quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Sombra do H1N1

Com vacinas e reforço nas atividades de prevenção, governo se prepara para um possível avanço da gripe suína em 2010
Rodrigo Couto

Responsável pela morte de quase dois mil brasileiros, a influenza A (H1N1), mais conhecida como gripe suína, deve contaminar mais pessoas e provocar um número maior de vítimas em 2010. Apesar de não ter divulgado estimativas, o Ministério da Saúde confirma a possibilidade de a doença avançar com mais força no território nacional nos próximos meses, sobretudo a partir de abril, quando as temperaturas começam a cair na maioria das regiões. A Organização Mundial da Saúde (OMS)(1) tem posicionamento similar ao do governo do Brasil: é prematuro declarar que a pandemia da nova gripe chegou ao ápice. Até o fim de novembro, mês da aferição mais recente com os dados da enfermidade, exatas 27.850 infecções foram detectadas no país (veja quadro).
Mesmo com as perspectivas negativas para o país, o comerciante Edson Rocha, 52 anos, que contraiu a doença em junho, coleciona motivos para comemorar no último dia de 2009. “Foi a gripe mais forte que tive. Fiquei quatro dias sentindo febre e fortes dores nas articulações. Somente no quinto dia decidi procurar um médico. Agradeço a minha filha, que insistiu em buscar ajuda profissional, e ao remédio (cloridrato de moxifloxacino), que me curou. Aliás, minha vida custou R$ 149”, diz, referindo-se ao valor do medicamento.
Depois de uma semana de repouso em casa, a pedido do médico, Edson mudou hábitos e começou a difundir informações sobre a gripe. “Passei a lavar as mãos com frequência e comprei álcool em gel para me proteger.” Proprietário de uma empresa que fabrica placas e carimbos, o comerciante decidiu imprimir 50 cartazes de plástico com orientações para evitar o contato com o vírus. “Aproveitei que a UnB (Universidade de Brasília) havia me encomendado um material e mandei fabricar do meu próprio bolso esses impressos. Já distribuí no restaurante onde almoço aqui em Brasília e no Piauí, onde tenho raízes”, afirma, lembrando que gastou R$ 795 com a iniciativa. Em uma comemoração bem brasileira, Edson festeja o ano-novo. “Por tudo o que passei, quero brindar 2010 com uma cerveja bem gelada.”
As previsões de recrudescimento da gripe suína por parte da esfera pública não são as mesmas de especialistas ouvidos pelo Correio. Professor de doenças infecciosas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edimilson Migowski condiciona o controle da enfermidade ao cumprimento do plano estabelecido pelo Ministério da Saúde. Se o ministro (José Gomes Temporão) conseguir colocar em prática o que planejou, o país não enfrentará problemas”, frisa. Na avaliação do infectologista, o fato de a população estar bem informada é positivo. “Por conta dessa mudança de hábito (lavar mais as mãos), houve uma grande redução de infecções hospitalares e de doenças contagiosas como conjuntivite e diarreia, por exemplo”, observa.

Vacinas
Do crédito suplementar de R$ 2,168 bilhões, aprovado em outubro pela Medida Provisória (MP) 469, R$ 1,06 bilhão vai ser usado na compra de vacinas para proteger a população. A um custo de R$ 447,7 milhões, o governo federal fechou a compra do primeiro lote de soluções em novembro. Serão 40 milhões de doses a serem entregues no primeiro semestre de 2010. A expectativa é que a vacinação ocorra entre março e abril, antes da chegada do frio. Uma coisa é certa: não haverá vacina para todos. Por isso, o ministério precisa delimitar o público-alvo, ainda não definido. Um dos grupos a serem beneficiados é o das gestantes. Das 1.632 mortes causadas pela gripe, 156 (28,5%) estavam grávidas.
A pasta ainda vai adquirir vacinas produzidas pelo Instituto Butantan, único produtor na América Latina, e também por meio do Fundo Rotatório da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). A quantidade da nova remessa deve ser anunciada pelo ministro José Gomes Temporão em janeiro. O governo diz ter estoque de 6,6 milhões de tratamentos, sendo 421 mil kits prontos (encapsulados) e outros 6,2 milhões em matéria-prima para ser dissolvida.
Com dez óbitos e 668 casos confirmados de gripe A, a Secretaria de Saúde do DF não espera aumento de infecções no próximo ano. “A disseminação da gripe suína obrigou os profissionais a se prepararem para o certo caos causado pela doença nos hospitais públicos e privados. Se somarmos isso à disponibilização da vacina, ao trabalho conjunto das secretaria de educação e de saúde e ao bom nível de esclarecimento da população, acreditamos que não haverá pico da enfermidade em 2010”, diz o chefe do núcleo de controle de doenças imunopreviníveis da Secretaria de Saúde do DF, José Edson Pellicano.

1 - Mundo em alerta
Na terça-feira, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, afirmou que é muito cedo para declarar que a pandemia de gripe suína chegou ao ápice em todos os continentes. De acordo com ela, ao contrário dos Estados Unidos, Canadá e alguns países do hemisfério norte, onde foi registrado o maior pico de infecções, nem todas as nações atingiram seus mais elevados índices de casos, uma vez que o inverno mal começou.

Mapa da gripe suína
Desde a confirmação dos quatro primeiros casos da enfermidade no Brasil em 7 de maio, o Ministério da Saúde contabiliza 27.850 pessoas contaminadas pela gripe suína em todo o ternt6rio nacional segundo informações do boletim mais recente, divulgado em dezembro. Ate hoje, 1.632 pessoas perderam a vida em decorrência de complicações da influenza A (H1N1). Com 827 mortes, 50,7% do total, a Região Sudeste lidera o ranking de mortalidade, seguida pela Sul (642).

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Gripe suína, a primeira pandemia do século XXI, já matou 10 mil

PARIS (AFP) - A gripe suína, provocada pelo vírus H1N1, que se converteu na primeira pandemia do século XXI após ter sido detectada, em março de 2009, no México e nos Estados Unidos, já deixou 10 mil mortos, um número inferior ao previsto, em meio a uma intensa mobilização mundial.O H1N1 matou 10.582 pessoas, em 208 países, segundo os números divulgados em 18 de dezembro pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que em junho passado declarou o mundo em estado de pandemia.
A gripe suína, detectada no final de março no México, se alastrou rapidamente, afetando especialmente o continente americano, onde provocou 6.335 mortes até meados de dezembro.
"Na zona tropical da América Central, América do Sul e Caribe, a transmissão da gripe se manteve em todas as regiões, mas está em declínio", revelou a OMS há uma semana.
Segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPS), no continente americano os Estados Unidos lideram a lista de óbitos por gripe suína, com 1.929 mortes, seguido por Brasil, 1.528, México, 687, Argentina, 613, Canadá, 357, Peru, 192, Colômbia, 163, e Chile, 140.
A gripe suína ataca duramente os que já sofrem de outras doenças e também provoca "uma taxa de mortalidade pouco comum entre os jovens, incluindo os que gozam de boa saúde", destaca o especialista francês Antoine Flahaut.
Segundo a doutora Isabelle Nutall, da OMS, "está claro que não estamos diante de um vírus tão mortífero como o da gripe aviária".
De acordo com a OMS, a gripe suína retrocede em "ao menos dez países de Europa ocidental e do norte", mas segue avançando na República Tcheca, Estônia, Hungria, Montenegro, Suíça e em algumas regiões da Rússia.
"É a primeira vez que enfrentamos um problema semelhante em nível mundial. Esta mobilização nos permitiu elaborar uma vacina em tempo recorde", disse a doutora Sylvie Briand, chefe do departamento gripe da OMS.
De fato, mais de 150 milhões de doses da vacina contra o vírus H1N1 foram distribuídas em cerca de 40 países, segundo o doutor Keiji Fukuda, número dois da OMS.
Os Estados Unidos lançaram sua campanha em outubro, com 40 milhões de doses, e a França contava com 94 milhões de doses da vacina em novembro.
A América Latina, que segundo a OPS necessita de 200 milhões de doses para atender à população mais vulnerável, poderá contar com estas vacinas no início do ano.
Obesos, grávidas e idosos com mais de 65 anos são os mais vulneráveis à gripe.
A OMS afirma que o Tamiflu ainda é a droga mais eficaz para "reduzir e prevenir formas graves da gripe" suína, cujo vírus já apresentou mutações no Brasil, Noruega, China, França, Itália, México, Japão, Ucrânia e Estados Unidos.
"Há que permanecer alerta e não baixar a guarda", advertiu Isabelle Nutall, lembrando que "o vírus da gripe é totalmente imprevisível".
No próximo ano poderá reaparecer com uma forma mais mortífera, disse John Oxford, professor de virologia no Royal London Hospital.

O que são dentes do siso?

