segunda-feira, 30 de maio de 2016

Por que a vacina da dengue é tão cara?

Grande aposta para combater a epidemia, cada dose poderá custar R$ 400. Governo já afirmou que não poderá comprá-la por este valor

Por que a vacina da dengue é tão cara?
ESPERANÇA Para surtir efeito, é necessário tomar três doses da vacina, que imuniza contra os quatro tipos de dengue
* Pessoas entre 9 e 40 anos Fontes: Ministério de Saúde e Denizar Vianna (Uerj)
* Pessoas entre 9 e 40 anos
Fontes: Ministério de Saúde e Denizar Vianna (Uerj) (Crédito:Laguna Design)
Maior esperança no combate à doença no Brasil, a vacina contra a dengue deve custar tão caro que boa parte da população continuará sem usufruir de seus benefícios. Pior, o alto valor pode inviabilizar a adoção do medicamento pelo sistema público de saúde. O que era para ser alívio virou preocupação após o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Jarbas Barbosa, afirmar que cada dose pode chegar a R$ 400. Detalhe: são necessárias três para a imunização, o que dá um total de R$ 1,2 mil. Na esteira da declaração, o então ministro da Saúde de Dilma Rousseff, Agenor Álvares, afirmou que fica “praticamente impossível” incorporar o remédio ao programa nacional de vacinação. “Para o governo, o valor informado foi de 22 euros a dose (cerca de R$ 88). Mesmo com esse preço, o impacto é de R$ 10,5 bilhões ao ano, três vezes o orçamento do programa”, disse o ministro. “Sem dúvida, R$ 400 é impeditivo”, afirmou o infectologista Marcos Boulos, chefe da Coordenadoria de Controle de Doenças de São Paulo, estado campeão de casos de dengue no Brasil. “É caro para o serviço público e muito provavelmente nós não vamos comprar nunca.”
Aprovada pela Anvisa no fim de 2015, a vacina contra a dengue espera a definição da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMed) – órgão composto por cinco ministérios que define o preço máximo dos remédios no País – para ser liberada, o que deve acontecer em meados deste ano. Apesar de o valor final ainda não estar definido, a declaração de Barbosa dá a tônica de quanto poderá ser preciso desembolsar caso se busque proteção contra a doença que mata centenas de brasileiros anualmente. Secretário-executivo da CMed, Leandro Safatle afirma que a precificação desta vacina é mais complicada porque se trata de um produto novo, sem referências. “Estamos desenvolvendo uma metodologia.”
Como o combate ao mosquito Aedes aegypti é muito deficiente no Brasil, a vacina é considerada a melhor chance para vencer a doença. Pesquisa feita pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) calculou que em cinco anos os casos poderiam cair até 81% se fosse feita campanha via Sistema Único de Saúde (SUS) entre pessoas de 9 e 40 anos. Mesmo no cenário considerado mais realista, o de distribuição apenas a jovens de 9 a 16 anos, o número de registros já cairia pela metade. “Mas se o governo não adotar a vacina, a resposta será baixa”, diz o médico Denizar Vianna Araújo, responsável pelo estudo. Com o preço alto, a perda para a dengue se dá não só em vidas, mas também em dinheiro público. O custo da doença para o País pode chegar a R$ 4,7 bilhões por ano, de acordo com levantamento da Universidade Federal de Goiás (UFG) feito em 2015.
Diretora brasileira de planejamento estratégico de dengue da Sanofi Pasteurs, a empresa que desenvolveu a vacina, Amanda Pinho afirma que o laboratório não recebeu um posicionamento oficial da Cmed, mas que prepara um relatório de custo-efetividade com a sugestão de preço do medicamento para venda ao Ministério da Saúde. A pesquisa leva em conta os custos de produção e desenvolvimento do remédio, mas também o quanto ele pode ajudar o governo a economizar no tratamento de doentes. E o valor será “menor” do que os R$ 400 anunciados pelo presidente da Anvisa durante entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. “Continuamos otimistas (na distribuição da vacina pelo SUS) porque sabemos o benefício que podemos trazer para a saúde pública”, diz Amanda. Procurados, tanto o Ministério da Saúde quanto a Anvisa ressaltaram que, apesar da declaração de Barbosa, o preço definitivo ainda não foi estabelecido.
A boa notícia é que outras três vacinas contra a dengue estão em desenvolvimento e, quando começarem a chegar ao mercado (a partir de 2018, de acordo com os responsáveis), a concorrência deve fazer o preço cair, independentemente da avaliação da CMed.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Carcaças de navios são focos do Aedes aegypti-Ce

Foram registrados 119 casos de febre chikungunya, seis de zika e dois de dengue na região só em maio
João Lima Neto - Repórter
O local está ocupado desde fevereiro de 2009, quando sucatas, carcaças de embarcações e outros objetos começaram a ser despejados no terreno para fins comerciais ( FOTO: KLEBER A. GONÇALVES )
Moradores da Barra do Ceará estão sofrendo com o aumento de casos de dengue, chikungunya e zika. Antigos barcos, peças das embarcações e lixo estão servindo de espaço para proliferação do mosquito Aedes aegypti. Conforme o gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da Secretaria Municipal de Saúde, Nélio Morais, os agentes de saúde e endemias já encontraram mais de 80 moradores com suspeita só da febre chikungunya.
Um terreno localizado na Avenida José Moreira Rebouças preocupa quem vive na região. O espaço é utilizado para armazenar peças de barco e metal. Os moradores, que não se identificaram por motivo de segurança, informaram que diariamente chega material no terreno. Muitas crianças ficaram doentes e outras apresentam sintomas das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Na área funcionou o antigo Hidroporto de Fortaleza.
O local está ocupado desde fevereiro de 2009, quando sucatas e outros objetos começaram a ser despejados no local para fins comerciais. Revoltado com a invasão, o historiador Adauto Leitão acionou a Prefeitura e o Ministério Público Federal em 2009 para resolver o problema. Contudo, mais de cinco anos depois, a situação de abandono é a mesma. "Foram feitas várias vistorias pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e até pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A empresa responsável pela terreno tentou entrar com recurso, mas a justiça já deu como improcedente".
A reportagem foi até a empresa que abriga as embarcações, mas não havia ninguém da direção, apenas um funcionário da limpeza. Também foram realizadas ligações para o setor jurídico, mas não foram atendidas.
Insegurança
De acordo com o coordenador de endemias da Regional I, Edilberto Nunes, uma outro problema que os agentes de endemias estão encontrando é a dificuldade no acesso às residências. Segundo Nunes, traficantes da região não estavam deixando a Prefeitura atuar na área, mas a situação foi revertida. "Conseguimos conversar com líderes comunitários dos morros e região de praia. Essa semana mesmo daremos continuidade ao processo de prevenção e combate a dengue", ressaltou.
A programação inicial dos agentes que atuam na Regional I era visitar 825 imóveis. Os profissionais da saúde só conseguiram entrar em 236 residências devido à interferência do crime na região. Os moradores contaram que os agentes até chegam a entrar em algumas residências, mas, com medo, desistiram de algumas áreas.
Casos
Edilberto alerta que, na região da Barra do Ceará, a Prefeitura está atuando com carros fumacês. Conforme o coordenador, os dados da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da SMS apontam que foram atestados clinicamente 119 casos de febre chikungunya, seis casos de zika e dois de dengue na Barra do Ceará, só no mês de maio. O Boletim da 20ª semana Epidemiológica da dengue apresenta a Regional I com 461 casos confirmados da doença.
A Prefeitura vem realizando operação de ordenamento e limpeza de embarcações. Na última quarta-feira (25), no Mucuripe, foi iniciada a retirada de 30 embarcações sem uso que ocupam a faixa de praia de forma irregular. O material é levado para o Aterro Sanitário de Caucaia.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

H1N1: sobe para 588 o número de mortos pelo vírus

A quantidade é 16 vezes maior do que o registrado durante todo o ano de 2015, quando 36 óbitos foram confirmados.

Subiu para 588 o número de mortes provocadas pelo vírus H1N1, de acordo com boletim divulgado na terça-feira pelo Ministério da Saúde. A quantidade é 16 vezes maior do que o registrado durante todo o ano de 2015, quando 36 óbitos foram confirmados.
Até sábado (14), haviam sido registrados 3.501 pacientes com a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), dos quais 2.988 decorrentes de infecção por influenza A (H1N1). Quase metade destes casos (1.394) está concentrada no Estado de São Paulo, seguido pelo Rio Grande do Sul (297) e Paraná (289).  Outras regiões com registros da síndrome por H1N1 são: Goiás (192), Pará (129), Santa Catarina (111), Rio de Janeiro (89), Distrito Federal (89), Mato Grosso do Sul (78), Bahia (77), Espírito Santo (66), Minas Gerais (55), Pernambuco (39), Ceará (19), Rio Grande do Norte (13), Paraíba (13), Alagoas (12), Mato Grosso (7), Amapá (6), Rondônia (4), Acre (2), Sergipe (2), Amazonas (1), Roraima (1), Maranhão (1) e Piauí (1).
O Ministério elencou pontos de orientação a secretarias estaduais e municipais de saúde, como a disseminação do protocolo de atendimento a pacientes com fatores de risco e a ampla divulgação à população das medidas preventivas, como a vacinação e lavagem constante das mãos.
H1N1 — O H1N1 é um vírus da gripe do tipo A (associado a epidemias) que foi detectado pela primeira vez em abril de 2009 no México e, em pouco tempo, se transformou em uma pandemia mundial. Sua transmissão ocorre pelo contato direto (ao falar, espirrar, tossir ou beijar) ou indireto (pelas mãos) com as secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada.
Após a infecção, os sintomas demoram entre 1 e 4 dias para se manifestar e incluem febre alta (acima de 38,5°C), tosse, irritação nos olhos e nos ouvidos, dor muscular, de cabeça, de garganta e no tórax, coriza, falta de ar e diarreia. O tratamento é feito com o medicamento Tamiflu. Se não tratada adequadamente, a gripe pode evoluir para um quadro mais grave, conhecido como Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Qualquer pessoa pode ser infectada pelo vírus H1N1 – ao contrário da gripe comum, que prioriza os idosos.Os grupos de risco incluem crianças menores de dois anos, grávidas, doentes crônicos e pacientes em tratamento de câncer. As principais formas de prevenção contra os vírus da gripe são a vacina e medidas constantes de higiene, como lavar as mãos e evitar locais com aglomeração de pessoas.
(Com Estadão Conteúdo)

quarta-feira, 25 de maio de 2016

EUA: câncer colorretal aumenta entre pessoas com menos de 50 anos

Segundo o estudo, que se baseia em análise de amostras de mais de um milhão de casos entre 2004 e 2013, houve aumento de 11,4%

Por AFP
A taxa de câncer colorretal continua aumentando entre as pessoas menores de 50 anos nos Estados Unidos, enquanto a enfermidade baixou na população mais velha graças a melhoras na prevenção e controle, segundo estudo apresentado nesta terça-feira nos Estados Unidos.
O estudo se baseia em análise de amostras de mais de um milhão de casos entre 2004 e 2013 e estabelece que a quantidade de pessoas menores de 50 anos que foram diagnosticadas com câncer colorretal aumentou 11,4%, um aumento anual médio de 1,28%.
Durante o mesmo período, este tipo de câncer – que surge no cólon ou no reto – diminuiu 2,5% entre maiores de 50 anos.
Estes resultados foram apresentados no grande Congresso Internacional Digestive Disease Week, que acontece nesta semana em San Diego, na Califórnia.
Além de notar um aumento na incidência de câncer colorretal nesta faixa etária, os cientistas descobriram que uma grande proporção dos tumores detectados neste grupo já apareciam em estado avançado, o que é muito preocupante.
O principal autor do estudo, Elie Sutton, do Hospital Mount Sinai de Nova York, recordou que cinco anos atrás outro levantamento já havia percebido um aumento como o observado nos adultos mais jovens.”Isto mostra que não temos feito o necessário para reduzir o risco de câncer colorretal entre os menores de 50 anos”, avaliou.
De acordo com Sutton, a grande maioria dos tumores colorretais aparecem depois dos 50 anos como um pólipo no intestino. Graças à colonoscopia é possível detectar e retirar os tumores do intestino grosso antes que se tornem cancerígenos.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Atividade física regular reduz o risco de câncer

De acordo com um novo estudo, a prática regular de exercício diminui em 7% a probabilidade de desenvolver qualquer tipo de tumor

Prevenção do câncer: praticar exercícios físicos por 150 minutos por semana ajuda a evitar a doença
Prevenção do câncer: praticar exercícios físicos regularmente está associada a redução de 13 tipos de câncer(Stockbyte/Thinkstock/VEJA)
Praticar atividades físicas regularmente reduz o risco de desenvolver 13 tipos de câncer. De acordo com o estudo publicado na revista científica JAMA Internal Medicine, a prática de exercícios está associada a uma redução de 7% na probabilidade de desenvolver qualquer tipo de tumor.
"Nossos resultados mostram que a relação entre exercício e redução do risco de câncer pode ser generalizada em diferentes grupos de pessoas, incluindo aquelas com sobrepeso e as que foram fumantes", explicou Steven Moore, principal autor do estudo.
A pesquisa, realizada pelo Instituto Nacional do Câncer, dos Estados Unidos, revisou 12 estudos americanos e europeus feitos entre 1987 e 2004, com 1.4 milhão de participantes. Durante cerca de onze anos de acompanhamento, 186.932 casos da doença foram diagnosticados entre os participantes. Em seguida, os autores relacionaram os dados sobre a prática de atividade física com o risco de desenvolvimento de 26 tipos de câncer.
Os resultados apontaram que uma vida ativa fisicamente está associada a um menor risco no desenvolvimento de pelo menos 13 tipos de câncer. Por exemplo, a prática de exercícios está relacionada à uma redução de 42% no risco de câncer de esôfago e 25% no caso de tumores no fígado e pulmão. Em média, a prática regular de exercício físico estava associada à redução de 7% no risco de desenvolver qualquer tipo de câncer.
Por outro lado, a atividade física regular foi associada a um aumento em dois tipos de câncer: próstata (+5%) e melanoma (+27%). No caso do melanoma, tipo agressivo e letal de câncer de pele, o índice foi observado apenas em regiões onde há alta incidência de raios UV e os autores acreditam que esse aumento esteja relacionado à prática de atividade física ao ar livre. Já em relação ao câncer de próstata, não há uma hipótese de relação direta, mas os autores acreditam que homens que se exercitam mais também tendem a se cuidar mais e, assim, são mais diagnosticados.
Na maioria dos casos, a relação entre atividade física e redução do risco de câncer foi mantida independente do peso e do hábito de fumar dos participantes. As atividades às quais o estudo se refere são: caminhar, correr, nadar ou pedalar, em um ritmo que pode ir de pausado a intenso, durante 150 minutos por semana.
"Estes resultados sustentam a promoção da atividade física como um componente chave dos esforços de prevenção e controle do câncer em toda a população.", disse Moore. Apesar dos resultados, os autores advertem que fatores como dieta, tabagismo entre outros, podem afetar o risco de desenvolvimento de tumores.
(Da redação)

