Após as denúncias feitas por estudantes, o Ministério Público Federal
(MPF) recomendou, ontem, a suspensão imediata de todos os processos de
revalidação de diplomas de médicos estrangeiros obtidos em instituições
de outros países e revalidados pela Universidade Estadual do Ceará
(Uece). Há dois meses, o Diário do Nordeste publicou matéria denunciando
que oito diplomas haviam sido aprovados sem provas práticas, por
exemplo.
Há
dois meses, matéria do Diário do Nordeste denunciou que oito diplomas
haviam sido revalidados sem provas práticas. Estudantes protestaram
Um
inquérito civil público sobre o caso está em tramitação no órgão e foi
instaurado a partir de documentação recebida pelo MPF, com base em
representação feita pelo Centro Acadêmico (CA) Joaquim Eduardo de
Alencar, do curso de Medicina.
A medida deve ser aplicada aos
processos relacionados a 14 de janeiro de 2011. Segundo os estudantes da
Uece, que fizeram a denúncia, os profissionais estariam sendo aprovados
sem sequer fazer testes práticos ou escritos, sem avaliar a adequação
curricular entre dois países: pelo menos oito diplomas foram revalidados
assim. O teste era, conforme edital à época, optativo.
Indícios
Para
a procuradora do MPF Nilce Cunha Rodrigues, as irregularidades
apontadas na representação "indicam fortes indícios de irregularidades".
Ela recomenda, ainda, que a suspensão do processo de revalidação dure
até que se apurem todas as irregularidades apontadas no inquérito.
"A
administração deve zelar pelos princípios constitucionais da
legalidade, moralidade, impessoalidade e transparência, dentre outros,
evitando que venham a pairar quaisquer dúvidas ou suspeitas quanto à
regularidade e lisuras de seus atos", diz trecho da recomendação,
assinada por Nilce Cunha Rodrigues.
Para o atual presidente do
Conselho Regional de Medicina do Ceará (CRM-CE), Ivan Moura Fé, há que
se fortalecer um processo transparente e democrático. "Nossa posição no
CRM é que a revalidação do diploma é necessária a tem que ocorrer dentro
dos parâmetros do Revalida", afirma. Ivan Moura comenta que o
procedimento ainda não é lei, por isso a Uece não teria aplicado esse
formato adotado pelo Ministério da Educação (MEC). "Acreditamos no
Revalida e queremos que a Universidade Estadual adote-o", diz.
Sobre
essa recomendação do MPF em suspender a revalidação dos diplomas de
médicos estrangeiros, a Uece informou que ainda não foi citada e, por
isso, não irá se manifestar oficialmente. Segundo a universidade, 198
profissionais formados em cursos de Medicina no exterior deram entrada
no processo de revalidação feito pela instituição naquela época. Desses,
11 foram revalidados, 46 foram negados, desistiram ou perderam prazos e
outros 141 ainda estão em aberto, conforme dados da Uece.
Para a
instituição, todos os processos analisados pela universidade relativos à
revalidação de diplomas em janeiro de 2011 seguiram os ritos legais.
Exame
Conforme
a reitoria, a Uece já aderiu ao exame conhecido como Revalida, do
Ministério da Educação (MEC) desde 2012. A prova será orientada pela
Matriz de Correspondência Curricular para Fins de Revalidação de
Diplomas de Médico Expedidos por Universidades Estrangeiras.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário