sexta-feira, 12 de agosto de 2016

O caso recente de uma garota internada em Botucatu assustou as brasileiras. Ninguém está livre de sofrer do problema

Recentemente, o relato amplamente divulgado de Juliana Bardella, universitária de Botucatu de 22 anos, sobre os 15 dias (três deles na UTI) internada em um hospital por conta de uma trombose venosa cerebral assustou as brasileiras. O motivo? A jovem alegou que a causa da doença foi o uso prolongado da pílula anticoncepcional, pois há cinco anos ela tomava um contraceptivo oral de nova geração — justamente o tipo que pode provocar mais efeitos colaterais.
Há dois meses, Juliana começou a sentir uma dor de cabeça que, aos poucos, foi evoluindo até ela precisar ir ao pronto-socorro. Após ser diagnosticada com enxaqueca e tratada com medicamentos, Juliana voltou pra casa. Dois dias depois, contudo, acordou sem conseguir comandar sua perna e mão direita e também com grande dificuldade para realizar funções simples do cotidiano, como enviar mensagens pelo celular e ir ao banheiro. A jovem foi socorrida por amigas e levada a um hospital de São Paulo pelos pais, onde realizou uma ressonância que revelou o diagnóstico –não era apenas uma enxaqueca.
Pois as pílulas anticoncepcionais aumentam, sim, os riscos de desenvolver trombose, principalmente entre aquelas que têm histórico familiar da doença, fumam e sofrem de enxaqueca. Um estudo publicado no ano passado no periódico científico The BMJ revelou que as pílulas modernas, que surgiram a partir da década de 90, são as que oferecem maior risco para as mulheres. O fato é que, enquanto os anticoncepcionais orais mais antigos são compostos apenas pelo derivado da progesterona, a nova geração de contraceptivos é composta por uma combinação de derivados de dois hormônios: progesterona e estrogênio. Essa combinação, sobretudo com novas gerações de progesterona (principalmente as compostas com drospirenona, desogestrel, gestodeno e ciproterona), é que é responsável pelo risco maior.
O fato é que os contraceptivos orais afetam o sistema circulatório da mulher, aumentando a dilatação dos vasos e a viscosidade do sangue. Como resultado, é possível que se formem coágulos nas veias profundas, localizadas no interior dos músculos. É mais comum que isso ocorra nas pernas, mas é também possível que o problema surja nos pulmões e até no cérebro, onde pode haver um acidente vascular cerebral (AVC).
O imunologista Ricardo de Oliveira, da RDO Diagnósticos, em São Paulo, defende que as pacientes realizem um exame de sangue para descobrir se apresentam pré-disposição genética para desenvolver trombose antes de administrarem um contraceptivo oral. “No caso dessas mulheres, o mais indicado é que utilizem outros métodos, como o dispositivo intrauterino, ou pílulas com composição hormonal diferente”, diz Ricardo. Se os anticoncepcionais por si só podem aumentar em 5 vezes o risco de trombose, algumas mutações genéticas podem elevar este risco entre 35 e 180 vezes. A principal delas, que gera consequências mais graves, é chamada de Fator V de Leiden – acredita-se que até 30% dos pacientes com trombose venosa profunda ou embolismo pulmonar possuem esta mutação.
No entanto, mesmo quando exames identificam que há pré-disposição genética, não se está livre do problema. Diz Sérgio Podgaec, ginecologista e obstetra do Hospital Albert Einstein, de São Paulo: “O importante é conversar com o médico, contar sobre seus hábitos e histórico de saúde e ficar atento aos sintomas que possam aparecer durante o período de adaptação do início da pílula, como enxaquecas”.
É por esse motivo que a escolha do método contraceptivo deve ser individualizada e tratada com os médicos. Jamais ser uma iniciativa só da paciente. Juliana, de Botucatu, afirmou que em nenhum momento os ginecologistas com quem se consultou durante o período que tomava o anticoncepcional discutiram com ela sobre os riscos de trombose. Hoje, a jovem ainda apresenta pequenas alterações na visão e toma anticoagulantes. As pílulas deixaram de fazer parte do seu dia a dia.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Doença misteriosa faz menino de 4 anos parecer idoso em Bangladesh

Médicos aceitaram tratá-lo de graça em hospital de Daca, capital do país.
Bengalês tem problemas cardíacos, de audição e de vista.

