terça-feira, 30 de novembro de 2010

Brasil terá teste rápido mais confiável para sífilis

O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz (Bio-Manguinhos) produzirá um teste para detectar sífilis em 15 minutos, com uma eficácia de mais de 90%. O objetivo principal é diminuir os casos de sífilis congênita, um problema que ainda atinge cerca de 12 mil crianças todos os anos, segundo estimativa do Ministério da Saúde.
Estudos realizados em 2004 apontam que, das gestantes no País, cerca de 1,6% possuía sífilis. Estima-se que dessas mulheres 0,4% seja portadora do HIV. Cerca de 40% das crianças infectadas com sífilis morrem ainda no útero ou de forma prematura. Nas demais, a sífilis congênita pode se manifestar com alterações que vão de anemias a deformidades ósseas e dificuldades cognitivas.
Antonio Gomes Pinto, gerente do Programa de Reativos para Diagnóstico de Bio-Manguinhos, explica que os testes disponíveis no mercado - como VDRL, RPR, FTA-ABS ou o Elisa - dependem, em boa medida, da qualidade dos técnicos e dos laboratórios responsáveis pelo exame. "Os resultados podem variar se não forem obedecidos os mínimos detalhes da técnica de execução", aponta o pesquisador. "Muitas vezes, os resultados não são confiáveis."
O novo exame de Bio-Manguinhos será oferecido na forma de um kit prático que não requererá treinamento complexo para ser usado (mais informações nesta página). "Com certeza, nosso teste terá um grande impacto na luta contra a sífilis no País", afirma o pesquisador, que prevê a utilização rotineira do exame no pré-natal de gestantes atendidas pela rede pública.
Etapas. O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, deve assinar hoje o contrato de transferência de tecnologia entre a empresa americana Chembio Diagnostic, criadora da plataforma DPP, usada no teste, e o laboratório público Bio-Manguinhos.
Já no primeiro semestre do próximo ano, o objetivo é incorporar à rede de saúde um teste com a plataforma DPP que identifique os anticorpos produzidos pelo organismo quando encontra os antígenos da bactéria causadora da sífilis. O método ainda possui o inconveniente de apresentar falsos positivos quando alguém eliminou o microrganismo, mas ainda carrega anticorpos contra a doença.
Mas, no segundo semestre, a ideia é incorporar ao exame um teste para detectar anticorpos contra antígenos produzidos pelo dano celular causado pela bactéria. Tais anticorpos estão presentes apenas quando a infecção está, de fato, ativa.
O exame contará com uma janela imunológica - período em que o teste dá negativo, pois o corpo ainda não produziu anticorpos - relativamente curta: cerca de uma semana.
A plataforma DPP já é usada por Bio-Manguinhos para produzir exames para HIV, leptospirose e leishmaniose.
O teste para o HIV, por exemplo, apresenta sensibilidade de 10 a 50 vezes superior aos demais métodos de diagnóstico rápido disponíveis no mercado.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Novo exame de sangue prevê risco cardíaco

Pesquisadores americanos desenvolveram um exame de sangue capaz de prever risco cardíaco em adultos aparentemente saudáveis. O exame é uma versão mais avançada do teste já realizado em salas de emergência para determinar se um paciente com dor no peito está sofrendo um ataque do coração ou algum outro problema.
O teste mede o nível de troponina T, um marcador do processo biológico de morte celular ligado ao ataque cardíaco, destaca o estudo publicado no Journal of the American Medical Association (Jama).
O exame foi concebido após um longo estudo, no qual amostras de sangue de pacientes foram analisadas por mais de 18 anos. O marcador apareceu em dois terços das pessoas sem sintomas e com 65 anos ou mais.
— Acreditamos que, quanto maior o nível de troponina, maior é o risco de o indivíduo sofrer problema cardíaco ou óbito por causa cardiovascular nos próximos 10 a 15 anos — diz Christopher de Filippi, da Escola de Medicina da Universidade de Maryland (EUA) e principal autor do estudo.

domingo, 28 de novembro de 2010

Fumo passivo mata 600 mil por ano

O fumo passivo mata mais de 600 mil pessoas por ano, segundo um estudo com informações de 192 países colhidas em 2004. Segundo os dados, 40% das crianças e mais de 30% dos adultos não fumantes estão expostos ao cigarro regularmente.
A pesquisa estima que o fumo passivo mate 379 mil pessoas por doenças cardíacas, 165 mil por doenças respiratórias, 36,9 mil por asma e 21,4 mil por câncer de pulmão, a cada ano. Isso totaliza 1% das mortes do mundo todo. O estudo será publicado sexta-feira no jornal "Lancet". "Isso ajuda a entender o dano do tabaco", afirmou Armando Peruga, gerente do programa antitabaco da Organização Mundial da Saúde, que liderou o estudo. Ele destacou que as 600 mil mortes por fumo passivo devem ser somadas aos 5,1 milhões de mortes de fumantes ao ano.
Peruga afirmou que a OMS está preocupada com as 165 mil crianças que morrem por infecções respiratórias causadas pelo cigarro a cada ano, a maioria no sudeste asiático e na África. "A mistura de doenças infecciosas com o fumo passivo é mortal." Filhos de fumantes têm maior risco de morte súbita, infecções de ouvido, pneumonia, bronquite e asma.A pesquisa mostrou que o número mais alto de pessoas expostas à fumaça está na Europa e na Ásia.
O fumo passivo tem o maior impacto nas mulheres, causando 281 mil mortes no ano. Em muitas partes do mundo, elas têm um risco 50% maior de estarem expostas à fumaça, em comparação com os homens.
Em países ocidentais, já existem leis que restringem o fumo em locais públicos e os especialistas afirmam que é difícil criar novas restrições. "Não acredito que vamos ter regras que atinjam as casas das pessoas", afirmou Heather Wipfli, da University of Southern California.
No Reino Unido, a Fundação Britânica do Pulmão está pedindo que o governo proíba o fumo dentro dos carros. A diretora da fundação, Helena Shovelton, acredita que os pais subestimam o perigo do fumo para seus filhos. "Eles não fariam algo perigoso como deixar as crianças no meio da rua, mas fumar na frente delas é aceitável."

sábado, 27 de novembro de 2010

Governo lança plano para reduzir mortes por câncer de colo do útero

SÃO PAULO - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anuncia nesta sexta-feira, 26 - para marcar o Dia Nacional de Combate ao Câncer, lembrado neste sábado, 27 -, um plano de ação para redução da incidência e da mortalidade por câncer do colo do útero, com um investimento de R$ 115 milhões para prevenção e controle da doença.
O foco das ações será a Região Norte, onde são confirmados mais casos. O principal objetivo é colocar em prática iniciativas em várias áreas, que, somadas, serão capazes de melhorar o diagnóstico e o tratamento da lesão precursora, evitando o surgimento do câncer de colo do útero. Dessa forma, o avanço registrado em prevenção poderá se converter em redução da mortalidade.
O câncer do colo do útero é o segundo tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do de mama, e a quarta causa de morte de mulheres por tumor no Brasil. Por ano, é responsável por 4.800 óbitos e apresenta 18.430 novos casos.
A boa notícia é que o País tem avançado na capacidade de realizar o diagnóstico precoce: na década de 1990, 70% dos casos diagnosticados eram de doença invasiva, ou seja, o estágio mais agressivo do câncer. Uma nova pesquisa divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) revela que, atualmente, 44% das ocorrências são de lesão precursora do tumor, uma lesão localizada chamada "in situ". As pacientes diagnosticadas precocemente, se tratadas de forma adequada, têm praticamente 100% de chance de cura.
Os dados sobre o câncer do colo do útero no Brasil fazem parte do quarto volume da publicação "Câncer no Brasil - Dados dos Registros de Câncer de Base Populacional". O livro revela a incidência dos tumores mais comuns no País, entre 2000 e 2005, coletados em 17 cidades, sendo 16 capitais. A última edição da pesquisa foi em 2003, com dados de 1995 a 2000. Os números provenientes dos municípios que efetivamente monitoram novos casos da doença são uma espécie de bússola que norteia a estimativa da ocorrência do câncer no território nacional. Diferenças regionais
O que motivou o Ministério da Saúde e o Inca a elaborar um plano de ação para prevenir e controlar o câncer do colo do útero, com foco nos Estados da Amazônia, é a disparidade regional em relação aos casos da doença. No Norte, o tumor do colo do útero é o mais frequente e também a primeira causa de morte por câncer da população feminina local.
De acordo com informações dos Registros de Câncer de Base Populacional, em Manaus e Palmas, no extremo norte do País, a taxa de novos casos da doença para cada cem mil mulheres é de 50,59 e 49,38, respectivamente. Já em Porto Alegre, extremo sul, é de 20,05 para cada cem mil mulheres, e em São Paulo, no Sudeste, de 16,47.
Apesar de a incidência de câncer do colo do útero ainda ser alta na Região Norte, a detecção precoce avançou bastante. Em Manaus, a pesquisa lançada em 2003 revelava que a taxa de incidência era de 63,71, e em Palmas, 52,16%. “O avanço na detecção precoce é resultado do programa nacional, mas, sem dúvida, precisamos ir além no Norte, por isso elaboramos o plano de ação, com foco nessa região”, afirma o coordenador de Ações Estratégicas do Inca, Cláudio Noronha.
“Enquanto os registros de base populacional nos dão a magnitude do problema do câncer do colo do útero, as propostas do plano apontam para iniciativas capazes de reduzir a incidência e mortalidade pela doença no Brasil”, acrescenta. Noronha explica ainda que o câncer chamado "in situ", também conhecido como “lesão precursora”, é tão superficial que não chega a invadir a membrana do colo do útero (epitélio). Por isso, se for tratado adequadamente, é eliminado, impedindo a progressão da doença.
Detecção precoce e prevenção
O câncer do colo do útero é passível de prevenção, pois apresenta lesões precursoras que podem ser detectadas por meio de exame ginecológico ou Papanicolaou, e então tratadas. O exame consiste na coleta de material do colo do útero, que possibilita o diagnóstico.
No Brasil, o rastreamento populacional para prevenção ao câncer do colo do útero é recomendado, prioritariamente, para mulheres de 25 a 59 anos, por meio da realização do Papanicolaou. A periodicidade ideal para esse exame específico é a cada três anos, após dois exames ginecológicos normais e consecutivos, feitos no intervalo de um ano.
A Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD), do IBGE, destaca que o percentual de mulheres na faixa etária alvo submetidas pelo menos uma vez na vida ao Papanicolaou aumentou de 82,6% em 2003 para 87,1% em 2008.
O Ministério da Saúde destaca, no entanto, que a meta a ser atingida é que 80% das mulheres brasileiras dessa faixa etária façam um preventivo ou Papanicolaou a cada três anos.
A maior incidência do câncer do colo do útero, no entanto, se dá em mulheres entre 45 e 49 anos e, por ser um tipo que evolui lentamente, a detecção precoce e o tratamento de lesões precursoras têm potencial de cura e redução da mortalidade em até 80%.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Veja dicas de saúde para viagens de avião