Dentes do siso são os últimos molares de cada lado dos maxilares. São também os últimos dentes a nascer, geralmente entre os 16 e 20 anos de idade.
Como os dentes do siso são os últimos dentes permanentes a aparecer, geralmente não há espaço suficiente em sua boca para acomodá-los. Isto pode fazer com que os dentes do siso fiquem inclusos - dentes presos embaixo do tecido gengival por outros dentes ou osso. Se os dentes estão inclusos, pode ocorrer inchaço ou flacidez.
Os dentes do siso que erupcionam apenas parcialmente ou nascem mal posicionados também podem causar apinhamento e outros problemas. Como os dentes removidos antes dos 20 anos de idade têm raízes em menor estágio de desenvolvimento e causam menos complicações, recomenda-se que as pessoas entre 16 e 19 anos tenham seus dentes do siso examinados para verificar se precisam ser removidos.
Como são extraídos os dentes do siso?
A extração se faz de forma rotineira. Seu dentista pode recomendar anestesia geral ou local. Após a extração do dente (ou dentes), você precisará morder suavemente um pedaço de gaze durante 30 a 45 minutos após deixar o consultório, para estancar qualquer sangramento que possa ocorrer.
Você poderá sentir um pouco de dor ou inchaço, mas que passará naturalmente após alguns dias; no entanto, você deverá ligar para seu dentista se houver dor prolongada ou intensa, inchaço, sangramento ou febre.
A extração dos dentes do siso devido ao apinhamento ou fato de estarem inclusos no osso maxilar não afeta a sua mordida ou a sua saúde bucal no futuro.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Mais de 70% dos estudantes de 13 a 15 anos já ingeriram álcool, diz IBGE

Mais de 70% dos 618,5 mil estudantes brasileiros do 9º ano do ensino fundamental (equivalente à 8ª série) de escolas particulares e públicas já experimentaram bebidas alcoólicas e 24% provaram cigarro. Cerca de 22% deles -a maioria na faixa de 13 a 15 anos- já ficaram bêbados.
Os dados fazem parte de uma pesquisa inédita divulgada nesta sexta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que investigou vários fatores de risco à saúde dos adolescentes. O trabalho, que abrangeu as 26 capitais e o Distrito Federal, tem o objetivo de orientar as políticas públicas de saúde destinadas a esse público.

O estudo ressalta que é nessa fase da vida em que ocorrem importantes mudanças e que comportamentos como o tabagismo, consumo de álcool, alimentação inadequada e sedentarismo terão influência na vida adulta e poderão desencadear doenças crônicas.
Cigarro
Fumar é um dos principais fatores de risco para doenças. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabaco é líder mundial nas causas de mortes que podem ser prevenidas. Curitiba é a capital brasileira com o maior índice de adolescentes que já experimentaram o cigarro, com 35%. Em seguida, aparece Campo Grande, com 32,7%, e Porto Alegre, com 29,6%. O estudo mostra ainda que 25,7% os alunos da rede pública já usou cigarro, ante 18,3% dos estudantes de escolas particulares.
Sexo
O início da atividade sexual também tem sido mais frequente na adolescência: cerca de 30,5% dos estudantes já tiveram relação sexual. No entanto, somente 75,9% disseram ter usado preservativo na última relação sexual.
Drogas
A pesquisa mostrou ainda que mais de 8% dos estudantes já fizeram uso de droga, como maconha, cocaína e lança perfume. A prática é mais comum entre os homens (10,6%) do que entre as mulheres (6,9%).
Atividade física
Em relação à prática de exercícios físicos, quase 60% dos alunos são sedentários. Entre as meninas, esse índice é maior e atinge 68,7%. Os meninos inativos representam 43,8%.
Alimentação
Entre os estudantes do 9º ano do ensino fundamental, o feijão é o alimento saudável mais consumido (62,6%). No entanto, mais de 37% dos alunos afirmaram ter bebido refrigerante em cinco ou mais dias na semana anterior à pesquisa. O consumo de guloseimas, como balas, chicletes, bombons, chocolates e doces, supera o de frutas.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Conselho reprova metade dos formandos em medicina

A quinta edição do exame do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) mostrou um quadro preocupante entre os estudantes paulistas de medicina. Entre os que fizeram a prova, apenas 44% foram aprovados. O índice de reprovação de 56% é menor do que no ano passado – quando 61% não passaram – mas ainda representa preocupação para o conselho.Na primeira edição do teste, em 2005, o índice de reprovação foi de 31%. No ano seguinte, de 38% e passou a 56% em 2007. A prova avalia estudantes do sexto ano de medicina das escolas médicas de São Paulo. Atualmente, 25 escolas formam cerca de 2.600 alunos por ano. Segundo o Cremesp, cerca de 25% deles realizaram o exame em 2009.O índice de reprovação se refere à primeira fase do exame. Dos 240 que passaram para a segunda fase, apenas oito não passaram.Segundo a avaliação do conselho, o resultado “demonstra que há deficiências no ensino médico no Estado de São Paulo”. “É alarmante constatar que, pelo terceiro ano consecutivo,a maioria dos participantes foi reprovada na primeira etapa do Exame”, informou o Cremesp através de uma nota.A participação dos estudantes na prova não é obrigatória e o resultado não influi na obtenção da habilitação para o exercício da profissão, mas o Cremesp pretende que ela se torne requisito obrigatório para que se possa obter um registro e exercer a medicina.“O Cremesp defende a aprovação, pelo Congresso Nacional, de lei que estabeleça a obrigatoriedade […] do exame”, afirmou o conselho em nota. Entre as escolas avaliadas na prova de 2009, a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo foi a que teve o melhor desempenho geral. Dos alunos formados no ano, 87% fizeram a prova. Desse total, 61% foram aprovados. A Faculdade de Medicina da USP obteve um índice de aprovação maior (78%), mas a amostra é pouco representativa. Dos 175 alunos que se formam anualmente, apenas 18 fizeram o exame.

Padrasto confessa ter enfiado quase 50 agulhas em menino na Bahia, diz polícia

O padrasto do menino de dois anos que está internado no interior da Bahia com quase 50 agulhas dentro do corpo foi preso nesta quarta-feira depois de confessar que introduziu os objetos na criança em sessões de um ritual religioso, segundo um agente da Polícia Civil de Ibotirama (643 km de Salvador). Roberto Carlos Magalhães Lopes, que vivia com a mãe do menino há um ano e meio, disse à polícia que levava a criança para um centro de rituais por sugestão de uma amante, segundo o agente policial.
A suposta amante, que nega envolvimento com Lopes, e a dona do centro de rituais religiosos também foram presas.
O menino continuava internado nesta quarta na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital do Oeste, em Barreiras (858 km de Salvador), em estado grave, porém estável. Segundo o hospital, a criança respira sem ajuda de aparelhos e se alimenta por meio de uma sonda.
Nesta terça-feira (8), em depoimento, a mãe do menino disse que não sabe como as agulhas foram parar no corpo da criança e que achava que o Lopes poderia ter usado o garoto em uma espécie de ritual de magia negra. Ontem, quando prestou esclarecimentos na delegacia, Lopes negou ter inserido as agulhas no menino. Ele havia desaparecido depois de deixar a delegacia.
Na tarde desta quarta, ele foi detido para "averiguações" após dar entrada no centro médico do Hospital Regional de Ibotirama com sintomas de pressão baixa. Ao falar novamente à polícia sobre o caso, confessou. O menino foi internado na madrugada do domingo, após ter vomitado e reclamado de dores na barriga. Exames de raio-X detectaram quase 50 agulhas de costura, cada uma com 4,5 centímetros, em diferentes partes de seu corpo.
Ao menos uma das agulhas perfurou um dos pulmões da criança --um dreno foi inserido para evitar mais danos.
A equipe médica avaliava a possibilidade de realização de cirurgia para retirada das agulhas.Como algumas delas estão posicionadas em órgãos vitais, pode ser menos arriscados deixá-las onde estão --se não causarem mais danos-- do que retirá-las cirurgicamente. Isso ainda está sendo avaliado.
Ainda segundo o hospital, a criança está consciente e diz que quer ir para casa. O pai e a mãe estão se alternando para acompanhá-la. Quando questionada sobre quem colocou as agulhas nela, a criança não responde e apenas chora.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Chá e café ajudam a prevenir diabetes, mostra análise

Pessoas que bebem chá e café correm menos riscos de desenvolver diabetes do tipo 2, concluíram especialistas após análise de vários estudos sobre o assunto.
Curiosamente, a proteção pode não estar associada à cafeína, uma vez que o café descafeinado parece ser mais efetivo, dizem os pesquisadores em artigo na revista científica "Archives of Internal Medicine".
Eles analisaram 18 estudos separados envolvendo quase 500 mil pessoas.
E concluíram que pessoas que bebem três ou quatro xícaras de café ou chá por dia diminuem suas chances de desenvolver a condição em um quinto ou mais.
A mesma quantidade de café descafeinado teve um efeito ainda maior, diminuindo os riscos em um terço.
O diabetes do tipo 2, ou diabetes mellitus do tipo 2, é a forma mais comum de diabetes.
Ele começa a se manifestar após os 40 anos de idade e se desenvolve quando o corpo produz insulina, mas não o suficiente, ou quando a insulina que é produzida não funciona direito.
Ele é tratada com uma dieta saudável e aumento na atividade física. Medicação e insulina também são receitados com frequência.
Se as conclusões do estudo forem confirmadas, médicos podem começar a aconselhar pacientes a colocar a água para ferver além do aumento nos exercícios e a atenção com a dieta e o peso --dizem os pesquisadores.
Estudo
Quando os pesquisadores combinaram e analisaram os dados colhidos pelos 18 estudos, descobriram que cada xícara adicional de café ingerida por dia diminui os riscos de diabetes em 7%.
A chefe da equipe, Rachel Huxley, da Universidade de Sydney, na Austrália, disse que é pouco provável que os resultados estejam associados unicamente à cafeína, dada a revelação de que o café descafeinado é mais efetivo.
Outros componentes do café e do chá --entre eles, o magnésio e os antioxidantes conhecidos como ácidos clorogênicos-- podem estar envolvidos no processo.
Segundo Huxley, "a identificação dos componentes ativos dessas bebidas abriria novas opções terapêuticas para a prevenção da diabetes mellitus".
"Se esses efeitos benéficos forem confirmados em testes, as implicações para milhões de indivíduos que sofrem de diabetes mellitus, ou que correm riscos de desenvolvê-la no futuro, seriam substanciosas", disse Huxley.
Uma representante da entidade britânica Diabetes UK, Victoria King, disse: "Sem informações completas sobre que outros fatores podem estar influenciando os riscos de desenvolver a diabetes do tipo 2 nos participantes do estudo - como seu nível de atividade física e dieta - ou sobre qual seria o ingrediente ativo do chá ou café responsável, não podemos saber ao certo a que se deve esse efeito, se é que ele existe".
"O que sabemos com certeza é que o desenvolvimento da diabetes do tipo 2 está fortemente associado ao estilo de vida, o que significa que muitos casos poderiam ser prevenidos com atividade física e uma dieta saudavel que seja pobre em gordura, sal e açúcar e rica em frutas e legumes", aconselha King. O Diabetes tipo 2 tem se tornado muito comum em nosso pais.O fator hereditário tem parte da culpa, mas a alimentação errada e falta de atividade física tem elevado muito os casos de diabetes tipo 2. Estima-se que 60% a 90% dos portadores da doença sejam obesos. A incidência é maior após os 40 anos.Uma de suas peculiaridades é a contínua produção de insulina pelo pâncreas. O problema está na incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. Por muitas razões suas células não conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente sangüínea. Esta é uma anomalia chamada de "resistência insulínica".O diabetes tipo 2 é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1 e pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Outras vezes vai necessitar de medicamentos orais e, por fim, a combinação destes com a insulina.Principais Sintomas:* Infecções freqüentes;* Alteração visual (visão embaçada);* Dificuldade na cicatrização de feridas;* Formigamento nos pés;* Furunculose.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Quarentena de infectados na China revela detalhes da nova gripe

A reação chinesa à pandemia do Influenza A (H1N1) que chegou oficialmente foi, como poderíamos dizer, bastante típica. Quem fosse diagnosticado como suspeito de estar com a nova gripe era isolado e após a confirmação por testes de sangue, colocado em quarentena obrigatória.
Essa estratégia visava restringir a disseminação da doença, aliás sem muito efeito, já que o país registra atividade da gripe em todas as regiões de seu território até os dias de hoje.A maior dificuldade que todos os países enfrentaram com chegada da nova gripe é o fato de que não se conhecia exatamente como a infecção se comportaria. As autoridades tiveram que utilizar os conhecimentos adquiridos na infecção pela gripe sazonal, a gripe comum.
O isolamento dos pacientes chineses permitiu que os médicos acompanhassem de perto a evolução da infecção na população daquele país, inclusive com exames seriados de amostras de sangue.
A evolução clínica monitorada permitiu uma observação inédita de como a nova gripe se comporta nos seres humanos. Os médicos puderam determinar quanto tempo durava a incubação, o tempo dos sintomas e por quanto tempo os pacientes permaneciam disseminam a doença.

Características Os chineses que pegaram a influenza tinham em média 23 anos de idade e a infecção atacou igualmente os dois sexos.A nova gripe na China teve como marca registrada dos sintomas a febre e a tosse se manifestaram em 70% dos infectados, outros problemas como diarréia, náuseas e vômitos foram vistos com menor frequência.
Os pacientes isolados permaneceram infectantes por em média 6 dias, com uma variação de 1 a 17 dias. O uso do Oseltamivir quando iniciado nas primeiras 48 horas foi eficiente em retardar o aparecimento e a severidade dos sintomas.

No grupo de mais de 400 pacientes acompanhados na China evoluíram bem, sem óbitos, o que chama a atenção de quem lê o trabalho publicado na revista "The New England Journal of Medicine".

Os próprios autores admitem que apesar dos detectores de temperatura espalhados por toda parte, a evolução da doença nos povoados afastados pode ter sido diferente sem registro adequado de pacientes e sua evolução.

De qualquer forma, com isolamento ou acompanhamento tradicional podemos constatar que os mecanismo de controle e identificação de viroses estão em alerta em todas as partes do mundo e deverão permanecer assim daqui por diante.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

60% dos pacientes têm infecções em UTIs da América Latina

Na América Latina, 60,3% dos pacientes de UTIs têm infecções --quase dez pontos percentuais a mais do que a média mundial, de 51,4%. É o que sugere o maior estudo já feito sobre o tema, que acompanhou, durante um dia (8 de maio de 2007), 13.796 pacientes adultos internados em 1.265 unidades de terapia intensiva de 75 países, em todos os continentes.
Publicada no "Jama" (periódico da associação médica americana), a pesquisa considera tanto infecções prévias à internação quanto as adquiridas nos hospitais -geralmente, cada situação é responsável por cerca de 50% dos casos nas UTIs. Pelo estudo, a América Latina é a região com o maior índice de infecções em UTIs. É preciso levar em conta, porém, que os números relativos à África --que teve o menor índice-- não são confiáveis por causa da baixa quantidade de pacientes estudados nesse continente.
A taxa de mortalidade hospitalar também foi maior na América Latina do que em outras regiões: de 33%, contra 24% da média mundial.
"Mais da metade dos pacientes de UTIs infectados é um número muito alto. Esses doentes são muito caros. Nos EUA, por exemplo, 1,5% do PIB [Produto Interno Bruto] é gasto apenas nas UTIs", afirma o brasileiro Eliézer Silva, médico do Centro de Terapia Intensiva do hospital Albert Einstein e um dos autores do estudo. Outra razão pela qual o dado é preocupante é que, segundo mostra o mesmo estudo, pacientes com infecção têm mais do que o dobro de risco de mortalidade. "Um paciente com infecção internado na UTI depois de uma cirurgia, por exemplo, tem muito mais chance de morrer do que aquele que passou pela mesma operação, mas não tem infecção", exemplifica Ederlon Rezende, presidente da Associação Brasileira de Medicina Intensiva.
Eles também têm mais chance de ficar internados por mais tempo na UTI, o que traz mais custos ao sistema de saúde. São 16 dias de internação na UTI e 29 dias no hospital, para aqueles com infecção, versus 4 e 13 dias para aqueles sem infecção.
Segundo os médicos consultados pela Folha, os dados são fiéis à realidade brasileira, pois o maior número de instituições estudadas na região está no país. Foram mais de cem UTIs acompanhadas e cerca de 1.200 pacientes, ficando atrás apenas da Alemanha.
Causas
O estudo não apontou as razões que levam ao maior índice de infecções na América Latina, mas uma das hipóteses é a falta de investimento na área da saúde. Foi verificado, na pesquisa, que aqueles países que investem menor porcentagem do PIB em saúde têm taxas mais altas de infecção. "Quanto menos recursos, menos disponibilidade de leitos, menos estratégias de prevenção e de educação para evitar infecções", afirma Rezende. A maior mortalidade na UTI no Brasil poderia ser explicada caso os pacientes chegassem ao hospital em estado mais grave do que em outros países. Mas uma análise feita por Eliézer Silva com base em dados de outro grande estudo, que mediu o índice de sepse (infecção generalizada) no mundo, sugere que isso não ocorre. "Parece que o problema está na estrutura montada para atender a esses pacientes", diz.
Muitas medidas para controlar a infecção hospitalar são simples --a lavagem de mãos é uma das mais eficazes. A desospitalização --que pode ocorrer, por exemplo, com o tratamento de doenças menos complexas em hospitais-dia-- também reduz o risco de infecções.
Já para diminuir as infecções prévias, que levam à internação na UTI, deve-se tratar os pacientes precocemente. Isso evita que uma infecção urinária, por exemplo, evolua para uma sepse e o paciente precise ir para a terapia intensiva.71% usam antibióticos
O estudo mostrou, ainda, que 71% dos pacientes de UTIs usam antibióticos, o que pode tornar esses locais focos de resistência bacteriana. Segundo os médicos, em muitos casos esses remédios são inevitáveis, mas também há prescrições desnecessárias -que devem ser reduzidas.

