Levantamento da Secretaria Estadual da Saúde também mostrou que 75% dessas jovens conhecem a pílula como forma de evitar uma gravidez indesejada
Pílula do dia seguinte: levantamento feito no estado de
São Paulo aponta que 23% das meninas de 10 a 15 anos de idade já fizeram
uso da droga
(Thinkstock)
A médica acredita que essas adolescentes conhecem a camisinha, mas que não usam o preservativo por uma série de motivos. "Conhecer e usar na prática são coisas diferentes. Muitas vezes, as adolescentes não usam preservativo para agradar o parceiro, por se sentirem pressionadas por eles, entre outras razões", afirma. "Precisamos entender o que está acontecendo para orientar as pacientes da melhor forma possível."
Albertina acredita, porém, que é um bom sinal o fato de a maioria dos adolescentes já conhecer o método contraceptivo. "Isso é um avanço, mas eles precisam entender que se trata de uma medida emergencial, que não pode virar rotina. Além disso, a pílula do dia seguinte não substitui a camisinha, não protege contra doenças sexualmente transmissíveis”, diz Albertina.
O Centro de Referência e Treinamento (CRT) DST/Aids, órgão ligado à Secretaria de Saúde de São Paulo, registrou 134 novos casos de infecção pelo HIV em jovens de 10 a 19 anos em 2011, um número 25% maior do que o notificado em 2010, que foi de 107 casos. "Até 2010, esse número vinha diminuindo, mas voltou a aumentar. Precisamos continuar reforçando a importância do uso de preservativos", diz Albertina.
Os anticonceptivos conhecidos como pílula do dia seguinte são baseados no levonorgestrel e têm os mesmos princípios ativos que os anticoncepcionais comuns, mas em doses mais altas, que podem evitar a gravidez mesmo se ingeridos 72 horas após a relação sexual. Segundo a médica, é comum que as adolescentes façam uso da pílula do dia seguinte mais do que uma vez, comportamento que acaba sendo prejudicial por diversos motivos. "Essa pílula oferece uma dose hormonal muito grande ao corpo da mulher, ainda mais ao de meninas tão jovens. Além disso, a pílula do dia seguinte pode apresentar um índice de falha 15 vezes maior do que o anticoncepcional convencional, e a sua eficácia pode diminuir quanto mais vezes ela for tomada", diz.
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