sábado, 31 de outubro de 2009

Ucrânia fecha todas as instituições de ensino devido à gripe suína

A primeira-ministra ucraniana, Yulia Timoshenko, ordenou nesta sexta-feira o fechamento de todas as escolas e universidades do país pelas próximas três semanas devido à epidemia de gripe suína --como é chamada a gripe A (H1N1). O país, que tem 47 milhões de habitantes, assiste a uma explosão do número de casos de gripe suína, de acordo com o ministro da Saúde, Vasyl Kniazevich.Segundo Timoshenko, em breve, as autoridades ucranianas também ordenarão quarentenas nas nove regiões onde a gripe suína já é epidêmica, pelo que se proibirão também durante 21 dias todas as atividades públicas e reuniões de massas, incluindo shows e cinemas. Haverá ainda um "regime especial que estipulará restrições ao deslocamento dos cidadãos de uma região a outra sem motivo especial".
Durante reunião do governo com a comissão estatal de luta contra as epidemias, Timoshenko anunciou que o executivo atribuirá US$ 60 milhões para combater a propagação da doença e que viajará à zona mais afetada pela epidemia --as regiões de Zakarpatsk, Chernov, Rovensk, Volynsk e Jmelniktsk-- para conhecer de perto a situação.
O surto epidêmico, que veio à tona terça-feira passada (27), explodiu na região de Ternopol, no oeste da Ucrânia, onde 38 mil pessoas contraíram o vírus. Destas, 951 tiveram que ser hospitalizadas.
Recentemente, em três regiões do oeste do país, 30 pessoas morreram devido a pneumonia virótica. Segundo o escritório de imprensa do Ministério da Saúde, pelo menos um dos casos de morte que foi diagnosticado inicialmente como pneumonia virótica foi provocado pela gripe suína. "Só podemos dizer por enquanto que, durante a epidemia, morreram 30 pessoas".
Ele acrescentou que as autoridades estudam a possibilidade de implantar uma quarentena não só nas regiões ocidentais "mas em todo o país, porque o vírus se propaga com grande rapidez".

Avanços contra a cegueira

Dois importantes estudos apresentados na última semana apontam grande esperança contra a cegueira. Ambos demonstraram avanços no tratamento de doenças da retina - a estrutura do olho responsável pela captação da imagem que será enviada ao cére- Greice Rodrigues bro - que podem levar à perda da visão. O primeiro foi feito por cientistas americanos e europeus e publicado na última edição da revista científica "The Lancet". Doze pacientes participaram do experimento: crianças e adultos que haviam perdido a visão em razão de duas enfermidades de origem genética que provocam a degeneração da retina. O método testado foi a terapia genética. Por meio da técnica, os pesquisadores corrigiram, mesmo que parcialmente, o defeito nos genes responsáveis pelas doenças .
Semanas depois da aplicação, todos os pacientes relataram melhora da visão em ambientes mal iluminados. As crianças apresentaram maior progresso. Elas conseguiram andar facilmente por espaços com obstáculos e pouca luz. "Restaurar a visão de pessoas que não tinham alternativa de tratamento é um grande avanço", afirmou Katherine High, coautora do estudo e diretora do Centro de Biologia Celular e Molecular do Hospital Infantil da Universidade da Filadélfia. No Brasil, os médicos também receberam o resultado com entusiasmo. "É o tipo de notícia que sempre esperamos. Significa uma importante mudança na qualidade de vida dessas pessoas", disse a oftalmologista Andréa Barbosa, da Rede Copa D'Or, no Rio de Janeiro.
O outro trabalho foi apresentado por médicos do New York Presbyterian Hospital e da Universidade Colúmbia, nos EUA. O alvo eram pessoas que também haviam perdido a visão por causa de doenças degenerativas da retina. Para a experimentação, os cientistas implantaram 60 microeletrodos na retina de 15 pacientes. Depois, deram a cada um óculos com uma pequena câmera de vídeo acoplada, além de um microprocessador, preso na cintura. O sistema captou as imagens e as enviou ao cérebro, onde foram processadas (detalhes no quadro à esq.). "Os pacientes puderam distinguir luz na escuridão, ver o alimento em um prato e andar por ambientes desconhecidos", afirmou o pesquisador Luciano Del Priore, professor de oftalmologia da universidade.

VENDAS NAS FARMÁCIAS -Não medicamentos liberados

Produtos de higiene pessoal, sorvetes, refrigerantes, água mineral, biscoitos, chocolates, remédios que não necessitam de prescrição de receita médica, dentre outros. Atendendo à ação impetrada pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a 5ª Vara da Justiça Federal acaba de liberar o comércio desses e de outros produtos que não sejam medicamentos em farmácias de todo o País, suspendendo assim, a resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proibia a comercialização.A questão divide opiniões. Do lado dos empresários do setor, o assessor jurídico do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado do Ceará (Sincofarma/CE), Fábio Timbó, manifesta-se defendendo que a decisão do Judiciário foi "acertada"."Em países de primeiro mundo o mix de conveniência é benéfico tanto para que os estabelecimentos possam dar uma condição melhor para o consumidor, como para as farmácias, uma vez que os medicamentos sendo todos tabelados, o lucro é bem pequeno", argumenta o advogado do Sincofarma/CE.Para ele, o fato de as drogarias terem se tornado um verdadeiro polo de serviços - com o recebimento de contas dos clientes - e produtos, representa uma comodidade para os consumidores brasileiros.Anvisa vai recorrerA Anvisa informa que vai recorrer da decisão judicial que suspendeu os efeitos da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) número 44/09 e das Instruções Normativas número 9 e 10, que tratam sobre a comercialização de não medicamentos nas redes de farmácias e drogarias. A decisão do juiz, datada de 28 de outubro, destaca que a Anvisa "não pode estabelecer a restrição" em relação aos produtos vendidos nas farmácias e drogarias, sendo eles drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos.De acordo com a assessoria de imprensa da agência, a Anvisa ainda não foi comunicada oficialmente sobre o posicionamento do juiz Paulo Ricardo de Souza Cruz, mas decidiu que irá recorrer da decisão. A Anvisa tem prazo legal de até 60 dias para contestar a decisão.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

OMS diz que vacina antigripe é segura; basta uma dose

GENEBRA - Apenas uma dose de vacina é necessária para a proteção contra o H1N1, e até agora as vacinas se mostraram seguras, disse na sexta-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Especialistas em saúde vêm debatendo a necessidade de uma ou duas doses para proteger as pessoas contra a gripe H1N1, conhecida como gripe suína. O número de doses necessárias é importante para estimar o número total de vacinas que será preciso produzir. A OMS vem buscando assegurar as pessoas que as vacinas contra o H1N1, que estão sendo produzidas por 25 empresas com formulações diversas, são seguras. "Todas as informações recebidas até agora após a vacinação - seja em testes clínicos ou em campanhas de vacinação em massa - vêm mostrando que o perfil de segurança dessas vacinas pandêmicas é muito semelhante ao da vacina contra a gripe sazonal", disse a especialista da OMS Marie-Paule Keany. "Não foi notado nada de especial em termos de eventos adversos", disse Keany, diretora de pesquisas com vacinas da agência de saúde da ONU, falando a jornalistas em teleconferência. DOSE ÚNICA E SEGURA No início da semana, o Grupo de Assessoria Estratégica de Especialistas em Imunização (SAGE) da OMS examinou as vacinas contra a gripe H1N1, que tende a afetar sobretudo adolescentes e adultos jovens. Um comunicado divulgado pela OMS disse que especialistas do SAGE não constataram sinais de "eventos adversos"incomuns - o termo técnico que designa complicações graves como doenças ou morte - decorrentes das vacinas. Por essa razão, recomendaram que as mulheres grávidas, que são especialmente vulneráveis ao H1N1, devem receber as vacinas pandêmicas. Pelo menos 5.712 pessoas já morreram de casos confirmados de H1N1 no mundo, segundo a OMS. O comitê do SAGE recomendou que uma única dose de vacina H1N1 seja dada a adultos e adolescentes a partir de 10 anos de idade. Ele disse que mais estudos são necessários para verificar a eficácia das vacinas em crianças de até 10 anos. Nos países onde as autoridades de saúde priorizam crianças para vacinação, elas devem tentar vacinar o maior número possível de crianças com uma única dose, concluiu o grupo. As orientações da OMS com relação à vacinação contra a gripe H1N1 são vistas como cruciais para as decisões de investimento da indústria farmacêutica, além das políticas governamentais relativas à compra e distribuição de vacinas.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

HGF ganha unidade de atendimento ao AVC-MAIOR DO PAÍS

Hoje é o Dia Mundial e Nacional do Acidente Vascular Cerebral (AVC). Em Fortaleza, a data será celebrada com a inauguração, no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), às 16 horas, da maior unidade de atendimento à doença no País. São 20 leitos, neurologistas de plantão 24 horas e aparato tecnológico para diagnósticos com estrutura jamais vista em hospitais públicos ou privados brasileiros. A capacidade é atender cerca de 150 casos por mês.O setor surge em hora mais do que necessária. Segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), de janeiro a agosto desse ano, o Ceará configurou-se como o segundo Estado no Nordeste em número de internações e óbitos decorrentes de Acidente Vascular Cerebral. No período, foram r-egistradas 4.452 hospitalizações e 847 mortes. No Brasil, as estatísticas relativas à doença somam 110.776 internações e 18.834 mortes.PrevençãoA criação da unidade foi idealizada pelo membro do Departamento de Doenças Cerebrovasculares da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e chefe do serviço de Neurologia do Hospital Geral de Fortaleza, João José Carvalho. De acordo com ele, os altos índices da doença devem-se "provavelmente, à ineficiência de controles dos fatores de risco".Há aspectos que são inevitáveis, como idade (a partir dos 55 anos de idade, a incidência do AVC duplica a cada década de idade) e genética. Contudo, para outros fatores, é possível tomar uma atitude de prevenção que exige atenção e mudança de hábitos, como hipertensão arterial, diabetes, doenças cardíacas, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade e inatividade física.Com base nisso, a unidade do HGF, além do socorro às vitimas, manterá ações de esclarecimento para a população a fim de prevenir a doença e ensinar as pessoas a rapidamente identificarem os sintomas.Para completar a estrutura de assistência à patologia, outros 66 leitos para atendimento de AVC serão disponibilizados em ala específica do Hospital Waldemar de Alcântara.De acordo com o neurologista, a criação da unidade desfragmenta o atendimento e pode diminuir em até 30% a mortalidade e em até 50% a incapacitação proveniente do Acidente Vascular Cerebral.Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como dor de cabeça forte, em geral acompanhada de vômitos, fraqueza ou dormência no corpo, dificuldade ou incapacidade de movimentação (paralisia), perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar, perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos.Tontura, perda de equilíbrio ou de coordenação, além de alterações na memória e da capacidade de planejar as atividades diárias também podem ser sinais do problema.CUIDADOS COM SAÚDE-O Acidente Vascular Cerebral decorre da insuficiência no fluxo sanguíneo em determinada área do cérebro. Essa restrição no fornecimento de sangue pode provocar lesão ou morte celular, além de danos nas funções neurológicas. Quando originado por obstrução de vasos sanguíneos, o AVC classifica-se como isquêmico; e quando resultado por uma ruptura do vaso, é hemorrágico. O acidente vascular isquêmico ou infarto cerebral é responsável por 80% dos casos de AVC. Esse entupimento dos vasos cerebrais pode ocorrer devido a uma trombose (formação de placas em artéria do cérebro) ou embolia (quando um trombo ou uma placa de gordura originária de outra parte do corpo se solta e pela rede sanguínea chega aos vasos cerebrais). Os ataques isquêmicos transitórios correspondem a obstruções temporárias do sangue a uma determinada área do cérebro.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Sete motivos para temer a segunda onda

