Nos municípios de Pacatuba, Frecheirinha e Farias Brito foram registrados 100% de letalidade nos casos
Nos
sete primeiros meses deste ano, cinco pessoas morreram após contraírem
meningite meningocócica, de acordo com o boletim epidemiológico da
Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Apesar de ter sido registrada uma
diminuição no número de óbitos em relação ao ano passado, o índice de
letalidade da doença permanece praticamente o mesmo. Enquanto em 2012
essa taxa era de 20,9, neste ano, baixou para 20,8. No Interior, o
número sobe para 27,2 e, em Fortaleza, cai para 15,3.
Das cinco
mortes, três foram no Interior e o restante na Capital, diferentemente
do que vinha acontecendo desde 2010, quando Fortaleza tinha os maiores
números.
Nos sete primeiros meses de 2013, foram 24 casos - 13 na
Capital e os outros 11 no Interior - enquanto em todo o ano de 2012,
foram 84 registros de pacientes e 18 mortes. Neste ano, houve
ocorrências em Fortaleza, Caucaia, Maranguape, Pacatuba, Guaiuba,
Aracati, Tabuleiro do Norte, Frecheirinha, Santa Quitéria, Granja,
Catarina e também Farias Brito.
Além da Capital, as mortes
acontecerem em Pacatuba, Frecheirinha e Farias Brito. Apesar do pequeno
número de casos, esses três últimos municípios apresentam 100% de
letalidade, apontando para a necessidade da melhoria das condições de
vigilância e também assistência aos casos suspeitos.
Entre os
mais afetados pela meningite estão as crianças com menos de um ano e os
jovens com idade entre 15 e 19 anos. Os que menos tiveram problemas são
os pequenos com a faixa etária entre 10 e 14 anos e entre 5 e 9 anos.
Em
todo o ano de 2011, foram confirmados 75 casos, com 20 óbitos, em 17
municípios. Já o ano passado apresentou 86 casos da doença, com 18
mortes em 23 municípios.
Sem epidemia
Para
o diretor do Hospital São José, o infectologista Roberto da Justa, o
número de óbitos não expressa uma epidemia de meningite. "Esses números
estão dentro do esperado". Justa explicou que muitos casos,
principalmente envolvendo crianças, poderiam ser evitados se existisse a
vacina para o tipo B da meningocócica. "Esse tipo da doença ocorre mais
em crianças e adolescentes".
A melhor forma de prevenção é a
imunização, que está no calendário de vacinação de crianças menores de
um ano. No País, existem quatro tipos de vacinas relacionadas à
patologia.
Além disso, o diretor do Hospital São José destacou
que os principais sintomas da meningite são febre, dor de cabeça e
vômito. Em alguns casos, manchas no corpo e rigidez na nuca podem
caracterizar a doença. "Ao sentir esses sintomas, é importante que a
pessoa procure logo o atendimento de um médico. Esses casos não podem
ser negligenciados", comentou o infectologista.
A doença pode ser
causada por diferentes agentes, como bactérias, vírus, fungos, sífilis,
malária, helmintos, pós-vacinal, câncer, substância tóxica e o uso
contínuo de drogas. Quando a infecção consegue vencer as defesas do
organismo ataca as meninges, três membranas que envolvem e protegem o
encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central.
No
Ceará, a doença, via de regra, vem apresentando comportamento endêmico.
No caso das meningites virais, no Estado, houve nos últimos anos três
picos, em 1999, 2008 e 2009. Essa patologia é distribuída em todas as
faixas etárias, com maior ênfase entre as crianças, principalmente
aquelas menores de um ano de idade.
THIAGO ROCHAREPÓRTER
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
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