Dengue: Fortaleza em situação de alerta

O índice de infestação do mosquito da dengue cresceu e Fortaleza está em situação de alerta. Segundo os dados do Ministério da Saúde, a capital cearense passou de 0,48% para 1,04% de infestação predial. O acréscimo de um pouco mais de meio ponto representa a saída de um cenário satisfatório, alcançado no ano passado, para uma situação de alerta. O Curió é o bairro que requer maior atenção. Por lá, o índice de infestação é o maior da Capital. São 5,36%, o que deixa o bairro em situação de risco iminente de surto. O Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (Liraa) é realizado anualmente para identificar os criadouros predominantes e a situação de infestação dos municípios brasileiros. Segundo a assessora técnica do núcleo de Endemias da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Socorro Furtado, o mosquito Aedes aegypti está presente em todas as épocas do ano. ``A dengue é considerada uma endemia, é preciso traçar estratégias permanentes para o controle``, destaca. Este ano, até ontem, dia 11 de dezembro, foram registrados 3.841 casos em Fortaleza. A dengue hemorrágica atingiu sete pessoas, levando quatro à morte. O Curió é o bairro da Capital que se encontra em pior situação, por ultrapassar os 5% de infestação predial. A comerciante Maria Júlia Pereira Cruz, 57, está preocupada com o avanço da dengue no bairro. A vítima mais recente do mosquito foi seu neto. O estudante Wellington Pereira, 16, é um dos 132 casos confirmados de dengue no bairro. ``Ele está internado há cinco dias. Não sabemos ao certo quando, nem onde ele foi picado pelo mosquito``, afirma. Para a coordenadora do núcleo de Educação e Saúde da SER VI, Lucilene Alexandre, a falta de água na região contribui para o alto índice de infestação no Curió. ``A ausência de água no bairro provoca o foco da dengue. As pessoas não têm caixa d-água e precisam acumular em depósitos que, muitas vezes, não são limpos adequadamente``, justifica. Bairros Outro bairro que também está em risco de surto é o Autran Nunes. O índice de infestação por lá chega a 4,45%. Dos 86 bairros pesquisados pelo Liraa, 44 estão em situação de alerta. E 40 continuam em um cenário satisfatório. Para Furtado, vários fatores contribuem para o acréscimo no índice de infestação em Fortaleza. ``A população só se preocupa quando vivencia uma epidemia. Ano passado, por causa do grande número de casos, as pessoas estavam mais atentas em obedecer as medidas de segurança``, diz. Outro motivo foi o prolongamento da quadra chuvosa. ``O material descartável, pneus, garrafas e vasilhas servem de depósito para o vetor. Com o prolongamento das chuvas, houve mais espaço para o mosquito se multiplicar``, acredita. E-MAIS > Fortaleza registra a terceira melhor posição em relação às outras capitais nordestinas. Segundo o Liraa 2009, o índice de infestação predial perde apenas para Teresina (0,1%) e João Pessoa (0,6%). > O Ministério da Saúde explica que devido às altas temperaturas dessa época, o ciclo do mosquito, que em temperaturas amenas demora 30 dias, pode ser reduzido para 12 dias. Isso significa um aumento direto na população do vetor. SAIBA MAIS ÍNDICE DE INFESTAÇÃO >SER I & 1,23% >SER II & 1,33% >SER III & 2,33% >SER IV & 0,91% >SER V & 0,68% >SER VI & 0,46% SOBRE O ÍNDICE >Inferiores a 1%: estão em condições satisfatórias >De 1% a 3,9%: estão em situação de alerta >Superior a 4%: há risco de surto de dengue DENGUE HEMORRÁGICA >Vila União & 2 casos >Autran Nunes & 1 caso >Barra do Ceará & 1 caso >Edson Queiroz & 1 caso >Mondubim & 1 caso >Monte Castelo & 1 caso BAIRROS EM SITUAÇÃO DE ALERTA (1,01 & 4) >Alagadiço São Gerardo 1 >Farias Brito 1,32 >Floresta 1,82 >Jardim Guanabara 2,09 >Monte Castelo 2,06 >Moura Brasil 2,50 >Aldeota 2,22 >Cais do porto 1,26 >Centro 1,07 >Dionísio Torres 1,46 >Joaquim Távora 1,09 >Mucuripe 1,06 >Papicu 1,43 >Praia do Futuro II 1,01 >São João do Tauape 2,27 >Vincente Pinzon 2,29 >Amadeu Furtado 1,92 >Antonio Bezerra 2,44 >Bom Sucesso 2,15 >Dom Lustosa 1,61 >Henrique Jorge 1,69 >João XXIII 2,10 >Parque Araxá 1,89 >Quintino Cunha 2,85 >Rodolfo Teófilo 2,62 >Bom Futuro 1,78 >Itaoca 1,13 >Jardim América 1,80 >José Bonifácio 1,88 >Montese 1,69 >Pan Americano 2,11 >Vila União 1,40 >Conjunto Ceará 1 1,18 >Conjunto Ceará 2 1,09 >Granja Portugal 1,43 >Parque Genibaú 1,53 >Prefeito José Walter 1,42 >Ancuri 1,24 >Coaçu 1,01 >Edson Queiroz 2,23 >Cristo Redentor 3,08 >Pirambu 3,07 >Padre Andrade 3,35 >Presidente Kennedy 3,74 BAIRROS EM RISCO DE SURTO (SUPERIOR A 4%) >Curió 5,36 >Autran Nunes 4,45 .Os outros 40 bairros estão em condições satisfatórias (0,01 & 1%), de acordo com a Prefeitura .

domingo, 13 de dezembro de 2009

A vida sem parte do cérebro

O menino americano Tyler Plotkins, 5 anos, vive apenas com a metade esquerda do cérebro. Mesmo assim, segundo seus pais, Erik e Heather, ele consegue levar uma rotina praticamente normal onde mora, em Boston.

Tyler teve a parte direita removida quando estava com um ano e três meses. Foi o último recurso que os médicos encontraram para tratar uma forma gravíssima de epilepsia doença caracterizada por uma atividade elétrica anormal em áreas do cérebro diagnosticada após três semanas de vida. Antes, eles haviam tentado controlar as crises com remédios, mas o garoto continuava sofrendo mais de 100 ataques por dia.

A cirurgia a que o menino foi submetido chama-se hemisferectomia e é indicada a pacientes que, como Tyler, apresentam a categoria mais severa da doença. “O objetivo é retirar a parte danificada do cérebro”, explica o neurologista Arthur Cukiert, diretor do Centro de Cirurgia de Epilepsia do Hospital Brigadeiro, em São Paulo.

Na instituição, até agora 57 indivíduos passaram pelo procedimento: 12 adultos e 45 crianças. A primeira vista é intrigante imaginar como uma pessoa pode viver sem metade das estruturas cerebrais.

Mas o que a medicina tem constatado é que isso é possível graças a uma capacidade do cérebro conhecida como neuroplasticidade. Trata-se de uma habilidade que permite aos circuitos de neurônios preservados assumir a função daqueles que por alguma razão foram lesados ou retira dos.

Essa maleabilidade se mostra ainda mais forte em crianças menores de dois anos. “Nessa fase, o cérebro tem grande capacidade de se reconfigurar”, explica o neurologista Cukiert. “Neurônios que comandam o lado direito do corpo podem passar a responder pelas funções do lado esquerdo também.”

Neurônios associados às funções motoras se remanejam bem até dois anos de idade

Estudos revelam, por exemplo, que as células nervosas associadas às funções motoras se remanejam bem até os dois primeiros anos de vida. Nos setores relacionados à fala, até os seis anos, e à visão, até os sete anos. Esse fenômeno natural consegue produzir mais benefícios quando o paciente recebe as estimulações certas.

Por meio de exercícios específicos, pode-se acionar com maior eficácia cadeias neuronais e fazê-las atuar para que funções perdidas sejam resgatadas total ou parcialmente. Tyler, por exemplo, faz fisioterapia, terapia ocupacional e equoterapia.

