Primeiro de sua categoria, remédio diminui hemorragias de pacientes com hemofilia
No caso da hemofilia, imita a ação do Fator VIII, proteína essencial ao processo de coagulação sanguínea. Deficiências na sua produção caracterizam o tipo A da doença, o mais comum, afetando cerca de 320 mil pessoas no mundo. No tipo B, o fator atingido é o IX. Cerca de 50% a 60% dos portadores do tipo A apresentam a forma grave da doença, com sangramentos frequentes. Até agora, existia apenas a reposição com o Fator VIII sintético. Porém, o composto pode gerar em diversos pacientes a produção de anticorpos contra a substância (os chamados inibidores), o que a torna ineficaz.
Por enquanto, o novo medicamento é indicado para tais pacientes. “Eles estavam órfãos de tratamento”, explica a hematologista Claudia Lorenzato, coordenadora do Hemocentro do Paraná. Nos estudos feitos com pacientes maiores de 12 anos tratados profilaticamente, houve redução de 87% nas taxas de sangramento. Sua administração, com injeções subcutâneas, é mais confortável do que as infusões endovenosas e a periodicidade das aplicações oscila de acordo com os níveis de sangramento. Na opinião da especialista, a droga representa esperança no controle da doença: “Ela traz uma luz de mudança no tratamento como um todo.” C. P.
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