Levantamento da empresa de big data Hekima mostra que preocupação com nova propagação da doença ocorre em Estados que registraram mais casos no passado
Os responsáveis pelo estudo chamam essa coincidência entre casos anteriores e comentários presentes de "ecos do passado". "Esses números mostram como o sofrimento social em 2009, seja com casos de doenças na família, seja pelo temor de contrair o vírus, ficou na memória coletiva dos cidadãos e se reflete agora, mesmo que passados cerca de sete anos", diz Anice Pennini, gerente de pesquisa e comunicação da Hekima.
O monitoramento de redes colheu 26.994 mensagens publicadas no Facebook e Twitter entre os dias 4 e 7 deste mês; dessas, 5.785 permitiram a localização geográfica de seus autores. Já os registros oficiais sobre a ocorrência de doenças vêm do Datasus, base de dados do governo federal. Para a pesquisa, foram coletados posts que usassem os seguinte termos: H1N1, influenza, SRAG, sindrome respiratória aguda grave, Tamiflu, gripe A, virus H1N1 ou gripe suína. Os 26.994 posts foram ainda divididos em três grupos, que ajudam a compreender a intenção de seus autores: 52% deles eram comentários sobre notícias acerca da doença, 32% repercutiam a volta da gripe e 16% falavam sobre cuidados à saúde.
Os dados vindos das redes não permitem fazer previsões sobre novos surtos pelo país. Mas a análise de dados tem sido usada em alguns casos com essa finalidade. No livro Big Data, de 2013, o professor de Oxford Viktor Mayer-Schönberger, em parceria com Kenneth Cukier, recupera a história da tentativa do Google e das autoridades de saúde dos Estados Unidos de prever um surto de gripe pelo território americano em 2009. A ideia era usar as pesquisas feitas no buscador por milhões de usuários para prever onde o vírus circulava: com os primeiros sintomas, os americanos recorriam ao Google para entender os sinais da doença antes mesmo de procurar os médicos. A tal doença: H1N1.
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