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Outra criança morre de H1N1, e CE registra 8 óbitos

Em Fortaleza, já foram contabilizadas duas mortes e em todo o Estado há 14 casos da doença confirmados
Fortaleza registrou a segunda morte causada pela gripe H1N1 em 2016, de acordo com o boletim epidemiológico semanal divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) ontem. A vítima foi um menino de apenas um ano. No total, ocorreram oito mortes ocasionadas pela doença no Ceará. Na Capital, foram confirmados mais sete casos da enfermidade. A primeira morte na cidade aconteceu no último dia 6 de abril, vitimando uma mulher de 44 anos.
No Estado, estão confirmados 14 casos de H1N1 até o momento. De acordo com as informações da Sesa, os óbitos aconteceram em seis municípios de diferentes regiões do Estado, sendo dois em Caucaia, dois em Fortaleza, um em Juazeiro do Norte - onde uma criança também morreu -, um em Jaguaretama, um em Sobral e um em Pereiro.
O pediatra Robério Leite alerta para os cuidados com as crianças e os idosos, os que mais correm o risco de contrair o vírus. "As crianças abaixo de dois anos e os idosos, uma vez infectados pelo vírus, são os que sofrem mais com a doença. Para as crianças, é necessário que os pais se conscientizem em não as mandarem gripadas para a escola, para que não ocorra a contaminação em outras. Devem ensinar cedo também a questão da ética de higiene, que são os cuidados em tossir e proteger a boca com lenços, e se não for possível, utilizar os cotovelos, não as mãos. É necessário também lembrar as crianças de lavarem sempre as mãos", afirma.
O médico ressalta a relevância da vacinação anual. "O vírus H1N1 se caracteriza como mutante, por isso é necessário que as pessoas procurem se vacinar anualmente. O reconhecimento precoce da doença e o tratamento, mesmo sem o diagnóstico ainda não confirmado pelo médico, é muito importante para que exista a prevenção contra o vírus H1N1", enfatiza o especialista. Os dados informados pela Sesa alertam para a necessidade da prevenção e da vacinação. Das oito pessoas mortas devido ao vírus, neste ano, nas diferentes regiões do Estado do Ceará, nenhuma havia se vacinado no ano passado. Com isso, os pacientes não estavam protegidos contra a influenza.
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Prevenção
A vacina é a medida mais importante para a prevenção do vírus. Entre os grupos prioritários que devem ser imunizados, estão as crianças de seis meses a menores de cinco anos, as gestantes, as mulheres com até 45 dias após a realização do parto, idosos a partir de 60 anos, pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão,  trabalhadores da saúde, indígena, adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas, população carcerária e funcionários do sistema prisional.
No entanto, a busca pela vacina gerou bastante procura nas unidades de saúde particulares da Capital e em muitas o estoque já foi zerado, como por exemplo na clínica Imunize e a Dra. Núbia Jacó. De acordo com a direção de cada unidade, os laboratórios responsáveis pela fabricação das vacinas não dispõem de doses para envio e não anunciam estimativa de previsão. "O laboratório demora em torno de cinco meses no momento em que ele faz o pedido para a matriz, que é fora do País, Alemanha ou França. Então, no momento em que houve uma demanda aumentada, este ano, já seria tarde demais pra pedir mais doses".
"Todas as vacinas que foram usadas em nível privado em 2016 foram doses calculadas em outubro do ano passado, e baseado no consumo de anos anteriores", conclui o diretor médico da clínica Dra Núbia Jacó, João Cláudio Jacó.
Segundo ressalta a administradora da Clínica Imunize, Simone Rodrigues, o processo de fabricação da vacina demanda uma longa produção. "É um processo muito artesanal, que depende do ovo de galinha", diz. Já os postos de saúde da rede pública seguem com o processo de vacinação. A reportagem entrou em contato com três unidades, de diferentes regionais, para constatar a disponibilidade da vacina.
Estoque
Na unidade Irmã Hercília Aragão, no bairro São João do Tauapé, e no Luis Albuquerque Mendes, na Serrinha, ainda tem doses disponíveis. Já o Eliézer Studart, no Autran Nunes, havia esgotado o estoque ontem, mas uma funcionária informou que será reposto hoje.

terça-feira, 17 de maio de 2016

EUA realizam o 1º transplante de pênis em paciente com câncer

Thomas Manning, de 64 anos, precisou ser transplantado após ter o órgão removido devido a um raro tumor. Foram necessários três anos de treinamento da equipe médica

Homem recebe transplante de pênis nos Estados Unidos
Thomas Manning, de 64 anos, se recupera bem após ter recebido o primeiro transplante de pênis dos Estados Unidos. A expectativa é que em algumas semanas ele consiga ter micção normal. Já a função sexual, pode demorar meses para ser restabelecida. (Sam Riley/Mass General Hospital/AP)
O americano Thomas Manning foi submetido ao primeiro transplante de pênis dos Estados Unidos. O homem, de 64 anos, teve a maior parte do órgão removido para evitar o espalhamento do raro tumor na região. A cirurgia foi realizada no início deste mês, no hospital geral de Massachusetts, em Boston, nos Estados Unidos e durou 15 horas. O órgão foi recebido de um doador falecido.
Durante entrevista ao jornal americano The New York Times na última sexta-feira (13), o paciente disse que ainda não pôde ver o resultado, mas que estava bem e não havia sentido quase nenhuma dor. "Quero voltar a ser quem eu era. Eu não podia ter um relacionamento com ninguém, porque você não pode chegar para uma mulher e dizer 'Eu tive meu pênis amputado'", disse Manning.

A equipe médica, liderada pelo cirurgião plástico Curtis L. Cetrulo, se preparou durante três anos para o procedimento. Neste período, eles analisaram cadáveres para compreender em profundidade a anatomia do órgão, incluindo inúmeras cirurgias realizadas com os corpos. Antes do transplante, Thomas também teve que ser submetido a testes psicológicos para garantir que estava apto para lidar com a cirurgia - o primeiro paciente no mundo a ser submetido a este procedimento foi um chinês que não se adaptou ao novo órgão e precisou retirá-lo. Após apenas duas semanas na lista de espera, apareceu um doador com tipo sanguíneo e cor da pele compatíveis de Thomas e a cirurgia foi realizada.
O procedimento faz parte de uma pesquisa americana que busca reconstruir soldados e outros militares gravemente feridos na região pélvica durante a guerra. Mas ela também pode ser útil para aqueles que, como Thomas, tiveram algum dano na área devido a um câncer, por exemplo. Além da técnica cirúrgica, os médicos estão tentando encontrar uma forma de reduzir a necessidade de tantos medicamentos para prevenir a rejeição do órgão.
A equipe está bem otimista sobre a recuperação de Thomas e a expectativa é que ele consiga ter micção normal dentro de algumas semanas. Já a função sexual, pode demorar meses para ser restabelecida.
(Da redação)

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Excesso de ácido fólico na gravidez dobra risco de autismo

De acordo com um novo estudo, embora o nutriente seja importante para o desenvolvimento do feto, a ingestão precisa ser na dose certa

Gravidez
De acordo com o estudo, o excesso dos nutrientes folato (um tipo de vitamina B) ou de sua versão sintética, o ácido fólico, e da vitamina B12 durante a gravidez, aumentam o risco de uma criança desenvolver autismo em 17,6 vezes (Thinkstock/VEJA)
Excesso de ácido fólico na gestação pode aumentar em até duas vezes o risco de autismo na criança. A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, apresentado nesta sexta-feira durante o Encontro Internacional para Pesquisa sobre Autismo de 2016, em Baltimore.
A ingestão de folato - uma vitamina B, encontrada em alimentos como brócolis, feijão e tomate - ou de ácido fólico - sua versão sintética - é aconselhada por especialistas principalmente no primeiro trimestre da gravidez, pois a substância estimula o desenvolvimento neurológico do feto. Entretanto, no novo estudo, os cientistas encontraram níveis de folato quatro vezes mais altos do que o adequado nas mães de crianças com autismo logo após darem à luz. Esse excesso foi relacionado ao transtorno.
Sabe-se que ingestão dessa vitamina pode reduzir em até 75% o risco de má formação no tubo neural do feto, o que previne diversos problemas neurológicos, como anencefalia, paralisia de membros inferiores, incontinência urinária e intestinal, retardo mental e dificuldades de aprendizagem. As autoridades de saúde dos Estados Unidos e o Conselho Federal de Medicina (CFM) no Brasil recomendam a ingestão de 400 microgramas por dia da substância neste período da gestação.
"A suplementação adequada é protetora: isso ainda é o caso com o ácido fólico e o folato em geral. Sabemos há muito tempo que a deficiência de folato em mulheres grávidas é prejudicial para o desenvolvimento dos filhos, mas o que esse novo estudo nos diz é que quantidades excessivas também podem causar danos. Nós devemos buscar níveis ideais deste importante nutriente", disse Daniele Fallin, uma das autoras do estudo.

Pesquisa - Para chegar a estes resultados, os pesquisadores acompanharam 1.391 crianças desde o seu nascimento, de 1998 até 2013, e mediram os níveis de folato no sangue das mães logo após o parto.
Ao longo deste período, 100 crianças foram diagnosticadas com algum tipo de autismo e os resultados das análises sanguíneas mostraram que 10% das mães tinham uma quantidade considerada excessiva de ácido fólico, e 6% tinham uma quantidade excessiva de vitamina B12.
Estudos anteriores mostraram que altos níveis de vitamina B12 podem ser prejudiciais em grávidas, triplicando o risco de o feto desenvolver autismo. Assim, de acordo com o novo estudo, se ambos os nutrientes - folato e vitamina B12 - estiverem em excesso, o risco de uma criança desenvolver a doença aumenta 17,6 vezes.
A maioria das mães que participaram do estudo admitiu ter tomado multivitamínicos, o que incluía ácido fólico e vitamina B12, durante a gestação. Mas os pesquisadores não souberam explicar o porquê apenas algumas delas tinham níveis tão elevados das substâncias no sangue.
Algumas hipóteses levantadas sugerem que, além de comer muitas frutas e vegetais ricas em folato, essas mulheres também tenham consumido alimentos fortificados com ácido fólico ou suplementos em excesso. Ou ainda, pode ser que algumas delas sejam geneticamente predispostas a absorver maiores quantidades da substância ou metabolizá-la de forma mais lenta. Ou até uma combinação dos dois fatores.
Apesar dos resultados, os autores recomendam que mulheres grávidas continuem ingerindo maiores quantidades de folato ou ácido fólico principalmente durante o primeiro trimestre da gestação. "O que precisamos descobrir agora é se deve haver recomendações adicionais sobre qual é a dose ideal desse nutriente durante toda a gestação", afirmou Ramkripa Raghavan, uma das autoras da pesquisa, ressaltando a necessidade de mais pesquisas.
(Da redação)

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Número de casos de chikungunya cresce 20 vezes - Ce

Fortaleza passa por uma fase de transição entre casos importados para um de "transmissão autóctone sustentada"
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulgou um boletim da febre chikungunya em Fortaleza, com dados levantados até o dia 5 de maio. Neste ano, já foram notificadas 1.072 suspeitas da doença, das quais 205 tiveram confirmação. O número representa quase 21 vezes os dez casos confirmados em todo o ano de 2015.

Outros 764 casos, 85% dos registros, ainda estão sendo investigados. Das confirmações, 173 foram classificados como autóctones, ou seja, cuja transmissão se deu dentro do território municipal. Conforme a avaliação do órgão, os números de 2016 sugerem que Fortaleza passa por uma fase de transição entre um cenário de casos importados para um de "transmissão autóctone sustentada".
A Regional I lidera o número de transmissões, com 71 casos. Em seguida, aparece a Regional III, com 51 casos, e a Regional IV, com 47 casos. A Regional II foi a que apresentou a menor incidência, com três casos. O bairro Monte Castelo registrou 34 casos da doença, seguido pelo Montese (31 casos) e Vila Ellery (22).
Desde o início do ano, o mês de março liderou o número de casos comprovados, com 107 novas ocorrências. Já no mês de abril, as estatísticas apontam 11 novos. Conforme o gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da SMS, Nélio Morais, o combate ao mosquito é importante porque ainda não se sabem os limites da transmissão da patologia.
Dengue
Além disso, de acordo com o último boletim sobre a dengue da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS), divulgado no último dia 6 de maio, a cidade acumula, só neste ano, 8.918 notificações da doença. Desse número, 2.687 são de casos confirmados e outros 3.494 de suspeitas sob investigação. Quatro suspeitas de óbito também estão sendo analisadas. Os dados foram atualizados com informações recolhidas pela Célula de Vigilância Epidemiológica do órgão, que monitora a situação do município.
dsda Dos 91 bairros da capital cearense avaliados no levantamento, apenas seis não notificaram nenhum caso: Guararapes, Lourdes, Aeroporto, Dendê, Jardim Cearense e São Bento, único da Regional VI que não foi afetado pela contaminação. Segundo a SMS, avaliando apenas os casos confirmados, a taxa de incidência da doença em Fortaleza já representa 104 casos para cada 100 mil habitantes. No entanto, conforme o órgão, esse número está dentro do padrão endêmico do município, ou seja, o número de casos registrados é menor que o máximo esperado para cada período analisado.
A Regional VI é a que tem a maior a incidência da doença, com 1.147 casos confirmados. Dos dez bairros com maior número de casos na Capital, cinco são de lá: Jangurussu, Conjunto Palmeiras, Barroso, Messejana e Passaré. Por outro lado, a Regional II é a que apresenta o menor número de incidência, com 237 casos confirmados.
Das pessoas diagnosticadas com a doença desde o início do ano, 534 começaram a apresentar os sintomas no mês de abril, redução de 43% em relação a março, que registrou 940 confirmações. No total, 2.517 casos foram comprovados por análises clínicas e outros 170 por exames laboratoriais.
Os confirmados até abril representam redução de quase 60% quando comparados ao período de janeiro a abril de 2015, quando foram registrados 6.615 casos de dengue, e quase 80% em relação ao mesmo período de 2012, ano considerado crítico no histórico epidemiológico da dengue do município. Nada menos que 12.956 pessoas foram contaminadas nos primeiros quatro meses daquele ano. (Colaborou Nicolas Paulino)

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Happy hour liberado. Tomar cerveja todos os dias faz bem ao coração

Estudo concluiu que o consumo de 330 ml diários (pouco menos de uma lata) da bebida para mulheres e 660 ml (pouco menos de duas latas) para os homens seria o suficiente para diminuir o risco de doenças cardiovasculares

Rússia: em 2012, os impostos sobre a cerveja cresceram 20%
Cerveja: beber moderadamente ajuda a proteger contra doenças cardiovasculares(Thinkstock/VEJA)
Mais um bom motivo para o happy hour: uma pesquisa mostrou que beber uma quantidade moderada de cerveja diariamente pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares em 25%. O estudo, publicado recentemente na revista científica Nutrition, Metabolism & Cardiovascular Disease, concluiu que o consumo de 330 ml diários (pouco menos de uma lata) da bebida para mulheres e 660 ml (pouco menos de duas latas) para os homens seria o suficiente para diminuir o risco de doença cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) e doença arterial.
Para chegar a esta conclusão, pesquisadores do Instituto Neurológico Mediterrâneo, na Itália, revisaram 150 estudos sobre o assunto. Eles também descobriram que, a menos que se tenha alguma pré-disposição para doenças relacionadas ao consumo de álcool ou algum tipo de dependência da substância, a ingestão diária dessa quantidade não aumenta o risco de demência, câncer e outras doenças.

De acordo com os autores, o álcool e outros químicos presentes na bebida são responsáveis por esse efeito positivo. A cerveja contém altos níveis de antioxidantes - compostos que eliminam químicos nocivos à saúde -, além de minerais, como fósforo, iodo, magnésio e potássio e uma baixa quantidade de açúcar.
Eles ressaltam, contudo, que beber em excesso ou em binge (consumir pelo menos cinco doses de bebida alcoólica, no caso dos homens, ou quatro doses, no caso das mulheres, no período de duas horas) continua sendo uma prática contraindicada. Nesse caso, a bebida está relacionada a prejuízos para a saúde.
(Da redação)

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Capital tem 1ª morte por H1N1 e 10 crianças com suspeita da gripe -Ce

O Ceará já imunizou 640.738 pessoas (36% da cobertura vacinal). A meta é atingir 80% até o dia 20 de maio
Nos postos de saúde, as filas têm sido longas à procura da vacina. Além disso, em clínicas particulares, as doses já estão esgotadas ( FOTO: NATINHO RODRIGUES )
O vírus H1N1 fez mais uma vítima fatal no Ceará, chegando a seis o número de óbitos no Estado em 2016, segundo levantamento da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), divulgado ontem. A morte de uma mulher de 44 anos foi a primeira causada por uma Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) decorrente do vírus influenza na Capital este ano. Além disso, uma das preocupações pela incidência da gripe é com a população infantil. Atualmente, 10 crianças são monitoradas pelo Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) com suspeita da enfermidade. Destas, três apresentam sintomas.
Os outros sete casos, segundo informou a unidade de saúde, já eram pacientes do hospital em estado crítico, portanto, foram incluídos na lista de suspeitos com o vírus como forma de precaução, passando, então, pelos mesmos procedimentos clínicos que os demais. Vale lembrar que crianças de seis meses a menores de cinco anos integram o grupo prioritário do Ministério da Saúde para receber imunização contra a gripe.
O presidente da Sociedade Cearense de Infectologia, Erico Arruda, explica que crianças nessa faixa etária são mais frágeis a infecções por não terem mais os anticorpos maternos, presentes até os seis meses de vida, e que garantem uma boa imunidade. "Depois dos seis meses é o período que tem mais risco de infecção respiratória porque ela não amadureceu suficientemente o seu sistema imunológico e não tem a herança dos anticorpos da mãe", destaca. Como forma de prevenção, além da vacina, o médico alerta para manutenção da hidratação, uma vez que uma maior quantidade de água promove um maior clareamento das secreções respiratórias. "E principalmente evitar que ela fique em ambientes fechados e convivendo com adultos e outras crianças com sintomas respiratórios, como tosse e espirro. A secreção de nariz que uma criança ou um adulto esteja produzindo vai contaminando o ambiente e, ao tocar, ela pode levar a boca e vir a se infectar".
Enquanto a vacinação segue em andamento para os grupos prioritários, por parte do Governo do Estado e Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a procura pela imunização na Capital segue em alta também em unidades de saúde particulares. Muitas delas já não dispõem de doses, como a clínica Imunize, que acabou todo o seu estoque na semana passada. De acordo com a administradora do estabelecimento, Simone Rodrigues, a clínica chegou a aplicar 600 doses por dia. "Vendemos em um pouco mais de um mês o que não vendíamos em um ano. Ainda recebemos muitas ligações de gente procurando", comenta.
O diretor médico da clínica Dra. Núbia Jacó, João Cláudio Jacó, afirma que o último lote esgotou há 15 dias, dispondo atualmente apenas de doses reservadas para retorno em algumas crianças. "Para adultos e idosos não existe mais e não acho que consigamos doses para esse ano. Os laboratórios trouxeram para o Brasil em 2016 a mesma quantidade do ano passado e esse ano a procura foi muito maior", comenta.
O Ceará imunizou 640.738 pessoas, o que corresponde a 36,07% da cobertura vacinal. A meta é vacinar 80% do público-alvo até o dia 20 de maio, conforme a campanha nacional de vacinação contra a Influenza, iniciado no último dia 30. Até a última segunda-feira (9), segundo a Sesa, 15 municípios ultrapassaram 50% da cobertura. Ainda não há determinação do Ministério da Saúde quanto a expansão da vacinação para pessoas fora dos grupos prioritários.
Exames
dsa Apesar dos casos de H1N1 confirmados, 15 até então, a farmacêutica bioquímica do setor de virologia do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do Ceará, Fernanda Montenegro, afirma não haver registro de aumento na quantidade de exames analisados pelo órgão. De janeiro a 9 de maio de 2015, 242 pacientes realizaram exames no laboratório, resultando numa positividade de 31%.
Já no mesmo período deste ano, das 345 análises, 24% constou com resultados positivos, segundo a farmacêutica. Para ela, a procura por exames e vacina pode se dar pelo surto em outras capitais do País. "No ano passado começamos a ter um pouco mais cedo os casos de influenza do que nesse ano. O alvoroço está grande, mas com o levantamento vimos que a situação está como em todos os anos", diz. (Colaborou Mylena Gadelha)

terça-feira, 10 de maio de 2016

Empresa teve recurso rejeitado pelo Tribunal Superior do Trabalho e deverá indenizar funcionário em R$ 10 mil

