sexta-feira, 29 de maio de 2015

Truvada é seguro para prevenir vírus da aids, aponta estudo

Pesquisadores acompanharam pessoas com alto risco de infecção por 17 meses e concluíram que o medicamento não incentiva sexo desprotegido

Medicamento Truvada
Truvada: Medicamento é o primeiro com indicação para prevenir infecção pelo HIV(Divulgação/VEJA)
Desde maio deste ano, as autoridades de saúde dos Estados Unidos recomendam que americanos saudáveis com alto risco de contrair HIV tomem diariamente o medicamento Truvada para prevenir a doença. A pílula combina dois antirretrovirais e sua indicação original é para evitar a propagação do vírus em pessoas que acabaram de ser infectadas.
Saiba mais
TRUVADA
O Truvada, comercializado desde 2004, é a combinação de outras duas drogas, mais antigas, usadas no combate ao HIV: Emtriva e Viread. Os médicos normalmente receitam a medicação como parte de um coquetel que dificulta a proliferação do vírus, reduzindo as chances de a aids se desenvolver.
A capacidade de prevenção do Truvada foi anunciada pela primeira vez em 2010 como um dos grandes avanços médicos na luta contra a epidemia de aids. Um estudo de três anos descobriu que doses diárias diminuíam o risco de infecção em homens saudáveis em 44%, quando acompanhados por orientação e pelo uso de preservativo.
O Truvada costuma provocar, como efeito colateral, vômitos, diarreia, náuseas e tontura. Há casos também de intoxicação do fígado, perda óssea e alteração da função renal.
Embora estudos tenham demonstrado que a droga chega a ser 99% eficaz, ainda existem algumas preocupações sobre o método. Por exemplo, se a abordagem acabaria dando aos pacientes uma falsa sensação de segurança e incentivando o sexo desprotegido. As pesquisas demonstram que a maior proteção do tratamento acontece com o uso diário da pílula e se o método for associado a outras medidas de segurança, principalmente o uso de preservativo.
Resultados de um estudo sobre o Truvada apresentados nesta quarta-feira durante a Conferência Internacional de Aids, na Austrália, porém, apontam que o uso do medicamento não incentiva o sexo desprotegido e que a droga é eficaz mesmo se o paciente esquece de tomar alguma pílula.
A pesquisa é continuação do estudo original feito para avaliar a eficácia do Truvada, que envolveu cerca de 1.600 homens gays e mulheres transgênero dos Estados Unidos, América do Sul, África e Tailândia. Quando essa primeira análise foi encerrada, três quartos dos participantes aceitaram continuar recebendo as pílulas gratuitamente, e todos os voluntários foram acompanhados por mais 17 meses.
Proteção - Segundo os pesquisadores, durante esse período, nenhuma pessoa que tomou o medicamento pelo menos quatro vezes na semana contraiu o HIV. Além disso, usar o Truvada apenas duas ou três vezes por semana parece reduzir o risco da doença em comparação com ingerir a droga com menor frequência ou não seguir o tratamento.
O estudo também mostrou que os participantes não passaram a usar preservativos com menor frequência com o uso do Truvada. Também não houve aumento da incidência de outras doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis.
"Estamos encorajados. Há um certo perdão por esquecer algumas doses. E o medicamento é seguro", disse à agência Associated Press Robert Grant, coordenador do estudo e especialista do Instituto Gladstone, que é filiado à Universidade da Califórnia em São Francisco, Estados Unidos.
No Brasil, o uso do Truvada para prevenir o HIV ainda não é autorizado.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Mosquitos com bactéria combatem dengue na Colômbia

Bactéria Wolbachia impede que 'Aedes aegypti' transmita a dengue.
Brasil tem iniciativa similar coordenada pela Fiocruz.

Do G1, em São Paulo
Aedes aegypti, que transmite dengue e chikungunya, também pode transmitir o zika vírus (Foto: CDC-GATHANY/PHANIE/AFP)Aedes aegypti mosquito, transmissor da dengue (Foto: CDC-GATHANY/PHANIE/AFP)
 
Mosquitos portadores de uma bactéria que impede a propagação da dengue foram liberados nesta quarta-feira (27) na cidade colombiana de Paris, no departamento de Antioquia, noroeste do país, como parte de um projeto global para eliminar a doença - informaram os pesquisadores que conduzem o estudo, segundo a agência AFP.
Voluntários e cientistas do Programa de Aprendizagem e Controle de Doenças Tropicais (PECET) da Universidade de Antioquia foram os responsáveis pela liberação em diferentes áreas da cidade mosquitos Aedes aegypti portadores da bactéria Wolbachia, criados em laboratórios.
Segundo comunicado do PECET, a bactéria presente nos mosquitos "impede que o vírus da dengue se desenvolva em seu corpo, e faz com que não possam transmitir às pessoas".
As liberações destes insetos, 50% machos e 50% fêmeas, se realizarão a cada semana durante os próximos meses "com o objetivo de que os mosquitos do bairro acasalem com os mosquitos liberados e, assim, transmitam a bactéria para as novas gerações".
"O primeiro desafio desta investigação é conseguir que os mosquitos portadores de Wolbachia se instalem em Paris e no longo prazo espera-se observar uma redução na transmissão da doença entre os residentes do bairro", explicou o PECET.
Não há risco para humanos
A bactéria não é transmitida aos seres humanos, de modo que a picada de um mosquito que a transporte não representa qualquer risco para a saúde.
Com a liberação dos mosquitos começa a etapa de aplicação do projeto de investigação "Eliminar a dengue: desafio Colômbia", que começou há dois anos com a seleção do bairro, a conscientização dos habitantes e a preparação dos mosquitos em laboratórios.
O projeto faz parte de uma iniciativa mundial para eliminar a dengue liderada pelo professor Scott O'Neill, da Universidade de Monash, na Austrália, que se aplica também na Indonésia, Vietnã e Brasil (leia mais abaixo).
Fiocruz vai soltar Aedes aegypti com bactéria que impede que mosquito transmita dengue (Foto: Gutemberg Brito/Fiocruz/Divulgação)Fiocruz começou a soltar 'Aedes aegypti' com bactéria que impede que mosquito transmita dengue (Foto: Gutemberg Brito/Fiocruz/Divulgação)
O diretor do PECET e encarregado do projeto na Colômbia, Iván Darío Vélez, garante que "se este experimento der certo e conseguirmos que a população de mosquitos com Wolbachia se estabeleça com o tempo em Paris, será possível monitorar, ao longo do tempo, a diminuição da transmissão da doença entre as pessoas".
A Colômbia, país tropical onde a dengue tem muita incidência, registrou quase 40.000 casos da doença em 2015.
No Brasil
Em uma iniciativa similar, que faz parte do mesmo projeto internacional, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)  começaram a liberar mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia em setembro no bairro de Tubiacanga, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. O plano é que, nos próximos anos, outros três bairros recebam os mosquitos com bactéria: Urca e Vila Valqueire, no Rio de Janeiro, e Jurujuba, em Niterói.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Após grávida ter alta de hospital, pai acaba fazendo parto do filho em casa

Segundo ele, médicos alegaram que ela não estava em trabalho de parto.
Direção Clínica do HC-UFTM vai apurar atendimento em Uberaba.

Alex Rocha e Isabella LimaDo G1 Triângulo Mineiro
Casal de Uberaba (Foto: Wanderson Pereira Bino/Arquivo Pessoal)Jovem de 24 anos e o recém-nascido estão bem
(Foto: Wanderson Pereira/Arquivo Pessoal)
Após a esposa de 24 anos entrar em trabalho de parto dentro de casa, no Bairro Vila Arquelau, em Uberaba, coube ao marido Wanderson Pereira Bino, de forma improvisada, fazer o parto do filho na madrugada desta segunda-feira (25).
No dia anterior, ela chegou a ser levada para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), mas foi liberada. A direção do hospital informou que vai apurar as circunstâncias do atendimento e a justificativa da alta. A mãe e o bebê passam bem.
pai parto grávida nascimento quarto Uberaba (Foto: Alex Rocha/ G1)Wanderson Pereira Bino contou que, na madrugada desta segunda-feira, Jéssica Leane Leite entrou em trabalho de parto em um quarto na casa da sogra dela, onde mora com o marido e outros cinco filhos. Familiares acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Porém, enquanto a unidade de resgate se deslocava, o pai realizou o parto da criança.

"Foi uma experiência que a gente nunca espera ter, foi difícil. A gente acha que vai ser atendido e que o bebê vai nascer no hospital. Eu apavorei quando vi que teria que fazer o parto. Estava ligando para o resgate e pedi para minha esposa não fazer força. Ela disse que não dava mais para segurar e eu vi que eu teria que fazer o parto. Foi especial, poucos pais passam por isso. Meus filhos viram o nascimento também e ficaram espantados. Minha filha de seis anos acordou e pensou que estava sonhando", disse.
Parto ocorreu dentro de um quarto onde pais vivem com outros cinco filhos (Foto: Alex Rocha/ G1)
De acordo com informações do Samu à TV Integração, se passaram quatro minutos entre a primeira ligação, em que a família pedia socorro, e a segunda, quando falaram que o bebê já tinha nascido. Ainda segundo o Samu, um médico chegou a dar orientações pelo telefone.
Wanderson afirma ainda que após o primeiro atendimento na instituição de saúde, a esposa foi liberada ao ser constatado por médicos de que ela não estava em trabalho de parto.

“Quando minha esposa foi para o hospital, os médicos fizeram cardiotoque e disseram que o colo do útero não estava apagado e não estava na hora de nascer. Liberaram a gente e prescreveram um remédio para diminuir as contrações. Eu acho que os dois que estavam atendendo eram estudantes e não tinha ninguém de alto escalão para reconhecer que ela estava em trabalho de parto”, opinou.
Com a chegada da ambulância, mãe e filho foram levados para o HC-UFTM. Eles continuam internados, mas passam bem. Segundo o pai, o menino ganhou o nome de Davi Leite Bino. É o sexto filho do casal. As demais crianças também nasceram de parto normal. A família já passou por outra situação inusitada durante o fim da gravidez do filho Brayan, de três anos. O garoto nasceu dentro de uma ambulância a caminho do hospital. 
Posicionamento HC-UFTM
Em nota, a assessoria do HC-UFTM informou que "a Direção Clínica do HC-UFTM vai apurar junto à equipe que atendeu a paciente as circunstâncias do atendimento e a justificativa da alta. Por questões éticas, a averiguação de informações sobre conduta médica segue este trâmite, não sendo realizada diretamente pela Unidade de Comunicação, que recebe a demanda e faz o intermédio da imprensa a partir da averiguação dos fatos pela Direção Clínica", diz trecho da nota.
Futuro da família
Wanderson afirma que ele e a esposa estão desempregados após deixar o trabalho em uma granja em Almeida Campos para fazer acompanhamento gestacional em Uberaba. Sem muitas garantias para o futuro, a principal preocupação do pai é garantir um lar mais adequado para a família.
“Já tentamos ligar (ligadura de trompas) para ela não ter mais filhos, mas na época ela tinha 22 anos e não conseguimos. O Davi foi inesperado. Ela estava até tomando remédio em dia, mas engravidou. Agora, estamos esperando e ela deve ligar em julho. Enquanto isso, estamos esperando para ficar um tempo em uma casa maior da minha mãe e aguardando também sair uma casa pela companhia habitacional”, concluiu.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Trinta dos 96 distritos de São Paulo não têm leito hospitalar, diz pesquisa

Jardim Paulista tem 881 vezes o número de leitos da Vila Medeiros.
No total, São Paulo tem 2,99 leitos para cada mil pessoas.

Do G1 São Paulo
Trinta dos 96 distritos da capital paulista não possuem nenhum leito hospitalar, como Perus, na Zona Norte da cidade, segundo mapa da Desigualdade de São Paulo elaborado pela Rede Nossa São Paulo e divulgado nesta terça-feira (19). A pesquisa também mostra a desigualdade entre os municípios em temas como habitação, vagas em creches, mortalidade infantil, equipamentos esportivos e número de centros culturais.
O número é maior do que o de 2009, quando havia 28 distritos sem leito hospitalar, e menor do que em 2012, quando 31 distritos não tinham nenhum leito. Em relação a 2013, São Paulo ganhou 10.344 leitos.
"Quanto mais você demora para dar atendimento, piora a saúde, pode chegar a morte, inclusive. A pessoa tem que se deslocar em São Paulo, onde a mobilidade já é muito problemática, para ter acesso ao hospital e, quando chega, certamente, já chega em piores condições do que se tivesse um hospital perto de casa", disse Oded Grajew, coordenador da Rede Nossa São Paulo.
Leitos hospitalares (Foto: Arte/G1) O distrito com mais leitos hospitalares é o Jardim Paulista, na Zona Sul, com 35,53 para cada 1.000 habitantes, o que representa 881 vezes mais do que o distrito com a menor quantidade de leitos, a Vila Medeiros, na Zona Norte, que tem 0,040 para cada mil pessoas.
A Organização Mundial de Saúde diz que o recomendado é que existam de 2,5 a 3 leitos para cada 1.000 habitantes.
O levantamento leva em conta leitos hospitalares públicos e privados de 2014: 34.269 leitos para 11.453.996 habitantes, o que representa 2,99 leitos para cada mil pessoas. A meta do Ministério da Saúde é de 2,5 a 3 leitos para cada mil habitantes.
A Secretaria de Saúde do Município de São Paulo disse que já reativou 230 leitos e vai reabrir em novembro o antigo Hospital Santa Marina. A Secretaria disse ainda que vai construir três novos hospitais e vai abrir seis hospitais dia da rede Hora Certa.
Mortalidade infantil
A região da República foi a que mais registrou mortes de crianças menores de um ano – média de 22,2 óbitos a cada 1 mil nascidas vivas.
Os dados mais atualizados são de 2013 e constam no Mapa da Desigualdade do movimento Nossa São Paulo. Moema foi o distrito com menor índice – 1,09 mortes a cada 1 mil nascimentos.
Nos registros de gravidez na adolescência, Marsilac teve índice de 26,61 de mães residentes no distrito com 19 anos ou menos com filhos nascidos vivos. Já Moema foi a região com a menor taxa (0,585) em 2014.
O G1 procurou a Prefeitura e a Secretaria de Segurança Pública após a divulgação da pesquisa e aguarda um posicionamento.
Dados da creche mapa da desigualdade (Foto: Editoria de Arte/G1)Creches
A procura por uma vaga em creche na cidade de São Paulo continua em alta. Segundo o Mapa da Desigualdade, 45% das crianças que procuravam uma vaga nos CEIs (Centro de Educação Infantil) ficaram de fora em 2014.
No total, a demanda era de 415.591 vagas no ano passado – e foram supridas somente 228.056.
Ou seja, conseguiram uma vaga nas creches municipais pouco mais da metade dos cadastrados (54,88%).
Se comparado ao ano de 2013, vimos que a relação oferta de vagas e demanda foi menor em 2014. Em 2013, 55,65% das crianças inscritas no cadastro da Prefeitura conseguiram uma vaga. Em números absolutos, foram 213.867 matriculados de um total de 384.339 estudantes.
Em 2008, primeiro ano da série histórica da pesquisa, há uma diferença bem maior. Na época, a fila de espera por uma vaga era menor. A cidade tinha uma demanda de 167.324 crianças e 109.717 matrículas, isto é, 35% das crianças não conseguiram vaga naquele ano.
O bairro de Guaianases, na Zona Leste, é o que tem maior demanda de vagas, são 80,67% contra 23,53% na Sé, ou seja, a carência é 3,43 vezes maior que no Centro de São Paulo.
mapa marsilac (Foto: Arte/G1)
Homicídios
O distrito de Marsilac, no extremo da Zona Sul de São Paulo, teve a maior quantidade de homicídios a cada 10 mil habitantes e também a taxa mais alta de mortes de jovens entre 15 e 29 anos no ano passado.
De acordo com a pesquisa, Marsilac registrou média de 28,6 óbitos por assassinato de pessoas entre 15 a 29 anos a cada 10 mil habitantes em 2014. O índice é 44,5 vezes maior que o do distrito Vila Mariana, que teve a menor taxa (0,64).
Marsilac também teve 6,16 homicídios a cada 10 mil habitantes no ano passado, número é 34,67 vezes maior em relação ao distrito de Perdizes, que teve o menor índice (0,176) no período.
Nos dois cenários, o índice é muito superior à média da capital (1,42 e 4,63, respectivamente). O estudo usa dados do IBGE e do Serviço Funerário do Município de São Paulo.
O relatório apontou, no entanto, que os distritos de Alto de Pinheiros, Barra Funda e Jaguará não tiveram homicídios no ano passado. Em relação à morte de jovens entre 15 e 29 anos, 15 distritos tiveram indicador zero de assassinatos em 2014.
Favelas
O número total de domicílios em favelas cresceu 2% na cidade de São Paulo entre 2013 e 2014, segundo a pesquisa. O levantamento mostra que as favelas ganharam 8.280 novas residências de um ano para o outro. Foram verificados 398.200 domicílios nesta situação no ano passado, contra 389.920 em 2013.
A região de Paraisópolis, onde moram cerca de 100 mil pessoas, e onde alugueis podem chegar a 600 por dois cômodos (Foto: Amanda Previdelli/G1)A região de Paraisópolis, onde moram cerca de 100 mil pessoas (Foto: Amanda Previdelli/G1)
Com isso, o total de domicílios em áreas não urbanizadas na capital passou de 10,9% para 11,13%. O distrito de Vila Andrade, na região de Paraisópolis, Zona Sul, é o que possui mais domicílios em área de favela: 49,59%.
O número é 610 vezes maior que o encontrado em Pinheiros (0,081%), onde praticamente não existem favelas. Os dois distritos ficam a 12 km de distância um do outro, separados pela Marginal Pinheiros.
Além de Pinheiros, apenas 10 distritos paulistanos, de um total de 96, têm taxa de favelização próxima de zero: Bela Vista, Bom Retiro, Brás, Cambuci, Consolação, Jardim Paulista, Moema, Perdizes, República e Sé.
Abertura da exposição sobre o pintor Picasso no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Centro de São Paulo. Pessoas formaram fila para serem as primeiras a ver a mostra (Foto: Fábio Tito/G1) Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na região
da Sé, no Centro de São Paulo (Foto: Fábio Tito/G1)
Espaços culturais
O relatório, que usa dados divulgados pela Prefeitura até 2014, mostrou que dos 96 distritos da capital, 60 não têm casas de espetáculos e espaços de cultura, ou seja, um índice de 62,5% dos distritos sem centros culturais.
O levantamento apontou ainda que a capital paulista tem 11 distritos sem nenhum equipamento esportivo, como quadras, ginásio, piscina e pista de atletismo de acesso público.
A região da Sé foi a que teve o melhor índice na cidade de espaços para cultura, com uma média de 3,67 espaço para cada 10 mil habitantes. Já entre os distritos com indicador zero estão Alto de Pinheiros, Brás, Brasilândia, Casa Verde, Ermelino Matarazzo, Morumbi, Parelheiros e Santana, mais 52 regiões.
Equipamentos esportivos
O distrito de Pinheiros, na Zona Oeste, foi o que registrou maior proporção de espaços para a prática de esportes por 10 mil habitantes na capital em 2014.
O índice é 28,8 vezes maior que o distrito de Tremembé, que registrou a menor taxa (0,048), sem considerar os 11 distritos que tiveram indicador zero neste tema. A média para a cidade foi a mesma entre 2013 e 2014.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Dormir demais ou de menos aumenta o risco de derrame

