O índice de letalidade cresce em 40%, casos hemorrágicos geram preocupação; a dica é observar sinais de alerta
Após
cinco epidemias de dengue no Ceará, a tensão cresce a cada novo caso
que surge. Ontem, três novos óbitos foram confirmados pelo monitoramento
da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), somando quatro só neste ano.
Fica um alerta: o índice de letalidade cresce, então, em 40%. Fortaleza
soma, até dia 21, 774 casos - do tipo clássico - confirmados e duas
mortes por complicação.
No Estado do Ceará há registro de
2.711 casos confirmados. Fortaleza soma, até dia 21, um total de 774
casos, do tipo clássicos FOTO: NATINHO RODRIGUES
No
Interior, a situação se agrava. Óbitos hemorrágicos foram registrados em
Iguatu e Caucaia. Assim, o Ceará soma 2.711 casos confirmados (903 no
período de uma semana), cinco com hemorragia e oito por complicação. O
boletim confirma a predominância da circulação do vírus Den-IV e aponta a
crescente incidência, de 21 para 31.
Em Fortaleza, a infestação
seguia em crescente, apesar de ter se estabilizado neste mês: 70 casos
em abril, 204 em março, 257 em fevereiro e 243 em janeiro.
Para o
coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da Saúde do
Estado (Sesa), Manoel Fonsêca, o que mais o preocupa são os óbitos de
casos hemorrágicos, da versão mais complicada da doença em que "reina" o
tipo 4. "As pessoas podem ter reações mais graves quando atingidas por
um novo sorotipo. Esse é o nosso temor. Mas, a situação ainda está sob
controle. Só poderá se agravar mais se tivermos a presença de mais
chuvas. Vamos torcer para não haver nova epidemia neste ano", afirma.
Para Fonsêca, o mais prudente agora é a orientação. Para isso, é
importante, segundo ele, que a população fique ciente dos casos graves
que podem levar a óbito.
Alerta
Atenção
para a febre que não cessa, para possíveis sangramentos e,
principalmente, uma dor abdominal intensa. "Se o doente começar a piorar
após o terceiro dia de contágio, já é bom levar para uma unidade
médica", diz.
Conforme o coordenador, todas as unidades estariam
orientadas a reconhecer, de imediato, os casos mais perigosos e ver o
procedimento mais adequado: internação, observação ou a simples
hidratação. "Nós já distribuímos a classificação de riscos em todos os
hospitais tanto da Capital como no Interior. O mais importante, agora, é
classificar e atender adequadamente o doente a fim de estabilizá-lo e
evitar, assim, o óbito", relata Manoel.
Na Capital, os bairros
com maior infestação são os da Secretaria Executiva Regional (SER) VI,
com 204 casos confirmados, ficando na frente da SER V (200), SER III
(137), SER IV (121), SER II (56) e a SER I (44).
No entanto, foi o
Mondubim, da Regional V, que liderou o ranking. O Jardim das Oliveiras
foi o que registrou o maior número de casos, somando 32 casos, Barroso
(30) e o Passaré com 26.
Orientações
Conforme
cartilha do Ministério da Saúde, as manifestações clínicas iniciais da
dengue hemorrágica são as mesmas descritas para a dengue clássica, até
que ocorra a defervescência da febre, entre o terceiro e o sétimo dia, e
a síndrome se instale. "Evidencia-se o surgimento de manifestações
hemorrágicas espontâneas", apresenta o documento.
Ao surgirem
sinais de alerta ou aumento do hematócrito na vigência de hidratação, é
indicada internação. Pacientes com plaquetopenia, sem repercussão
clínica, devem ser internados e reavaliados clínica e laboratorialmente a
cada 12h.
Acamada a quase uma semana com dengue clássica, a
contadora Fernanda Matos Lima, 34, diz não aguentar mais tanto
mal-estar. Dói tudo, corpo, olhos, ossos, cabeça. "Cheguei a ir ao
hospital, achando que o caso fosse grave. Fiz todos exames. Acho melhor
pecar por precaução", afirma. A reportagem tentou sucessivos contatos
com gestor da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mas não obteve êxito.
SAIBA MAIS
Sinais de alerta - dengue
1. Dor abdominal intensa e contínua;
2. Vômitos persistentes;
3. Hipotensão postural;
4. Pressão diferencial <20mmhg br="" convergente="">
5. Hemorragias importantes
6. Extremidades frias, cianose;
7. Pulso rápido e fino;
8. Agitação e/ou letargia;
9. Diminuição da diurese;
10. Hipotermia;
11.Desconforto respiratório
IVNA GIRÃOREPÓRTER
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sábado, 27 de abril de 2013
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