A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso da Souza Cruz S.A. contra condenação à reintegração e ao pagamento de indenização de R$ 10 mil por danos morais pela dispensa de um auxiliar administrativo com neoplasia maligna (câncer) nos rins, considerada discriminatória.
Souza Cruz
Reprodução
Souza Cruz
A Souza Cruz alegou que o motivo da dispensa seria a reestruturação do setor onde o empregado trabalhava, mas, segundo o relator, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, não houve prova neste sentido.
No recurso, a empresa argumentou que a condenação, baseada em presunção da dispensa discriminatória, teria violado os artigos 818 da CLT e 333 do CPC e contrariado a Súmula 443 do TST, porque a neoplasia maligna não pode ser considerada doença estigmatizante. A Souza Cruz sustentou também que teria agido no exercício de seu poder diretivo, sem nenhuma intenção discriminatória.
O relator do recurso de revista, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, ressaltou que, embora o Tribunal Regional tenha partido da presunção de dispensa discriminatória, a conclusão foi com base na prova produzida.
Ele entendeu que houve realmente discriminação, pois a empresa tinha conhecimento da doença e dispensou o auxiliar junto com outros dois funcionários, que foram acusados de fraude e despedidos por justa causa.
"O setor que o profissional trabalhava tinha dez empregados, sendo que apenas os dois acusados de fraude e ele foram despedidos, sob a alegação de reestruturação, o que, a toda evidência, não ocorreu, tendo em vista a manutenção dos demais empregados e do próprio setor", assinalou.
Para o relator,  como a discriminação ficou efetivamente demonstrada, não cabe as alegações de contrariedade a súmula e de violação legal. Quanto à condenação por danos morais, Corrêa da Veiga explicou que não houve violação dos artigos 186 e 927 do Código Civil e 5º, incisos V e X, da Constituição da República, como apontava a empresa.
Durante a sessão da Sexta Turma, a defesa da Souza Cruz insistiu no argumento de que não houve discriminação na dispensa e de que o câncer não pode ser considerada doença estigmatizante. "Ninguém disse aqui, nem o TRT, que a doença é estigmatizante, mas não deixa de ser grave", afirmou o relator, ao manter seu voto.
Em nota, a Sousa Cruz reforçou "que a dispensa não se baseou em critérios com qualquer cunho discriminatório", e que esta é uma prática que a companhia repudia. A empresa também informou que "está cumprindo a decisão de reintegração desde o início do processo judicial".
Com informações do TST.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Rio-2016 pode trazer vinte novos vírus ao Brasil

A chegada de turistas durante os Jogos Olímpicos do Rio facilitará a disseminação de pelo menos vinte novos vírus transmitidos pelo Aedes Aegypti na África, Ásia e Oceania

Por: Carolina Melo
Mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue
Aedes aegypti, vetor da dengue, poderá transmitir novos vírus durante a Olimpíada do Rio(Paulo Whitaker/Reuters)
A chegada de turistas ao Brasil durante o período da Olimpíada do Rio aumentará os riscos de novos vírus se disseminarem através do mosquito Aedes aegypti, vetor dos já conhecidos dengue, zika e chikungunya.
Acredita-se que ao menos 20 tipos de vírus, que costumam circular na África, Ásia e Oceania, cheguem ao país juntamente com os turistas. Diz Celso Granato, infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) "É possível, sim, que uma grande quantidade de vírus se espalhe pelo país durante os Jogos Olímpicos". Granato complementa: "Trata-se de uma situação extremamente preocupante, pois há um descontrole de infestação pelo Aedes."
A ameaça do Aedes já fez esportistas de peso desistirem da competição. O nome mais recente foi do golfista australiano Marc Leishman, número 35 do mundo, anunciou que não vem mais aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016 por temor ao vírus zika e preocupações com a saúde de sua esposa.
Acredita-se que o zika tenha entrado no país durante a visita do papa Francisco, em 2013, quando delegações católicas vindas da Polinésia, país que em 2013 teve 8 264 casos suspeitos, estiveram no Brasil, e depois tenha se espalhado por mosquitos que picavam pessoas contaminadas.
O mosquito Aedes Aegypti tem uma capacidade de adaptação biológica sofisticada, superior à de qualquer inseto. Há menos de dez anos, ele se reproduzia apenas em poças grandes, de meio litro, constituídas de água limpa. Hoje, basta uma quantidade equivalente a uma tampinha de água - limpa ou suja.
O Aedes sempre teve um comportamento diurno, atraído pela luz do sol, e já o vemos durante a noite, em torno de luz artificial. Suas larvas sobreviviam por três meses. Agora, o tempo é quatro vezes maior. Seu voo atingia a distância de 10 metros. São 50 metros atualmente. É uma capacidade extraordinária de sobrevivência.
(Com Estadão Conteúdo)

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Quando a cafeína pode matar

Nos Estados Unidos, dois jovens já morreram após consumir cafeína pura em pó. Segundo a FDA, uma colher de chá da substância equivale a 28 xícaras de café

 Giulia Vidale
Extra: café
Estudos mostram que, em qualquer pessoa, a ingestão de mais de 20 xícaras de café por dia pode começar a causar alterações digestivas e de frequência cardíaca. Entretanto, a dose tóxica de cafeína irá variar de acordo com a idade, peso e até mesmo alimentação de cada um(VEJA.com/VEJA)
A cafeína é uma substância estimulante presente em diversos produtos, como café, chá, refrigerantes, bebidas energéticas, suplementos e até mesmo medicamentos. Utilizada sobretudo por jovens ou por pessoas que precisam ficar acordadas por muitas horas, uma nova forma de consumo da cafeína tem chamado a atenção de autoridades nos Estados Unidos. De acordo com o Mic, site americano de notícias, dois jovens faleceram após consumir cafeína pura em pó e, agora, senadores pedem que o órgão regulatório americano Food and Drug Administration (FDA) proíba sua comercialização.
A cafeína em pó é, em geral, utilizada pela indústria como matéria-prima para produtos que contém o produto. A Coca-Cola, por exemplo, utiliza 34 mg de cafeína pura (cerca de 1/64 de uma colher de chá) para produzir uma lata de 350 ml da bebida, de acordo com o jornal americano The New York Times. O problema é que a substância é vendida pela internet para pessoas físicas, em sacos com diversas opções de quantidade e apenas uma colher de chá da substância (aproximadamente 10 g) corresponde a cerca de 28 xícaras de café - uma dose de cafeína potencialmente letal. O grande problema, segundo o órgão, é que é quase impossível medir de forma precisa a quantidade "segura" da substância usando apenas utensílios habituais de cozinha. "Medidas de volume, como colheres de chá, não são precisas o suficiente para calcular quantos miligramas de cafeína tem na dose", alerta a FDA.
No Brasil, consegue-se comprar o produto pela internet, em sites estrangeiros.
Segundo Daniel Magnoni, nutrólogo do Hospital do Coração, em São Paulo, estudos mostram que, em qualquer organismo, a ingestão de mais de 20 xícaras de café por dia pode causar alterações digestivas e cardíacas. Entretanto, a dose tóxica de cafeína irá variar de acordo com a idade, peso e até mesmo alimentação de cada um. "No caso da cafeína em pó, por exemplo, se a pessoa estiver em jejum antes de ingeri-la, a absorção do composto será muito mais rápida, o que pode aumentar o risco de overdose. De qualquer forma, independente destes fatores, não é recomendada a ingestão de mais de cinco xícaras diárias de café ou o equivalente em outras bebidas cafeinadas.", explica.
De acordo com a FDA, os sintomas de overdose de cafeína podem incluir batimentos cardíacos rápidos ou perigosamente erráticos, convulsões e morte. Vômito, diarreia, letargia e desorientação também são sintomas relacionados à toxicidade da cafeína e eles tendem a ser mais graves do que quando relacionados ao excesso de café, chá ou bebidas cafeinadas.
"A cafeína é uma xantina que age no sistema nervoso central ao melhorar a resposta dos neurotransmissores, causando insônia e agitação psicomotora. No entanto, ela também afeta o sistema cardíaco e respiratório e, em altas doses, estimula a produção de secreções do trato gastrointestinal, como o ácido clorídrico. Assim, o excesso de cafeína aumenta a frequência respiratória e cardíaca, podendo propiciar arritmia cardíaca, além de aumentar o risco de gastrite e outros problemas gastrintestinais", explica Magnoni.
Diante disso, nesta semana, senadores democratas enviaram uma carta ao órgão americano pedindo a proibição da venda de cafeína pura e alegando que, até agora, as ações do FDA em relação a um produto tão perigoso têm sido um desapontamento. Em 2014, após a morte dos dois jovens, o FDA recomendou que as pessoas evitem o consumo de cafeína pura e, em 2015, enviou "cartas de aviso" a cinco distribuidores da substância devido ao alto risco relacionado ao consumo do produto.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Fortaleza tem 178 casos de febre chikungunya

Desse total, 151 são autóctones, contraídos dentro da cidade, e o restante importado de outras localidades
Lêda Gonçalves - Repórter
A Prefeitura iniciou ontem visitas forçadas a residências para conter o mosquito; considerando 2016, foram notificadas 612 suspeitas da enfermidade, das quais 178 foram confirmadas e 348 estão em investigação ( FOTO: JOSÉ LEOMAR )
No período considerado mais critico do ano em relação ao Aedes aegypti, o último boletim sobre a febre chikungunya, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), revela que, em Fortaleza, já são 191 pessoas infectadas, de 2014 - início dos registros - a 2 de maio de 2016, data do último levantamento. Neste ano, são 178 vítimas do mosquito.
Ao todo, 151 são autóctones (contraídos dentro da cidade) e o restante importado. Considerando apenas os dados referentes a 2016, foram notificadas 612 suspeitas da enfermidade, das quais 178 (29,1%) foram confirmadas e 348 ainda estão sendo investigadas.
Os bairros Monte Castelo com 31 casos, Montese, com 24; Vila Ellery, com 18; Parque Araxá e Parquelândia, cada um com 11 confirmações, estão entre os locais com maior número. Além deles, Mondubim; José Walter; Messejana; Amadeu Furtado; Rodolfo Teófilo; Henrique Jorge; Álvaro Weyne; São Gerardo e Bom Futuro estão na faixa da transmissão sustentada com três ou mais ocorrências autóctones. O boletim aponta que 76 bairros da Capital não tem nenhum registro. De acordo com informações de especialistas, o principal diagnóstico diferencial é com dengue, pois são vírus transmitidos pelo mesmo vetor e as manifestações clínicas da fase aguda são similares. Além de serem transmitidas pelo mesmo mosquito, explicam os especialistas, a dengue, a chikungunya e a zika apresentam alguns sintomas semelhantes, o que pode dificultar o diagnóstico das doenças.
Grave- A dengue é, sem dúvidas, a doença mais grave quando comparada às outras duas. Ela causa febre, dores no corpo, dores de cabeça e nos olhos, falta de ar, manchas na pele e indisposição. Em casos mais graves, a enfermidade pode provocar hemorragias, que, por sua vez, podem ocasionar óbito.
A chikv (como é intitulada pela área de saúde) também causa febre e dores no corpo, mas as dores concentram-se principalmente nas articulações. Na dengue, as dores são predominantemente musculares. Alguns dos sintomas duram cerca de duas semanas, mas as dores articulares podem permanecer por vários meses. Casos de morte são raros, mas a doença, em virtude da persistência da dor, afeta a qualidade de vida do paciente.
Já a zika é a que causa sintomas mais leves. Pacientes com essa enfermidade apresentam febre mais baixa, olhos avermelhados e coceira característica. Em virtude desses sintomas, muitas vezes a doença é confundida com alergia. Normalmente não causa morte, e os sintomas não duram mais que sete dias.
FIQUE POR DENTRO
Mulheres são as mais atingidas
A população mais afetada com a chikungunya é aquela com idade entre 21 a 60 anos com 66,3% dos casos confirmados (118/178); seguida pelo grupo maior de 60 anos com 21,9% (39/178). Segundo a SMS, entre os mais jovens, a taxa de ataque da doença é de 11,8% ou 21 de 178. As mulheres são as mais atingidas, com 121 ocorrências positivas.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Criança de um ano morre de H1N1, e CE chega a 4 óbitos

Caso reforça a necessidade de imunização dos grupos prioritários. Cobertura vacinal chega a 25,8%

 Thatiany Nascimento - Repórter

Uma criança de um ano de idade morreu em Juazeiro do Norte, no Ceará, de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) pelo vírus H1N1. Este é o quarto óbito registrado somente neste ano no Estado devido a este tipo de influenza. Os dados constam no Boletim Epidemiológico de doenças de notificação compulsória divulgado, ontem, pela Secretaria da Saúde (Sesa). Profissionais da área reforçam a necessidade de garantir a prevenção, já que os dois últimos pacientes que morreram no Ceará devido à H1N1 integravam o grupo prioritário de vacinação.
Das quatro mortes no Estado, duas foram de pessoas residentes em Caucaia, uma em Sobral e a última em Juazeiro do Norte. O óbito ocorrido no fim de abril, em Caucaia, foi de um paciente diabético, que, junto à criança integra o grupo que, neste período, deve receber a imunização. O público infantil de seis meses a menores de cinco anos, pessoas com 60 anos ou mais, trabalhadores da saúde, povos indígenas, gestantes, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto), população privada de liberdade formam este grupo.
Até agora, segundo a Sesa, 458.395 pessoas desta população prioritária foram vacinadas no Estado, o que equivale a 25,80% do total. A meta é imunizar pelo menos 80% deste público. Neste ano, o Ceará registrou 10 casos da doença. Segundo a Sesa, a infecção tem se manifestado de forma controlada nos últimos períodos. Em 2015, foram 40 casos, sem morte. Já em 2009, quando houve uma pandemia mundial, houve 72 registros com três óbitos no Ceará.
Surto
Conforme o balanço do Ministério da Saúde, divulgado ontem, São Paulo (que teve avanço do surto de H1N1 fora de época) é o estado que mais concentra registros, com 988 episódios. Com 10 ocorrências, o Ceará é o 13º na lista nacional. Em número de mortes, o Estado ocupa a 12ª posição. São Paulo lidera a lista negativa com 149 registros.
A gravidade da influenza H1N1 deve-se, segundo o pediatra e infectologista do Hospital São José, Robério Leite, à alteração do vírus, que oriundo de uma pandemia, "modifica-se a cada ano". Desta forma, explica o médico. "Ele ganha características completamente diferentes e o ser humano passa a não ter defesa. O H1N1 é um vírus mais invasivo que os outros tipos de influenza e o sistema imunológico não reconhece".
O infectologista também informa que as crianças, sobretudo, as que têm entre seis meses e dois anos, podem apresentar complicações por terem o sistema imunológico mais frágil e também propagarem o vírus com mais facilidade.
O médico alerta que é preciso diferenciar a gripe por H1N1 dos resfriados. "No primeiro caso, o vírus mexe com o corpo todo. É o que chamamos de doença sistêmica com febre alta, tosse, coriza e muita dor no corpo. Com o risco maior de adquirir pneumonia. Já o resfriado quase não tem febre e apresenta tosse, coriza, geralmente, na via aérea superior", diferencia.
Robério ainda explica que o aumento dos casos no Ceará ocorre geralmente entre fevereiro e maio, devido ao clima mais frio. E por isso, de acordo com ele, há uma discussão sobre a necessidade de antecipação do calendário de vacinação, que teve início nacionalmente no último sábado (30).
"É um problema de logística, pois a indústria farmacêutica no Brasil tem uma corrida todo ano para fornecer a composição que é definida pela Organização Mundial da Saúde. Todo ano a Organização muda a formulação da vacina, que varia conforme o vírus da influenza que está em circulação", argumenta.
Desde sábado, a vacina está disponível nos postos de saúde para os grupos prioritários no Brasil inteiro. Conforme a coordenadora de imunização da Sesa, Ana Zilma Leite, no Ceará já foram aplicadas 458.395 doses neste grupo, do total 1.776.416 previstos para o Estado. Neste ano, a vacina é formulada para proteger a população contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela OMS. São eles: A/H1N1; A/H3N2 e influenza B.
A expectativa é que neste ano, a meta seja alcançada de forma rápida, já que a demanda pela imunização "é considerada intensa em todos os municípios", diz a coordenadora. Nos últimos cinco anos, segundo dados da Sesa, o Ceará sempre superou a meta, com 82% em 2015, 84% em 2014, 87% em 2013, 85% em 2012 e 82% em 2011.
"As pessoas estão em alerta e acredito que iremos fazer 100% da vacina para todos os municípios. Sempre que alcançamos 80%, abrimos para a população no geral, mas esse ano não vamos prometer esta vacina excedente porque achamos que 'não sobrará'", justifica Ana Zilma. Até ontem, o Ministério da Saúde enviou 678.170 doses da vacina para o Estado. A expectativa é que os demais lotes sejam enviados até a próxima sexta-feira.
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terça-feira, 3 de maio de 2016

