Ao todo, 253 pacientes aguardam leitos em unidades de saúde de Fortaleza, segundo números da Fenam
Na
semana em que as atividades do Programa Mais Médicos tiveram início em
todo o Brasil, representantes da Federação Nacional de Médicos (Fenam)
estiveram em Fortaleza para fazer uma avaliação das condições de
atendimento nas principais unidades hospitalares da Capital. O resultado
apurado reafirma, as deficiências e precariedades da estrutura dos
serviços de saúde oferecidos à população da cidades. Diante disso, a
diretoria da entidade prometeu investigar e fiscalizar o sistema.
Ontem,
o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da
Saúde, Odorico Monteiro, visitou a unidade de Horizonte FOTO: LUCAS DE
MENEZES
De acordo com a instituição, o cenário encontrado
mostra o contraste entre a superlotação e o subfinanciamento. Dados de
ontem revelaram que, nos hospitais mais procurados pelos fortalezenses, a
insuficiência de leitos não apresentou nenhum retrocesso nos últimos
meses. Segundo João Batista, médico do Programa de Saúde da Família de
Fortaleza, o relatório apontou que o Hospital Geral de Fortaleza (HGF),
por exemplo, apresentava, ontem, 53 pessoas em estado de saúde grave
estavam aguardando vagas.
No Hospital de Messejana, 50 pacientes
com indicação de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) se
encontravam nos jardins da unidade, também sem perspectiva de auxílio. A
situação se repetia no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), com 70
pessoas na fila de espera, e no Instituto José Frota (IJF), com 80
pacientes em corredores.
Relacionando os fatos à inauguração dos
trabalhos do Mais Médicos no Estado, Batista afirma que a discrepância
entre a demanda crescente de pacientes e a retração da quantidade de
vagas ofertadas nas unidades é a principal responsável pelo acúmulo, e
não a ausência de profissionais. Ele destaca, ainda, o subfinanciamento
da saúde no País e a má gestão dos recursos como agravantes do quadro
crítico. Segundo informações do Ministério da Saúde apresentadas pelo
médico, nos últimos três anos, 13 mil leitos foram extintos no Ceará.
"O
poder público espera o indivíduo adoecer para depois resolver o
problema, o que acarreta custos muito maiores. E a categoria eleita
culpada por esse caos são os médicos, mas a culpa da fila de espera é a
gestão".
Denúncias
Além do diagnóstico
exposto, o presidente da Fenam, Geraldo Ferreira, afirma que a
instituição tem recebido denúncias de médicos de todo o Brasil
integrantes do Programa Mais Médicos a respeito de irregularidades.
Conforme
ele, no Estado do Rio Grande do Norte, profissionais que se hospedaram
em hoteis, pois ainda não encontraram moradia, estão sendo ameaçados de
despejo devido à falta de recursos para o pagamento das diárias. Na
Bahia, médicos estão trabalhando em postos de saúde sem banheiros. Em
outras localidades, Conselhos Regionais estão recebendo médicos com
diplomas em línguas estrangeiras como russo e árabe solicitando
registros profissionais, impasse que vem causando grandes dificuldades
às entidades.
Na próxima segunda-feira, dia 30 de setembro,
representantes da Fenam se reunirão com líderes do governo federal para
discutir o Programa Mais Médicos. Ontem, O secretário de Gestão
Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Luiz Odorico
Monteiro, visitou a Unidade Básica de Saúde José Gomes da Silva, no
bairro Zumbi, em Horizonte, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
sábado, 28 de setembro de 2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário