Até setembro deste ano, rede pública realizou mais de 500.000 sessões em todo o país, sendo a maioria feita em unidades básicas de saúde
Procura por acupuntura no SUS cresce mais do que 400% em cinco anos
(Thinkstock)
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ACUPUNTURAA acupuntura faz parte da medicina tradicional chinesa, sistema que busca prevenir e tratar doenças por meio de um conjunto de práticas que inclui fitoterapia, exercícios físicos e alimentação adequada. Acredita-se que, ao introduzir as agulhas (muitas vezes com baixas correntes elétricas que as aquecem) em pontos especificos, o fluxo do qi (força vital) é desbloqueado, retomando o equilíbrio entre o yin e yang (forças opostas que se manifestam no corpo pelos extremos, calor e frio, excesso e deficiência). Estudos já provaram que a acupuntura alivia dores e sintomas como náuseas e vômitos. Ela age interrompendo a percepção de dor enviada ao sistema nervoso central e liberando 'analgésicos naturais' na corrente sanguínea .
Técnica — O acesso às sessões de acupuntura é oferecido principalmente nas unidades básicas de saúde, que são responsáveis por 70% dos atendimentos, seguido por 25% dos atendimentos feitos nas unidades especializadas (ambulatórios específicos) e 5%, nos hospitais (nos cuidados paliativos). As principais indicações da técnica são alívio da dor crônica — como hérnias de disco, artrites e enxaquecas —, melhora da função respiratória, insônia, ansiedade, depressão e redução dos sintomas como dormência e enjoos em pacientes com câncer.
Investimento — Em 2011, o Ministério da Saúde destinou 5,6 milhões de reais para os procedimentos de acupuntura, incluindo as consultas, realizados nos 678 estabelecimentos que prestam o serviço pela rede pública. Neste ano, até agosto, já foram repassados quatro milhões de reais.
Apesar de a prática da acupuntura já ser reconhecida pelo SUS desde 1988, o salto nos atendimentos é atribuído à implementação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), em 2006. A medida, que tem como objetivo a prevenção, promoção e recuperação da saúde passou a oferecer à população o acesso às terapias não convencionais, o que inclui acupuntura, práticas corporais (como lian gong e tai chi chuan), homeopatia, fitoterápicos e plantas medicinais.
Acupuntura no Brasil
Final do século 19 | A acupuntura chega junto com a imigração japonesa. Os imigrantes trouxeram agulhas apropriadas e livros que ensinavam a técnica, e, sem o domínio necessário da língua portuguesa, se fiavam nas habilidades dos acupunturistas para tratar diversos problemas de saúde. |
Década de 1950 | Com a urbanização do Brasil, os japoneses que viviam no campo se mudam e a prática chega às cidades. |
Década de 1960 | Os médicos brasileiros passam a se interessar pela técnica, mas percebem que é preciso buscar mais informações sobre a prática. |
1973 | A médica fisiatra Dra. Satiko Imamura introduz a eletro-acupuntura Ryodoraku na Divisão de Medicina Física do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP). |
1992 | A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), cria, dentro do Departamento de Ortopedia e Traumatologia, o Setor de Medicina Chinesa, que oferece vários cursos de acupuntura voltados para os médicos, inclusive de pós-graduação. |
1995 | O Conselho Federal de Medicina (CFM) reconhece a técnica como especialidade médica. |
1999 | A Agência Nacional de Saúde (ANS), que regulamenta os planos de saúde no Brasil, inclui a acupuntura no rol de procedimentos cobertos pelos convênios. |
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