A gripe A vai voltar. Essa é a convicção das autoridades de saúde do país, reforçada por uma nova eclosão do vírus no Hemisfério Norte. A expectativa é que a vacina chegue a tempo de conter a nova onda.
A confirmação de uma segunda onda de gripe A no Hemisfério Norte, onde as mortes recomeçam a preocupar, coloca mais uma vez em alerta o Rio Grande do Sul. Paralelamente ao recrudescimento da doença nos Estados Unidos, que levou o presidente Barack Obama a decretar situação de emergência no país, a Secretaria Estadual da Saúde pôs em sobreaviso o sistema público de saúde. Com 201 mortes por gripe A de um total de 1.368 no país, o Rio Grande do Sul prevê a ocorrência da nova fase de transmissão em breve:
– Vamos ter a segunda onda, é óbvio. Não sabemos como ocorrerá, mas deve ser mais branda do que a primeira. Quando vai chegar, é imprevisível – afirma o secretário estadual da Saúde, Osmar Terra.
A estrutura de atendimento montada às pressas para conter a disseminação do vírus que chegou ao Estado em maio está novamente em alerta. Em caso de novos surtos, Terra garante reativar essa rede. Além de respiradores artificiais comprados e alugados para hospitais, o governo poderá voltar a estender horários de postos de saúde.
A expectativa do secretário é de que a segunda onda coincida com o início da vacinação, prevista para ocorrer entre fevereiro e março. Até lá, estão à disposição 100 mil tratamentos de tamiflu, o principal antiviral utilizado no combate à doença. Outra medida a ser adotada nas próximas semanas é a retomada de orientações à população, reiterando que sejam mantidos cuidados básicos de higiene. Terra valoriza o conhecimento acumulado:
– Viramos veteranos, pois o pior da epidemia foi registrado no Cone Sul.
Para o infectologista Breno Riegel Santos, chefe do Serviço de Infectologia do Hospital Conceição, essa experiência pode ajudar a reduzir os efeitos de uma segunda onda. Um dos acertos citados por ele foi a montagem de contêineres ou barracas para o pré-atendimento aos pacientes suspeitos, o que reduziu a circulação dentro dos hospitais.
Enquanto a vacinação em massa não começa no Brasil, a recomendação é redobrar cuidados durante estadias nos países do Hemisfério Norte. André Luiz Machado da Silva, infectologista da Santa Casa, diz que devem ser evitados locais fechados:
– Em caso de a pessoa observar algum sintoma no Exterior, não deve esperar para consultar no Brasil. As viagens não estão contra-indicadas.
Por que os brasileiros devem ficar em alerta
Ciclo da doença
Com o reaparecimento nos Estados Unidos, a tendência é de que a segunda onda chegue em breve ao Estado. Foi assim que a doença entrou no Brasil em maio, depois do registro de casos no Hemisfério Norte em abril.
A previsão inicial era de que o novo estágio ocorresse em novembro, mas, segundo as autoridades, é impossível determinar com precisão. A Secretaria Estadual da Saúde ainda não observou sinais da segunda onda, mas dá como certo o reaparecimento. A expectativa é de que ocorra entre novembro e dezembro.
Alcance desconhecido
Pelo histórico das grandes epidemias de gripe, normalmente a segunda onda costuma ser mais fraca do que a primeira.
No entanto, as proporções da nova fase de transmissão são desconhecidas pelas autoridades sanitárias, a exemplo do que ocorreu quando a doença surgiu no México. Durante a primeira onda da doença, a estimativa do governo do Estado é de que 2 milhões de gaúchos tenham tido contato com o vírus, ou seja, cerca de 20% da população. Isso não significa que todos manifestaram sintomas.
Característica do vírus
É uma característica do vírus influenza a mutação. A nova onda pode chegar com um vírus mais potente. Em junho, o Instituto Adolfo Lutz anunciou a descoberta de uma variação. Após isolamento e sequenciamento do vírus por especialistas, foi detectada uma nova estirpe, diferente da registrada originalmente nos primeiros pacientes com casos confirmados nos Estados Unidos.
Até o momento, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as variações identificadas por laboratórios de todo o mundo indicam que o vírus continua com a mesma capacidade de infecção inicial.
Chegada do verão
Embora os casos de gripe sejam registrados em todos os meses, intensificam-se no frio. Se a segunda onda surgir durante o verão, conforme o prognóstico, pode pegar a população desprevenida. Sem chamar a atenção, a doença pode se espalhar por meio de descuidos com a higiene.
Nas próximas semanas, o governo do Estado deve retomar orientações à população. Anúncios lembrarão cuidados básicos que podem fazer a diferença contra a gripe A, como lavar as mãos com frequência, cobrir a boca ao tossir ou espirrar e evitar lugares fechados com grande circulação de pessoas.
Viagens internacionais
A segunda onda está prevista para o período de férias, quando se intensifica a circulação para áreas que apresentam sinais da nova fase da doença. Quando a gripe surgiu, os primeiros casos vieram “importados” para o Estado, de gaúchos que tinham estado em outros países.
A situação pode se repetir, com um agravante. A primeira onda ocorreu entre a primavera e o verão no Hemisfério Norte, ou seja, em um período de maior calor. Agora, com a proximidade do inverno e do consequente frio, quem viajar para países dessa parte do globo pode estar mais exposto do que antes.
Desenvolvimento da vacina
A vacina contra a gripe A ficará pronta no início de 2010 e chegará ao Estado entre fevereiro e março, talvez após o retorno da doença. Das 30 milhões de doses que serão produzidas pelo Instituto Butantan no primeiro semestre, 6 milhões devem ser para os gaúchos.
O descompasso entre o reaparecimento da doença e o início da imunização pode significar a disseminação do vírus. Para a Secretaria Estadual da Saúde, a vacinação de 60% da população pode barrar a nova onda de transmissão.
Estrutura dos hospitais
Durante a primeira onda, ficaram evidentes as deficiências do sistema de saúde em atender tantos pacientes ao mesmo tempo. A situação pode se repetir caso o número de infectados for próximo ao dos meses mais severos.
No Estado, o sistema público de saúde está de prontidão. Em caso de necessidade, postos de saúde voltarão a ter os horários estendidos, profissionais poderão ser deslocados para unidades de atendimento e respiradores artificiais serão novamente locados para áreas de internação hospitalar.

