sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Casca de romã pode prevenir Alzheimer, diz estudo

Pesquisa da Universidade de São Paulo indica que a casca da fruta ajuda ainda a combater sintomas da doença, como a falta de memória

A romã pode ajudar a prevenir o Alzheimer. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP), a casca da fruta é rica em substâncias que ajudam a combater sintomas da doença, como a falta de memória.
Maressa Caldeira Morzelle, doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos, da Esalq/USP, explicou ao G1 que a casca da fruta, que geralmente é descartada, concentra a maior quantidade das substâncias que trazem benefícios à saúde, como a prevenção do Alzheimer. “A casca tem dez vezes mais dessas substâncias antioxidantes que a polpa”, explicou ao G1.

O estudo também analisou outras frutas, mas a romã foi que apresentou melhor resultado. “Em comparação com outras frutas como o morango e blueberry, que também são antioxidantes, a romã é a mais eficaz no combate a doenças degenerativas, pois na casca da fruta a uma alta concentração de de compostos fenólicos compostos fenólicos, os principais responsáveis pela atividade antioxidante”, afirmou ao G1.

A pesquisa

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores deram extrato da casca de romã para alguns animais. Os resultados mostraram que o consumo da substância foi capaz de inibir em até 77% a atividade da enzima acetilcolinesterase, que atua de forma prejudicial nas terminações nervosas.
Os animais tratados também apresentaram níveis de substâncias que favorecem a sobrevivência dos neurônios e foram capazes de reduzir as placas amiloides, uma das principais características da doença Alzheimer. Além disso, eles apresentaram manutenção da memória, o que não aconteceu nas cobaias que não foram tratadas com a romã.

Consumo

Embora os animais do estudo tenham sido tratados com extrato da casca da romã, porque o gosto desagradável da casca poderia dificultar a ingestão pelos animais, a pesquisadora afirma que “as pessoas podem fazer suco ou chá com a casca” para usufruir dos benefícios da fruta.
Como o efeito da substância é preventivo, Maressa recomenda começar a consumir a casca da romã ainda jovem. “O ideal é que as pessoas comecem a consumir a casca da romã o quanto antes, pois assim será cada vez menor a possibilidade de desenvolver o Alzheimer”, diz.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

STF suspende julgamento sobre oferta de remédios pelo Estado

Antes do pedido de vista de Teori, ministro Marco Aurélio mudou voto, originalmente a favor do fornecimento

Depois de se posicionar contra o fornecimento de remédios sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello recuou nesta quarta e alterou seu voto durante julgamento sobre as responsabilidades do poder público na distribuição de medicamentos de alto custo à população. A manifestação do ministro ocorreu durante o julgamento de dois processos de sua relatoria que trazem para o centro do debate o modelo do sistema público de saúde no Brasil. Um pedido de vista do ministro Teori Zavascki, no entanto, suspendeu a análise dos casos.
No dia 15 de setembro, o ministro havia se posicionado a favor de o Estado fornecer à população medicamentos de alto custo não incorporados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas condicionou essa distribuição à existência de registro na Anvisa. Nesta quarta, porém, Marco Aurélio mudou de posição, votando no sentido de permitir o uso de medicamentos não registrados na Anvisa desde que comprovada a sua indispensabilidade para a manutenção da saúde do paciente – mediante laudo médico e a existência de registro do medicamento no seu país de origem.
“Nessas situações, o produto somente é encontrado em país de desenvolvimento técnico-científico superior, sendo que à míngua não deve e não pode ficar o paciente, com ou sem autorização da Anvisa”, disse Marco Aurélio, ressaltando que cabe ao Estado viabilizar a importação do medicamento em caráter excepcional.
“Estamos aqui reunidos para proteger, para emprestar eficácia, dar concretude a um direito humano, que está ligado diretamente à vida, que é o direito à saúde”, prosseguiu o ministro.
Marco Aurélio também evocou o conceito de solidariedade familiar, alegando que o fornecimento deverá ser justificado não só pela situação financeira do paciente, mas também pela falta de “espontaneidade” dos demais membros da família em custeá-lo.

Ações

A primeira ação foi movida pelo Estado do Rio Grande do Norte contra uma paciente pobre que conseguiu na Justiça o direito de ter remédio para o tratamento de hipertensão arterial pulmonar. Já o segundo gira em torno de uma outra paciente que foi à Justiça garantir o recebimento de medicamento não registrado na Anvisa para o tratamento de doença renal crônica.
“Infelizmente não há solução juridicamente simples nem moralmente barata aqui. Nenhum país do mundo oferece todo o tipo de medicamento e todo o tipo de tratamento a todas as pessoas. Há escolhas trágicas a serem feitas, mas inexoráveis. O populismo não é a solução, mas parte do problema”, disse o ministro Luís Roberto Barroso.
“Não há sistema de saúde que possa resistir a um modelo em que todos os remédios, independentemente do seu custo e impacto financeiro, possam ser oferecidos pelo Estado a todas as pessoas. A verdade é que a judicialização ampla e desordenada da saúde no Brasil começa a apresentar sintomas graves”, observou Barroso.
Na avaliação de Barroso, o Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos não registrados na Anvisa por decisão judicial, já que o registro “constitui proteção à saúde pública”. Barroso defendeu o fornecimento de remédios sem registro na Anvisa em caráter absolutamente excepcional, quando o pedido de registro já ter tramitado na agência por prazo superior a 365 dias.
Além disso, Barroso propôs que o medicamento não deverá ter um substituto terapêutico já registrado na Anvisa e deverá possuir o registro concedido por renomadas agências regulatórias nos Estados Unidos, Japão ou União Europeia.
Quanto ao papel da família do doente, Barroso discordou de Marco Aurélio. “Penso que traria um complicador para as relações humanas e familiares a necessidade de demonstrar a incapacidade e a recusa de um membro da família contribuir para o custeio da compra de medicamentos”, ponderou Barroso.
Pela manhã, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, defendeu que o julgamento levasse em conta não apenas o cidadão que precisa de medicamentos, mas o que paga impostos. “O governo é só o meio desta relação”, afirmou Barros. De acordo com Barros, as decisões da Justiça obrigando a oferta de medicamentos devem fazer com que o governo federal, Estados e municípios destinem somente este ano 7 bilhões de reais. “Esse não é dinheiro novo. As ações obrigam gestores a deslocarem recursos de atividades programadas, como vacinação, atenção básica, para outra priorizada pelas ações judiciais”, disse.
(Com Agência Estado)

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Nasce primeiro bebê gerado com DNA de 3 pessoas, dizem médicos

bebe-tresO primeiro bebê a nascer a partir da nova técnica que combina o DNA de três pessoas teria nascido saudável há cinco meses, no México, de acordo com um grupo de médicos americanos que supervisionou o tratamento. A informação é da revista New Scientist.
O bebê é um menino e nasceu no dia 6 de abril. Seus pais, que são da Jordânia, viajaram para o México onde passaram por um tratamento de fertilidade com especialistas americanos liderados por John Zhang, do Centro de Fertilidade New Hope, de Nova York (Estados Unidos).
O procedimento, conhecido como transferência mitocondrial, foi legalizado no Reino Unido em fevereiro de 2015, mas até agora nenhum outro país introduziu leis que permitam o uso da técnica. O tratamento tem o objetivo de ajudar famílias cujos pais têm alto risco de transmitir doenças genéticas aos filhos.
Alguns especialistas revelaram preocupação com o fato de o procedimento ter sido feito fora dos Estados Unidos, a fim de escapar do alcance da legislação e sem publicação dos detalhes do tratamento.
Em entrevista à New Scientist, Zhang afirmou que viajou para o México, onde “não há regras”. Mas, segundo ele, a manobra se justifica porque “salvar vidas é a coisa ética a ser feita.”
A mãe do bebê tem um distúrbio genético fatal chamado síndrome de Leigh, que danifica o sistema nervoso em desenvolvimento. Os danos afetam o DNA da mitocôndria – uma estrutura celular que funciona com uma pequena bateria, gerando energia para as células – e são passados da mãe para o bebê.
Dez anos após o casamento do casal, a mulher ficou grávida quatro vezes, mas perdeu os bebês em sucessivos abortos espontâneos. O casal ainda teve uma menina em 2005, que morreu aos seis anos de idade e um segundo filho que viveu por apenas oito meses.
Os testes mostraram que, embora a mulher seja saudável, cerca de um quarto de suas mitocôndrias levam genes ligados à síndrome de Leigh.
Segundo a New Scientist, quando o casal procurou ajuda com Zhang, o médico decidiu tentar o procedimento de transferência mitocondrial. Assim, o núcleo do óvulo da mãe foi inserido no óvulo de uma doadora saudável, cujo núcleo foi removido. O óvulo então foi fertilizado com espermatozoide do marido.
Os pesquisadores americanos criaram cinco embriões, mas apenas um se desenvolveu normalmente. Ele foi implantado na mãe, que deu o bebê à luz nove meses depois.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

OMS diz que 9 entre 10 pessoas no mundo respiram ar contaminado

92% da população mundial respiram ar ruim.
3 milhões de mortes estiveram relacionadas com a exposição à poluição.

Da EFE
poluição_JH (Foto: TV Globo)poluição_JH (Foto: TV Globo)
Cerca de 92% da população mundial - ou seja, 9 entre 10 pessoas - vivem em lugares onde os níveis de qualidade do ar excedem os limites fixados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), alertou nesta terça-feira (27) o organismo.
A OMS apresentou um relatório onde avalia a qualidade do ar que está exposta a população mundial e quantifica as doenças e mortes derivadas desta poluição.
Os dados são os mais detalhados já divulgados pela OMS, que usa figuras de medições por satélite, modelos de transporte aéreo, e de monitores de estações terrestres em relação com mais de 3 mil situações em 103 países, tanto em áreas rurais e urbanas.
O relatório confirma os dados revelados em estudos anteriores que 3 milhões de mortes ocorreram em 2012 - os números disponíveis mais recentes - estiveram relacionadas com a exposição à poluição exterior.
No entanto, diminuiu o número de mortes globais por contaminação - tanto exterior como interior - e ficou em 6,5 milhões, quando em relatórios anteriores estava em 7 milhões.
Entre as principais fontes de poluição do ar incluem modelos ineficazes de transporte, queima de combustível nos lares, queima de resíduos, centrais elétricas e as atividades industriais.
Os principais poluentes são as micropartículas - de um diâmetro inferior a 2,5 micrometros -, do sulfato, nitrato e fuligem.
O relatório não faz um ranking dos países mais poluídos nem dos que menos, apenas se limita a dizer que as regiões onde a qualidade do ar é pior são o sudeste da Ásia, o Mediterrâneo oriental e o Pacífico ocidental.
Além disso, a respeito das zonas menos contaminadas, o texto indica que três quartos da população dos países com alta renda das Américas, assim como 20% da população que vive em nações de renda média e baixas da mesma região vivem em lugares com a qualidade do ar considerada correta.
Uma situação que também ocorre em menos de 20% dos países europeus e os países ricos do Pacífico ocidental.
Os países com mais mortes relacionadas com a poluição do ar são Turquemenistão com 108 mortes por 100 mil habitantes; Afeganistão, com 81 mortes em cada 100 mil habitantes; Egito com 77; China com 70; e Índia com 68.
Cerca de 94% das mortes se devem a doenças não transmissíveis, sobretudo a doenças cardiovasculares, acidentes cerebrovasculares, pneumopatia obstrutiva crônica e câncer de pulmão.
A contaminação do ar também aumenta o risco de infecções respiratórias agudas.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Doação de órgãos Campanha inicia nova ação de sensibilização

Hoje, a ação será realizada na Unifor e amanhã, Dia Mundial da Doação de Órgãos, na Praça do Ferreira
Nessa nova fase da campanha Doe de Coração, no centro de um mural, um grande coração é inflado quando alguém se aproxima, por meio um sensor que ativa o sistema de ar ( Foto: Fabiane de Paula )
Um grande coração, a princípio vazio, mas que, na presença de qualquer ser humano, é capaz de se encher de vida e amor. A proposta da intervenção do artista Narcélio Grud faz parte da campanha Doe de Coração, realizada pela Fundação Edson Queiroz, que chega à sua 14ª edição. O primeiro local a receber a ação foi o calçadão da Avenida Beira Mar, na tarde do sábado (24).
A colaboração do artista é o principal diferencial da edição deste ano da campanha, que tem como objetivo estimular a doação voluntária de órgãos no Ceará. "A intenção era de fazer uma campanha com um contato mais direto com o público, então surgiu a ideia do mural inflável, que é um projeto que já venho pensando há um tempo".
No centro do mural, um grande coração é inflado quando alguém se aproxima, por meio de um sensor que ativa o sistema de ar. "Todas as formas de se trabalhar a solidariedade são essenciais. E tendo informação você vai derrubando medos e preconceitos das pessoas,que passam a reavaliar seu posicionamento", disse o guia turístico Francisco Alves, 64. A ação também distribui camisetas, cartilhas e balões em forma de coração.
Na tarde de ontem, foi a vez do Instituto Dr. José Frota (IJF) receber a intervenção. Segundo Lisiane Paiva, coordenadora da Comissão de Transplantes do IJF, o impacto da campanha tem sido "enorme". "Há 15 anos eu trabalho junto à comissão, e a gente sente o marco que foi o início desta campanha. Em várias entrevistas feitas com as famílias de doadores, no momento de dar o 'sim', elas usam o slogan 'eu doo de todo o coração'. Isso é muito positivo", diz.
Segundo a coordenadora, a expectativa é de que neste ano o Estado zere a fila para transplante de córnea, pela primeira vez na história. O pintor Antônio Sérgio Pereira, 47, que desde 2004 doa sangue regularmente, diz que a campanha serve de incentivo para quem pretende doar e de esperança para quem está na fila. E acrescenta: "quem sabe um dia a gente precise de doação".
Atualmente, existem cerca de 1.100 pessoas à espera de um transplante de órgão no Ceará. Segundo Carolina Quixadá, coordenadora de marketing da Unifor, que realiza a campanha, o objetivo é chamar atenção para a doação voluntária, fazendo uma aproximação com as pessoas da área da saúde.
Nesta segunda-feira (26) a ação será realizada na Unifor; na terça-feira, Dia Mundial da Doação de Órgãos, na Praça do Ferreira; e na quarta-feira, no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce).
A campanha Doe de Coração acontece tradicionalmente no mês de setembro, com a veiculação de publicidade em jornal, TV aberta e fechada, além de distribuição de material. A interatividade também se faz presente nos vídeos disponibilizados nas mídias sociais das empresas do Grupo.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A emocionante história de um casal com Alzheimer

Casados há 68 anos, Ward e Eloise Hill foram diagnosticados com Alzheimer e combatem o transtorno unidos em uma clínica especializada nos Estados Unidos

Ward e Eloise Hill se conheceram em 1945 no colégio. Foi amor à primeira vista. Casaram-se três anos depois. Ela era professora de piano e ele ensinava teologia. Sete décadas mais tarde, permanecem unidos, mas agora vivem em uma clínica especializada em pacientes com Alzheimer — transtorno caracterizado por confusões de memória, alterações sutis de comportamento e dificuldade de expressão –, em Nebraska, nos Estados Unidos. A história foi contada pela fotógrafa Allison Hess, que acompanhou o casal por oito meses.  Intitulado “A Light in the Dark” (Uma Luz na Escuridão, em tradução livre), o trabalho foi publicado com exclusividade pela rede CNN.
Hess inspirou-se em sua própria história para documentar a história de amor ameaçada por um distúrbio capaz de apagar lembranças. “Quando minha avó foi diagnosticada com Alzheimer há dois anos, eu não sabia o que pensar. Como muitos, eu não sabia nada sobre uma doença que tinha transformado uma mulher que eu cresci idolatrando em uma que mal me reconhecia. Quanto mais tempo eu passava com ela, mais eu vim a descobrir que o diagnóstico da doença de Alzheimer é simplesmente isso: um rótulo”, escreveu em sua conta do Instagram, junto com a foto que ilustra este texto. “Nos últimos oito meses, tive a oportunidade de passar um tempo com Ward e Eloise, casados por 68 anos e que sofrem de Alzheimer”.

A história

Ward foi diagnosticado com Alzheimer primeiro, há dois anos. Eloise, por sua vez, descobriu sofrer do mesmo transtorno alguns meses depois. Inicialmente, Eloise não queria se mudar para a clínica. Com o tempo, porém, percebeu que precisaria da ajuda dos cuidadores profissionais. Ela não conseguiria cuidar sozinha dela e do marido. “Eloise é extremamente bondosa, mas não tem medo se posicionar sobre alguma coisa. Como a condição de seu marido é pior que a dela, sinto que é incrivelmente forte”, contou Hess à CNN.
Eloise ainda se lembra de como eles se conheceram.  Já Ward tem breves lapsos de memória. Nesses momentos, não consegue nem reconhecer a própria esposa ou a confunde com outras mulheres que moram na clínica. A intimidade entre os dois, contudo, permanece. Mesmo quando está confuso, Ward recorre à amada, segurando sua mão ou sussurrando perguntas em seu ouvido.  Apesar da doença, os dois continuam íntimos e unidos.

O Alzheimer

Poucas doenças são tão cruéis quanto o Alzheimer. Conforme avança, mais e mais neurônios morrem, apagando datas, nomes, rostos e lembranças. Principal causa de demência em pessoas a partir dos 60 anos, o Alzheimer tornou-se mais comum com o aumento da expectativa de vida, fenômeno global. Atualmente, 44 milhões de pessoas no mundo sofrem do mal, 1,2 milhão delas no Brasil. Até 2030, o número de doentes brasileiros deve dobrar.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Você sabe dizer que órgão é esse?

É um clitóris desenvolvido em impressão 3D por uma pesquisadora francesa. O órgão será usado pelas escolas francesas nas aulas de educação sexual

A partir deste mês as crianças francesas contarão com um novo objeto em suas aulas de educação sexual: um clitóris anatomicamente correto impresso em 3D. A nova ferramenta foi desenvolvida por Odile Fillod, pesquisadora sociomédica francesa, e busca familiarizar meninos e meninas com a anatomia pouco conhecida deste órgão cuja única função é o prazer da mulher durante a relação sexual.
A partir do modelo desenvolvido por Odile, que está disponível gratuitamente para todos que tiverem acesso a uma impressora 3D, os alunos vão aprender por exemplo, que o clitóris é composto do mesmo tecido que o pênis. Também que é dividido em bulbo esponjoso (parte mais escura, no meio), corpo cavernoso (ao redor do bulbo) e glande (parte visível) e possui 8.000 terminações nervosas sensíveis  – o dobro da glande do pênis. Na verdade, a principal diferença entre um clitóris e um pênis é que a maior parte do tecido erétil feminino é interna.
“É importante que as mulheres tenham uma imagem mental do que está realmente acontecendo em seu corpo quando elas são estimuladas. Ao entender o papel fundamental do clitóris, uma mulher pode parar de sentir vergonha, ou [que ela é] anormal se uma relação sexual com penetração não funcionar  – considerando os dados anatômicos, esse é o caso para a maioria das mulheres. Também é importante saber que o equivalente ao pênis em uma mulher não é a vagina, mas o clitóris. Mulheres têm ereções quando estão excitadas, só que você não pode vê-la porque a maior parte do clitóris é interna. Eu queria mostrar que homens e mulheres não são fundamentalmente diferentes”, disse Odile.
Segundo a pesquisadora, poucas pessoas estão cientes, mas o pênis e o clitóris são incrivelmente semelhantes. Na verdade, até a 12ª semana de gestação, os fetos têm a mesmo genitália. A partir daí a estruura diverge e forma o clitóris ou o pênis. A semelhança é tamanha que o clitóris incha quando está excitado, assim como um pênis, e até mesmo experimenta seu próprio tipo de “ereção”, aumentando de tamanho ao ser estimulado. Inclusive, no período fértil da mulher ele pode ficar 2,5 vezes maior que seu tamanho “normal”.
Segundo informações do jornal inglês The Guardian, a educação sexual francesa começa na escola primária com os aspectos gerais da reprodução e entra em detalhes mais específicos a partir do ensino fundamental quando inicia-se uma discussão sobre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), mudanças físicas desencadeadas pela puberdade e os órgãos sexuais. No ensino médio, os alunos têm aulas sobre contracepção.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Moldes que imitam osso humano aceleram cirurgias de crânio e face

Material usado pelo Sobrapar há dois meses auxilia em simulações.
Treinamento de médicos residentes também foi aprimorado com protótipo.

Marcelo AndriottiDo G1 Campinas e Região
Molde de crânio com marcações para orientar cirurgião (Foto: Divulgação/Enrico Ghizoni)Molde de crânio com marcações para orientar cirurgião (Foto: Divulgação/Enrico Ghizoni)
Moldes de crânios feitos em uma impressora 3D com nylon estão ajudando médicos a realizar cirurgias craniofaciais mais rápidas e de forma mais precisa. A técnica é usada em Campinas (SP) no Hospital Sobrapar Crânio e Face, referência no Brasil no tratamento de crianças e adolescentes com deformidades, e também aprimora o treinamento de médicos residentes.
Molde de crânio feito na Unicamp com nylon 15
(Foto:Divulgação/Biofabris)
Molde de crânio feito com nylon 15 (Foto: Divulgação/Biofabris) O material é mais fino, pode ser esterilizado e tem textura e resistência muito mais parecidas com a do osso humano do que os materiais usados anteriormente. A agilidade com o uso dos moldes reduz o tempo das cirurgias em 30%.
O Instituto Biofabris, sediado na Faculdade de Engenharia Química da Unicamp, está fornecendo há dois meses os novos moldes para a Sobrapar. O hospital tem parcerias com o Biofabris e o CTI Renato Archer para desenvolver materiais e tecnologias que modernizem o tratamento desses tipos de casos.
Essas novas técnicas e tecnologias, associadas a novos medicamentos, principalmente anestésicos, foram essenciais para a redução nas últimas décadas de quase dois terços no tempo das cirurgias.
Atualmente, uma cirurgia dos casos mais complexos chega a durar nove horas. Mas antes elas duravam até 23 horas"
Cássio Eduardo Raposo do Amaral, cirurgião plástico
“Atualmente, uma cirurgia dos casos mais complexos chega a durar nove horas. Mas antes elas duravam até 23 horas”, conta o cirurgião plástico Cássio Eduardo Raposo do Amaral, vice-presidente da Sobrapar.
Cirurgias mais rápidas
O professor André Luiz Jardini Munhoz, do Biofabris, diz que o uso das réplicas de crânios feitas com o nylon 15 ajudam a diminuir em 30% o tempo das cirurgias, o que beneficia tanto pacientes quanto médicos.
“O nylon 15 tem alta resistência mecânica e se assemelha ao osso. Nos últimos dois meses fizemos seis moldes para a Sobrapar”, diz Munhoz.
O cirurgião plástico Cássio Eduardo Raposo do Amaral (Foto: Márcia França/divulgação)O cirurgião plástico Cássio Eduardo Raposo do
Amaral (Foto: Márcia França/divulgação)
O Biofrabris é um instituto que funciona em laboratórios de diversas faculdades da Unicamp, atuando em diversas áreas. Além do Sobrapar, eles desenvolvem e fornecem moldes e próteses para o Hospital de Clínicas da Unicamp e outros hospitais do Brasil.
Simulação
Em média, são realizadas no Sobrapar 1,2 mil cirurgias por ano.  “Os moldes, por terem um custo alto, são utilizados somente nos casos mais complexos. São cerca de 20 por ano”, diz o médico.
Os novos modelos são feitos a partir de tomografias feitas nos pacientes que serão operados. Antes de iniciar a cirurgia, o médico visualiza e pode manipular o material que mostra exatamente como é o crânio do paciente. Assim, ele pode ver exatamente como deverá proceder e simular os procedimentos antes de iniciar a operação.
Esses moldes também podem ser utilizados na aprendizagem dos residentes. Durante o procedimento, que é extremamente complexo, é impossível para o cirurgião mostrar com detalhes e ensinar todas as técnicas aos residentes. Com os protótipos, eles podem aprender com mais tempo como são feitos os cortes, colocação de placas e parafusos.
Impressora 3D
A utilização do impressora 3D para produzir moldes e próteses já é usada pela Sobrapar desde o início dos anos 2000. A CTI Renato Archer desenvolveu um software que, a partir das imagens da tomografia, faz a reprodução na impressora, separando virtualmente o que é osso, cartilagens e tecidos.
Agora, com a parceria com a Biofabris, o material utilizado está sendo aprimorado para que os moldes e próteses fiquem cada vez mais sofisticados. A esperança é que, futuramente, também possam ser desenvolvidos materiais que simulem tecidos e cartilagens.
Sobrapar
O Hospital Sobrapar Crânio e Face é instituição privada, filantrópica, referência no país no tratamento de pacientes com deformidades craniofaciais congênitas ou adquiridas, como sequelas de traumas, tumores ou queimaduras.
Os pacientes são principalmente crianças e adolescentes, vindos de todo o país. O Hospital conta com equipe multidisciplinar que visa a reabilitação global do paciente e sua reintegração à sociedade como um cidadão ativo e participativo. Com 37 anos de existência, acumula mais de 300 mil atendimentos e 18 mil cirurgias.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Ator de Stranger Things vira exemplo para pessoas com doença rara