Da AFP
Menino de Bangladesh sofre de uma misteriosa doença que o faz parecer um velho  (Foto: STR / AFP)Menino de Bangladesh sofre de uma misteriosa doença que o faz parecer um velho (Foto: STR / AFP)
Com 4 anos, um menino bengalês se parece com um idoso devido a uma estranha doença. Ele foi hospitalizado em Daca para se submeter a exames, anunciaram os médicos e sua família.
Os médicos do hospital universitário de Daca aceitaram tentar diagnosticar a doença e tratar gratuitamente Bayezid Shikdar, cujos pais são agricultores.
O garoto nasceu com um excesso de pele, que pende de seus membros e de seu rosto, o que lhe confere uma imagem de mais velho. Também sofre de problemas cardíacos, de audição e de vista.
A família consultou muitos médicos, mas nenhum conseguiu saber de que doença se trata, explicou nesta semana o pai, Lablu Shikdar, no hospital de Daca.
"Vendemos nosso terreno para que (o menino) seja tratado nos hospitais locais. Nós o levamos a curandeiros, tentamos tratamentos com plantas naturais, mas nada mudou. Este hospital é nossa última esperança", explicou à AFP.
"Esperamos que possa se parecer com todas as outras crianças", contou esperançoso.
Vários médicos consultados citaram a progéria, uma doença genética que apresenta um envelhecimento brusco, pouco tempo depois do nascimento.
Menino foi admitido ao hospital para testes e tentar diagnóstico da doença (Foto: STR / AFP)Menino foi admitido ao hospital para testes e tentar diagnóstico da doença (Foto: STR / AFP)
Esta doença inspirou o filme "O curioso caso de Benjamin Button", no qual Brad Pitt interpretava um homem que nascia velho e rejuvenescia com o tempo.
Os médicos do hospital de Daca se mostraram, no entanto, prudentes e consideraram que novos exames eram necessários.
Em caso de progéria, "o processo de envelhecimento se acelera com o tempo", explicou Abul Kalam, chefe da unidade de cirurgia reparadora.
"Mas segundo os pais de Bayezid, o envelhecimento do menino parou recentemente, mostrando sinais de melhora", acrescentou.
Segundo a equipe médica do hospital, a doença também pode estar relacionada à consanguinidade. Nas zonas rurais de Bangladesh são frequentes os casamentos entre membros de uma mesma família.
Para sua mãe, Jatin, Bayezid é um menino como os demais.
"Joga futebol e pique-esconde com seus primos. É um menino com muito talento. Às vezes pega livros e quer ir à escola, embora seja muito jovem", declarou à AFP.
Neste mesmo hospital foi tratado recentemente um bengalês de 26 anos apelidado de "homem-árvore" por suas impressionantes verrugas nas mãos e nos pés.
Processo de envelhecimento se acelera com o tempo, dizem médicos (Foto: STR / AFP)Processo de envelhecimento se acelera com o tempo, dizem médicos (Foto: STR / AFP)

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Campanha na web arrecada R$ 8 mil para garota com doença degenerativa

Maria Clara, de 4 anos, precisava de cadeira de rodas feita sob medida.
Amigos e familiares se comoveram com história e fizeram campanha na web.

