sexta-feira, 31 de julho de 2009

Brasileiros procuram remédio contra nova gripe no Paraguai

Brasileiros estão procurando farmácias de Ciudad del Este, no Paraguai, para comprar remédios contra a nova gripe. O medicamento mais procurado é o tamiflu, que é vendido no Brasil apenas com receita médica.
No país, o uso do tamiflu é limitado a pacientes que apresentam sintomas e fator de risco, incluindo doenças prévias e quadro clínico grave. No Paraguai, porém, qualquer um pode ter acesso ao remédio, mesmo sem receita médica.
Segundo balconistas de farmácias paraguaias, dezenas de brasileiros procuram o medicamento todos os dias, pessoalmente ou por telefone. O preço também acompanha a demanda, que está em alta. Nesta semana, uma caixa de tamiflu custava em média R$ 98 no Paraguai. Na semana que vem, já anunciou o balconista, o valor passará para R$ 134.
A liberdade para adquirir o medicamento aliada ao medo de contrair a gripe fazem com que muitos consumidores comprem o produto para deixar em casa, mesmo quando não estão doentes.
A médica infectologista Flávia Trench alerta que é arriscado adquirir remédios de origem desconhecida, pois podem ser falsificados. Ela também lembra que, quando a pessoa tem sintomas de gripe, o ideal é passar por um atendimento em um posto de referência e evitar a automedicação. “Você pode estar pensando que é gripe e estar com meningite ou pneumonia bacteriana.”Ordem é apreender
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que é proibido trazer tamiflu do Paraguai porque o medicamento só pode ser usado sob prescrição médica e está disponível na rede de saúde brasileira. Caso os fiscais encontrem o medicamento, a ordem é apreender.
O representante da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), Luciano Barros, diz que o Paraguai possui mais de 20 laboratórios, mas alguns não seguem as regras sanitárias. “Alguns produtos de alguns laboratórios paraguaios não correspondem à quantidade de princípios”, diz.
O Ministério da Saúde alega que segue recomendação da Organização Mundial da Saúde e que o controle do tamiflu evita a automedicação. O governo informa ainda que o uso indiscriminado do antiviral para todos os casos pode tornar o vírus da nova gripe resistente ao medicamento.
No Brasil, apenas os pacientes com agravamento do estado de saúde nas primeiras 48 horas, desde o início dos sintomas, e as pessoas com maior risco de apresentar quadro clínico grave são medicados com o remédio.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ministério da Saúde vai facilitar acesso a remédio contra gripe suína

O governo vai facilitar o acesso ao remédio oseltamivir (Tamiflu), usado no tratamento de pacientes com gripe suína. O Ministério da Saúde vai recomendar hoje aos Estados que ampliem os postos de distribuição do remédio, a exemplo do que ocorreu ontem em São Paulo. A indicação do uso do medicamento, porém, não será ampliada.Em vez de o antiviral ficar restrito a hospitais de referência, ele poderá ser obtido na rede ambulatorial, em unidades básicas ou em centros ligados ao Programa de Saúde da Família (PSF). "A medida foi adotada para dar agilidade à assistência", afirmou o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage. Cada Estado deverá definir a melhor forma de distribuição.A mudança deve facilitar principalmente o encaminhamento de pacientes de risco de consultórios, como grávidas, que muitas vezes precisavam do remédio, mas tinham de passar por um hospital para recebê-lo. São Paulo decidiu que o remédio ficará disponível para pacientes em farmácias montadas em hospitais previamente determinados. O uso do remédio está restrito para pacientes com sintomas de agravamento e pessoas com gripe que apresentem fatores de risco (doenças pré-existentes, menor de 2 anos, maior de 60 e gestantes).Para garantir que o critério seja cumprido, o antiviral somente será distribuído com um prontuário específico. Cumprida essa exigência, o paciente recebe o suficiente para o seu tratamento (dez comprimidos, no caso de adultos)."Vai ficar a critério de cada médico", disse o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Juvêncio Furtado, que elogiou a medida. Ele não descarta, no entanto, que haverá dificuldades na logística da dispensação dos remédios.A Secretaria da Saúde de São Paulo comunicou a mudança aos profissionais de anteontem, mas não quis conceder entrevistas sobre o tema.O diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, de São Paulo, David Uip, acha que a medida é bem-vinda. "Com isso, a população economiza um tempo de espera desnecessário", avaliou. Atualmente, um paciente com perfil para receber o oseltamivir atendido por um profissional da rede básica é encaminhado para um hospital referenciado. Lá, ele tem de aguardar mais algumas horas - no caso do Emílio Ribas, até 3 horas - para ser atendido por outro profissional que, por sua vez, vai avaliar se é ou não o caso do recebimento do medicamento. "Com a mudança, essa etapa é eliminada. O paciente com receita já procura um posto de distribuição", explicou Hage.Uip acredita que, com a alteração desta política, o consumo do medicamento vai aumentar. "Não há dúvida de que hoje pacientes, mesmo com indicação do remédio, acabam desistindo ao ver uma fila de mais de três horas." Hage não tem a mesma avaliação. Ele acredita que a medida não deverá provocar um impacto na indicação do antiviral. Além dos 800 mil tratamentos (suficientes para atender 800 mil pessoas), o governo deve receber 150 mil tratamentos que estão sendo encapsulados pela Fundação Oswaldo Cruz. O primeiro lote deve ser entregue hoje.

Vacinação deve chegar à metade da população dos EUA

Quase metade da população dos Estados Unidos deve ser vacinada contra a nova gripe. Cerca de 160 milhões americanos devem ter que tomar a dose no início da campanha, segundo autoridades americanas de saúde.
Inicialmente, porém, o número de vacinas deve chegar a 120 milhões de pessoas no país.Mais cedo, especialistas que assessoram o governo americano disseram que as mulheres grávidas devem ser as primeiras pessoas vacinadas contra a gripe H1N1.
A afirmação foi feita durante um encontro promovido pelo CDC (Centro de Controle de Doenças, pela sigla em inglês), agência federal responsável pelo monitoramento da doença no país, o mais afetado pela pandemia até agora.A nova cepa apresenta um risco especial às grávidas e a vacinação protege também os recém-nascidos, disse o médico Anthony Fiore, do Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, em uma reunião de consultores em vacinas do CDC.A recomendação do CDC foi acatada por um Comitê Consultivo de Práticas de Imunização, formado por especialistas. Ele disse que uma comissão do CDC decidiu que cerca de 42 milhões de americanos devem ser vacinados primeiro: mulheres grávidas; pais e pessoas que cuidam de crianças pequenas; trabalhadores do setor de saúde; crianças até quatro anos; crianças com problemas crônicos que possam trazer complicações em caso de contaminação pelo vírus; e, finalmente, adultos saudáveis entre 19 e 24 anos.
A comissão explicou que os adultos jovem são prioridade porque eles estão mais expostos à infecção e porque eles são os que mais espalham o vírus pela sociedade.
A gripe H1N1 está agora tão difundida que a Organização Mundial da Saúde deixou de contabilizar os casos país por país. Sanitaristas temem que ela se agrave, especialmente quando começar a temporada sazonal de gripes no Hemisfério Norte, no outono boreal. O governo dos EUA contratou a produção de 195 milhões de doses da vacina contra a gripe H1N1 para uma possível campanha de vacinação no outono. A secretária de Saúde e Serviços Humanos, Kathleen Sebelius, disse neste mês que o governo pagará a conta. Ainda não se sabe quando esse total de doses estará disponível.Cinco empresas estão produzindo a vacina H1N1 para o mercado dos EUA - MedImmune (subsidiária do laboratório AstraZeneca), a australiana CSL, a GlaxoSmithKline, a Novartis e a Sanofi-Aventis.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Julho tem média de um caso de gripe suína por dia

O mês das férias tem sido decisivo para o aumento de casos confirmados da nova gripe (suína) no Ceará. Dos 36 pacientes que tiveram o diagnóstico positivo da doença no Estado até agora, 30 foram registrados apenas em julho, o que representa uma média superior a um caso por dia no mês. Ontem, cinco ocorrências da Influenza A H1N1 foram confirmadas por exame, segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). Os novos casos são de pacientes do sexo masculino que adquiriram a doença fora do Estado. Apenas dois deles residem em Fortaleza (um no bairro Dionísio Torres e outro no Conjunto José Walter). Os outros três são turistas que procuraram atendimento médico enquanto estavam na Capital. “Já esperávamos esse aumento de ocorrências em julho e a tendência é de que mais casos surjam nos próximos dias, em virtude de eventos como o Fortal e o Halleluya, que reuniram pessoas de todo país”, avalia o coordenador do comitê estadual de prevenção e controle da Influenza A, Manoel Fonseca. Com os novos números, o vírus Influenza A H1N1 passa estar distribuído em 16 bairros da Capital, sendo sete no Meireles. O POVO conversou pelo telefone, ontem à noite, com um dos pacientes que contraiu a Influenza A no Ceará. Recém chegado de viagem que fez á Argentina, onde passou férias, ele garantiu que passa bem e que desde a quarta-feira da semana passada não sente nenhum sintoma da doença. Tranquilo, o jovem disse que está cumprindo, rigorosamente, as orientações repassadas pela Sesa. “Estou trabalhando dentro do meu quarto. Na sexta-feira minha quarentena acaba e ficará tudo normal”, afirma. Escolas Com o fim das férias escolares, a Sesa divulgou ontem nota técnica recomendando que somente as pessoas com febre, tosse, dor de garganta e outros sintomas de gripe não retornem às aulas. A orientação é de que os alunos doentes devam procurar assistência médica. A Secretaria pede também que o início das atividades curriculares não seja suspenso ou adiado por conta da nova gripe. Na rede privada de ensino de Fortaleza, onde as aulas recomeçam segunda-feira, as orientações da Sesa também serão observadas. SERVIÇO Dúvidas sobre a nova gripe podem ser tiradas pelos telefones 0800 280 0808 (Secretaria Municipal da Saúde), (85) 3101.4860 (plantão da Secretaria Saúde do Estado) ou pelo site do Ministério da Saúde (http://www.saude.gov.br/).

terça-feira, 28 de julho de 2009

Meireles tem mais casos de gripe suína

Os 31 casos confirmados de gripe A (suína) no Ceará se espalham por 14 bairros de Fortaleza. O mais atingido é o Meireles, onde moram sete pessoas que contraíram o vírus H1N1. Também há casos na Aldeota (3), Centro (3), Cocó (2), Dionísio Torres (2), Mondubim (2), Cambeba (1), Cidade dos Funcionários (1), Joaquim Távora (1), Maraponga (1), Messejana (1), Papicu (1), Parquelândia (1) e Praia do Futuro (1). Os quatro casos restantes foram de um homem de 31 anos que mora em Quixadá e de três pessoas que residem no Sudeste e estavam de férias em Fortaleza quando procuraram atendimento médico. O paciente de Quixadá contraiu o vírus em Brasília (DF), onde foi passar as férias. “Ele está em Fortaleza, onde também tem residência. Veio de Brasília direto pra cá. Nem chegou a ir a Quixadá”, explica o presidente do Comitê Estadual de Prevenção e Controle do Vírus Influenza A, Manoel Fonseca. O homem de Quixadá está entre os seis novos casos confirmados no Ceará e divulgados ontem pela Secretaria da Saúde (Sesa). Em três dias, o número de registros da doença no Estado aumentou de 25 para 31. Segundo Fonseca, todos os pacientes passam bem, sem necessidade de internação hospitalar. O de Quixadá continua de quarentena, em sua residência na Capital. Ele só deve voltar para Quixadá quando estiver totalmente curado. Os outros cinco novos casos são de pessoas que moram em Fortaleza e haviam viajado para Argentina, Brasília, Estados Unidos e São Paulo. Duas delas moram no Cocó e o restante nos bairros Cidade dos Funcionários, Centro e Parquelândia. Levando em conta todos os 31 casos, o que se nota é que a maioria das pessoas que contraiu o vírus é jovem (a média é de 26 anos) e havia viajado para o Exterior ou para outro estado do Brasil. “Os casos aqui têm sido leves. Até porque a maioria foi registrada em pessoas que estão fora do grupo de risco (idoso, gestante, criança ou doença pré-existente)”, lembra o presidente do comitê. Embora o número de casos no Ceará aumente a cada novo boletim, Fonseca garante que a situação no Estado está sob controle. “A gente até esperava um número maior de casos no mês de julho, por causa das férias. E é bom ressaltar que no Ceará ainda não temos casos de transmissão sustentada (quando o vírus circula dentro do território)”, enfatiza. As três pessoas que contraíram o vírus em Fortaleza tiveram contato com pessoas já infectadas. “Nesses casos, a gente encontrou vínculo epidemiológico, não é transmissão sustentada”, diferencia. Quem tiver suspeita de ter contraído gripe A deve procurar um posto de saúde ou um médico de sua confiança. Os casos mais graves são encaminhados para os hospitais. No Ceará, são duas unidades de referência: o Hospital São José (adultos) e o Hospital Infantil Albert Sabin (crianças). Dentre as principais recomendações para evitar o contágio da doença estão lavar as mãos regularmente, usar lenços descartáveis quando for tossir ou espirrar, não compartilhar objetos pessoais e evitar tocar nos olhos, boca e nariz. E-MAIS -Vinte e um casos continuam em monitoramento no Estado. Você pode tirar dúvidas sobre a gripe suína no Disque Influenza A (0800 280 0808). Outra opção é acessar o site www.saude.gov.br. Segundo o presidente do Comitê Estadual de Prevenção e Controle do Vírus Influenza A, Manoel Fonseca, quem já contraiu o vírus da gripe suína fica imune a ele. O problema é que o vírus (assim como o da gripe comum) sofre mutações. “Se houver uma modificação (no vírus) a pessoa pode pegar de novo, só que lá pro próximo ano”, diz A Influenza A é uma doença respiratória. A transmissão ocorre de pessoa para pessoa, como a gripe comum. Das 45 mortes confirmadas no Brasil por causa da gripe suína, 20 foram em São Paulo, 16 no Rio Grande do Sul, cinco no Rio de Janeiro e quatro no Paraná.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Mulher é 1ª vítima da gripe suína em São Carlos (SP); país tem 45 mortes

A Secretaria de Saúde de São Carlos (a 232 km de São Paulo) confirmou na tarde desta segunda-feira a primeira morte em decorrência da gripe suína --a chamada gripe A (H1N1)-- na cidade. Com a confirmação, sobe para 45 o total de óbitos no BrasilSegundo a secretaria, a primeira vítima da doença na cidade é uma mulher, de 32 anos, que morreu no último domingo (26). Segundo a secretaria, a mulher não teve contato com nenhuma pessoa que tenha viajado a outros países.
A morte ainda não foi confirmada pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, nem pelo Ministério da Saúde.
São Paulo e Paraná
Também nesta segunda, a Prefeitura de Mogi-Guaçu (164 km de São Paulo) confirmou a morte de um homem de 58 anos devido à gripe suína.
Segundo informações da prefeitura, o homem, um aposentado, foi internado no dia 16 de julho na Santa Casa da cidade com pneumonia. No dia 18, seu estado de saúde piorou e ele teve de ser encaminhado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O tratamento foi iniciado no dia 20, e ele morreu por volta das 12h deste domingo.
Hoje também, a Prefeitura de Osasco (Grande São Paulo) confirmou na tarde desta segunda-feira mais duas mortes em consequência da gripe suína. Em nota, a prefeitura informou que os pacientes --uma mulher de 57 anos e um homem de 37 anos-- morreram no último dia 19 e que ambos tinham problemas de saúde que contribuíram para o agravamento do quadro. Os resultados dos exames que comprovaram a gripe suína foram conhecidos após as mortes.
Já no Paraná, foram confirmadas mais três mortes. Segundo informações da Secretaria de Saúde do Estado, os novos casos são de três homens da região de Curitiba (PR). As mortes aconteceram nos dias 19, 21 e 22 de julho. A pasta não informou a idade das vítimas ou se elas apresentavam características que os enquadra no grupo de risco da doença. Vítimas
Rio Grande do Sul:
Uruguaiana:- gestante de 36 anos - morreu no dia 16 de julho- menina de 5 anos - morreu em 15 de julho- caminhoneiro Dirlei Pereira, 35 - morreu dia 16 de julho- mulher de 36 anos - morreu dia 18 de julho
Santa Maria:- serralheiro de 40 anos - morreu dia 17 de julho- homem de 26 anos - morreu dia 13 de julho- homem de 31 anos - morreu no início de julho
Passo Fundo:- comerciante de 42 anos - morreu dia 8 de julho- homem de 31 anos - morreu dia 8 de julho- caminhoneiro Vanderlei Vial, primeira vítima da doença no país - morreu em 28 de junho- gestante de 31 anos - morreu no dia 16 de julho- gestante de 25 anos - morreu no dia 20 de julho
São Sebastidão do Caí- jovem de 20 anos - morreu dia 26 de julho
São Borja:- caminhoneiro de 29 anos - morreu dia 6 de julho
Sapucaia do Sul:- menino de 9 anos - morreu dia 5 de julho
Caxias do Sul- homem de 36 anos - morreu no dia 16 de julho
São Paulo
São Paulo- mulher de 68 anos - morreu dia 12 de julho- mulher, gestante, de 27 anos - morreu dia 14 de julho- homem de 50 anos - morreu dia 13 de julho- mulher de 44 anos - morreu dia 20 de julho- menina de 4 anos - morreu dia 19 de julho- homem de 58 anos - morreu dia 21 de julho São Carlos
-mulher de 32 anos
ABC- menina de um ano e seis meses - morreu dia 18 de julho
Botucatu:- homem de 28 anos - morreu dia 10 de julho
Mogi-Guaçu:- homem de 58 anos - morreu dia 26 de julho
Osasco:- rapaz de 21 anos - morreu dia 11 de julho- menina de 11 anos - morreu dia 30 de junho- jovem de 23 anos - morreu dia 21 de julho- mulher de 57 anos - morreu dia 19 de julho- home de 37 anos - morreu dia 19 de julho
Região de Campinas- mulher de 26 anos - morreu dia 17 de julho- mulher de 27 anos - morreu dia 19 de julho- mulher de 37 anos - morreu dia 23 de julho- gestante de 20 anos - morreu dia 21 de julho
Região de Sorocaba- homem de 26 anos, morador da cidade de São Paulo, morreu dia 18 de julho Rio de Janeiro- mulher de 37 anos - morreu dia 13 de julho.- menino de 10 anos - morreu dia 14 de julho- menino de 6 anos - morreu dia 15 de julho- gestante de 29 anos - morreu dia 17 de julho- mulher de 39 anos - morreu dia 19 de julho
Paraná- mulher - morreu dia 14 de julho- homem - morreu dia 19 de julho- homem - morreu dia 21 de julho- homem - morreu dia 22 de julho .

Intoxicação: alerta na cozinha

Metade das contaminações por alimentos estragados ocorre dentro de casa. Perigo está na falta de cuidados com manuseio e conservação da comida. Problema afeta mais quem tem imunidade baixa, crianças, idosos e grávidas.Ovos na porta da geladeira, superfície de madeira para cortar a carne, e o velho pano úmido na pia. É assim que funciona a cozinha da sua casa? Abra o olho, alertam especialistas. A falta de cuidados pode levar a Doenças de Transmissão Alimentar (DTA), problema que atinge gravemente idosos, gestantes, crianças e pessoas com baixa imunidade.Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, órgão da ONU), no ano passado 82 milhões de brasileiros (43% da população do País) foram internadas com intoxicação alimentar e mais de 6 mil morreram. Metade das contaminações ocorreu dentro de casa.Os ambientes perfeitos para a proliferação de bactérias, fungos e protozoários são os de temperatura próxima a 37 graus. “Mas a maioria desses micro-organismos se multiplica dentro da faixa entre 4 e 60 graus. Para impedir o problema, só submetendo os alimentos a temperaturas superiores a 70 graus”, orienta a pesquisadora Tatiana Pastorello, do projeto Cuidar dos Alimentos, da Fiocruz. Depois de pronta, a comida não deve ficar mais de duas horas fora da geladeira.
CONTÁGIO CRUZADO.Na cozinha, nada de manipular diferentes alimentos sem lavar as mãos. “Leva-se micro-organismos de um para outro”, explica Tatiana. Usar a mesma faca, sem lavar, para cortar produtos distintos é perigoso. “Em churrascos acontece muito: a faca que corta a carne crua é a mesma que fatia o alimento servido”, diz. Alimento cozido não está livre do risco de ser contaminado, se tiver contato com alimento cru, que é onde os micro-organismos proliferam. O problema ocorre com facilidade ao se colocar, na mesma vasilha, carne crua e alimentos cozidos. Ou quando a mesma tábua de carne é usada, ainda suja, para cortar alimentos ‘in natura’, como temperos e saladas.O ovo é um dos alimentos que mais recebe ressalvas. “Pode transmitir salmonella. Se a casca quebrar, há risco de contaminar a gema. Colocá-los na porta da geladeira é arriscado: o abre e fecha causa microfissuras que provocam o contágio”, orienta o microbiologista Roberto Martins Figueiredo. “Comer ovo cru ou com a gema mole é perigoso”, diz. Ele lembra ainda que alimentos folhosos devem ser bem lavados em água corrente.

domingo, 26 de julho de 2009

Descoberto o "elo perdido" da Aids: a vacina ficou mais fácil

Inaugurou-se na quinta-feira 23 uma nova era na pesquisa para a produção da vacina contra a Aids. Até então, duas questões desanimavam os cientistas. Uma delas dizia respeito ao SIV (vírus da imunodeficiência em símios), espécie de irmão do HIV (vírus da imunodeficiência humana). Se o SIV não se mostrava letal aos macacos, por que o HIV leva o homem à morte? A segunda questão era: qual é o "elo perdido" (estágio intermediário) entre o SIV e o HIV? Ou seja: como se deu o salto do símio para o homem? A resposta revolucionária está na revista "Nature": após nove anos de estudo, pesquisadores descobriram na Tanzânia que um tipo de SIV está matando os macacos (a chimpanzé dessa foto morreu de Aids). E, se existe uma versão mortal do SIV, é possível entender como os símios são afetados e o caminho para uma vacina está aberto, já que o desenvolvimento da doença, neles e no homem, é idêntico. O HIV está matando diariamente cerca de 5,7 mil pessoas em todo o mundo.

À prova de pancadas

Médico americano cria cirurgia que diminuio o sangramento facial dos lutadores de vale-tudo. Desde os 14 anos, o lutador americano Marcus Davis sofria com a propensão que sua pele tinha de se abrir diante do mais leve dos impactos. Mesmo em treinos, quando lutava protegido por uma máscara, seu rosto se rasgava com facilidade e o intenso fluxo de sangue que brotava dos cortes comprometia seu desempenho. O problema aumentou quando, aos 19 anos, Davis entrou para o mundo do vale-tudo - onde não só os socos, mas as joelhadas e as cotoveladas são comuns.
A partir daí, suturar os machucados depois dos combates virou rotina. Em 16 anos de esporte, o atleta contabilizou 77 suturas nos supercílios. Em 2008, aos 35 anos, sua pele não aguentava mais tantos pontos e ele estava prestes a se aposentar, quando foi apresentado ao cirurgião plástico Frank Stile, de Las Vegas. O médico prometia o impossível: um rosto blindado, um ativo precioso para um lutador.
Entusiasta do vale-tudo, Stile não se conformava com os remendos feitos por médicos despreparados em atletas de ponta como Davis. Sua proposta era fazer uma cirurgia para remover o tecido remendado em volta do olho do atleta, arredondar a órbita ocular e selar o osso com placas de pele enriquecida com colágeno (leia quadro). "Do jeito que a minha pele estava, não duraria por mais muito tempo", disse Davis à ISTOÉ. "A cirurgia deu sobrevida à minha carreira." Nas três lutas em que o atleta disputou depois, seu rosto não abriu nenhuma vez. A intervenção, que custaria US$ 7,5 mil (R$ 14,3 mil), não foi cobrada por Stile, que tem multiplicado rendimentos com a exposição que tem recebido.
"É um procedimento muito novo", conta Sérgio Batarelli, presidente da Confederação Brasileira de Lutas Vale Tudo. "Nem as associações atléticas dos Estados Unidos se manifestaram sobre o assunto", diz. Intervenções cirúrgicas são corriqueiras nos esportes de luta. É comum entre os boxeadores, por exemplo, tirar a cartilagem nasal depois de muitas fraturas. Mas nada chega aos pés do que se propõe Stile. "É a medicina trabalhando para melhorar o esporte", aposta Rudimar Fedrigo, no vale-tudo há três décadas. Mas nem todos estão animados com a novidade. "Isso é um tipo de doping", diz Rolker Gracie, da Academia Gracie de jiu-jítsu. É esperar para ver como o esporte absorverá a novidade.

Medicina na madrugada

Está surgindo em São Paulo uma nova modalidade de atendimento médico - o agendamento de consultas e exames para altas horas da noite e, muitas vezes, madrugada adentro. O serviço está disponível em três redes de laboratórios na cidade e é oferecido por alguns especialistas. Ainda em fase inicial, é uma opção para quem não consegue remanejar compromissos e dispor de duas ou mais horas para cuidar da saúde durante o dia.
Um dos exames que agora podem ser feitos em turno alternativo é a ressonância magnética, cada vez mais pedida pelos médicos para diagnosticar, por meio de imagens, lesões como a hérnia de disco. Outro é a tomografia computadorizada, que revela pequenas alterações no interior do corpo. "A iniciativa está sendo um sucesso. Os horários mais procurados são após a meia-noite ", diz Roberto Kalil, gerente de marketing do Centro de Diagnósticos do Brasil, que há dois meses abriu as portas para a clientela noturna. Para a DJ Tatiana Aguiar, 23 anos, foi o empurrão que faltava para finalmente submeter-se ao procedimento. "Fiz a ressonância à uma e meia da madrugada. Além da comodidade de não pegar trânsito, eu prefiro a noite para tudo", diz.
Outro é a tomografia computadorizada, que revela pequenas alterações no interior do corpo. "A iniciativa está sendo um sucesso. Os horários mais procurados são após a meia-noite ", diz Roberto Kalil, gerente de marketing do Centro de Diagnósticos do Brasil, que há dois meses abriu as portas para a clientela noturna. Para a DJ Tatiana Aguiar, 23 anos, foi o empurrão que faltava para finalmente submeter-se ao procedimento. "Fiz a ressonância à uma e meia da madrugada. Além da comodidade de não pegar trânsito, eu prefiro a noite para tudo", diz.Mais redes da cidade estão aderindo à proposta de funcionar 24 horas. O Lavoisier/DASA avalia o modelo em duas unidades - uma no bairro do Itaim, para a realização de testes de sangue; e outra na Mooca, reservada a exames de imagem. Já o Fleury permite fazer apenas ressonância. "Se der certo, haverá outros procedimentos", diz José Marcelo Oliveira, diretor da área de Medicina Diagnóstica.
Atenta à necessidade de se adaptar aos horários dos pacientes, a dermatologista Ligia Kogos foi uma das pioneiras em virar a noite no consultório. No início, ela atendia apenas quem precisava vir depois de uma reunião ou de assistir o futebol na televisão. Mas a exceção virou regra e hoje a especialista costuma sair do consultório depois que o sol nasceu. O menu de tratamentos da noite é igual. "Tem gente que vem para uma consulta. Outros preferem a tranquilidade da madrugada para fazer botox, preenchimento, laser ou peelings", diz Ligia.
A desvantagem desse tipo de serviço é ter de redobrar os cuidados com a segurança durante a noite. Dois profissionais entrevistados por ISTOÉ, por exemplo, um dentista e uma ginecologista, pediram para ficar no anonimato por medo de assaltos. A dermatologista Ligia contratou uma equipe para vigiar sua clínica dia e noite. "Foi uma providência inevitável para atender de madrugada", diz ela.

sábado, 25 de julho de 2009

Pesquisadores da Universidade de São Paulo em Bauru criam carne em pó

Pesquisadores brasileiros desenvolveram uma carne em pó que promete melhorar a qualidade de vida das pessoas que precisam dos nutrientes da carne mas não conseguem mastigar.
Os beneficiados incluem, por exemplo, pacientes com Alzheimer, Parkinson, AVC e lábio leporino. Doentes com câncer ou pessoas submetidas à cirurgia de redução de estômago também devem tirar proveito do produto.A nutricionista Suely Prieto de Barros, responsável pela ideia do produto, explica que a carne em pó será mais acessível do que os suplementos de proteína disponíveis no mercado, feitos à base de soja, milho, maltodextrinas e aminoácidos sintéticos. "Será, no mínimo, 60% mais barata", aponta Suely.
Cada 100 gramas da carne em pó contêm cerca de 10 mil miligramas de aminoácidos essenciais - elementos fundamentais para a construção das proteínas. Uma quantidade idêntica de carne teria uma presença 20% maior de aminoácidos, o que comprova a manutenção da maior parte dos nutrientes no produto em pó.
Os níveis de cálcio, ferro e sódio também são semelhantes ao da carne não processada. Por outro lado, as gorduras saturadas estão presentes em menor quantidade do que em carnes magras.
O produto pode acompanhar receitas doces e salgadas, como sopas ou vitaminas.
Há 24 anos, Suely cuida de crianças com lábio leporino no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP, em Bauru (SP). Em dezembro, sugeriu ao Grupo Bertin a criação do produto. Duas semanas depois, foi procurada para iniciar os testes com um primeiro lote. No próximo ano, a Bertin pretende aprovar o produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Gripe já está em 160 países e matou 800;OMS avalia mutação

GENEBRA (Reuters) - A pandemia da gripe H1N1 já se espalhou para cerca de 160 países, matou cerca de 800 pessoas e precisa ser cuidadosamente observada, caso sofra uma mutação e se torne mais grave no inverno boreal, disse a Organização Mundial da Saúde na sexta-feira."Por enquanto não vimos quaisquer mudanças no comportamento do vírus. O que estamos vendo ainda é uma expansão geográfica pelos países", disse o porta-voz da OMS Gregory Hartl em entrevista coletiva em Genebra.
O novo vírus, conhecido como "gripe suína", tem contaminado pessoas em todo o mundo porque ninguém tem imunidade natural a ele. Como todos os vírus influenza, ele pode circular mais amplamente no clima frio e pode sofrer mutações no inverno, segundo o porta-voz.
"Temos de estar cientes de que poderia haver mudanças, e temos de estar preparados para elas", disse Hartl.
De acordo com ele, as primeiras vacinas devem levar vários meses para ficar prontas. "Esperamos que as primeiras doses fiquem disponíveis para uso humano no começo do outono do Hemisfério Norte", disse.
Ainda não se sabe se será necessária uma ou duas doses por pessoa, pois os testes clínicos mal começaram, acrescentou.
A OMS por enquanto tem promessas de dois fabricantes no sentido de produzirem 150 milhões de doses para os países em desenvolvimento. A entidade negocia com outros produtores estoques que seriam destinados aos países menos desenvolvidos.
Hartl não citou as empresas, mas grandes produtores incluem os laboratórios Sanofi-Aventis, Novartis, Baxter, GlaxoSmithKline e Solvay.
A OMS, agência da ONU, declarou em 11 de junho que o mundo vive uma pandemia de gripe. No Brasil, foram registradas 29 mortes pela nova gripe, segundo retificação feita nesta sexta-feira pelo Ministério da Saúde. Na quinta, o balanço oficial havia indicado 34 mortes,hoje são 33,nos seguintes estados:São Paulo-16,Rio Grande Do Sul-11,Rio de Janeiro-5 e Parana-1 .
Na semana passada, a agência anunciou que se trata da pandemia com a mais rápida expansão já vista, e que se tornou inútil contabilizar cada caso.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

60% dos resultados positivos de gripe são de Influenza A, diz governo

O diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, estimou nesta sexta-feira (24) que os casos de Influenza A no Brasil, conhecida como "nova gripe", representem cerca de 60% de todos os casos de gripe registrados."De todos os exames realizados que apontaram algum sintoma de gripe, 60% eram pelo novo vírus. No caso do Chile e Argentina, esse percentual é superior a 90%", disse Hage a jornalistas.

Ele explicou que foram realizados 2570 testes em todo o Brasil nas chamadas "unidades de referência" e que, neste caso, 60% dos casos confirmados referiam-se à nova gripe. Por conta deste resultado, Hage disse acreditar que o percentual de todo o país seja semelhante.

"No Brasil, pode haver um aumento neste percentual. Pode significar que o vírus da Influenza A esteja substituindo os vírus que circulavam antes", disse o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde.

O governo informou ainda que o número de casos considerados "graves" da nova gripe, em relação ao número total de casos confirmados, está em 14,2% no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, o número é menor do que os 17% de casos classificados como "graves" de outras gripes em relação aos casos confirmados.
Viagens no Brasil
Eduardo Hage afirmou ainda que não há recomendação, por parte do governo, para a população adiar viagens dentro do país, mesmo para as regiões mais afetadas pela nova gripe (Sul e Sudeste).

"Não há recomendação de se adiar viagens para estados do Brasil. Já fora do país, o governo não pode prover assistência. Não que os outros governos não possam fazer. Mas estamos vendo na Argentina, por exemplo, já está sobrecarregada", afirmou ele.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ceará registra quatro novos casos em 24 horas

Em 24 horas, sugiram quatro novos casos de gripe suína, elevando para 23 o número de casos confirmados da Influenza A (H1N1) no Ceará. “As quatro pessoas passam bem e estão se recuperando em casa. Até agora, o Estado não registrou nenhuma morte por contaminação da nova gripe”, afirmou o presidente do Comitê Estadual de Prevenção e Controle do Vírus Influenza A, Manoel Fonseca.Segundo ele, as pessoas que foram infectadas pela gripe suína são residentes de Fortaleza. Fonseca disse que, até agora só há um caso confirmado no Interior. Trata-se de um paciente de Groaíras, que fez o exame de secreção em Sobral.Entre os casos confirmados ontem, há um jovem, de 15 anos, que chegou de Curitiba. Foi positivo o diagnóstico de gripe suína em uma mulher, de 50 anos, que esteve no Rio de Janeiro e em São Paulo. Outro caso é de um homem, de 36 anos, que veio do Rio Grande do Sul e, o último é uma adolescente, de 15 anos, que chegou dos Estados Unidos.Prevendo o avanço da doença este mês, a Sesa vem treinando profissionais em todo o Estado para o diagnóstico e tratamento da influenza A (H1N1). Hoje, a partir das 8 horas serão treinados os médicos, enfermeiros, farmacêuticos e técnicos de vigilância epidemiológica das microrregiões de Maracanaú, Baturité, Canindé e Aracati, no Hotel Mareiro. O evento termina às 12 horas.Manoel Fonseca disse que, os casos graves serão encaminhados pela atenção básica para o Hospital São José e para o Hospital Infantil Albert Sabin. “A medida que aumentar o número de casos no Ceará, os hospitais privados poderão tratar. Hoje, eles (rede privada) mandam os pacientes para o Hospital São José”, afirmou.Ações da SMSCom a nova recomendação do Ministério da Saúde para que o manejo clínico dos casos seja realizado nos serviços de atenção básica, a Secretaria Municipal de Saúde está realizando treinamentos nas regionais. Ontem, foi a vez dos profissionais da Regional VI. O gerente da Célula de Vigilância Epidemiológica, Antônio Lima, disse que, “não podemos afirmar que não teremos uma versão mais grave da gripe suína no Ceará, mas podemos dizer que teremos em 2010 uma vacina para protegeras pessoas”.Até agora, Lima garante que não existe aglomerado da Influenza A em bairros de Fortaleza. Todos os casos confirmados têm um vínculo epidemiológico secundário. Por outro lado, é bom ressaltar que um grande percentual de pessoas se contamina, mas não desenvolve a doença. “Hoje, o foco do Ministério da Saúde é para evitar óbitos e o agravamento da gripe suína no País”, frisou.Os casos suspeitos agora são tratados como Doença Respiratória Grave (DRAG). Assim, explica Lima, os pacientes com febre acima de 38 graus, tosse e obrigatoriamente, sintomas de dispnéia (falta de ar) serão enquadrados. “Esses pacientes são candidatos à internação e devem ser enviados ao Hospital São José”, salientou. Mais informações:Disque Influenza A da Secretaria Municipal de Saúde: 0800.280.0808Secretaria da Saúde do Ceará: 31015215 - (plantão)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Canadá tem primeiro caso de gripe suína resistente a medicamento nas Américas

MONTREAL, Canadá (AFP) - As autoridades de saúde canadenses identificaram um caso de gripe suína resistente ao antirretroviral Tamiflu, informou a imprensa de Quebec nesta quarta-feira.O caso foi detectado num homem de 60 anos, proveniente de Quebec, a quem foi administrada uma dose de Tamiflu menor que a necessária antes que visitasse o filho, contaminado com o vírus, informaram o Journal de Quebec e outros meios locais.
O homem, que também sofre de bronquite crônica, foi supostamente infectado pelo vírus A (H1N1) antes de tomar o Tamiflu, administrado em doses mais baixas.
Os médicos consideraram que é uma prova preocupante da habilidade do vírus de evoluir com rapidez.
"Este seria o primeiro caso, de nosso conhecimento, de resistência da gripe suína ao Tamiflu na América do Norte", assinalou Guy Boivin, um físico do centro médico da Universidade de Laval em Quebec, lembrando que já são conhecidos casos de resistência ao medicamento na Dinamarca, Japão e Hong Kong.

Ceará tem mais cinco novos casos confirmados

O Ceará tem agora 19 casos confirmados de gripe suína, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Cinco, dos últimos resultados de exames da doença recebidos pelo órgão, deram positivo e outros 17 casos foram descartados. Ainda assim, treze casos suspeitos são acompanhados no Estado, sendo um deles em Sobral, na região Norte. É o primeiro caso a ser monitorado no Interior. Um homem de 23 anos foi diagnosticado com pneumonia e ficou internado um dia na Santa Casa de Misericórdia de Sobral, tendo alta ontem. Ele esteve em São Paulo e é natural do município de Groaíras, a 273 km de Fortaleza. As informações são da assessoria de imprensa do hospital. Segundo a Sesa, o paciente fez o exame necessário para identificar se foi ou não infectado pela nova gripe, mas o órgão ainda não tem o resultado. Dos cinco novos casos confirmados, todos na Capital, um foi de contágio interno, ou seja, a pessoa infectada não saiu do Estado. Um rapaz de 17 anos adquiriu o vírus H1N1 por contato com um amigo da mesma idade que viajara à Nova Zelândia. As outras pessoas, três homens, estiveram no Chile, nos Estados Unidos e na Holanda. O coordenador do Comitê Estadual de Prevenção e Controle do Vírus Influenza A, Manoel Fonseca, afirma que o aumento no número de casos já era esperado, por conta das pessoas que retornam das férias no Exterior. "Depois do Fortal, vamos ter um número maior de casos, porque muita gente vem do Sul e do Sudeste", acrescenta Fonseca. Mesmo assim, para ele, o nível da doença não deve chegar ao das regiões mais frias do País. É o que reforça o coordenador da Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, Antonio Lima. "Aqui em Fortaleza, não temos circulação viral sustentada e a expectativa é que não tenhamos nesse momento. Nossa temperatura não favorece a replicação viral de larga escala. O vírus da Influenza, seja o sazonal ou o H1N1, tem predileção por temperaturas mais baixas", explica. O diretor do Hospital São José, Anastácio Queiroz, conta que a equipe de médicos da unidade, referência para os casos mais graves da Influenza A no Estado, já está sobrecarregada com a demanda gerada pelas suspeitas da gripe. O hospital conta com um consultório separado para os pacientes. "Isso traz uma carga à mais para o hospital. Era bom que os colegas das outras unidades examinassem detalhadamente as pessoas antes de encaminhá-las", apela. O São José deve receber, prioritariamente, os casos mais graves ou quem for mais vulnerável à doença, como os idosos. Outras pessoas devem procurar os postos de saúde ou um médico de confiança. EMAIS - O Governo do Estado e a Prefeitura de Fortaleza estão fazendo treinamentos com os profissionais de saúde. Ontem, também devido ao caso monitorado na cidade, o curso do Estado aconteceu em Sobral. Hoje, serão capacitados profissionais do controle de infecção hospitalar das unidades da rede estadual. - Já o Município dá treinamento a médicos e enfermeiros das unidades de atenção básica à saúde nas Regionais.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Empresa australiana começa a testar vacina contra a nova gripe

A empresa australiana CSL Ltd., de Melbourne, anunciou que pretende começar nesta quarta (22) os testes de uma vacina contra a nova versão do vírus H1N1, causador da nova gripe. Os 240 voluntários serão adultos saudáveis com idades entre 18 e 64 anos. A informação é da rede de TV "CNN". Cada participante vai receber duas injeções da vacina, com intervalo de três semanas entre cada injeção. A partir daí, serão feitos testes sanguíneos para verificar se as cobaias humanas estão criando uma boa resposta de defesa do organismo contra o vírus."Sabemos que as novas cepas de vírus influenza podem nos surpreender com novas propriedades, exigindo uma dose maior e duas injeções em vez de uma para provocar o nível desejado de resposta imune em humanos", afirmou Russell Basser, diretor global de desenvolvimento clínico da CSL.

Estado de SP registra mais cinco mortes por nova gripe

A Secretaria da Saúde de São Paulo acaba de fechar os números de óbitos no Estado causados pelo vírus H1N1, da gripe suína. Cinco novas mortes foram registradas só nos últimos dez dias. Outras três mortes já tinham sido anunciadas. No total, portanto, oito pessoas não resistiram ao vírus até agora no Estado – com isso, o número de mortos chega a 20 no país.
Do total de mortes ocorridas no país, 11 foram confirmadas no Rio Grande do Sul. De acordo com os dados oficiais que estão sendo repassados neste momento ao Ministério da Saúde e devem ser divulgados em breve, os óbitos registrados são os seguintes:
1 - Paciente do sexo feminino, de 68 anos, moradora da capital, que apresentava vários fatores de risco como cardiopatia, hipertensão arterial, diabetes e asma brônquica. Óbito registrado em 12 de julho.
2 - Paciente gestante, de 27 anos, moradora da capital, morreu no dia 14 de julho, depois de apresentar sintomas febre, tosse e dor torácica. Procurou a unidade de saúde em trabalho de parto no dia 9 de julho, quando foi realizada cesariana. Paciente evolui com falta de ar e morreu cinco dias depois. O bebê passa bem.
3 - Paciente de 50 anos, sexo masculino, internado no dia 13 de julho, morreu no último dia 20 de julho.
4 - Paciente do sexo feminino, 44 anos, residente na capital, teve início de sintomas no dia 11 de julho, com febre, tosse, dor de garganta, diarréia e dor muscular e falta de ar. Foi internada no dia 17 com insuficiência respiratória aguda, diarréia intensa e cianose nas extremidades. Morreu no dia 18 de julho.
5 - Paciente de 26 anos, sexo feminino, residente na região de Campinas, teve início de sintomas no dia 7 de julho, com febre, tosse, dor de garganta e falta de ar. Foi internada no dia 16 de julho com amigdalite, bronquite e sinusite, evoluindo para pneumonia. Morreu no último dia 17.
Segundo último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, na última quarta-feira (15), o Brasil tem 1.175 casos confirmados de gripe desde o dia 8 de maio. A maioria dos casos ocorreu em São Paulo (512), seguido do Rio Grande do Sul (135) e Rio de Janeiro (128).
Mortes. Veja onde foram registradas as mortes, por Estados:
Rio Grande do Sul:
Uruguaiana:- gestante de 36 anos - morreu no dia 16 de julho- menina de 5 anos - morreu em 15 de julho- caminhoneiro Dirlei Pereira, 35 - morreu dia 16 de julho
Santa Maria:- serralheiro de 40 anos - morreu dia 17 de julho- homem de 26 anos - morreu dia 13 de julho- homem de 31 anos - morreu no início de julho
Passo Fundo:- comerciante de 42 anos - morreu dia 8 de julho- homem de 31 anos - morreu dia 8 de julho- caminhoneiro Vanderlei Vial, primeira vítima da doença no país - morreu em 28 de junho
São Borja:- caminhoneiro de 29 anos - morreu dia 6 de julho
Sapuacaia do Sul:- menino de 9 anos - morreu dia 5 de julho
São Paulo
Osasco:- rapaz de 21 anos - morreu dia 11 de julho- menina de 11 anos - morreu dia 30 de junho
Botucatu:- homem de 28 anos - morreu dia 10 de julho
Rio de Janeiro- mulher de 37 anos - morreu dia 13 de julho.
Sintomas. A gripe suína é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1. Ele é transmitido de pessoa para pessoa e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a 38ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal.
Para diagnosticar a infecção, uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha vírus, e examinadas em laboratório. Os antigripais Tamiflu e Relenza, já utilizados contra a gripe aviária, são eficazes contra o vírus H1N1, segundo testes laboratoriais, e parecem ter dado resultado prático, de acordo com o CDC (Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos).

