segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Merenda escolar tem pior avaliação no Norte e Nordeste

As populações do Norte e Nordeste são as que têm a pior avaliação sobre a qualidade da merenda oferecida nas escolas brasileiras. Enquanto na média nacional 59,5% acham que a qualidade dos alimentos servidos é boa, nessas duas regiões a maior parte avalia o serviço como regular: 39,7% no Norte e 47% no Nordeste.
Os números foram apresentados nesta segunda-feira, 28, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a partir de 2.773 entrevistas realizadas em novembro. O objetivo foi captar a opinião da população sobre políticas e serviços públicos na área da educação. Menos de 43% acreditam que o impacto de programas de alimentação escolar sobre o desempenho dos alunos é bom ou muito bom e 17% acham que é ruim.
No Sul e no Centro-Oeste, mais de 70% dos entrevistados disseram que a qualidade dos alimentos oferecidos é boa. Sobre a quantidade dos alimentos, mais uma vez a pior avaliação foi feita pelos nortistas e nordestinos: 52,6% e 53,6%, respectivamente, consideraram “pouca” ou “muito pouca” a quantidade de comida ofertada. No Sul do país, esse percentual é inferior a 15%. Na média nacional, a maioria (67%) avalia como suficiente a quantidade servida nas escolas.
A oferta de merenda nas escolas é responsabilidade dos estados e municípios, com apoio do governo federal. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do Ministério da Educação, repasse atualmente R$ 0,30 por aluno ao dia para custeio desse serviço. O restante deve ser complementado pelos governos estaduais e municipais.
Livros didáticosO Ipea também avaliou a percepção sobre a distribuição de livros didáticos, ação desconhecida pela maior parte (68%) do público. Entre os quesitos conservação, conteúdo, quantidade e qualidade dos exemplares, a avaliação mais baixa foi em relação ao primeiro item: 49% consideram o estado de conservação dos livros ruim ou regular. As obras distribuídas pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do MEC, são repostas após três anos de uso.
O Ipea também aponta o desconhecimento da sociedade em relação aos conselhos escolares, cuja função é acompanhar a gestão administrativa, financeira e pedagógica de uma unidade de ensino. Mais de 70% da população desconhecem a existência dessa instância, que deve ser composta por representantes de pais, estudantes, professores, servidores da escola e membros da comunidade local. O FUTURO DE UMA NAÇÃO!!!!DILMA ISTO NÃO É AUMENTO PRA BOLSA FAMÍLIA???É DIGNIDADE PARA UMA NOVA GERAÇÃO!!!!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O campeão da beleza

O procedimento estético mais realizado em consultórios do Brasil é o peeling, de acordo com pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Indicado para rejuvenescimento facial e suavização de manchas e marcas de acne, o método foi apontado por 49% dos 823 especialistas ouvidos como o tratamento de beleza mais procurado, seguido por opções de laser e luz intensa pulsada, botox e preenchimentos.

Peeling, em inglês, quer dizer descamação. E é exatamente esse o objetivo da técnica: fazer com que a pele se descame, abrindo o caminho para uma renovação intensa da cútis. Sua grande vantagem – e a razão de ter se tornado o campeão da beleza no País – é proporcionar visível melhora de forma rápida e sem exigir necessariamente que a pessoa passe muito tempo longe das atividades cotidianas. “Conseguimos resultados realizando peelings mais leves mais de uma vez”, explica o dermatologista Omar Lupi, um dos responsáveis pelo estudo. “Ninguém mais tem tempo para ficar em casa se recuperando de um procedimento agressivo”, completou.

O processo pode ser feito de maneira química, mecânica e a laser. Nos químicos, a descamação é induzida por substâncias químicas. As mais usadas são os ácidos retinoico, salicílico e glicólico e a resorcina. “Eles são bem tolerados e de baixa incidência de complicações”, afirma a dermatologista Dóris Hexsel, da PUC do Rio Grande do Sul. Nos mecânicos, é feita uma esfoliação mais leve, como no peeling de cristal (a microdermoabrasão), ou uma espécie de lixamento da pele, caso da dermoabrasão. Entre as opções a laser, está o de CO2 fracionado.

A paulistana Fabiana Amorim, 35 anos, voltou das férias, recentemente, com o rosto mais manchado pelo sol. Como é usuária do peeling químico, fez mais um para clarear a pele novamente. Passou cerca de cinco horas com uma mistura dos ácidos retinoico e salicílico. Sentiu ardência e viu a pele descamar alguns dias. Mas hoje comemora o resultado: “A pele muda para melhor”, diz. Tanta variação se reflete no preço, que vai de aproximadamente R$ 100 (de cristal) a R$ 6 mil (profundo, à base de fenol).

Os peelings superficiais, como o de ácido retinoico em concentração baixa, atingem a epiderme, a camada externa da cútis. “Eles são recomendados para todos os tipos de pele”, diz o dermatologista Adilson Costa, da PUC de Campinas. Os médios chegam à superfície da derme, incentivando a produção de colágeno (substância que dá firmeza à pele). Os profundos atingem a derme média. Só se apela a eles em casos mais drásticos – envelhecimento, manchas ou cicatrizes acentuadas.

Variáveis como tom da pele e tendência a manchas e queloides devem ser levadas em conta na hora da indicação do procedimento. Isso porque as complicações são raras, mas acontecem. Há risco de surgimento de manchas, justamente uma das coisas que se quer combater. “Por essa razão é preciso escolher com cuidado os profissionais”, diz a dermatologista Flávia Addor, coordenadora do Departamento de Cosmiatria da SBD.

Também a profusão de ofertas confunde os clientes. Há peelings de ouro, maçã, chocolate ou vulcânico, entre outros. “Os ácidos vulcânicos provêm da extração da lava sedimentada, proporcionando eficácia no tratamento despigmentante”, defende a esteticista Blanch Marie, de São Paulo, que trabalha com o vulcânico. A dermatologista carioca Paula Bellotti não aprova essas modalidades. “Qual é a comprovação científica disso? Como vai atuar? Pode causar no mínimo uma alergia”, diz. O ideal, como se vê, é ter uma boa conversa com o dermatologista antes de escolher o peeling mais adequado.

Fungos podem ser usados na prevenção da malária, diz pesquisa

Um estudo que será publicado na revista Parasites and Vectors indica um método que usa fungos patogênicos como alternativa para prevenir a proliferação da malária. A proposta é usar esporos flutuantes para matar as larvas dos mosquitos antes que elas possam transmitir a doença.A Organização Mundial de Saúde registra mais de 200 milhões de casos de malária a cada ano e a doença foi responsável por cerca de 780 mil mortes em todo o mundo em 2009. No Brasil, são cerca de 500 mil casos por ano. A malária é transmitida por mosquitos que procriam em corpos d’água e passam boa parte de seu estágio larval se alimentando de fungos e de outros microrganismos presentes na superfície da água.

O plasmódio, parasita que causa a malária, é transmitido para os humanos junto com a saliva do mosquito (geralmente do gênero Anopheles) durante a picada. No corpo humano, o parasita invade o fígado e atinge as hemácias.

Uma vez infectado, é difícil para o hospedeiro humano se recuperar porque algumas espécies de plasmódio são capazes de permanecer dormentes e evitar as drogas contra a malária. Esses parasitas também estão se tornando resistentes às drogas tomadas para evitar infecções.

De acordo com Tullu Bukhari e sua equipe do Laboratório de Entomologia da Universiidade Wageningen, na Holanda, um modo alternativo para reduzir o risco de infecção por malária é matar os mosquitos. Fungos, como as espécies M. anisopliae e B. bassiana, causam uma doença conhecida como muscardina nas larvas dos mosquitos, levando à morte dos insetos antes que eles se desenvolvam até o estágio adulto.

Os cientistas empregaram um óleo sintético como base para dispersar esporos fúngicos na superfície da água. Segundo eles, o óleo melhora a dispersão de esporos e o preparo aumenta tanto a persistência como a eficácia dos esporos. Nos testes feitos pelo grupo, no Quênia, houve morte de 50% mais larvas do que com esporos sem óleo e uma redução de 20% nos estágios de desenvolvimento dos mosquitos.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Poluição do ar causa mais infarto que cocaína

Respirar ar poluído causa mais ataques cardíacos que usar cocaína, segundo revisão de estudos envolvendo 700 mil pessoas, publicada ontem no "Lancet".

O trabalho, feito pela Hasselt University, na Bélgica, cruzou fatores de risco para infarto e a exposição da população a esses fatores.
É por isso que a poluição ficou em primeiro lugar. Individualmente, aumenta apenas 2,9 vezes o risco de infarto, em comparação com a cocaína (23 vezes).

Mas, como a população toda é exposta à poluição, e apenas uma fração pequena usa a droga (0,04%), a poluição desencadeia muito mais infartos do que a cocaína.

O estudo também coloca em patamares semelhantes os riscos da poluição e de outros fatores mais conhecidos, como esforço físico e consumo de álcool e de café.

Para o médico epidemiologista Luiz Alberto Pereira, do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP, é esse o mérito do estudo.

Segundo Pereira, a poluição não é valorizada como fator de risco e ainda há muito ceticismo a seu respeito.

"O estudo pode fazer com que os clínicos finalmente olhem para a poluição como fator de risco relevante para infarto. Não se pode mais menosprezar um risco de 7%, similar ao do álcool."