LG RodriguesDo G1 Santos
Roberta quer que Ana Clara volte a frequentar a escola com outras crianças (Foto: Roberta Santos / Arquivo Pessoal)Mãe quer que Clara volte a frequentar a escola com outras crianças (Foto: Roberta Santos / Arquivo Pessoal)
Clarinha foi diagnosticada com uma doença degerativa logo nos primeiros dias de vida (Foto: Roberta Santos / Arquivo Pessoal)
Após passar dificuldades para ajudar a filha a se locomover durante vários anos, a mãe de uma menina portadora de amiotrofia espinhal infantil pode finalmente comemorar. Maria Clara, de 4 anos de idade, requer assistência 24 horas por dia de sua família, mas uma campanha feita pelas redes sociais trouxe uma conquista importante para a paciente mirim: uma cadeira de rodas adaptada, que estava avaliada em cerca de R$ 8 mil.
Clarinha foi diagnosticada assim que nasceu
(Foto: Roberta Santos / Arquivo Pessoal)
Roberta Santos conta que sua filha foi diagnosticada com o problema logo nos primeiros dias de vida. “Com 15 dias de vida vimos que a Clarinha apresentava problemas e fizemos uma avaliação em um hospital da Capital. Em seguida, veio o resultado de um exame de DNA e já sabíamos que era uma doença muito severa porque a minha primeira filha tinha a mesma patologia e morreu quando estava para completar 11 anos”, explica.
Apesar da fraqueza nos membros, causada pela doença, os pais de Clarinha sempre tiveram a ideia de levá-la até uma escola para que ela pudesse ter contato com outras crianças. “Ela  chegou a ganhar uma cadeira de rodas que era usada por um menino de seis anos. Como minha filha é pequena, a terapeuta que nos atendeu disse que a Clarinha teria que usar uma cadeira feita exclusivamente para ela”.
A paciente mirim e a família procuraram ajuda e começaram a receber assistência da ONG Estrela Milinha, sempre com o desejo de receber uma cadeira de rodas feita para Clarinha. “É para ela ver o sol, sair para a rua, ver as outras crianças brincando. O cognitivo dela é normal, o desenvolvimento dela é normal, mas ela não tem força muscular e precisa sempre de ventilação mecânica”.
Grupo se reuniu e fez uma campanha para comprar cadeira de rodas especial (Foto: Roberta Santos / Arquivo Pessoal)Grupo fez campanha para comprar cadeira de rodas
(Foto: Roberta Santos / Arquivo Pessoal)
O sonho foi realizado logo no começo de agosto, quando a família foi surpreendida por colaboradores da ONG e várias pessoas que se comoveram com a história de Maria Clara. “O orçamento tinha sido estimado o em R$ 8 mil. É um valor alto porque é uma cadeira própria para crianças que têm a mesma patologia da Clarinha”, afirma.
A cadeira de rodas especial deverá chegar ainda em agosto e, finalmente, permitirá que Maria Clara volte a se locomover. “Quero muito deixar o obrigado a todas as pessoas que doaram e ajudaram a gente a melhorar a qualidade de vida dela”, conclui.
Família de Clarinha agradeceu a todos que colaboraram com compra de cadeira de rodas (Foto: Roberta Santos / Arquivo Pessoal)Família de Clarinha agradeceu a todos que colaboraram com compra (Foto: Roberta Santos/Arquivo Pessoal)

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Casos de câncer aumentam 300% -Ce

por José Avelino Neto - Colaborador
Exames como a mamografia, são fundamentais no diagnóstico e tratamento da doença, pois quanto mais cedo constatado, mais chances de cura foto arquivo
Banabuiú. Os casos de pacientes diagnosticados com câncer neste município da região central são os maiores dos últimos cinco anos. Segundo dados da pela Secretaria de Saúde da cidade, o aumento foi de quase 300% apenas no primeiro semestre deste ano em comparação com 2015. O que atinge a mama é o tipo mais comum, seguido de próstata, pulmão e intestino.
De acordo com Jeisa Brasil, responsável pela central de regulação de pacientes de Banabuiú, os números não passavam de um caso a cada três meses. Agora o efeito é o inverso: são, em média, três casos a cada mês.
Dados
Um levantamento de todos os registros da última década concluiu que os números são os maiores desde 2011. "Naquele ano tínhamos quatro casos no primeiro semestre, até ontem, já tínhamos 15. É um aumento muito significativo e nos deixa muito preocupados ", diz.
Jeisa conta que a iniciativa de contabilizar os dados resulta em uma base sobre pacientes oncológicos exclusiva entre os municípios da região central que compõem a 8ª Coordenadoria Regional de Saúde (Cres).
As razões que levaram ao aumento de casos ainda não é um consenso. No entanto, Patrícia Almeida, gestora da secretaria de saúde de Banabuiú, atribui o aumento ao trabalho que é desenvolvido pelo Projeto de Apoio aos Pacientes Oncológicos (Proapo).
Para ela, os agentes de saúde descobrem esse paciente com câncer e o acompanhamento a partir de então é feito pelos profissionais do núcleo de saúde da família. "E temos um retorno muito positivo porque socializamos novamente o paciente que se sente excluído com os sintomas da doença, como a queda de cabelo", explica.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

