Durante entrevista, o ministro Arthur Chioro afirmou que a ‘elevação de casos’ ocorreu devido à crise hídrica e à falta de ações de combate à doença
Para o ministro, os resultados positivos do ano passado "desarmaram a mobilização da sociedade e algumas ações" de combate à doença. "Em relação a 2014, nós temos elevação em praticamente todo o país. Mas quando a gente trabalha com conceito de epidemia, nós temos duas possibilidades: ou a gente vê a série histórica e a comparação por um longo período, uma série de eventos ano a ano que nos permite ver a incidência da doença, ou adotamos o parâmetro da OMS, que considera comportamento epidêmico quando o número de casos tem incidência de 300 casos para cada 100 000 habitantes", afirmou, durante coletiva de imprensa, em São Paulo. No Brasil, há 367,8 casos para 100 000 habitantes.
Ele disse ainda que as condições climáticas favoreceram o início precoce da dengue no país. Além disso, Chioro acredita que o número de casos também pode ter sido agravado pela crise hídrica, já que houve armazenamento de água sem as condições ideais.
De acordo com o ministro, São Paulo é um dos principais estados com comportamento de epidemia. No total, são 169 mortes confirmadas pela doença desde o início do ano. É o maior número de vítimas em território paulista desde 1990, quando começou o balanço oficial. Além do recorde de óbitos, o Estado também acumula o maior número de casos confirmados e notificados da doença desde que esses índices passaram a ser tabulados. O índice de incidência da doença em São Paulo chegou a 911,9 casos por 100.000 habitantes.
Além de São Paulo, sete estados enfrentam uma situação parecida, entre eles estão Acre, Tocantins, Rio Grande do Norte, Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás.
"Agora que temos uma situação que não é favorável, não poderia me desresponsabilizar como autoridade sanitária máxima e quero compartilhar o desafio de controlar a dengue. Que a gente tenha em 2016 um verão mais protegido, com menos doenças, menos casos graves e menos óbitos, porque nós podemos fazer, mas trabalhando em 2015 todos juntos, sem atribuir à sociedade ou a uma esfera de governo a responsabilidade exclusiva pela doença", disse Chioro.
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