Os gatilhos fazem a doença preexistente piorar ou se manifestar. No caso da poluição, a piora da qualidade do ar pode causar um infarto poucas horas depois da exposição em quem tem hipertensão ou problemas cardiovasculares.

Mas mesmo pessoas saudáveis podem sofrer dano e ter o risco de infarto aumentado ao longo do tempo, principalmente se morarem em cidades como São Paulo, diz o pneumologista Ubiratan de Paula Santos, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Já aqueles que se protegem com medicamentos para pressão alta e se expõem menos aos riscos sofrem menos os efeitos dos gatilhos.

OUTROS FATORES

Ao todo, o trabalho revisou 36 pesquisas. A partir delas, foi feito um ranking de 13 fatores de risco que estimularam infartos uma hora ou dez dias depois do estímulo.

Alguns desses fatores são uso de maconha, emoções positivas e negativas, atividade sexual e refeições pesadas. O fumo passivo não foi incluído no estudo, mas os autores dizem que seus efeitos são similares aos da poluição ao ar livre, e há a evidência de que banir o fumo em lugares públicos reduziu as taxas de infarto em 17%.

O esforço físico, que pode proteger o coração se é feito com regularidade, é o segundo principal fator de risco, para quem é sedentário ou esportista de fim de semana.

Da mesma forma, o álcool, terceiro no ranking dos gatilhos, pode ser um fator de proteção quando consumido em pequenas quantidades.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Vitamina D pode ajudar a regular açúcar no sangue de diabéticos

Consumir iogurte com quantidade extra de vitamina D pode ajudar pessoas com diabetes a regular o açúcar no sangue, segundo uma pesquisa feita no Irã.

No estudo, 90 adultos com diabetes foram divididos em três grupos. Todos recebiam iogurte todos os dias: um grupo recebia iogurte natural; outro, iogurte com dose extra de vitamina D; e o terceiro, iogurte com quantidade extra de vitamina D e cálcio.

Após de 12 semanas, "nós observamos uma melhoria relativamente notável nos níveis de açúcar no sangue em grupos que receberam mais vitamina D, em comparação ao grupo do iogurte natural" disse o coautor da pesquisa Tirang Neyestani, professor do Instituto Nacional de Pesquisa em Nutrição e Tecnologia de Alimentos do Irã.

Estudos anteriores sobre o papel da vitamina D em pacientes com diabetes não foram capazes de mostrar causa e efeito.

Na diabetes tipo 2, a forma mais comum da doença, o organismo tem dificuldade em usar a insulina para processar a glicose dos alimentos, resultando em níveis excessivos de açúcar no sangue. A vitamina D pode ajudar a regular a sensibilidade do organismo para a insulina e a possível produção de insulina pelo pâncreas.

Nos anos 80, numerosos estudos relacionaram a vitamina D a um risco menor de diabetes, porém outros autores não encontraram nenhum benefício. Um relatório recente mostrou a relação entre os níveis de vitamina D no sangue das mulheres e o risco de desenvolver diabetes tipo 2, por exemplo.

No novo estudo, 55 mulheres e 35 homens foram divididos em grupos de 30, e todos beberam seu iogurte específico duas vezes por dia. O iogurte natural continha 150 mg de cálcio, o iogurte enriquecido tinha 500 unidades internacionais (UI) de vitamina D e 150 mg de cálcio, e o iogurte fortificado duplamente continha 500 UI de vitamina D e 250 mg de cálcio.

Depois de três meses, o nível de açúcar no sangue do grupo do iogurte natural aumentou de 187 mg/dL para 203 mg/dL (miligrama por decilitro de sangue). Em ambos os grupos dos iogurtes enriquecidos, o nível de açúcar no sangue caiu de 184 mg/dL para cerca de 172 mg/dL. Níveis de açúcar no sangue acima de 126 mg/dL são considerados diabetes.

As pessoas do grupo que recebeu o iogurte fortificado perderam uma média de 2 kg a 5 kg durante o estudo, enquanto o peso do grupo do iogurte natural permaneceu o mesmo.

Embora esta diferença possa parecer pequena, ela pode ter afetado os níveis de açúcar no sangue dos participantes, disse Anastassios Pittas, professor assistente de medicina na Tufts University School of Medicine, em Boston, que não fez parte do estudo.

"A perda de peso por si só, independentemente do que ela provoca, pode melhorar o diabetes", explicou.

Também é importante ressaltar que a vitamina D foi dada no iogurte, em vez de como um complemento. Tomar a vitamina por si só pode produzir resultados diferentes, segundo o professor.

"Iogurte contém probióticos, bactérias boas que nos ajudam a digerir os alimentos, e há alguns indícios de que também possam ser importantes para diabetes", explicou Pittas.

O estudo, publicado no "American Journal of Clinical Nutrition", foi financiado pelo Instituto Nacional de Pesquisa em Nutrição e Tecnologia de Alimentos do Irã. O iogurte foi doado pelas indústrias de laticínios do país e substituiu a quantidade equivalente de leite na dieta dos participantes.

Pessoas com diabetes tipo 2 devem seguir a atual recomendação do Instituto de Medicina de 600 IU de vitamina D por dia, Pittas disse.

O estudo é "um pouco bom demais para ser verdade", acrescentou ele, mas "fornece evidências adicionais para estudos de longo prazo. Eu ainda não diria que todos nós deveríamos tomar iogurte com vitamina."

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Prefeitura não paga anestesiologistas

Desde abril do ano passado, a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Ceará (Coopanest - CE) não recebe da Prefeitura o pagamento referente às cirurgias cardíacas realizadas nos hospitais conveniados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É o que afirma o diretor financeiro da entidade, o médico Alberto de Oliveira Júnior. Ele alerta para a dívida que já chega a R$210 mil. A Prefeitura nega a inadimplência e diz desconhecer o montante reclamado.

Segundo a Coopanest, há dois anos o pagamento pelas cirurgias cardíacas cobertas pelo SUS é concedido por meio de convênio entre Prefeitura e Governo do Estado. O acordo prevê que 60% do pagamento é de responsabilidade do Estado e 40% cabe à Prefeitura. "O Estado, que entra como contrapartida, está cumprindo religiosamente com os prazos. Já a Prefeitura, que deveria repassar o dinheiro todo que vem do SUS para os procedimentos, está há nove meses sem fazer isto", afirma Alberto Júnior.

A Coopanest diz que já entrou com uma representação junto ao Ministério Público Estadual e aguarda audiência para resolver a questão. As cirurgias cardíacas, as quais se referem os anestesiologistas, são aquelas que não podem ser realizadas no Hospital de Messejana por falta de vagas e são encaminhadas a três hospitais conveniados: Hospital Batista, Hospital São Raimundo e Prontocárdio. Os pacientes, segundo a cooperativa, dispõe da rede conveniada à custo zero.

Normalidade

De acordo com o gerente da Célula de Atenção Especializada da Secretaria de Saúde do Município (SMS), Francisco Holanda, todos os procedimentos via SUS são pagos normalmente, sem atraso. "Todos os procedimentos com recursos do SUS são pagos de duas formas: ou por sistema ambulatorial ou por sistema de internação hospitalar. Os pagamentos foram processados dentro da normalidade até dezembro, e o mês de janeiro já está em processamento", garante.

Francisco Holanda alega que o único contrato em conhecimento da administração municipal, que havia entre Prefeitura e a Coopanest, era à respeito do pagamento de outros procedimentos e foi desfeito em agosto passado, em juízo.

Para o gestor da SMS, é preciso que a cooperativa apresente a demanda para que haja um detalhamento do caso. "Eu não tenho conhecimento dessa dívida, nem desse contrato", conclui Holanda. "Cerca de 20 anestesiologistas continuam realizando os procedimentos normalmente em respeito aos pacientes. Nós esperamos respeito com a categoria também", reclama o médico.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Centros de Saúde de Fortaleza estão na UTI

Conseguir uma consulta médica em Centros de Saúde da Família se tornou tarefa das mais difíceis. Muitos cidadãos têm que abrir mão de uma noite de sono para se aventurar, madrugada adentro, nas filas em busca de atendimento. O que, ainda assim, não representa nenhuma garantia.

Falta de medicamentos, computadores quebrados, atendimento precário, desorganização, idosos sem prioridade nas filas, falta de água potável, de cadeiras e macas para receber pacientes graves, são problemas comuns a maioria das unidades de saúde em Fortaleza.

Foi o que constatou as equipes de reportagem do Diário do Nordeste ao visitar seis Centros de Saúde na Aerolândia, Pirambu, Cristo Redentor, Colônia e Álvaro Weyne, vinculadas a três Secretarias Executivas Regionais (SERs). Na manhã de ontem, comprovou o sofrimento de quem busca atendimento, entre filas e recusas de médicos com agenda programada cheia.

Drama

No Centro de Saúde da Família César Cals de Oliveira, no bairro Aerolândia, a equipe flagrou o drama da dona-de-casa Rachel Silva, 25 anos, que passou mal na parada de ônibus, localizada vizinho ao Centro de Saúde da Família César Cals de Oliveira, no bairro Aerolândia.

Socorrida, e teve que ser carregada por quatro homens numa cadeira improvisada, porque na unidade não tinha maca e nem cadeira de rodas. Os próprios funcionários reclamam das péssimas condições do ambiente de trabalho e com a insegurança, já que o posto não dispõe de guardas municipais.