O perigo dos energéticos

Bebida que é moda entre os jovens pode causar sérios problemas no ritmo cardíaco e está associada a acidente vascular cerebral e morte súbita

O perigo dos energéticos
RISCO Os jovens constumam consumir o produto durante as baladas e com bebidas alcoólicas
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Um jovem de 28 anos chega ao centro de emergência do hospital da Universidade da Florida, nos Estados Unidos, apresentando 130 batimentos cardíacos por minuto. É alto demais. Um eletrocardiograma revela que ele está com fibrilação atrial, um tipo de distúrbio no ritmo cardíaco associado à ocorrência de acidente vascular cerebral e morte súbita. Uma investigação mais apurada revela que a causa foi o consumo diário de uma bebida energética, junto com duas ou três cervejas.
O caso foi relatado na última semana na revista da Sociedade Americana de Medicina da Adição. O paciente contou que tomava rotineiramente duas latas de um energético. Passado um ano de acompanhamento, sem o consumo do produto, a arritmia havia desaparecido. “A ingestão da bebida teve papel chave para o surgimento do distúrbio”, afirmou a médica Maryam Sattari. Médicos que atendem em prontos-socorros estão habituados a atender jovens, principalmente, com sintomas relacionados ao consumo dessas bebidas. “Chegam com palpitações, agitação, taquicardia”, diz o cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, do Hospital do Coração, São Paulo.
PAIS PREOCUPADOS
O principal ingrediente dos energéticos é a cafeína, composto ao qual se atribui boa parte dos sintomas. Recentemente, uma revisão de estudos publicada na revista científica “Pediatrics” deixou pais e médicos em alerta ao concluir que muitos dos compostos da bebida eram pouco ou nada estudados e que o risco de sérios efeitos adversos obrigava a uma maior investigação e vigilância em relação ao seu consumo. “As bebidas não têm o efeito que prometem e podem expor a maior perigo pessoas com predisposição a complicações”, diz Magnoni.
A Associação Brasileira de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas refuta as afirmações. “Segundo parecer da European Food Safety Authority, maior autoridade em segurança alimentar da Europa, o consumo moderado de cafeína (menor ou igual a 400mg/dia) não interfere na saúde cardiovascular, não aumenta a frequência cardíaca, tampouco agrava arritmias cardíacas pré-existentes e não está associado com o risco de acidente vascular cerebral”, diz, em nota. A entidade também argumenta que, em média, uma lata de energético de 250 ml possui 80 mg de cafeína, a mesma quantidade encontrada em uma xícara de café coado.

sábado, 6 de agosto de 2016

Acupuntura ajuda a preservar a memória

De acordo com um novo estudo, pacientes com perda cognitiva submetidos à técnica tiveram melhor desempenho em testes de cognição

A acupuntura pode ajudar a preservar a memória de pessoas com comprometimento cognitivo leve. De acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico BMJ Acupuncture in Medicine, o tratamento pode até reduzir o declínio da memória durante as fases iniciais de demência.
Pesquisadores da Universidade Wuhan, na China, revisaram cinco estudos já publicados sobre o assunto, com um total de 568 pacientes. Todos os participantes tinham comprometimento cognitivo leve (CCL), condição caracterizada pelo declínio da memória e de outras funções cognitivas. Entretanto, essa perda ainda não impede que a pessoa realize suas tarefas diárias, mas, geralmente, o diagnóstico de CCL antecede um de demência.
Os resultados mostraram que os participantes que faziam acupuntura tiveram uma pontuação 10% maior em testes de cognição do que aqueles que foram submetidos somente ao tratamento padrão com medicamentos.  Segundo os autores, os resultados foram ainda melhores na associação entre acupuntura e medicamento, desde que a técnica seja aplicada três vezes por semana, durante, pelo menos, dois meses.
“A acupuntura tem um efeito significativamente positivo na função cognitiva e da memória”, concluíram os autores.

