terça-feira, 26 de março de 2019

Uma pílula contra a obesidade começa a ser disponibilizada no Brasil

O medicamento para emagrecer age numa região específica do cérebro e aumenta a saciedade após as refeições

O cloridrato de lorcaserina foi aprovado para venda no Brasil em 2016, mas, por questões burocráticas e logísticas, só chega às farmácias mesmo agora em 2019.
A medicação, resultado de uma parceria entre os laboratórios Eurofarma e Eisai, poderá ser prescrita a indivíduos obesos – quando o índice de massa corporal, o IMC, está acima de 30 – ou a quem tem sobrepeso (IMC superior a 27) e possui outros problemas de saúde, como diabetes e hipertensão.
“Ganhamos mais uma opção segura e efetiva para lidar com essa doença tão complexa, o que nos permite individualizar melhor o tratamento conforme o perfil de cada paciente”, analisa a médica Maria Edna de Melo, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Mas atenção: nem precisamos dizer que não se trata de um pílula mágica. Sozinho, esse remédio não vai garantir resultados no longo prazo. Ele só deve entrar em cena após uma avaliação minuciosa do paciente.

Remédios disponíveis hoje para tratar o excesso de peso

Orlistate: diminui a absorção de gordura da dieta, que é eliminada nas fezes. Seu efeito na perda de peso é limitado.
Liraglutida: imita a ação do hormônio GLP-1, originalmente fabricado pelo intestino. O objetivo é induzir uma maior saciedade.
Sibutramina: antidepressivo com ação no sistema nervoso central. Como pode trazer riscos cardíacos, seu uso é bem controlado.
Lorcaserina: mexe com o neurotransmissor serotonina e faz com que o indivíduo se sinta satisfeito mesmo comendo menos.

sexta-feira, 22 de março de 2019

Conheça 6 causas inusitadas da infecção urinária

Intestino travado, pedras nos rins e obesidade são alguns dos fatores que podem responder por episódios recorrentes da doença. Fique atenta!

As diferenças entre o corpo da mulher e o do homem vão além daquelas que nos saltam aos olhos. O canal da uretra, por onde sai o xixi, é uma das diversidades que ficam escondidinhas. Enquanto na ala feminina essa via de saída mede cerca de 5 centímetros, na turma do Bolinha chega à incrível marca de 22 centímetros.
A consequência da discrepância não é nada vantajosa para as mulheres. Isso porque, nelas, bactérias que se metem a intrusas têm um caminho muito mais curto a percorrer até alcançar a bexiga. Quando chegam ao órgão, costumam fazer estragos. Daí a vontade de urinar fica intensa, há dor e a urina às vezes vem acompanhada de sangue. É a cistite, nome formal da infecção urinária, que acomete de 20 a 30% da população feminina em certa fase da vida.

1. Obesidade

O vínculo é indireto, mas existe. Acompanhe o raciocínio: quem está muito acima do peso costuma exibir dobrinhas em várias partes do corpo. A característica muitas vezes dificulta a perfeita higiene da região genital após urinar e cria o cenário perfeito para as bactérias fazerem a festa.
Mas atenção: a limpeza em excesso também não é boa. “Isso altera a flora vaginal, resultando em uma expulsão de bactérias protetoras dali”, esclarece Wladimir Alfer Júnior, urologista do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista. A recomendação é evitar duchas íntimas, sprays com aromas e outros itens capazes de desequilibrar a flora.

2. Segurar o xixi

“Não use banheiros públicos”… Está aí um conselho de mãe que se pode ignorar, tomando os devidos cuidado com superfícies sujas, é claro. É que xixi parado na bexiga por muito tempo cria o ambiente perfeito para a proliferação de bactérias do mal. “Urinar funciona como uma lavagem contínua”, informa o ginecologista José Geraldo Lopes Ramos, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Apesar de nada romântico, o ato também é indicado logo depois da atividade sexual, quando podem ocorrer microfissuras na região da uretra, facilitando a aderência de micro-organismos. Com uma escapadinha ao banheiro, você expulsa os pequenos invasores.
Leia também: Incontinência urinária quase dobra o risco de disfunção sexual

3. Diabetes

Qualquer moléstia que comprometa as defesas do organismo, deixando-as bem capengas, predispõe à infecção urinária. É o caso do diabetes e da aids. “Aí, nosso corpo não consegue se defender direito das bactérias”, justifica Rodolfo Borges dos Reis, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), regional São Paulo.
Certos medicamentos, como aqueles indicados para quem convive com o lúpus, e a prática excessiva de exercícios físicos também contribuem para a queda da imunidade.

4. Constipação

Na famosa prisão de ventre, os problemas vão além do desconforto abdominal. Pela anatomia feminina, as bactérias do trato gastrointestinal, empacadas, têm facilidade em migrar para a uretra, contaminando-a. “A culpada pela maioria dos episódios de cistite atende pelo nome de Escherichia coli. Essa é uma bactéria que vive no intestino, onde não cria problemas.
Mas, quando passa para a área da vagina, compete com micro-organismos que vivem naturalmente ali”, descreve Milton Skaff, daBeneficência Portuguesa. Daí, se a intrusa domina o terreno, cresce o risco de infecção. “De fato, nas pacientes constipadas detectamos uma maior colonização de micro-organismos do intestino na região vaginal”, confirma o especialista.

5. Camisinha

Calma! Não vá achando que nesse tópico você vai encontrar um sinal verde para dispensar o preservativo durante o sexo. Jamais. O único contratempo é que os espermicidas – substâncias responsáveis por matar os espermatozoides – modificam a flora vaginal, deixando as mulheres mais suscetíveis à ação maléfica das bactérias.
A saída, então, é procurar camisinhas sem o tal espermicida ou que tenham a substância na parte interna, para o gel ficar em contato apenas com o pênis.
6. Cálculo renal
“Em certos casos, as pedras que se formam nos rins são ocasionadas por uma bactéria que interfere na acidez da urina, facilitando o depósito de sais”, explica Fernando Almeida, chefe do Setor de Urologia Feminina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O problema? O risco de esse micróbio também financiar a temida cistite. “Há a possibilidade, inclusive, de o cálculo renal culminar direto no tipo mais grave da doença infecciosa, que é a pielonefrite”, alerta Skaff.
“Mas essa relação entre pedra no rim e infecção urinária é exceção, não a regra”, afirma o médico da Unifesp. De qualquer forma, o recado é sempre investigar. Assim, evita-se o uso constante de antibióticos e o surgimento de um exército perigoso de bactérias resistentes.

As duas faces do problema

A cistite é o tipo mais frequente de infecção urinária. Ela atinge a bexiga, e os sintomas incluem vontade de fazer xixi a todo momento, além de ardência e sangramento ao urinar. Antibiótico, analgésico e hidratação costumam dar conta do recado.
A pielonefrite, por sua vez, é a forma mais nefasta do quadro, pois a bactéria chega até os rins, causando febre e mal-estar. O tratamento é mais prolongado e pode exigir internação.

Vacina

Quem convive com a infecção urinária várias vezes ao ano pode recorrer a uma vacina para melhorar as defesas do corpo. Ela é um pouco diferente, para começar pela forma – ora, trata-se de um comprimido.
Tem outro detalhe: esse tratamento é indicado só para as mulheres atormentadas pela bactéria Escherichia coli, responsável por 85% dos episódios de cistite.

Antibiótico preventivo

Outro recurso capaz de reduzir as recorrências infecciosas é o uso profilático de antibióticos. Na prática, a paciente recebe doses baixas do medicamento – geralmente um quarto da quantidade utilizada normalmente – por cerca de seis meses.
Nesse meio-tempo, é possível que as bactérias provoquem novas infecções, porém o risco é menor. Para definir o melhor caminho e afastar a complicação, conte com acompanhamento médico.

quinta-feira, 21 de março de 2019

Campanha de vacina contra gripe começa no Amazonas. Por quê?

Alto número de casos de gripe pelo vírus H1N1 no Amazonas fazem o governo antecipar a campanha de vacinação em 2019. E no resto do país?

Começa nesta quarta-feira (20 de março) no Amazonas a campanha de vacinação contra a gripe de 2019. A mobilização no estado ocorre 21 dias antes do restante do país. Mas por quê?
Segundo nota do Ministério da Saúde, em 2018 foram notificados 17 casos e 3 mortes por todos os subtipos do influenza no Amazonas – desses, um episódio e uma morte foram atribuídos ao vírus H1N1. Acontece que, só do início de 2019 até março, o estado já contabilizou 666 casos suspeitos, sendo 107 confirmados por H1N1. No total, 28 pessoas morreram.
Seguindo uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), a campanha de vacinação tem como alvo:
“A situação da influenza no estado do Amazonas é atípica. É importante lembrar que a vacina não visa evitar só a propagação do vírus, mas sim casos e óbitos nos grupos prioritários”, afirma Wanderson Kleber, secretário do Ministério da Saúde. “Por isso, a população deve ficar atenta aos outros métodos de prevenção, como lavar as mãos com frequência e evitar sair de casa se estiver doente, principalmente para locais com aglomeração de pessoas”, arremata.
Como as vacinas acabaram de chegar no estado, estima-se que elas estarão disponíveis em todos os municípios até sexta, dia 22 de março. A meta é imunizar pelo menos 90% dos grupos elegíveis.

A campanha da gripe no resto do país

Ela comecará mais cedo em comparação com o ano anterior, segundo o governo. Em 2019, será realizada do dia 10 de abril ao 30 de maio, se não houver atrasos ou prolongamentos.
Na primeira etapa nacional, serão priorizadas as crianças de 1 a 5 anos de idade, gestantes e puérperas. A partir do dia 22 de abril, todo o público-alvo da campanha poderá se vacinar.

quarta-feira, 20 de março de 2019

Roupas que reduzem calor e odor e repelem insetos devem chegar ao mercado

Uma empresa brasileira cria métodos para conferir esses benefícios a vestimentas e outros produtos têxteis

No verão de 2020, indústrias têxteis devem levar ao mercado tecidos funcionais, capazes de reter menos calor, controlar o odor do suor, proteger contra o Sol e contra mosquitos como o Aedes aegypti – vetor da dengue, da febre amarela, do vírus chikungunya e do zika.
Algumas peças de vestuário com essas funcionalidades usam tecnologias desenvolvidas pela Nanox – uma empresa apoiada pelo Programa Fapesp de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e nascida no Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela Fapesp.
A empresa desenvolve, em parceria com indústrias têxteis, tecidos com partículas em escala nanométrica (a bilionésima parte do metro) com diferentes propriedades. Entre elas, a de controlar micro-organismos causadores de maus odores, de refletir a radiação eletromagnética do Sol e de liberar de modo controlado repelentes e inseticidas.
“Já temos alguns projetos encaminhados com indústrias têxteis em fase de desenvolvimento final de tecidos com essas propriedades”, disse Daniel Minozzi, cofundador e diretor de operações da Nanox, à Agência Fapesp.
As partículas desenvolvidas são feitas com diferentes materiais e podem ser adicionadas aos tecidos isoladamente ou combinadas para conferir as funcionalidades desejadas. As que controlam o odor, por exemplo, são à base de prata, zinco e cobre e têm propriedades bactericida, antimicrobiana e autoesterilizante.
Ao serem incorporadas às fibras de tecidos, essas nanopartículas protegem o material contra o crescimento de bactérias, fungos e ácaros causadores de mau cheiro e também evitam o amarelamento, de acordo com a empresa.
“Uma das vantagens dessas nanopartículas antimicrobianas, em comparação com outros produtos químicos incorporados a tecidos antiodor existentes no mercado, é que elas apresentam maior resistência à lavagem, à temperatura e à abrasão”, disse Minozzi. “Além disso, têm menor impacto ambiental e não causam alergia. Por isso, podem ser usadas em qualquer tipo de tecido que entre em contato direto com a pele, como os de roupas comuns, esportivas, íntimas, de cama e banho e uniformes profissionais”, exemplificou.
Já as nanopartículas que protegem contra o Sol e proporcionam maior conforto térmico podem ser aplicadas em roupas comuns, esportivas e de praia, além de cortinas e uniformes de profissionais que precisam ficar muito tempo expostos aos raios solares.
Nesse caso, os materiais funcionam como microespelhos e refletem raios infravermelho e ultravioleta que poderiam penetrar o tecido. Dessa forma, são capazes de diminuir em até 65% a transferência de calor para a roupa.
Em testes feitos pela empresa, um tecido com as partículas incorporadas apresentou uma redução de até 6,5 ºC na temperatura, em comparação com um mesmo tecido sem as partículas, ao serem expostos aos raios solares.
“Os tecidos existentes hoje para resguardar contra o Sol conferem proteção só contra os raios ultravioleta. As nanopartículas que desenvolvemos são capazes de refletir também os raios infravermelho. Dessa forma, diminuem o calor do tecido”, disse Minozzi. “É uma tecnologia totalmente inovadora.”

a tecnologia de nanopartículas de proteção contra insetos voadores e rastejantes representa uma inovação incremental, comparou o executivo.
A empresa não revela detalhes da tecnologia por questões de segredo industrial, mas afirma que envolve um sistema de aprisionamento de moléculas dos repelentes ou inseticidas nas nanopartículas e na fixação delas nos tecidos.
“Alguns dos principais problemas para colocar repelentes em tecidos são a questão do odor do produto e sua fixação após o processo de lavagem. Desenvolvemos um sistema que permite incorporar um inseticida ou um repelente a um tecido”, afirmou.

Nanopartículas bactericidas já estão no mercado

As moléculas com propriedades bactericida, antimicrobiana e autoesterilizante desenvolvidas pela Nanox são aplicadas hoje em uma série de produtos. Entre eles, utensílios plásticos e filmes de PVC para embalar alimentos, assentos sanitários, palmilhas de sapatos, secadores e chapinhas de cabelo, tintas, resinas e cerâmicas e na superfície de instrumentos médicos e odontológicos, como pinças, brocas e bisturis.
Os maiores mercados da empresa hoje são os de eletrodomésticos de linha branca, como refrigeradores, além de bebedouros de água e aparelhos de ar condicionado, tapetes e carpetes.
“Como trabalhamos nesse segmento de tapetes e carpetes há oito anos, nossa entrada mais efetiva, agora, no segmento têxtil foi um caminho natural”, avaliou Minozzi.
Este conteúdo foi produzido originalmente pela Agência Fapesp.

segunda-feira, 18 de março de 2019

Remédio moderno para hemofilia agora pode ser aplicado em mais pacientes

Antes restrito a um subgrupo de pessoas com hemofilia A, o medicamento emicizumabe, mais cômodo e eficaz, teve sua indicação estendida pela Anvisa

O tratamento para a hemofilia, uma doença que provoca sangramentos prolongados – internos ou externos –, segue avançando a passos largos. Prova disso é a ampliação da indicação de um remédio de última geração, o emicizumabe, da farmacêutica Roche, para praticamente todos os pacientes com hemofilia A (um subtipo do problema que responde por 80% de todos os casos).
Até pouco tempo atrás, essa droga estava restrita aos pacientes com hemofilia A que desenvolvem inibidores ao fator de coagulação VIII. Calma que a gente explica passo a passo.
A hemofilia é marcada pela deficiência de alguns fatores de coagulação. No caso da versão A, o que falta no organismo é o fator VIII. Ele nada mais é do que uma das moléculas que ajudam a coagular o sangue – e, portanto, a fechar feridas internas ou externas.
Acontece que 30% dos pacientes, ao reporem essa carência com versões artificiais do fator de coagulação, acabam desenvolvendo os tais inibidores. Estamos falando de partículas criadas pelo próprio organismo que neutralizam o tratamento.
O emicizumabe, por sua vez, consegue “imitar” a ação do fator de coagulação VIII sem ser bloqueado pelos inibidores. Daí por que recebeu aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser administrado nesses indivíduos em julho de 2018.

A novidade no tratamento da hemofilia

De acordo com o estudo Haven 3, o emicizumabe reduziu o índice de sangramentos em 96% nos pacientes com hemofilia A sem inibidores do fator de coagulação – isso quando comparado a outros enfermos que não passaram por nenhum tratamento preventivo.
Além disso, a droga reduziu em 68% a taxa anual de sangramento, mesmo quando comparada à reposição do fator de coagulação VIII. Ou seja, segundo esse trabalho, ela seria mais eficiente que o tratamento convencional – que já é bom, diga-se de passagem.
Graças a essas descobertas e a pedido da Roche, a Anvisa estendeu a indicação do emicizumabe para os pacientes com hemofilia A em geral – com ou sem inibidores do fator de coagulação VIII.
Fora a eficiência, o remédio é aplicado só uma vez por semana e com injeções subcutâneas. Já o tratamento atual envolve picadas intravenosas pelo menos três vezes na semana.
Só tem um adendo: esse estudo focou em adultos e adolescentes com pelo menos 12 anos de idade. Por outro lado, a bula anterior da medicação afirma que ele pode ser utilizado em todas as faixas etárias.
Em resumo, o uso desse fármaco depende de uma conversa com o médico, que vai avaliar cada caso. Cabe lembrar que ele não está disponível no Sistema Único de Saúde e não é voltado para a hemofilia do tipo B. Felizmente, essa categoria do problema também teve boas notícias nos últimos anos.

sexta-feira, 15 de março de 2019

Caso de meningite meningocócica é confirmado no Rio de Janeiro

Aluno da 3ª série de turma preparatória para o vestibular em medicina da unidade da Tijuca do Colégio PENSI está afastado desde o dia 6

Por Simone Ronzani *
Caso de meningite foi confirmado em escola particular no Rio
Caso de meningite foi confirmado em escola particular no Rio -
Rio - Uma estudante da 3ª série, da turma preparatória para o vestibular de medicina do turno da manhã, do Colégio PENSI, unidade Tijuca II (Barão de Mesquita), teve o diagnóstico de meningite meningocócica confirmado pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS). Ontem (13/03), o colégio enviou um comunicado informando o caso às famílias.
Segundo pais de alunos da unidade, a estudante está afastada desde o dia 06/03. Em nota, a Superintendência de Vigilância em Saúde disse que acompanha o caso, o único do município, e que o estado de saúde da paciente é estável. Amanhã (15/03) de manhã, será realizada uma ação, na instituição, com profissionais de saúde do Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão.
De acordo com informações da escola, os alunos da referida turma e professores que trabalharam no dia 01/03 serão medicados e terão as cadernetas de vacinação avaliadas. Além disso, também acontecerá uma palestra com esclarecimentos e orientações sobre a doença para os alunos e responsáveis.
Transmissão
De acordo com Alberto Chebabo, médico infectologista do hospital Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ), a meningite meningocócica é muito preocupante por conta de sua rápida evolução, alta letalidade e potencial de surtos e epidemias. "A transmissão se dá através de gotículas de saliva ou secreção expelidas por indivíduos infectados ao falar, tossir, espirrar ou beijar. Professores, colegas e familiares do aluno deverão ser medicados com antibiótico e monitorados", explicou o especialista.
Sobre a doença
A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causada por diversos agentes infecciosos (bactérias, vírus ou fungos).
A meningocócica é uma meningite bacteriana e é considerada uma das formas mais graves e preocupantes da doença. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2018, foram registradas 1.072 ocorrências de doença meningocócica no Brasil e 218 mortes.
Sintomas
febre alta;
dor de cabeça;
rigidez do pescoço ou da nuca;
mal estar;
náusea;
vômito;
fotofobia (aumento da sensibilidade à luz) ;
confusão mental;
Conforme o quadro se desenvolve, acrescenta-se à lista convulsão,
delírio, tremor e coma.
Comunicado da Escola:
"Caros responsáveis,
Infelizmente nos obrigamos a comunicar que tivemos um caso de Meningite Meningocócica em um dos discentes da 3ª série medicina manhã. Sendo assim, estamos informando a todos os pais da nossa comunidade, para que se quiserem, tomem as medidas preventivas, procurando naturalmente o auxílio médico ou de posto de saúde.
Estamos em contato com a Secretaria de Saúde e caso seja necessário alguma medida individual, será feito o contato com o responsável pelo aluno.
O discente em questão está afastado desde a semana anterior ao recesso de carnaval, mas mesmo assim, tão logo fomos informados do fato, achamos por bem avisar a todos, visto que o período de incubação da doença varia de 2 até 10 dias. Estamos à disposição para quaisquer outras informações e esperamos que nada mais aconteça e que ocorra plena e rápida recuperação do aluno em questão".
NOTA – SMS
"A Superintendência de Vigilância em Saúde esclarece que:
- acompanha um único caso de paciente com meningite, registrado no colégio. A jovem está estável. As medidas de vigilância epidemiológica foram adotadas.
- uma ação com profissionais de saúde do Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão será realizada na instituição de ensino amanhã (15)".
Nota – PENSI
"A direção da unidade Pensi Tijuca II confirma o caso do aluno com Meningite Meningocócica, matriculado em curso preparatório para Medicina da turma da manhã, e está atuando em parceira com a Secretaria de Saúde, cumprindo todos os procedimentos cabíveis em um caso nessa natureza. A escola comunicou aos pais da escola, para que se quiserem, busquem as medidas preventivas através de auxílio médico ou no posto de saúde. Caso seja necessário alguma medida individual, será feito o contato com o responsável.
O aluno infectado está afastado da escola desde a semana anterior ao recesso de carnaval, mas tão logo a escola foi informada do fato, foi feita a devida comunicação à comunidade escolar, visto que o período de incubação da doença varia de 2 até 10 dias. Profissionais da Secretaria de Saúde estarão presentes na unidade na sexta-feira (15/03), a partir das 9h com o objetivo de medicar os alunos da referida turma e professores que trabalharam no dia 1 de março.
Foi solicitado que cada aluno leve a sua caderneta de vacinação para avaliação dos profissionais de saúde e a devida autorização entregue a eles, preenchida e assinada pelos responsáveis para que seja ministrada a medicação. Profissionais de Saúde vão realizar na unidade também uma palestra com esclarecimentos e orientações para os alunos e responsáveis interessados da turma".
* Especial para O DIA

quinta-feira, 14 de março de 2019

Métodos para aumentar o pênis são contraindicados

Nem cirurgia nem nada: nenhuma técnica de alongamento peniano é comprovadamente eficaz (ou segura), segundo um parecer da Sociedade Brasileira de Urologia