E, por causa de uma hidrocefalia desenvolvida semanas após a operação, é obrigado a viver com um dreno para evitar o acúmulo de fluido cerebral. O caso do garoto foi veiculado mundialmente após o início de uma campanha, nos Eua, para divulgar dados sobre a epilepsia. Sua história acabou sendo conhecida, mas seus pais, criadores de uma fundação para ajudar famílias em situação semelhante, estão assustados com a repercussão.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Meningite mata adolescente

Este ano, a doença já vitimou oito pessoas no Estado, sendo duas em Fortaleza. São 31 casos, segundo dados da SesaUma garota de 12 anos de idade, moradora do Meireles, é a oitava vítima da meningite meningocócica do Ceará, em 2009. A garota apresentou os primeiros sintomas da doença na tarde da última terça-feira e foi a óbito na manhã da quarta-feira, no Hospital São José (HSJ). O caso foi confirmado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) e pelo diretor do hospital, Anastácio Queiroz.De acordo com o infectologista, a rapidez com que o quadro evoluiu - de simples febre e dor de cabeça para a morte - não deu tempo para qualquer reação do organismo da menina. "Foi impressionante, em menos de 18 horas, a meningite matou a adolescente, sem que seus pais tivessem tempo de entender o que se passou", lamentou.A garota, conta Queiroz, começou a ser tratada em casa. Na madrugada da terça para a quarta-feira, seu quadro se agravou. "Ela apresentou manchas no corpo e a ponta dos dedos chegaram a fica da cor preta". Ela ainda foi levada para o Hospital Luiz de França e de lá, encaminhada com urgência para o São José, já com parada cardiorrespiratória. "Não conseguimos fazer quase nada. Ela faleceu por volta das 10 horas. Só confirmamos o diagnóstico".Após seu falecimento, o enterro teve que ser realizado imediatamente e o corpo foi levado, em caixão lacrado, para Coreaú, cidade natal de sua mãe.O médico ainda informa que todas as medidas de contenção e bloqueio para evitar a contaminação da infecção foram tomadas com todas as pessoas que tiveram contato com a garota, dos familiares aos colegas da escola, vizinhança e os próprios profissionais de saúde. "Os pais e parentes tomaram, inclusive, medicamentos e foram imunizados. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) monitora a escola e a rua onde a família mora".Antes da adolescente, outras sete pessoas morreram em decorrência da doença. São duas mortes em Fortaleza e uma em Juazeiro do Norte, Pacatuba, Várzea Alegre, Crateús, Ipu e Trairi. Apesar de confirmada o óbito pela meningite, a Sesa não divulgou boletim atualizado. "O São José atestou o diagnóstico, no entanto, é preciso sair o resultado laboratorial", diz a Secretaria, por meio de sua assessoria de comunicação.Boletim epidemiológicoDe acordo com os dados do último boletim, de outubro passado, são 31 casos confirmados da doença no Ceará. De acordo com a direção do HSJ, a meningite dos tipo bacteriana (forma mais leve) e meningocócica (a mais letal) já infectou 220 pessoas no Estado, este ano. Do total, 31 da forma mais grave. Apesar disso, salienta Queiroz, o Ceará não enfrenta surto da doença. "Não é preciso pânico. Todos os anos temos registros da meningite. Os números estão dentro do esperado". O mais importante é que as pessoas fiquem atentas para os primeiros sintomas.Em 2008, foram 67 casos da meningocócica no Estado, com um total de 15 mortes.CHANCES-Diagnóstico precoce pode salvar vidas.O infectologista Anastácio Queiroz, diretor do Hospital São José, alerta que, pela meningite apresentar os mesmo sintomas de uma gripe, como febre e dor de cabeça, as pessoas, principalmente pais de crianças e adolescentes, devem procurar atendimento médico imediatamente e evitar automedicação. "O diagnóstico precoce da doença representa grande possibilidade de tratamento e cura", afirma.Toda a vez que a criança, ensina o médico, especialmente se for muito pequena, ficar muito mole, caída, irritadiça, com febre e se queixar de dor de cabeça é preciso suspeitar de que possa ser um quadro de meningite. "É preciso valorizar e alertar tudo em criança".Se ela vomita, reafirma, vai ficando mais prostrada e apresenta dificuldade para mexer a cabeça porque a nuca está mais rígida e dolorida, é preciso procurar um médico para obter um diagnóstico e começar o tratamento o mais depressa possível.Antes da adolescente, um menino, Dimas Aleixo da Silva, de um ano de idade, foi vítima da doença. Natural de Pernambuco, ele veio com a família para a romaria de Finados, em Juazeiro do Norte, região do Cariri.Na viagem, o menino começou a apresentar os sinais da doença: tontura, vômito, febre, manchas vermelhas pelo corpo e rigidez na nuca. Assim que chegou foi levado ao hospital, mas já estava quase sem vida e morreu após receber os primeiros atendimentos.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

SUS amplia tratamento gratuito de doenças

Pela primeira vez, três novas doenças serão tratadas no Sistema Único de Saúde (SUS). As pessoas com hipertensão arterial pulmonar, artrite psoriática (dor nas articulações) e púrpura trombocitopênica (doença sanguínea) terão acesso a assistência ambulatorial na rede pública de saúde, desde os estágios iniciais até os mais avançados das enfermidades. O tratamento dessas doenças é feito com 17 medicamentos, sendo que dois nunca haviam sido oferecidos no SUS. Os outros 15 já eram ofertados, mas eram usados para o tratamento de outros problemas de saúde. Outras 28 doenças terão o tratamento ampliado no SUS, por meio de 100 novas indicações de medicamentos. Desse total, 14 são incorporações de novos medicamentos, nunca antes oferecidos pelo SUS. Os outros 86 já eram utilizados para outras doenças na rede pública de saúde. Os medicamentos serão oferecidos para as pessoas com diagnóstico confirmado. Os portadores de epilepsia com crise parcial, por exemplo, contavam com três opções de tratamento, todas voltadas para a fase mais avançada da doença. Agora, eles poderão ser tratados com nove fármacos, o que permite a assistência também no início dos sintomas. Para tratar a osteoporose, o SUS ofertava os medicamentos para os estágios mais avançados da doença. Agora, os municípios deverão oferecer também o tratamento básico, disponibilizando carbonato de cálcio com a vitamina D. No caso da esquizofrenia, o SUS oferecia medicamentos para o tratamento da fase inicial da doença, por meio dos antipsicóticos típicos, mas a oferta deles também não era obrigatória por parte dos municípios. A partir de agora, para garantir a integralidade do tratamento dessa doença, os municípios deverão disponibilizá-los. Além disso, quando os pacientes apresentarem intolerância a esses medicamentos, o Ministério da Saúde manterá o financiamento da assistência com antipsicóticos atípicos (segunda linha de tratamento, quando a primeira não apresenta resultado). DOENÇAS COM TRATAMENTO AMPLIADO - ACNE - ANEMIA NA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA - APLASIA PURA ADQUIRIDA CRÔNICA DA SÉRIE VERMELHA - ARTRITE REUMATÓIDE - ASMA - DERMATOPOLIMIOSITE - DISLIPIDEMIA - DOENÇA DE CROHN - DOENÇA DE PAGET DOS OSSOS - DOENÇA DE PARKINSON - ENDOMETRIOSE - EPILEPSIA - ESCLEROSE SISTÊMICA - ESPONDILITE ANCILOSANTE - ESQUIZOFRENIA REFRATÁRIA - HEPATITE AUTOIMUNE - HEPATITE VIRAL CRONICA B - HEPATITE VIRAL CRÔNICA B - HIPERFOSFATEMIA NA IRC - HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA - HIPOPARATIREOIDISMO - HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO - INSUFICIÊNCIA PANCREÁTIA EXÓCRINA - OSTEOPOROSE - RAQUITISMO E OSTEOMALÁCIA - RETOCOLITE ULCERATIVA - TRANSPLANTE RENAL - UVEÍTES POSTERIORES NÃO-INFECCIOSAS

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Vinte dicas que ajudam a perder peso

Pequenas mudanças no seu dia-a-dia podem representar alguns quilos a menos. Confira abaixo as 20 dicas de especialistas norte-americanos para conseguir perder aqueles quilinhos que teimam em não ir embora:»Beber um copo extra de água todos os dias.»Usar escadas ao invés de elevadores.»Tomar o café da manhã todos os dias.»Adicionar cinco minutos de exercícios à sua carga diária a cada dia.»Trocar o refrigerante normal pelo diet.»Sempre que possível trocar o refrigerante pela água.»Caminhar sempre que seu destino permitir.»Trocar o leite integral pelo desnatado.»Comer seis pequenas refeições por dia e não três grandes.»Aumentar o ritmo das caminhadas.»Trocar a maionese dos sanduíches por mostarda ou molho vinagrete.»Diminuir o óleo da comida.»Trocar os petiscos por comidas mais saudáveis, como frutas e cereais.»Trocar o gorduroso molho de salada por uma versão sem gordura.»Fazer alongamentos por 4 ou 5 minutos todos os dias.»Evitar frituras.»Se exercitar ao invés de comer quando estiver estressado.»Escolher sempre a versão menor de um prato.»Cortar o açúcar.»Cortar 100 calorias de sua dieta a cada dia.Fonte: www.terra.com.br
Site Médico

