Médicos recriam, em animais, os tumores dos pacientes. O modelo é usado para testar os remédios mais eficazes para cada caso
A aplicação clínica no A C Camargo começou há cerca de um ano e meio, em pacientes com tumores tradicionalmente mais agressivos, como melanoma (tipo de câncer de pele) e algumas variedades de tumor de rim. “O trabalho é inicial, mas os resultados são muito interessantes”, afirma a cientista Vilma Regina Martins, superintendente de pesquisas da instituição, referência no combate à enfermidade no País.
O que anima os médicos são especialmente as respostas que podem ser observadas em relação aos medicamentos. No avatar são testadas medicações novas, em geral com tempo de uso mundial insuficiente para conclusões definitivas sobre sua eficácia de maneira generalizada. Além disso, em muitos casos esses remédios funcionam muito bem para um paciente, mas não dão resultado, ou pelo menos não tão bons, para outro, apesar de o tipo de tumor ser o mesmo. “Os mini-tumores fazem parte da oncologia de precisão. Quanto mais personalizado o tratamento, melhor”, explica Luiz Henrique Araújo, presidente da Regional do Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e pesquisador do Instituto Nacional do Câncer. Em trabalho recente, o médico George Vlachoginannis, do Instituto de Pesquisa do Câncer, de Londres, atestou a eficácia do recurso. “Os modelos em animais funcionam como o tumor do humano. Por isso, são muito eficientes para que possamos estimar as reações dos pacientes”, disse à ISTOÉ. C.P.
Como são feitas as amostras
• São extraídas células do tumor do paciente
• São injetadas em camundongos, de preferência no órgão correspondente ao atingido no paciente
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