O CFM (Conselho Federal de Medicina) divulgou nesta sexta-feira (26) uma cartilha com recomendações de saúde para pacientes e pessoas sem nenhuma doença que vão realizar uma viagem aérea. O objetivo é informar sobre possíveis complicações que podem ocorrer dentro do avião e cuidados que devem ser tomados antes de um voo.
A cartilha dá recomendações para pacientes que sofrem de doenças respiratórias, doenças cardiovasculares, pós-operatório e transtornos psiquiátricos. Além disso, há dicas para pacientes em recuperação, gestantes, crianças, entre outros.
A partir de relatos das companhias aéreas, o conselho identificou um caso de morte súbita a bordo em cada grupo de 5,7 milhões de passageiros. Segundo a Infraero, embarcam no país 125 milhões de pessoas no Brasil anualmente. No mundo todo, esse número ultrapassa os 2,5 bilhões.
Uma das razões que levaram o CFM a elaborar a cartilha foi o limitado conhecimento da população, e até mesmo de médicos, sobre as alterações fisiológicas provocadas nos seres humanos durante um voo e sobre a insuficiente estrutura de atendimento dentro das aeronaves. O crescimento do número de passageiros e de voos também motivou o conselho.
Segundo a diretora da Sociedade Brasileira de Medicina Aeroespacial e membro da Câmara Técnica de Medicina Aeroespacial do CFM, Vânia Melhado, as pessoas portadoras de algum mal que pode se agravar em um voo acabam embarcando sem noção de que não deveriam viajar.- Praticamente a totalidade dos problemas de saúde nos deslocamentos não foi anunciada durante o embarque.
As recomendações são baseadas na cartilha Doutor, Posso Voar?, preparada pela Liga de Medicina Aeroespacial da Faculdade de Ciências Medicas da Santa Casa de São Paulo.
O documento será encaminhado à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), à Infraero, à direção das companhias aéreas, aos sindicatos das empresas de transporte aéreo e às entidades de representação das agências de viagem.
Confira algumas dicas abaixo:

Doenças respiratóriasViagens aéreas são contraindicadas para passageiros e tripulantes com infecções ativas (pneumonia e sinusite) porque essas doenças podem alterar as respostas fisiológicas durante o voo.Quem é portador de infecções pulmonares contagiosas (tuberculose e pneumonia) não devem embarcar, pois pode ocorrer agravamento dos sintomas, além do risco de disseminação.
Doenças cardiovasculares Quem tem complicações cardiovasculares devem ser orientados a adiar os voos durante o período de estabilização e recuperação:- infarto não complicado: aguardar de duas a três semanas.- Infarto complicado: aguardar seis semanas.- Angina instável: não deve voar. - Insuficiência cardíaca grave e descompensada: não deve voar.- Insuficiência cardíaca moderada: verificar com o medico se há necessidade de utilização de oxigênio.- Revascularização cardíaca: aguardar duas semanas.- Taquicardia ventricular ou supra ventricular não controlada: não voar.- Marcapassos e desfibriladores implantáveis: não há contra-indicações.
Nos casos de AVC (acidente vascular cerebral), também conhecido como derrame, deve-se levar em consideração o estado geral do passageiro e a extensão da doença. Dependendo do caso, é preciso esperar de quatro a 14 dias após a ocorrência do acidente.
Pós-operatório e pacientes em recuperaçãoApós cirurgias torácicas, como retirada total ou parcial de pulmão, recomenda-se uma avaliação médica antes da viagem, com determinação da normalidade da função respiratória, principalmente no que diz respeito à oxigenação arterial. Em casos de pneumotórax, não é permitido voar. Deve-se esperar de duas a três semanas após drenagem de tórax e confirmar a remissão por exame de raio-X.Após operações neurológicas, pode ocorrer aumento da pressão intracraniana durante o voo. É preciso aguardar o tempo necessário até a confirmação da melhora.Em cirurgias abdominais, o voo é contraindicado por duas semanas, em média.
Gesso e fraturasFraturas instáveis ou não tratadas são contraindicações de voo. Importante: considerando que uma pequena quantidade de ar poderá ficar retida no gesso, aqueles feitos entre 24 e 48 horas antes da viagem devem ser bi-valvulados para evitar a compressão do membro afetado por expansão normal do ar na cabine durante o voo.
Transtornos psiquiátricos Não devem voar pessoas com transtornos psiquiátricos cujo comportamento seja imprevisível, agressivo ou não seguro. Já aqueles com distúrbios psicóticos estáveis, em uso regular de medicamentos e acompanhados, podem viajar.No caso de epilepsia, a maioria dos pacientes pode voar seguramente desde que estejam usando a medicação. Aqueles com crises frequentes devem viajar acompanhados e estar cientes dos fatores desencadeantes que podem ocorrer durante o voo, como: fadiga, refeições irregulares, hipóxia e alteração do ritmo circadiano (“relógio biológico”). Recomenda-se esperar 24 ou 48 horas após a última crise antes de voar.
Gestantes e bebêsPara as grávidas, é preciso ir ao médico antes de embarcar. De forma geral, não devem viajar aquelas que apresentarem dores ou sangramento antes do embarque. É preciso também evitar viagens longas.A partir da 36ª semana, a gestante necessita de uma declaração do seu médico permitindo o voo. Em gestações múltiplas, a declaração deve ser feita após a 32ª semana.A partir da 38ª semana, a gestante só pode embarcar acompanhada dos respectivos médicos responsáveis.Não há restrições de voo para a mãe no pós-parto normal, mesmo no pós-parto imediato. Para as crianças, no caso de um recém-nascido, é prudente que se espere pelo menos uma ou duas semanas de vida até a viagem. Isso ajuda a determinar, com maior certeza, a ausência de doenças, congênitas ou não, que possam prejudicar a criança no voo.
Observações geraisRecomenda-se levar medicação prescrita pelo médico em quantidade suficiente para ser utilizada durante toda a viagem. Os remédios devem estar sempre à mão, preferencialmente acompanhados pela receita do médico, com as dosagens e os horários. Em caso de deslocamentos que impliquem mudança de fuso horário, o médico assistente deve ser consultado para avaliar se há necessidade de ajustar os horários de ingestão dos medicamentos.Com relação a enjoos, as pessoas mais suscetíveis são aquelas que já o apresentam quando andam de ônibus, carro ou navio. Estas devem evitar a ingestão excessiva de líquidos, comida gordurosa, condimentos e refrigerantes. Recomenda-se também, como medida de precaução, que utilizem os assentos próximos às asas do avião por ser o local de voo menos turbulento. É preciso procurar assistência médica antes do voo caso o passageiro ou tripulante apresente: febre alta, tremores (com piora progressiva dos episódios), sangue ou muco nas fezes, vômitos que impeçam a ingestão de líquidos, Sintomas persistentes após uso de medicamentos sintomáticos, além daqueles que tenham sintomas e usam diuréticos, imunossupressores, remédios para diabetes ou hipertensão.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Democrática hidroginástica ganha versões mais vigorosas

Hidroginástica é coisa para grávida ou para quem tem alguma dificuldade para malhar, certo? Correto, mas incompleto.As academias criaram aulas para aumentar a ocupação de suas piscinas com outros tipos de aluno, como os que estão mais preocupados com os resultados estéticos ou com o desempenho.
Para fazer o povo sarado trocar algumas horas de seu treino em terra firme pelos exercícios aquáticos, pesos ou bicicletas foram adaptados à piscina. Com isso, é possível obter resultados semelhantes aos das aulas convencionais de musculação ou aeróbica.
"É saudável variar o tipo de aula, alternando as cadeias de movimento. E a piscina tem um componente lúdico, que deixa o treino mais divertido", diz Ricardo Nahas, diretor científico da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e do Exercício.
O fato de a água reduzir muito o impacto do exercício sobre os ossos é uma das maiores vantagens, afirma o fisiologista Turíbio Leite de Barros, da Unifesp. Além de diminuir o risco de lesões em geral, permite que pessoas em reabilitação física continuem seus treinos.
Outro ponto forte é o gasto calórico, que é maior dentro da água. 'Fizemos um estudo comparando corrida em esteira dentro da piscina e fora. Na água, o gasto de calorias foi quase duas vezes maior', conta a fisioterapeuta Gerseli Angeli, do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Unifesp.
O melhor é que ninguém precisa gostar especificamente de natação. Há aulas para quem gosta de pula-pula aeróbico (na cama elástica), bicicleta, corrida, musculação ou ioga e para atrair crianças e adolescentes.
Conheça a seguir algumas opções das academias. SURFE NA PISCINA
A professora Andrea Dragano na piscina da Reebok Club, onde dá aula para quem quer aprender os fundamentos do surfe ou apenas fazer um treino de resistência e força que não tem cara de aula. Mas as remadas em prancha, os abdominais e o trabalho vigoroso de pernas e glúteos não são brincadeira, não. É também um ótimo treino de equilíbrio.Onde tem: Reebok Club, Cia. Athletica .CICLISTAS QUE AFUNDAM
Aluna da Cia. Athletica pratica Water Cycle: uma "bicicleta" sem selim é presa na borda da piscina, para um treino aeróbico de alta intensidade. Com o equipamento, podem ser feitos movimentos de ciclismo e step. Além do condicionamento cardiorrespiratório, fortalece pernas, glúteos e abdômen.Onde tem: Cia. Athletica, Reebok .PISCINA LÚDICA
Peixes pendurados no teto, bolas de sabão e jogos ajudam crianças como Elis Baraldi, 7, a aprender a nadar como gente grande, como o método criado pelo ex-campeão de natação Gustavo Borges.Onde tem: Academia Gustavo Borges .FINJA QUE ESTÁ NO GANGES
Mas você pode estar nessa turma de ioga na piscina da academia Ecofit. Nem todas as posturas (ásanas) entram na água, mas dá para alongar bem o corpo com menos riscos de lesões.Onde tem: Ecofit .FOLIA AQUÁTICA
Na piscina da Competition, garotas treinam nado sincronizado --mistura de natação e dança que desenvolve a coordenação motora e a flexibilidade, além de melhorar o condicionamento aeróbico. É uma aula para quem já sabe nadar.Onde tem: Competition, Academia Gustavo Borges, Runner .SOCOS E PONTAPÉS
Na aula de Kick Boxe da Runner, os movimentos do boxe, que já foram adaptados para as aulas "secas" das academias, são praticados na piscina. A resistência da água aumenta o gasto calórico do treino de 45 minutos.Onde tem: Runner .TRAMPOLIM PARA O MAR
Águas abertas é o treino em piscina para nadar em mar, rios e represas. Só para quem já sabe nadar, como essa aluna da Formula Academia. São trabalhadas resistência, apneia (ficar sem respirar debaixo d'água) e técnicas específicas para águas abertas.Onde tem: Fórmula, Reebok .DE LUVAS E PARAQUEDAS
"Deep running" é a corrida na água sem tocar os pés no chão. Na A!Bodytech (RJ), os exercícios são feitos com elásticos, paraquedas e luvas especiais, como as usadas por Horácio Almedia, funcionário da academia.Onde tem: A!Bodytech
PENSE ANTES DE MERGULHAR
Os pontos fortes e fracos das aulas na piscina
VANTAGENS
Dentro da água, o impacto do exercício sobre as articulações é muito menor, diminuindo o risco de lesão
O componente lúdico da piscina quebra a monotonia de treinos repetitivos
Pessoas com sobrepeso e pouco condicionadas têm mais facilidade para fazer os movimentos dentro da água
O gasto calórico dentro da piscina é maior do que o de uma atividade similar fora da água
Ajuda a definir os músculos sem hipertrofiar demais
Vários grupos musculares são solicitados ao mesmo tempo durante toda a aula
DESVANTAGENS
O ganho de massa muscular não é tão intenso e rápido
Não contribui para prevenção de osteoporose -sem impacto, o cálcio não se deposita no osso
Dentro da água é mais difícil perceber quando a postura ou o gesto não estão corretos
Piscinas fechadas podem causar desconforto respiratório em pessoas que têm asma, alergias etc.
Piora a descamação causada por ressecamento da pele
Resseca os fios de cabelos
SERVIÇO
A!BODYTECH www.abodytech.com.br Preço médio: R$ 150/mês (plano semestral)
CIA. ATHLETICA www.companhiaathletica.com.br Preço médio: R$ 450/mês (plano semestral) COMPETITION www.competition.com.br Preço médio: R$ 272/mês (plano quadrimestral)
ECOFIT www.ecofit.com.br Preço médio: R$ 448/mês (plano semestral)
FÓRMULA www.formulaacademia.com.br Preço médio: R$ 540/mês (plano semestral)
GUSTAVO BORGES www.gbnatacao.com.br Preço médio: R$ 348/mês (plano semestral)
REEBO www.reebokclub.com. br Preço médio: R$ 372/mês (plano bianual)
RUNNE www.runner.com .br Preço médio: R$ 309/mês (plano semestral)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Laboratório suspende produção e venda de Reductil

O laboratório Abbott decidiu ontem suspender, voluntariamente, a produção e a venda do Reductil (monoidrato de sibutramina), uma das drogas mais vendidas do país para perder peso. Outras empresas seguem usando a substância, liberada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)-apesar de já ter sido vetada nos EUA e na Europa.
Em março deste ano, a Anvisa restringiu as regras para a compra do medicamento, tornando-o uma droga anorexígena (que atua no sistema nervoso central).
Agora, é preciso usar a receita azul, numerada e emitida pela Vigilância Sanitária de cada região -antes, bastava a branca. O remédio passou a ter tarja preta. Por causa disso, as vendas caíram 60% no primeiro semestre.
Em nota, a farmacêutica Abbott disse ontem que a decisão de retirar o medicamento do mercado teve como base a revisão dos dados de um estudo (Scout) que acompanhou 10 mil pacientes, com 55 anos ou mais. O estudo mostrou que o remédio traz maior risco cardíaco a pessoas propensas.
Segundo a Abbott, a maioria dos pesquisados tinha histórico de doença cardiovascular e era inelegível a usar sibutramina de acordo com as indicações da bula.
A empresa diz que pacientes que queiram interromper o tratamento com Reductil podem fazê-lo a qualquer momento, mas recomenda que procurem seus médicos para discutir alternativas para a perda de peso.
A maioria dos endocrinologistas brasileiros é contra a retirada da substância do mercado, por julgá-la segura. É o caso da médica Rosana Radominski, presidente da Abeso (associação para estudo da obesidade),
"A sibutramina é uma medicação de custo acessível, segura quando bem indicada e eficaz na redução do peso, o que acarreta melhora significativa das complicações ligadas ao aumento de peso."
Para ela, foi um erro a generalização dos resultados clínicos de um único estudo "de desenho, no mínimo, equivocado". "Os achados do estudo não podem ser extrapolados para toda a população com excesso de peso."

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Um bilhão de pessoas não podem arcar com gastos relativos à saúde, diz OMS

Cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo todo não têm condições de arcar com gastos relativos à saúde, e cerca de 100 milhões caem na pobreza todos os anos por causa desse tipo de gasto, disse a Organização Mundial da Saúde nesta segunda-feira.
Em relatório sobre a questão do atendimento médico, a agência da ONU afirmou que todos os países - ricos ou pobres - poderiam se empenhar mais no sentido de oferecer atendimento universal.
O texto propõe que os governos melhorem a eficiência dos seus sistemas de saúde e usem novos impostos e medidas inovadoras de arrecadação para financiar isso.
A Índia, por exemplo, poderia arrecadar 370 milhões de dólares por ano se impusesse uma taxa de 0,005 por cento sobre transações cambiais.
O Gabão, no ano passado, obteve 30 milhões de dólares para a saúde com a adoção de um imposto de 1,5 por cento sobre empresas que fazem remessas financeiras, e 10 por cento sobre operadores de telefonia celular.
Segundo a OMS, 20 a 40 por cento dos gastos com saúde acabam sendo desperdiçados - na compra de medicamentos caros e desnecessários, ou pela ineficiência hospitalar, por exemplo.
O estudo acrescenta que metade de todos os remédios no mundo são prescritos, distribuídos ou vendidos inadequadamente, e que metade dos pacientes não tomam os remédios conforme a receita.
O melhor uso dos medicamentos poderia representar uma economia de até 5 por cento nos gastos nacionais com saúde, diz a OMS.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Cólera esgota recursos de hospitais do Haiti

Uma mulher com cólera jaz sob uma barraca. Recebe soro intravenoso e as enfermeiras se asseguram de que ela beba água de tempos em tempos. Mas todos os esforços para reidratá-la são em vão: ela desmaia e, após 20 minutos de massagem cardíaca, os médicos a declaram morta.
"Já são quatro mortos hoje. Ela era jovem, tinha 30 anos. Há algo de errado neste serviço de emergência. Temos de fazer alguma coisa", disse o médico americano que cuidou dela, membro da ONG Partners in Health.
O Hospital Therese fica em Hinche, no centro do Haiti às margens do Rio Artibonite, onde foram detectados em outubro os primeiros casos de cólera.
Dois homens transportam um caixão, as galinhas correm sob as macas e logo entram na carcaça de um automóvel localizado entre duas barracas. Os quatro cadáveres foram depositados num local afastado, sobre a grama, a poucos metros de uma pilha de destroços em chamas.
Desde o início da epidemia, as mortes por cólera registradas no hospital já chegaram a 22. "A situação evolui de maneira negativa", inquieta-se o médico Prince-Pierre Sonçon, diretor do centro de saúde. "No início da epidemia recebíamos quatro casos por dia, depois 15, e em pouco tempo já eram 35 atendimentos diários. Esta manhã, chegamos a 60."
Sem acesso à internet, o hospital enfrenta dificuldades na hora de repassar um balanço do problema para as autoridades de Porto Príncipe.
"Precisamos de mais cloro, soro, dispositivos gota a gota, antibióticos. Temos reservas, mas a demanda é tamanha que precisaremos de mais suprimentos", prossegue Sonçon.
Os pacientes chegam um atrás do outro. Um casal traz uma criança de cuecas e descalça, visivelmente extenuada. Um jovem de calça jeans, camisa vermelha e tênis esportivo branco chega sozinho. Suas dores são evidentes e ele vomita enquanto espera para ser atendido.
"É muito difícil. As pessoas chegam em péssimo estado", desespera-se Atalante Saint-Preux, uma jovem enfermeira haitiana. "São nossos amigos, irmãos e irmãs, temos de ajudá-los", enfatiza ela.
Marie-Lourde Denis, de 37 anos, foi hospitalizada na quarta feira. "Senti cansaço e enjoo depois de lavar a roupa no Rio Guayamouco", explica. Ela melhorou e logo recebeu alta.
"Lavei o rosto com a água do rio. Acho que foi essa a causa do mal-estar", comenta. "Três dias depois tive diarreia, vômitos e dores de barriga muito fortes. Em seguida fui ao hospital, pois pensei que estivesse com cólera", acrescentou ela.
Em Hinche, os capacetes-azuis nepaleses, acusados por parte da população de ter trazido a cólera ao Haiti, onde a doença foi erradicada quase cem anos atrás, foram alvo de pedradas na última segunda-feira, durante um protesto de aproximadamente 400 manifestantes que deixou seis feridos entre os soldados da Força de Paz da ONU.
Desde então, a situação se acalmou, mas pode piorar esta semana por causa da eleição presidencial de domingo. "Tenho limitado ao máximo minhas saídas à rua", explica Antonin Danalet, suíço, professor de matemática na universidade local. "Desde segunda-feira, já fui insultado duas vezes na rua. As pessoas me chamam de forasteiro, me veem como alguém que pode lhes transmitir a cólera."

domingo, 21 de novembro de 2010

Cão pode ser chave para entender distrofia muscular, revela estudo da USP

"Não é possível, esse cachorro não tem nada! Olha como ele corre", espantou-se Anderson Oliveira, 14, ao conhecer Ringo, um golden retriever de sete anos.
O cachorro tem distrofia muscular, mesma doença degenerativa que tirou os movimentos do jovem. Contrariando todos os padrões de evolução da moléstia, o animal não tem problemas para se movimentar. Testes em laboratório revelaram que ele é capaz de pular, correr e andar quase tão bem quanto um animal sem distrofia muscular.
Para os cientistas, essa é a primeira vez que um cão com total ausência de distrofina --proteína que contribui para a firmeza das fibras musculares e cuja ausência causa a distrofia-- consegue manter atividades físicas em níveis tão intensos.
Por conta disso, um time de pesquisadores da USP agora esquadrinha cada detalhe de seu DNA, em busca de uma pista do que poderia estar provocando a resistência aos efeitos da doença.
Também estudando cães, a mesma equipe acaba de testar com sucesso o uso de células-tronco para fortalecer os músculos afetados pela distrofia. Nesse aspecto, os bichos também são cruciais.
"A distrofia dos cachorros é causada por um defeito no mesmo gene que causa a distrofia de Duchenne [tipo mais comum e mais grave da doença] em seres humanos. Se nós formos capazes de curar esses animais, então nós também curaremos os meninos", disse à Folha a geneticista Mayana Zatz.
A cientista dirige o Centro de Estudos do Genoma Humano, que realiza o mapeamento genético de Ringo.
Ele e outros 16 golden retrievers fazem parte do projeto Genocão, um canil na USP onde efeitos e tratamentos da distrofia são estudados.
Conhecida como GRMD (sigla para distrofia muscular do golden retriever, em inglês), a doença é relativamente comum nessa raça.
Ela é provocada por um defeito num gene do cromossomo X, assim como a distrofia dos seres humanos.
Cientistas veem indícios de que o "segredo" de Ringo também possa estar ligado a uma alteração nesse cromossomo. Isso porque o cachorro conseguiu passar adiante essa "proteção" para pelo menos um de seus filhotes.
FAMA
A singularidade de Ringo fez com que ele virasse uma espécie de celebridade entre os geneticistas do mundo todo. A história já foi abordada em diversos congressos e apresentada em periódicos científicos internacionais.
Apesar da aura promissora, os pesquisadores daqui também pedem cautela quanto ao resultados dos estudos com o animal.
"Ainda falta um longo caminho para dizermos exatamente o que torna o Ringo desse jeito", alerta Zatz.

Extrato de alho ajuda a controlar hipertensão

Cientistas australianos têm uma nova solução para controlar a pressão alta. A arma secreta é o alho, segundo um estudo publicado na revista científica Maturitas. Num teste de 12 semanas envolvendo 50 pacientes, Karen Reid e colegas da Universidade de Adelaide descobriram que o consumo de quatro cápsulas diárias de um suplemento chamado extrato de alho envelhecido reduzia a pressão arterial em cerca de 10 mmHg, em comparação a um grupo que usava um placebo.
Reid disse que o alho consumido de outra forma não tem o mesmo efeito.
"Quando você cozinha o alho fresco, o ingrediente que é responsável por reduzir a pressão sanguínea desaparece", disse ela. "Acho que o ponto realmente importante é que o extrato de alho envelhecido como suplemento é a arma secreta para a pressão sanguínea."
Há muito tempo se sabe que o alho é bom para o coração, e a medicina tradicional indiana (aiurvédica) há séculos usa o produto na prevenção da hipertensão. Este, no entanto, é o primeiro estudo a avaliar cientificamente o impacto do extrato de alho envelhecido.

sábado, 20 de novembro de 2010

Tratamento que bloqueia "hormônio da fome" ajuda a controlar peso

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (Maryland), comprovou com sucesso um tratamento que bloqueia o chamado "hormônio da fome" e que, além de controlar o peso, pode ter outros benefícios metabólicos, informou a revista "Science". Brad Barnett e sua equipe do Departamento de Farmacologia e Ciências Moleculares criaram um composto que interfere na grelina, um hormônio produzido principalmente pelo estômago e que, entre outros efeitos nos mamíferos, é responsável pela sensação de fome.
"O aumento contínuo da proporção de indivíduos com excesso de peso na sociedade ocidental ao longo das últimas três décadas se vinculou a um aumento substancial da morbidade, e isto é um grave problema de saúde pública", informou o artigo.
Para enfrentar este problema "estão em andamento intensos esforços para esclarecer as interações de nutrientes e hormônios que contribuem para o aumento de peso", acrescentou.
Estudos anteriores estabeleceram que os níveis desse hormônio de origem natural no sangue são mais baixos imediatamente após a ingestão de comida e aumentam gradualmente durante o jejum.
Além disso, os cientistas determinaram que os níveis de grelina são mais altos nas pessoas magras em comparação com as que sofrem de obesidade.
Os pesquisadores da Universidade Johns Hopkins também sabiam que a grelina só age se for portadora de uma cadeia secundária de um octanoil específico, acrescentado por uma enzima denominada aciltransferasa-O-grelina (GOAT, pela sigla em inglês).
A equipe de Barnett criou, então, um composto de base péptida chamado GO-CoA-Tat, que inibe a GOAT, e o injetou em ratos que eram alimentados com alto conteúdo de gordura.
Depois, observaram as cobaias e comprovaram que o composto melhorava a tolerância à glicose e retardava o aumento de peso sem que reduzisse a quantidade de comida ingerida. De acordo com os pesquisadores, o resultado indica que o composto afeta o metabolismo, ao invés de diminuir o apetite.
O artigo informa que o tratamento requer repetidas injeções de GO-CoA-Tat, ou seja, é pouco provável que seja desenvolvido como um medicamento contra obesidade.
A importância do estudo determina que a GOAT é um resultado potencialmente valioso para o desenvolvimento de esforços futuros para um tratamento contra a obesidade.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Empresa que fabrica pulseira quântica é multada por propaganda enganosa na Espanha

A promessa de que suas pulseiras "contêm um holograma que armazena frequências que reagem positivamente ao campo de energia natural do seu corpo para melhorar a força, equilíbrio e flexibilidade", custou à Power Balance na Espanha o equivalente ao preço de 428 pulseiras: 15.000 euros. Esse valor é referente à multa aplicada pelo governo por propaganda enganosa, de acordo com o jornal "El País". A associação dos consumidores espanhola Facua entrou com uma ação contra a empresa em abril deste ano. Ela considera a pulseira "ridícula".
A Power Balance já vendeu mais de 300 mil pulseiras em toda Espanha, que custam entre 35 e 42 euros.
Segundo o periódico, o site da empresa encontra-se temporariamente indisponível.
No total, a Facua arquivou 14 denúncias sobre este tipo de produto, uma para cada marca de pulseiras milagrosas detectada.
As empresas que distribuem essas pulseiras demonstram seus efeitos com base em testes de equilíbrio, mas não há relatos científicos que justificam esses efeitos. Em maio, um estudo da Faculdade de Educação Física e Esporte da Universidade Politécnica de Madri, com 79 voluntários, constatou que os braceletes não têm efeito. "Os resultados nos levam a concluir que as pulseiras Power Balance não têm qualquer efeito sobre o equilíbrio, nem mesmo efeito placebo", disse o líder do estudo, Jesus Javier Rojo, médico e professor de saúde e desempenho humano, ao jornal El País.
Dois surfistas da Califórnia, os irmãos Rodarmel, são responsáveis pela invenção que conquistou milhares de pessoas. O sucesso na Espanha foi imediato e acompanhada por uma política agressiva de patrocínio de eventos.
Em abril, o Instituto Nacional do Consumidor (dependente do Ministério da Saúde espanhol) enviou uma mensagem às comunidades autônomas, advertindo que estas pulseiras fazem publicidade enganosa.
NO BRASIL
A propaganda dos fins terapéuticos das pulseiras bioquânticas está suspensa no Brasil desde o dia 3 de setembro deste ano, quando a determinação foi publicada pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) no Diário Oficial da União.
Tanto a revendedora da empresa Power Balance (americana) quanto a Life Extreme (brasileira) foram proibidas de alardear supostos efeitos como a melhora do equilíbrio e o estímulo da circulação sanguínea.
Segundo informou a assessoria de imprensa da Vigilância Sanitária, as companhias se comprometeram a retirar a propaganda de seus sites e outros meios de comunicação. Desde então, segundo a Anvisa, não foram encontradas irregularidades.
Caso infringissem a determinação, as multas às empresas poderiam variar de R$ 2.000 a até R$ 1,5 milhão.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Homem é internado em Campinas (SP) com suspeita do mal da vaca louca

A Secretaria da Saúde de Campinas (93 km de SP) investiga um caso suspeito do mal da vaca louca em um homem de 50 anos.O paciente está internado no Hospital Beneficência Portuguesa. A Vigilância em Saúde Municipal foi notificada do caso Creutzfeldt-Jakob (chamada popularmente de doença da vaca louca) no último dia 12.
Em nota, a Secretaria da Saúde de Campinas informou que o caso é "tratado com absoluto sigilo". O paciente, ainda segundo o hospital, esteve recentemente na Europa.
A secretaria disse, na nota, que "não vai divulgar outras informações sobre o caso" porque, segundo a pasta, a família pediu para que não fossem divulgados nomes nem outras informações que pudessem identificar a paciente e seus parentes.
Ainda de acordo com a secretaria, a "doença não é transmitida de pessoa a pessoa e não exige medida de controle no Brasil".
"Não há transmissão desta doença no Brasil. Portanto, não tem impacto na saúde pública ou impacto econômico", diz outro trecho da nota.
O paciente passa por exames desde a semana passada para confirmar ou não a doença. Os resultados devem ficar prontos, segundo o hospital, em "algumas semanas".
Os sintomas apresentados por ele também podem ser confundidos com meningite ou com alguma doença que provoque alterações neurológicas.
Entre os principais sintomas da doença em humanos estão as contrações musculares e a demência. A doença se desenvolve principalmente em pessoas com mais de 50 anos e causa a morte.
Especialistas afirmam que não há tratamento para a doença e que a contaminação em humanos pode ocorrer pela ingestão de carne de animais infectados.
Um dos modos de evitar a contaminação é não comer carne de ovinos e bovinos provenientes de países onde exista a contaminação.