Os problemas se repetem e cada paciente tem uma história de dor e sofrimento para contar. O mestre de obras Francisco Pereira Duarte, 63, sofreu, em novembro do ano passado, um acidente de carro e teve o tornozelo fraturado. De lá para cá ele realiza, semanalmente, uma verdadeira peregrinação em centros de saúde e Hospital Geral de Fortaleza (HGF), na tentativa de conseguir uma cirurgia.

"Sexta-feira (dia18) eu vim para cá, mas quando cheguei disseram que o computador estava fora do ar", reclama Duarte, após duas tentativas fracassadas de marcar uma consulta no Centro de Saúde da Família Rigoberto Romero, da Cidade 2000.

Na maioria dos postos de saúde, é unânime a reclamação de desrespeito ao Estatuto do Idoso. Os acompanhantes reclamam que os pacientes da terceira idade não têm prioridade na marcação de consultas.

Um exemplo é do mãe da auxiliar de enfermagem Liduina da Fonseca Lima, 49. Com 74 anos, a aposentada, que tem diabetes, aguardava há três horas por atendimento, no posto da Cidade 2000. "Nós chegamos às 6 horas e já são 9h e minha mãe não foi atendida. E é porque a consulta está marcada para hoje".

Sem estrutura

Os pacientes reclamam também da falta de estrutura, como computadores quebrados e falta d´água. A doméstica Aldenora Santina da Silva, 39, conta que no Centro de Saúde Rigoberto Romero, há dois anos, a água potável é servida apenas para os funcionários "Toda vez que venho para consulta trago água de casa ou dinheiro para comprar".

A auxiliar de serviços gerais Maria Sousa de Oliveira, 55, indignada, relata que na última sexta-feira, 18, os pacientes que tinham consulta marcada voltaram para casa sem atendimento, com a promessa de que as elas ocorreriam ontem. "Os computadores estão todos quebrados. Não tem água, a gente fica com o remédio na mão e não pode tomar".

De acordo com a coordenadora da unidade, Vanizete Martins, tem um médico exclusivo para atender idosos, por isso a dificuldade de criar uma fila preferencial. Com relação a reclamação da falta de água, ela diz que existe um bebedouro. Contudo, como muitas crianças o utilizavam de forma inadequada, ele teve de ser colocado na Copa, no andar superior.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Governadores do Nordeste defendem criação de imposto à saúde

Tema polêmico dentro do governo e evitado durante a campanha eleitoral, a recriação de um imposto nos moldes da extinta CPMF tem o apoio declarado da maioria dos governadores do Nordeste, inclusive da oposição. Logo após sua eleição, a presidente Dilma Rousseff admitiu discutir com os governadores a volta de um imposto para financiar a saúde.

Na chegada ao resort onde será realizado hoje o 12º Fórum de Governadores do Nordeste, no município de Barra do Coqueiro, vizinho a Aracaju, os representantes dos Estados da região se manifestaram favoravelmente à criação de um novo imposto cujos recursos sejam voltados exclusivamente à saúde. Entre os apoiadores estão Jaques Wagner (PT-BA), Cid Gomes (PSB-CE), Ricardo Coutinho (PSB-PB) e Wilson Martins (PSB-PI).

"Acho que os governadores podem ajudar nisso [na aprovação de um novo imposto para a saúde]", afirmou Cid Gomes, quando questionado se o apoio de governadores à criação de um novo imposto se traduziria em apoio da bancada de seus respectivos partidos no Congresso. Em 2007, a CPMF, sustentada via medida provisória, foi derrubada pela oposição, com apoio de aliados do governo.

Até mesmo Teotônio Vilela (PSDB), governador de Alagoas, falou sobre graves problemas na área da saúde em seus Estado e defendeu uma nova forma de financiamento da saúde.

O também tucano Antonio Anastasia, governador de Minas Gerais, único representante de fora do Nordeste convidado para o encontro, também defendeu um imposto para a saúde, mas com a ressalva de que o assunto fosse tratado dentro de uma discussão mais ampla sobre reforma tributária. Segundo ele, se um novo imposto fosse apresentado agora pelo governo, fora do contexto de uma reforma tributária, a proposta não teria seu apoio nem do PSDB.

O posicionamento francamente contrário à criação de um novo imposto para financiar a saúde veio de dois dos maiores aliados da presidente Dilma na região: Eduardo Campos (PE) e Marcelo Deda (SE), anfitrião do encontro de governadores.

O pernambucano, por exemplo, citou como prioridade do governo na área da saúde a aprovação da Emenda 29, que eleva os percentuais mínimos a serem investidos no setor por União, Estados e municípios.

PROTESTO

A cerca de 500 metros do resort onde está sendo realizado o fórum de governadores, no município de Barra do Coqueiro, vizinho a Aracaju, um grupo de policiais e bombeiros exige o apoio do governo para a aprovação da PEC 300, que define piso salarial mínimo para a categoria em todo o Brasil.

Bandeiras pedindo a aprovação da emenda constitucional foram espalhadas pela estrada que liga Aracaju ao hotel onde Dilma se encontrará com os governadores do Nordeste.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

'Pomada' à base de sangue trata feridas persistentes

Pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu (SP) desenvolveram uma nova linha de curativos à base de sangue, capazes de curar até 75% das feridas crônicas.
Os biocurativos usam plasma e plaquetas, obtidos em bancos de sangue. Esse material muitas vezes vai para o lixo porque fica inválido para a transfusão sanguínea.
Nos últimos oito anos, os curativos foram testados em 2.100 pacientes. Agora, estão na fase de patenteamento pela Unesp --por isso, ainda não estão à venda.
São três tipos de curativo: com plasma, com plaquetas e com os dois componentes na mesma fórmula. Cada um é indicado de acordo com a situação da ferida --se é extensa, por exemplo.
"Temos pacientes com feridas que não cicatrizam há 40 anos. Já usaram de tudo e não tiveram resultado. Chega a ser emocionante quando conseguem, finalmente, se curar", diz a médica Elenice Deffune, professora de hematologia da Unesp e coordenadora da pesquisa com os biocurativos. SEM DESPERDÍCIO
A ideia dos curativos nasceu em 2001, a partir de um inconformismo de Elenice, que trabalhava no Hemocentro do HC da Unesp. Ela se incomodava com o descarte rotineiro dos derivados do sangue usados em transfusões.
As hemácias são as mais aproveitadas. Já as plaquetas e o plasma têm prazo de validade reduzido e nem sempre são utilizados. O plasma vale por 12 meses e, as plaquetas, por apenas cinco dias.
Os estudos clínicos com o produto, na forma de pomada, começaram em 2003, em pacientes com grandes feridas na região sacral e nas nádegas _em geral, acamados há muito tempo.
Na fase seguinte dos estudos, foram examinados tecidos das feridas, e os pesquisadores perceberam que, embora houvesse vascularização no local, havia poucas células-tronco.
Na última fase da pesquisa, entre outras adaptações, foram extraídas células-tronco do tecido adiposo do paciente, que foram cultivadas em laboratório e incorporadas ao curativo (gel).
O produto foi aplicado em cinco pacientes, que tinham mais de 40 feridas pelo corpo. "O resultado foi emocionante. Todos os pacientes tiveram feridas fechadas", conta Elenice.
Outra vantagem dos biocurativos, segundo a enfermeira Mariele Gobo, encarregada de atender os doentes no ambulatório da Unesp, é que não deixam coloração diferente no local da ferida e nem alteram a consistência da pele_ o que pode acontecer com outros produtos.
RISCO
Mas Elenice frisa que o produto tem suas limitações. Ele não é indicado, por exemplo, quando o paciente tem uma lesão causada por tumor porque o plasma e as plaquetas liberam fatores de crescimento, que podem aumentá-lo.
Outro risco do biocurativo_ainda que remoto_ é o de transmissão de doenças que por ventura estiverem no sangue (janela imunológica). "Mas é um risco menor do que aqueles que recebem hoje transfusão sanguínea."
O risco de a pessoa adquirir o vírus HIV durante uma transfusão, por exemplo, é de um em dois milhões.
Elenice explica que são tomados outros cuidados adicionais para reduzir ainda mais esse risco. "A gente só pega plasma securizado, de doadores fidelizados ao banco de sangue [que já doaram várias vezes]."
Para o clínico-geral da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Paulo Olzon, o biocurativo faz "total sentido" e pode ser uma opção eficaz e mais barata. "Ele imita a cicatrização natural." Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail: biocurativo@fmb.unesp.br

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Casos de dengue superam janeiro da última epidemia-CEARÁ

