Machismo e preconceito devem ser esquecidos quando o assunto é o combate ao câncer
Rio
- Vamos ter hoje, leitor, um papo de homem para homem. Leitoras são
bem-vindas na nossa prosa, mas a coluna se propõe a abordar um tema que
tem a ver com os homens. E o machismo precisa ficar de fora da conversa.
O preconceito, também. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais
comum entre os homens; fica atrás apenas do câncer de pele não
melanoma. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou 61.200 casos
novos de câncer de próstata em 2016.
Homens a partir dos 45 anos com histórico familiar
e com 50 anos ou mais devem procurar o urologista. O profissional vai
solicitar alguns exames como dosagem sanguínea do antígeno prostático
específico (PSA) e ultrassonografia das vias urinárias e próstata. A
Sociedade Brasileira de Urologia recomenda ainda que esses homens
realizem o toque retal, um exame simples e que dura poucos minutos. O
médico, por meio desse procedimento, pode notar alterações na próstata,
como aumento do volume, nódulos e modificações na consistência da
glândula. Deixar de fazer esse exame pode custar caro. O toque retal não
vai dizer se você é mais ou menos homem que o sujeito que está ao seu
lado. E o urologista será capaz de orientá-lo para realizar exames mais
conclusivos, por exemplo, a biópsia da próstata.
O câncer da
próstata tem cura quando descoberto precocemente. Nem sempre o exame de
sangue PSA é capaz de fechar um diagnóstico. Os tratamentos propostos
variam: vão desde o acompanhamento da doença sem qualquer medicação por
um tempo até a cirurgia ou o uso da radioterapia e outros medicamentos. E
nas últimas décadas se avançou muito, aumentando ainda mais a chance de
cura.O mais importante, especialmente no Brasil, ainda é vencermos o preconceito dos homens procurarem o urologista. Infelizmente ainda são comuns os casos de câncer da próstata que chegam aos hospitais em estágios avançados, sem necessidade. O que podemos fazer para mudar essa realidade? Falar abertamente, como ocorre na campanha Novembro Azul, sobre uma questão que não tem nada a ver com sexualidade, e salvar vidas.
Quem assina o artigo é o dr. Carlos Eduardo, cardiologista
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