sábado, 26 de dezembro de 2015

Irmã 'vigilante' ajuda jovem a perder 44 kg e fugir de 'armadilhas' do Natal

Cabeleireiro de Sorocaba saiu de 134 kg para 90 kg em 7 meses.
Com 'marmita fit', família e amigos dão apoio para jovem não sair da linha.

Jomar BelliniDo G1 Sorocaba e Jundiaí
Caique saiu de 134 kg para 90 kg em 7 meses (Foto: Arquivo pessoal / Caique Silvério)Caique saiu de 134 kg para 90 kg em sete meses (Foto: Arquivo pessoal / Caique Silvério)
"Sempre alerta". É assim que um cabeleireiro e estudante de farmácia de Sorocaba (SP) vê a irmã que o ajudou a perder 44 kg em sete meses. Com a vigilância de cada caloria colocada no prato até mesmo na ceia de Natal, Caíque Silverio, de 22 anos, saiu dos 134 kg para 90 kg com a ajuda de Jéssica, que "pega no pé" quando o assunto é alimentação.
Caique e a irmã Jéssica durante o Natal (Foto: Arquivo pessoal / Caique Silvério)Caique e a irmã Jéssica durante o Natal
(Foto: Arquivo pessoal / Caique Silvério)
Segundo o cabeleireiro, emagrecer fica mais fácil quando se tem verdadeiros vigilantes por perto. "Ela [Jéssica] gosta de me ver magro, então sempre vai comigo nos lugares em que ela sabe que vai ter coisas que eu gosto. Ela se preocupa para que eu não coma coisas fora da dieta em exagero", conta.
Na ceia de Natal a história toda não foi diferente. Caíque evitou as "armadilhas" e tentações natalinas que enchem as mesas das famílias e encarou um prato com diversos tipos de saladas.
"Tem fazer salada de todos os tipos, cores e sabores diferentes. As pessoas me apoiam, então esse foi meu truque para passar ileso durante o Natal", diz ao garantir que vai repetir o prato durante as comemorações de Ano Novo.
A dieta toda começou no mês de junho, quando Caíque decidiu que queria emagrecer. "Comecei a pensar em dieta no intuito de me sentir bem e feliz com meu corpo. Queria gostar da imagem que eu tinha e melhorar os aspectos que não me agradavam tanto assim. E foi isso que mais me motivou: melhorar minha saúde e como consequência, gostar mais do meu corpo e cuidar melhor dele."
Irmã vigilante ajuda jovem a perder 44 kg e fugir de armadilhas do Natal (Foto: Arquivo pessoal / Caique Silvério)Irmã vigilante ajuda jovem a perder 44 kg e fugir de armadilhas (Foto: Arquivo pessoal / Caique Silvério)
Reeducação
A mudança de Caíque foi drástica. Antes acostumado a comer sem "limites", o então estudante de farmácia teve que obedecer uma série de regras para reeducar sua alimentação. "Cortei tudo aquilo que não me traz benefícios. Hoje tenho um controle da minha alimentação desde que comecei a fazer a dieta e não parei mais", diz.
Caique perdeu 44 kg com mudança drástica na alimentação (Foto: Arquivo pessoal / Caique Silvério)Caique perdeu 44 kg com mudança
drástica na alimentação
(Foto: Arquivo pessoal / Caique Silvério)
Para atingir seu objetivo, ele contou com a ajuda irmã e amigos que também se tornaram seus "vigilantes do peso" particulares. "Cheguei a sair várias vezes com meus amigos e a Jéssica, e nunca comi o que eles comiam. Eu geralmente tomava sucos".
Ainda segundo Caíque, em outra ocasião ele acabou ganhando uma "marmita fit" após um aniversário em família que acabou não comparecendo. "Minha tia mandou uma 'marmitinha' de arroz e carnes para minha irmã. Já para mim foi um pote enorme repleto de brócolis, tomates e alfaces", lembra, rindo.
Hoje Caíque comemora os números após perder os 44 kg. Do 60, as calças passaram para o número 46. Já as camisetas que antes passavam do GG hoje estão nas gôndolas de G ou até M. 
“Continuo regrado com a alimentação e faço exercícios com mais frequência para não ficar flácido, porque me sobraram pelinhas [risos]! O que mais incomoda é não ter roupas para vestir, mas vamos trocando o guarda-roupa aos poucos.”

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Crise na Saúde: Ministério vai repassar R$ 155 milhões para o Rio

Remessas serão depositadas em quatro parcelas até 10 de janeiro; sessenta e cinco milhões de reais desse montante já foram remetidos ao caixa do governo Pezão

Governo federal entrega medicamentos e outros materiais para hospitais em crise no Rio de Janeiro
Governo federal entrega medicamentos e outros materiais para hospitais em crise no Rio de Janeiro(Ricardo Borges/Folhapress)
Após anunciar a criação de um gabinete de crise para buscar soluções emergenciais para os atuais problemas de atendimento na rede de hospitalar do Rio de Janeiro, o Ministério da Saúde confirmou o repasse de verba de 155 milhões de reais para o Estado. As remessas serão feitas em quatro parcelas até 10 de janeiro, sendo a primeira metade até a última semana deste ano.
Nesta quinta-feira, houve um repasse de 20 milhões de reais convertidos em insumos. Segundo informações do Ministério, foram 300 mil itens que já começaram a ser distribuídos na rede estadual de saúde do Rio de Janeiro, como luvas cirúrgicas, próteses ortopédicas e medicamentos. Também foram disponibilizados 1.500 leitos em hospitais federais para pacientes que seriam atendidos na rede estadual. Ontem já haviam sido repassados, em caráter imediato, 45 milhões de reais.
O trabalho do gabinete de crise terá coordenação federal, sob o comando do secretário de Atenção à Saúde do Ministério, Alberto Beltrame, além do apoio do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e do prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes.
Além dos recursos federais, o governo do Rio de Janeiro também recebeu empréstimo de 100 milhões de reais da prefeitura do Rio e outros 152 milhões de reais em recebimento de ICMS.
O socorro financeiro ao Estado do Rio de Janeiro aconteceu após reunião de ontem da presidente Dilma Rousseff com ministros e presidentes de bancos públicos em teleconferência com o governador Luiz Fernando Pezão. Segundo fontes, o governador teria telefonado para ministros na noite de terça-feira, pedindo ajuda para regularizar o pagamento de funcionários e compra de insumos no setor de saúde.
Cronograma do repasse financeiro federal:
23/12: R$ 45 milhões
24/12: R$ 20 milhões (revertido em insumos estratégicos para os hospitais)
30/12: R$ 15 milhões
10/01: R$ 75 milhões
(Estadão Conteúdo)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Saiba quais são os mitos e verdades sobre o Zika Vírus