O Dustin Henderson da série da Netflix, tem displasia cleidocraniana, doença genética rara e incurável que afeta o desenvolvimento de ossos e dentes

Gaten Matarazzo, o Dustin da série ‘Stranger Things’ da Netflix, afirmou à revista People sofrer de displasia cleidocraniana. A doença, genética e incurável, atinge uma a cada 1 milhão de pessoas e afeta principalmente o desenvolvimento de ossos e dentes. Após confirmar a doença, o ator mirim acabou se tornando uma inspiração para outros pacientes.
“A forma como as pessoas reagem à minha doença é genial. Muitas pessoas me escreveram mensagens dizendo ‘você me fez sentir melhor comigo mesmo pelo fato de ser capaz de mostrar na televisão que você tem a doença e é aceito’. Está havendo uma crescente consciência sobre o problema e isso me faz sentir bem”, acrescentou o ator.

Características da doença

Segundo informações da BBC Brasil, em geral, a principal característica da doença é o subdesenvolvimento ou inexistência das clavículas. Como resultado, os ombros são estreitos, inclinados e podem ser ligados ao peito de forma incomum. Os pacientes são capazes de realizar muitos movimentos com o ombro que outras pessoas normalmente não conseguem. Para o ator, essa é a parte “legal” da doença, porque as pessoas tendem a ficar impressionadas com suas habilidades estranhas.
Outro traço é o atraso no fechamento das fontanelas – espaços membranosos entre os ossos do crânio, popularmente conhecidos como moleiras. Normalmente esses espaços se fecham nos primeiros 15 meses de vida, mas em pessoas com a doença, isso ocorre mais tarde ou podem ficar abertos até a idade adulta – o que exige cuidados específicos, como o uso de capacetes durante atividades que podem envolver algum risco.
Além disso, as pessoas afetadas são geralmente mais baixas, têm dedos e antebraços curtos, baixa densidade óssea e podem desenvolver osteoporose – doença que deixa os ossos cada vez mais frágeis e quebradiços – precoce. Mulheres com a doença têm mais chances de, caso engravidem, precisarem fazer cesáreas por terem a pelve mais estreita, impedindo a passagem da cabeça da criança.
Em relação à dentição, a doença pode levar à queda tardia dos dentes de leite e à demora, desalinhamento e formato incomum dos dentes permanentes. Alguns portadores chegam a desenvolver dentes adicionais, às vezes acompanhados por cistos nas gengivas.
Nos casos graves, os pacientes podem sofrer perda de audição e ficar propensos a ter infecções como sinusite e otite. Algumas crianças também podem apresentar problemas no desenvolvimento de habilidades motoras, como engatinhar e andar. A inteligência não é afetada.

Causa, diagnóstico e tratamento

A displasia cleidocraniana é causada por uma mutação genética – mais da metade dos pacientes apresenta uma mutação do gene Runx2 no cromossomo 6 –  geralmente herdada dos pais, embora um terço dos casos seja proveniente de mutação espontânea.
“Há uma chance de uma em 1 milhão de tê-la. O mais comum é herdando de seus pais, que foi o meu caso. O meu caso é muito leve não me afeta tanto, mas pode ser uma doença difícil”, contou Gaten à People. Dustin Henderson, seu personagem na série, também tem a doença.
O diagnóstico pode ser feito antes ou após o nascimento, por teste de DNA ou por biópsia no feto. Após o parto, é possível fazer uma radiografia do bebê para avaliar em que medida há danos generalizados nos ossos, mas para confirmação ou esclarecimento do diagnóstico é necessário uma análise genética.
Embora a displasia cleidocraniana não tenha cura, os pacientes podem desfrutar de uma vida normal se tiverem cuidado e um acompanhamento adequado. Os tratamentos disponíveis buscam aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Visitas ao dentista e ortodontista, por exemplo, são habituais e, nos casos de osteoporose, é preciso fazer suplementação de cálcio e vitamina D.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Ceará registra 10 óbitos por calazar em 2016

Segundo a Sesa, foram 193 notificações este ano. Em 2014, o registro é de 466 casos e 42 mortes no Estado
Com a liberação do medicamento, aumentam as chances de o animal ficar protegido contra a leishmaniose, ajudando no combate à doença e mantendo o animal soronegativo após a vacinação ( FOTO: MARILIA CAMELO )
Com 193 casos registrados no Ceará, a leishmaniose visceral, popularmente conhecida como calazar, foi responsável por 10 óbitos em 2016. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), nas primeiras 36 semanas do ano, a maior incidência ocorreu em Fortaleza, com 48 casos e duas mortes. Os outros óbitos foram registrados nos municípios de Caucaia, Umirim, Choró, Independência, Umari, Acopiara, Brejo Santo e Tarrafas, com uma ocorrência cada.
Em 2014, segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (Sinam), foram 466 notificações e 42 mortes no Estado. O Ceará ficou naquele ano em segundo em número de casos, atrás apenas do Maranhão (530). Desde 2000, o pior ano para o Ceará foi em 2009, quando foram constatados 629 casos.
Transmitida ao homem pela picada do mosquito palha contaminado pela doença ao picar, principalmente, cães, roedores e animais silvestres, a constatação da leishmaniose visceral pode levar à eutanásia dos animais. Como forma de controle, o Ministério da Saúde recomenda o sacrifício obrigatório dos cães positivos no exame sorológico.
Entretanto, os Ministérios da Agricultura e da Saúde já liberaram o uso do medicamento Milteforan (Virbac) no tratamento dos cães acometidos pela leishmaniose visceral canina (LVC). A Nota Técnica Conjunta n° 001/2016 foi a que permitiu que o Ministério da Agricultura emitisse a liberação produto.
"Já sabemos que não adianta matar os cães para combater a doença. O cão é um dos vetores, é o principal, mas outros animais como coelhos, gatos e lebres também são", defende o médico veterinário, PhD em parasitologia e especialista em Leishmaniose, Vitor Márcio Ribeiro, durante o ciclo de palestras "A liberação do tratamento da Leishmaniose Visceral Canina, quais os próximos passos?", realizado no último domingo (18) na Assembleia Legislativa. Entretanto, o especialista reconhece que a eutanásia acabou sendo uma das poucas opções do poder público para enfrentar a zoonose.
Com a liberação do medicamento, aumentam as chances de o animal ficar protegido contra a leishmaniose, ajudando no combate à doença e mantendo o animal soronegativo após a vacinação. Ribeiro reforça que é importante também focar no combate ao vetor, o mosquito palha.
Alerta
O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para reduzir os índices de mortalidade em humanos, que vêm crescendo e deve se manter pelos próximos anos. "A leishmaniose visceral mata mais de 7% das pessoas contaminadas. Dos 3.613 casos novos registrados na América Latina em 2014, 3.453 foram no Brasil, cerca de 96%", explica.
O pesquisador diz ainda que o País tem 1,7 caso por cada 100 mil habitantes, e que 42,6% são em crianças. "Tivemos, em 2014, 2.511 internações, com uma média de permanência de 14 dias. E isso traz um custo muito alto para o País".
Sintomas
Quando detectado precocemente, o calazar pode ser tratado com grande chances de recuperação. Alguns dos principais sintomas são febres que reaparecem constantemente durante semanas, palidez, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, problemas respiratórios, diarreia e sangramentos. O período de incubação em humanos varia de dois a seis meses. Em cães, os sintomas são lesões na pele, emagrecimento, atrofia muscular e hemorragias.
Medicamento
O Grupo de Estudos sobre Leishmaniose Animal (Brasileish) esteve à frente dos trabalhos para liberação do medicamento no Brasil e após décadas de discussão, o grupo de pesquisas anunciou no último dia 28 de agosto que conseguiu a aprovação do Ministério da Saúde e da Agricultura para a comercialização do Milteforan, que é uma das drogas mais utilizadas na Europa para o tratamento da leishmaniose em cães.
O remédio foi testado no Hospital Veterinário Mundo Animal, em Andradina (SP), com resultados eficazes. Poderá, ser Será comercializado a partir de janeiro de 2017