Aumenta índice de infestação de dengue no Ceará em 2009

A redução do número de casos da doença - 4.505 confirmações da clássica, em 110 municípios cearenses entre janeiro e outubro de 2009, contra 43.953, no mesmo período do ano passado, trouxe ao mesmo tempo alívio e alerta vermelho para o Ceará.É que a diminuição de ocorrências levou a população cearense a baixar a guarda, provocando, com isso, progressão no índice de infestação, de 26% para 45,8% no grupo de 100 mil habitantes em 34 dos 184 municípios do Estado.Estes municípios foram responsáveis por mais de 80% dos casos da doença no Ceará. Por isso, fazem parte da relação das ações prioritárias no combate ao mosquito Aedes aegypti, que por sinal, deixou de ser o foco principal do Plano de Contingência para 2010. Ao invés do mosquito, o doente deve ser a prioridade dos Estados, segundo o Ministério da Saúde.Com isso, os recursos estimados para o Ceará são de R$ 27,2 milhões para fortalecer sua rede de saúde (contratação de pessoal), entre postos de saúde e hospitais secundários e terciário, como o São José.A aquisição de 12,864 kits com material reagente para o teste da dengue terá aporte de R$ 135,4 mil. No total, o Ceará deverá receber para combater a dengue pouco mais de R$ 32,5 milhões. Valor que secretários de Saúde dos 34 municípios prioritários acha pouco. "Recebemos mais responsabilidade e encargos e o recurso por município será pouco acrescido por unidade", avalia o titular da Secretaria de Saúde de Morada Nova, Wilames Freire Bezerra.Seu município recebe R$ 16 mil/mês para cuidar de toda área de epidemiologia. "Não temos saída, usamos todo o dinheiro repassado nas ações contra a dengue e complementamos as despesas com verba do tesouro municipal".O secretário de Sobral, Hilton Soares, concorda com seu colega e avalia que o financiamento da saúde é uma angústia dos municípios brasileiros. Soares também destaca sua inquietação com o aumento do índice de infestação da doença. Só para se ter uma ideia, em 2007, Sobral registrou 2,1 mil casos da dengue. Em 2008, foram 90 ocorrências positivas. No entanto, o índice de infestação acompanha o aumento estadual. "As residências são o reduto do mosquito e nossa maior problema. "É preciso que se tenha em mente que não vamos erradicar a doença no País sem um combate efetivo dentro de casa".Os titulares da saúde dos municípios prioritários participaram, ontem, na sede da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) de reunião para tomar conhecimento das novas diretrizes do Ministério da Saúde e iniciar o planejamento estratégico para 2010. Além do foco no paciente, com a classificação por risco, de acordo com a gravidade do caso. Para os simples, os cartões azuis, acompanhamento na unidade básica; para os verdes, não urgente, com atendimento pelos hospitais secundários; o amarelo, caso de urgência e atendimento imediato, sem espera nos hospitais secundários e os vermelhos, os casos de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em hospitais da rede terciária.De acordo com o gerente da Célula de Epidemiologia da Sesa, Manoel Fonseca, a unificação do trabalho dos agentes de endemias e dos agentes comunitários da saúde, com base no Programa Saúde da Família (PSF) também é outra ação recomendada pelo MS. "Nosso interesse agora é evitar a morte pela dengue ou complicações".