A febre zika é uma doença nova e muito pouco se sabe a respeito, abrindo margem para que muitas informações sem embasamento científico se espalhem

Agência Brasil
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Erupções na pele, dor de cabeça, no corpo e nas articulações, vermelhidão nos olhos, náuseas, fotofobia, conjuntivite e coceira intensa. Os sintomas são parecidos com os da dengue e da chikungunya, mas as consequências da infecção pelo zika vírus são bem mais críticas.
Apesar de ter uma evolução branda, com sintomas que duram em média de dois a sete dias, o zika está associado à microcefalia em bebês cujas mães foram contaminadas durante a gestação – e que trazem deficiências variadas. Além disso, há o risco de desenvolvimento da síndrome de Guillain-Barré (doença autoimune que acomete o sistema nervoso), recentemente associada ao vírus e que vitimiza principalmente crianças e idosos.
A febre zika é uma doença nova. Seu primeiro surto foi registrado em 2007, na ilha de Yap, na Micronésia, e chegou ao Brasil no ano passado. Por conta disso, muito pouco se sabe a respeito, abrindo margem para que muitas informações sem embasamento científico se espalhem.
Veja aqui o que é verdade e o que é mito acerca do zika:
Você pode ter sido contaminado pelo zika e não saber - VERDADE
Segundo a Sociedade de Pediatria de São Paulo, assim como nas outras doenças virais transmitidas pelo mesmo mosquito (dengue, febre chikungunya), acredita-se que cerca de 80% das pessoas contaminadas pelo zika vírus não apresentam qualquer sintoma, o que não quer dizer que as consequências da infecção (microcefalia nos bebês dessas gestantes, por exemplo) não ocorram.
Repelentes são a forma mais eficiente de evitar a contaminação pelo zika – MITO
O uso do repelente como único método de prevenção não garante que o mosquito Aedes aegypti ficará longe. Inclusive, nenhum dos dez repelentes testados pelo Proteste com as marcas mais comuns vendidas no Brasil foi aprovado. Uma das principais ações contra o mosquito, segundo o Ministério da Saúde, é a conscientização da população sobre o seu papel de eliminar locais nos quais o Aedes aegypti pode se reproduzir, como vasos de plantas, lixo e garrafas pet abandonadas. Além disso, recomenda-se o uso de roupas que cubram a superfície do corpo, em especial as extremidades e áreas de pele mais fina, como tornozelos, pés, punhos e mãos.
Microcefalia no Nordeste foi causada pela vacina contra rubéola, não por causa do zika – MITO
De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, até 12 de dezembro deste ano foram registrados 2.401 casos da doença e 29 óbitos. Esses casos estão distribuídos em 549 municípios de 20 Unidades da Federação. A microcefalia é uma condição neurológica rara em que a cabeça é desproporcionalmente menor que o corpo. O crânio não se desenvolve corretamente, porque o tecido cerebral não cresce. Isso faz com que, dependendo da área do cérebro afetada, a criança tenha dificuldades de locomoção, desenvolvimento cognitivo, deglutição, audição, dentre outras. Apesar de ter relação com outras doenças, como rubéola, infecções por citomegalovírus, toxoplasmose e uso de drogas na gestação, por exemplo, a vacina não é responsável pelo surto atual. Segundo o Ministério da Saúde, todas as vacinas do calendário nacional são seguras. Em nota, a Sociedade de Pediatria de São Paulo esclarece que a vacina nunca é aplicada durante a gestação e que ela é produzida com vírus vivos e atenuados, que não são capazes de provocar as doenças.
Quem pega zika uma vez não corre risco de se contaminar novamente – MITO
Os casos de infecções sucessivas e de coinfecção com outras doenças causadas pelo Aedes Aegypti, como dengue e chikungunya, são possíveis, desde que causados por vírus diferentes. Ainda não se sabe quais são as consequências dessa condição para a saúde. "Não temos como medir as consequências da coinfeccção ou de infecções sucessivas pelos três vírus em um paciente", afirma Claudia Nunes, chefe do Laboratório de Virologia Molecular do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná), para quem é necessário uma investigação profunda, buscando esclarecer os aspectos clínicos e adequar o tratamento.
Amamentação deve ser mantida onde há risco de zika – VERDADE
Na Polinésia Francesa (onde houve surto de zika em 2013), médicos encontraram partículas do vírus no leite materno. Mas ainda não se sabe se existe transmissão para o bebê porque nem todo vírus encontrado no leite é transmitido. Segundo dados do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo, a transmissão raramente ocorre de mãe para filho. Ainda de acordo com esse documento, “até agora, não há relatos de crianças infectadas pelo zika vírus através da amamentação. Pelos benefícios do aleitamento, mães devem ser encorajadas a amamentar mesmo em áreas onde o zika vírus for encontrado”.
O vírus pode ser transmitido pelo sêmen – NEM MITO, NEM VERDADE
Segundo o Ministério da Saúde, não há estudos consistentes a esse respeito. Houve apenas um caso descrito de transmissão sexual. Além da adoção rotineira do preservativo para a proteção contra doenças sexualmente transmissíveis, o período de doença e os dias seguintes devem ser tratados com uma cautela adicional.
Nem todos os repelentes são seguros para gestantes - VERDADE
Apenas repelentes à base de DEET, IR3535 e Icaridina são considerados seguros para uso durante a gestação, de acordo com o Ministério da Saúde.
O mosquito do Zika só pica de dia - MITO
O Aedes aegypti é um mosquito de hábitos predominantemente diurnos, mas não é impossível que ele pique durante a noite. Essa espécie vem se adaptando rapidamente ao ambiente urbano e doméstico. Por isso, a recomendação é destruir os criadouros do mosquito.
Sempre verifique informações recebidas em fontes confiáveis como os portais do Ministério da Saúde, da Organização Mundial da Saúde (OMS), do CDC dos EUA ou do Centro de Controle de Doenças Europeu

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

EUA modificam lei que proibia homens gays e bissexuais de doar sangue

Homossexuais estão proibidos de doar sangue nos Estados Unidos desde 1983
Homossexuais estão proibidos de doar sangue nos Estados Unidos desde 1983(stock.xchng/Grosby Group)
A Food and Drug Administration (FDA), agência americana que regula alimentos e medicamentos, pôs fim nesta segunda-feira a uma norma que proibia homens homossexuais e bissexuais de doar sangue. A partir de agora, a legislação permite a doação dos que não tenham mantido relações com outros gays nos últimos 12 meses.
A norma revogada hoje estava em vigor há mais de 30 anos e a FDA afirmou que sua atualização reflete "a mais atual evidência científica" e a abordagem adotada em outros países como a Austrália e o Grã-Bretanha.
"A responsabilidade da FDA é manter um alto nível de segurança dos produtos sanguíneos para as pessoas cujas vidas dependem disso", disse o comissário interino da FDA, Stephen Ostroff, em comunicado. "Tivemos muito cuidado para assegurar-nos que esta revisão da política está respaldada por conhecimentos científicos sólidos e continua protegendo nossa provisão de sangue", acrescentou Ostroff.
Em 1983, a FDA proibiu a doação de sangue para qualquer homem que tivesse tido relações sexuais com outro homem, uma decisão tomada por causa da crise da aids, quando os conhecimentos sobre o HIV eram muito limitados e se buscava a maneira de deter sua propagação. Atualmente, os teste de HIV sobre os doadores de sangue são realizados com regularidade, razão pela qual é praticamente impossível que os bancos dos hospitais recebam sangue com o vírus da aids.
Neste sentido, grupos de direitos dos homossexuais que defenderam durante muito tempo a mudança desta política, como a National Drive Gay Blood, manifestaram que, apesar de apoiar que a FDA tenha acabado com a proibição, a nova política "continua sendo discriminatória".
(Com EFE)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Pesquisadores vão estudar casos assintomáticos de zika

'Aedes aegypti'
Pesquisadores irão estudar casos assintomáticos de zika, vírus transmitido pelo mosquito aedes aegypti(Thinkstock/VEJA)
Pesquisadores de São José do Rio Preto, interior paulista, vão monitorar, ao longo de cinco anos, 2.200 pessoas na cidade com o objetivo de identificar a porcentagem de casos assintomáticos de zika vírus.
O projeto, coordenado por Maurício Lacerda Nogueira, do Laboratório de Pesquisas em Virologia da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), faz parte de uma força-tarefa organizada por cientistas paulistas para entender o zika vírus e deter seu avanço. Atualmente, pouco se sabe sobre o agente.
O financiamento do projeto, de acordo com Nogueira, já havia sido aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), para monitorar a dengue. Agora, os estudos incluirão também os vírus zika e chikungunya, todos transmitidos pelo mesmo mosquito: o Aedes aegypti.

"Em geral, esses estudos populacionais a longo prazo são feitos de forma passiva, com os pacientes que chegam ao hospital. O acompanhando de forma prospectiva, como faremos, ajudará a descobrir qual a real incidência desses vírus e qual a porcentagem dos casos assintomáticos", declarou Nogueira ao jornal O Estado de S.Paulo.
De acordo como coordenador do projeto, como a população avaliada inclui gestantes, será possível também determinar o risco relativo de microcefalia.
O bairro escolhido para o estudo tem um histórico de infecção por dengue. Na mesma região, o grupo conduz estudos sobre o mosquito, em parceria com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen).
(Com Estadão Conteúdo)

sábado, 19 de dezembro de 2015

Cremes para estrias não funcionam, diz estudo

De acordo com pesquisa da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, os produtos não são capazes de reparar as fibras elásticas danificadas da pele

Estria: colunista de VEJA explica os melhores tratamentos
As estrias pó-s-gravidez, que afetam entre 50% e 90% das mulheres, são causadas por uma lesão na rede de fibras elásticas da derme. Os produtos disponíveis no mercado para combater ou eliminar este problema não são baseados em evidências científicas (Getty Images/VEJA)
Não há produto capaz de prevenir, reduzir ou acabar com as estrias. É o que diz uma pesquisa publicada recentemente na prestigiosa revista científica British Journal of Dermatology. De acordo com o estudo, liderado por Frank Wang, dermatologista e professor da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, não há evidência científica para comprovar a eficácia destes produtos.
As estrias, sobretudo decorrentes da gravidez, afetam entre 50% e 90% das mulheres. Entre os fatores de risco estão: histórico familiar, ganho de peso e o tipo de gestação (múltipla ou de um bebê).

No estudo, os pesquisadores compararam amostras de pele com estrias recém-formadas de 27 mulheres grávidas, com o tecido de outras regiões, como abdômen e quadril. Os resultados mostraram que, em uma estria, a rede de fibras elásticas na derme fica danificada. Apesar de essas fibras elásticas terem a capacidade de "esticar e voltar à forma anterior", uma vez danificadas, não é possível repará-las.
Os produtos disponíveis no mercado atualmente não são capazes de reparar as fibras elásticas quebradas. "Pode fazer mais sentido, portanto, focar em preservar as fibras elásticas em vez de reparar as danificadas", disse Wang.
A equipe continua estudando formas de prevenir e tratar as estrias.
(Da redação)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Maus hábitos são responsáveis por 80% dos casos de câncer

De acordo com um novo estudo, fumar, beber, expor-se ao sol e à poluição estão entre as principais causas da maioria dos tumores malignos

