segunda-feira, 4 de abril de 2016

5 mil pessoas no CE têm doença de Alzheimer

O número de enfermos aumenta à medida em que cresce também a população acima dos 65 anos
As principais recomendações são paciência e compressão com os pacientes ( FOTO: FERNANDA SIEBRA )
Acontecimentos recentes vão sendo esquecidos, ameaçando memórias de toda uma vida, numa luta para manter-se lúcido e ativo. O paciente com Alzheimer apresenta mudanças comportamentais que requerem da família a compreensão e a adaptação de uma nova rotina de vivências. De acordo com estimativas da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), cerca de cinco mil pessoas têm o diagnóstico da doença em todo o Ceará.
O Alzheimer reflete na perda de funções cognitivas importantes, como memória, orientação, atenção e linguagem, devido à morte gradual de células cerebrais. De acordo com a médica geriatra da Sesa, Helena Aires, o número de pessoas com Alzheimer aumenta à medida em que cresce também a população acima dos 65 anos, considerada a idade padrão em que a doença começa a se manifestar.
Dentre os sintomas iniciais mais frequentes estão alterações na memória, dificuldades de orientação no espaço e no tempo e a confusão com nomes. Nos casos intermediários, surgem alterações de comportamento, como alucinações e condutas agressivas e a piora da capacidade de comunicação. No nível severo, vêm a dificuldade de reconhecer pessoas, a perda da autonomia e um possível comprometimento da mobilidade.
"O traço genético, que é quando alguém da família já teve a doença, é um fator de risco para o desenvolvimento do Alzheimer. Outro fator importante é a qualidade de vida, e aí os fatores de risco incluem hipertensão, diabetes, obesidade e sedentarismo", aponta a médica.
Na rede pública estadual de saúde, o atendimento médico de pessoas com Alzheimer pode ser realizado nos ambulatórios de Geriatria e Alzheimer do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), e do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), com prescrição e liberação de medicamentos, mas somente para casos moderados. Pacientes com Alzheimer severo precisam comprar a medicação.
Impacto
Os familiares, que na maioria dos casos se convertem também em cuidadores, precisam lidar com o impacto e a aceitação desse diagnóstico, oferecendo cuidados constantes e estabelecendo novas alternativas de comunicação e interação.
De acordo com o terapeuta ocupacional Phelipe Cabral, que faz parte da Associação Brasileira de Alzheimer - Regional Ceará (Abraz-CE), o tratamento para a doença é realizado de duas maneiras complementares: o farmacológico e o não-farmacológico.
"O farmacológico é feito por indicação médica; neurologista, psiquiatra e geriatra estão envolvidos nisso. O outro tratamento também é muito importante para potencializar a ação das medicações, incluindo a reabilitação cognitiva e com o intuito de minimizar a alteração comportamental", contou o especialista.
Sobre a importância de orientar os cuidadores, Cabral ainda ressalta que a Abraz promove ações sociais para a sociedade civil e atividades voltadas para o público profissional: "o Senac também oferece um curso de três meses para os cuidadores. A nossa parte é oferecer orientação para o cuidador formal, que trabalha com isso, e o informal, que costumam ser familiares. Lembrando que cuidar é dar um suporte emocional e físico, diferente de tratar, uma conduta que precisa de instrumentalização". (Colaboraram Nicolas Paulino e Emanoela Campelo de Melo)
Rede de apoio
Hospital Geral Dr. César Cals
Av. Do Imperador, 545, Centro Telefone: (85)3101-7086
Hospital Geral de Fortaleza
Rua Ávila Goulart, 900, Papicu Telefone: (85)3101-5340
Hospital Universitário Walter Cantídio
Rua Capitão Francisco Pedro,
1290, Rodolfo Teófilo
Telefone: (85)3366-8167
Hospital Gênesis
Av. Santos Dumont, 1168,

Aldeota - Telefone: (85) 3253-3929

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