domingo, 19 de julho de 2009

Brasil só produzirá vacina contra gripe A em 2010

A vacina para combater a influenza A (H1N1) no Brasil só será produzida pelo Instituto Butantã a partir de 2010. O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães, negou que a ausência de uma vacina ainda para este ano se deva ao fato de a Organização Mundial da Saúde (OMS) não ter enviado a cepa do vírus ao Butantã.
"A vacina não servirá agora, mas esse não é um problema grave"A vacina, segundo Guimarães, irá combater uma "eventual segunda onda" da pandemia no Brasil, prevista pelo ministério para o próximo inverno. "A vacina não servirá agora, mas esse não é um problema grave", avaliou.
Brasil já teve 15 mortes confirmadasO secretário reforçou que as pessoas que apresentam sintomas gripais devem se precaver procurando atendimento médico em postos de saúde e ambulatórios. "Apenas os que tiverem um agravamento [do quadro clínico] serão encaminhados para hospitais de referência", disse.
O Brasil já teve 15 mortes confirmadas e registra 1.175 casos. O Ministério da Saúde está divulgando boletins estatísticos apenas às quartas-feiras.
GRIPE SUÍNA NO CEARÁ
14 casos pelo vírus Influenza A (H1N1) confirmados no Ceará
15 casos já foram descartados até o momento
13 pacientes com suspeita da nova gripe continuam sendo monitorados
Idades dos 14 casos confirmados: 1 tem 5 anos1 tem 9 anos1 tem 11 anos9 têm entre 18 e 30 anos1 tem 38 anos1 tem 56 anos
A Prefeitura de Fortaleza lançou um serviço chamado Disque Influenza A. Através do número 0800.280.0808, a população pode comunicar possíveis casos da doença e buscar informações sobre os sintomas da nova gripe, formas de prevenção, conduta em caso de suspeita e áreas consideradas de risco.
O QUE FAZER PARA EVITAR O CONTÁGIOO CDC (Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA) fez algumas recomendações para evitar a doença.
Cubra seu nariz e boca com um lenço quando tossir ou espirrar. Jogue no lixo o lenço após o uso;
Lave suas mãos constantemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar. Produtos à base de álcool para limpar as mãos também são efetivos;
Evite tocar seus olhos, nariz ou boca. Os germes se espalham deste modo;
Evite contato próximo com pessoas doentes;
Se você ficar doente, fique em casa e limite o contato com outros, para evitar infectá-los.

A incrível história da menina que vivia com dois corações

A garota inglesa Hannah Clark, 16 anos, entrou para a história da medicina. Ela se tornou a primeira pessoa conhecida do mundo a experimentar uma total recuperação de seu próprio coração, depois de ter sido submetida a um transplante cardíaco. A regeneração foi tão eficaz que permitiu a retirada do órgão que havia sido doado e com o qual seu corpo também conviveu durante 11 anos. Os detalhes do seu caso foram divulgados na última edição da revista científica The Lancet.
A história de Hannah é, na verdade, uma fabulosa crônica de luta pela vida. O problema no coração da menina foi identificado em 1994, quando ela tinha 8 meses. A quase completa incapacidade de seu coração de distribuir o sangue para o corpo era derivada de uma miocardiopatia dilatada, uma doença que enfraquece o músculo cardíaco. A enfermidade tem um prognóstico muito ruim. Por essa razão, os médicos resolveram tentar um transplante de coração, a saída mais usada para esses casos.
O procedimento foi feito quando ela estava com 2 anos. Os médicos fizeram algo diferente: implantaram o coração doado ao lado do coração de Hannah. Imaginaram que, se o coração da menina ganhasse um descanso, quem sabe pudesse se recuperar. Na cirurgia para o implante de um coração ao lado do outro - chamado transplante paralelo -, o órgão é suturado no coração nativo em uma tal disposição que as faces direitas de cada um ficam unidas, com uma comunicação entre elas. Quando chega, o sangue pode seguir para um ou para outro.
Logo após a operação, cerca de 70% do sangue que será distribuído para o corpo é enviado pelo coração novo. Dessa maneira, o coração doente acaba ganhando um repouso. Era essa pausa que os médicos torciam ser suficiente para que o coração de Hannah ganhasse nova vitalidade. Foi o que aconteceu. Cerca de cinco anos depois, os dois corações funcionavam normalmente, cada um bombeando metade do sangue circulante pelo organismo. Porém, ela desenvolveu o tumor de Epstein-Barr, causado pelo uso de remédios para diminuir a rejeição do corpo ao órgão transplantado. Como o câncer resistia ao tratamento e o coração da menina continuava operando normalmente, decidiu-se tirar o coração doado - para não precisar usar mais as drogas antirrejeição (leia mais detalhes da história no quadro abaixo).Mas um temor permanecia: o de que o coração de Hannah não mantivesse o bom ritmo, já que trabalharia novamente sozinho. "Mas agora, três anos depois da remoção do coração, vimos que o coração realmente se recuperou, como uma mágica", afirmou o cirurgião Magdi Yacoub, do Imperial College London, na Inglaterra, um dos responsáveis pelo caso. Depois de passar a vida em uma rotina de internações e remédios, Hannah festeja as novas possibilidades à sua frente. "Faço esportes e trabalho com animais, o que era impossível até pouco tempo atrás", contou.
A história da garota deu ainda mais fôlego a uma discussão que instiga a cardiologia: a capacidade de regeneração do coração. Até cerca de 20 anos atrás, acreditava-se que o órgão não apresentava essa habilidade, diferentemente de outros, como o fígado. "Mas começaram a surgir relatos de recuperação espontânea", conta o cirurgião Alfredo Inácio Fiorelli, do Instituto do Coração, em São Paulo. Hoje se sabe que isso pode ser possível em casos nos quais o órgão é colocado em repouso, ou seja, tem diminuído seu esforço, por meio de remédios ou, em casos mais graves, com o uso de coração artificial. Agora, com o exemplo de Hannah, é possível confirmar o fenômeno da regeneração das células do músculo cardíaco após um transplante paralelo.O que ainda intriga os médicos é como se dá esse processo. "Há hipóteses em estudo", diz Evandro Tinoco Mesquita, diretor clínico do Hospital Pró- Cardíaco, no Rio de Janeiro. "Pode ser que as próprias células do músculo cardíaco tenham capacidade de se multiplicar", explicou à ISTOÉ o cirurgião Michael Parmacek, da Universidade da Pensilvânia (EUA) e autor de um artigo sobre o tema publicado no jornal científico The New England Journal of Medicine.
Mesmo não conhecendo os caminhos da regeneração, os cardiologistas sabem que essa certeza mudará muita coisa na maneira como se trata o coração. Terapias à base de medicações que estimulem essa capacidade poderão ser criadas, diminuindo a necessidade de intervenções mais agressivas. No caso dos transplantes, a opção pelo modelo que preserva o coração doente passará a ser ainda mais considerada."O que aconteceu com Hannah nos levará a examinar as chances de o coração se recuperar na hora de optar pelo tipo de transplante", diz o cirurgião José Pedro da Silva, do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo.
Em princípio, só não apresentariam condições de regeneração órgãos que sofreram múltiplos infartos (neles, as artérias provavelmente estão muito comprometidas) ou que apresentam lesão em mais de 45% de sua área. "Mas se as possibilidades forem grandes, deixar os dois corações pode ser uma alternativa interessante. Há uma tendência de se procurar meios de fazer essa espécie de ponte para a recuperação do coração nativo." Do ponto de vista físico, manter dois corações dá mais vigor à engrenagem que nos mantém vivos. Do ponto de vista emocional, quem sabe também não nos ajudaria a amenizar o impacto das emoções?

sábado, 18 de julho de 2009

A volta da CPMF

A pesar do caos na saúde pública, o Palácio do Planalto, há quase nove anos, impede a votação no Congresso do projeto de lei que regulamenta a Emenda Constitucional nº 29. O motivo é matemático: pelo texto, 10% das receitas da União iriam para a saúde, os Estados arcariam com 12% e os municípios, 15%. Mesmo com a forte pressão de prefeitos - que reclamam da falta de recursos federais - e da Frente Parlamentar da Saúde (FPS), a base governista sempre conseguiu postergar a votação. Agora, a Emenda 29 pode entrar em pauta. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o sinal verde para trabalhar por sua aprovação. E está autorizado a lutar pelo artigo que recria a CPMF, agora batizada de Contribuição Social para a Saúde (CSS).
A CSS seria de caráter permanente e com alíquota de 0,10%. Apesar do impacto negativo da medida, o governo avalia que será pior fechar o ano com um rombo de R$ 2 bilhões na conta da Saúde, além do provável desabastecimento nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) e sem dinheiro para concluir as 200 Unidades de Pronto Atendimento que Lula prometeu entregar até o fim do seu mandato. "Não podemos entrar em 2010 sem uma solução e manter a saúde pública desse jeito", disse Temporão. Ele também quer criar fundações para a gestão de dois mil dos cinco mil hospitais do SUS.Esta é a segunda ten tativa do governo de aprovar a CSS. Mesmo com o apoio do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que promete a votação para agosto, a nova CPMF esbarrará na resistência da oposição. "Não aceitamos o contrabando dessa nova CPMF. Ou o governo retira isso ou não vai ter conversa", diz Paulo Bornhausen (DEM-SC). Para Darcisio Perondi (PMDB-RS), coordenador da FPS, não há alternativa. "Se o governo não reagir, o PSDB vai posar de grande promotor da saúde. Fernando Henrique apoiou a Emenda 29 e o José Serra foi ministro da Saúde", diz.
Na quarta-feira 15, Lula disse que o fim da CPMF foi a grande "mágoa" de sua gestão. "A mesquinhez política derrubou a CPMF. Não vi nenhum empresário cortar 0,38% e colocar esse percentual sobre os produtos", disse. Desde que a CPMF foi extinta em 2007, a equipe econômica conseguiu compensar a perda de R$ 40 bilhões, mas as contas da Saúde acabaram sacrificadas. Com a CSS, Temporão estima arrecadar R$ 11,6 bilhões.
A simples regulamentação da Emenda 29 já daria à Saúde cerca de R$ 5 bilhões. "Muitos Estados gastam o dinheiro da Saúde em saneamento, obras e restaurantes populares. Ação de saúde é UTI, vacina, mamografia, cirurgia", reclama Perondi. Para Aquiles Mendes, presidente da Associação Brasileira da Economia da Saúde, a criação da CSS não resolve o problema. "A reforma tributária prevê o fim das contribuições. Mesmo que se aprove a CSS agora, ela vai cair lá na frente."

14 casos de gripe suína confirmados

Oito novos casos de Influenza A (gripe suína) foram confirmados no Ceará, aumentando para 14 o número de registros da doença no Estado. Os dados, divulgados ontem, confirmam dois casos de contágio interno (autóctone), os primeiros desse tipo no Ceará. Contraíram o vírus em Fortaleza uma funcionária do Aeroporto Internacional Pinto Martins e a irmã dela. Os demais casos foram de pessoas que haviam viajado para São Paulo, Argentina, Estados Unidos e Chile. O gerente de Vigilância Epidemiológica do Município, Antônio Lima, lembra que o caso das duas irmãs que moram em Fortaleza é diferente da situação registrada em São Paulo, onde foi confirmado o primeiro caso de transmissão sustentada da gripe suína no Brasil. A diferença é que, em Osasco (SP), as autoridades sanitárias concluíram que a transmissão do vírus Influenza A (H1N1) para uma estudante de 11 anos não teve nenhum vínculo com pessoas que viajaram para outros países ou tiveram contato com elas. Um indício de que o vírus circula no Brasil. No caso de Fortaleza, explica Lima, a funcionária do aeroporto tinha contato constante com pessoas vindas do Exterior. “No Ceará, ainda não temos casos de transmissão sustentada”, enfatiza. Ele lembra ainda que o número de casos confirmados no Estado é pequeno, se comparado a locais como Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, todos com mais de 100 casos. O coordenador do Comitê Estadual de Prevenção e Controle do Vírus Influenza A, Manoel Fonseca, informa que o Ceará irá seguir o que o Ministério da Saúde recomendou no último dia 16. Pelo novo protocolo, as pessoas com sintomas de gripe devem buscar seu médico ou um posto de saúde. Lá, os profissionais irão indicar o tratamento adequado para cada pessoa, independente de ser gripe suína ou gripe comum. Complicações Se o caso for considerado grave ou com risco de complicações, a pessoa será encaminhada para um hospital, onde o tratamento será realizado. Em Fortaleza, o Hospital São José de Doenças Infecciosas continua sendo o de referência. “Mas, se precisar, a gente recorre aos outros hospitais do Município”, diz o gerente de Vigilância Epidemiológica, citando os Frotinhas e os Gonzaguinhas. Antônio Lima garante ainda que os postos de saúde estão prontos para atender a demanda. “Estamos capacitando médicos e enfermeiros. O calendário de capacitação que termina no fim da próxima semana”, diz. Dos 14 pacientes confirmados com gripe suína no Ceará, nove são mulheres e cinco são homens. Todos os casos foram registrados na Capital. Segundo a secretaria da Saúde do Estado, todos passam bem, sem necessidade de internação hospitalar, embora alguns continuem de quarentena em casa. Serviço A nova orientação do Ministério da Saúde é para que as pessoas com sintomas da gripe (febre, tosse, dores de garganta e dores musculares) procurem um posto de saúde ou o seu médico do plano de saúde. Mais informações no site http://www.saude.gov.br/. TIRA-DÚVIDAS Quando eu devo procurar um médico? > Se você tiver sintomas como febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza, procure um médico ou um posto de saúde, como já se faz com a gripe comum. Como eu posso me prevenir da doença? > Alguns cuidados básicos de higiene podem ser tomados, como: lavar bem as mãos frequentemente com água e sabão, evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies, não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar. Preciso usar aquelas máscaras descartáveis? > Até o momento, só existe um caso de transmissão sustentada no Brasil. Por enquanto, não há necessidade das pessoas andarem com máscaras. O que a gente recomenda é que a pessoa lave com frequencia as mãos. Como não há banheiro em alguns locais, é bom andar com álcool ou gel na bolsa. Há como diferenciar a gripe A da comum? > Não. os sintomas são muito parecidos. FONTE: Ministério da Saúde e Ronald Pedrosa, infectologista E-MAIS O boletim confirmando os seis primeiros casos da gripe A no Ceará foi divulgado no último dia 6. >A Secretaria Municipal de Saúde está disponibilizando o Disque Influenza A. Os interessados podem tirar dúvidas sobre a doença pelo telefone 0800 2800808, no horário de 8 às 17 horas. A ligação é gratuita. > A Influenza A é uma doença respiratória provocada pelo vírus A(H1N1). A transmissão ocorre, de pessoa para pessoa, como a gripe comum.

Por causa da nova gripe, ministério encomenda equipamentos para hospitais

Caminhoneiros serão alvo de campanha sobre a doença.O aumento no número de casos da nova gripe levou o Ministério da Saúde a encomendar novos equipamentos para os hospitais de referência. As orientações de prevenção à doença também foram reforçadas.Em uma viagem, o caminhoneiro Nadir corta o Brasil. A carga que vai para o Nordeste saiu do sul do país –onde o número de casos da nova gripe é maior. “O que eu consigo cuidar, eu cuido. Se eu souber mais ou menos que tem uma pessoa suspeita, já evito, já não chego perto”, diz.
Os caminhoneiros são o alvo de uma campanha do ministério porque atravessam a fronteira com freqüência. Eles estão sendo orientados sobre os sintomas da doença e sobre como prevenir a nova gripe: lavar as mãos com frequência, proteger o rosto ao tossir ou espirrar e não dividir objetos como pratos e copos. A partir da próxima semana, soldados do exército vão ajudar neste trabalho nas fronteiras do sul do país.Pessoas com doenças crônicas, crianças de até dois anos, grávidas e idosos continuam sendo considerados grupo de risco para o Ministério da Saúde porque têm a imunidade mais baixa. Mas o órgão já percebeu que a nova gripe tem uma incidência maior entre adultos jovens. O fato tem chamado a atenção, mas o motivo ainda não foi descoberto. Outra preocupação: em alguns casos, a nova gripe tem evoluído para uma alveolite -uma inflamação nos alvéolos pulmonares que leva à pneumonia. E é aí que está o perigo. “No caso de um individuo contrair uma pneumonia, acende-se o sinal de alerta para maiores complicações, inclusive a morte”, afirma o pneumologista Ricardo Martins. Por isso, o ministério encomendou 160 respiradores, que são aparelhos usados para ajudar o paciente a respirar em casos graves. Os equipamentos serão encaminhados para os hospitais de referência. “O grande desafio agora é organizar a rede pra atender bem as pessoas, principalmente atender as pessoas que necessitam de internação. Atendê-las adequadamente, tratá-las e impedir o óbito”, disse o ministro José Gomes Temporão.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Gripe: OMS atrasa e País não deve fazer vacina este ano

SÃO PAULO - O Instituto Butantan, de São Paulo, ainda não recebeu da Organização Mundial de Saúde (OMS) a fórmula da vacina contra a gripe suína, prevista para ser enviada no início do mês, o que torna inviável a produção no País do imunizante contra o vírus da Gripe A (H1N1) ainda este ano, de acordo com a assessoria da instituição. O motivo do atraso não foi esclarecido e o Butantan informou que não se pronunciará sobre o assunto, por enquanto. Sem condições de iniciar a produção a tempo, até o fim deste ano o Brasil terá de combater a doença com vacinas importadas. O Butantan é o único laboratório na América Latina onde são fabricadas vacinas contra a gripe comum e também será o local de onde sairá a contra a gripe A. É a OMS que determina quais as variedades de vacinas contra gripe serão produzidas no mundo todos os anos. No caso da Gripe A, depois de monitorar os subtipos do vírus que circulam no planeta, a organização envia uma espécie de "receita" da vacina para cada país. No caso do Brasil, essa fórmula já deveria ter chegado. Informações do instituto e da OMS dão conta de que são necessários ao menos seis meses para que a vacina seja liberada para a população, após o recebimento da receita. Antes é necessário averiguar se a vacina confere imunidade e se não há efeito tóxico dos componentes.Depois, o produto é testado em animais, como camundongos, para só então serem iniciados os testes clínicos em humanos. Em entrevista concedida à Agência Estado no fim de junho, o presidente da Fundação Butantan, Isaías Raw, afirmou que o fato de o Instituto Adolfo Lutz ter conseguido isolar o vírus H1N1 deve agilizar testes com a doença. Raw lembrou que o Butantan tem as vantagens de ter a única fábrica de vacinas da América Latina, os meios de cultura em ovos fertilizados e o chamado adjuvante, produto que permite quadruplicar uma dose da substância. Ele também ressaltou ser desnecessária a fabricação de vacinas para toda a população. O Butantan deve inaugurar em novembro uma fábrica com capacidade para produção de 1 milhão de doses de vacinas.O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães, afirmou ontem que o governo federal negocia a compra de vacina contra a enfermidade, mas não especificou quantas doses devem ser adquiridas. De acordo com informações que constam no site da pasta, não faltam remédios para combater a doença. "O Ministério da Saúde possui estoque suficiente de medicamento para tratamento dos casos indicados. Além de comprimidos para uso imediato, temos matéria-prima para produzir mais 9 milhões de tratamentos", diz o informe do Ministério. A administração federal comprou recentemente um lote de 800 mil doses, das quais 50 mil devem chegar ao País na próxima semana e o restante, em setembro.CuidadosApesar do aumento do número de mortes (11, no balanço de ontem) e casos de contaminação, as recomendações do Ministério da Saúde não mudaram. Quem tiver sintomas como febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações e coriza, deve procurar um médico ou um serviço de saúde, como se faz com a gripe comum. Os cuidados básicos são: lavar bem as mãos e frequentemente, com água e sabão, evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies, não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.