Entretanto, os autores admitem que mais pesquisas são necessárias devido às limitações da revisão em questão, como, por exemplo, o fato de todos os pacientes serem chineses e a falta de um controle sobre um possível efeito placebo da acupuntura.
A acupuntura é um tratamento que existe há mais de 3.000 anos e consiste em introduzir agulhas em pontos específicos do corpo para tratar doenças, melhorar dores entre outros. No entanto, sua eficácia ainda gera controvérsias. Há quem diga que a técnica não funciona, pois seus benefícios nunca foram comprovados cientificamente. Por outro lado, alguns especialistas afirmam que ela é útil principalmente para problemas sem outros tratamentos eficazes.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Nova regra aumenta número de remédios isentos de prescrição

Nova resolução da Anvisa recém-publicada permite que medicamentos tarjados se tornem isentos de receita médica

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O número de medicamentos comercializados sem a necessidade de receita médica no Brasil poderá aumentar nos próximos meses. Uma resolução publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira permite que as empresas farmacêuticas entrem com pedidos solicitando que medicamentos que atualmente são tarjados possam se tornar isentos de prescrição médica (MIP).
O regulamento foi aprovado pela diretoria colegiada da Anvisa no mês passado e considera sete critérios para a mudança de categoria dos medicamentos: tempo de comercialização; segurança; sintomas identificáveis; tempo de utilização; ser manejável pelo paciente; apresentar baixo potencial de risco; e não apresentar dependência.
O novo texto é uma revisão da norma que está em vigor desde 2003 (RDC nº 138, de 2003) e inclui antitérmicos, analgésicos, cicatrizantes, antissépticos nasais, laxantes, antiácidos, entre outros

O relator da matéria na Anvisa, diretor Fernando Mendes, ressaltou em nota publicada no site do órgão que a possibilidade de reenquadramento de alguns medicamentos como MIPs deverá promover uma melhor informação da população sobre o produto. De acordo com ele, brasileiros já utilizam medicamentos tarjados sem a prescrição médica.
“Porém, se o princípio ativo tem perfil de segurança adequado e a venda passa a ser permitida sem prescrição médica, a empresa fabricante passa a ter a oportunidade de falar diretamente com a população, informando a posologia e alertando sobre contraindicações e advertências”, disse.
Pela norma, “não são passíveis de enquadramento como medicamentos isentos de prescrição as apresentações do medicamento cuja via de administração seja a parenteral” (por injeção) e “as apresentações que tenham indicação sob prescrição”.
A relação atualizada dos medicamentos isentos de prescrição será divulgada pela Anvisa na forma de instrução normativa, depois da avaliação das novas solicitações de enquadramento dos produtos. A norma publicada nesta quarta-feira traz os critérios e procedimentos para o enquadramento e reenquadramento dos produtos, incluindo prazos a serem observados pelas empresas.
(Com Estadão Conteúdo)

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Surto de antraz deixa 20 infectados e um morto na Rússia


Surto de antraz deixa 20 infectados e um morto na Rússia
Um menino de 12 anos morreu ao contrair antraz na Rússia; país registra 21 casos de contágio - Departamento de Defesa dos EUA/AFP
A Rússia confirmou, na terça-feira, 21 casos de antraz, incluindo um óbito, depois de uma onda de calor incomum atingir o extremo norte do país, derretendo o solo e liberando esporos potencialmente letais.
“Infelizmente, 20 pessoas tiveram seu diagnóstico de antraz confirmado”, disse um porta-voz das autoridades da região de Yamalo-Nenetsky à agência de notícias RIA Novosti.
Além desses casos, um menino de 12 anos que contraiu antraz morreu no hospital na segunda-feira.
O número de pessoas hospitalizadas por suspeita de infecção subiu para 90, das quais 45 são crianças, disseram as autoridades regionais.
É o primeiro surto de antraz desde 1941 na região, que fica cerca de 2.000 km ao nordeste de Moscou.
O surto chegou após um mês de altas temperaturas, de até 35 graus Celsius, que derreteram camadas superiores do permafrost, ou solo permanentemente congelado, e provocou incêndios florestais.
“Os esporos de antraz estavam à espera no permafrost por mais de um século”, disse a agência de vigilância agrícola.
O antraz é uma doença infecciosa aguda transmitida pela bactéria , que se prolifera na corrente sanguínea, liberando poderosas toxinas.
Os esporos existem naturalmente no solo e com frequência infectam animais que os ingerem ou inalam ao pastar.
Os seres humanos podem ser infectados pelo contato com os esporos através da respiração, da ingestão de alimentos contaminados ou através de cortes na pele, por exemplo, ao lidar com animais doentes.
As autoridades pediram calma, afirmando que “não há epidemia” e que a área infectada foi isolada.
Ao menos 160 pastores nômades foram evacuados da zona contaminada, onde mais de 2.300 renas morreram.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Sífilis congênita cresce 184% em uma década no CE

No Ceará, entre os anos de 2007 e 2016, foram notificados 5.703 casos da doença em grávida, de acordo com boletim
por Ana Lídia Coutinho 
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O boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) registrou, entre os anos de 2007 e 2016, sendo considerado neste último apenas dados parciais, 5.703 casos de sífilis em gestantes - aquele tipo que é passado de mãe para filho durante a gestação. Este total representa o crescimento de 184% dos casos, que passou de um índice de 2,6 para cada mil nascidos vivos, em 2007, para 7,4, em 2016.
Em 2014, 103 dos 184 municípios cearenses, cerca de 56%, apresentaram casos de sífilis congênita. Em 2015, esse percentual aumentou para 62,3% (113 dos 184), e em 2016, até a semana 25 deste ano, 44% (80 dos 184) já notificaram casos da doença em crianças menores de um ano de idade. Somente em 2016, também até a 25ª semana, já foram notificados 379 casos da doença com incidência de 1,8 por cada mil recém-nascidos.
Conforme apontam os dados da Sesa, no geral, de 2007 a 2016 foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 8.692 casos de sífilis congênita no Ceará. E foram notificados 5.703 casos de sífilis em gestantes no período. O número de sífilis congênita aparece sempre superior ao de sífilis em gestante porque, em média,28% dos casos da doença durante a gestação não são notificados no Sinan.
Teste rápido
Esse aumento do número de casos observados se dá justamente por conta de um crescimento na oferta do teste de sífilis para as gestantes, conforme explica a técnica do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Sesa, Telma Martins. Ela ressalta que a Sesa tem implantado cada vez mais o teste rápido nas unidades de saúde, e que hoje mais de 90% dos municípios já oferecem o serviço. "Isso é muito importante para que se possa ter diagnósticos em tempo hábil para realizar o tratamento da gestante e do parceiro", reforçou.
Conforme a técnica, o ideal é que o exame seja feito ainda no primeiro trimestre da gravidez, mas não é o que acontece na realidade. Muitas gestantes deixam para realizar a avaliação nos meses finais da gestação ou até mesmo no momento do parto. As consequências podem vir como o aborto ou sequelas de ordem neurológicas e permanentes. "Pode ser que a criança nasça com a doença, seja tratada e não tenha sequelas, mas o risco é alto", alerta.
Diagnóstico tardio
O boletim informa que entre os anos de 2007 e 2016, observou-se predominância do diagnóstico entre 2º e o 3º trimestre da gravidez em 72,3% dos casos. Em 2015, 47,5% e 52,5% dos diagnósticos ocorreram no 2º e 3º trimestres respectivamente. Em 2016, 50,5% dos diagnósticos ocorreram no 2º trimestre e 40,4% nos últimos três meses.
Os casos de sífilis congênita se apresentam de forma heterogênea no território cearense. Destaque para a região do Sertão Central do Estado, onde a incidência é de 58,8 casos por mil nascidos vivos. Por sua vez, na maioria dos municípios da região da Sertão da Ibiapaba e de Crateús, o índice chega a ser zero, ainda conforme o documento da Sesa.
Telma Martins afirma que a Sesa vem trabalhando em parceria com as secretarias municipais de maneira que a oferta do teste seja feita durante o pré-natal, tanto em unidades de atenção primária como secundária.
Caso haja suspeita de contágio da doença, o Ministério da Saúde recomenda que a primeira testagem para sífilis seja realizada ainda no 1º trimestre da gestação. Sendo realizado o tratamento de maneira precoce, a sífilis congênita poderá ser evitada. Além disso, através do Projeto Cegonha, desde 2011 o Ministério disponibiliza rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada.
FIQUE POR DENTRO
Medicamento em falta ajudou proliferação
Um dos fatores apontados pela Secretaria de Saúde para o crescimento da doença é a falta da penicilina no Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil ao longo dos últimos anos. Essa é a única substância capaz de tratar a doença tanto na gestante como no bebê. "Atualmente, já temos a penicilina disponível, mas existe uma resistência por parte dos médicos em aplicar a substância por medo de reações anafiláticas", ressalta Telma Martins. Outro fator é a baixa taxa de tratamento dos parceiros, cerca de apenas 20%, conforme os bancos do sistema da Sesa. Como a sífilis é uma doença infectocontagiosa, sexualmente transmissível, se ela fizer o tratamento e o parceiro não, ela continua exposta à doença

terça-feira, 2 de agosto de 2016

83% do Ceará têm casos de dengue confirmados

Em diversas cidades do Estado a seca contribui para o avanço da doença porque a população armazena água
A Capital registrou 27.395 notificações da doença, das quais 10.899 foram confirmados, e ações de combate continuam ao longo do ano ( FOTO: HONÓRIO BARBOSA )
O Ceará permanece em estado de alerta para a dengue. Apesar da redução do número de pessoas infectadas pela doença após o fim da quadra chuvosa de 2016, os números mostram que a doença se dissemina. Conforme o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), de 3 de janeiro a 30 de julho de 2016, em 153 dos 184 municípios do Estado houve confirmação de casos de dengue. Com isso, a doença se apresenta em 84% das localidades cearenses.
Quando dividido, de acordo com a Pasta, em 22 Coordenadorias Regionais de Saúde (CRES), o índice agrava-se. Em todas essas áreas houve casos de dengue neste ano. Fortaleza, situada na 1ª coordenadoria, somou nos sete primeiros meses 27.395 notificações da enfermidade, sendo 10.899 confirmados. Dos 15 óbitos por dengue no Ceará, quatro foram na capital.
Calculada a partir de uma amostra de 100 mil habitantes, a taxa de incidência da enfermidade parte de zero e chega até a 3.972 quando comparados diferentes municípios. Enquanto em locais como Ipaporanga, Martinópoles, Aurora, Chorozinho e Palmácia, a incidência está zerada, oito municípios do Ceará ultrapassam o número de mil casos a cada 100 mil habitantes.
Tauá e Cedro são alguns dos quais se destacam negativamente com 3.972 e 2.049 confirmações de pessoas infectadas pelo vírus, respectivamente. Em Fortaleza, a taxa de incidência é de, aproximadamente, 420.
O infectologista Anastácio Queiroz ressalta que a situação de Tauá é séria, e "isso mostra que o local precisa receber ações de prevenção não só do município, mas das regionais de saúde". Para Queiroz, o boletim revela que a dengue permanece como uma questão grave no Ceará, e as intervenções de combate não podem ser interrompidas. "Nunca é normal ter esses números de casos da doença, e o que notificamos ainda é um número bem inferior ao que ocorre. Todos os casos são motivos para preocupação. Infelizmente, só se executam ações mais efetivas quando as ações evoluem muito. Estamos em um momento em que, teoricamente, deveria ter menos casos. É muito difícil eliminar, mas, pelo menos, precisamos deixar que os casos não ocorram em uma proporção muito grande", avaliou o especialista.
dsa Sobre os índices elevados em determinados municípios do Interior, o presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems-CE), Josete Malheiros Tavares, afirmou que o conselho acompanha o monitoramento dos indicadores e, com isso, foi percebido que nas cidades mais acometidas pela seca, a população tende a armazenar uma maior quantidade de água, vindo a facilitar a proliferação do Aedes aegypti.
Trabalho
"O mosquito se ambientou a todas as cidades do Estado do Ceará. Tem algumas explicações que vão além do controle biológico, do trabalho humano. Nós, da saúde, temos que cuidar da eliminação do criadouro. É um desafio muito grande e, na fase da prevenção, precisamos ter um engajamento da sociedade", ressaltou Tavares.
Conforme a Sesa, o apoio do Governo do Estado às ações de prevenção e controle nos municípios por meio da Secretaria da Saúde do Ceará acontece durante todo o ano. Dentre as ações preventivas, a Pasta ressalta a capacitação periódica dos profissionais e o uso do fumacê. A Secretaria lembra que o uso do fumacê é específico em determinadas épocas do ano. Após o primeiro semestre, o equipamento tende a resultar em uma melhor prevenção, já que atinge os mosquitos em fase adulta.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Estudo avalia os riscos cardiovasculares