sábado, 17 de setembro de 2016

Anemia é sempre sinal de alerta



O leite materno é fonte de ferro, o que não ocorre com o de vaca. Além de ele não ser rico em ferro, prejudica a absorção, exceto o fortificado industrialmente
Ingerir carnes em geral, suco de frutas cítricas (laranja, limão, acerola), não misturar leite ou chá na mesma refeição, evitar chocolate como sobremesa, utilizar panela de ferro no preparo dos alimentos são recomendações que ajudam a mudar a rotina e os sintomas de quem tem deficiência de ferro (DFe).
Já entre os fatores que dificultam a absorção estão os fitatos, fosfatos e carbonatos (presentes no abacaxi, hortaliças e leite), o tanino (chá e café) e a fosfoproteína (gema de ovo). Importante: o ferro dos alimentos de origem animal, 20% a 30% são absorvidos no intestino, enquanto que no ferro dos itens de origem vegetal (ferro não-heme), a taxa de absorção é de apenas 1% a 7%.
"Quando falta ferro no sangue, falta oxigênio e isso traz consequências negativas para a saúde. Pode sentir cansaço fácil e constante, sem motivo aparente, dor de cabeça, tontura, irritabilidade, falta de atenção", afirma o hematologista Rodolfo Cançado, do Comitê de Glóbulos Vermelhos da Associação Brasileira e Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH).
Prevalência elevada
Há décadas, a DFe continua sendo a alteração hematológica mais comum, acometendo de 20% a 30% da população mundial, especialmente crianças, mulheres em idade fértil e gestantes. A pessoa com deficiência de ferro pode ter apetite por coisas ou substâncias não alimentares: terra, gelo, macarrão cru, limão e giz, dentre outras.
A DFe, sobretudo a anemia ferropriva, piora a qualidade de vida e a sobrevida das pessoas acometidas. É causada pela dieta pobre em ferro, falta da absorção de ferro, que se dá no duodeno, e perda de sangue, como, por exemplo, acontece em mulheres que têm menstruação excessiva. Também devido à ocorrência de tumores do tubo digestivo (e apresentar sangramento).
Como tratar
O hematologista Rodolfo Cançado reforça que a investigação da anemia é tão importante quanto o tratamento da mesma. "Muitas vezes, o primeiro sinal de um tumor de estômago ou de intestino é a anemia. Se não investigarmos a pessoa com anemia, podemos estar perdendo a chance de diagnosticar um tumor numa fase ainda curável", diz.
O diagnóstico é feito com o hemograma (mede as hemácias, hemoglobina; e as características morfológicas dos glóbulos vermelhos), e a dosagem da ferritina. O tratamento (sais ferrosos ou férricos) dura de 90 dias até seis meses. Quem melhora dos sintomas, costuma parar a medicação após 20 ou 30 dias, e a anemia volta. Mas, para corrigi-la, são necessárias até seis semanas; para equilibrar os estoques, mais dois ou três meses.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

“A ´máfia das próteses´ é comum em todas as especialidades”

A frase, de um cardiologista, refere-se à denúncia feita pelo Hospital Albert Einstein de seus cardiologistas pela suspeita de favorecer empresa de próteses