Pesquisa vai seguir o câncer de mama na América Latina

Uma megapesquisa em cinco países do continente irá acompanhar de 2.500 a 3.000 mulheres com câncer de mama. O projeto está em fase final de aprovação.O objetivo é verificar se há padrões de alterações gênicas ligadas ao desenvolvimento da doença na América Latina e, com base nisso, avaliar como cada um desses perfis responde ao tratamento disponível atualmente.
Participarão do estudo brasileiras, argentinas, chilenas, mexicanas e uruguaias com câncer "localmente avançado", quer dizer: com um tumor que já se espalhou pela mama, mas ainda não atingiu outros órgãos e tecidos. Segundo a coordenadora de pesquisa do Inca (Instituto Nacional de Câncer), Marisa Breitenbach, a maioria dos diagnósticos no Brasil ocorre nesse estágio.
Além do Inca, conduzirão a pesquisa no país o Hospital AC Camargo, o Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira e o Hospital de Barretos. Juntos, eles devem recrutar 200 voluntárias por ano, em três anos. A conclusão da pesquisa deve ocorrer em cinco anos.
SUBTIPOS
As pacientes serão submetidas ao tratamento padrão para esses casos de câncer, com quimioterapia e cirurgia para a retirada do tumor. Mas, diferentemente do que normalmente ocorre, o tumor terá seu perfil genético investigado - o objetivo é identificar quais mutações em genes estão na origem de cada caso da doença.
Breitenbach explica que a expectativa é que existam padrões que se repetem em diferentes mulheres, mesmo que essas mutações não tenham caráter hereditário, e sim tenham sido desencadeadas ao longo da vida. Com a identificação desses perfis, o próximo passo será analisar a resposta de cada grupo ao tratamento.
"O que queremos é oferecer tratamentos específicos para cada subtipo de câncer, evitando tratamentos genéricos que não têm nenhum resultado efetivo e representam sofrimento para a paciente e custos para o sistema de saúde", diz Breitenbach.
Hoje, alguns exames já identificam diferentes subtipos de câncer de mama.
Algumas células malignas mantêm os receptores de estrogênio característicos das células sadias. Nesses casos, o tratamento inclui a administração de um bloqueador desse hormônio, que, de outra forma, estimularia o crescimento do tumor, exemplifica a pesquisadora. DIAGNÓSTICO TARDIO
"O câncer de mama não é uma só enfermidade. Há diferentes tipos e, dependendo do tipo, há um tratamento que pode ser químio, terapia hormonal ou combinação com cirurgia. Por isso é tão importante obter diagnóstico certeiro" diz Jorge Gomez, diretor para a América Latina do National Cancer Institute.
Essa entidade dos EUA, que participou do desenho da pesquisa, dará US$ 2,5 milhões anuais para o projeto.
As voluntárias também responderão a questionário epidemiológico sobre grau de conhecimento da doença, acesso a consultas e o tempo de espera para realização de exames, entre outros.
"O câncer de mama tem cura se há detecção precoce. É preciso entender porque as pacientes chegam já num estágio avançado", diz Gomez.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Testes genéticos detectam doenças ligadas a alimentos

Chegam ao Brasil os primeiros testes genéticos ligados ao campo emergente da nutrigenômica, que estuda como os alimentos interagem com certos genes. Os exames detectam a predisposição a três problemas: obesidade, intolerância a lactose e doença celíaca.
A intolerância a lactose é causada pela ausência da enzima que quebra o açúcar do leite. Já a doença celíaca é a intolerância ao glúten.
No caso da obesidade, o teste pode indicar como a pessoa vai responder a dietas, segundo Claudia Moreira, diretora científica da Eocyte, uma das empresas responsáveis pelos testes.
"É uma ferramenta que vai permitir ao médico adaptar o tratamento de acordo com o perfil do paciente", diz.
Em relação a diagnósticos clínicos, o teste é mais preciso. Mas seu uso divide médicos. O presidente da Sociedade de Gastroenterologia do Rio de Janeiro, José Augusto Messias, afirma não acreditar que traga benefícios, porque o surgimento das doenças é determinado por outros fatores, não só pela genética.
Já na avaliação de Luiz Vicente Rizzo, diretor do Instituto de Pesquisa do Hospital Albert Einstein, o teste vale, mas só para a doença celíaca. "Nesse caso, o diagnóstico precoce é fundamental, permite preparos específicos." OFERTA RARA
O médico coleta células bucais do paciente com cotonete. A amostra segue ao laboratório Stab Vida, em Portugal, onde é analisada. O resultado chega 20 dias depois.
Os testes de obesidade e intolerância a lactose custam R$ 550 cada um. O de doença celíaca chega a R$ 1.000.
O material é colhido pelos laboratórios CDB e Centro de Genomas, de São Paulo. Esse tipo de exame é raro no país. Poucos laboratórios dispõem de tecnologia.
A Eocyte diz que, como a análise é feita fora do país, não é necessário registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A Anvisa informa que qualquer produto comercializado no Brasil deve ter autorização do órgão. Isso significa que os exames genéticos não passaram ainda por verificação de eficácia, segurança e qualidade.
A chegada de mais um produto abre discussão sobre o futuro dos exames clínicos e do sequenciamento genético dos pacientes.
Segundo João Renato Pinho, médico do laboratório de patologia clínica do Einstein, "no futuro, as pessoas irão ao médico com a análise completa do seu DNA sequenciado. O profissional poderá informar quais riscos de doença elas têm e se respondem a certas drogas."

Com epidemia no vizinho Haiti, República Dominicana registra primeiro caso de cólera

SANTO DOMINGO - A República Dominicana anunciou nesta terça-feira que registrou seu primeiro caso de cólera, doença que já deixou mais de mil mortos no vizinho Haiti. Os dois países ficam sobre a mesma ilha no Caribe.Segundo o departamento de saúde dominicano, o doente é um dos mais de um milhão de haitianos que moram na República Dominicana. Ele esteve há 12 dias em seu país natal e continua internado, mas sua situação é considerada estável.Da mesma forma que o Haiti, até este ano a República Dominicana, que tem 10 milhões de habitantes, nunca havia confirmado um caso de cólera.Com o vizinho com quase 17 mil doentes, o governo dominicano já havia instalado há duas semanas um controle rígido na extensa fronteira para impedir que o cólera entrasse no país. Entre as medidas adotadas, restrições na entrada de haitianos e até no comércio bilateral.O crescente setor turístico dominicano é responsável por 13% do PIB do país, e as autoridades temem que a epidemia afaste viajantes. O caso confirmado nesta terça foi registrado na região turística de Punta Cana y Bávaro.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Saiba o que diabéticos podem comer e o que devem evitar

Não é fácil a vida dos diabéticos. Cheia de privações, sua dieta alimentar precisa ser leve, pobre em açúcares e rica em fibras.
Para alertar a população sobre os perigos desta doença que se tornou um dos principais males que atingem os brasileiros, este domingo (14) foi transformado no Dia do Diabetes.
Para quem sofre da doença, ficar longe de doces ultracalóricos é difícil, mas importantíssimo para controlar as taxas glicêmicas no organismo.
Mas o controle não termina aí, alerta Flávia Bulgarelli, mestre em nutrição pela Escola Paulista de Medicina e integrante da Casa Movimento. Trocar alimentos que levam farinha branca por produtos à base de farinha integral é outra dica importante para os diabéticos. O mesmo vale para o arroz: o ideal é manter distância do tipo refinado. - Eles devem ainda evitar sal e alimentos ricos em gorduras trans e saturada, pois elas elevam o colesterol, aumentando as complicações. Isso significa que frituras e carnes gordas não devem fazer parte do cardápio. O mesmo vale para sorvetes de massa, bolos prontos e biscoitos recheados. Tirar o sal das receitas é difícil, mas não impossível. A saída é investir em temperos naturais, como alho, cebola, salsa, orégano, açafrão e outras especiarias. Já as verduras, os legumes e os cereais, ricos em fibras, ajudam a minimizar o impacto de substâncias que, no corpo humano, acabam tendo um efeito nocivo, afirma Flávia. - As fibras, principalmente do tipo solúvel, promovem a redução da absorção de glicose pelo sangue. No time dos aliados dos diabéticos, estão ainda os peixes ricos em gorduras do tipo ômega (como o salmão, a sardinha, o atum, a cavalinha e o brasileiríssimo pintado). Entre os óleos mais indicados, estão os de canola e de linhaça, que, segundo a nutricionista, “auxiliam na prevenção do desenvolvimento da resistência à insulina”. Além disso, beneficiam o funcionamento do sistema cardiovascular e do cérebro. Manter uma rotina regular de exercícios físicos é outro passo fundamental para conviver com o diabetes sem drama, afirma Natalia Lautherbach, pós-graduanda em nutrição clínica e integrante da rede Mundo Verde.
- O mesmo vale para o acompanhamento médico constante.Alimentos ou remédios? Segundo Flávia, atualmente, a ciência tem encontrado em alimentos como a chicória, a banana [ainda verde] e a batata do tipo yacon [nativa da região andina] verdadeiros remédios no controle das taxas de açúcar sanguíneo.
– Uma das possíveis explicações [no caso da yacon] seria a quantidade de fruto-oligossacarídeos, conhecidos como FOS, que se transformam em uma espécie de gel ao serem ingeridos. Uma vez no intestino, essa substância é capaz de retardar a absorção de glicose. Doce veneno Muita gente costuma achar que o mel está liberado. Trata-se de um engano. Faz tão mal quanto açúcar. Doce, só se for dietético, sempre feito com adoçante (aquele específico para preparo de receitas culinárias).
À mesa, é bom trocar o tipo de produto usado para adoçar principalmente sucos, cafés e outras bebidas a cada três meses. Quando bater aquela vontade de comer doce, o ideal é optar por uma fruta. Em porções reduzidas, todas estão liberadas, já que são fontes de fibras. Mas, em excesso, podem aumentar a taxa glicêmica. Grelhadas, assadas ou fervidas com canela, maçãs, bananas e peras se tornam sobremesas bastante saborosas.

Casos de diabetes devem aumentar 54% em 20 anos

Em vinte anos, o número de pessoas com diabetes deve aumentar 54%, segundo a Federação Internacional de Diabetes, saltando dos atuais 284 milhões de portadores para cerca de 440 milhões. De acordo com previsões das autoridades de saúde dos Estados Unidos, praticamente todas as famílias do país terão alguém com diabetes em 2050.Por conta desse aumento de casos, o diabetes vem sendo descrito por especialistas como uma das principais doenças do século 21. Para complicar a situação, a incidência do tipo 2, que é mais comum em adultos, tem aumentado em crianças e jovens. E os países onde a doença mais cresce são as nações emergentes, como o Brasil, segundo Roger Mazze, diretor do Centro Internacional de Diabetes e um dos mais conceituados especialistas dos Estados Unidos.
Para Antonio Carlos Lerário, da Sociedade Brasileira de Diabetes, isso é explicado pelo aumento do poder aquisitivo da população dos países em desenvolvimento e pela mudança no estilo de vida, hoje mais urbano.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, órgão do governo americano, são várias as razões do problema. Em primeiro lugar, como as faixas etárias mais elevadas correm mais riscos de desenvolver a doença, o envelhecimento da população alavanca os casos. O segundo motivo é o crescimento de minorias como a hispânica, que, segundo pesquisas, possuem mais predisposição de desenvolver a doença. Por último, os portadores do diabetes, com os novos medicamentos, conseguirão viver mais tempo. Os médicos acrescentam a obesidade como uma das maiores responsáveis pelo diabetes.
Nos EUA, a epidemia de diabetes é acompanhada de perto por governo, mídia e população. A Sociedade Histórica de Nova York abriu uma concorrida exposição para contar a história da insulina, essencial no tratamento.Apesar dos avanços no tratamento do controle do açúcar sanguíneo (a doença não tem cura, mas pode ser controlada), o número de pessoas com diabetes deve aumentar nos EUA do atual patamar de 1 em cada 10 adultos para 1 em cada 3 nas próximas quatro décadas.
Essa possibilidade de sobreviver por décadas caso o tratamento seja correto leva muitos a não enxergar a doença como sendo tão grave quanto o câncer, segundo Mazze.
- As pessoas pensam que o diabetes não mata. Mas se esquecem de que ela pode levar à morte por problemas no coração e renais, caso não seja controlada. Sem falar em outras consequências, como perda da visão e amputações.

domingo, 14 de novembro de 2010

NO CEARÁ 50% desconhecem que têm diabetes

Na dúvida, o melhor é prevenir. Pensando assim, o vendedor Carlos Augusto Oliveira, 51 anos, não perdeu tempo e correu, na manhã de ontem, para Praça dos Estressados, na Avenida Beira-Mar, para realizar os exames de glicemia, hipertensão e colesterol. Afinal, hoje, comemora-se o Dia Mundial contra Diabetes. E, para celebrar a data, uma manhã de exames foi oferecida pela Associação Cearense de Diabetes e Hipertensos (Acedh), junto com a Prefeitura de Fortaleza."Aproveitei para fazer os exames, pois tenho histórico de diabetes na família. É uma oportunidade para verificar e, se preciso, se cuidar". A atitude de Carlos, como alerta a presidente da Acedh, Helena Rocha, é extremamente necessária.Isso porque, segundo os cálculos da Associação, atualmente, 380 mil cearenses possuem diabetes no Estado. No País, esse total sobe 10 milhões. O pior, porém, é que uma média de 50% da população, depois dos 40 anos, desconhecem que são portadores da doença. "Queremos alertar para a necessidade de estar alerta, fazer exames e se prevenir contra a doença". A diabetes, citou, se não controlada, pode gerar cegueira, problemas vasculares e nos rins.Além dessa ação, a presidente da Associação comentou que, todas as quartas-feiras, os exames são oferecidos na sede da entidade, das 7h30 às 12 horas, no Jardim América.

sábado, 13 de novembro de 2010

Implante de silicone inflável permite ajustes no tamanho dos seios

Um novo modelo de prótese de silicone permite o ajuste de volume até depois da cirurgia. Batizado de Spectra, o implante foi mostrado ontem em São Paulo pelo seu inventor, o especialista em plástica dos seios Hilton Becker, membro da Associação Americana de Cirurgia Plástica.
A novidade será apresentada domingo no 47º Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, em Vitória.
Por meio de uma cânula que fica sob a pele, a prótese permite que, durante a cirurgia, o médico injete soro fisiológico para regular o volume até chegar às dimensões consideradas ideais. Isso também reduz o tempo do procedimento.
Os casos de assimetria dos seios e as anomalias congênitas torácicas estão entre as principais aplicações do novo implante.
Hoje, o cirurgião precisa utilizar próteses de tamanhos diferentes para compensar as diferenças entre os seios e, muitas vezes, os resultados não atendem às expectativas.
No caso do Spectra, as dimensões da base do implante não se modificam durante os ajustes. Mesmo após a cirurgia, ainda é possível fazer pequenas adaptações, aumentando ou diminuindo o volume dos seios.
A prótese já foi aprovada na Europa e está disponível em alguns países. No Brasil, está em fase avançada de análise e aprovação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Desconhecida, síndrome de Tourette causa tiques motores e sons involuntários

Quando a família do engenheiro Ricardo Pimentel se reúne para jantar não é raro que seu filho único, adolescente, solte um sonoro "filho da p..." no meio da conversa. R., 15, não é rebelde nem mal educado: é portador de Tourette, síndrome neurológica que faz a pessoa emitir sons (às vezes, palavrões) de forma involuntária e desenvolver tiques motores.
Aos quatro anos, o menino dava pulinhos, ficava piscando os olhos e girando no chão. Instigado, o pai desconfiou de algo errado e o levou a um neurologista, que fez o diagnóstico. Isso é raro.
Os sinais da síndrome começam a ser percebidos por volta dos seis anos. Em muitos casos, a doença permanece na fase adulta.
"A pessoa não escolhe o que fala ou o como gesticula. Acontece sem ela querer", explica a psiquiatra Roseli Shavitt, coordenadora do Protoc, grupo ligado ao Hospital das Clínicas de São Paulo, que estuda os transtornos obsessivo-compulsivos.
O transtorno é desconhecido até no meio médico, diz Shavitt. "É até fácil diagnosticar. O difícil é achar profissional habilitado."
Depois de ter frequentado cinco escolas, os pais de R. optaram por um ano só de "atividades extracurriculares" para o menino: música, italiano, natação, cursos de raciocínio e até de modelo.
Isso porque R. sofreu "bullying" muitas vezes, segundo o pai. Era chamado de "agitadão" e se isolava.
"Inclusão é uma palavra bonita, mas na prática é pouco usada", diz Pimentel, 51.
Hoje, o adolescente toma remédios para atenuar os sintomas e vai a sessões de psicoterapia para aprender a lidar com os tiques motores. 'BOA NOITE'
Jeferson Soares, 33, que trabalha em um pet shop, só se descobriu portador dois anos atrás, depois de ser levado por um amigo a um psiquiatra de posto de saúde.
Desde pequeno ele contorcia muito os braços e tinha soluços constantes. Chegou se consultar com psiquiatras ainda na infância, mas não houve diagnóstico: "Falavam que era uma fase, ia passar, mas nunca passava."
Hoje, Soares toma remédios --incluindo antipsicóticos-- que atenuam os tiques.
Ainda assim, diz ele, de vez em quando repete muitas vezes as palavras que ouve na TV, principalmente o "boa noite" dos telejornais.
Soares conta que seus colegas de escola estranhavam os barulhos que ele fazia com a garganta e seu hábito de ficar torcendo o braço.
"No começo, pensavam que eu era louco. Meus pais até brigavam comigo porque não sabiam o que eu tinha." 'PISCA-PISCA'
O corretor de imóveis Oscarlino Domingues, 54, também passou por agruras na infância. Foi apelidado de "pisca-pisca", por causa do tique. Só descobriu o problema na maturidade, aos 44.
Domingues lembra que seus impulsos --piscar, repetir palavras etc.-- ficaram mais fortes na adolescência, com a separação dos pais.
"Eu ficava repetindo a mesma oração quando rezava. Sentia necessidade de ficar repetindo. E só piorava quando estava nervoso."
A ansiedade potencializa os impulsos: "A descarga de adrenalina piora os tiques", diz a psiquiatra Ana Gabriela Hounie, do HC.
Ela explica que histórias de "bullying" são recorrentes em crianças com Tourette.
"Os movimentos estranhos chamam a atenção, aí são colocados os apelidos. No fim, a pessoa busca ajuda por se sentir discriminada."
Se os tiques doem ou prejudicam a atenção, os médicos podem indicar tratamento com remédios.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Após sentir-se mal, presidente do Paraguai passa por exame em hospital de Assunção

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, foi atendido nesta quinta-feira em um hospital de Assunção após se queixar de mal estar e sensação de falta de ar, algo que seu médico considerou normal em um paciente submetido a quimioterapia.Lugo enfrenta um câncer linfático, diagnosticado em agosto, e há pouco mais de um mês sofreu uma trombose que o obrigou a ser transferido para um hospital de São Paulo. O presidente, de 59 anos, já fez cinco das seis sessões de quimioterapia prescritas.
O médico Alfredo Boccia disse que Lugo passou 20 minutos no hospital para um exame de eco-Doppler (espécie de ultrassom), "com resultado normal".
"Ele agora se encontra em boas condições de saúde, sem nenhum tipo de mal estar", disse Boccia, acrescentando que Lugo descansa na residência presidencial.
Em geral, Lugo vem mantendo sua agenda, mas na semana que vem deve enfrentar restrições, por causa da redução nas suas defesas imunológicas em consequência do tratamento.
A última sessão de quimioterapia está prevista para o dia 30, e 15 dias após ocorrerá uma avaliação geral no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Boccia disse que cogita antecipar os exames para que faça a quimioterapia também no Brasil, algo que será decidido no final da semana que vem.

