Fiel ao seu estilo polêmico, a atriz anuncia a retirada das mamas após exame genético e inspira mulheres no mundo todo
Por Natália MestreUma das mulheres mais bonitas e desejadas do planeta, esposa do astro Brad Pitt, mãe de seis filhos, sendo três adotivos, ativista humanitária, destruidora de lares, bissexual assumida, com histórico de anorexia e depressão. São muitos os rótulos associados à vida e à carreira da atriz americana Angelina Jolie, 37 anos, alguns aparentemente contraditórios, que compõem uma personalidade rica e multifacetada, de uma celebridade que consegue ser, ao mesmo tempo, formadora de opinião, polêmica e vanguardista. Na terça-feira 14, a diva deu mais uma demonstração de sua veia rebelde e corajosa ao anunciar, em artigo no jornal “The New York Times”, intitulado “My medical choice” (Minha escolha médica, em tradução livre), que havia feito uma mastectomia dupla preventiva após ter se submetido a um teste genético que estimou um risco de 87% de ela ter câncer de mama e 50% de ovário. Jolie, que perdeu a mãe, Marcheline Bertrand, morta aos 56 anos vítima de um tumor no ovário, começa seu texto no “NYT” deixando claro que foi motivada pelos filhos, que perguntavam se a doença que levou a avó também poderia vitimá-la. “Sempre falei para não se preocuparem, mas, na verdade, carrego um gene ‘defeituoso’, o ‘BRCA1’, que aumenta abruptamente minha chances de desenvolver câncer de mama e ovário”, escreveu a atriz.
Segundo a médica americana Kristi Funk, do Pink Lotus Breast Center, a clínica em Beverly Hills (Los Angeles) que cuidou da estrela, a atriz já estava em pé apenas quatro dias depois da operação, às voltas com seu novo projeto cinematográfico. “Acho que a recuperação é reflexo da expectativa. Angelina esperava se sentir bem e estar ativa”, afirmou Kristi. Brad Pitt esteve com a mulher durante todo o processo e derreteu-se em elogios à esposa. “Ela poderia ter mantido tudo em sigilo e não acredito que alguém iria perceber, diante de resultados tão bons. Mas era realmente importante para ela compartilhar essa história, pois assim as outras pessoas iriam entender que isso não precisa ser uma coisa assustadora”, disse. O astro ainda revelou sua admiração pela força de Angelina, uma vez que ela manteve os seus compromissos nos últimos meses, como a visita ao Congo e a Conferência dos Ministros das Relações Exteriores do G-8, em Nova York. “Isso foi durante o estágio 2 (quando a mastectomia foi realizada).”
Não é de hoje que Angelina demonstra um certo descaso para os padrões. Ela nunca teve medo de assumir os seus atos e expor as suas fragilidades. Nunca escondeu, por exemplo, o relacionamento conturbado com o pai, o ator John Voight. Desde que ele saiu de casa, quando ela tinha 2 anos, os dois vivem em pé de guerra, com brigas e tumultos constantes. Segundo a biografia “Angelina Jolie – A história Jamais Contada da Superstar Que Ousou Ter Tudo”, da jornalista Rhona Mercer, a atriz foi uma criança exótica. Tinha um lagarto e uma cobra de estimação, colecionava armas e facas e estudou artes mortuárias. Nascida em Los Angeles, a futura superstar se mudou para Nova York para cursar artes cênicas no Lee Strasberg Theatre Institute e na Universidade de Nova York, onde começou a atuar em produções teatrais de pequeno porte. Na época, tinha pensamentos de suicídio recorrentes, tendo chegado a contratar um pistoleiro para matá-la, segundo declarou à revista “Rolling Stone” em 1999.
A vida amorosa foi tão conturbada quanto. Casou-se com os atores Jonny Lee Miller e Billy Bob Thornton – de quem usava o famoso pingente com sangue. Bissexual assumida, foi namorada da modelo Jenny Shimizu durante dez anos e existem rumores de que esse caso nunca tenha terminado. Em 2005, conheceu Brad Pitt nas filmagens de “Mr. e Mrs. Smith”. Ela já era mãe adotiva de Maddox e, com Pitt, adotou mais dois, Pax, e Zahara, e teve três filhos biológicos, Shiloh, Knox e Vivienne. Vivem o modelo da família feliz e defensora das causas humanitárias. Uma realidade bem distante daquela quando Angelina era chamada de destruidora de lares, acusada de ter sido o pivô da separação do galã da atriz Jennifer Aniston. Agora, ela é a mulher que declara: “Meus filhos sabem que eu os amo e farei tudo que estiver ao meu alcance para ficar o máximo de tempo possível com eles.” Pelo menos, essa é a versão atual da maior celebridade do mundo de hoje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário