Espera-se que os animais consigam isolar, pelo olfato, um marcador químico que indique a presença do tumor maligno. Ainda não existe nenhuma forma de diagnóstico precoce desse câncer
A foto, tirada em 1º de agosto deste ano, mostra o
pesquisador Jonathan Ball treinando o cachorro Tsunami. É a primeira
etapa de um estudo que que encontrar um diagnóstico precoce para o
câncer de ovário
(AP)
O câncer de ovário não é o tumor ginecológico mais frequente entre as mulheres, mas é o mais agressivo. Isso porque ele é muito difícil de ser detectado e é aquele com a menor chance de cura — cerca de 3/4 dos casos desse tipo de câncer já estão em estágio avançado no momento do diagnóstico. Mesmo assim, as principais entidades médicas do mundo não recomendam exames de prevenção para a doença, que incluem uma análise de sangue e a ultrassonografia dos ovários em mulheres saudáveis, pois além de não reduzirem a mortalidade da doença, podem levar a cirurgias desnecessárias.
Segundo os responsáveis pela pesquisa, estudos anteriores já haviam mostrado que o câncer de ovário em estágio inicial altera compostos de odor no corpo. Além disso, outros trabalhos já demonstraram que cães são capazes de detectar outros tipos de câncer, como o de pulmão, por exemplo, pelo olfato.
Treinamento — Três cães estão sendo treinados no Centro de Trabalhos com Cachorros da Universidade da Pensilvânia. Para treiná-los, os pesquisadores estão usando amostras de sangue e de tecido doadas por pacientes com câncer de ovário. A finalidade é que os animais consigam identificar e sentir o odor de um marcador biológico da doença — ou seja, de uma substância química que indique a presença do câncer. Segundo a equipe, se os cães conseguirem isolar esse marcador, será possível desenvolver um dispositivo capaz de identificar o mesmo odor.
"Se pudermos descobrir quais são esses marcadores químicos, qual é a impressão digital do câncer de ovário no sangue — ou, eventualmente, na urina — então poderemos desenvolver um teste automatizado menos caro e muito eficiente para detectar a doença a partir das amostras (de sangue e tecidos)", diz Cindy Otto, diretora do Centro de Trabalhos com Cachorros da universidade.
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