E o vírus deixou de ser forasteiro…

Não precisa ser idoso nem criança. Também não precisa viajar para o exterior nem ter um histórico de doenças. A gripe A H1N1, conhecida como gripe suína, não tem mais grupos de risco no Brasil. Qualquer um, segundos especialistas, está exposto ao vírus. E até o próprio ministro da Saúde, José Gomes Temporão, confirma que não há mais como garantir que pessoas saudáveis tenham menos chances de desenvolver um quadro grave da doença — e até chegar à morte.
O Ministério da Saúde confirmou sete novas mortes por causa da gripe. Dessas, três eram pessoas que não apresentavam nenhuma doença pré-existente. “O universo de análise ainda é pequeno, e é cedo para fazer conclusões”, ressaltou Temporão. O ministro, entretanto, disse que não é mais possível afirmar que pessoas sem histórico de doenças graves têm menos risco de desenvolver complicações com a nova gripe. Até agora, a doença já infectou 1.175 pessoas no Brasil, com 11 mortes. O número ainda será atualizado, mas a taxa de letalidade no Brasil, de 0,93%, já é maior que a média mundial, de 0,5%. Foram sete óbitos no Rio Grande do Sul, três em São Paulo e um no Rio de Janeiro.
O infectologista César Carranza reforça a tese de que não há mais grupos ou locais de risco para a nova gripe. “A doença está espalhada. Não adianta evitar locais para se proteger”, enfatizou. “A política agora tem que ser de redução de danos”, completou o infectologista Pedro Tauil.
O Ministério da Saúde confirmou que a menina que morreu em Osasco não teve contato com casos vindos do exterior — o que comprova a circulação do vírus (1)no estado. Com isso, o Brasil entrou na lista de países onde há transmissão sustentada da doença. Estados Unidos, México, Canadá, Chile, Argentina, Austrália e Reino Unido também fazem parte desse grupo.
O ministro da Saúde disse, na entrevista de ontem, que a situação era esperada. “Não há nenhum motivo para pânico nem para uma mudança radical de comportamento”, afirmou Temporão. Ele reitreou que não haverá mudanças, por enquanto, nos protocolos de combate e prevenção à doença. E destacou que a prioridade será tratar os casos mais graves. “Esse tratamento independe de confirmação da doença em exame laboratorial”, disse.
Cuidados
A situação do Rio Grande do Sul é a que “inspira mais cuidados”, segundo o Ministério da Saúde. A proximidade com a Argentina — país com o segundo maior número de mortes — e o clima frio contribuem para o avanço da doença no local. O órgão vai enviar mais uma equipe ao estado para reforçar as ações de vigilância.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as primeiras doses da vacina contra a nova doença estejam disponíveis em setembro. “A vacina é uma estratégia mundial para uma eventual segunda onda da doença”, afirmou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães. Ele afirma, porém, que as fábricas que trabalham no novo medicamento estão operando na capacidade máxima. “Pode não ter vacina para todo mundo. E ela não será barata.”
1 - TRANSMISSÃO SUSTENTADA
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera transmissão sustentada quando o contágio pela nova gripe ocorre dentro do território nacional, ou seja, quando há registros de infectados que não estiveram no exterior nem mantêm contato frequente com pessoas que foram contaminadas fora do país.
O número
A gripe avança
11 mortes foram confirmadas até agora em decorrência do vírus A H1N1
Remédio: vitamina C e primavera
O melhor remédio para conter a disseminação da gripe suína pode ser, segundo especialistas, a chegada da primavera. Baixas temperaturas e o clima seco típicos do inverno contribuem para a propagação do vírus H1N1, assim como o de outros tipos de influenza. Esses fatores podem ser determinantes para o aumento dos casos registrados no país, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Nesta época do ano, as pessoas tendem também a se aglomerar mais, facilitando a contaminação.
“Teremos muitos casos que nem vão ser diagnosticados. O inverno, nas regiões onde o frio é mais intenso, contribui para isso. No Norte, Nordeste e Centro-Oeste, não vamos ter tantos diagnósticos da doença”, explica o professor da UnB Pedro Tauil. De acordo com o médico, na medida em que as temperaturas voltem a subir, a tendência é diminuir o número de casos. “O Brasil conseguiu segurar a transmissão o máximo possível. Mas não é fácil”, afirma o professor, que cobra do governo medidas de monitoramento da circulação do vírus para evitar uma nova epidemia: “Quando o inverno chegar ao Hemisfério Norte, teremos uma vacina pronta”.
O professor da UnB Cesar Carranza também acredita que o fim do inverno pode espantar a doença. “A tendência é que ela se comporte como outras influenzas e a medida que a primavera for chegando, volte a cair o número de casos, como o das outras”, explica. Segundo o infectologista, ainda não há motivo para pânico.
Carranza alerta ainda para a necessidade de acompanhamento das autoridades sanitárias mundiais para as mutações do H1N1. “ Existe o risco de ele sofrer pequenas alterações com a multiplicação em muitas pessoas e não sabemos se serão boas ou ruins.” (AR)
Tira-dúvidas
1 Quais são os sintomas da gripe A H1N1?
Febre alta, mal-estar e dificuldade respiratória. Todos os sintomas são muito parecidos com os de qualquer gripe.
2 Posso fazer alguma coisa para prevenir a doença?
A proteção individual é fundamental. O uso de vitamina C é importante, assim como umidificar o ambiente. Colocar bacia com água no quarto ou mesmo toalha molhada é uma boa alternativa. Tudo isso evita doenças respiratórias. Lavar as mãos também é recomendável.
3 Qual é o momento ideal para procurar atendimento médico?
Na medida em que os sintomas vão evoluindo. Por exemplo: se a partir do terceiro dia a gripe piora, é preciso fazer um acompanhamento específico. O diagnóstico da doença não é fácil.
4 Preciso evitar multidões?
Ainda não. O México fechou o país num momento onde a letalidade estava alta porque só estavam fazendo diagnóstico de pneumonia grave.
5 Quem deve ficar de quarentena?
A orientação é do médico. Porém, quem não tem acesso ao atendimento médico e suspeita da doença, pode fazer o isolamento por conta própria. Cabe às autoridades isolar escolas e prédios públicos. A quarentena é indicada para evitar a transferência da doença para outra pessoa, quando o vírus ainda está incubando.
6 Preciso usar máscara?
A máscara deve ser usada quando se tem um caso conhecido. Ou mesmo para quem está doente evitar a transmissão para familiares, por exemplo.
7 Há vacina ou remédio para curar a gripe?
Os medicamentos têm o efeito de curar e de diminuir a mortalidade. Em setembro, a vacina deve ficar pronta.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Justiça condena União por negligência em retirada da talidomida do mercado

Medicamento causou deformações congênitas na década de 60.Indenização por danos morais pode chegar a R$ 200 mil por pessoa.Os filhos da primeira geração da talidomida hoje são homens e mulheres com cerca de 50 anos de idade que, desde que nasceram, enfrentam as limitações provocadas pelo medicamento.
Solteira, com marcas visíveis de uma vida difícil, Cláudia Marques Maximino, que é presidente da Associação Brasileira de Portadores da Síndrome da Talidomida, nasceu sem um braço e as duas pernas. O que era para aliviar o enjoo da mãe, grávida, virou uma trauma para ela. “É muito difícil porque você quer estudar e dizem que você não pode frequentar uma escola porque não tem acessibilidade.”A talidomida chegou ao mercado em 1957 como um sedativo. Foi muito usada para aliviar o enjoo de mulheres grávidas. Em 1961 o remédio foi proibido em todo o mundo, menos no Brasil.
Aqui a talidomida só foi retirada do mercado quatro anos depois.
Nesta quinta-feira (16) o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (SP e MS) confirmou a condenação do INSS e da União por negligência e irresponsabilidade por não terem retirado o medicamento logo que se descobriu que ele provocava deformações nos fetos.
Hoje 650 brasileiros recebem uma indenização por mês de no máximo R$ 2 mil por danos materiais. Agora, a Justiça determinou o pagamento de uma indenização, por danos morais, que pode chegar a R$ 200 mil por pessoa. A União pode recorrer da decisão.
1961: Talidomida é proibida e retirada do mercado
1965: No Brasil, o medicamentos foi comercializado livremente até 1965
1966: A partir deste ano, foi adotado uso restrito para tratamento de hanseníase e outras doenças

Unidade de AVC começa a funcionar em setembro

O Estado registra 20 mil novos casos de AVC por ano. Destes, quatro mil morrem em 30 dias e 5 mil ficam incapacitados. paciente M.M.O, 80 anos, teve um acidente vascular cerebral (AVC), mas a doença não foi diagnosticada pelo médico da emergência do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e a idosa ficou em uma maca no corredor. Só mais tarde, a paciente foi examinada por um neurologista e retirada dali. O chefe da Neurologia e coordenador do Comitê Estadual de Atenção às Doenças Cerebrovasculares da unidade, o neurologista João José de Carvalho, lamenta o incidente e diz que, para corrigir essas falhas, “vamos inaugurar em setembro a Unidade de AVC do HGF, que será a maior do Brasil”.Ele lastima que pacientes com AVC ainda sejam atendidos nos corredores do HGF, “apesar da nossa orientação contrária, mas isso vai acabar, como aconteceu em Joinville, após a implantação da unidade de AVC em um hospital público da cidade”, pondera.Mesmo com a atual estrutura, o neurologista João José de Carvalho garante que o hospital é a principal estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) capacitada para dar uma resposta aos pacientes acometidos pela doença. “Por mês, atendemos entre 180 a 200 casos novos de AVC no HGF”, revela.A partir de setembro, quando entrar em funcionamento a unidade de AVC do HGF, “o hospital terá neurologistas 24 horas. Contaremos com uma equipe formada por 12 neurologistas, 40 enfermeiros e 80 auxiliares de enfermagem. “Enfermeiros e auxiliares estão sendo treinados para trabalhar na unidade”, acrescenta. A Unidade de AVC do HGF será equipada com um tomógrafo de última geração, o “multi-slice” - equipamento que hoje só existe no Ceará em um hospital da rede particular.“O aparelho permite uma série de imagens, em curto espaço de tempo, que mostra com precisão as limitações do fluxo sangüíneo, informações importantes para definição do quadro clínico. Hoje sabemos que só podemos recuperar o paciente nas primeiras três horas após o AVC”, esclarece o chefe de Neurologia do HGF.Riscos da doençaDe acordo com o chefe da Neurologia do HGF, o AVC é a principal causa de morte no Ceará. Dos pacientes acometidos por um AVC, cerca de um quinto morrem, um quinto ficam com incapacidade grave, um quinto ficam com incapacidade moderada, um quinto com incapacidade leve e apenas um quinto retornam as suas funções anteriores.Ainda não há dados oficiais sobre a incidência de casos novos de AVC registrados por ano no Estado. João José de Carvalho diz, no entanto, que os dados das certidões de óbito demonstram que o AVC é a primeira causa isolada de morte entre os cearenses.O chefe da Neurologia do HGF revela, no entanto, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que devemos ter 2,4 novos casos de AVC por 1.000 habitantes/ano e 13,4 pessoas com seqüelas de AVC por 1.000 habitantes/ano.Nesse caso, “considerando a atual população cearense, teríamos aproximadamente 20 mil novos casos de AVC por ano cujos sobreviventes se juntariam aos 120 mil cearenses que vivem com seqüelas da doença”, acrescentou.PrevisãoNa visão do neurologista, esse cenário tende a piorar nos próximos anos. Os casos de AVC aumentam com a idade, duplicando a cada década após os 55 anos, agravados por outros fatores de risco como diabetes, colesterol alto, hipertensão, fumo, uso excessivo do álcool e sedentarismo. Além disso, o fenômeno do envelhecimento da população provocará um aumento no número de AVC´s, com taxas superiores a 10% a cada década. “É imperativo uma tomada de atitude no âmbito da saúde pública para o enfrentamento do problema. Nesse sentido, a Unidade de AVC do HGF, integrada ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), vai mudar a assistência no Ceará”.NO CEARÁ20 mil novos casos de AVC são diagnosticados por ano15 mil pessoas têm o primeiro AVC a cada ano5 mil pacientes terão AVC por duas, três e, inclusive, quatro vezes4 mil pessoas têm ataque isquêmico transitório a cada ano no Estado4 mil pessoas com AVC morrem em 30 dias e 6 mil dentro de um ano5 mil pessoas vítimas de AVC, em média, ficam incapacitadas

Mal de Chagas é a mais ignorada das negligenciadas

Doença mata 14 mil ao ano na América Latina; só existem duas drogas antigas para o tratamento .No ano do centenário da sua descoberta, a doença de Chagas é considerada a mais negligenciada de todas as doenças da atualidade. E não é por falta de mapeamento genético. Há quatro anos, a "Science" anunciou com estardalhaço o sequenciamento genético do Trypanosoma cruzi, transmitido pelo barbeiro, por um grande consórcio internacional. E o genoma do próprio inseto também foi concluído recentemente por cientistas da UFRJ.
Especialistas dizem que a doença é tão negligenciada que não existem sequer estatísticas oficiais sobre o número de casos, apenas estimativas. E de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número não é baixo. Endêmica em 21 países da América Latina, a doença responde por 8 milhões de casos e mata 14 mil ao ano na região - mais do que qualquer outra doença parasitária, incluindo a malária. Os dois únicos medicamentos conhecidos para o tratamento datam dos anos 60, são extremamente tóxicos e até hoje sequer há consenso sobre o seu uso.
- Para se ter uma ideia, de 1975 a 2005 foram desenvolvidos em todo o mundo 1.556 novos medicamentos. Apenas 21 deles foram para as doenças negligenciadas. Nenhum para doença de Chagas - contou Eric Stobbaerts, da Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, na sigla em inglês), coordenador da recém-lançada campanha "É hora de tratar a doença de Chagas".
Outro dado: dos US$2,5 bilhões investidos ao ano nas doenças negligenciadas (enfermidades que afetam milhares de pessoas, muito pobres em sua maioria, mas para as quais não há tratamentos adequados) apenas 0,25% foram para Chagas.
Durante muitos anos, o governo investiu no combate ao barbeiro - o que foi eficiente para reduzir a transmissão. Mas, alertam especialistas, é preciso tratar os doentes crônicos. A iniciativa prevê, a curto prazo, o lançamento de formulações pediátricas de uma das drogas existentes e também a aplicação de compostos (azóis) usados tradicionalmente contra infecções fúngicas.

