Segundo a OMS, a insônia já afeta 40% dos brasileiros. E cerca de 11 milhões dependem de remédios para pegar no sono
O distúrbio ocorre com mais frequência em mulheres e pode piorar após a menopausa. Além disso, as mudanças no comportamento da sociedade estão acontecendo cada vez mais cedo, não há rotina na hora de ir para a cama e trocar o dia pela noite está virando um hábito. “Há muitos estímulos. Contas a pagar, compromissos de trabalho. As pessoas ficam em alerta o tempo todo”, explica a médica Dalva Poyares, especialista em tratamentos de distúrbios do sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O problema é que, mesmo assim, muita gente protela a busca de ajuda. A demora é um dos principais fatores que favorecem o uso excessivo de remédios para pegar no sono. Mais de 11 milhões de brasileiros, o equivalente a 7,6% da população, usam medicamentos para dormir.
Há um mês, Keitch procurou o Instituto do Sono da Unifesp. Ela já voltou a dormir sete horas todas noites. Seu tratamento é baseado em terapia cognitivo-comportamental, na qual o indivíduo é estimulado a mudar comportamentos. No caso da insônia, o objetivo é eliminar rotinas como assistir TV ou ficar no celular antes de dormir e diminuir o uso de cafeína ao longo do dia, entre outras.
Em alguns casos, como o de Keitch, indica-se ainda o uso da melatonina (hormônio que regula o ciclo circadiano e que tem por finalidade sinalizar ao cérebro que é necessário diminuir a atividade física e mental). Nesse campo, a novidade é a autorização, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, da produção da ramelteona. A medicação estimula o sistema nervoso central a produzir mais melatonina. O remédio, já usado nos Estados Unidos e na Europa, tem ação rápida. “Ele é muito potente”, afirma a médica Andrea Bacelar, presidente da Associação Brasileira do Sono. Espera-se que a droga esteja disponível até o fim do ano.
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