Câncer: apenas cinco dos 30 tipos de câncer analisados não estão relacionados com mutações genéticas provocadas por processos envolvidos no envelhecimento
Câncer: apenas entre 10% e 30% dos tumores seriam causados por mutações celulares inevitáveis. Os cânceres mais comuns são desencadeados por fatores externos e, portanto, poderiam ser evitados com mudanças de comportamento e no ambiente(Thinkstock/VEJA)
Fumar, beber, exposição ao sol e poluição do ar, são responsáveis por até nove em cada dez casos de câncer. É o que diz um estudo publicado nesta quinta-feira, na revista científica Nature.
A descoberta contraria uma pesquisa anterior, segundo a qual 65% dos tumores seriam causados por erros aleatórios na divisão celular, o que estaria fora de nosso controle. De acordo com o novo trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade Stony Brook, em Nova York, nos Estados Unidos, estas mutações seriam responsáveis por, no máximo, 30% dos tumores. Dessa forma, muitos casos seriam evitáveis se "eliminássemos" todos os fatores externos de risco.
Os pesquisadores utilizaram diversas abordagens, incluindo modelos de computação, dados populacionais e genéticos. "Fatores externos desempenham um papel importante e as pessoas não podem mais utilizar a 'má sorte' como desculpa [para o câncer]", disse Yusuf Hannun, um dos autores, à rede britânica BBC.
Outras evidências utilizadas pelos cientistas vieram de estudos anteriores que mostraram que imigrantes provenientes de locais de baixa incidência de câncer, ao se mudarem para países com alta incidência da doença, acabavam desenvolvendo as mesmas taxas de ocorrência de tumores da população local. Isso salienta o fator ambiental, em detrimento do biológico ou genético.
Os pesquisadores ressaltaram que alguns cânceres são de fato desencadeados por mutações genéticas, mas isso é raro. Os mais prevalentes são causadas por fatores ambientais. Por isso, eles ressaltaram a importância de considerá-los na prevenção e diagnóstico.
(Da redação)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Beber cerveja todo dia faz bem e combate até diabetes

Para as mulheres são dois copos pequenos da bebida; para os homens, três

Cerveja
Todos os dias: assim como o vinho, a cerveja deve ser consumida com moderação(Polka Dot Images/Thinkstock/VEJA)
"Sabemos que a cerveja não é a culpada pela obesidade, já que ela tem cerca de 200 calorias por caneca - o mesmo que um café com leite integral"
Rosa Lamuela, pesquisadora
A cerveja foi elevada ao status do vinho no que diz respeito aos benefícios à saúde. Um novo estudo espanhol comprovou que tomar uma caneca da bebida por dia combate diabetes, evita ganho de peso e previne contra hipertensão. Além de ter graduação alcoólica baixa, a cerveja contém ainda ácido fólico, vitaminas, ferro e cálcio - nutrientes que protegem o sistema cardiovascular.
"Nesse estudo, nós conseguimos banir alguns mitos. Sabemos que a cerveja não é a culpada pela obesidade, já que ela tem cerca de 200 calorias por caneca - o mesmo que um café com leite integral", destaca a médica Rosa Lamuela, uma das responsáveis pela pesquisa feita em parceria entre a Universidade de Barcelona, o Hospital Clínico de Barcelona e o Instituto Carlos III de Madri.
Os especialistas afirmam também que a cerveja não é a responsável pelo aumento da gordura abdominal. A culpa, na verdade, seria dos aperitivos gordurosos, como salgadinhos e frituras, que grande parte das pessoas consome junto à bebida.
O estudo, realizado com 1.249 homens e mulheres acima de 57 anos, indica que mulheres podem tomar dois copos pequenos de cerveja por dia, enquanto para os homens estão liberados até três copos. Contudo, o hábito deve estar associado a uma dieta saudável e a exercícios físicos regulares.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

O zika vírus e a microcefalia

microcefalia jornal hoje













Deu zica. Este ano o Brasil enfrenta um surto de recém-nascidos com microcefalia que é alarmante. Ao que tudo indica, essa epidemia está relacionada a um vírus emergente, o zika vírus, que está se espalhando rapidamente pelo país e pode ser o responsável por uma das piores catástrofes na área de saúde de todos os tempos. São mais de mil casos suspeitos de microcefalia em diversos estados, principalmente no Nordeste. A microcefalia é uma malformação incurável que causa redução do volume cerebral, com consequências graves e permanentes para o desenvolvimento do individuo. É grave porque afeta fetos em formação e o comprometimento é para vida toda.
O zika vírus é um patógeno conhecido e identificado inicialmente em 1947 na floresta de Zika (Uganda), mas que desde 2007 estava restrito a África e Ásia. Esse vírus pertence ao gênero dos flavivírus, que inclui o vírus da dengue, febre amarela e do Nilo, e pode ser transmitido por um artrópode. No Brasil, são mais de 84 mil pessoas infectadas. No individuo adulto, o Zika pode passar despercebido, em alguns casos causando somente sintomas leves, como febre e dores pelo corpo. Não existe vacina para esse vírus.
Após alguns meses de silêncio, o governo federal finalmente se manifestou sobre o problema. Com ajuda da Organização Mundial da Saúde e do CDC (Centro de Controle de Doenças) dos EUA, que se preocupa com uma eventual contaminação no continente americano, resolveram montar uma operação de emergência. De acordo com nosso atual ministro da Saúde, Marcelo Castro, o caos pode ser consequência direta de um descaso com o programa de combate ao mosquito Aedes aegypti – o mosquito da dengue, e potencial agente transmissor do zika vírus.

Resolvi escrever sobre o assunto, refletindo sobre quais seriam as atitudes cientificas mais óbvias a serem tomadas. Isso não só seria uma oportunidade única para os cientistas brasileiros (pois o mecanismo de ação do vírus é ainda desconhecido), como permitiria que o governo investisse em soluções definitivas (ao invés de investir em evitar mosquitos). Os experimentos científicos descritos abaixo têm um baixo custo em comparação ao orçamento destinado ao extermínio de mosquitos e custos com futuros tratamentos para os afetados ao longo da vida.
A primeira coisa a fazer seria buscar uma relação causal do vírus com o fenótipo dos pacientes, algo inédito na literatura mundial. Até agora, temos apenas uma correlação entre o vírus e material biológico dos pacientes. E essa evidência não é robusta: apenas dois fetos infectados com o vírus e com o diagnóstico de microcefalia por ultrassom existem até o momento. O vírus também foi encontrado em tecidos de um outro bebê com microcefalia que morreu ao nascer. Existem outras evidências circunstanciais vindas de outros países e que, juntas, tornam essa alternativa plausível. É possível que a versão do zika vírus brasileiro seja uma variante ou linhagem genética mais patogênica, selecionada através de algumas características da população nordestina, como exposição ao vírus da dengue ou ao mosquito transmissor.
Mas a pergunta mais importante seria como o zika vírus causa microcefalia? Uma hipótese atraente seria que o zika vírus atravessasse a placenta, atingindo o feto em momentos críticos do desenvolvimento neural na gestação. O vírus poderia, por exemplo, infectar células do sistema nervoso central, causando a morte ou alterando o ciclo de células progenitoras neurais. Experimentos com modelos animais poderiam ajudar a confirmar essa correlação, mas o tempo de gestação humano é diferente da maioria dos animais em laboratório e ainda não sabemos se o vírus infectaria células nervosas de outras espécies.

Um outro experimento possível é colocar o vírus diretamente em contato com “minicérebros” humanos. Felizmente o Brasil é um dos poucos países do mundo que já possui esse tipo de tecnologia, inclusive com participação privada, que poderia agilizar esses experimentos. Esse experimento apenas forneceria resultado interpretável caso o vírus causasse morte ou alteração na replicação e especialização de células progenitoras neurais. Um resultado negativo indicaria que o vírus deva atuar de forma indireta.
Sinceramente, acho até mais provável que esse seja o caso, pois existem outros vírus já conhecidos que agem de forma indireta e causam problemas cerebrais. Nesse caso, o vírus não atingiria células progenitoras neurais diretamente, mas células da glia que, quando estimuladas, secretam moléculas imunológicas que afetam o desenvolvimento neural. Essa via pode também ser ativada pelo sistema imune da mãe quando infectada, e as moléculas imunológicas (não o vírus) seriam as responsáveis pela microcefalia. O mecanismo indireto é interessante do ponto de vista do vírus, pois sugere uma tentativa de coevolução. Uma análise genética, sequenciando o genoma da variante do zika brasileiro e comparando-a com as linhagens asiáticas e africanas, revelaria quais seriam os genes causadores da resposta imune e, consequentemente, da virulência inesperada no surto brasileiro.
Se realmente descobrirmos que o zika vírus é modulado por sinalização do sistema imune, poderemos contra-atacar sua atuação durante a gravidez com certos anti-inflamatórios, por exemplo. Seria, com toda certeza, um plano de ação muito mais eficaz do que tentar combater o zika evitando mosquitos, estratégia que o Brasil fracassou no passado.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Conheça cinco focos de reprodução do mosquito Aedes aegypti frequentemente ignorados

O calor do verão favorece a proliferação do inseto e eleva o risco de transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya; entenda como se proteger.

Marina WentzelDe Basileia (Suíça) para a BBC Brasil
Há 'fortes indícios' de que zika vírus, transmitidos por mosquitos Aedes aegypti, tenha correção com aumento de casos de síndrome de Guillain-Barré  (Foto: AFP Photo/Patrice Coppee)Mosquito Aedes aegypti precisa de água parada para se reproduzir (Foto: AFP Photo/Patrice Coppee)
Com a chegada do verão, aumenta a temperatura e também o risco de transmissão de doenças como a dengue, zika e chikungunya, vírus que têm o mosquito Aedes aegypti como vetor.
O calor faz o ciclo de vida do mosquito se acelerar e também potencializa a multiplicação da virose dentro do mosquito, o que aumenta as chances de contágio por enfermidades.
A BBC Brasil entrevistou Sebastião Amaral Campos, agente da secretaria de Saúde de Piracicaba, no interior de São Paulo, que atua e coordena a linha de frente de combate ao mosquito.
Com ele, procuramos entender onde estão os focos de reprodução frequentemente ignorados e que se tornam um risco ainda maior durante o período das férias.
 
Campos destacou que o inseto é adaptável e persistente e gosta de água limpa e parada. Ele coloca os ovos nas paredes desses criadouros, bem próximo à superfície da água, porém não diretamente sobre ela. Daí a importância de lavar, com escova ou palha de aço, os objetos onde pode haver focos.
Um ovo pode sobreviver em média por um ano no seco. Mesmo que o local onde ele foi depositado fique sem água, não significa que a ameaça acabou. Assim que encontrar humidade novamente o ovo volta a ficar ativo e pode se transformar em pupa, larva e, então, chegar à fase adulta em até sete dias.
A seguir, cinco locais que merecem atenção especial no combate ao mosquito.
Piscina de criança
Casas de praia, que são apenas utilizadas durante os fins de semana, apresentam um grande risco de serem criadouros do mosquito, pois a água ficaria parada por exatamente uma semana.
Ao fechar o imóvel, os proprietários têm de tomar o cuidado de esvaziar todos os recipientes contendo água limpa e parada e não deixar ao relento objetos com superfícies que podem acumular chuva.
Sebastião chama atenção especial para as piscinas infláveis de criança. É necessário esvaziar e guardar, para não juntar água entre as dobras do plástico.
"Se quiser deixar cheia, é muito importante colocar cloro. Só assim a larva do mosquito não sobrevive", ressalta Campos.
Brinquedos abandonados no jardim são outro fator de risco. "O baldinho de areia e o potinho do cachorro têm de ser esvaziados, escovados e guardados na garagem".
Vaso sanitário
Derramar água sanitária nos ralos de varanda e cobrir a tampa do vaso são ações importantíssimas.
Lugares da casa que não são muito frequenteados e podem acabar esquecidos, como um banheiro de serviço ou uma varanda de fundos, merecem atenção redobrada.
Nessas áreas, Campos recomenda usar muito cloro. "Às vezes, as pessoas não pensam que o mosquito poderá utilizar o banheiro dentro da casa, mas, sim, ele vem, pois é um bicho doméstico. Tem de tampar o vaso sanitário para não deixar entrar".
Bromélias
As plantas de folhas largas e cálice profundo podem acumular água nas suas reentrâncias, gerando um criadouro ideal. Em muitos jardins, a flor fica presa às paredes em placas de fibra de coco.
A sensação visual vertical passa a falsa idéia de que não há água acumulada ali, pois, em teoria, ela escorreria. "Esse é um problema principalmente nos bairros mais abastados", diz Campos.
"O pessoal rico pensa que dengue é coisa de pobre. Quando vamos visitar a residência, já de cara não nos deixam entrar. Pensam que é assalto. Aí depois entramos e está lá a bromélia cheia de água parada."
Tampinha de garrafa
Tampa de garrafa, canudos de plástico, lata de alumínio. Esses são alguns lugares inusitados onde as equipes de Campos já encontraram ovas de Aedes aegypti. O agente de saúde também ressalta que o lixo reciclado guardado em casa pode ser um risco em potencial.
"O mosquito gosta de água limpa e o chamado 'lixo seco', que pode acumular ao relento até o dia da coleta seletiva e também virar foco de reprodução do inseto. Tem de guardar dentro de casa. Não pode deixar nada descoberto, na rua".
Casquinha de caramujo
A casquinha vazia de um caramujo pode parecer pequena, mas guarda nela o potencial para uma colônia de ovos do Aedes aegypti. Limpar com persistência os cantos mais isolados do jardim é uma medida de sucesso do controle do mosquito.
"Já encontramos mosquitos em casquinha de caramujo, de ovo, cada coisinha pequeninha… Dá em tudo. Se bobear, o mosquito abusa", comenta Campos.
"Pare e pense: esse é o bicho que mais mata no mundo hoje. Não tem como não levar a sério. É preciso acabar com ele", conclui.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Teste de zika ainda é complexo; veja que instituições têm exame disponível