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

GRIPE SUÍNA- Confirmados sete casos em uma semana

Alerta vermelha para a Influenza A (H1N1) no Ceará. Em apenas uma semana, o Laboratório Evandro Chagas, em Belém (Pará), confirmou sete novos casos da doença. Todos eles em crianças entre três e dez anos de idade, atendidas no Hospital Infantil Alberto Sabin (HIAS), no início de dezembro.Os casos evidenciam a circulação do vírus A (H1N1) entre nós, aponta o médico Luciano Pamplona, do Núcleo de Epidemiologia da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). As crianças, conta ele, foram atendidas pelo HIAS com sintomas como febre, tosse, cansaço e dificuldade de respirar. "A equipe médica da unidade realizou então o procedimento padrão para esses casos: isolou as quatro meninas e três meninos e retirou secreção nasal, material este encaminhado ao Evandro Chegas". As crianças não precisaram de internamento e foram liberadas para casa, onde passam bem e se recuperam.O número de confirmações em apenas uma semana alertou os especialistas, motivando a Sesa a divulgar antecipadamente Nota Técnica - normalmente as notas são liberadas todas as sexta-feiras, junto com novos dados sobre a dengue. Segundo a Sesa, de novembro para a manhã de ontem, foram dez confirmações da gripe suína no Estado. Todos os casos em Fortaleza, de pessoas que não viajaram para fora do País este ano.Além das sete crianças, outras duas mulheres e um homem, na faixa etária entre 24 e 39 anos, foram vitimados.Desde o dia 16 de julho de 2009, quando foi constatado o primeiro caso da doença no Brasil (em São Paulo), o Ceará notificou 344 casos suspeitos de Influenza A (H1N1). Do total, 80 (23,3%) foram confirmados; 171 (49,7%) descartados; e 93 (27%) estão em processo de investigação. Quanto aos casos confirmados, 70 (87,5%) estão no município de Fortaleza, quatro (5%) em Quixadá e seis (7,5%) tiveram como residência outros estados ou países. Nenhum óbito até agora. Dos casos confirmados, 42 (53%) são do sexo feminino, e 57 (71,3%) estão concentradas na faixa de 15 a 49 anos de idade.Pamplona explica que o número recente de crianças infectadas com o vírus A (H1N1) não quer dizer que a doença esteja vitimando mais pessoas com menos de dez anos de idade. "Pelo contrário, segundo os dados, 38% dos pacientes da gripe suína estão entre 15 e 24 anos".A preocupação da Sesa com o aumento de casos, afirma o médico, é em razão do fim do ano, "quando a tendência é o aumento da demanda, principalmente entre janeiro e fevereiro, de crianças com problemas respiratórios", ressalta.A média mensal de atendimentos do HIAS é de 850. Isso, informa a assessoria de imprensa do hospital, somente com crianças com doenças respiratória em geral - viroses, pneumonia, bronquite e asma. Entre junho e julho deste ano, 50 profissionais receberam capacitação sobre a Influenza A.Um outro fator preocupante apontado pela Sesa é que o Rio Grande do Norte (RN) já confirmou nove óbitos da doença. "Por isso, a Secretaria reforça a proteção e os cuidados básicos com o vírus, destacando a importância de evitar aglomerações".A supervisora do Núcleo de Epidemiologia da Sesa, Dina Cortês, avalia que esse aumento do número de casos era esperado. "Em razão da situação da doença no Rio Grande do Norte". Mas, não é preciso pânico, é só ter os cuidados básicos, como evitar aglomerações e procurar atendimento médico aos primeiros sintomas".São considerados casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) àquelas pessoas que apresentarem febre, tosse e dispneia, acompanhada ou não de outros sinais ou sintomas. Menores de dois e maiores de 60 anos de idade, gestantes, portadores de doenças crônicas, como hipertensão, são considerados prioridades.Registros-80 casos da gripe suína no Ceará foram confirmados entre julho e dezembro de 2009. Desse total, 70 são de Fortaleza, sendo que 38% estão na faixa etária entre 15 e 24 anos10 confirmações em menos de um mês. Número acionou o alerta vermelho da Sesa, que conclama a população para redobrar cuidados preventivos de proteçãoMais Informações:Secretaria da Saúde do Estado - Avenida Almirante Barroso - Praia de Iracema. (85) 3101.5123www.saude.ce.gov.br

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Campanhas buscam elevar estoque de leite materno

Diariamente, o Banco de Leite do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) recebe doações que chegam a quase três litros de leite materno. Porém, neste período do ano, em função das festas de Natal e Réveillon, bem com devido ao grande número de viagens para fora da Capital, a coleta cai para um litro. E é exatamente com o objetivo de evitar prejuízos dessa natureza aos recém-nascidos que não conseguem se alimentar no peito da mãe que o Hias está desenvolvendo uma campanha para aumentar seu estoque.Problema idêntico enfrenta o Hospital Geral César Cals (HGCC), que também realiza campanha visando a potencializar a coleta. Para suprir a necessidade diária dos bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal do hospital, são necessários, pelo menos, 15 litros de leite por dia. No momento, o Banco de Leite possui apenas três litros em processo de pasteurização. Alguns bebês dos César Cals estão sendo alimentados com o produto de outros hospitais, que enviam o leite para ser pasteurizado no Banco de Leite do HGCC.A terapeuta ocupacional do Banco de Leite do Albert Sabin, Sandra Sobreira Araújo, explica que a reposição dos estoques é de fundamental importância porque busca garantir o suprimento de leite para os bebês prematuros ou com patologias. O banco tem cadastradas 45 doadoras, mas apenas 25 doam com frequência cerca de 150 a 300 ml de leite. São mulheres de diversos bairros de Fortaleza. "Fora as doações feitas aqui no banco, há coleta entre as mulheres com filhos internados no próprio hospital", lembra a terapeuta ocupacional."O trabalho de sensibilização para a doação é feito, geralmente, entre as mulheres que, após o nascimento de seus filhos, sentem dificuldades de amamentar", frisa a técnica em enfermagem Eliana da Silva. Sua função é orientar as mães de internos a retirarem o leite do próprio peito. "Muitas chegam aqui com dificuldade ou ansiedade para amamentar. Então, ensinamos como retirar o leite e esclarecemos que a doação ajuda outras crianças e evita o desperdício", cita Eliana.Ontem à tarde, no Albert Sabin, Luana de Oliveira Freitas, 16 anos, coletava seu leite para repassar ao filho de 18 dias de vida, que se recupera de uma infecção por ter engolido fezes durante o parto. Já Fabiana Barbosa, 22, fazia doação para outras crianças do hospital, uma vez que o seu recém-nascido estava no Interior do Estado. "Estou internada com o mais velho, que está com linfoma".

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

G7 e México consideram vacinação prioridade no combate à nova gripe

O Grupo dos Sete (G7, que reúne os países mais industrializados do mundo) e o México ressaltaram nesta sexta-feira (4), em Londres, que a vacinação é a grande prioridade contra a pandemia da nova gripe e acordaram manter a vigilância diante da evolução do vírus A(H1N1). A gripe foi o tema central da 10ª reunião ministerial da chamada Iniciativa Global para a Segurança Sanitária, um grupo formado pelo G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), México e pela União Europeia (UE). "A contínua ameaça da pandemia do A(H1N1) de 2009 significa que devemos seguir atentos sobre o futuro desenvolvimento da pandemia", afirma o comunicado conjunto divulgado pelo grupo, assessorado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os participantes da conferência concordaram em que "as vacinas seguem sendo a melhor proteção contra o impacto do vírus" e reiteraram "a importância de oportunas comunicações públicas para estimular uma ampla vacinação". "Levando em conta o crescente risco do vírus para certos segmentos de nossa população, continuaremos dando passos para atender os que correm mais riscos, como parte de nossas estratégias de vacinação", afirmaram os ministros.

Provisões
Os ministros de Saúde consideram também que o "sustento" da provisão de vacinas é "crucial", e se comprometeram a trabalhar com a OMS para apoiar os países em desenvolvimento que "necessitarem assistência para responder à pandemia". "As doenças não respeitam fronteiras, por isso necessitamos uma resposta internacional diante delas", disse a secretária de Estado britânica de Saúde Pública, Gillian Merron, anfitriã da reunião, realizada no palacete de Lancaster House, no centro de Londres. Por sua parte, o secretário mexicano de Saúde, José Ángel Córdova Villalobos, comemorou que o grupo tenha apoiado a proposta de realizar a 11ª reunião ministerial da Iniciativa Global para a Segurança Sanitária no ano que vem em seu país. "Nossas vivências enfrentando a pandemia do A(H1N1) ofereceram a esta iniciativa oportunidades de crescer e fortalecer", afirmou Villalobos. A comissária europeia de Saúde, Androulla Vassiliou, ressaltou a necessidade da cooperação internacional para estar "preparados diante de novos vírus".

domingo, 6 de dezembro de 2009

Vítimas da vaidade

Um método que se propõe a dar uma nova silhueta rapidamente – e sem bisturi – ganhou espaço no mercado da cirurgia plástica: a aplicação de uma substância com nome complicado, o polimetilmetacrilato (PMMA), em camadas profundas da pele. Empinar o bumbum e arrebitar o nariz sem cortes são algumas das promessas do procedimento, batizado de bioplastia. A facilidade da aplicação e os bons resultados estéticos atraíram centenas de pacientes para clínicas de dermatologistas, cirurgiões plásticos e profissionais sem formação médica também. Hoje, o efeito do uso indiscriminado do procedimento deixa suas marcas. Casos de reação inflamatória crônica por conta do material, necroses de tecidos de locais como nariz, lábios e queixo, e deformações causadas pelo enrijecimento da substância preocupam os médicos.
Na última semana, a modelo Solange Magnano, miss Argentina 1994, morreu de embolia pulmonar após se submeter a uma injeção de polimetilmetacrilato nos glúteos. O caso deu o alerta mundial para os riscos da técnica. A família de Solange aceitou a causa da morte como uma fatalidade. Mas, até que a autópsia do corpo seja divulgada, a hipótese de a embolia ter sido causada pela entrada da substância na corrente sanguínea continua a ser considerada pelos especialistas.No Brasil, o que se vê é que os casos de complicações por uso de PMMA têm se mostrado graves e muitas vezes irreversíveis. “Isso porque o material, usado para unir estruturas ósseas em cirurgias ortopédicas, não é absorvido pelo organismo”, explica Sérgio Levy, presidente da seção do Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Além disso, a substância tem como propriedade misturar-se aos tecidos. Por isso, retirá-lo, se for necessário, é praticamente impossível. “Um paciente com reação imunológica ao material pode apresentar inflamações crônicas e ter de tomar medicamentos como corticoides até o fim da vida”, explica a médica Natale Gontijo, cirurgiã plástica da equipe da Clínica Ivo Pitanguy.
O caráter duradouro, atraente à primeira vista, é, na verdade, mais um risco. O cirurgião plástico Carlos Alberto Jaimovich, membro da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do Conselho Federal de Medicina, alerta que não se deve procurar um profissional capaz de fazer um procedimento, mas não de corrigi-lo: “O mote da propaganda é a plástica sem cortes, mas não se explica que, em caso de problemas, a correção, quando possível, vem com o bisturi.”
O receio dos especialistas quanto à técnica tem o respaldo do Conselho Federal de Medicina. Em 2006, a entidade emitiu uma nota alertando os médicos para os riscos do material, devido à ausência de estudos, sobretudo para preenchimentos em grandes volumes e intramusculares. “Já a sociedade de dermatologia não proíbe, mas desestimula o uso do produto”, alerta a médica Andréia Mateus, coordenadora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro. O cirurgião plástico Almir Nácul, criador do método da bioplastia e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, garante que o uso correto do método diminui as chances de complicações. “Trata-se de uma plástica interativa, em que o paciente pode acompanhar consciente o que está sendo feito”, defende o cirurgião. “O uso indevido por profissionais que não sabem aplicar a técnica é o que a denigre”, reclama ele, que se orgulha do fato de que seis en­tre as últimas dez misses Brasil terem feito o procedimento.A dona de casa carioca Valdete Calixto, 61 anos, recorreu à bioplastia para corrigir imperfeições. Seu desejo era encontrar uma alternativa de preenchimento para o rosto que combatesse a flacidez e aumentasse queixo e lábios. Mas a intervenção feita em 2002 começou a causar inchaço e vermelhidão cinco anos depois. Antes de descobrir que o material era a causa de sua lesão de pele, ela procurou diversas especialidades médicas e encontrou diagnósticos errados para o seu problema. “Eu, que era vaidosa e admirada, me vi monstruosa”, conta. Hoje Valdete controla a inflamação graças a tratamentos dermatológicos que incluem medicação e laser.
No Brasil, apenas três produtos à base de polimetilmetacrilato têm o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para circular. Em 2007, a agência proibiu que a matéria-prima fosse usada em farmácias de manipulação. “Ainda não recebemos notificações oficiais de reações a esses produtos. Mas é importante que os profissionais que as tenham nos comuniquem”, destaca Luiz Roberto Klassmann, diretor-adjunto da agência.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Mutação de vírus da gripe suína causa 6ª morte

Um pacientes infectado por uma cepa que sofreu mutação do vírus da gripe suína, o A H1N1, morreu na Espanha, informou hoje 04 Dez o Ministério da Saúde do país. Trata-se do sexto caso fatal provocado por uma mutação do A H1N1 na Europa. Um caso foi registrado na Holanda. França e Noruega tiveram dois casos cada."Nós registramos três casos de mutação, incluindo um que foi fatal. Esses são três casos isolados e não houve transmissão para outras pessoas", disse o porta-voz do Ministério à agência "France Presse".
No mês passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que mutações do vírus foram observadas no Brasil, China, Japão, México - onde a epidemia da doença começou - Ucrânia e nos Estados Unidos já em abril. Na segunda-feira, a Itália também reportou um caso de mutação do vírus, mas o paciente continua vivo.
"As mutações parecem ocorrer esporadicamente e espontaneamente. Até o momento, não foram descobertas ligações entre o pequeno número de pacientes infectados com o vírus que sofreu mutação e a mutação não parece se espalhar", disse a OMS em comunicado divulgado no dia 20 de novembro.
A OMS também destacou que não há evidência de mais infecções ou mais mortes como resultado da mutação, embora o vírus que sofreu mutação continue sensível a drogas antivirais usadas para tratar os casos graves como o oseltamivir (Tamiflu) e o zanamivir (Relenza).
Os cientistas temem que as mutações sofridas pelo vírus da gripe possam causar uma pandemia mais forte e mortífera. O órgão mundial de saúde reiterou seu pedido para a monitoração da doença. As informações são da Dow Jones.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

HGF bate recorde de transplantes renais

A Unidade de Transplantes Renais do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) comemora números positivos em 2009. De janeiro até esta terça-feira, 2 de dezembro, foram realizados 99 transplantes renais, quebrando mais um recorde. Em 2008 foram realizados 94 transplantes. O Hospital fez homenagem aos pioneiros do transplante renal no HGF. Os médicos cirurgiões João Evangelista Bezerra Filho e Romero de Matos Esmeraldo, da equipe que realizou o primeiro transplante de rim no Hospital Geral de Fortaleza em 1983, são homenageados em uma placa que marca a realização dos 1.000 transplantes renais no HGF. Segundo informações da Central de Transplante do Estado, até esta quarta-feira, 2, 304 pacientes estão na fila de espera por um rim no Ceará.Transplante de rim-Nomes alternativos:
transplante renal, transplante do rim
Definição:
Procedimento cirúrgico para transplantar um rim em um paciente com doença renal ou insuficiência renal. O rim a ser transplantado pode ser obtido de um doador vivo ou um doador que acabou de morrer.
Descrição: A cirurgia é mais fácil do que todas as outras cirurgias de transplante de órgãos principais. O paciente pode ser tratado com diálise (filtragem do sangue e remoção de líquido e dejetos), até que se encontre um doador de rim. O rim saudável é obtido de um doador vivo (normalmente, um parente consangüíneo) ou de um doador que acabou de morrer, mas não sofreu uma lesão renal. O transporte dos rins saudáveis é feito em uma solução salina resfriada que preserva o órgão durante até 48 horas, o que permite que as análises necessárias determinem a compatibilidade entre o sangue e o tecido do doador e receptor (essa compatibilidade, em alguns casos, é avaliada antes da cirurgia).Doadores vivos: (doa o rim):Enquanto o paciente está anestesiado (sob anestesia geral), faz-se uma incisão na região lateral do abdome (flanco). O rim é removido e a incisão é suturada.
Receptor do rim (recebe o rim):Enquanto o paciente está anestesiado (sob anestesia geral), faz-se uma incisão na região inferior do abdome. O novo rim é suturado no local, na pelve, e a incisão é suturada.
Indicações:
O transplante de rim pode ser recomendado para pacientes com insuficiência renal causada por:
pressão sangüínea alta, grave e não-controlável (hipertensão)
infecções
diabetes melito
O transplante de rim não está recomendado para pacientes que tenham:
doença do fígado, coração ou pulmão
outras doenças que ponham a vida em risco
infecção (como a TB ou osteomielite)
dificuldade de tomar medicamentos várias vezes por dia durante toda a vida

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Evolução da pandemia de gripe continua imprevisível, diz OMS