Gripe suína avança pelo hemisfério Sul em pleno inverno

MELBOURNE, Austrália (AFP) - Mais de 10.000 casos de gripe suína e 22 mortes já foram registrados na Austrália, um dos países mais afetados do hemisfério Sul em pleno inverno junto com a Argentina, onde o vírus A (H1N1) já matou 137 pessoas e os casos confirmados somam mais de 3.000.Os australianos informaram nesta quarta-feira que o número total de casos no país chega a 10.387, mais de 10% do total de casos contabilizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cujo último balanço situa em 94.500 a quantidade de pessoas infectadas e em 429 o número de mortos (estas estimativas não levam em conta as últimas cifras argentinas).
Duas novas mortes elevaram para 22 o número de vítimas fatais da doença na Austrália, segundo anunciou na segunda-feira Nicola Roxon, ministra da Saúde.
Roxon indicou que o número de infectados pode aumentar à medida que o inverno avança no hemisfério Sul.
"Esperamos que os números atinjam um pico em agosto", acrescentou, afirmando que a gripe A (H1N1) estava se tornando o principal tipo de gripe deste inverno no país.
O inverno também provocou a expansão da pandemia na Argentina, que na terça-feira anunciou um drástico aumento do número de vítimas fatais em relação às 94 mortes informadas no último sábado.
"As análises confirmaram 3.056 casos, 2.395 foram descartados, com 137 mortos", indicou o ministério da Saúde argentino.
Estes números transformam a Argentina no segundo país mais afetado do mundo em número de mortes, à frente do México (124), onde a doença começou, e a atrás dos Estados Unidos (211).
O ministro da Saúde, Juan Manzur, declarou na semana passada que, de acordo com as últimas projeções, estima-se que 100.000 pessoas devem contrair gripe suína na Argentina.
O Chile, por sua vez, elevou na terça-feira para 33 o número de mortos e para 10.491 o número de contaminados.
No México, a secretaria de Saúde advertiu que a gripe suína estava fora de controle no estado de Chiapas (sudoeste), onde todos os dias são registrados "entre 100 e 130 casos" diários. O último relatório, publicado na segunda-feira, situava em 124 a cifra de mortos e em 12.521 a de pessoas infectadas.
O Brasil, com 1.027 casos confirmados segundo o balanço divulgado na última sexta-feira, registrou a quarta morte por gripe suína no país, um homem que sofria de obesidade mórbida no interior de São Paulo.
A OMS alertou nesta quarta-feira que uma vacina eficaz contra o vírus não deve estar pronta antes dos próximos dois ou três meses.
"Não há vacina. Uma deve chegar logo, em agosto. Mas ter a vacina à disposição não é o mesmo que ter uma vacina que tenha provado sua eficácia", indicou a diretora da OMS, Margaret Chan, em uma entrevista ao jornal inglês The Guardian.
"Os resultados dos testes clínicos não serão conhecidos antes de dois ou três meses", acrescentou
A Austrália já reservou uma encomenda de 21 milhões de doses da vacina contra o vírus A (H1N1), o suficiente para imunizar toda a população.
Nesta quarta-feira, se reunirão em Buenos Aires os ministros da Saúde de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Uruguai e Paraguai, que discutirão maneiras de "avançar na harmonização de medidas conjuntas para fazer frente à pandemia", segundo um comunicado oficial.

SP quer formar 100 mil técnicos de enfermagem

Cerca de 100 mil auxiliares de enfermagem poderão obter o título de técnicos de enfermagem em São Paulo nos próximos três anos. O governo estadual financiará cursos gratuitos de 690 horas - duração prevista de 10 a 12 meses - em várias cidades do interior e da região metropolitana da capital. O programa - denominado TecSaúde - atenderá profissionais das redes pública e privada. Os interessados devem ter certificação reconhecida de auxiliar de enfermagem. Cerca de 186 mil pessoas no Estado preenchem o pré-requisito. O diploma do ensino médio não é necessário, mas quem cursou apenas o ensino fundamental deverá se matricular também em uma classe para Educação de Jovens e Adultos (EJA). A formação técnica só começa após a conclusão do EJA. "Os recursos humanos são o investimento mais importante na área de saúde", aponta o secretário estadual de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin.
As inscrições serão feitas no site da Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap, www.fundap.sp.gov.br) até 25 de agosto. Não haverá processo seletivo. Os cursos serão ministrados em escolas públicas e privadas que já formaram pelo menos três turmas de técnicos de enfermagem nos últimos cinco anos. Cerca de 300 instituições participarão do programa e receberão R$ 158 mil pela formação de cada turma de 36 alunos. As escolas interessadas devem se inscrever no site da Fundap. O programa envolve as secretarias de Gestão Pública, de Desenvolvimento, da Saúde e da Educação. Contará com investimentos de R$ 440 milhões.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Doença comum, mas raramente diagnosticada, causa infertilidade

Hiperplasia supra-renal congênita (HSC) não clássica é de fácil tratamento.É comum que a enfermidade seja confundida com puberdade precoce.Durante mais de quatro anos, Joann Citrone, de Nova Jersey, passou por todas as possibilidades de tratamentos caros contra a infertilidade. Mas só dois anos depois de adotar o segundo filho que ela finalmente recebeu o diagnóstico correto. Ela sofria de uma condição comum capaz de levar à infertilidade e a uma variedade de complicados sintomas – embora seja facilmente tratável quando diagnosticada corretamente.
A doença se chama hiperplasia supra-renal congênita não clássica, ou HSC – uma deficiência hormonal que causa a produção excessiva de andrógenos. Em mulheres, pode interferir na ovulação; em homens, pode causar baixa contagem de esperma. Além disso, a condição pode causar baixa estatura, odores corporais, acne, menstruação irregular e crescimento capilar excessivo, chamado de hirsutismo. Joann, hoje com 38 anos, experimentou também alguns desses sintomas.“O tratamento é simples e barato”, diz Maria New, professora de pediatria e genética humana na Escola de Medicina Monte Sinai. O diagnóstico é baseado em um exame de sangue para níveis excessivos de um hormônio chamado 17-hidroxiprogesterona – há também um exame genético. O tratamento envolve pequenas doses do esteróide dexametasona. Ele pode reverter muitos dos sintomas em períodos que variam de três meses a dois anos e meio.
O HSC é a mais comum entre as doenças recessivas autossômicas, nas quais uma criança herda duas cópias de um gene recessivo dos pais – uma classe que inclui a anemia falciforme, a doença de Tay-Sachs e a fibrose cística.
Nem todos que apresentam a doença desenvolvem sintomas ou precisam de tratamento. E nem todos os centros de fertilidade realizam testes para a doença – ou só fazem o teste depois de tentar outros tratamentos. Alguns obstetras desconhecem a doença e seus efeitos na fertilidade, afirma Zev Rosenwaks, diretor do Centro de Medicina Reprodutiva do Hospital Presbiteriano-Weill Cornell de Nova York.
“Acho que a HSC passa despercebida com bastante frequência”, diz Jamie Grifo, diretor de endocrinologia reprodutiva na Universidade de Nova York. “Não acho que á algo muito comum, mas é mais comum do que as pessoas pensam.”
Confusão no diagnóstico
Ciclos menstruais irregulares, acne e hirsutismo podem imitar os sintomas de uma doença mais conhecida, a síndrome do ovário policístico.
Em pacientes mais jovens, a doença é frequentemente confundida com a puberdade. “Muitos relatórios apontam que a idade inicial da puberdade está diminuindo, então muitos médicos descartam os sintomas (de HSC)”, diz Suzanne Levy, diretora-executiva da Cares Foundation, uma organização de pesquisa e apoio para pessoas com HSC.
Para Joann, por exemplo, disseram inicialmente que ela tinha os níveis de testosterona altos. “Enquanto crescia, nunca me senti como menina ou mulher”, conta .“Tive diagnósticos errados por 15 anos.”
Finalmente, após receber o diagnóstico correto, ela foi tratada com dexametasona. Hoje tem ciclos regulares e muitos de seus outros sintomas diminuíram. Ela também foi informada de que provavelmente poderá ter filhos. “Eu me sentia muito nervosa e enganada”, conta Joann. “Mas a médica que me diagnosticou corretamente salvou minha vida.”
Crescimento ósseo enganoso
Terri, que pediu que seu sobrenome não fosse divulgado para proteger sua privacidade, percebeu que sua filha de seis anos tinha pelos loiros nas axilas. Numa consulta realizada aos sete anos, o pediatra também percebeu ralos pelos pubianos e, embora suspeitasse de puberdade precoce, acabou enviando a menina a um endocrinologista.
Após meses, ela recebeu um diagnóstico de HSC não clássico. Os médicos ficaram relutantes em usar esteróides, preocupados com seus efeitos no longo prazo, porém, um ano e meio depois, seus ossos começaram a crescer rápido demais e outros sintomas preocupantes começaram a aparecer: maior crescimento capilar, cabelos muito oleosos e forte odor corporal. Então, ela recebeu pequenas doses de esteróides.
A característica de crescimento ósseo da HSC em crianças não dura muito tempo, e elas podem acabar com uma estatura anormalmente baixa. “Essas crianças são as mais altas de suas classes”, diz Maria New, “mas elas param de crescer aos 7 ou 8 anos de idade”.
Para combater isso, algumas crianças recebem hormônios chamados glicocorticóides; outras recebem hormônios de crescimento, ou remédios para atrasar o início da puberdade. Todavia, esse tratamento é considerado experimental, segundo Phyllis Speiser, chefe de endocrinologia pediátrica do Hospital Infantil Schneider, em New Hyde Park, Nova York.
Desperdícios
Muitos adolescentes com acne severa ou hirsutismo, especialmente aqueles que não apresentaram os sintomas iniciais da doença, recebem diagnósticos errados. Eles podem usar remédios ou submeter-se caros tratamentos de remoção de pelos antes de fazer um exame de HSC ou serem encaminhados a um endocrinologista. “O diagnóstico deve preceder o tratamento”, ensina Phyllis.
“As classes de pessoas que precisam ser avaliadas”, explica, “são crianças com sinais precoces de desenvolvimento sexual, meninas jovens com pelos faciais e corporais em excesso, qualquer pessoa com acne que não responda a tratamentos comuns, aquelas com ciclos menstruais severamente irregulares e pessoas com problemas de fertilidade”.