Governo declarou situação de emergência por microcefalia há um mês.
Instituições públicas e privadas buscam desenvolver teste mais simples.

Mariana Lenharo Do G1, em São Paulo
 Análise de amostras de líquido amniótico das gestantes foi feito em Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz  (Foto: Gutemberg Brito/IOC/Fiocruz/Divulgação) Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz fez detecção pioneira de zika no líquido amniótico de mulher grávida de bebê com microcefalia em novembro (Foto: Gutemberg Brito/IOC/Fiocruz/Divulgação)
O teste atualmente disponível para diagnosticar o zika vírus no Brasil ainda é complexo e só pode ser realizado em laboratórios altamente especializados. Um mês depois de o Ministério da Saúde ter decretado estado de emergência em saúde por causa do aumento de casos de microcefalia, malformação associada ao zika vírus, existe uma corrida de instituições públicas e privadas para desenvolver um teste mais simples e que possa ser aplicado em larga escala.
 
Teste molecular
Por enquanto, o que está disponível tanto na rede pública quanto na rede privada é o teste molecular. O método consiste em multiplicar a quantidade de RNA do vírus na amostra coletada, ou seja, amplificar o material genético do vírus para que seja possível identificá-lo quimicamente. “É um teste de alta complexidade e não existe kit comercial disponível. Todos os laboratórios que oferecem o exame têm que desenvolver e validar o teste”, diz o infectologista Alberto Chebabo, do Delboni Medicina Diagnóstica.
Segundo o infectologista Celso Granato, do Fleury Medicina e Saúde, devido à alta complexidade, o ideal é que o exame não fosse feito em larga escala. “O risco de contaminação das amostras aumenta proporcionalmente à quantidade de testes realizados por um laboratório”, diz. Ele explica que até a equipe responsável pelo procedimento deve ser especializada.
O teste molecular, apesar de ser preciso, é capaz de detectar a presença do vírus em um período muito curto de tempo: só até cinco dias depois do aparecimento dos sintomas. Ou seja, é possível que o paciente ainda esteja manifestando sintomas da doença e o vírus não seja mais detectado em seu sangue.
Teste sorológico
O que as instituições buscam desenvolver é um teste sorológico, capaz de detectar os anticorpos contra o vírus. Esse teste seria capaz de detectar a infecção por zika em uma janela maior de tempo.
 
O laboratório alemão Euroimmun já desenvolveu duas metodologias de teste por sorologia para detectar o zika vírus: o teste de imunofluorescência e o teste ELISA.
O teste de imunofluorescência já está disponível para comercialização, porém apenas para aplicação em projetos de pesquisa. No Brasil, a empresa deve apresentar a documentação para a Anvisa ainda este ano para obtenção de registro.
Já o teste ELISA é um protótipo que deve ser liberado comercialmente fora do Brasil em fevereiro.
Segundo Gustavo Janaudis, diretor da Euroimmun, o teste de imunofluorescência é capaz de detectar os flavivírus e arbovírus mais comuns: os quatro sorotipos da dengue, chikungunya e zika. Já o ELISA seria um teste complementar altamente específico, para confirmar o diagnóstico.
Quem faz o teste?
Na rede pública, os laboratórios de referência que fazem parte da rede sentinela para zika vírus são Fiocruz-RJ, Fiocruz-PR, Fiocruz-PE, Instituto Evandro Chagas-PA e Instituto Adolfo Lutz-SP. Todas essas instituições trabalham no desenvolvimento de novos testes.
Além disso, existem 12 laboratórios centrais capacitados na técnica molecular para a realização do diagnóstico de zika vírus, segundo o “Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika”, lançado pelo governo esta semana.
Na rede privada, o Delboni, de São Paulo, já tem o teste disponível em suas unidades a um preço de R$2.200. O laboratório Hermes Pardini, de Minas Gerais, também está oferecendo o teste com o valor de R$ 499.
O laboratório Fleury pretende começar a oferecer o teste a partir de terça-feira que vem, mas, a princípio, apenas para detecção do zika no líquido amniótico de mulheres grávidas. O preço ainda não está definido, mas deve ser aproximadamente R$ 500. Segundo Celso Granato, o Fleury trabalha no desenvolvimento de um teste sorológico próprio e avalia a possibilidade de realizar o teste molecular também no sangue e na urina.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Número de transplantes de coração no CE supera marca do ano passado

Um jovem de 23 anos recebeu o 23º coração transplantado no estado.
Em todo o ano passado, foram 21 procedimentos realizados.

Do G1 CE
A máquina batizada de 'coração em caixa', que permitiu aos médicos manter o coração próprio para transplante  (Foto: BBC)Ceará completou 1.341 transplantes em 2015
(Foto: BBC)
O Ceará chegou a 23 transplantes de coração, número que superou o total de 21 procedimentos realizados em todo o ano passado. A marca foi alcançada depois que o estado realizou duas cirurgias na primeira semana de dezembro.
Com  23 anos, o fortalezense Cairo Mesquita Costa foi quem recebeu o último coração transplantado na tarde da última segunda-feira (7), no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, referência no Norte e Nordeste em transplante de coração e pulmão. O paciente, portador de uma grave miocardia dilatada e dependente de medicação, esperou um mês pelo transplante e se recupera bem, de acordo com o hospital.