O balanço da dengue referente ao mês de janeiro aponta que o Ceará á registra número de casos superior ao mesmo período da segunda maior epidemia da doença no Ceará, ocorrida em 2008. Para se ter uma ideia, os dados do boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), divulgados ontem, confirmam 2.241 infectados no último mês, com oito óbitos, enquanto que em janeiro de 2008, esse número correspondia a 1.607, e nenhuma morte. Ou seja, um aumento de 39,45% nos registros.Os dados preliminares do Ministério da Saúde (MS), oriundo do monitoramento feito até o último dia 28, colocam o Ceará com 489 casos, o que o posiciona como segundo Estado do Nordeste em confirmações de dengue, ficando atrás apenas da Bahia, com 695 pacientes infectados. Na época, foram registrados oito casos graves, com dois óbitos em investigação.Já as informações mais atuais da Sesa, apontam que até ontem, o Ceará tinha 2.559 pessoas com dengue, além de um total de oito óbitos, sendo um por Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), e o restante por complicação. Ambos os tipos, são referentes a manifestação mais agressiva da doença.Para a doutoranda da Rede Nordeste de Biotecnologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Patrícia Facó, os números traduzem uma epidemia. "Não sei precisar se iremos ter uma quantidade maior de pessoas infectadas em relação a 2008. Porém, não é preciso ter bola de cristal para afirmar que a quantidade de casos graves será bem superior".A pesquisadora considera a situação do Estado preocupante, pois leva em conta vários fatores, como o período chuvoso e a falta de consciência sanitária, ou seja, o desrespeito com o meio ambiente por parte da população. "De nada adianta nós termos campanhas educativas, contratarmos agentes sanitaristas, se a população não faz a sua parte, como vedar a caixa d´água, eliminar focos dentro de casa e não jogar lixo na rua", disse Patrícia Facó.Temperatura favorável, quente e úmido, e abastecimento de água irregular, além de uma parte da população vulnerável ao sorotipo 1 da dengue. Esse conjunto de fatores fazem de Fortaleza um lugar ideal para reprodução do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da doença. O que a população não sabe, é que além do mosquito, outros responsável pela transmissão da doença é o Aedes Albopictus, juntos eles já conseguiram infectar 899 pessoas.Patrícia Facó explicou que os sintomas do Albopictus são os mesmos do Aegypti. Além disso ela salientou que, segundo pesquisa realizada pela Uece, de 2006 a 2009, ambos os mosquitos já nascem infectados pelo sorotipo circulante. "Na época o Albopictus já nascia com os vírus 1 e 2 da doença".Em virtude disso e da falta de comprometimento de alguns cidadãos, ela alertou para a necessidade de o Município ampliar as atividades de controle legais, que consistem na visita de imóveis fechados e prédios abandonados. "É preciso priorizar ações durante todo o ano. A Prefeitura deveria ver uma forma de punir com mais rigor os cidadãos que não colaboram com a prevenção".EstadoAté ontem, um total de 161 municípios registravam a presença das larvas do mosquito. Destes, 107 estavam com transmissão da doença. Com relação a letalidade da dengue, o Estado está com 7,1%, uma porcentagem bem acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que permite até 1%.A incidência está em 4,03 casos por cada 100 mil habitantes, considerada baixa pela OMS, que classifica como alta a ocorrência acima de 300.MedidasArruda Bastos solicita mais recursos para as endemiasO secretário da Saúde do Estado, Arruda Bastos, atribuiu o alto número de casos, se comparado ao mesmo período de 2008, a chegada antecipada das chuvas. Além disso, informou que as atividades para contenção da epidemia já estão sendo tomadas desde o fim de 2010. “Em 2008 nós tivemos um inverno mais tardio. Fora isso, se caso não tivéssemos nos mobilizados no ano passado, os número de casos seria bem maior”. Bastos acrescentou que há 15 dias teve um encontro como Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, onde estiveram presentes outros representantes de 16 estados que encontram-se em situação de vulnerabilidade para dengue. “Fomos reivindicar mais recursos para as endemias, e acredito que a resposta seja bastante positiva, tendo em vista que o Amazonas acabou de receber essa ajuda”. Ele informou ainda, que Padilha visitará o Estado no próximo dia 26, como parte da Caravana da Dengue. Dentro das solicitações de Arruda ao MS, estão a liberação de 20 carros de Ultra Baixo Volume (UBV), os conhecidos Fumacê. “Até o momento já liberamos carros para alguns municípios. Porém essa solicitação é como medida de precaução, tendo em vista a situação de vulnerabilidade em nos encontramos”.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Veto a inibidor de apetite favorece cirurgia bariátrica

Proibir drogas emagrecedoras, como quer a Anvisa, levará ao aumento no número de cirurgias de redução do estômago, dizem médicos. Com a possível retirada desses remédios do mercado, sobram poucas alternativas para tratar a obesidade.
Em muitos casos, a única saída será a cirurgia bariátrica, hoje indicada para pacientes com IMC (índice de massa corporal) acima de 35 e doenças associadas, como diabetes e hipertensão.
Já está em estudo nos EUA, na Itália e Espanha a redução do limite mínimo de IMC para a indicação da operação.
O cirurgião Ricardo Cohen, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, está coordenando uma pesquisa no Hospital Oswaldo Cruz sobre a eficácia da operação em pessoas com IMC entre 30 e 35. O estudo tem financiamento do Ministério da Saúde.
Foram recrutados 105 voluntários, que serão operados dentro de semanas. Para Cohen, o procedimento é mais seguro do que as drogas. "Nunca se falou em retirar a cirurgia do mercado. Isso prova sua segurança", diz.
A previsão é que neste ano sejam feitas 70 mil reduções de estômago no país.
Para Alfredo Halpern, endocrinologista do Hospital das Clínicas, o aumento das cirurgias preocupa: "Não é mais simples tomar remédio? Faço um paciente perder 30 kg só com medicação".
Estudos mostram que 16% das pessoas que passam por redução do estômago têm alguma alteração neurológica, como perda de memória ou confusão mental, diz Eduardo Mutarelli, neurologista do Hospital Sírio-Libanês. ONDA DE PROIBIÇÃO
A Anvisa estuda proibir a sibutramina, droga que age no sistema nervoso central, desde o início de 2010.
Ontem, anunciou uma audiência pública para quarta, em que será apresentado um parecer pedindo a proibição dos medicamentos com sibutramina e três tipos de anfetamina: anfepramona, femproporex e mazindol.
A decisão deve ser divulgada no dia 1º de março.
A Anvisa diz que a sibutramina tem baixa eficácia e eleva em 20% o risco cardíaco. O parecer foi embasado no estudo Scout, feito em 16 países, que saiu no "New England Journal of Medicine".
Na pesquisa, 10 mil obesos com mais de 55 anos e histórico de doenças cardíacas tomaram sibutramina por três anos e quatro meses.
Segundo Walmir Coutinho, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e um dos autores do estudo, os resultados não justificam proibir a droga.
O cardiologista Daniel Magnoni, do HCor, diz que o problema é a vulgarização da droga. "Com uso correto, as complicações são menores."
A única droga para obesidade fora da mira da Anvisa é o Xenical (orlistate), que não é um inibidor de apetite: diminui a absorção de gordura.
"Só isso não resolve. Uma pessoa com compulsão não vai ser curada", diz Halpern.
CRONOLOGIA
1997A sibutramina é aprovada pela FDA (agência americana)
NOV.2009Dados preliminares do estudo Scout, com 10 mil pacientes, mostram que a droga aumenta o risco cardíaco
JAN.2010A agência europeia de medicamentos recomenda a suspensão da droga
MAR.2010A Anvisa passa a exigir que a droga seja vendida só com receita de controle especial

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Anvisa quer banir venda de emagrecedores no Brasil

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) quer proibir o consumo e venda no Brasil da sibutramina e de outros inibidores de apetite derivados das anfetaminas (anfepramona, fempropox e mazindol). Alguns remédios que contêm sibutramina são Reductil, Plenty, Saciette, Biomag, Vazy, Slenfig, Sibutran e Sigran.
A proposta será discutida em audiência pública em Brasília na próxima quarta-feira, dia 23. Depois disso, a decisão será tomada pela diretoria da agência. A avaliação da Câmara Técnica de Medicamentos da Anvisa é que o risco potencial à saúde desses produtos supera os benefícios.
No caso da sibutramina, a manutenção da perda de peso a longo prazo seria difícil e não compensaria os possíveis danos ao sistema cardiovascular.Já os anfetamínicos trariam riscos pulmonares e ao sistema nervoso central.
Em nota, a Anvisa informa que os inibidores de apetite que contêm sibutramina e os anorexígenos anfetamínicos já foram banidos em diversos países desenvolvidos por serem considerados medicamentos obsoletos e de elevado risco para o paciente.
"As novas evidências científicas, aliadas aos dados obtidos por meio das ações de vigilância pós-mercado da Anvisa, apontam para a necessidade de retirada dos inibidores de apetite do mercado brasileiro, não havendo justificativa para a permanência desses produtos no país", afirma a nota.
RESTRIÇÕES
O cerco à venda de emagredores com sibutramina começou no ano passado. No final de março de 2010, a A Anvisa endureceu as regras para prescrição e venda da droga. Desde então, o medicamento só pode ser vendido com receita azul (de controle especial) --antes, podia ser comprado com receita branca (de controle simples).
Com isso, a sibutramina deixou de constar da lista de medicamentos de controle comum e passou a ser classificada como droga anorexígena (que atua no sistema nervoso central), junto com outras três: dietilpropiona (anfepramona), femproporex e mazindol.
A restrição de março de 2010 ocorreu depois de a Europa suspender a venda da substância, com base em um estudo que ligou o remédio ao maior risco cardíaco em pessoas propensas.
Na ocasião, a Abbott, fabricante dos medicamentos Meridia e Reductil, que contêm com sibutramina, divulgou nota afirmando que a substância 'apresenta uma relação positiva de risco-benefício quando utillizada adequadamente'.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Gordura no fígado não atinge só obesos e diabéticos

