16 odontológicos. As operadoras afirmam já estarem preparadas para atender às novas regras.Quem se beneficiaNo entanto, só será contemplado com as mudanças quem adquiriu plano de saúde a partir de 2 de janeiro de 1999, data em que entrou em vigor a lei de regulamentação do setor de saúde suplementar. Segundo a ANS, cerca de 44 milhões de pessoas serão beneficiadas com as alterações. Outros dez milhões, usuários de planos antigos, não serão atingidos, porque estes planos não são regulados pela Agência. De acordo com órgão, entre 10% e 20% da população do Ceará é coberta pro algum tipo de assistência médica e odontológica.A resolução da ANS não traz apenas uma lista de novas coberturas. Há ainda uma série de mudanças que ampliarão o atendimento ao consumidor. Uma dessas é a cobertura pelos planos coletivos aos acidentes de trabalho e aos procedimentos de saúde ocupacional. A nova resolução também determina cobertura integral nos casos em que as operadoras ofereçam internação domiciliar como alternativa à internação hospitalar, independentemente de previsão contratual. Se isso ocorrer, a operadora deverá cobrir medicamentos e todos os materiais necessários. Nos outros casos em que a atenção domiciliar não substitua a internação, a cobertura estará condicionada ao contrato.A atenção à saúde mental também terá importante ganho com a edição das novas regras. Um destaque pode ser dado ao fim da limitação de 180 dias de atendimento em hospital-dia para a saúde mental, reforçando a política de substituição das internações psiquiátricas.OperadorasConsultadas pelo Jornal, as principais operadoras de planos de saúde em atividade no Estado do Ceará informaram estarem preparadas para atender à resolução normativa da ANS, que atualiza o rol de procedimentos que entra em vigor a partir do próximo dia 7. A Unimed Fortaleza é uma delas. Em nota, a empresa afirma estar apta a aderir às novas regras. Assim como a Hapvida. Atenta em cumprir as determinações da ANS, a operadora destaca ainda que aumentou a rede de atendimento e investiu na qualidade do serviço oferecido paras seus 850 mil usuários. "O Hapvida vem se preparando para essas mudanças continuamente. A empresa criou várias ferramentas de gestão para garantir a qualidade de seus serviços", disse em comunicado. Já a Camed, comunica que está adotando todas as medidas necessárias para o cumprimento da resolução.AumentoEnquanto isso, o mercado aguarda posição da ANS sobre aumento nas mensalidades dos planos de saúde, o que também deve acontecer este mês, com data retroativa a 1º de maio deste ano. Em janeiro último, quando anunciou a inclusão dos novos procedimentos, a ANS chegou a declarar que a mudança não causaria impactos no reajuste anual dos planos em 2010. No entanto, informou que no ano passado o reajuste foi de 6,76%, sendo 1% referente à ampliação do atendimento ocorrida no ano anterior.Mesmo sem uma sinalização por parte do órgão regulador, a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), acredita que os planos de saúde individuais contratados a partir de janeiro de 1999 devam sofrer, este ano, um reajuste entre 6% a 8%. Segundo o seu presidente, Flávio Wanderley, esta expectativa leva em consideração o ano eleitoral, mas as planilhas de custo das operadoras de saúde apontam para a necessidade de variações ainda maiores, entre 9% a 11%. "Este cálculo leva em conta a ampliação do atendimento em novos procedimentos e a inflação", esclareceu.O aumento que deverá ser anunciado em breve pela ANS considera, entre outras variáveis, a elevação dos preços de materiais e serviços oferecidos aos usuários entre maio de 2009 e abril de 2010. Para o cálculo do teto dos reajustes para planos individuais, além da inflação, a ANS também avalia alguns pleitos do setor para, em reunião da Diretoria Colegiada, estabelecer e divulgar o índice.Por enquanto, as operadoras de planos de saúde preferem não se pronunciar sobre o aumento. A Unimed, por exemplo, afirma que, em relação ao reajuste individual dos planos, ainda não recebeu nenhuma divulgação por parte da ANS.Opinião do especialista Operadoras devem adequar custosHércules do AmaralConselheiro federal da OABO avanço da medicina permite novos procedimentos médicos para prevenção, controle e tratamento de doenças. A cobertura dos planos de saúde tem como objetivo o bem estar dos usuários. Então, as operadoras devem adequar seus custos. Melhor atendimento é sua responsabilidade. Não se pode admitir que as operadoras continuem reclamando que a ampliação do rol de procedimentos onere a planilha de custos. Se querem continuar no mercado, têm que entender que este ramo de negócio é alterado a medida que a medicina vai evoluindo. A culpa por ampliar os procedimento não é do consumidor. Os planos têm que se ajustar à realidade diante de uma ciência que evolui ano a ano. Ampliar o atendimento é uma expectativa legítima dos consumidores visto que os custos para ter um plano de saúde é elevadíssimo. Maior cuidado com a prevenção, aumenta as chances de diagnóstico precoce. Com isso, vai existir um equilíbrio e os testes mais complicados vão deixar de acontecer em um médio e longo prazo, o que representa economia para as operadoras. Em caso de negativa na cobertura dos novos procedimentos, usuário deve comunicar a ANS, que fiscaliza e multa. Ainda assim, Ministério Público e outras entidades estão a disposição para ajuizar ação.