A cidade passou das 21 mil ocorrências confirmadas da doença em abril para 47.929 até 18 de agosto deste ano
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Renato Bezerra - Repórter
Os adultos continuam sendo as maiores vítimas. Segundo o boletim semanal, 68% dos casos atingiram pessoas entre 20 e 59 anos de idade, 5% crianças de zero a nove anos, 11,5% os adolescentes de 10 a 19 anos e 15,5% a população acima dos 60 anos. É entre os idosos, no entanto, que se encontram as maiores vítimas fatais. Dos 119 óbitos suspeitos pela arbovirose, 83,2% (99) foi registrado em pessoas acima dos 60 anos. Entre as mortes já confirmadas este ano em Fortaleza, 56 no total, 43 foram de pessoas acima dos 70 anos.
A atuação do poder público neste 2º semestre, no que diz respeito o combate ao vetor da doença, o mosquito Aedes aegypti, se baseia na distribuição territorial dos casos. Chama atenção a disparidade das ocorrências entre os bairros da Capital. O levantamento da SMS aponta o maior número de casos confirmados na Secretaria Regional V, 11.830 no total, o que corresponde a 24,75% das ocorrências de toda a cidade.
O Bom Jardim reuniu a maior incidência, com 2.825 pessoas doentes esse ano. No total, 71 bairros registraram incidência acima dos 1.200 casos por cada grupo de 100 mil habitantes, considerado o nível mais preocupante. Conforme ressalta o gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da SMS, Atualpa Soares, as ações diferem de acordo com o período do ano.
Neste segundo semestre é possível trabalhar de forma mais articulada em localidades específicas, como diz ele, ao contrário dos primeiros meses do ano, quando as ações são mais emergenciais em virtude da quadra chuvosa e da grande proliferação de mosquitos. Até dezembro deste ano, afirma Soares, serão realizados mutirões preventivos em locais mapeados pela Prefeitura de Fortaleza.
Identificar
"Vamos identificar quais foram aqueles bairros e locais com maior número de casos e nesses os trabalhos serão mais focados, tentando identificar possíveis criadouros, pontos estratégicos, como casas abandonadas, terrenos baldios, que possam ter servido de berçário para o mosquito. Nosso plano estratégico para rodar esses locais conta com a operação quintal limpo e com serviços de limpeza urbana, drenagem de canais que na próxima quadra chuvosa não tenha um maior número de casos".
Ainda segundo o gerente da Célula de Vigilância, está em conclusão a parte organizacional da operação para início em setembro, com a lista de mais de vinte bairros sendo definida até o fim da semana. Os prioritários, detalha, serão o Bom Jardim e o Edson Queiroz, com muitos casos de chikungunya e o Jangurussu, com elevada incidência de dengue. "Uma área ou outra pode estar descoberta então nesse momento é possível leva uma quantidade maior de agentes, tirando eles de um território específico por um tempo ficando nesse outro de forma mais efetiva".
A incidência maior de casos em determinados bairros, segundo explica, pode estar relacionado a locais com grandes adensamentos populacionais, com Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) baixos e onde muitas vezes o cenário social interfere diretamente nos índices de educação e na violência urbana.
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