Desde setembro, a ajuda internacional aos países mais afetados - Guiné, Libéria e Serra Leoa - se organizou e acelerou
AFP
Esta é a esperança de um número crescente de especialistas e
autoridades sanitárias. "É preciso manter a prudência, mas poderemos
vencer uma etapa a partir da primavera de 2015" no hemisfério Norte,
aposta o coordenador da ação francesa contra o ebola, Jean-François
Delfraissy.
Segundo este especialista, a melhora, em um primeiro momento, não
virá dos novos remédios ou das vacinas, mas de um atendimento melhor aos
doentes em campo, especialmente com um isolamento mais rápido e
sistemático.
A reação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da comunidade
internacional demorou a chegar e perdeu-se "um tempo precioso", lamentou
o especialista belga Peter Piot, que em 1976 foi um dos primeiros a
identificar o vírus da febre hemorrágica ebola.
Desde setembro, a ajuda internacional aos países mais afetados -
Guiné, Libéria e Serra Leoa - se organizou e acelerou. A abertura de
novos centros de tratamento e as medidas sanitárias impostas a regiões
afetadas parecem, além disso, dar frutos.
"É preciso manter-se prudente e não cantar vitória cedo demais",
adverte um alto funcionário do ministério francês da Saúde, sobretudo
quando em várias ocasiões ao longo de 2014 a epidemia na Guiné parecia
sob controle antes de se propagar novamente.
No que diz respeito a tratamentos e vacinas, 2015 também poderá
reservar agradáveis surpresas, no atual contexto de falta de arsenal
terapêutico para combater este vírus mortal.
"Temos grandes esperanças de ver os primeiros resultados dos novos
tratamentos no final do primeiro trimestre", estima Michael Kurilla, um
dos encarregados do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas
(NIAID) dos Estados Unidos.
Dois remédios antivirais, o favipiravir (da japonesa Fujifilm) e o
brincidofovir (da americana Chimerix), devem ser testados nas próximas
semanas em Guiné e Libéria.
Os resultados destes testes serão conhecidos no primeiro semestre
de 2015. Para os especialistas, a solução poderia vir de uma combinação
de várias moléculas.
Testes com vacinas
Com relação às vacinas, três grandes grupos farmacêuticos - o
britânico GSK e os americanos Merck e Johnson&Johnson - desenvolvem
produtos diferentes.
Duas das "candidatas a vacinas" já foram submetidas aos primeiros
testes, à espera das provas de eficácia com grupos mais amplos,
especialmente na África.
Assim que estas vacinas preventivas estiverem prontas, o pessoal de
saúde, que está na linha de frente no combate ao vírus, poderá ser o
primeiro beneficiado.
Outro avanço médico que pode ser crucial para controlar a epidemia é um teste de diagnóstico rápido, confiável e barato.
Os atuais exames de detecção da doença são feitos em laboratórios
especializados com tempos de espera de várias horas para os resultados.
Os testes rápidos, que já são experimentados em campo, poderiam "mudar a
situação", avaliou Delfraissy.
Nenhum comentário:
Postar um comentário