Sobram promessas na internet de cirurgias ou outros métodos que supostamente alongam ou engrossam o pênis dos homens. Mas não caia nelas! A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) acaba de publicar um parecer sobre o assunto, que é categórico: “Várias técnicas de alongamento e/ou aumento da espessura peniana têm sido descritas, mas nenhuma se mostrou efetiva e segura”.
Pior: esses procedimentos têm potencial para desencadear efeitos colaterais bem desagradáveis. “Eles podem levar a deformidades, disfunção erétil, […] infecções, áreas anestesiadas, encurtamento peniano, entre outros”, afirma Carlos Da Ros, urologista e chefe do departamento de Sexualidade e Reprodução da SBU, em comunicado.
De acordo com o documento, a maioria dos homens que busca esses serviços possui um pênis de tamanho normal. Nesses casos, o interesse pelo aumento peniano envolve a expectativa de ter um melhor desempenho sexual – ou mesmo transtornos de imagem nos quais o paciente enxerga seu órgão como sendo menor do que realmente é.
“A orientação ética e honesta é não operar, e sim tratar o transtorno psicológico/emocional”, alerta a diretriz.
Atualmente, algumas técnicas para aumentar o pênis estão em fase experimental. Acontece que elas só devem ser realizadas em um ambiente controlado, com consentimento do paciente.
Ou seja, ele precisa saber que faz parte de uma pesquisa – e obviamente não pode pagar por isso. Isso vai de eventuais “exercícios” a cirurgias, passando pelo uso de dispositivos. E nem precisamos dizer que só um especialista será capaz de identificar se é o caso ou não de recorrer a eventuais estratégias experimentais.
“A Sociedade Brasileira de Urologia, através do seu Departamento de Medicina Sexual e Reprodução, contraindica esta prática e reforça que não há estudos ou dados científicos que confiram credibilidade, eficácia ou segurança de qualquer técnica de aumento das dimensões penianas”, diz o documento.
Para acessar o parecer completo da SBU, clique aqui.

quarta-feira, 13 de março de 2019

Combater a asma grave exige fôlego do paciente

Diagnóstico preciso e tratamento contínuo são essenciais para prevenir as crises dessa versão mais intensa da doença respiratória

A asma é uma doença respiratória que afeta cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Estimativas apontam que, da população com esse problema crônico, entre 5% e 10% apresentam a forma mais grave, que causa falta de ar, inúmeras idas ao hospital e perda da qualidade de vida. Esse quadro severo também é marcado por episódios constantes de crises (as chamadas exacerbações), mesmo com o tratamento adequado, que inclui altas doses de corticoide inalatório e oral diariamente.
Vale ressaltar que o diagnóstico preciso é de extrema importância para distinguir uma asma tratada inadequadamente de outra realmente grave, que inclusive possui maior propensão de levar à morte.
Compete a nós, médicos envolvidos diariamente com o tema, fazer um diagnóstico preciso para chegarmos ao tratamento mais eficaz. Na outra ponta, o paciente deve entender e exercer, na prática, o papel de comprometimento com o tratamento que lhe cabe. Ou seja, ser fiel ao que lhe foi prescrito.
Isso porque é comum a interrupção dos medicamentos nos períodos sem sintomas. O raciocínio é simples. Como estou bem, não preciso me cuidar mais – pois é exatamente aí que mora o perigo.
Não podemos nos esquecer que o controle preventivo, que permite uma vida sem sustos e longe das perigosas exacerbações causadas pela asma, só é possível graças ao tratamento determinado pelo médico. E o uso dos remédios e de outras táticas requer disciplina e continuidade, mesmo durante os períodos em que a doença, teoricamente, não apresenta manifestações.
Essa prática deve ser adotada no ano inteiro – seja no frio, com as baixas temperaturas, ou no calor, quando o clima é mais seco.

É justamente quando a pessoa entra numa certa “zona de conforto” e deixa de tomar o medicamento por achar que está segura que surgem as crises e as internações, aumentando o risco de óbito. Ao falarmos sobre asma, ainda mais de sua forma grave, a adesão contínua e ininterrupta à terapia indicada é essencial.
Seguir essa estratégia aumenta a chance de uma rotina normal, diminui as idas emergenciais ao hospital e reduz possíveis complicações. Aliás, a versão grave da asma é responsável por mais de 50% do custo total dos investimentos em tratamento com essa enfermidade.
A boa notícia: recentemente, tivemos um avanço significativo com a chegada de terapias modernas que até devolver uma rotina normal de atividades ao paciente. A evolução no manejo da asma grave passou a contar com tecnologias seguras que auxiliam no controle da doença.
Um desses exemplos é o anticorpo monoclonal humanizado que pretende suprir uma necessidade não atendida, impactando positivamente na qualidade de vida do indivíduo. De acordo com os estudos clínicos, essa medicação pode diminuir em 50% o uso de corticoides orais e 60% o número de internações hospitalares e as visitas à emergência causadas pelas exacerbações.
Apesar dessas ferramentas, a adesão ao tratamento no Brasil ainda é ruim, porque não se tem a noção de que a asma pode matar. A pessoa melhora e deixa a terapia de lado.
Como já reforçamos, o indicado é seguir prolongadamente as indicações médicas para que o indivíduo tenha uma vida mais próxima do normal possível.
*Roberto Stirbulov, médico pneumologista, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

terça-feira, 12 de março de 2019

SP teve maior número de acidentes com escorpião em 30 anos. Como evitar?