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Contra a gripe suína, Canadá inicia maior campanha de vacinação de sua história

O Canadá iniciou nesta segunda-feira a maior campanha de imunização de sua história com a distribuição de vacinas contra o vírus da gripe suína (A H1N1) para os grupos considerados de alto risco.
As autoridades canadenses determinaram que os menores de cinco anos, pessoas com doenças crônicas e mulheres grávidas assim como os trabalhadores do setor de saúde serão os primeiros a receber a vacina.
A campanha para vacinar à população geral deve começar em duas ou três semanas, segundo autoridades sanitárias do país.
Mas o governo canadense reconheceu que embora as mulheres grávidas sejam um dos grupos prioritários, até a semana que vem, Ottawa já não terá a sua disposição as primeiras doses da versão da vacina destinada a este grupo.
David Butler-Jones, diretor sanitário do Canadá, reconheceu que cada vez mais canadenses estão contraindo a nova gripe, apesar dos dados hospitalares ainda não estarem disponíveis.
Essa informação foi confirmada pela ministra da Saúde canadense, Leona Aglukkaq, que na sexta-feira disse que o Canadá já estava imersa na segunda onda de infecções do vírus H1N1.
Os últimos dados oficiais dados divulgados dia 22 de outubro dizem que 86 pessoas morreram em todo o país vítimas da gripe A.
Ottawa comprou 50,4 milhões de dose da vacina contra o vírus H1N1, suficiente para cobrir as necessidades de seus quase 34 milhões de habitantes.
Mas uma pesquisa divulgada na semana passada mostra que só 51% dos canadenses afirmaram estarem interessados em receber a vacina.
Vários países do hemisfério norte iniciaram campanhas de vacinação contra a gripe suína nos últimos dias, em preparação para a temporada de gripe que acompanha o inverno na região. No último dia 16, o ministro da Saúde do Brasil, José Gomes Temporão, anunciou que a campanha de vacinação contra a gripe suína será realizada entre março e abril do próximo ano no país, antes do inverno do hemisfério sul. O ministro não prevê a imunização de toda a população, mas garantiu que as pessoas que fazem parte de grupos de risco serão vacinadas.

Celular pode ter elo com câncer

Rio - Uso do telefone celular pode ter relação com alguns tipos de câncer, afirma estudo internacional que teve a supervisão da Organização Mundial de Saúde (OMS). Conclusões preliminares da pesquisa, divulgadas pelo jornal britânico ‘The Daily Telegraph’, apontam que existe “um risco significativamente maior” de a pessoa ter um tumor cerebral “relacionado ao uso de telefones celulares durante período de dez anos ou mais”, afirma o jornal. “Estou de acordo, em geral, com a ideia de restringir o uso de celulares por crianças. Mas não iria tão longe em proibir os telefones celulares, já que podem ser uma ferramenta muito importante”, afirma a diretora da pesquisa, Elisabeth Cardis, professora do Centro de Pesquisa em Epidemiologia Ambiental de Barcelona. Cardis também defende “meios para reduzir a exposição” aos celulares, como o emprego de acessórios que permitem utilizar o telefone sem as mãos, e recomendações em relação ao uso moderado do aparelho. A pesquisadora argumenta que, apesar da “falta de resultados definitivos, vários estudos sugerem um possível efeito de radiação de radiofrequência” gerada por celulares. Uma porta-voz do Centro de Pesquisa afirmou que o estudo Interphone, coordenado por Cardis, é complexo e só será divulgado no fim do ano. Durante o trabalho, foram realizadas pesquisas em 13 países, onde 12.800 pessoas saudáveis e com tumores foram entrevistadas. O objetivo era investigar se a exposição aos celulares está vinculada a três tipos de tumores cerebrais e um tumor da glândula salivar. Pesquisas anteriores sobre os efeitos dos celulares na saúde foram pouco conclusivas, mas o projeto supervisionado pela OMS indica que seis em oito estudos nesta linha revelaram maior risco de sofrer de glioma — o tumor cerebral mais comum. Um porta-voz da Agência de Proteção da Saúde do Reino Unido disse que, oficialmente, “por enquanto, não há provas sólidas” sobre os efeitos nocivos do uso de celulares.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O mal que entra pela boca