Pessoas com pressão alta que dormem menos de cinco horas ou mais de oito horas por dia correm um risco muito maior de sofrer um derrame, em relação àquelas que têm oito horas de sono

Horário de verão: com uma hora adiantada no relógio, sono pode ser prejudicado
Hipertensos que dormem menos de cinco horas por noite correm 83% mais risco de sofrer um AVC. Já aqueles que dormem mais de oito horas, têm 74% mais probabilidade de ter um derrame(Thinkstock/VEJA)
Cientistas da Escola de Medicina do Hospital Mount Sinai, nos Estados Unidos, descobriram que pessoas hipertensas que dormem menos de cinco horas por noite sofrem um risco 83% maior de sofrer um derrame, quando comparado àqueles que dormem entre sete e oito horas por noite. Já os dorminhocos, que dormem mais de oito horas, correm um risco 74% maior.
"Nós ficamos surpresos com os resultados, principalmente em relação ao grande impacto das poucas horas de sono sobre a saúde", disse Oluwaseun Akinseye, autor do estudo e pesquisador do Hospital Mount Sinai. "A maioria dos estudos havia mostrado até então apenas um modesto aumento dos riscos de derrame."

Os autores suspeitam que o aumento do risco em pessoas que dormem pouco esteja relacionado ao aumento dos níveis de cortisol no sangue, também conhecido como hormônio do stress. Enquanto longas horas de sono estariam associadas à liberação de substâncias inflamatórias.
Para o estudo, a equipe de Akinseye analisou dados de mais de 200.000 americanos com pressão alta, coletados durante nove anos por uma pesquisa nacional americana. Os resultados foram apresentados durante o Encontro Anual da Sociedade Americana de Hipertensão, realizado em Nova Iorque.
Hipertensão no Brasil - A pressão alta, também conhecida como hipertensão, já é um fator de risco para AVC e outras doenças cardiovasculares. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2014, a população com a doença chegou a 24,8%. As mulheres são maioria nesse cenário e respondem a 26,8% dos casos, enquanto os homens respondem a 22,5% dos casos.
(Da redação)

sábado, 16 de maio de 2015

Dieta mediterrânea faz bem ao cérebro

Novo estudo revela que esse tipo de alimentação pode trazer benefícios para funções cognitivas e memória

Por: Carolina Melo
Tomate e azeite
O azeite como principal fonte de gordura é um dos segredos da dieta mediterrânea(Thinkstock/VEJA)
Não é novidade que a dieta mediterrânea faz bem. Desde a década de 80, inúmeras pesquisas comprovam seus efeitos positivos para a saúde, como a capacidade de prevenir contra diabetes, colesterol ruim e câncer. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Hospital Clinic, em Barcelona, porém, mostrou que os benefícios do estilo alimentar vai além. O trabalho, publicado nesta semana na revista científica The Journal of American Medical Association (Jama), revelou que a dieta também pode ser benéfica para o cérebro, melhorando funções cognitivas e prevenindo contra a perda de memória.
Durante o experimento, 447 homens e mulheres, com idade entre 55 e 80 anos, tiveram de adotar novos hábitos alimentares durante quatro ano. Um primeiro grupo seguiu a dieta mediterrânea utilizando um litro de azeite de oliva por semana. Um segundo grupo adotou o mesmo tipo de dieta, mas utilizando outro alimento - 30 gramas de nozes por dia. Um último grupo seguiu uma dieta com baixo teor de gordura. Todas as pessoas eram saudáveis, mas com histórico familiar de problemas cardíacos na família.
O estudo analisou o efeito da alimentação de cada grupo ao pedir para que todos eles realizassem testes cognitivos. Os dois grupos que adotaram a dieta mediterrânea tiveram melhor desempenho nas atividades em comparação ao grupo que fez uma dieta com baixo teor de gordura. Aqueles que consumiram mais azeite de oliva tiveram mais sucesso nos testes de memória e os que se alimentaram de nozes apresentaram resultados positivos nas funções executivas do cérebro, como planejamento de atividades complexas. Em contrapartida, o grupo que não adotou a dieta mediterrânea mostrou enfraquecimento em algumas medidas cognitivas.
Composta por alimentos típicos das regiões banhadas pelo mar mediterrâneo (sul da Europa, norte da África e sudoeste da Ásia), a dieta tem o azeite como principal fonte de gordura e é rica em alimentos de origem vegetal, como pão, massas, hortaliças, legumes e fruta fresca. Diz o nutrólogo Daniel Magnoni, do Hospital do Coração, em São Paulo: "Essa dieta faz parte do estilo de vida mediterrâneo, que não incorpora somente os hábitos alimentares, mas uma rotina menos agitada, na qual as refeições são realizadas em um ritmo mais lento". Além disso, é comum que essas pessoas realizem exercícios físicos moderados diariamente, como uma caminhada com duração de 30 minutos. Não resta a menor dúvida de que o estilo mediterrâneo faça bem à saúde.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Vitamina B3 reduz risco de câncer de pele

Os voluntários tratados com nicotinamida tiveram uma redução de 23% na probabilidade de ter a doença em comparação com quem recebeu placebo

Imagem microscópica de câncer de pele
Imagem microscópica de câncer de pele. Apesar da novidade, proteção solar continua sendo a melhor arma contra a doença(Duncan Smith / Think Stock/VEJA)
A vitamina B3 é capaz de reduzir o risco de câncer de pele do tipo não-melanoma em até 23%. É o que mostra um estudo divulgado durante uma conferência da American Society of Clinical Oncology, realizada nos Estados Unidos.
Para a pesquisa, foram acompanhados 386 pacientes diagnosticados com, pelo menos, dois cânceres de pele- tais como carcinoma de células basais e carcinoma de células escamosas - nos últimos cinco anos. Metade dos participantes recebeu 500 miligramas do suplemento duas vezes por dia -- o outro grupo recebeu placebo.
Segundo os resultados, os voluntários, com idades entre 30 e 91 anos, toleraram bem o tratamento. Quando eles deixaram de tomar a vitamina B3, o risco de contrair câncer de pele subiu novamente cerca de seis meses mais tarde -- indicando que o benefício só pode ser adquirido se os suplementos são tomados de forma contínua.
"Esta é a primeira evidência clara de que podemos reduzir o câncer de pele usando uma simples vitamina, ao lado de proteção do sol sensata", afirmou Diona Damian, professora de dermatologia na Universidade de Sydney e autora principal da pesquisa.
Os pesquisadores ressaltaram que o estudo utilizou um tipo de vitamina B3 chamado nicotinamida e não do ácido nicotínico, uma outra forma comum de vitamina B3, geralmente associada a efeitos secundários, como rubor e pressão arterial baixa.
"Isso está pronto para ir direto para os consultórios", garantiu Damian. A pesquisadora alertou, porém, que o tratamento não foi testado como um remédio ou estratégia de prevenção para o público em geral. O filtro solar continua sendo a principal arma contra o câncer de pele.
O câncer de pele não-melanoma é considerado o mais frequente no Brasil e corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no país, com 130 000 novos casos por ano.
(Com agência France-Presse)

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Gasto público do Brasil com saúde é inferior à média mundial

Governo destina US$ 512 ao ano por cidadão; na Europa, despesas com setor chegam a ser dez vezes superiores às feitas pelo País

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O governo brasileiro destina por ano à saúde de cada cidadão menos do que a média mundial. Os dados estão sendo publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e apontam que mais da metade da conta da saúde de um brasileiro continua sendo arcada pelo bolso do paciente. Em média, os gastos públicos nos países ricos chega a ser mais de cinco vezes o que o Estado brasileiro oferece.
O governo brasileiro destinou em média a cada cidadão US$ 512 por ano em saúde. O valor, referente a 2012, é quase cinco vezes superior ao que se investia em 2000, quando o gasto público com saúde era de apenas US$ 107 por ano. 
 
Apesar do crescimento, a constatação da OMS é de que os valores continuam abaixo da média mundial. Segundo a entidade, os gastos públicos com saúde no mundo em 2012 foram de US$ 615,00 por pessoa.
 
A disparidade com os gastos dos países ricos é ainda maior. Em média, os países desenvolvidos destinaram US$ 2,8 mil a cada um de seus cidadãos em contas de saúde. Em alguns casos, os gastos são mais de dez vezes superior aos do Brasil. 
 
Na Noruega, por exemplo, o Estado arcou em média com US$ 7,9 mil em saúde para cada um de seus cidadãos. No Japão, os gastos públicos chegam a US$ 3,9 mil por pessoa, contra US$ 6,3 mil em Luxemburgo e US$ 5,9 mil na Suíça. 
 
Nos Estados Unidos, os gastos com saúde que acabam nas contas do Estado também são superiores às do Brasil. Em média, por ano, um americano consome US$ 4,1 mil do governo. Mesmo em Portugal, os gastos públicos são mais de duas vezes superiores aos do Brasil em termos per capita. 
 
Do outro lado da classificação, a OMS revela que os gastos públicos na África continuam mínimos. No ano, um africano foi atendido por apenas US$ 53,00 em dinheiro público.
 
Bolso. Outra constatação da OMS é de que, no Brasil, quem paga ainda pela saúde é o paciente, por meio de planos de saúde ou gastos privados. 
 
No País, 47,5% da conta final da saúde é arcada pelo poder público, contra 52,5% da conta para o cidadão. 
 
Na média mundial, a proporção é exatamente a oposta: 57,6% dos gastos com saúde são arcados por governos, contra 42,3% pagos pelos cidadãos.
 
Apesar da diferença entre os gastos com a saúde no Brasil e a relação com o restante do mundo, a OMS aponta que o País tem feito certo progresso nos últimos anos. Em 2000, 4,1% do orçamento nacional do estado ia para a saúde. Em 2012, essa taxa chegou a 7,9%. 
 
No mundo, porém, os dados da OMS revelam que em média governos destinam 14% de seus orçamentos nacionais para a saúde. Nos países ricos, a taxa é de 16,8%.
 
No total, 9,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é destinado para a saúde em 2012, contra 7,2% em 2000.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Chikungunya já afetou quase 2 mil em 12 estados e DF apenas neste ano

Nos últimos 4 meses, 98,5% dos casos se concentraram na Bahia e Amapá.
Desde setembro, início da infecção no país, já são 4.987 ocorrências.

Eduardo Carvalho* Do G1, em São Paulo
Diferenças e semelhanças entre dengue e chikungunya - correto (Foto: G1) O Brasil registrou entre janeiro e abril de 2015 quase 2 mil casos confirmados de infecção pelo vírus chikungunya, que circula no país desde setembro de 2014 e é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo vetor da dengue, doença que já registrou 745,9 mil ocorrências apenas neste ano. A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém causa mais dor e tem menor índice de mortalidade.
Levantamento feito pelo G1 em todas as Secretarias Estaduais de Saúde aponta que de 1º de janeiro a 30 de abril foram confirmados 1.978 casos de chikungunya em 12 estados mais o Distrito Federal. Destes, 1.949 ocorreram na Bahia e no Amapá, o que corresponde a 98,5%.
O total nacional deste ano pode ser ainda maior pois há muitos exames clínicos que não foram concluídos. No período citado, foram notificadas 9.691 suspeitas da doença.
Do total já confirmado, 1.935 são autóctones, ou seja, a transmissão aconteceu dentro do estado ou município. Outros 40 casos são considerados importados (doença foi adquirida fora do estado ou município). Apenas três ocorrências, todas do Amapá, não tiveram sua origem definida.
Se somados os dados de 2015 com os números de setembro a dezembro de 2014, o total de infectados salta para 4.987. Desse montante, 4.765 são autóctones.
Dados do Ministério da Saúde apontam um número menor de doentes. Segundo o último balanço da pasta, que contabilizou casos de janeiro até 18 de abril, foram 1.688 confirmações autóctones. Desde setembro, foram 4.461 ocorrências.
Levantamento mostra estados com casos de chikungunya em 2015 (Foto: G1)
Na última sexta-feira (8), o ministro da Saúde, Arthur Chioro, não descartou um surto da doença no país. “É muito provável que tenha”, explicou ele.
Lívia afirma que desde janeiro sente sintomas da chikungunya (Foto: Arquivo pessoal)
Para o pesquisador Ricardo Lourenço, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os casos devem aumentar no Brasil porque a população ainda não desenvolveu anticorpos para combater naturalmente o vírus (leia mais abaixo).
Bahia é o estado com mais doentes
A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa "aqueles que se dobram", em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa. Seu índice de mortalidade, no entanto, é bastante baixo (veja quadro abaixo com as características da chikungunya).
Lívia afirma que desde janeiro sente sintomas da
chikungunya (Foto: Arquivo pessoal)
Jornalista Girlane Duarte acompanhada do filho Artur, de oito anos (Foto: Arquivo Pessoal) A baiana Lívia de Oliveira, moradora do município de Riachão do Jacuípe, a cerca de 180 quilômetros de Salvador (BA), disse que ficou 45 dias em casa, sem conseguir ir trabalhar, de tanta dor que sentia.
"Parecia que estava toda quebrada. Não conseguia levantar", afirmou.
Info Chikungunya V1 (Foto: Editoria de Arte/G1)A Bahia é o estado com mais casos confirmados da doença. Desde setembro já são 2.487 registros, 1.054 apenas neste ano.
A jornalista Girlane Duarte acompanhada do filho
Artur, de oito anos (Foto: Arquivo Pessoal)
'Terrível experiência'
O Amapá vem em seguida, com 2.327 infectados por chikungunya desde setembro passado, 895 apenas neste ano Deste total, 880 são autóctones, 12 importados e três ainda não tiveram sua origem determinada.
A jornalista Girlane Duarte, moradora de Oiapoque, distante 590 quilômetros de Macapá, e seu filho de 8 anos entraram para a estatística de doentes no estado.
Ela disse que sentiu os primeiros sintomas em outubro de 2014, mas seis meses depois de ter contraído a febre, ainda sente dores nas articulações dos punhos, que a impedem de realizar atividades do trabalho e em casa. "Foi uma terrível experiência na minha vida", afirmou.
'Veio para ficar', diz especialista
Segundo o pesquisador Ricardo Lourenço, da Fiocruz, é provável que os casos da doença aumentem no Brasil já que a população ainda não tem anticorpos para o vírus.

