Odontopediatra explica o que levar em conta ao escolher escova, pasta e fio dental para os pequenos
Mesmo quando a criança ainda não possui autonomia para realizar a higiene bucal, vale mostrar como ela pode ser feita. É pelo exemplo que ela também aprende. Cabe aos pais, guiados por profissionais, participar da apresentação aos produtos necessários à escovação e instruir os filhos na melhor maneira de manuseá-los.
É importante destacar
aqui que existem produtos específicos para as crianças. No caso da
escova, há uma ampla oferta de modelos no mercado, com formatos, marcas e
finalidades diferentes. São, aliás, tantas opções que às vezes fica
difícil decidir qual levar para casa.
A primeira sugestão é verificar a indicação de idade descrita na embalagem da escova.
Existem modelos que correspondem a diferentes fases de crescimento da
criança, sendo apropriados ao tamanho dela, ao formato do maxilar e ao
desenvolvimento dos dentes.
Também vale conferir a classificação de dureza das cerdas, que podem ser macias, extramacias,
médias e duras. Presença de cerdas polidas e arredondadas, com tamanho
uniforme e tufos com volume concentrado são características
particularmente recomendadas aos pequenos.
As escovas próprias para
bebês são indicadas logo após a erupção do primeiro dente. Devem ter
cabo anatômico e textura agradável para o manuseio dos pais, além de
cabeça pequena e cerdas muito macias.
Após os 2 anos de idade,
as escovas dentais podem ser extramacias ou macias e apresentar um
tamanho de cabeça um pouco maior para acompanhar o desenvolvimento da
cavidade oral e oferecer melhor desempenho na escovação. Essa dinâmica
de formatos e tamanhos das escovas infantis segue até a faixa etária dos
6 a 7 anos.
Dos 8 anos em diante é
possível adquirir escovas dentais um pouco maiores. No entanto, elas
devem continuar apresentando cabeça pequena, porém com um formato mais
oval, sempre adequadas ao tamanho da boca da criança.
É imprescindível que a
escovação seja orientada pelo dentista e supervisionada em casa. Isso
ajuda em detalhes importantes como o alcance dos primeiros molares
permanentes já desenvolvidos ou em fase de erupção.
A escolha do creme dental
O dentista também deve orientar o uso da pasta de dente. A Academia Internacional de Odontologia Pediátrica e a Associação Brasileira de Odontopediatria recomendam o uso de cremes com flúor numa concentração que lhes permite proporcionar uma propriedade anticárie. No caso dos cremes infantis, eles devem conter no mínimo 1000 ppm F (partes por milhão de flúor), quantia descrita em embalagem.É válido explicar para a criança que não há necessidade de encher a escova de pasta. Recomendamos pequenas quantidades desde a erupção dos primeiros dentes de leite. Algo como um grão de arroz cru (0,1 g) até os 3 anos de idade e o equivalente a um grão de ervilha (0,3 g) acima do terceiro ano de vida.
Desenhos coloridos e personagens estampados nas embalagens dos produtos podem motivar a higiene bucal entre a criançada, mas não dispensam o estímulo e a orientação dos familiares e do odontopediatra.
E o fio dental?
Ele também é uma
ferramenta importante na higiene bucal infantil. Seu uso deve ser
iniciado quando os dentes começam a ter contato uns com os outros, o que
propicia maior acúmulo de alimentos e a formação do biofilme, colônias
de micro-organismos como as bactérias.
Os tipos recomendados do
produto são: fio dental, fita dental e os modelos com acessório
passa-fio e os já montados, de várias marcas e procedências. Devemos
destacar que a orientação do uso correto também deve vir numa consulta
com o odontopediatra.
Essa, aliás, é uma mensagem a ser gravada: procurar e manter contato
com o dentista desde a infância, para que ele e outros especialistas
possam acompanhar o desenvolvimento dos dentes e da cavidade oral e
contribuir na prevenção e no controle de problemas de saúde.* Dra. Silvana Frascino é odontopediatra e membro da Câmara Técnica de Odontopediatria do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)
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