Uma revisão de mais de cem artigos científicos mostra que os quatro suplementos vitamínicos mais consumidos não têm efeito protetor
A análise da eficácia dos suplementos sempre foi pautada por conclusões discrepantes. Apesar dos desencontros de informações, o consumo desses recursos mantém-se alto. Nos EUA, por exemplo, mais de 50% dos adultos tomam algum tipo de suplemento. No Brasil, a indústria de suplementos cresce 15% ao ano desde 2010.
O trabalho apresentado propôs-se a analisar os resultados de 179 pesquisas realizadas entre 2012 e 2017. Os cientistas descobriram que os quatro suplementos mais consumidos (multivitamínicos, vitamina D, cálcio e vitamina C) não apresentaram evidências consistentes de benefícios na prevenção de infarto ou de AVC. “O único exemplo de eficácia foi o uso de ácido fólico”, afirmou à ISTOÉ o coordenador do trabalho, médico David Jenkins.
O resultado corrobora as orientações da força-tarefa de especialistas montada pelo governo americano para a área de nutrição e prevenção de saúde. O grupo afirmava que não há evidência nem dos benefícios nem dos prejuízos causados pelos suplementos. “A vitamina D, por exemplo, tornou-se popular, mas, surpreendentemente, não mostrou efeito contra doenças cardíacas ou para prolongar a vida”, diz Jenkins.
No Brasil, o presidente da Associação Brasileira de Fabricantes de Suplementos Nutricionais, Sinésio da Costa, diz que os produtos beneficiam grupos específicos. “Eles devem continuar sendo resposta para pessoas com deficiências”, diz. Ele cita como exemplo os esportistas, cujas atividades requerem do organismo desempenho superior ao normal.
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