Pesquisa holandesa constatou que o risco de sequelas são menores em pacientes que se submetem ao procedimento de remoção de coágulos
Stent: tubo é introduzido na artéria por meio de um cateter e auxilia na remoção do coágulo causador do derrame
(Thinkstock/VEJA)
Opinião do especialista
Álvaro Pentagna
Neurologista do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, em São Paulo.
Neurologista do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, em São Paulo.
Este não é o primeiro estudo a analisar a eficácia das técnicas endovasculares para a remoção de um coágulo cerebral. Mas é o primeiro a demonstrar resultados satisfatórios, provavelmente por ter sido feito na Holanda, um país pequeno e com boa infraestrutura de saúde.
A técnica já é utilizada em hospitais para pacientes que chegam entre 4h30 e 6h depois dos primeiros sintomas do AVC. Trata-se, porém, de um procedimento caro, que não está disponível na maioria dos hospitais brasileiros por falta de recursos e equipe. Além disso, o paciente tem que ser socorrido rapidamente, o que não acontece na maioria dos casos.
Participaram do estudo 500 pacientes que sofreram de um derrame. Cerca de 90% deles fizeram o tratamento convencional com remédios trombolíticos, que desfazem o coágulo. Dos que tomaram a droga, metade também foi submetida a um segundo tratamento, como a cirurgia endovascular, até seis horas depois de ocorrer o AVC.
Os pesquisadores constataram que um em cada cinco pacientes que apenas tomou o trombolítico conseguiu ter uma vida normal depois do derrame. Já entre aqueles que foram submetidos ao procedimento cirúrgico, um em três seguiu a vida normalmente depois do derrame.
“Nossos resultados mostram que os pacientes com AVC isquêmico têm um maior benefício no que diz respeito à recuperação funcional quando o tratamento intra-arterial é feito até 6 horas após o derrame acontecer”, dizem os autores.
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