“Tem uma quantidade imensa de pessoas que podem contrair. O Brasil era o único país das Américas a não ter casos autóctones da doença, mas aí o vírus chegou para ficar, infelizmente”, explicou Lourenço ao G1.
Ele explica que a porta de entrada da doença no país foi o Amapá, onde as pessoas contraíram o vírus vindo da  Guiana Francesa.
Ele afirma que há dois genótipos do circulando no país: o africano, detectado principalmente no Norte, e o asiático, presente nas ocorrências notificadas na Bahia, por exemplo.
“Apesar das linhagens, só se pega uma vez o vírus, diferente da dengue, por exemplo, que tem quatro sorotipos distintos”, afirma.
O especialista alerta ainda para o risco de uma pessoa contrair dengue e chikungunya ao mesmo tempo. Há casos confirmados na África e em regiões do Oceano Pacífico de pessoas que ficaram com as duas infecções ao mesmo tempo.
Combate
Lourenço explica ainda que o vírus pode ser transmitido também pelo mosquito Aedes albopictus, que vive em ambientes fora de zonas urbanas, principalmente em regiões desmatadas. Para ele, é preciso intensificar o combate a esta espécie.
De acordo com o governo federal, entre as ações para reduzir a quantidade de casos no país estão o aumento de repasses para as Secretarias de Saúde e a distribuição de insumos estratégicos como inseticidas e kits para diagnósticos.
Segundo o Ministério da Saúde, em dezembro houve o repasse adicional de R$ 150 milhões para as esferas estadual e municipal para controle da dengue e do chikungunya.
* Colaboraram para esta reportagem G1 AC, G1 AL, G1 AP, G1 AM, G1 BA, G1 CE, G1 DF, G1 ES, G1 GO, G1 MA, G1 MT, G1 MS, G1 MG, G1 PA, G1 PB, G1 PR, G1 PE, G1 PI, G1 RJ, G1 RN, G1 RS, G1 RO, G1 RR, G1 SC, G1 SP, G1 SE e G1 TO.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Pets ajudam seus donos a fazer novos amigos

Segundo estudo, quem tem cachorro ou gato tem chance 60% maior de conhecer novas pessoas, em comparação aos que não têm bichos de estimação

Cachorro e dono
Animais de estimação ajudam a melhorar a saúde física e mental dos donos(iStockphoto/Getty Images)
Ter um cachorro ou gato em casa é muito mais do que ter uma companhia agradável para brincar todos os dias. Um novo estudo, publicado pela revista científica PLoS One, mostrou que os bichos de estimação podem ajudar seus donos a fazer mais amizades e ter apoio social quando precisam. Pets 'exóticos' como coelhos e cobras também trazem esse benefício para seus "melhores amigos humanos".
Para o estudo, os pesquisadores entrevistaram 2.700 homens e mulheres de quatro cidade americanas: Perth, na Austrália; San Diego, Portland e Nashville. Eles foram questionados sobre como se relacionavam com a vizinhança. De acordo com os resultados, ter um bicho de estimação era o terceiro motivo mais citado como forma de conhecer pessoas no bairro. O primeiro era "ser vizinho" e o segundo "frequentar ruas e parques locais". Segundo o resultado, quem tem cachorro ou gato está 60% mais propenso a conhecer pessoas novas, em comparação com aqueles que não tinham bichos de estimação.

Os donos de cães -- que geralmente são levados diariamente para passear -- tinham mais probabilidade de fazer amizade com alguém que também possuia um bicho de estimação. "Ter um pet é um fator significativo para facilitar a interação social e o início de novas amizades dentro do bairro", escreveram os autores do artigo. "Para os donos de animais, isso se traduz em novas fontes de apoio social, tanto de natureza prática como de apoio emocional".
Outras pesquisas já mostraram que os animaizinhos ajudam a melhorar a saúde física e mental dos humanos. Entre os principais benefícios está o aumento de exercícios físicos que, consequentemente, colabora para a manutenção do peso, saúde cardiovascular e redução do stress.
(Da redação)

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Pressão alta coloca rins, olhos, coração e cérebro em risco

Hipertensos somam metade dos atendimentos de emergência no Hospital Cardiológico Costantini, de Curitiba
healthcare, hospital and medicine concept - doctor and patient m
Quase metade dos atendimentos na emergência em hospitais cardiológicos são direcionados a hipertensos, caso a experiência do Hospital Cardiológico Costantini, de Curitiba, se repita em outros. “Como a pressão alta pode ser assintomática e silenciosa, muitos a descobrem ao investigar outras queixas”, diz o cardiologista do hospital, Everton Dombeck.
Lesões à vista
A demora no diagnóstico pode abrir portas para lesões nos rins, que levam à insuficiência renal. Preocupam os médicos também os efeitos da pressão alta prolongada sobre os olhos, como problemas na retina e lesões de fundo de olho. “No cérebro, o déficit de memória também pode ser um dos efeitos, causando microlesões (doença microangiopática) que destroem pequenos vasos e predispondo ao acidente vascular cerebral (AVC)”, diz ele.
A chave é a alimentação
As dicas são: ter uma alimentação com baixo sódio, evitar consumir alimentos industrializados, manter o peso adequado e incluir atividade física na rotina, iniciativas simples que fazem grande diferença na qualidade de vida do paciente hipertenso.

sábado, 9 de maio de 2015

A dengue dominou o Brasil

O País vive mais uma vez uma vergonhosa epidemia da doença. Do início do ano até a metade de abril, 746 mil pessoas foram infectadas e um brasileiro morreu a cada onze horas vítima da enfermidade. Por que chegamos a este ponto?

Fabíola Perez e Ludmilla Amaral
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O país vive mais uma vez uma epidemia da doença. A repórter Ludmilla Amaral traz mais informações.
O empresário Frederico Leitão, 34 anos, de São Paulo, não sabe se voltará a enxergar totalmente com seu olho esquerdo. Sua capacidade de visão foi afetada depois que ele se tornou mais um brasileiro infectado pelo vírus da dengue. O vírus causou uma neurite óptica (inflamação do nervo óptico), doença que chegou a tirar-lhe 90% da visão. Hoje, recuperou 70% dela, mas teme não tê-la completamente restaurada. O drama do empresário, dono de uma gráfica, começou no final de março, quando surgiram os primeiros sintomas da doença. A febre, as dores no corpo e nos olhos foram a senha para um inferno que já dura mais de um mês. Primeiro, foi a preocupação com o trabalho. “Não podia repousar por mais de dois dias porque teria prejuízo”, conta. Depois, a dor no olho que não passava e a perda quase total da visão. “Fiquei apavorado”, lembra. Após ser atendido por dois oftalmologistas, um neuro-oftalmologista e, finalmente, por um neurologista, ele ficou nove dias internado. Agora, continuará o tratamento.
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Registrar a história de Frederico é fundamental. Assim como as de Laís Garcia, 25 anos, e a de seu pai, Henrique Garcia Júnior, 54 anos, e a de Sheila Storel, 38 anos, relatadas nesta reportagem. Eles estão entre os 746 mil brasileiros que tiveram dengue de janeiro até meados de abril, mas quando os números atingem um patamar assim tão dramático, corre-se o risco de passar-se a enxergar a situação somente como um fenômeno incômodo de saúde pública. Perde-se de vista o fato de que cada uma dessas 746 mil pessoas teve sua vida transtornada por causa da doença – e isso, essa dimensão individual, não pode ser pulverizada em estatísticas. Alguns mais, outros menos, todos foram obrigados a se deparar com um sistema de atendimento que não dá conta de prestar auxílio a tanta gente, perderam dias de trabalho, de estudo, de descanso. Sem falar nos 229 cidadãos que morreram até agora em uma epidemia que deveria ter sido evitada.
Hoje, o Brasil é um país acuado pela enfermidade. Em São Paulo, há 401 mil casos. A ameaça da doença tornou-se assunto recorrente e sua prevenção, em muitos casos objeto de obsessão. O empresário Victor Stockunas, 59 anos, preside o condomínio onde mora, em Alphaville, região metropolitana de São Paulo. Colocou na portaria uma placa com os dizeres ‘Agora é guerra’. Também determinou que os seguranças visitem as casas para saber se as medidas de prevenção estão sendo seguidas para evitar o surgimento de criadouros do Aedes aegypti, o mosquito transmissor do vírus responsável pela doença. “Cada um deve fazer a sua parte”, prega.
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A venda de repelentes explodiu. O laboratório Osler, fabricante do repelente Exposis, aumentou em onze vezes sua capacidade de produção para atender as farmácias. De janeiro a abril de 2014, foram produzidos 100 mil frascos do produto. No mesmo período deste ano, o número subiu para 1,1 milhão de unidades. Nas redes de farmácias, o volume de vendas é expressivo. Nas contas da Drogaria São Paulo, houve crescimento de 107% em vendas de repelente comparado ao primeiro bimestre de 2014. Na Ultrafarma, a elevação foi de 195% em relação à 2014. “Nas lojas físicas, em São Paulo principalmente, mudamos o posicionamento dos repelentes que antes ficavam junto aos produtos de verão. Agora, eles ficam no Caixa, com mais visibilidade”, afirma Marcos Ferreira, vice-presidente da Ultrafarma.
Em muitas escolas, a rotina mudou. Na Kid´s School, em Cotia, na Grande São Paulo, as crianças são informadas sobre a importância de se proteger com repelentes e o que fazer para evitar a formação de criadouros. “Professores e funcionários passaram a usar repelente todos os dias”, conta Cátia Pacicco, coordenadora pedagógica da escola. Na UP School, em São Paulo, há pulverização com inseticida quinzenalmente. “Também solicitamos à prefeitura a visita de agentes sanitários”, diz Patrícia Lozano, diretora pedagógica.
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Nos serviços de saúde, imprimiu-se a atmosfera do caos. Centros públicos estão lotados, obrigando a instalação de tendas para tratamento. Na que foi montada na Brasilândia, um dos bairros da capital paulista mais atingidos, já foram realizados 3,7 mil atendimentos desde abril. O local é uma parceria do Hospital Israelita Albert Einstein – um dos mais sofisticados entre as instituições privadas do País - com a Secretaria Municipal de Saúde. Uma equipe com seis médicos, cinco enfermeiros, seis técnicos em enfermagem, três técnicos administrativos e quatro biomédicos prestam o atendimento. Eles saem do hospital, no Morumbi, na zona sul, as seis e meia da manhã, para dar conta de começar a atender na Brasilândia, do outro lado da cidade. “Quando chegamos já tem gente esperando”, conta o infectologista Alexandre Marra. “Trabalhamos mais do que no Einstein, mas queremos ajudar”, diz a enfermeira Maria Roza de Oliveira.
A realidade é menos dura nos hospitais privados, mas mesmo assim houve dias nos quais era preciso esperar horas por atendimento. No Einstein, desde janeiro foram realizados treinamentos com profissionais do pronto-atendimento. No Hospital Sírio-Libanês, também um dos mais sofisticados do País, houve crescimento de 40% no número de pacientes atendidos em comparação ao mesmo período do ano passado. O hospital reforçou a equipe de médicos, enfermeiros e infectologistas e instalou 15 novas poltronas de observação para acomodar mais pacientes.
Muitas razões explicam a gravidade da situação. Algumas são pontuais. Houve a volta da circulação do tipo 1 do vírus (são quatro). Muita gente não havia tido contato com ele e, portanto, não havia desenvolvido anticorpos. Na região Sudeste, particularmente em São Paulo, devido à crise hídrica muitos moradores estocaram água sem o cuidado adequado, aumentando os criadouros.
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Mas há origens crônicas por trás do desastre da dengue. Em primeiro lugar, a política de prevenção, que deveria ser executada de forma contínua pelas esferas federal, estadual e municipal de governos, é falha. E na linha de frente do atendimento ainda hoje encontra-se casos que não recebem o correto diagnóstico ou não são identificados como de risco. Depois, há deficiências estruturais nunca resolvidas que contribuem demais para a repetição das epidemias no País. Entre elas, uma urbanização sem planejamento que ignora a instalação de redes de saneamento básico, de um sistema eficiente de coleta de lixo e que leva ao fim de áreas para o escoamento de água. “A dengue é a doença que mais retrata a urbanização caótica em que vivemos”, diz o infectologista Artur Timerman, autor do livro Dengue no Brasil, Doença Urbana. Se nada for feito, o País continuará sujeito a desastres como o atual. E pode piorar, com a ocorrência também de epidemias do vírus Chikungunya, transmitido pelo mesmo Aedes aegypti. “É uma questão de tempo para que a febre chikungunya se torne outra epidemia”, diz Fernando Gatti Menezes, coordenador médico do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Albert Einstein.
Fotos: Paulo Whitaker/Reuters; Gabriel Chiarastelli, João Castellano/Ag. Istoé 

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Grávidas 'saradas' de Mogi correm, pedalam e até praticam luta

Elas dizem que objetivo principal não é estética, mas sim saúde.
Médico alerta que exercícios de grande impacto podem ser prejudiciais.

Maiara Barbosa Do G1 Mogi das Cruzes e Suzano
Francini Pires grávida mogi (Foto: Maiara Barbosa/ G1)Francini Pires, aos 7 meses de gestação, continua dando aulas em academias de Mogi das Cruzes (Foto: Maiara Barbosa/ G1)
Exercícios físicos são recomendados pelos médicos em qualquer estágio da vida. Cada vez mais, as mulheres buscam continuar as atividades mesmo durante a gravidez. Além de saúde e qualidade de vida, dessa forma elas dizem que após o parto fica mais fácil recuperar a antiga forma.
O G1 entrevistou duas grávidas que mantêm os exercícios. Aos 7 meses de gestação, enquanto espera a chegada de Arthur, Francini Pires corre, pedala e nada. Já a personal trainer Mônica Ferreira, aos 4 meses de gravidez, pratica estepe, zumba, corrida, poli pump e golpes de luta na modalide body combat. O médico ginecologista e obstetra Carlos Eduardo Amaral Gennari alerta que os exercícios devem ser feitos de forma moderada.
Francini Pires grávida mogi (Foto: Francini Pires/ arquivo pessoal)Francini Pires continua a rotina de corridas, mas diz que reduziu intensidade. (Foto: Francini Pires/ arquivo pessoal)
Francini Pires grávida mogi (Foto: Maiara Barbosa/ G1)
Incansável
Há cinco anos, a professora de pilates Francini Pires começou a praticar corrida e os exercícios foram se tornando mais intensos. Ela também passou a pedalar e fazer aulas de natação. Agora, grávida de sete meses de Arthur, pouca coisa mudou na rotina de treinos. Francini conta que apenas diminuiu a intensidade dos exercícios. “Antes eu pegava pesado no treino. A corrida que eu fazia, agora intercalo com alguns trotes, com a caminhada. A natação e a bicicleta eu continuo, mas sem ficar muito cansada e ofegante.”
Francini Pires espera Arthur. (Foto: Maiara Barbosa/
G1)
Francini manteve também as aulas de natação.
(Foto: Francini Pires/Arquivo Pessoal)
Durante a aula de pilates, a professora demonstra alguns exercícios para as alunas, mas a barriga já não permite todos os movimentos. “Tenho alguns alunos que acham que eu sou louca”, comenta, entre risos.
Francini Pires, grávida de Mogi das Cruzes, nadando (Foto: Francini Pires/ arquivo pessoal) Grávida do segundo filho, Francini diz que sente diferenças no seu corpo em relação à primeira gestação, quando ainda não tinha uma rotina regrada de treinos. “Na minha primeira gravidez eu só fazia caminhada. Depois desse intervalo, eu comecei com outros esportes e isso me ajudou muito: eu não sinto muitas dores e sinto menos sono. Claro que a gente cansa, mas é um cansaço normal”, comenta.
A professora pretende continuar treinando até o bebê nascer e já pensa em quando poderá retornar as atividades depois do parto. “Eu espero voltar logo porque eu gosto de treinar. Não é por estética, é porque isso me faz bem, tanto para a minha saúde física quanto mental”, ressalta.
A próxima corrida que deve participar já tem data marcada. “Em outubro eu vou participar de uma corrida em Bertioga até Maresias e, em dezembro, eu volto a nadar para uma travessia de 2 mil metros no mar.”
Academia até o parto
Mônica Ferreira também resolveu não ficar longe da academia enquanto aguarda a chegada do seu segundo filho. Personal trainer há dez anos, ela trabalha todos os dias em quatro lugares diferentes e pretende continuar assim até o nono mês. Além das aulas de estepe, zumba, corrida, poli pump, aos quatro meses de gestação Mônica ainda pratica golpes de luta na modalide de body combat. “Fora isso, eu ainda estou querendo voltar com a musculação. Os exercícios me ajudaram na primeira gravidez. Assim eu espero recuperar minha forma mais rápido depois da gestação. Além da questão estética, melhora a circulação”, comenta.
Por ter completado os três primeiros meses de gestação, que exigem mais cuidados, recentemente, Mônica está voltando aos poucos aos exercícios de impacto. “O médico me orientou a não fazer nenhum exercício que eu tenha que pular ou fazer agachamento. Nem mesmo corrida eu podia.”
Mônica Ferreira professora de academia (Foto: Mônica Ferreira/ arquivo pessoal)Mônica Ferreira é professora em academia de Mogi. (Foto: Mônica Ferreira/Arquivo Pessoal)
Apesar de ter sentido mais enjoos na segunda gestação, Mônica conta que não pretende parar tão cedo com os exercícios. “Se Deus quiser, eu continuo trabalhando. Na minha primeira gestação eu trabalhei até dez dias antes do parto. Os exercícios estão me ajudando a ter mais disposição. Uma pessoa que não está acostumada com a rotina, com certeza, sente mais cansaço”.
Saúde
Para o médico ginecologista e obstetra Carlos Eduardo Amaral Gennari, os exercícios devem ser feitos de forma moderada. “O exercício físico é ótimo para todas as mulheres e só vai ajudar as grávidas. O que não pode é pegar pesado, ao ponto de sentir falta de ar e cansaço. Isso pode diminuir o fluxo sanguíneo e corre o risco de machucar a criança. O aumento da temperatura do corpo durante a atividade física pode provocar má formação do feto”, esclarece.
Gennari elenca a hidroginástica, a caminhada, o ioga e o pilates como exercícios benéficos para a gestante. Mas também alerta quais exercícios não devem ser praticados. “Zumba e corrida não é benéfico para a criança porque são exercícios de grande impacto.”

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Nasce primeiro bebê fruto de técnica considerada revolução na fertilização in vitro

Novo método utiliza células-tronco do ovário da mãe para melhorar a qualidade de óvulos pouco férteis

Agência O Globo
Nasceu há cerca de 20 dias, no Canadá, o bebê que é visto por muitos cientistas como um marco no avanço das práticas de fertilização in vitro. Zain Rajani foi gerado a partir de uma nova técnica, chamada “Augument”, capaz de aumentar a qualidade reprodutiva dos óvulos e, com isso, aumentar a chance de sucesso neste tipo de procedimento.
De acordo com a revista americana “Time”, os pesquisadores descobriram no ovário das mulheres uma reserva de células-tronco saudáveis, destinadas especificamente a produzir futuros óvulos, que podem ser utilizadas para aumentar a qualidade da célula reprodutiva.
No novo método, desenvolvido por cientistas da OvaScience, retirou-se uma pequena amostra do tecido ovariano da mãe de Zain. Do tecido, foram coletadas as células-tronco e extraídas delas a mitocôndria para aplicar nos antigos óvulos, que apresentavam baixa qualidade reprodutiva. A mitocôndria introduzida no óvulo velho é capaz de impulsionar a potência das células reprodutivas.
“Nós estamos transformando pacientes com taxa de gravidez de 0%, que falharam na fertilização in vitro, em pacientes grávidas. A mitocôndria rejuvenesce o óvulo e o traz de volta para um estado de alta qualidade ”, afirmou Jonathan Tilly, pesquisador que iniciou os estudos em 2004.
Natasha Rajani tentava engravidar há quatro anos e já havia feito um procedimento tradicional de fertilização. Na época, ela produziu 15 óvulos, mas apenas quatro foram fertilizados. Desses, um amadureceu a ponto de ser feita a fertilização. Com a nova técnica, quatro óvulos puderam ser fertilizados, três dos embriões foram congelados se o casal desejar ter mais filhos e um deu origem a Zain.
A técnica ainda não é permitida nos Estados Unidos por ser considerada uma forma de terapia genética. Segundo a Time, 36 mulheres de quatro países — que já haviam tentando o método tradicional e falharam— estão sendo submetidas à técnica. Oito delas já estão grávidas.
A clínica canadense OvaScience, que aplicou o procedimento, pretende realizar mil ciclos de fertilização “Augument” já neste ano e produzir uma base de dados que façam com que o método seja colocado em prática em outros países, sobretudo, os Estados Unidos.
“Vemos Zain como um símbolo de esperança para todos os casais que lutam contra a infertilidade”, disse Natasha.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Ministro da Saúde nega epidemia de dengue no país

Durante entrevista, o ministro Arthur Chioro afirmou que a ‘elevação de casos’ ocorreu devido à crise hídrica e à falta de ações de combate à doença

Mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue visto na região da Lapa, zona oeste de São Paulo (SP) - (23/04/2014)
Mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue visto na região da Lapa, zona oeste de São Paulo (SP) - (23/04/2014)(André Lucas Almeida/Futura Press/VEJA)
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou nesta segunda-feira que o país não vive situação de epidemia de dengue. O anúncio ocorreu pouco tempo após a divulgação do último levantamento de casos sobre a doença, com 745 900 ocorrências registradas entre 1º de janeiro e 18 de abril deste ano. O número é 234% maior em relação ao mesmo período do ano passado, mas 48% menor em comparação com 2013, quando 1,4 milhões de pessoas foram infectadas.
Para o ministro, os resultados positivos do ano passado "desarmaram a mobilização da sociedade e algumas ações" de combate à doença. "Em relação a 2014, nós temos elevação em praticamente todo o país. Mas quando a gente trabalha com conceito de epidemia, nós temos duas possibilidades: ou a gente vê a série histórica e a comparação por um longo período, uma série de eventos ano a ano que nos permite ver a incidência da doença, ou adotamos o parâmetro da OMS, que considera comportamento epidêmico quando o número de casos tem incidência de 300 casos para cada 100 000 habitantes", afirmou, durante coletiva de imprensa, em São Paulo. No Brasil, há 367,8 casos para 100 000 habitantes.
Ele disse ainda que as condições climáticas favoreceram o início precoce da dengue no país. Além disso, Chioro acredita que o número de casos também pode ter sido agravado pela crise hídrica, já que houve armazenamento de água sem as condições ideais.
De acordo com o ministro, São Paulo é um dos principais estados com comportamento de epidemia. No total, são 169 mortes confirmadas pela doença desde o início do ano. É o maior número de vítimas em território paulista desde 1990, quando começou o balanço oficial. Além do recorde de óbitos, o Estado também acumula o maior número de casos confirmados e notificados da doença desde que esses índices passaram a ser tabulados. O índice de incidência da doença em São Paulo chegou a 911,9 casos por 100.000 habitantes.
Além de São Paulo, sete estados enfrentam uma situação parecida, entre eles estão Acre, Tocantins, Rio Grande do Norte, Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás.
"Agora que temos uma situação que não é favorável, não poderia me desresponsabilizar como autoridade sanitária máxima e quero compartilhar o desafio de controlar a dengue. Que a gente tenha em 2016 um verão mais protegido, com menos doenças, menos casos graves e menos óbitos, porque nós podemos fazer, mas trabalhando em 2015 todos juntos, sem atribuir à sociedade ou a uma esfera de governo a responsabilidade exclusiva pela doença", disse Chioro.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Vacina contra meningite B chega ao Brasil; dose custará a partir de R$ 340

Medicamento é recomendado principalmente a crianças com até 1 ano.
GSK quer incorporar vacina ao SUS; ministério ainda não recebeu pedido.

Eduardo Carvalho Do G1, em São Paulo
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A farmacêutica GSK lança nesta terça-feira (5) no Brasil uma nova vacina para prevenir a meningite bacteriana tipo B, imunização ainda não realizada na rede pública para combater o subtipo da doença.
Aprovada em janeiro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina chamada de Bexsero já é oferecida pela companhia nos Estados Unidos e na Europa.
Desenvolvida a partir de 1995, a medicação é recomendada principalmente para crianças com até 1 ano. Segundo a GSK, cada dose será oferecida às clínicas por R$ 340, mas o preço pode variar entre os estados brasileiros devido à tributação.
Segundo a empresa, bebês com idade entre 2 a 5 meses precisam tomar três doses. Em crianças com faixa etária entre 6 e 11 meses, a recomendação é de duas doses. Ambas as faixas etárias são classificadas como grupo prioritário.
Já para quem tem mais de 1 ano e até 50 anos, a recomendação é de duas doses.
A GSK vai requerer ao Ministério da Saúde a incorporação do medicamento no Sistema Único de Saúde (SUS). Caso seja aprovada, a vacina poderá integrar o calendário nacional de vacinação.
 
O que é a meningite?
As meninges são as membranas que envolvem todo o sistema nervoso central. A meningite ocorre quando há alguma inflamação desse revestimento, causado por micro-organismos, alergias a medicamentos, câncer e outros agentes.
Ela é transmitida quando pequenas gotas de saliva da pessoa infectada entram em contato com as mucosas do nariz ou da boca de um indivíduo saudável. Pode ser por meio de tosse, espirro ou pelo contato com barras de apoio dos ônibus, por exemplo.
Os principais sintomas da doença são dor de cabeça, febre e confusão mental. Nem sempre há rigidez na nuca, e o teste não pode ser feito por um leigo apenas ao baixar a cabeça – só um médico pode avaliar o quadro corretamente.
Sem previsão de incorporação
De acordo com o Ministério da Saúde, ainda não foi feito nenhum pedido de incorporação da vacina para prevenir a meningite B.
No entanto, quando isto ocorrer, o medicamento precisará ser analisado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), onde terão que ser comprovadas evidências clínicas consolidadas, eficácia, eficiência e custo-efetividade como produto de estratégia de saúde pública.

Atualmente fazem parte do calendário nacional de vacinação quatro vacinas que protegem contra a meningite: a BCG, em dose única aplicada ao nascer; a pentavalente, com doses aos dois, quatro e seis meses de vida; a meningocócica C, oferecida à criança aos três e cinco meses de idade; e a pneumocócica, recebida pelo bebê quando ele tem dois, quatro e seis meses de vida.
Segundo a pasta, em 2014 foram notificados 17 mil casos de meningite, de todos os tipos, sendo 146 do sorogrupo tipo B.
Infográfico explica a meningite (Foto: G1)

sábado, 2 de maio de 2015

Paranaense faz sucesso na web ao perder 30 kg com 'falsas guloseimas'

Leandra criou coxinha, pudim e outras pratos com ingredientes saudáveis.
'Não fiz dieta e nem me matei na academia. Só substituí alimentos', relata.

Alana Fonseca Do G1 PR
Antes e Depois. Leandra, de 35 anos, perdeu 30 quilos substituindo alimentos nas receitas (Foto: Rodrigo Covolan/Leandra Mello Pessoa/Arquivo pessoal)Antes e Depois. Leandra, de 35 anos, perdeu 30 quilos em um ano (Foto: Rodrigo Covolan/Leandra Mello Pessoa/Arquivo pessoal)
Quando subiu na balança e viu que tinha chegado aos 80 quilos, a fisioterapeuta Leandra Mello Pessoa, de 35 anos, decidiu que precisava mudar o estilo de vida. Em um ano, ela perdeu 30 quilos. “Não fiz dietas e nem me matei na academia. Só substituí alimentos”, garante. Trocando os ingredientes, ela criou novas receitas que fazem o maior sucesso nas redes sociais: tem coxinha, pão de queijo, pudim e sorvete. “Tudo fake”, brinca.
Leandra mora em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná. A fisioterapeuta conta que, quando estava acima do peso, se sentia mal, principalmente, no trabalho. “Minha área é a saúde. Era contraditório dizer aos meus pacientes que se cuidar é importante se nem eu mesma me cuidava”, explica. Então, além de emagrecer, ela também decidiu que seria um modelo para eles.
Fisioterapeuta perdeu 30 quilos em um ano (Foto: Rodrigo Covolan/Arquivo pessoal)Fisioterapeuta de Ponta Grossa perdeu 30 quilos
em um ano(Foto: Rodrigo Covolan/Arquivo pessoal)
Leandra não fazia ideia de como perderia os quilos extras.“Sempre fui gordinha, desde pequena. Tentei todos os tipos de dieta e, mesmo sem ser muito fã de malhar, me matava na academia. Nada de ver resultados", relata.
A fisioterapeuta conta que até perdia um pouco de peso, mas depois engordava tudo de novo. Para casar, radicalizou: bebia água e comia só frutas, verduras e legumes. “Não adiantou nada. Seis meses depois, engordei mais de 10 quilos”, lembra.
Substituição
Um dia, a fisioterapeuta teve a ideia de substituir os ingredientes originais das receitas por alimentos mais saudáveis. Entretanto, os primeiros experimentos foram um desastre.
“Sempre gostei de comer bastante e trocar os itens foi um jeito que eu encontrei para me manter em forma mesmo ingerindo grandes porções de comida”, revela. Com o tempo, Leandra diz que "acertou a mão" e as receitas foram ficando mais saborosas.
O glúten, proteína encontrada em cereais, foi cortado de vez. Os pratos que levavam farinha de trigo, agora, são feitos com farinha de arroz. O óleo vegetal foi trocado por óleo de coco; o feijão, pela lentilha. O arroz integral também passou a fazer parte do cardápio diário da ponta-grossense. Já os produtos com baixa lactose foram priorizados.
“A substituição não é nenhum sacrifício. Posso dizer que é possível ser saudável comendo bem”, explica. Leandra relata que o marido também passou a viver melhor depois que ela mudou a alimentação. “Ele nunca teve problemas com o peso, mas, depois que começou a se alimentar melhor, diz que não tem mais nenhum tipo de desconforto alimentar”, afirma.
No começo, em jantares com os amigos, Leandra fazia uma refeição específica para ela e uma diferente para os outros. Aos poucos, as visitas começaram a provar os pratos da fisioterapeuta. “Eu não revelava quais ingredientes usava antes de eles comerem. Queria evitar o preconceito de que alimentos saudáveis não são saborosos. Depois que meus amigos comiam, e aprovavam, eu contava a receita”, diz.
Receita de Leandra que faz mais sucesso é o "pudim fake" (Foto: Leandra Mello Pessoa/Arquivo pessoal)Receita de Leandra que faz mais sucesso é o "pudim fake" (Foto: Leandra Mello Pessoa/Arquivo pessoal)
Sucesso na web
Então, com a ideia de documentar o que criava, Leandra começou a postar fotos e os passos das receitas no Instagram. “Criei a conta com intenção de registrar as minhas experiências, não imaginava que faria tanto sucesso”, afirma. Hoje, a fisioterapeuta tem mais de 35 mil seguidores na rede social e quase 800 publicações. Entre as receitas mais famosas, está o “pudim fake”.
Perfil de Leandra no Instagram tem mais de 35 mil seguidores (Foto: Reprodução/Instagram)Perfil de Leandra no Instagram tem mais de 35 mil
seguidores (Foto: Reprodução/Instagram)
A receita leva ovos, leite sem lactose, água, açúcar demerara ou adoçante, leite em pó desnatado e essência de caramelo. “Nada de leite condensado. E, posso garantir, o pudim fica com visual, textura e sabor muito parecidos com aquele feito pela nossa mãe”, afirma. Ainda segundo Leandra, a coxinha preparada por ela também faz sucesso na internet.
Para a massa, ela conta que mistura ricota, farinha de arroz, óleo de canola e tempero pronto sabor legumes com baixo teor de sódio. Depois, o recheio é feito com frango cozido, temperado e refogado.
Em seguida, as coxinhas montadas são passadas em farinha de linhaça, sem passar no ovo. “Sem fritar. O segredo é assar no forno até que elas fiquem douradinhas”, ensina.
Leandra diz que posta fotos para mostrar que, além de fazer, come tudo o que prepara. “Se faço um bolo, posto uma foto dele inteiro e depois só do último pedaço. Quero mostrar que é possível emagrecer e ter uma vida saudável comendo bastante guloseimas”, afirma. As receitas de bolos e tortas também aparecem frequentemente no Instagram: tem desde nega maluca até torta choco-ninho trufada.
A fisioterapeuta relata que sabe de três seguidoras do Instagram que comercializam as receitas criadas por ela. “É bom ver que, além de inspirar a ter uma alimentação mais saudável, eu incentivo as pessoas economicamente. Fico empolgada ao ver as mulheres com mais saúde e ainda ganhando dinheiro. Alcancei meu objetivo: ser um modelo”, afirma.
Para a massa da coxinha, Leandra conta que mistura ricota, farinha de arroz, óleo de canola e tempero pronto sabor legumes com baixo teor de sódio (Foto: Leandra Mello Pessoa/Arquivo pessoal)Para a massa da coxinha, Leandra conta que mistura ricota, farinha de arroz, óleo de canola e tempero pronto sabor legumes com baixo teor de sódio (Foto: Leandra Mello Pessoa/Arquivo pessoal)
'Outra pessoa'
Após perder os quilos extras, Leandra diz que, hoje, consegue manter seus 50 quilos com facilidade. Ela segue substituindo os alimentos por itens mais saudáveis e pratica apenas ioga. “Eu me sinto outra pessoa, me sinto mais jovem. Minha pele e meus cabelos mudaram. Não tenho flacidez nas pernas, no bumbum e nem no abdômen. Também tenho mais disposição para fazer as tarefas do dia a dia”, garante.
Para quem quer emagrecer, ela dá uma dica: não encarar as substituições como um sacrifício. “A pessoa tem que pensar que é um novo projeto de vida, mais saudável. E tem que se dedicar a ele como se fosse um projeto do trabalho mesmo. Não tem como não dar certo. As minhas fotos estão aí para provar”, conclui.
Palavra de nutricionista
Segundo a nutricionista Alana Lehn Rossoni, as trocas feitas são bastante saudáveis. “Pelo que vi, a Leandra não costuma utilizar nenhum tipo de ingrediente refinado, que, devido o processamento, perde seus nutrientes, como o pão branco, o arroz branco e outros. Ela também faz uso de alimentos integrais, que têm alto teor nutricional e auxiliam no melhor funcionamento do organismo, como as fibras”, explica.
Ainda de acordo com a nutricionista, frutas, vegetais, alimentos integrais, peixes in natura, cereais integrais e outros alimentos inseridos em um planejamento alimentar diário auxiliam na perda de peso, manutenção e promoção da saúde. "Vale sempre lembrar que aliar a atividade física é de extrema importância”, afirma.
Antes e Depois. 'Eu me sinto outra pessoa, me sinto mais jovem', diz Leandra (Foto: Leandra Mello Pessoa/Arquivo pessoal)Antes e Depois. 'Eu me sinto outra pessoa, me sinto mais jovem', diz Leandra (Foto: Leandra Mello Pessoa/Arquivo pessoal)