A quantidade de pessoas atendidas após uma picada de escorpião vem crescendo. Saiba como se prevenir e o que fazer em uma emergência

O estado de São Paulo registrou, em 2018, o maior número de acidentes com escorpiões nos últimos 30 anos – um total de 30 707 casos, além de 13 mortes. Mais: dados do Centro de Vigilância Epidemiológica mostram que a curva de notificações mantém-se em ascensão desde 2012. Tanto que, nos primeiros dois meses de 2019, 4 025 episódios já haviam sido contabilizados, com dois óbitos.
Em janeiro, o Ministério da Saúde alertou que o período do verão, de dezembro a março, exige mais cuidado em relação aos acidentes com escorpiões, já que o clima úmido e quente é ideal para o aparecimento desse tipo de inseto, que se abriga em esgotos e entulhos.
De acordo com o governo, os escorpiões que habitam o meio urbano alimentam-se principalmente de baratas e são comuns também em locais próximos a áreas com acúmulo de lixo.

Como evitar picadas de escorpião

Para não deixar os escorpiões entrarem em casas e apartamentos, recomenda-se usar telas em ralos de chão, pias e tanques, vedar frestas nas paredes e colocar soleiras nas portas. Outras medidas são afastar camas e berços das paredes e examinar roupas e calçados antes de usá-los.
Em áreas externas, as principais dicas são manter jardins e quintais livres de entulho, folhas secas e lixo doméstico. Também é importante colocar todo o lixo da residência em sacos plásticos bem fechados para evitar o aparecimento de baratas. Como dissemos, elas servem de alimento e, portanto, atraem os escorpiões.
Além disso, apare o gramado com frequência. Também não se deve pôr a mão em buracos embaixo de pedras ou em troncos apodrecidos.
É importante usar luvas e botas de raspas de couro durante atividades que representem risco, como manusear entulho e realizar trabalhos de jardinagem.
Nas áreas rurais, o Ministério da Saúde ainda alerta que é essencial preservar os chamados inimigos naturais dos escorpiões. Ou seja, respeite os lagartos, os sapos e as aves de hábitos noturnos, como a coruja.
E atenção: não se recomenda o uso de produtos químicos (pesticidas) para o controle de escorpiões. Além de não terem eficácia comprovada para o controle do animal em ambiente urbano, podem fazer com que estes deixem seus esconderijos, aumentando a chance de acidentes.

O que fazer em caso de acidentes

A orientação é ir imediatamente ao hospital de referência mais próximo. Se possível e se for seguro, leve o inseto ou uma foto para identificação da espécie. Limpar o local da picada com água e sabão pode ser uma medida auxiliar, desde que não atrase a ida ao serviço de saúde.
O ministério alerta que nem todo acidente com escorpião exige a aplicação de soro. Os casos leves, que não necessitam desse tratamento, representam cerca de 87% do total. O soro é indicado em quadros moderados ou graves.
Este conteúdo foi publicado originalmente pela Agência Brasil.

segunda-feira, 11 de março de 2019

A mais potente arma contra a depressão

EUA liberam remédio que tira pacientes de crises graves em duas horas. Festejada no mundo todo, a droga é apontada como uma revolução no tratamento da doença

Crédito: solidcolours
RIGOR NO USO Em forma de spray nasal, o Spravalato só pode ser aplicado pelo médico (Crédito: solidcolours)
É a maior novidade no tratamento da depressão em 33 anos. Na terça-feira 5, a Food and Drug Administration, agência americana responsável pela aprovação de medicamentos, liberou para a comercialização nos Estados Unidos o Spravato, nome comercial da droga inalável produzida pela Janssen Pharmaceuticals Inc que tem como composto principal a esketamina. Trata-se de uma parte da molécula da ketamina, um anestésico conhecido há décadas pela medicina e que, nos anos recentes, vinha se mostrando por meio de estudos científicos como uma das mais poderosas armas contra a depressão.
O remédio recebeu o sinal verde para a venda depois de passar pelo regime de aprovação urgente, aplicado somente a drogas que apresentam desempenho muito superior aos existentes. De acordo com a maioria das pesquisas, a esketamina de fato representa uma revolução contra a depressão. Sua administração tira os pacientes de crises graves em duas horas ou em dias, no máximo, afastando ideias suicidas e reduzindo a apatia que não deixa o indivíduo sequer da sair da cama, em muitos casos. Nenhum outro faz isso em tão pouco tempo. Em geral, os medicamentos levam semanas ou meses para fazer efeito.
Além desta limitação, estima-se que os remédios sejam inócuos para 30% dos pacientes. Isso ocorre por diversos motivos, entre algumas características genéticas do paciente que resultam na ineficiência das medicações. É por seu conjunto de atributos que o Spravato anima os médicos da mesma forma que o Prozac (fluoxetina), o primeiro antidepressivo, quando foi lançado em 1986. “Agora finalmente temos um remédio que funciona rapidamente contra uma doença tão grave”, explica o psiquiatra Todd Gould, professor da Universidade de Maryland (EUA) e não envolvido com as pesquisas feitas pela Jannssen.
A depressão é uma doença psiquiátrica que afeta 322 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, são 11,5 milhões de indivíduos. Junto com a ansiedade, a enfermidade compõe uma bomba relógio em termos de saúde pública. Ambas são responsáveis por índices elevados de incapacitação para o trabalho, redução de produtividade e estão associadas ao desenvolvimento de outras doenças, como o infarto e a diabetes. A incidência das duas só cresce — entre 2005 e 2015, os casos de depressão aumentaram 18% —, obrigando a ciência a correr atrás de opções eficazes e acessíveis.
A depressão é uma enfermidade de causa multifatorial, incluindo predisposição genética e ambiente. É caracterizada por um desequilíbrio na ação de substâncias que fazem a comunicação entre os neurônios (neurotransmissores), como a serotonina e a noradrenalina, envolvidos no processamento cerebral das emoções. Até hoje, os antidepressivos atuavam basicamente sobre esses compostos, tentando reequilibrar sua disponibilidade para devolver ao cérebro a capacidade de processar o humor adequadamente.
Até agora não se sabe exatamente o mecanismo de ação da ketamina. Concorda-se que ela atua sobre o glutamato, também um neurotransmissor, mas que até os anos 1990 não havia entrado no radar dos estudos sobre a depressão. No entanto, os resultados observados com a ketamina, ainda como anestésico e sabidamente atuante sobre o glutamato, levaram à conclusão de sua eficácia contra a depressão. Hoje, muitas clínicas usam a ketamina, administrada por via endovenosa, no tratamento para a doença. É uma utilização fora do rótulo e sem aprovação oficial. É importante que os pacientes não se submetam a tratamentos assim, até porque a substância apresenta riscos de episódios alucinatórios e de dependência. Por isso, qualquer tentativa de uso deve ser feita sob estrito controle médico, como os realizados em estudos conduzidos em instituições como a Universidade Federal de São Paulo.
O remédio agora liberado, feito apenas com uma parte da ketamina, exige também muito cuidado na administração (leia quadro). Só dessa maneira novidades como essa realmente beneficiam os pacientes e os deixam longe dos perigos do uso inadequado.

sexta-feira, 8 de março de 2019

Em live, Bolsonaro sugere que pais rasguem páginas sobre educação sexual de caderneta

Presidente disse ainda que discutiu o assunto com o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, e decidiu que a Caderneta de Saúde da Adolescente fosse reformulada

Por O Dia
Em live, Bolsonaro sugere que pais rasguem páginas sobre educação sexual de Caderneta
Em live, Bolsonaro sugere que pais rasguem páginas sobre educação sexual de Caderneta -
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira, durante uma transmissão ao vivo, que vai reformular a Caderneta de Saúde da Adolescente, divulgada pelo Ministério da Saúde, por considerar suas ilustrações inadequadas. Bolsonaro ainda sugeriu que os pais rasguem as páginas dedicadas a educação sexual.
"Então, é uma sugestão. Quem tiver a cartilha em casa, dá uma olhada porque vai estar na mão dos seus filhos, e, se você achar que é o caso, tira essas páginas que tratam desse tipo de assunto", disse o presidente, ao lado dos generais Otávio Rêgo Barros, porta-voz do governo, e Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional.
A Caderneta de Saúde da Adolescente tem ilustrações sobre como usar a camisinha masculina, desde a abertura de sua embalagem ao modo como deve colocá-la e, depois da relação sexual, retirá-la do pênis. Na live, Bolsonaro mostra para a câmera uma página com desenho de uma vulva, cujo texto fala de higiene íntima.
Jair ainda destacou que a caderneta foi feita durante o governo Dilma e impressa em grande quantidade. "São 40 páginas, tem muitas informações boas, precisas, mas o final dela fica complicado, no meu entendimento. Se você, pai ou mãe, achar que não, é direito teu".
Por fim, o presidente disse que discutiu o assunto com o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, e decidiu que a cartilha fosse reformulada. "Expus o problema e então a solução, a decisão que ele tomou: vai fazer uma nova cartilha, com menos páginas, mais barata, sem essas figuras aqui no final e vamos rapidamente distribuir, recolher essas anteriores".

quinta-feira, 7 de março de 2019

Quando o mundo gira ao seu redor…

... e ninguém liga. Milhares de pacientes com tontura passam anos sendo tratados de forma errada. Mas, para curar uma das vertigens mais comuns, basta uma manobra na cabeça e tudo volta ao lugar