Mortes por dengue aumentam quase 90% neste ano, informa ministério

O número de mortes provocadas pela dengue no país aumentou 89,7% neste ano (no período entre janeiro e 16 de outubro) em relação a todo o ano passado, segundo dados divulgados nesta quinta (11) pelo Ministério da Saúde.
De acordo com o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho, houve 312 mortes em 2009 e 592 entre janeiro e 16 de outubro deste ano.
O número de casos notificados da doença, informou o ministério, aumentou mais de 90% no mesmo período. Em todo o ano de 2009, foram notificados 489.819 casos e, neste ano, mais de 936 mil.
Segundo ele, 70% dos casos notificados estão concentrados em seis estados: São Paulo, Acre, Minas Gerais, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Goiás.
A maior parte das mortes teve como causa o vírus do tipo 1 da doença, comum nos anos 90, afirmou o coordenador do programa.
“O vírus da dengue tipo 1 voltou a circular pelo país e encontrou um contingente populacional sem imunidade. Esse vírus circulou por áreas muito populosas, como São Paulo e Minas Gerais”, disse Coelho.
Segundo ele, a combinação entre alta incidência de chuvas, temperaturas elevadas e baixo saneamento também contribuíram para o aumento no número de casos. Outro fator é o número de domicílios que não têm coleta regular de lixo - mais de 10 milhões, segundo o ministério.
Campanha
Nesta quinta, o Ministério da Saúde lançou uma nova edição da Campanha Nacional de Combate à Dengue. De acordo com o ministro José Gomes Temporão, a campanha consistirá de distribuição de folhetos e propaganda em emissoras de rádio e televisão.
A partir da próxima semana, o ministro visitará as cidades onde há maior risco de disseminação da doença, com o objetivo de divulgar a campanha.
Neste ano, o Ministério da Saúde pretende intensificar a campanha de combate à doença, com peças publicitárias consideradas mais fortes, que vão utilizar depoimentos de pessoas que passaram pela doença ou tiveram familiares e amigos atingidos.
Cidades com risco de surto
Temporão disse que, atualmente, 15 cidades correm o risco de passar por um surto de dengue nos próximos meses, das quais duas capitais: Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC).
Em outras 123 cidades do país, o ministério detectou situação de alerta para a doença, segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
Participaram do levantamento 417 cidades. Destas, 300 já enviaram as informações ao Ministério da Saúde. Outras 188 estão finalizando a contabilização dos dados.
Segundo o ministério, os 15 municípios que apresentam risco de surto representam 5% de todos os que encaminharam os dados ao ministério. São as cidades de Afogados da Ingazeira (PE), Ceará-Mirim (RN), Bezerros (PE), São Miguel (RN), Serra Talhada (PE), Rio Branco (AC), Ilhéus (BA), Floresta (PE), Simões Filho (BA), Mossoró (RN), Porto Velho (RO), Caicó (RN), Tamaragibe (PE), Caetanópolis (MG) e Epitaciolândia (AC). Em 2009, dez cidades estavam em situação de risco, entre elas Ilhéus e Mossoró, que permaneceram na lista deste ano.
De acordo com o ministério, a situação de risco é caracterizada quando mais de 3,9% das residências pesquisadas pelos técnicos do Ministério da Saúde apresentam larvas do mosquito transmissor da doença. Na situação de alerta, o índice de infestação vai de 1% a 3% das residências. Para o, Ministério da Saúde, o índice considerado satisfatório deve ser menor de 1%.
Outras 123 cidades estão em situação de alerta, e representam 41% dos municípios analisados. Entre eles, estão 11 capitais – Salvador, Palmas, Rio de Janeiro, Maceió, Recife, Goiânia, Aracaju, Manaus, Boa Vista, Fortaleza e Vitória. Em outros 54% das cidades analisadas, a situação foi considerada satisfatória, onde não há riscos de surto da doença.
"Sabemos que a dengue é uma doença em que o diagnóstico precisa ser feito de forma rápida, e o atendimento também. Além disso, houve um reforço para os estados de insumos, medicamentos, inseticidas, larvicidadas e um treinamento mais intenso dos agentes de saúde" disse o ministro.
Vacina
O ministro lamentou o fato de o governo brasileiro ainda não ter conseguido desenvolver uma vacina para combater a doença.
" Eu gostaria hoje de estar aqui dando uma notícia que seria primeira página, que seria a incorporação de uma vacina contra a dengue, mas não será neste momento, Você sabem que já estamos testando um protótipo desta vacina em Santa Catarina, mas ainda não será neste momento", disse o ministro.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Caixa com coquetel busca frear transmissão do HIV para bebês

Não é um grande avanço médico, apenas uma simples caixa colorida cheia de medicamentos contra o HIV, mas o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) espera que possa ajudar a finalmente interromper a transmissão do fatal vírus para os bebês.
O pacote mãe-bebê, chamado de "inovação para uma geração livre do HIV", será distribuído a 30 mil mulheres grávidas no Quênia, Camarões, Lesoto e Zâmbia a partir deste mês.
Ele contém todos os remédios e instruções necessários para proteger uma mãe infectada com o HIV e seu recém-nascido, mesmo se ela nunca visitar uma clínica novamente depois do nascimento, e até mesmo se não souber ler corretamente.
"Não precisamos de qualquer avanço científico ou nova tecnologia para combater esse problema", afirmou Jimmy Kolker, chefe dos segmentos de HIV e aids no Unicef. "O que precisamos é de uma maneira de capacitar as mulheres a tomar conta de si mesmas."
Indícios nos países desenvolvidos, onde na atualidade praticamente não há transmissão do HIV (vírus da imunodeficiência humana) - que causa a transmissão da aids - de mães para bebês, mostram que, como Kolker disse, todos os medicamentos e atendimentos conhecidos já podem interromper a doença mundialmente.
Entregar os medicamentos certos, para as pessoas certas, na hora certa está provando ser a maior barreira para eliminar a transmissão do HIV de mães para filhos nos países mais pobres, uma meta que a ONU quer alcançar até 2015.
"No mundo desenvolvido, há atualmente poucos bebês nascidos com HIV positivo, mas na África ainda nascem mais de mil todos os dias", afirmou Kolker à Reuters em uma entrevista. Eliminar as transmissões hereditárias até 2015 é uma "meta ambiciosa", mas que pode ser alcançada com algumas novas ideias, disse.
Mais de 50 por cento das mulheres com HIV positivo na África subsaariana em 2008 não tomaram os medicamentos necessários para impedir a transmissão do vírus para suas crianças, de acordo com dados do Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids).
O vírus está em cerca de 33,4 milhões de pessoas em todo o mundo, e 22,4 milhões delas vivem na África subsaariana.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que cerca de 430 mil crianças foram infectadas com o vírus em 2008, a grande maioria delas por meio da transmissão de mãe para filho. Contudo, esse tipo de transmissão é evitável se os serviços corretos estiverem disponíveis para a população.
As crianças que nascem com o HIV enfrentarão a doença durante toda a vida e, se tiverem sorte, tomarão remédios por toda a vida. Na África, pelo menos metade delas morrerá antes do segundo aniversário caso não haja intervenção médica.
"Ainda estamos deixando de atender muitas mães que não voltam às clínicas, ou por que as clínicas têm poucos estoques de medicamentos, ou por que as mães não tomam os remédios quando deveriam", afirmou Kolker.
Com o custo aproximado de 70 dólares por caixa, o pacote tem a metade do preço da quantidade de medicamentos necessários por um ano para um bebê com HIV positivo, diz a Unicef.
"Tem um bom custo-benefício sob todos os pontos de vista", afirmou Kolker. "É algo que pode ser feito em vilarejos e acompanhado por um agende de saúde comunitário ou grupo de mães. Não precisa haver uma enfermeira ou de um médico acompanhando."
O projeto-piloto do Unicef nos quatro países, no valor de 8 milhões de dólares, terá três fases, com cerca de 30 mil pacotes distribuídos em casa uma das fases, para atender a quase 100 mil mulheres até meados de 2011

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Incontinência urinária é tratada sem cirurgia em hospital

"Deixei de ir a festas, de dançar. Até ir ao cinema já é uma tortura porque tenho medo de não conseguir segurar", comenta Sueli, 68, professora aposentada.
Ela convive com um problema que afeta mais de 50% dos idosos e é tido como uma das principais causas de internação em asilos: as incontinências urinária e fecal. Um programa inédito do Hospital do Servidor Público Estadual, que envolve ginecologista, urologista, proctologista e fisioterapeuta, tem tratado mulheres incontinentes apenas com exercícios para fortalecer a musculatura do períneo.
O princípio é o mesmo da musculação. São vários exercícios que trabalham os músculos internos da vagina ou do ânus. Envolvem o uso de pesinhos de diferentes cargas e eletroestimulação para ativar os mecanismos neuromusculares, explica a ginecologista Raquel Figueiredo.
Estudos apontam que 60% dos casos de incontinência urinária com indicação cirúrgica poderiam ser tratados com exercícios.
Mas, como qualquer outra musculatura do corpo, os exercícios para o períneo só funcionam se houver disciplina e persistência. "É para o resto da vida", alerta a fisioterapeuta Priscila Midori.Muitas mulheres mal orientadas pensam que não há nada a fazer. "Só um terço busca ajuda", diz a proctologista Margareth Fernandes.
Se a incontinência urinária se associa à fecal, o que ocorre em 16% do casos, o constrangimento aumenta. "Se a gente não pergunta, ela tem vergonha de contar."

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

"Vamos esperar os cadáveres para agir contra o celular?", questiona pesquisadora

A epidemiologista Devra Davis lidera uma cruzada para fazer as pessoas deixarem o celular longe de suas cabeças. Convencida de que a radiação emitida pelo aparelho lesa a saúde, ela escreveu "Disconnect" (sem edição no Brasil), cuja base são pesquisas que começam a mostrar os efeitos dessa radiação no organismo. Nesta entrevista, ela também perguntou: "Vamos esperar as mortes começarem antes de mudar a relação com o celular?". Folha - Quais os riscos para a saúde de quem usa celular?Devra Davis - Se você segurá-lo perto da cabeça ou do corpo, há muitos riscos de danos. Todos os celulares têm alertas sobre isso. As fabricantes sabem que não é seguro. Os limites [de radiação] definidos pelo FCC [que controla as comunicações nos EUA] são excedidos se você deixa o celular no bolso.
Quais os riscos, exatamente?O risco de câncer é muito real, e as provas disso vão se avolumar se as pessoas não mudarem a maneira como usam os telefones. Trabalhei nas pesquisas sobre fumo passivo e amianto. Fiquei horrorizada ao perceber que só tomamos atitude depois de provas incontestáveis de que danificavam a saúde.Reconheço que não temos provas conclusivas nesse momento. Escrevi o livro na esperança de que meu status como cientista tenha peso, e as pessoas entendam que há ameaça grave à saúde e podemos fazer algo a respeito.
Mas há estudo em humanos que dê provas categóricas?Quando você diz "provas", você quer dizer cadáveres? Você acha que só devemos agir quando já tivermos prova? Terei que discordar. Hoje temos uma epidemia mundial de doenças ligadas ao fumo. O Brasil também tem uma epidemia de doenças relacionadas ao amianto. Só recentemente vocês agiram para controlar o amianto no Brasil, apesar de ele ainda ser usado. Ninguém vai dizer que nós esperamos o tempo certo para agir contra o tabaco ou o amianto. Estou colocando minha reputação científica em risco, dizendo: temos evidências fortes em pesquisas feitas em laboratório mostrando que essa radiação danifica células vivas.
Qual a maior evidência disso?A radiação enfraquece o esperma. Sabemos por pesquisas com humanos. As amostras de esperma foram dividas ao meio. Uma metade foi mantida sozinha, morrendo naturalmente. A outra foi exposta a radiação de celulares e morreu três vezes mais rápido. Homens que usam celulares por quatro horas ao dia têm a metade da contagem de esperma em relação aos demais.
Crianças correm mais perigo?O crânio das crianças é mais fino, seus cérebros estão se desenvolvendo. A radiação do celular penetra duas vezes mais. E a medula óssea de uma criança absorve dez vezes mais radiação das micro-ondas do celular. É uma bomba-relógio. A França tornou ilegal vender celular voltado às crianças. Nos EUA, temos comerciais encorajando celular para crianças. É terrível. Fico horrorizada com a tendência de as pessoas darem celulares para bebês e crianças brincarem. Sabemos que pode haver um vício no estímulo causado pela radiação de micro-ondas. Ela estimula receptores de opioides no cérebro.
Jovens usam muitos gadgets que emitem radiação.Sim, e eles não estão a par dos alertas que vêm com esses aparelhos. Não é para manter um notebook ligado perto do corpo. As empresas colocam os avisos em letras miúdas para reduzir sua responsabilidade quando as pessoas ficarem doentes.
É possível comparar a radiação de celular à fumaça?Sim. O tabaco é um risco maior. Mas nunca tivemos 100% da população fumando. Agora, temos 100% das pessoas usando celular. Então, ainda que o risco relativo não seja tão grande, o impacto pode ser devastador.
Nos maços de cigarro, há aquelas fotos horríveis. Esse é o caminho para o celular?Isso é o que foi proposto no Estado do Maine (EUA). Está se formando um grande movimento para alertar as pessoas a respeito dos celulares. Isso é o que aconteceu com o fumo passivo. Vamos começar a ver limites para a maneira e os locais onde as pessoas usam celular. A maioria não sabe que, se você está tentado conversar num celular em um elevador, a radiação está rebatendo nas paredes e fica mais intensa em você e em quem estiver perto.
Além de usar fones, o que é possível fazer para prevenir?Enviar mensagens de texto é mais seguro do que falar. Ficar com o celular nas mãos, longe do corpo, é bom, e mantê-lo desligado também.
Mas celular é um vício!Sim. Temos que usá-lo de forma mais inteligente.
- RAIO-X
FORMAÇÃO-Doutora em estudos científicos pela Universidade de Chicago e mestre em saúde pública pela Johns Hopkins
ATIVISMO-É fundadora da ONG Environmental Health Trust, que faz campanhas sobre riscos do tabaco, amianto e dos celulares para a saúde
LIVROS-"When Smoke Ran Like Water" (2002), sobre poluição, "The Secret History of the War on Cancer" (2007), sobre as causas ambientais do câncer, e "Disconnect" (2010)

domingo, 7 de novembro de 2010

Unifesp recruta voluntários para pesquisas sobre alcoolismo, menopausa e fibromialgia

A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) está em busca de voluntários para pesquisas sobre alcoolismo, menopausa e fibromialgia.O Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) está recrutando homens e mulheres com idade entre 18 e 65 anos para participarem de uma pesquisa clínica sobre o tratamento do álcool.
Os voluntários devem apresentar problemas relacionados ao uso de bebidas alcoólicas, mesmo se já frequentaram tratamentos anteriores.
Os interessados devem fazer as inscrições pelo telefone (011) 5083-1084, e falar com Valéria.
Já o estudo para tratamento da menopausa será conduzido pelo Ambulatório de Climatério.
As pesquisas envolvem medicamento a base de soja para combater os sintomas da menopausa. As voluntárias devem ter entre 40 e 65 anos, com atividade sexual ativa e que apresentem queixas sexuais, esquecimento e perda de memória.
É necessário que as voluntárias apresentem ausência de menstruação por pelo menos um ano e não tenham utilizado nenhum tipo de terapia hormonal nos últimos três meses.
Para iniciar o tratamento no ambulatório do Climatério serão realizados exames ginecológicos, antes da administração do medicamento por um período de seis meses.
As inscrições podem ser feitas de segunda à sexta-feira, das 8h às 15h, pelo telefone (011) 5549-6174.
A disciplina de Reumatologia da universidade recruta voluntários com diagnóstico de fibromialgia.
Podem participar do estudo mulheres com idade entre 18 e 60 anos, que saibam nadar e que tenham disponibilidade para participar de programa de exercícios físicos três vezes por semana, por um período de 12 semanas.
Os interessados deverão entrar em contato com Giovana pelo telefone (11) 8498-7581.

sábado, 6 de novembro de 2010

Estado quer CPMF, mas não gasta em saúde

Grande parte dos Estados cujos governadores eleitos integram o movimento pela volta do imposto do cheque para custear a saúde pública não aplica os 12% como previsto na Constituição e nos critérios estabelecidos pela resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
As informações constam da análise técnica das receitas e das despesas dos Estados do Ministério da Saúde. Os dados consolidados mais recentes são referentes a 2008. O balanço mostra que 13 Estados não atingiram o porcentual de 12% dos recursos com a saúde pública em 2008.
Entram nesse rol o Piauí, Ceará, Paraíba, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, cujos governadores eleitos ou reeleitos declararam ser a favor da volta de um imposto nos moldes da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), como levantamento publicado ontem no Estadão.
A nota técnica do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde e do Departamento de Economia da Saúde e Desenvolvimento do ministério leva em conta os dados declarados pelos governos estaduais, relatórios de execução orçamentária, dados de receita e de despesa com saúde.
Os Estados informam ter atingido o mínimo exigido de gastos, mas incluem como despesas com saúde ações não diretamente destinadas a serviços de acesso universal, igualitário e gratuito e confundindo o setor com outras áreas de políticas públicas.
Eles declaram, por exemplo, gastos em instituto de previdência e em assistência médica de servidores, em fundo de apoio habitacional de assembleia estadual, em melhorias no sistema prisional, agricultura familiar e com ações de assistência social.
A resolução do CNS (número 322 de 8 de maio de 2003) em vigor e defendida pelos parlamentares e entidades de saúde pública no projeto de regulamentação da aplicação dos recursos, apelidada de emenda 29, em tramitação no Congresso é clara e específica sobre o que pode ser ou não considerado gasto dentro desse porcentual de 12%.
O Rio Grande do Sul foi o Estado que menos aplicou recursos na saúde pública em 2008 (4,47%). Nos dados enviados pelo Estado constam gastos de R$ 921,81 milhões, mas a análise do balanço de gastos concluiu que foram aplicados R$ 616,81 milhões. Entre as despesas, a análise constatou uso do dinheiro para gestão de saúde do servidor público estadual, saneamento básico urbano e programa de prevenção da violência.
Ajuda. No Ceará, foram contabilizados R$ 38,3 milhões de gastos com a saúde de servidores e R$ 5,6 milhões com residência médica. O Estado informou ter gasto R$ 1,07 bilhão com saúde pública, mas a análise constatou R$ 719 milhões. "O total de despesa com saúde declarado é superior ao analisado no balanço geral do Estado", diz nota técnica aprovada pelo ministério.
A aplicação dos recursos fora dos critérios da resolução tem acumulado um passivo nos últimos 10 anos que pode chegar a R$ 16 bilhões. Na reunião de ontem do Conselho Nacional de Saúde foi levantada a discussão de uma ajuda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aos Estados que, ao mesmo tempo, serviria para injetar recursos no Sistema Único de Saúde (SUS).
"É impossível exigir dos Estados que coloquem em dia os recursos de uma hora para outra. Devemos fazer um estudo de securitização financiado pelo BNDES", afirmou Elias Jorge, diretor do Departamento de Economia da Saúde e Desenvolvimento do Ministério da Saúde. A exemplo do que faz com empresas e com dívidas agrícolas, o BNDES colocaria os recursos para os Estados que, poderiam aplicar em ações do SUS e zerar esse passivo. "Um fundo de investimento seria criado e, a partir daí, Estados e municípios passariam a cumprir o previsto."