A evolução da pandemia da nova gripe continua imprevisível, pois pode se transformar em um tipo de infecção leve ou, pelo contrário, ser mais perigosa, afirmou nesta quinta-feira (3) o diretor adjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS), Keiji Fukuda. Diante dos casos - ainda isolados - de mutação do vírus A (H1N1), Fukuda disse que, por enquanto, é impossível prever o que pode acontecer. Afirmou que, em caso de mutação, "o vírus pode ser menos virulento, mas também há exemplos de vírus que começaram leves e depois se tornaram mais patógenos. Temos os dois tipos de exemplos". O representante da OMS afirmou que os países devem continuar cooperando para combater a atual pandemia. Revelou que, por enquanto, o organismo não tem planos para suspender ou diminuir o nível máximo de alerta sanitário que está em vigor desde junho em relação à gripe.
Campanha de vacinação Fukuda disse que a transmissão do vírus é alta no hemisfério norte, mas a situação muda de acordo com o país, enquanto, no hemisfério sul, o número de casos continua em baixa. Sobre a campanha de vacinação, disse que foram distribuídos 150 milhões de doses em cerca de 40 países, sem reações adversas inesperadas entre as pessoas imunizadas. Em relação à porcentagem de pessoas infectadas, o especialista declarou que isso depende de diferentes fatores, como a idade. Nesse último caso, as crianças aparecem como um grupo especialmente vulnerável, principalmente quando estão reunidas em ambientes como escolas ou creches, com taxas que podem alcançar 30%, usando como referência a gripe sazonal, disse. Sobre os casos de resistência ao antiviral oseltamivir, Fukuda confirmou que foram verificados 96 casos no mundo, mas afirmou que este remédio continua efetivo contra a maior parte dos tipos de vírus detectados nesta pandemia.

ALERTA-Maioria dos casos de hepatite não é notificada

As hepatites B e C são doenças virais, contagiosas e silenciosas, pois não apresentam sintomas. Com relação a essas enfermidades, a falta de campanhas de vacinação, a subnotificação dos pacientes por parte dos médicos e, muitas vezes, a desinformação estão causando preocupação ao Ministério da Saúde. Para se ter uma ideia, no Ceará, entre 2003 e 2008, foram notificados apenas 2,2 casos de hepatite B em cada 100 mil habitantes.Segundo o coordenador do Programa Nacional de Hepatite Viral, Ricardo Gadelha, aproximadamente um em cada trinta brasileiros está contaminado, e a maioria não sabe disso, porque a doença não tem sintomas aparentes. Mas, de acordo com ele, o que agrava ainda mais a situação é a não notificação dos casos por parte dos médicos, fator que dificulta o tratamento.Outro agravante é a baixa cobertura de vacinação nos estados. Conforme Gadelha, a região Nordeste é a mais prejudicada por falta de políticas públicas para vacinação contra hepatite B. Ele diz que o Ceará tem apenas 67% de cobertura, quando o recomendado é 95%.É exatamente para discutir temas como esses que 100 médicos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste estão participando, em Fortaleza, de uma capacitação, iniciada ontem e que segue até amanhã, sobre as hepatites virais. De acordo com Ricardo Gadelha, outro objetivo do encontro é capacitar profissionais da saúde para o uso de novas drogas, a serem lançadas ainda no primeiro trimestre do ano que vem, e para a realização de campanhas de vacinação.Medicamentos-Ele destaca que existem centenas de pacientes sendo tratados no País, mas que não são notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sian, do Ministério da Saúde). "Se o governo é o responsável pela compra de medicamentos, é preciso ter um controle, por meio do sistema de notificação, para que não falte remédio". Gadelha acrescenta que, por ano, no Brasil, são 24 mil novos casos de hepatite viral, mas a situação real deve ser bem pior.Para o hepatologista José Milton de Castro, o problema da subnotificação está ligado a um fator cultural. "Os médicos não se dispõem a preencher uma ficha, que agora é on line, e justificam dizendo que o procedimento é extenso", ressalta. Ele diz que, muitas vezes, o paciente também não entende a real necessidade da notificação e se sente constrangido ao responder o questionário.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

EUA vão reavaliar políticas após escassez de vacinas contra a nova gripe

A secretária de Saúde dos Estados Unidos, Kathleen Sebelius, anunciou nesta quarta-feira (2) um plano para revisar em profundidade os métodos para desenvolver políticas de saúde pública, após os problemas registrados na campanha de vacinação contra a nova gripe. Durante discurso em um congresso da Associação Médica Americana, Sebelius reconheceu que a escassez de vacinas contra o vírus A (H1N1), entre outros problemas, demonstrou que o país mantém uma dependência de tecnologias antiquadas. "Enfrentamos a gripe de 2009 com tecnologia dos anos 50", admitiu Sebelius. A revisão das políticas afetará os sistemas que preparam o país para enfrentar ameaças de saúde pública e será completada "no início do ano que vem", segundo a secretária.
"Buscaremos os métodos mais rápidos para fazer uma transição para novas tecnologias que nos permitam produzir medidas de reação mais robustas e confiáveis. Não só para a gripe ou doenças infecciosas, mas para qualquer ameaça de saúde pública", explicou. O Governo dos EUA gastou mais de US$ 2 bilhões para comprar vacinas contra a nova gripe, mas os centros autorizados só dispõem atualmente de 69 milhões de doses, menos da metade das que esperavam ter.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Sinais de alerta do infarto

O índice de morte, na primeira hora, após o início dos sintomas do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é de 60% no Brasil, sendo a falta de assistência especializada prévia e a excessiva demora do paciente infartado em receber atendimento hospitalar responsáveis por números tão elevados. O IAM é uma das principais causas de morbi-mortalidade no Brasil e no mundo.Melhorar o conhecimento da população sobre como conhecer os sinais de alerta do infarto e estimular a capacitação médica continuada das equipes de emergência são medidas práticas para reverter este quadro nacional. É o que destaca Sérgio Timerman, diretor do Laboratório de Emergências Cardiovasculares do Incor (SP) e palestrante do I Fórum Internacional sobre Avanços & Oportunidades no Tratamento Emergencial do IAM, realizado no Rio de Janeiro."Entender os sintomas, identificar rapidamente a doença e aplicar o tratamento, logo nos primeiros minutos do IAM, é determinante para redução da mortalidade ou de sequelas causadas pela doença", afirma o presidente eleito da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Jorge Ilha Guimarães.Minutos decisivosNo Brasil, estima-se que apenas 49% dos pacientes infartados cheguem com vida ao hospital. O atendimento pré-hospitalar, realizado ainda na ambulância ou em casa, é fundamental para aumentar as chances de sobrevida destes pacientes.Para se ter uma ideia, revelam os especialistas, cada minuto perdido, no atendimento durante as 3 primeiras horas após os sintomas do infarto, representa uma média de 11 dias a menos na expectativa de vida dos pacientes com diagnóstico de IAM.A boa notícia é que já é possível tratar os pacientes infartados na própria ambulância, com aplicação de um medicamento trombolítico (a Tenecteplase), droga que age especificamente nos trombos que obstruem as artérias coronárias. "Com o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e a introdução dos medicamentos trombolíticos, observou-se uma significativa redução na taxa de mortalidade", alerta Timerman.ExperiênciasO Fórum Internacional foi um momento único para a troca de experiências e para conhecer como são feitos trabalhos semelhantes fora do País. Para tanto, o encontro contou com a presença de dois médicos coordenadores de serviços de emergência na Europa, o cardiologista e diretor-médico do Departamento de Cardiologia e Medicina Emergencial do Wilhelmen Hospital de Viena, na Áustria, Dr. Kurt Huber, e o chefe do SAMU e do Hospital Universitário de Lille, na França, Dr. Patrick Goldstein."Essa troca de experiência é muito importante para conhecermos melhor o trabalho realizado fora do Brasil e para demonstrarmos também a efetividade do trabalho das nossas unidades de emergência", afirma o coordenador das UPAs, SAMU e Defesa Civil da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Coronel Fernando Suarez. O I Fórum Internacional sobre Avanços & Oportunidades no Tratamento Emergencial do Infarto Agudo do Miocárdio contou com o suporte científico da Sociedade Brasileira de Cardiologia e apoio da Boehringer Ingelheim.ATENDIMENTO-49% dos infartados chegam com vida ao hospital. O atendimento pré-hospitalar (ambulância ou em casa) é vital para aumentar as chances de sobrevida.IMPACTO DO IAM-As Doenças cardio e cerebrovasculares são responsáveis por mais de 32% das mortes por problemas de saúde no Brasil / 2007. (Fonte: Datasus / www.datasus.gov.br);De 1998 até 2005, o número de internações por IAM aumentou em 65% (de 119 mil para 196 mil) . (Fonte: Datasus / www.datasus.gov.br);Os gastos da rede pública com o tratamento aumentou 195% entre os anos de 1998 e 2005 - de 149 para 449 milhões;Cada minuto perdido, nas 3 primeiras horas após os sintomas, custa ao paciente uma média de 11 dias de vida (Fonte: Estudo GREAT - Rawles J. J Amer Coll Cardiol1 Nov 97).