Para reduzir o processo inflamatório em obesos é preciso diminuir o excesso de gordura no abdome
A síndrome metabólica é um conjunto de alterações que elevam o risco cardiovascular e a taxa de mortalidade. O excesso de gordura na região abdominal, níveis elevados de triglicérides, alterações nos valores do colesterol, glicemia, pressão arterial e aumento de circunferência da cintura (o que pressupõe a adiposidade abdominal) estão entre as principais características.
O processo inflamatório associado à obesidade causa a secreção de substâncias pelo tecido adiposo, as quais são capazes de elevar o risco cardiovascular.
Reduzir a ocorrência da síndrome metabólica e controlar o processo inflamatório associado à obesidade é tão ou mais importante do que tratar o sobrepeso. Foi o que concluiu a pesquisa realizada pela nutricionista Deborah Masqui em sua tese de doutorado, sob a orientação de Ana Dâmaso, do programa de pós-graduação em Nutrição da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp). O estudo avaliou 69 adolescentes obesos, todos voluntários do Grupo de Estudos da Obesidade, que é ligado ao programa da universidade.
Em excesso
O excesso de gordura corporal, principalmente na região abdominal, está diretamente ligado ao processo inflamatório. "A gordura em excesso, principalmente visceral, secreta substâncias consideradas pró-inflamatórias, que são denominadas adipocinas (proteínas), como a leptina, o fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), a interleucina-6 (IL-6) e também o PAI-1, que forma trombos ou coágulos".
Nesse contexto, complementa Ana Dâmaso, "há um aumento da adiponectina, que é uma adipocina secretada pelo tecido adiposo, cuja ação é anti-inflamatória e que se encontra reduzida na obesidade".
A alteração desses marcadores eleva o risco de doenças cardiovasculares em longo prazo, pois eles atuam em diversas fases do processo de aterosclerose, que é o acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias. Tal condição restringe o fluxo sanguíneo e pode levar a graves complicações de saúde.
Marcador da síndrome
Para a Profa. Ana Dâmaso, o controle do processo inflamatório (associado à obesidade) é tão ou mais importante do que o controle do peso.
O estudo mostrou que, além de reduzir a espessura da carótida (marcador subclínico importante da aterosclerose), foi possível controlar a razão leptina/adiponectina e obter o controle do processo inflamatório, o que favoreceu a redução da espessura da carótida e de todos os marcadores da síndrome metabólica.
Comprovações
Os voluntários selecionados foram divididos em dois grupos, ambos com diagnóstico de obesidade: um com 19 portadores de síndrome, e outro com 50 indivíduos isentos da doença. Todos se submeteram a tratamento de um ano (exercícios físicos três vezes por semana; intervenção nutricional em grupos semanais, associada à consulta individual/mês; atendimento psicológico semanal individual ou em grupos; avaliação por fisioterapeuta e acompanhamento mensal por um endocrinologista).
Os resultados da pesquisa mostraram índices que merecem destaque: pressões sistólica (passou de 34,8% para 8,7%) e diastólica (de 21,7% para 1,45%), enquanto no excesso de insulina (de 53,6% para 23,2%) e de leptina (de 66,7% para 40,6%) no sangue. Foi verificado também um aumento dos níveis de adiponectina, sendo controlada a produção de leptina e o processo inflamatório.