O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, um dos mais conceituados do país, denunciou à Polícia Civil na segunda-feira dois médicos do setor de cardiologia sob suspeita de receber pagamentos e favorecer uma empresa fornecedora de próteses cardíacas. De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, os cardiologistas denunciados Marco Antonio Perin e Fábio Sandoli de Brito Júnior comandavam juntos, até junho, o Centro de Intervenção Cardiovascular do Einstein.
“Ao receber denúncia anônima de supostas inconformidades na área de cardiologia, e após apuração interna, a direção encaminhou a denúncia para autoridades policiais, a fim de proceder investigações e encaminhamento que se fizerem necessários no âmbito legal”, afirma nota divulgada pelo hospital.
A investigação interna da entidade analisou os e-mails corporativos e detectou repasses de dinheiro para contas de profissionais feitos por pessoas ligadas à CIC Cardiovascular, uma das fornecedoras supostamente envolvidas no esquema. A empresa fundada em 2012 que tem como sócia Fátima Martins, enfermeira do Einstein nos anos 80. 
Os contatos entre médicos e pessoas ligadas a essa empresa ocorriam desde 2012 via repasse de recursos e de viagens e presentes. Em junho de 2015, por exemplo, Perin teria recebido da fornecedora pouco mais de 200.000 reais, e Brito Júnior, 100.000 reais. A investigação interna constatou um aumento de 541% na compra de stents farmacológicos nos anos de 2012 e 2013 e identificou uma “clara preferência” pelos produtos fornecidos pela CIC Cardiovascular. 
Segundo a Folha de S. Paulo, o jornal teria recebido desde junho – época em que os nomes dos médicos foram retirados do expediente do hospital como chefes do centro – informações de leitores de supostas irregularidades em procedimentos cardíacos realizados no hospital.
O caso foi levado à polícia para que seja investigado se os médicos determinaram a realização de implantes desnecessários de próteses apenas para alavancar os lucros da fornecedora e receber comissões por isso. Até o momento não há nenhuma prova de que isso tenha ocorrido. Inclusive, uma auditoria interna realizada por amostragem em cirurgias cardíacas feitas por esses profissionais não detectou intervenções desnecessárias. Essa investigação também está apurando se houve a colocação de duas próteses quando apenas uma seria suficiente.
Segundo a representação do Einstein protocolada na polícia civil, o ex-gerente do Centro Intervenção Cardiovascular, Marco Antonio Perin, já tinha sido ouvido pela própria polícia em junho. Na época, ele apenas foi questionado se conhecia algum fato envolvendo esquema com fornecedores. Ao entrar em contato com a cúpula do hospital, o médico foi então informado sobre a investigação interna que detectara mensagens trocadas entre ele e representantes da empresa fornecedora.
Uma sindicância interna ainda está em andamento para apurar a participação de outros funcionários do hospital.
A resolução do caso pode demorar mais do que o esperado, porém. O delegado responsável disse a VEJA que pediu ao hospital documentos ad.  
Antes de serem afastados, os médicos foram chamados para dar explicações à cúpula do hospital. Segundo relato de um integrante da investigação, ambos confirmaram o recebimento dos recursos, mas negaram irregularidade alegando que os repasses eram de um empréstimo deles com a fornecedora. Cada um desses profissionais recebia salário acima de 100.000 reais do hospital.
O Centro Cardiovascular do Einstein reúne tratamentos para doenças cardíacas e circulatórias por meio de cateterismo e os médicos denunciados estão entre os principais nomes da cardiologia do país. Entre as intervenções realizadas no centro estão a angioplastia e o implante de stent – que, pela tabela do SUS, custam a partir de 5.000 reais.
Até as 17 horas desta terça-feira, a direção do hospital não havia se manifestado sobre o tema.

Máfia

Um cardiologista ligado a dois grandes hospitais de São Paulo disse a VEJA que essa a “máfia das próteses” é comum em todas as especialidades, tanto no setor público quanto no privado. “Não são todos os médicos que fazem, mas afirmo que é bem comum e não só no Brasil”, afirmou.
“Não são os laboratórios que pagam os médicos e, sim, os distribuidores e, em muitos casos, os hospitais também estão envolvidos, pois todo mundo sai ganhando. Aqui no Brasil nunca vi procedimentos desnecessários sendo realizados. O que acontece é que o médico responsável pela cirurgia, a pessoa que escolhe qual prótese será utilizada, geralmente opta pela prótese mais cara, por meio da qual ele irá obter maior retorno”, diz.
Leia abaixo o comunicado do hospital:
“O Hospital Israelita Albert Einstein sempre prezou pela ética e pela transparência em todas as suas relações. E sua direção segue rigorosos padrões de compliance para assegurar que os princípios que constituem os alicerces da instituição sejam sempre respeitados. Diante disto, ao receber denúncia anônima de supostas inconformidades na área de cardiologia, e após apuração interna, a direção encaminhou a denúncia para autoridades policiais, a fim de proceder investigações e encaminhamento que se fizerem necessários no âmbito legal. Cabe destacar que as práticas médicas na Cardiologia estão dentro de padrões estabelecidos internacionalmente. No entanto, além das práticas médicas corretas, a Instituição exige e sempre exigirá conduta ética irrepreensível de todos que estejam envolvidos na prestação de serviços para a sociedade.”

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Epidemia silenciosa

Já se sabia que a diabetes tipo 2 avança sem dar sintomas. O que se descobre agora é que, por isso, quase a metade dos pacientes nem sabe que tem a doença

Epidemia silenciosa
POR ACASO Silvia teve sintomas, mas não os associou à doença. Só descobriu que tinha diabetes depois de exames de rotina
Como é possível vencer uma guerra quando não se sabe sequer que há uma em andamento? É impossível. Nessa circunstância, a derrota é certa. Pois é exatamente isso o que está acontecendo em relação ao combate da diabetes tipo 2, doença associada à obesidade e ao sedentarismo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, 46,3% das pessoas que apresentam a doença não sabem que são portadoras. Ou seja, praticamente a metade dos pacientes simplesmente desconhece sua condição.
O índice é uma bomba em termos de saúde individual e pública. Primeiro porque, combinada a outros fatores – obesidade e hipertensão, por exemplo – a diabetes tipo 2 eleva o risco para infarto e o acidente vascular, as principais causas de morte no mundo. Sozinha, pode resultar em complicações graves como a cegueira e a amputação de membros. Todos esses prejuízos têm impacto muito negativo na vida do paciente e também nos custos dos governos para tratá-los, já que eles demandam mais medicações e internações.
“Há pessoas que sofrem infarto e só descobrem que
são diabéticas quando examinadas no hospital”