Neste ano, o Ceará completou um total de 1.341 transplantes - faltam 59 para superar o atual recorde no estado, alcançado em 2014, com 1.399 procedimentos executados. Além de coração, foram realizados, até então, mais transplantes de rim/pâncreas, medula óssea e valva cardíaca que em todo o ano passado. Até o mês de novembro, houve mais transplantes de fígado e córnea que no mesmo período de 2014.

Balanço
Até novembro deste ano, foram 247 transplantes de rim, 6 de rim/pâncreas, 21 de coração, 178 de fígado, 4 de pulmão, 72 de medula óssea (63 autólogos e 9 alogênicos), 766 de córnea, 13 de esclera e 12 de valva cardíaca, totalizando 1.319 transplantes.

Em dezembro já foram realizados mais 2 de rim, 2 de coração, 2 de fígado, um de medula óssea alogênico e 15 de córnea, aumentando o total no ano para 1.341.

No ano passado, até novembro, foram 258 transplantes de rim, 5 de rim/pâncreas, 18 de coração, 177 de fígado, 10 de pulmão, 57 de medula óssea (55 autólogos e 2 alogênicos) 707 de córnea, 26 de esclera e 10 de valva cardíaca, totalizando 1.268.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Em menos de dois anos, zika já atingiu nove países na América

De acordo com a OMS, o vírus chegou ao continente há apenas 22 meses e diversos países já registram casos

Mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue visto na região da Lapa, zona oeste de São Paulo (SP) - (23/04/2014)
Em menos de dois anos, nove países da América Latina já registraram casos autóctones do zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, também transmissor da dengue e do chicungunya(André Lucas Almeida/Futura Press/VEJA)
O zika vírus chegou à América há apenas 22 meses e já atingiu nove países do continente. É o que fiz um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado terça-feira.
Segundo a organização, até fevereiro de 2014 não havia nenhum caso confirmado de infecção pelo vírus na região. Mas o primeiro registro no continente aconteceu no mesmo mês, na Ilha de Páscoa, província do Chile no Pacífico. No início deste ano, o primeiro caso foi notificado no Brasil. Em outubro, na Colômbia e no mês seguinte, foram confirmados casos em outros seis países: Paraguai, Venezuela, Suriname, El Salvador, Guatemala e México.
Segundo um relatório publicado em outubro pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), além da América Latina, também foram registrados casos de transmissão do zika em países da África, da Ásia, da Oceania e de ilhas no Oceano Pacífico.
Alerta mundial - A OMS emitiu também um alerta mundial para que seus países-membros reforcem a vigilância para o eventual crescimento de infecções provocadas pelo zika vírus.
(Da redação)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Cortar gordura não faz perder mais peso que outras dietas, diz estudo

Para pesquisadora americana, diminuir carboidrato é ligeiramente mais eficaz, embora nenhuma dieta restritiva funcione a longo prazo.

Da BBC
Estudo concluiu que dietas de baixa ingestão de gordura não geram maior perda de peso  (Foto: BBC)Estudo concluiu que dietas de baixa ingestão de gordura não geram maior perda de peso (Foto: BBC)
Dietas com baixa ingestão de gordura não levam a uma perda de peso maior que as outras, como aquelas com baixo consumo de carboidratos.
Essa é a conclusão de uma grande metanálise (estudo que integra os resultados de várias pesquisas sobre uma mesma questão) envolvendo mais de 68 mil adultos. O trabalho, feito nos Estados Unidos, foi publicado na revista científica "The Lancet Diabetes & Endocrinology".
Segundo os especialistas envolvidos no estudo, nenhuma dieta baseada no consumo de proporções específicas de calorias provenientes dos três grupos de alimentos – carboidratos, proteínas e gorduras – funciona a longo prazo.
Sem evidências
O estudo foi liderado por Deirdre Tobias, da Escola de Medicina de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos.
"Não há evidências positivas a favor de dietas com baixo consumo de gordura", disse a pesquisadora.
 
Um grama de gordura contém mais do que o dobro das calorias contidas em um grama de carboidratos ou proteínas, explicou a médica.
"Então, a lógica é: reduzir a ingestão de gordura levaria naturalmente à perda de peso. Mas nossas evidências claramente indicam que isso não acontece."
Tobias e seus colegas fizeram uma revisão sistemática de 53 estudos que compararam a eficácia de dietas com baixa ingestão de gordura a outras dietas – incluindo aquela em que não há restrições.
O objetivo era avaliar a capacidade da dieta com pouca gordura de levar à perda de peso a longo prazo (pelo menos um ano) em participantes adultos.
Os especialistas levaram em conta a intensidade das dietas, que envolviam desde simples instruções em uma folha de papel até programas intensivos para emagrecimento incluindo sessões de terapia, anotações diárias em um caderno e aulas de culinária.
Concluída a análise, os pesquisadores verificaram que não houve diferença na média de perda de peso entre dietas com pouca gordura e dietas com mais gordura.
Cortar a gordura, o estudo concluiu, só é mais eficaz do que simplesmente não fazer dieta alguma.
Além disso, produziu menos perda de peso do que cortar carboidratos – embora a diferença seja muito pequena (pouco mais de um kg), informaram os autores.
"A ciência não endossa dietas com pouca gordura como melhor estratégia para perda de peso a longo prazo", disse Tobias. "Para controlarmos a epidemia de obesidade, vamos precisar de mais pesquisas para identificar melhores abordagens."
O desafio, disse a pesquisadora, é não apenas perder peso, mas mantê-lo baixo a longo prazo.
"Temos de ir além das proporções de calorias vindas de gordura, carboidratos e proteína para discutir padrões saudáveis de alimentação, alimentos integrais e tamanhos das porções", disse Tobias.
"Encontrar formas de melhorar a adesão a dietas a longo prazo, e de evitar o ganho de peso, em primeiro lugar, são estratégias importantes para que tenhamos um peso saudável", concluiu.
Doença Crônica
Márcio Mancini, endocrinologista e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), disse à BBC Brasil não haver surpresas nas revelações do estudo norte-americano.
"Dietas, isoladamente, são inefetivas para a média. Não vou dizer que não se deve tentar, mas a maioria dos pacientes vai necessitar de algo mais."
Na opinião do brasileiro, esse "algo mais" é o medicamento. Segundo ele, a obesidade é um problema crônico, e demanda o uso de estratégias semelhantes às usadas no tratamento de outras doenças crônicas, como o diabetes e a hipertensão.
"Hoje, as diretrizes da sociedade médica americana (para o tratamento da obesidade) são receitar o remédio já na primeira consulta", disse. "Que é o que se faz em tratamentos para hipertensão, por exemplo. Ninguém mais diz, 'reduz o sal e vamos ver como está a pressão daqui a três meses'".
"É remédio na primeira consulta, trata-se de um problema crônico", reforçou.
Médicos do serviço nacional de saúde do Reino Unido – o NHS –, por outro lado, sugerem que outras estratégias devem ser adotadas antes do remédio.
O serviço recomenda, além de dieta e exercícios, que o paciente procure grupos de apoio na comunidade. No Brasil, há os Comedores Compulsivos Anônimos, entre outros serviços de ajuda.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