Ter gordura no fígado não é uma exclusividade de diabéticos e obesos, os dois principais grupos de risco. Hoje pacientes sem aparente problema de saúde também já apresentam a alteração metabólica. Ela é conhecida como degeneração gordurosa do fígado e se caracteriza pelo acúmulo de lipídios e triglicerídios (gordura) no interior das células hepáticas (as células do fígado).
Ainda que o distúrbio seja mais comum em adultos, sobretudo após os 40 anos, a prevalência alta em adolescentes começa a chamar a atenção dos médicos. Metade dos 300 jovens de 15 a 19 anos analisados em 2009 pelo Grupo de Estudos da Obesidade da Unifesp apresentava esteatose. A culpa, segundo médicos e especialistas, é dos maus hábitos alimentares e do sedentarismo.Segundo o professor de cirurgia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e cirurgião de transplante de fígado do Hospital Pequeno Príncipe e do Hospital São Vicente Júlio César Wieder­kehr, de 20% a 40% da população dos países industrializados e em desenvolvimento apresenta esse quadro clínico, conforme estimativa de pesquisas recentes. O médico explica que a falta de exercícios físicos somada a hábitos alimentares ruins – como dietas ricas em carboidratos simples (arroz, pão branco, batata) e alimentos processados – são os principais responsáveis pelo aumento de casos de gordura no fígado em pessoas que não fazem parte do grupo de risco, mas que estão com sobrepeso, ou seja, com o Índice de Massa Corporal (IMC) alto.
Síndrome
Por si só, o acúmulo de gordura no fígado não é considerado uma doença, mas um sinal de que algo não vai bem no organismo. Geralmente, a esteatose hepática está relacionada a um quadro clínico conhecido como Síndro­me Metabólica – caracterizada pelas gordurinhas na região abdominal, nível de triglicerí­deos alto, baixo colesterol HDL, pressão arterial alta ou alto nível glicose no sangue em jejum – que dificulta o metabolismo da gordura pelo órgão. Sem processsar a gordura, o fígado desenvolve fibrose até o momento em que para de funcionar.
De acordo com Wiederkehr, o indivíduo pode viver anos sem que o excesso de gordura atrapalhe o funcionamento do fígado e sem manifestação de qualquer sintoma. “O problema é que, ao longo dos anos, o acúmulo de gordura pode causar inflamações no órgão, se transformar em cirrose ou até mesmo em um câncer”, afirma. De acordo com a estimativa da Sociedade Bra­sileira de Hepatologia (SBH), cerca de 20% da população do Brasil tem gordura excessiva no fígado, considerada uma das principais causas de cirrose no país e que, se não for tratada, po­­de le­­var à necessidade de transplante do órgão. A SBH planeja para este ano criar um Dia Nacional de Combate à Esteatose, em parceria com outras sociedades e associações que lidam com pa­­cientes que têm a doença, como a Sociedade Brasileira de Cardio­­logia.
Transplante
Como o problema é silencioso, sem sintomas, o alto índice de gordura no fígado só é descoberto quando ele começa a comprometer o órgão e a afetar outras partes. Esse foi o caso de João Batista Morei­ra, 57 anos. “Só descobri quando minha vesícula já estava com varizes e comecei a vomitar sangue”, lembra. Por cinco anos, Moreira tentou re­­mediar sua condição pela readequação alimentar. “Eu já não comia muita coisa por causa do diabete e minhas refeições ficaram ainda mais limitadas”, conta. Mesmo com a dieta, ele não conseguiu se recuperar e entrou para a fila de transplantes em maio do ano passado, quando seu fígado parou de funcionar. Seis meses depois da cirurgia, Moreira sente-se bem com o novo órgão, mas continua sendo acompanhado pela equipe do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba.
Apesar da seriedade do caso de Moreira, o cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Nossa Senhora das Graças Júlio César Coelho afirma que não há motivo para pânico para quem tem diagnosticado gordura no fígado. “Quem está com os índices de triglicerídios e lipídios alterados tem mais chance de desenvolver o problema, mas não significa que isso vá acontecer. Trata-se de uma predisposição. Nesses casos basta cuidar da alimentação e fa­­zer exercícios físicos”, diz.
Para prevenir
Como prevenção, o gastroenterologista e cirurgião do Hospital Vita Batel João Henrique Felício de Lima sugere que pessoas com altas taxas de gordura corporal incluam em seu check-up anual exames de ecografia abdominal ou ainda exames de sangue para testar os índices das enzimas hepáticas.

Tratamento
Confira as maneiras de reverter o problema:
- Não há um medicamento específico para o tratamento da esteatose. Em geral, o problema é reversível apenas pela eliminação da causa. Alguns remédios podem ser úteis porque ajudam no controle dos níveis de glicose, colesterol e triglicerídios, mas a atitude fundamental é assumir um ritmo de vida mais saudável, valorizando atividade física e novos hábitos alimentares.
- A nova dieta deve ser orientada por um profissional. Será preciso reduzir drasticamente o consumo de carboidratos simples e de gorduras saturadas e hidrogenadas e aumentar a ingestão de gorduras insaturadas, sobretudo de origem vegetal, e de alimentos naturalmente ricos em antioxidantes.
- A atividade física deve incluir, além de exercícios aeróbicos, atividades que estimulem ganho de massa muscular, como a musculação. O aumento do porcentual de massa magra eleva o gasto energético do organismo, acelerando o ritmo do metabolismo.
Alterações
Outras causas
A gordura no sangue é indicada pela elevação de níveis das enzimas produzidas pelo fígado, do gama-glutamiltransferase (GGT) e alanina-aminotransferase (ALT). Essas alterações apontam situações de sobrecarga metabólica ou de inflamação.
Vale lembrar que a análise dessas enzimas também pode apresentar alterações por outros motivos, como hepatites por vírus, álcool, medicamentos ou problemas autoimunes. Para estabelecer o diagnóstico de esteatose, o médico deve afastar todas essas possibilidades.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Dengue causa 2º óbito no Estado-Ce

Sobral -Uma criança de nove meses morreu vítima dengue no no Município de Itapipoca, região do Litoral Oeste do Estado. De acordo com o boletim da Secretaria de Saúde (Sesa), este é segundo caso de morte no Ceará em 2011. O primeiro teria sido um homem de 50 anos, que morava no Município de Itaitinga, a Região Metropolitana de Fortaleza. O sexo da criança não foi informado pela Sesa.Em todo Estado, segundo o boletim semanal da Secretaria, já foram registrados 1.810 casos em 90 Municípios. Em Itapipoca, que ocupa a segunda posição, perdendo apenas para Fortaleza, são 343 notificações, que chama atenção da Sesa. Pacatuba, Guaiuba, Massapê e Santa Quitéria já superam os números de 2010.De acordo com os números divulgados na sexta-feira, pela Sesa, no Estado já somam 3.567 casos suspeitos de dengue em 118 Municípios.A infestação da dengue em Itapipoca é preocupante, ao começar a apresentar um aumento de notificações já no final de 2010. Se comparados os meses de janeiro de 2010 e 2011, houve um aumento de 331% dos casos - 132, em 2010, e 569 agora neste ano.Ao considerar a dengue hemorrágica, de 43 casos suspeitos, nove foram confirmados, dos quais quatro em Fortaleza, quatro em Itapipoca e um no Município de Caucaia.Com complicaçãoA Sesa também registra 20 casos de Dengue com complicação. Seis deles aconteceram em Fortaleza. Pacajus e São Gonçalo com três cada; Itapipoca, cinco casos de dengue com complicação e um óbito; Miraíma e Morada Nova com um caso cada; e Itaitinga com um óbito. Outros cinco casos em investigação. Dois teriam ocorridos na Capital e três no Interior.Os cuidados com as crianças devem ser redobrados atualmente, pois elas podem sofrer mais com a doença neste ano, uma vez que não estão imunes ao tipo 1 da doença. O vírus deste tipo não circulava pelo Ceará há 16 anos.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Álcool mata mais que Aids, tuberculose e violência, diz OMS

O álcool causa quase 4% das mortes no mundo todo, mais do que a Aids, a tuberculose e a violência, alertou a OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta sexta-feira.
O aumento da renda tem provocado o consumo excessivo em países populosos da África e da Ásia, incluindo Índia e África do Sul. Além disso, beber em excesso é um problema em muitos países desenvolvidos, informou a agência das Nações Unidas.
No entanto, as políticas de controle do álcool são fracas e ainda não são prioridade para a maioria dos governos, apesar do impacto que o hábito causa na sociedade: acidentes de carro, violência, doenças, abandono de crianças e ausência no trabalho, de acordo com o relatório.
Cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem anualmente por causas relacionadas ao álcool, disse a OMS em seu "Relatório Global da Situação sobre Álcool e Saúde".
"O uso prejudicial do álcool é especialmente fatal em grupos etários mais jovens e beber é o principal fator de risco de morte no mundo entre homens de 15 a 59 anos", afirma o relatório.
Na Rússia e na CEI (Comunidade dos Estados Independentes), uma em cada cinco mortes ocorre devido ao consumo prejudicial, a taxa mais elevada do planeta.
A bebedeira, que muitas vezes leva a um comportamentos de risco, agora é prevalente no Brasil, Cazaquistão, México, Rússia, África do Sul e na Ucrânia, e está aumentando entre outras populações, segundo a OMS.
"Mundialmente, cerca de 11% dos consumidores de álcool bebem bastante em ocasiões semanais; os homens superam as mulheres em quatro a cada uma. Eles praticam constantemente um consumo de risco em níveis muito mais elevados do que as mulheres em todas as regiões", disse o relatório.
Em maio passado, ministros da Saúde dos 193 países-membros da OMS concordaram em tentar conter o consumo excessivo de álcool e de outras formas crescentes do uso excessivo por meio de altos impostos sobre bebidas alcoólicas e restrições mais rígidas de comercialização.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Comer peixe pode ajudar a prevenir cegueira, diz estudo