Luiz Turatti, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes
TARDE DEMAIS
O problema é que por nem saberem que têm a doença, as pessoas só procuram ajuda quando a enfermidade está tão adiantada que já provocou algum dano. “Há casos de pacientes que sofrem um infarto e só descobrem que têm diabetes quando são examinadas no hospital”, diz o endocrinologista Luiz Turatti, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.
O desconhecimento se deve especialmente ao fato de que a enfermidade não costuma dar sinais. Entre os mais clássicos, e mesmo assim muitas vezes não reconhecidos, estão sede constante e vontade de urinar com freqüência. A assistente social Silvia Regina de Carvalho, 60 anos, de São Paulo, teve os sintomas, mas, à época, os atribuiu ao climatério (período que antecede a última menstruação). Só teve a diabetes tipo 2 diagnosticada quando se submeteu a exames de rotina. “Não associei à doença o que estava sentindo”, conta. Silvia também tinha taquicardia, cansaço e dificuldade para dormir.
Para não se tornarem vítimas da epidemia silenciosa de diabetes – hoje no mundo há 422 milhões de adultos diabéticos, 14 milhões deles no Brasil -, a recomendação dos especialistas a todas as pessoas é que se submetam regularmente ao exame que detecta se a taxa de açúcar acumulada no sangue está além do limite. Obesos ou indivíduos com sobrepeso devem ficar ainda mais atentos, uma vez que o acúmulo de gordura é um dos fatores que levam ao surgimento da doença.
Uma vez identificada, a diabetes tipo 2 pode ser bem controlada. As medidas incluem a adoção de dieta saudável e a prática de exercícios físicos. Há várias opções de remédios e, mais recentemente, surgiu a alternativa das cirurgias bariátrica e metabólica. Já está comprovado que as duas modalidades são bastante eficazes no combate à enfermidade. Um pedido para a liberação dos procedimentos a diabéticos não necessariamente obesos aguarda aprovação pelo Conselho Federal de Medicina.
O levantamento da Sociedade de Diabetes revelou ainda outros dados muito preocupantes, que escancaram o grau elevado de ignorância da população a respeito da doença. Mais gente sabe da possibilidade de a diabetes tipo 2 causar amputações e cegueiras do que provocar infarto e AVC, por exemplo. Por essas razões, é urgente a realização de campanhas que informem e convençam a todos sobre a importância de diagnosticar cedo a enfermidade. Recentemente, uma dessas iniciativas foi lançada pela Sociedade Brasileira de Diabetes com o apoio dos laboratórios Boehringer-Ingelheim e Eli Lilly. Assista ao vídeo
DESINFORMAÇÃO PERIGOSA
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes:
46,3% dos pacientes com diabetes tipo 2 não sabem que têm a doença
> Mais da metade da população acredita que a hipertensão é tão grave quanto a diabetes. Porém, a enfermidade sozinha traz mais prejuízos ao organismo
> Amputação, cegueira e problemas de circulação são os danos mais conhecidos. A relação com doença cardíaca e AVC – duas das maiores causas de morte no mundo – aparece em 11º e 12º lugar em uma lista dos maiores prejuízos
> Os principais medos são os de ter um membro amputado ou de ficar cego em decorrência da doença. O temor de sofrer um infarto é o penúltimo da lista, atrás apenas de ser obrigado a fazer alguma restrição alimentar
Foto: João Castellano/Agência Istoé

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Planos de saúde têm venda suspensa a partir desta sexta-feira

Punição vale a partir de 9 de setembro e dura ao menos 3 meses.
Clientes dos planos suspensos continuam tendo direito aos serviços.

Do G1, em São Paulo
plano de saúde_JH (Foto: TV Globo)Planos de saúde tiveram venda suspensa. Saiba quais são. (Foto: TV Globo)
Começa a valer nesta sexta-feira (9) a suspensão de 23 planos de saúde de 8 operadoras devido a reclamações de segurados. A medida tomada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vale por um período de pelo menos três meses. Nesse período, os planos ficam proibidos de incluir novos clientes.
Os atuais segurados desses planos, porém, continuam tendo acesso ao serviço normalmente. Veja ao fim da reportagem a lista dos planos e operadoras punidos pela ANS.
A suspensão faz parte do monitoramento periódico da agência, cujo resultado é divulgado a cada três meses. A restrição à venda é aplicada quando a ANS recebe reclamações de clientes apontando que um plano negou a liberação de um procedimento previsto em contrato ou então demorou para fazer isso.
Esses planos podem ter a venda liberada ao final dos três meses, caso melhorem o serviço e reduzam as reclamações. Além da suspensão, as operadoras que negam cobertura indevidamente podem receber multa que varia de R$ 80 mil a R$ 250 mil.
“Das 8 operadoras com planos suspensos neste ciclo, 2 já tinham planos em suspensão no período anterior e 6 não constavam na última lista de suspensões”, informou a ANS em nota. Os planos suspensos possuem, juntos, cerca de 167 mil beneficiários.
A agência anunciou ainda que 8 operadoras vão poder voltar a comercializar 34 planos que haviam sido suspensos no trimestre anterior.
Veja a lista dos planos suspensos pela ANS:
1 - SALUTAR SAÚDE SEGURADORA S/A
- Salutar Clássico Empresarial Enf Sem Co-Part ou Franquia
- Especial Adesão sem Coparticipação sem Franquia
- SALUTAR 600

2 - FEDERAÇÃO DAS SOCIEDADES COOPERATIVAS DE TRABALHO MÉDICO DO ACRE, AMAPÁ, AMAZONAS, PARÁ, RONDONIA E RORAIMA
- NOVO UNIVIDA II - ENFERM
- UNIVIDA EMPRESARIAL III - APTO
- Univida Coletivo por adesão I  Enf - com obstetricia

3 - UNIMED NORTE/NORDESTE-FEDERAÇÃO INTERFEDERATIVA DAS SOCIEDADES COOPERATIVAS DE TRABALHO MÉDICO
- EMPRESARIAL PP ESPECIAL
- COLETIVO POR ADESÃO ENFERMARIA
- EMPRESARIAL PP APART RLE
- COLETIVO POR ADESÃO
- UNIVIDA ESPECIAL EMPRESARIAL AMBULAT.+ HOSPIT. C/OBSTETRÍCIA

4 - UNIMED RONDÔNIA - COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO
- Plano Básico s/Obstetrícia c/Co-participação Local Ind
- Adesão, Especial com Obstetrícia
- Plano Especial com Obst sem co-participação

5 - FUNDAÇÃO ASSISTENCIAL DOS SERVIDORES DO MINISTÉRIO DA FAZENDA
- ASSEFAZ SAFIRA APARTAMENTO
- ASSEFAZ RUBI APARTAMENTO EMPRESARIAL
- PLANO DO EMPREGADO ASSEFAZ

6 - UNIHOSP SAÚDE S.A.
- MASTER IV - ENFERMARIA

7 - JARDIM AMÉRICA SAÚDE LTDA.
- ESMERALDA INDIVIDUAL
- TOPÁZIO INDIVIDUAL
- AMÉRICA IND QC GR MUN COPAR
- AMÉRICA IND QC GR MUN COPAR SEM OB

8 - RIBEIRO & SILVA PLANO ODONTOLÓGICO LTDA EPP.
- PERSONNALITÉ PLATINUM PARTICULAR