OMS emite alerta mundial para zika

Pela primeira vez a organização associou o vírus ao aumento de casos de microcefalia. No Brasil, com 78 casos, Sergipe decretou emergência para a doença

'Aedes aegypti'
Em comunicado, a OMS pediu que seus países-membros reforcem a vigilância para o eventual crescimento de infecções provocadas pelo zika vírus e apelou para a redução dos criadouros de Aedes aegypti em locais com a presença do mosquito(Thinkstock/VEJA)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu terça-feira um alerta mundial para que seus países-membros reforcem a vigilância para o eventual crescimento de infecções provocadas pelo zika vírus. A entidade também sugeriu o isolamento dos pacientes infectados e que países fiquem alerta para a necessidade de ampliar o atendimento de serviços neurológicos e de cuidados específicos a recém-nascidos.
No texto, a OMS sugeriu que os pacientes infectados pelo vírus permaneçam em casa, com proteção de telas e repelentes. A medida é uma estratégia para tentar combater a dispersão do vírus. Isso porque o Aedes aegypti pode também se contaminar pelo vírus ao picar uma pessoa com a doença. O órgão também recomendou que as gestantes se protejam do mosquito.
Pela primeira vez a organização reconheceu a ligação entre o vírus e o crescimento de doenças como microcefalia e a síndrome Guillain-Barré. O documento citou diretamente o aumento destes casos no Brasil e recomendou que países que não têm casos autóctones de zika reforcem a vigilância para identificação rápida de eventuais infecções.
Nos países com registros de casos autóctones (transmitidos na própria cidade ou país) de zika, as recomendações da OMS são: autoridades sanitárias devem acompanhar tendências de uma eventual dispersão do vírus para outras regiões, ficar atentas a complicações neurológicas e aumento de doenças autoimunes em pacientes de todas as idades, reforçar a vigilância no aparecimento de má-formação em bebês.
A OMS também fez um apelo para que países com a presença do Aedes aegypti reduzam os criadouros.

Brasil - Na terça-feira, outro estado nordestino, Sergipe, declarou situação de emergência após serem diagnosticados 78 bebês com microcefalia, em 32 cidades na região. No início da semana, Pernambuco, que lidera as estatísticas da doença no país (646 casos), também havia decretado emergência.
O Ministério da Saúde já está planejando um protocolo específico para o acompanhamento de gestantes. Além de um manual sobre as condutas que devem ser adotadas por equipes de saúde, o governo prepara o mapeamento dos serviços disponíveis para o atendimento dos bebês e de familiares.
Por enquanto, o governo recomenda que mulheres se protejam contra picadas do mosquito usando repelentes, protegendo suas casas com telas e usando roupas de mangas longas.
Até agora, a microcefalia era considerada rara, por isso, é baixo o número de profissionais com capacitação para o acompanhamento e diagnóstico da síndrome.
(Com Estadão Conteúdo)

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

IBGE: Expectativa de vida do brasileiro sobe para 75,2 anos

Entre 2013 e 2014, a população brasileira teve um ganho de 3 meses e 18 dias; em 1940, quando a pesquisa foi iniciada, a expectativa de vida era de 45,5 anos

Cognição: Idosos com maior nível de escolaridade têm memória mais saudável
Expectativa de vida de brasileiros subiu em 2014 para 75,2 anos, um aumento de 3 meses e 18 dias em comparação com o ano anterior(Thinkstock/Thinkstock)
A expectativa de vida do brasileiro ao nascer subiu para 75,2 anos, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. O acréscimo é de 3 meses e 18 dias em comparação com 2013 - (74,9 anos). Separando os sexos, as mulheres tiveram um ganho de 3 meses e 11 dias, passando de 78,6 para 78,8 anos. Enquanto os homens ganharam 3 meses e 25 dias, indo de 71,3 para 71,6 anos. O levantamento feito pelo IBGE é usado pelo Ministério da Previdência Social como um dos parâmetros para determinar o fator previdenciário no cálculo das aposentadorias. Quando o instituto deu início às estatísticas, em 1940, a expectativa de vida era de apenas 45,5 anos.
Na comparação regional, o Estado que apresentou a maior expectativa foi Santa Catarina (75,1 para homens e 81,8 para mulheres), enquanto que, no outro extremo, está o Maranhão (70 anos para ambos os sexos).
Outra boa notícia é a redução da mortalidade infantil no país, que caiu 90,2% entre 1940 e 2014, segundo o IBGE. Naquele ano, ocorriam 146,6 óbitos a cada mil nascidos vivos, enquanto que, no ano passado, esse número reduziu para 14,4 óbitos. A maior incidência de morte de menores de um ano foi encontrada nos Estados do Amapá (29,7 óbitos por 1.000 habitantes), Maranhão (25,5) e Alagoas (22,4). Na outra ponta, aparecem o Espírito Santo (9,6), Santa Catarina (9,8) e o Paraná (10,1), com as menores taxas de mortalidade infantil.
(Da redação)