Crédito: istockphoto
“É preciso aumentar o nível de informação sobre o assunto entre os médicos” Saulo Nader, neurologista HC/SP (Crédito:MARCO ANKOSQUI)
A medicina cura o câncer, cria vacina contra novas doenças, faz pessoas paralisadas retomarem movimentos. Mas há determinadas condições que atormentam as pessoas a vida toda e que, por vários motivos, permanecem na periferia das doenças e sintomas, aquelas às quais costuma-se dar menos importância. Sentir tontura é um desses casos. É comum que todos tenham alguns episódios ao longo dos anos, mas há muita gente que sofre diariamente com a sensação de que o mundo ao redor gira ou balança e passa anos em busca de ajuda. Em geral, vão de consultório em consultório e, em quase todos, ouvem a notícia de que têm labirintite. Tomam remédios, porém sem melhora. Simplesmente porque não se trata de labirintite, mas de um tipo de tontura que pode ser curada com apenas uma manobra específica na cabeça. Alguns movimentos feitos do jeito certo e o inferno acaba. O mundo volta ao seu lugar.
Fala-se aqui de uma condição chamada Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB), responsável por 70% dos casos de vertigem. O grande problema é o enorme desconhecimento que existe entre os médicos sobre a doença e as tonturas em geral. Primeiro porque o sintoma pode ser sinal de muita coisa: há a tontura de origem clínica, como a causada por uma diabetes fora do controle, a de fundo cardíaco, que provoca queda transitória de pressão arterial, e as vertigens, como a VPPB, associadas à doenças no sistema vestibular, um conjunto de estruturas que controla o equilíbrio, a coordenação e a postura. Além da falta de informação, a maioria dos médicos não tem lá muita paciência em ir a fundo nesta queixa do paciente e prefere tratá-la como se fosse labirintite e pronto. Contrariamente ao senso comum, porém, labirintite é algo raro. Trata-se de uma infecção nos labirintos, partes do sistema vestibular que captam os movimentos da cabeça. “Ela ocorre por causa de uma complicação incomum dos ouvidos ou de uma meningite”, explica o neurologista Saulo Nader, colaborador do grupo dos Distúrbios Vestibulares e do Equilíbrio da Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Integrante também da Academia Brasileira de Neurologia, Nader é um dos pouquíssimos neurologistas especializados no tratamento de tontura no Brasil. O trato da enfermidade é dividido com os otorrinolaringologistas, com maior número de especialistas mas, mesmo assim, em quantidade insuficiente para dar conta do estrago causado pelas tonturas e pela VPPB especialmente. Não há estatísticas brasileiras, mas de acordo com levantamento da Academia Americana de Otorrinolaringologia, 86% dos pacientes que sofrem dessa vertigem interrompem alguma atividade diariamente ou perdem dias de trabalho, 68% têm a produtividade reduzida e 6% deixam o trabalho por causa da doença. “Os números mostram que ela tem impacto enorme na vida das pessoas”, afirma Neil Bhattacharyya, da entidade americana.
Cura rápida
A VPPB é causada pelo alojamento no lugar errado de cristais de cálcio presentes em um líquido de consistência gelatinosa que existe no centro dos labirintos. A movimentação desse líquido permite aos labirintos captarem as informações do movimento a serem enviadas ao cérebro. São variadas as razões do deslocamento anormal dos cristais. Vão desde uma batida na cabeça até a permanência muito longa da cabeça em posição estranha, como as que ficam encanadores debaixo de pias, olhando para cima, ou dentistas quando precisam examinar e fazer procedimentos na arcada superior. “Na maioria das vezes, porém, não sabemos a causa”, explica Nader.
Diagnosticada por meio de um exame clínico, a doença pode ser curada facilmente com a aplicação da manobra Epley (nome dado em homenagem ao criador, o médico John Epley). A manipulação da cabeça recoloca os cristais no lugar e a pessoa sai do consultório sem sentir mais nada. Normalmente um procedimento basta para que a vertigem cesse inteiramente. “É a cura simples e rápida. Pena que seja tão pouco usada”, afirma o neurologista Kevin Kerber, da Universidade de Michigan (EUA). “As pessoas ouvem a vida toda que não têm nada, que precisam esperar e, pior, muitas vezes são instruídas a tomar remédio sem necessidade”, complementa o especialista. Kevin é autor de um trabalho publicado no jornal da Associação Americana de Neurologia no qual afirma que vídeos disponíveis no Youtube demonstram a manobra corretamente e podem ser usados por médicos que desejam aprendê-la. A Academia Brasileira de Neurologia também se esforça para tornar o tema mais conhecido, levando o alívio a mais gente.

sexta-feira, 1 de março de 2019

Diabetes e Carnaval: 8 dicas para não deixar amarga sua doce folia

Os diabéticos também tem direito à diversão nos blocos de Carnaval. Eles só precisam tomar alguns cuidados, que são listados pelo nosso colunista

 
O Carnaval é uma festa popular esperada por todos o ano inteiro. Muitos dizem até que o ano começa só após esse feriado. Justamente para tudo não “começar” errado em 2019, temos aqui 8 dicas de ouro voltadas para a pessoa com diabetes.
Com elas, o Carnaval não corre o risco de amargar:

1- Ter sempre o cartão de identificação informando que possui diabetes

Durante a folia, um estado de glicemia alto ou baixo demais pode ser confundido com embriaguez. Por isso, um cartão de identificação salva vidas!

2- Não se esquecer de guardar uma fonte de açúcar no bolso

A melhor opção é o sachê de açúcar líquido. Ele deve ser usado em caso de hipoglicemia e possui embalagem plástica (não rasga e pode ser molhada).

3- Medir a glicose com mais frequência durante a folia

Nas festas, é fundamental checar a glicose com mais regularidade. Se a rotina muda, as glicemias também podem mudar. Essas avaliações frequentes guiarão as condutas do paciente.

4- Ter sempre os medicamentos em mãos ou uma caneta/seringa de insulina

O diabetes não tira folga. Mesmo durante as brincadeiras de Carnaval, pode ser necessária a correção da glicose.

5- Alimentar-se em casa antes de sair para as festas

Isso faz com que o paciente não caia na armadilha de, durante a farra, ingerir alimentos altamente calóricos (que alteram mais a glicemia), com mau estado de conservação etc.

6- Ingerir líquidos com frequência

A água é a melhor opção. Evite bebidas muito calóricas, como sucos. Elas podem elevar demasiadamente as glicemias em um momento um pouco mais complicado de controlá-las.

7- Tomar cuidado com as bebidas alcoólicas

Elas podem promover tanto níveis bem baixos de glicose no sangue como também muito elevados. O ideal é não ingerir álcool.
Mas, se fizer isso, que seja com moderação – e intercalando os goles com muita água e medição frequente de glicose.

8- Usar calçados confortáveis

As multidões normalmente tomam conta da folia. Horas e horas a fio dançando, brincando… As bolhas nos pés podem surgir!
Mais: onde há multidões, há tropeções, pisadas nos pés, machucados. Por isso, é importante colocar calçados fechados e meias de algodão para evitar machucados, feridas e bolhas.
Lembre-se: pessoas com diabetes devem ter cuidados redobrados com os pés.