Os ácidos graxos ômega-3 contidos no peixe podem ajudar a prevenir a retinopatia, uma doença nos olhos que pode provocar cegueira em pessoas com diabetes e bebês prematuros, segundo um estudo publicado na quarta-feira (9) pela revista "Science". A retinopatia é o desenvolvimento anormal de vasos sanguíneos na retina (que tem altas concentrações de ômega-3) e uma das principais causas da cegueira.
Os ácidos graxos da série ômega-3 desempenham papéis especiais nas membranas celulares do sistema nervoso, mas, como detectaram os pesquisadores, não estão presentes em quantidades suficientes nas modernas dietas ocidentais, repletas de ômega-6.
Estudos recentes demonstraram que o consumo em excesso dos ômega-6, concentrados em alguns alimentos gordurosos e na maioria de óleos vegetais, aumenta o risco de contrair certas doenças e aguça a depressão.
Os pesquisadores estudaram a influência dos ômega-3 na retina de ratos e descobriram que o aumento dos ácidos graxos deste tipo derivado da dieta limitou o crescimento patológico dos vasos sanguíneos denominados neovasos.
No caso dos bebês, os vasos sanguíneos da retina começam a se desenvolver aos três meses depois da concepção e completam seu desenvolvimento no momento do nascimento normal. No entanto, se o parto for muito prematuro, pode-se alterar o desenvolvimento do olho e os vasos podem deixar de crescer ou crescem de maneira anormal.
A aparição rápida e desordenada desses neovasos provoca graves perturbações como hemorragias no interior do olho e, em casos mais severos, glaucoma e descolamento da retina.
Os ratos alimentados com dietas ricas em ácidos graxos ômega-3 pela equipe liderada pela pesquisadora Lois Smith --oftalmologista do Hospital Infantil de Boston-- tiveram uma redução de quase 50% do crescimento dos vasos sanguíneos na retina, frente aos alimentados com dietas ricas em ômega-6.
"Nossas descobertas nos dão novas informações sobre como funcionam os ácidos graxos ômega-3, que os torna uma opção ainda mais promissora para atuar como agentes protetores", disse Smith.
Ela assinalou também que a capacidade de impedir o crescimento desses neovasos com ácidos ômega-3 poderia ajudar a reduzir os gastos em saúde.
"O custo dos suplementos vitamínicos com ácidos graxos ômega-3 é de aproximadamente US$ 10 por mês, frente aos US$ 4 mil mensais que podem custar os tratamentos anti-VEGF (crescimento endotelial vascular)", indicou.
Smith e sua equipe continuam estudando os lipídios beneficentes para a visão e pretendem iniciar uma nova via de pesquisa na busca dos ácidos graxos ômega-6 mais prejudiciais.
"Encontramos os bons, agora vamos buscar os maus", assinalou a oftalmologista. "Se encontrarmos os caminhos, talvez possamos bloquear seletivamente os agentes metabólicos negativos."
Nos Estados Unidos, a retinopatia afeta 4,1 milhões de pessoas com diabetes --um número que tende a dobrar nos próximos 15 anos-- e afeta muitos recém-nascidos prematuros.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Brasil produzirá medicamento contra Aids e hepatite

Brasil vai fabricar a partir de março o medicamento tenofovir, usado no tratamento da Aids e hepatite.
A produção será feita pelo laboratório público da Fundação Ezequiel Dias, do governo de Minas Gerais, já na próxima semana.
Até agora, o governo federal, que distribui o medicamento no SUS, comprava o tenofovir do laboratório Gilead, mas o Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) considerou que não havia atividade inventiva no remédio e negou o pedido de patente feito pelo laboratório, abrindo espaço para a produção nacional.
Por enquanto, o valor unitário do tenofovir continuará o mesmo (R$ 4,02 por comprimido), mas em cinco anos a estimativa do governo é de uma economia de R$ 410 milhões até 2015.
O tenofovir é utilizado atualmente por 64 mil pacientes com Aids e cerca de 1.500 com hepatite. Eles começarão a receber o medicamento produzido no Brasil no final de março.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

70 mil aderem a planos de saúde no CE em um ano

Com estes novos clientes, o mercado passou de 1.210.142 beneficiários, em 2009, para 1.403.224Mais de 70 mil pessoas contrataram um plano de saúde no Ceará em um ano, segundo dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), referentes ao período de setembro de 2009 a igual mês no ano passado.Com estes novos clientes, o mercado cresceu 8,14%, passando de 888.062 para 960.438. Incluindo os planos odontológicos, o mercado cresceu 15,96%, subindo de 1.210.142 para 1.403.224 beneficiários. No Estado, o setor representa 2,14% do mercado nacional, considerando apenas a assistência médica. São mais de 44,8 milhões de usuários no País, de acordo com dados da ANS.Retrato do setorEntre os usuários cearenses, destacam-se as mulheres, entre 24 e 38 anos, os contratos coletivos, novos (regulamentados pela lei 9.656/98) e com serviços hospitalar e ambulatorial.As mulheres representam 59,83% do mercado de planos de saúde (médico e odontológico) no Estado. São 839.515 beneficiárias, o que significa um crescimento de 14,13% em um ano. Mas a taxa de elevação do público masculino está acima da média cearense. Subiu 18,79%, alcançado 563.709 usuários.Pela faixa etária, os jovens de 24 a 38 anos somam 466.141 (33,22% do mercado) no Ceará. A segunda maior fatia é composta por pessoas até 18 anos (346.328, que compreendem 24,68%). Este grupo foi o que apresentou maior crescimento: 18,45%. Em 2009, eram 292.328.Tipo de contrato-Por tipo de contrato, os individuais e familiares ampliaram sua participação no setor nos últimos nove anos, mas agora seguem estáveis. Pelos dados mais recentes da ANS, eles representam 40,30% do mercado com 565.739 usuários. Os contratos coletivos referem-se a 799.795 beneficiários, uma parcela de 57% do total no Estado.Em 2000, esses percentuais eram de 22,5% e 45%, respectivamente. Em 2003, passaram para 32,85% e 55,67%. Em 2007, os individuas subiram para 41,28% do mercado, enquanto os coletivos representavam 53,77%. Os números que fecham a conta em 100% referem-se a contratos não informados, segundo classificação da ANS.Atualmente, entre os contratos coletivos, destacam-se os empresariais, que somam 518.027, ou seja, 37% do total no Estado.Foco na classe C-O perfil predominante entre os usuários de planos de saúde no Ceará é confirmado pela diretora de marketing do Hap Vida, Simone Varella. "A maioria são mulheres, entre 25 e 35 anos, com pelo menos um filho", afirma. "A família, quando vai contratar plano de saúde, decide primeiro pelo plano da mulher e do filho. Depois, é que fazem para o marido. É que as mulheres vão ao médico com mais regularidade do que os homens". Varella destaca que o Hap Vida crescer 19% em 2010. "Estamos caminhando para consolidar nossa carteira como líder no Ceará, onde estamos em segundo em participação", diz."Mas somos o maior no Norte e Nordeste e a terceira operadora do País. Somo o único plano de saúde da região a disputar nacionalmente, contra Amil e Intermédica. Em 2011, conseguiremos a liderança".De acordo com a diretora de marketing, o crescimento da classe socioeconômica C vai favorecer o alcance desta meta. "Nós temos soluções de produtos para alcançar este público, o que está alavancando as vendas", afirma Varella. "Mas também temos produtos para outras classes". Ela destaca que em 2014, 56% dos brasileiros estarão na classe C.Captação"Quem desenvolver negócios para captar este público, com preço e qualidade, terá capilaridade no mercado e vai ganhar em qualquer segmento, seja saúde, construção civil, comércio", analisa. Varella acrescenta que a maioria dos contratos são coletivos, regulados pela lei de 1998 e com serviços ambulatorial e hospitalar com acomodação em enfermaria."Mas o contrato individual tem crescido com velocidade", diz. "Com mais poder de consumo, as pessoas estão entendendo que investir na saúde é o melhor benefício. Com o amadurecimento da classe C, eles darão prioridade para saúde".ParticipaçãoDe acordo com dados da ANS, em setembro de 2010, o Hap Vida detinha 268.459 segurados. A Unimed Fortaleza ficava com 311.579. A reportagem entrou em contato com Unimed e Camed para falar sobre perfil do usuário, mas não houve retorno.Expansão15,96 por cento é o crescimento do mercado de planos de saúde, incluindo assistência médica e odontológica, no Ceará, segundo dados da ANS em setembro de 2010, ante o ano anterior.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Casos de viroses lotam emergências na Capital-Ce

Já debilitados, pacientes se amontoam em filas enquanto esperam atendimento para viroses e dengueSem conforto, sentando em uma dura cadeira, Caio Nascimento, 6, toma soro na veia no Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana para aliviar o mal-estar. Com dores no corpo, vômitos e muita indisposição, o garoto apresenta o diagnóstico da maioria dos 500 pacientes que diariamente procuram o pronto-socorro. Conforme a diretoria, mais que dobrou a demanda neste último mês. Entretanto, a situação da lotação não é exclusiva dos hospitais públicos, os privados estão trabalhando acima da capacidade.Reclamando da demora no atendimento no Hospital da Unimed, a secretária, Luana Amorim, 29, esperou mais de quatro horas para ser recebida por um médico a fim de tentar estabilizar a febre, segundo ela, de 39 graus do filho de apenas dois anos. Ela critica a superficialidade da consulta e do diagnóstico, a dificuldade em realizar exames e a falta de estrutura médica. "É quando a gente fica doente que percebe, na pele, a precariedade dos serviços de saúde tanto nas emergências públicas quanto nas privadas", critica a secretária.Confirmando a saturação, o gerente de emergência do Hospital da Unimed, em Fortaleza, George Alberto Saboia, afirma que fica difícil manter um mesmo padrão de qualidade com os corredores lotados. "Aumentamos, de dezembro para cá, com as viroses e os casos de dengue, 25% no número de atendimentos. São mais de 850 por dia. Se antes um médico atendia quatro doentes em uma hora, hoje tem que cuidar de oito ou mais. Fica inviável", ressalta. A reportagem tentou entrar no hospital, mas foi autorizada.Fora o estresse da espera, há também os riscos de se ficar muito tempo em uma emergência médica tendo que se expor à diversas outras doenças, afirma o direto clínico do "Gonzaguinha" de Messejana. Para ele, o ideal é que as pessoas tentem repousar em casa quando o quadro da doença não apresentar complicações, como febre alta, vômitos e dores muito persistentes. "Ficar em uma emergência não é muito bom, às vezes o paciente pode ficar mais doente ainda. Há que se ter cautela na decisão de vir ao hospital. Muitas viroses podem ser tratadas com repouso apenas. Entretanto, crianças e idosos precisam de atenção redobrada", frisa o diretor Silvio Carlos.CuidadosTemerosa de ficar doente como o pai, internado no Hospital "Gonzaguinha" de Messejana, a recepcionista, Fabiana Sousa, 29, evita entrar em contato com os internados e não tocar nas paredes e portas do pronto-socorro. "Vou acabar ficando doente também. A emergência está lotada, todo mundo passando mal e reclamando do atendimento ruim", afirma.A recepcionista aponta também a demora para realização e recebimento de exames de sangue; já eram 16 horas e ela ainda estava no aguardo de um teste feito às 11 horas. No começo da tarde de ontem mais de 60 esperavam atendimento na recepção. "É só um médico para esse mundo de gente", criticava o vendedor Paulo Alberto, 23.Para o diretor administrativo do Hospital da Criança, no Montese, João Bosco Luna, o mais complicado de toda essa "onda" de viroses é a dificuldade em fazer a triagem dos casos mais graves e daqueles que podem ser dengue. Por dia, a entidade atende mais 120 crianças, sendo, segundo ele, mais de 80% com sintomas de virose."No meio de todos esses casos temos que investigar individualmente os que podem se complicar a fim de tratá-los com mais atenção. Temos tido muitos doentes com dengue aqui", ressalta o diretor afirmando que, neste mês, houve aumento de 100% nas consultas. Ontem, 28 estavam hospitalizados. Fortaleza conta com 449 casos confirmados de dengue.Reclamações Lotação e espera"Cheguei à emergência eram 12 horas, já são 17 horas e nada de eu ser atendida aqui no Gonzaguinha da Messejana."Francisca Célia Souza34 anos Doméstica"Estou com muita dor de cabeça e vômito. A gente pensa que vai morrer e nunca mais vai ficar bom. Virose é muito ruim."Rogério Fernandes19 anos Vendedor"O pior é ter que enfrentar uma longa espera só pro médico olhar para a tua cara, não fazer um exame e pronto, acabou."Paulo Victor da Silva23 anos Vendedor .CONSTATAÇÃO-Diagnóstico para apontar casos gravesEm meio à tantos casos de virose, o diagnóstico mais preciso se faz importante para apontar quando o caso é uma simples gripe ou a dor no corpo aponta para a dengue, afirma a pneumologista e presidente da Sociedade Cearense de Pneumologia, Filadélfia Passos. "Estamos vivendo uma epidemia em Fortaleza de viroses. Todos os hospitais estão lotados e muita gente debilitada. Nem tudo é virose, pode ser dengue, daí ter que se fazer hemograma", ressalta.Para ela, há dois tipos principais de viroses atingindo a população: uma que mostra o sintoma de "moleza", dor no corpo e coriza e outra mais agressiva que apresenta diarreia e vômito. Conforme a pneumologista, os médicos têm que usar do bom sendo no diagnóstico e no tratamento. "Às vezes o vômito pode ser uma infecção estomacal. Entretanto, nos casos mais comuns de virose, os doentes costuma ficar bons em até quatro dias, caso tomem as devidas recomendações e mantenham repouso completo", frisa.InseguraA consultora de telemarketing, Dayciane Lima, 18, levou o filho de apenas quatro anos para a emergência hospitalar independente do quadro ser ou não de dengue. Entretanto, ela ficou insegura do médico que atendeu o garoto não o encaminhado para realizar exames de sangue. "Pela grande lotação, as consultas são muito rápidas, os especialista dizem as mesmas coisas, passam o remédio e mandam a gente voltar para a casa. E se for dengue mesmo?", questiona consultora.No casos dos três hospitais - da Criança, Unimed e "Gonzaguinha" de Messejana - os diretores afirmam ter controle sobre os possíveis casos de dengue, fazendo monitoramento e comunicando os casos à Secretaria Municipal de Saúde. Uma portaria do Ministério da Saúde obriga a notificação de casos graves e morte em até 24 horas.Para a pneumologista Filadélfia Passos, falta, entretanto, mais rigor e comprometimento dos hospitais. "A superlotação não devia ser desculpa para a superficialidade do atendimento, mas acaba sendo. A carga de trabalho dos médicos tem sido muito grande. Só eu atendi 40 pacientes em um dia", frisa.No caso da virose gástrica - mais comum no último mês - os principais sintomas são: vômito, diarreia (fezes líquidas com cheiro forte), febre, dores abdominais e dores de cabeça. Esses podem passar em até cinco dias.O tratamento é sintomático, ou seja, o médico prescreve medicamentos para amenizar os sintomas - antitérmicos, antieméticos (náuseas e vômitos) e reconstituidores da flora intestinal. É importante ainda o uso de soro para evitar desidratação. Para a prevenção, se faz necessário lavar as mãos, principalmente, após utilizar o banheiro e antes de se alimentar.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cientistas produzem vacina que funciona contra todas as cepas da gripe

LONDRES - Cientistas da Universidade de Oxford, do Reino Unido, constataram a eficácia de uma vacina contra a gripe que poderia funcionar contra todas as variações do vírus.

A pesquisa é inovadora porque o tratamento, ao contrário dos empregados até agora, ataca diferentes partes do vírus, o que faz com que não seja necessário produzir a cada temporada novas variações da vacina.

Segundo os detalhes adiantados nesta segunda-feira, 7, pelo jornal The Guardian, a equipe dirigida pela doutora Sarah Gilbert, do Jenner Institute da Universidade de Oxford, centrou seu trabalho nas proteínas do interior do vírus da gripe - que são as mesmas em todas as cepas - e não nas da camada externa, que podem sofrer mutações.

"O problema com a gripe é que tem uma grande quantidade de variantes que mudam de maneira constante", manifestou Adrian Hill, diretor do Jenner Institute, que lembrou que quando aparece uma nova cepa à qual os seres humanos não são imunes os cientistas não conseguem produzir a tempo uma vacina eficaz.

Isto é o que ocorreu nos últimos anos com a recente pandemia de gripe A ou a anterior de gripe aviária.

As vacinas tradicionais empregadas atualmente fazem com que o organismo crie anticorpos, mas esta nova vacina dispara o número de linfócitos T ou células T, que são elementos fundamentais do sistema imunológico.

Na pesquisa, 22 voluntários foram infectados com a cepa Wisconsin do vírus da gripe H3N2, isolado desde 2005. Destes, 11 haviam tomado a vacina e outros 11 não.

O resultado foi contundente: a vacina funcionou nas 11 pessoas que a receberam e mostraram um maior nível de ativação dos linfócitos T, responsáveis por combater o vírus.

Os autores da pesquisa destacaram que uma vacina universal economizaria muito tempo e dinheiro, já que o processo de desenvolver uma vacina contra cada gripe significa, pelo menos, quatro meses de trabalho e um investimento milionário.

Além disso, se a variação da gripe for altamente patogênica - como ocorreu em 1918 com a morte de milhões de pessoas - o atraso na obtenção da vacina seria fatal.

"Se empregássemos a mesma vacina de maneira regular, seria como vacinar contra qualquer outra doença, como o tétano. Se transformaria em uma rotina. Não teríamos drásticas mudanças na demanda nem problemas de provisão", manifestou Sarah.

A equipe da doutora Sarah considera que este avanço será especialmente positivo para as pessoas mais velhas.

Revelada causa da degeneração macular em idosos

A cura para a principal causa de cegueira entre idosos, a degeneração macular relacionada à idade, pode estar próxima. Pelo menos é o que espera uma equipe de cientistas de universidades do Canadá, Austrália, Estados Unidos e Coréia do Sul. Segundo artigo publicado pelos especialistas no periódico americano Nature, a doença é causada pela perda de função da enzima chamada Dicer1. O próximo passo é descobrir como reverter o mau funcionamento dessa substância.

A macula é a região do olho que fica no centro da retina e é responsável por captar os detalhes do campo de visão. Conforme a doença progrede, a visão central do paciente declina. Assim, ações simples, como ler, dirigir e até mesmo reconhecer pessoas, vão ser tornando cada vez mais difíceis.

A doença afeta uma em cada 50 pessoas acima dos 50 anos e uma em cada cinco com 85 anos ou mais. As causas exatas da perda de função da enxima Dicer1 ainda não foram descobertas. Mas os cientistas alertam para importantes fatores de risco: fumar, pressão alta e histórico familiar da doença.

Ação enzimática – O estudo descobriu ainda que a Dicer1 é necessária para destruir pequenos pedaços de um material genético chamado Alu RNA. Sem a enzima, o Alu RNA se acumula na região da retina, podendo levar a problemas de intoxicação e futura morte da retina. “Agora, precisamos estudar diferentes classes de moléculas que podem tanto aumentar os níveis de Dicer1 quanto bloquear a ação da Alu RNA”, diz Jayakrishna Ambati, membro da equipe de cientistas.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Farmácia Popular oferece de graça remédios de hipertensão e diabete

BRASILIA - O programa Aqui Tem Farmácia Popular vai oferecer medicamentos contra hipertensão e diabete de graça. Atualmente, o governo paga 90% do valor desses medicamentos e o cidadão tinha de arcar com o restante. Com a medida anunciada nesta quinta-feira, 3, pelo governo, os remédios passam a ser distribuídos gratuitamente.

As 15 mil farmácias e drogarias privadas conveniadas ao programa têm até o dia 14 de fevereiro para se adaptar à medida. Qualquer brasileiro pode ter acesso aos medicamentos desde que apresente um documento com foto, o CPF e a receita médica.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 900 mil hipertensos e diabéticos devem ser beneficiados com a medida. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que a oferta gratuita desses remédios só foi possível graças a um acordo negociado entre o governo e o setor farmacêutico.

O programa oferece ainda remédios subsidiados para mais cinco doenças: asma, rinite, Mal de Parkinson, osteoporose e glaucoma, além de fraldas geriátricas. No total, são 24 tipos de medicamentos.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

OMS revisa segurança de vacina para gripe após casos de narcolepsia

HELSINQUE - A Organização Mundial de Saúde está revisando a segurança da vacina contra a gripe H1N1 Pandemrix, fabricada pela companhia farmacêutica GlaxoSmithKline, após a notificação de um estudo finlandês que sugere que crianças que receberam a imunização eram nove vezes mais propensas a contrair narcolepsia, um estranho transtorno do sono.

A narcolepsia é uma doença neurológica pouco comum que provoca alteração grave do sono, fazendo com que a pessoa durma sem motivo durante várias vezes ao dia.

O Instituto Nacional de Saúde e Bem-estar da Finlândia (THL) iniciou uma investigação em agosto para investigar a possível relação entre esta vacina e a narcolepsia, depois da detecção desta doença em 17 crianças finlandesas vacinadas com Pandemrix durante a última pandemia de gripe A H1N1.

O fenômeno levou às autoridades de saúde finlandesas a interromper o uso da vacina de forma preventiva até determinar seus possíveis efeitos colaterais.

As causas são desconhecidas, mas os cientistas consideram que é produto de uma combinação de fatores genéticos e ambientais, incluindo as infecções.

Estudo do instituto THL, entre 2009 e 2010, diagnosticou 60 casos de narcolepsia em crianças e adolescentes finlandeses com idades entre quatro e 19 anos, dos quais 52 (quase 90%) haviam recebido a vacina contra o vírus A H1N1 com Pandemrix.

"A associação observada é tão evidente que é pouco provável que outros fatores possam explicar plenamente o fenômeno", assinalaram os responsáveis do estudo em comunicado.

A maior parte dos quadros de narcolepsia aparece em crianças entre quatro e 15 anos, enquanto não detectaram nenhum caso em menores de quatro anos nem em jovens maiores de 19 anos.

"Com base nas análises preliminares, o risco de contrair narcolepsia em indivíduos entre quatro e 19 anos que foram vacinadas se multiplicou por nove, em comparação com os que não receberam a vacina", acrescentou o comunicado.

Para o instituto THL, a causa mais provável do fenômeno é o efeito conjunto da vacina com algum outro fator, por isso que nos próximos meses serão realizadas novas pesquisas de caráter epidemiológico, imunológico e genético.

Além da Finlândia, até o momento Suécia e Islândia detectaram aumento anormal de casos de narcolepsia infantil possivelmente relacionado à vacina Pandemrix, embora estejam realizando estudos adicionais em outros nove países da União Europeia.

Novos genes relacionados ao mal de Parkinson são identificados

Uma análise que envolveu aproximadamente 8 milhões de mutações genéticas revelou cinco novos genes relacionados ao mal de Parkinson. Eles se juntam a outros seis que foram identificado antes.

A descoberta não leva a nenhum tratamento imediato da doença, mas os envolvidos no trabalho estão esperançosos com os avanços.

O estudo foi feito com a manipulação de 12 mil amostras de doentes e outras 21 mil amostras de pessoas sem a doença que vivem na Europa e nos Estados Unidos.

A análise indicou que as pessoas com o maior número de mutações em 11 genes ligados à enfermidade tem 2,5 mais vezes de desenvolver o mal de Parkinson.

Um dos participantes da pesquisa e professor do Instituto de Neurologia da University College London (Reino Unido), Nick Wood acredita que um teste para diagnosticar o mal de Parkinson possa surgir dentro dos próximos cinco anos.

O mal de Parkinson é uma doença degenerativa cujos sintomas incluem tremores, rigidez e limitação nos movimentos.

A chance média de um indivíduo ter a doença é de cerca de 2,5%. Esta porcentagem aumenta para 6% caso ela tenha algum parente próximo que tenha sofrido com o mal.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Terapia hormonal precoce dobra risco de câncer de mama

Mulheres que usaram hormônios antes ou no início da menopausa têm o dobro de risco de desenvolver câncer de mama em comparação àquelas que nunca usaram.

A conclusão é de um amplo estudo inglês, da Universidade de Oxford, com 1,13 milhão de mulheres entre 50 e 59 anos, que adotaram a TRH (terapia de reposição hormonal) combinada (estrógenos e progesterona).

Esse é mais um capítulo na polêmica novela da terapia hormonal. Em 2002, o estudo Women Health's Initiative mostrou que a TRH aumentava os riscos de câncer da mama, mas dizia que ele surgia após cinco anos de uso.

Em 2009, outro estudo reduziu o período de segurança para dois anos. Desde então, há médicos indicando a terapia mais cedo, até antes do início da menopausa.

Publicado no "The Journal of National Cancer Institute", o novo estudo inglês mostrou que entre as mulheres que nunca fizeram a terapia hormonal, a taxa de risco para o câncer foi de 0,3%.

O índice passou para 0,46% em mulheres que começaram a tomar os hormônios cinco ou mais anos após a menopausa começar. Já entre aquelas que adotaram a terapia antes ou até cinco anos após a menopausa, a taxa foi para 0,61%.

Segundo a autora principal do estudo, Valerie Beral Dame, professora de Oxford, o risco continuou aumentado em mulheres que tomaram a droga por menos de cinco anos. "A questão não é o intervalo de uso, mas o tipo de terapia hormonal que as mulheres usam." A terapia só com estrógeno demonstrou ter menos risco.

Para o ginecologista César Eduardo Fernandes, presidente da Sogesp (sociedade de ginecologia paulista), os benefícios da terapia hormonal ainda suplantam "folgadamente" os riscos.

Nos primeiros anos de menopausa, as mulheres sofrem uma aceleração do processo aterogênico, por conta da alteração do metabolismo das gorduras e dos açúcares, além de perda óssea.

"Os sintomas incidem nessa época. É quando as mulheres têm as ondas de calor, sono alterado, fadiga e irritabilidade. Essa é a época apropriada para entrar com a terapêutica hormonal", diz ele.

O ginecologista Renato Kalil concorda. "Não tem jeito. Se a massa óssea está despencando e a qualidade de vida está piorando por conta dos sintomas, tem que entrar com a terapia hormonal."

Fernandes reconhece, porém, que o trabalho inglês "joga uma mácula" sobre os benefícios da terapia hormonal no início da menopausa.

Edmundo Baracat, professor da USP, diz que o estudo é importante, mas que os resultados precisam ser confirmados por outros para que haja mudança de conduta.
LINHA DO TEMPO

Década de 1970
A terapia com estrógeno é associada ao aumento de risco de câncer do endométrio

Década de 1980
Surgem as terapias de reposição combinando estrógeno e progesterona, que não aumentam o risco de câncer do endométrio

Década de 1990
Boom da terapia hormonal; há a hipótese de que a reposição protegeria as mulheres de riscos cardiovasculares

2002
O primeiro grande estudo controlado sobre reposição hormonal é interrompido, porque foi observado aumento de casos de câncer de mama, tromboses e AVC nas mulheres que tomavam os hormônios

2006
Estudos observacionais sugerem que se a reposição for iniciada mais precocemente o risco cardiovascular diminui

2009
A Sociedade Americana de Câncer reduz para dois anos o período de segurança para tratamento com hormônio. Após esse período, o risco de câncer de mama aumenta

2011
Estudo britânico com mais de 1 milhão de mulheres na menopausa indica que quem inicia a terapia de reposição mais cedo tem risco mais alto de câncer de mama