Planos de saúde perdem 1,3 milhão de clientes em um ano

Com o fechamento de vagas formais de trabalho, planos coletivos empresarias foram os que mais perderam espaço desde 2015

Consulta médica
Apenas no primeiro trimestre deste ano, 617 mil pessoas deixaram de ter plano de saúde no Brasil(Jupiterimages/Thinkstock/VEJA)
Mais de 1,3 milhão de brasileiros deixaram de ter planos de assistência médica entre março do ano passado e março deste ano, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), sendo 617.000 somente no primeiro trimestre deste ano. Os planos coletivos empresarias, afetados pelo fechamento de vagas de trabalho formais, foram os que mais perderam espaço.
Em março deste ano, o setor registrou cerca de 48.824.150 beneficiários em planos de assistência médica e 21.685.783 em planos exclusivamente odontológicos. No trimestre anterior, havia 49.441.541 beneficiários em planos de assistência médica e 21.960.128 em planos de assistência odontológica. Em março, o setor apresentou 1.320 operadoras com registro ativo, sendo 1.125 com beneficiários. Em 2015, os planos de saúde médico-hospitalares perderam 766.000 usuários, uma diminuição de 1,5%.
Apesar do cenário de evasão dos beneficiários de seguros e planos de saúde privados, a expectativa da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa as operadoras de planos e seguros de saúde, é que antes do fim de 2016, o setor de Saúde Suplementar recupere as perdas de beneficiários.
"Esse bem de consumo sempre foi altamente valorizado tanto pelos trabalhadores, que usufruem um serviço essencial, quanto empregadores, por ser um benefício importante para a retenção de talentos e o aumento da produtividade. Mas, apesar do panorama atual, há forte expectativa quanto à recuperação da economia ainda ao longo deste ano, o que certamente reverterá essa queda na adesão aos planos", diz Solange Beatriz Palheiro Mendes, presidente da FenaSaúde.
A produtora de eventos Erika Freddo, de 38 anos, ficou sem ter como pagar o plano de saúde dela e da filha, Larissa, de 15 anos, depois de perder o emprego no ano passado. "O meu plano era pago integralmente pela empresa. Agora, estou empregada novamente, mas não cobre plano e não tenho condições. Não estou tranquila, mas como temos boa saúde, foco na fé", diz.
Erika nunca utilizou o Sistema Único de Saúde (SUS), mas tem medo de precisar um dia. "Nunca fui, mas se quebrar um pé, por exemplo, não vai ter jeito", afirma. Consultas médicas ela ainda prefere fazer em clínicas particulares, desde que com preços populares. "Tem menos fila."
(Com Agência Brasil)

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Upas têm atendimento odontológico -Fortaleza Ce

Unidades dispõem de cirurgiões-dentistas de plantão todos os dias da semana, incluindo domingos e feriados
Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Praia do Futuro, o paciente pode ser atendido 24 horas em caso de urgência e emergência odontológica ( FOTO: JL ROSA )
Dados do Conselho Federal de Odontologia (CFO) mostram que cerca de 20 milhões de brasileiros nunca foram ao dentista e 68% não sabem que têm direito a tratamento odontológico público. Nesse sentido, parte da população de Fortaleza desconhece que as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Praia do Futuro, do Canindezinho e do José Walter ofertam serviços de urgência e emergência odontológica 24h.
Em 2015, foram 15.246 atendimentos dessa natureza. A UPA Canindezinho liderou a demanda, com 5.844, seguida pelas UPAs José Walter (5.675) e Praia do Futuro (3.727). Juntas, as três unidades acumulam mais de 36 mil atendimentos, desde que foram criadas, entre 2012 e 2013, até o dia 25 de abril deste ano. Esses locais dispõem de cirurgiões-dentistas de plantão todos os dias da semana, incluindo domingos e feriados.
Eles atendem a casos como infecção dentária, dor de dente aguda, hemorragias gengivais após extração dentária e traumas provocados por quedas ou acidentes, dando prioridade às ocorrências que causam maior aflição aos pacientes. Para o coordenador de Odontologia das UPAs, Rômulo Medeiros, a saúde bucal merece atenção desde as crianças, incluindo a aplicação de flúor, até os adultos, com a conscientização sobre o assunto. "O paciente que não se interessa em cuidar de um dente pode fraturá-lo, o que pode gerar infecção. Daí, quando procura a UPA, ele pode ficar em observação por 24h e até evoluir para uma internação hospitalar".
Porém, a orientação depois do atendimento na UPA e para tratamentos de rotina, como restaurações, extrações, raspagem de tártaro e aplicação de flúor, é procurar os postos de saúde mais próximos. Caso seja necessário continuar o tratamento, é realizado encaminhamento para um dos sete Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) que funcionam na Capital.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS), o atendimento odontológico básico é ofertado em todos os 101 postos de saúde da Cidade, distribuídos nas seis Regionais. Eles fornecem serviços de restauração, aplicação de flúor, orientação sobre higiene bucal, câncer de boca e extração dentária. Os três CEOs da rede municipal, nos bairros Álvaro Weyne, Messejana e Itaperi, bem como o Centro Odontológico da Polícia Militar (Ceop), no Farias Brito, oferecem tratamento de canal, cirurgias orais de pequeno e médio porte, atendimento a pacientes com necessidades especiais e odontopediatria, além de outros serviços especializados. Já a rede estadual oferece outros três CEOs, que funcionam no Centro, no Joaquim Távora e no Rodolfo Teófilo.
Prioridades
Segundo o odontólogo José Carlos Souza Filho, coordenador da Saúde Bucal de Fortaleza, existe uma fila de espera para se conseguir esses serviços porque há uma grande demanda por tratamentos de extração e limpeza, ao mesmo tempo em que a SMS tenta dar vazão ao processo histórico de defasagem na atenção primária à saúde odontológica. "Precisamos fortalecer a prevenção da cárie, que é o principal problema que enfrentamos. Não adianta ir ao dentista só quando se está sentindo dor", afirma. (Colaborou Nícolas Paulino).