Com farinha de trigo, ovos e leite se fazem os pratos e sobremesas mais gostosos como pães, bolos, massas e biscoitos. É difícil imaginar a vida sem essas guloseimas. Muitas pessoas, entretanto, precisaram riscá-las, definitivamente, do cardápio. E as calorias nada tiveram a ver com a decisão. Se­­gundo as estatísticas, cerca de 8% das crianças e 2% dos adultos sofrem de alergias alimentares, 1% tem doença celíaca (alergia ao glúten) e 50% da população mundial tem intolerância à lactose.
Embora alguns sintomas sejam semelhantes, as alergias e as intolerâncias alimentares são doenças diferentes e, por isso, merecem tratamentos distintos. De acordo com a alergista e imunologista Adriana Schmidt, as alergias são causadas pelas proteínas dos alimentos. “O indivíduo apresenta anticorpos contra a proteína de alimentos como o leite de vaca, ovos e frutos do mar. Cerca de um terço das alergias desaparece após os primeiros 3 anos de vida, principalmente com leite, ovos e soja. Já a alergia a nozes e frutos do mar costuma durar por toda a vida”, explica.
A doença celíaca, caracterizada pela intolerância permanente ao glúten, pode ser considerada uma alergia alimentar, pois o glúten é uma proteína e está presente no trigo, na aveia, na cevada e no centeio. O glúten se torna tóxico, provoca uma lesão no intestino delgado e impede a absorção adequada dos alimentos. Além de diarreia crônica, distensão abdominal, vômitos e constipação intestinal, a doença celíaca também pode causar dermatite herpetiforme.
Complicações gastrointestinais, dermatite atópica grave e problemas respiratórios como falta de ar e bronquite são os sintomas mais comuns das alergias, explica a pediatra Izaura Merola Faria, especialista em terapia nutricional dos Hospital Vita. “Cerca de 40% dos casos de dermatite e 5% dos casos de asma estão relacionados às alergias alimentares”, conta.
Leite
Embora o leite também provoque alergia, a intolerância à lactose é causada pela deficiência que algumas pessoas têm da enzima responsável pela quebra da lactose, que é um açúcar. Os principais sintomas provocados pela intolerância são flatulência, dor abdominal e diarreia. Izaura Faria explica porque o índice de pessoas lacto-intolerantes é tão alto: “O nosso organismo é geneticamente programado a desmamar. So­­mos os únicos mamíferos que continuam a consumir leite depois de adultos. É natural que o organismo perca, com o passar dos anos, a capacidade de digerir a lactose. Por isso o problema é muito mais comum em adultos acima dos 40 anos e, principalmente, em idosos”.
Embora algumas alergias sejam reversíveis – caso da alergia ao leite, causado geralmente pela imaturidade do sistema imunológico das crianças –, a maioria delas não tem cura. A doença celíaca também é permanente. “A única maneira de evitar a manifestação dos sintomas é excluir definitivamente do seu dia a dia os alimentos que os provoca”, explica Adriana.
Segundo Izaura, são fatores genéticos que determinam o desenvolvimento das alergias. Em alguns casos, a exposição muito frequente a alguns alimentos podem acentuar os sintomas. A boa notícia é que é possível prevenir o aparecimento das alergias ainda nos primeiros meses de vida. Até então, acreditava-se que apenas o leite materno durante o primeiro ano de vida era suficiente para garantir a saúde imunológica dos pequenos. Novos estudos, porém, comprovam a importância de se introduzir alguns alimentos novos junto com a amamentação entre os 4 e 6 meses de vida do bebê, fase conhecida como janela imunológica. “Dessa forma, as crianças se tornam mais tolerantes e menos alérgicas aos alimentos.”
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Doença celíaca só foi reconhecida há um mês
A psicóloga Cláudia Ferreira Pinto, de 44 anos, descobriu que era celíaca há 17 anos, época em que pouco se falava do assunto. Oficialmente, a doença celíaca só foi reconhecida no Brasil no dia 18 do mês passado, quando o Ministério da Saúde divulgou no Diário Oficial da União o protocolo clínico e as diretrizes terapêuticas da doença celíaca. “A partir de agora, os exames poderão ser feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelos planos privados. Também será possível termos uma estatística de quantas pessoas são portadoras da doença no país”, conta Cláudia, que é vice-presidente da Associação Paranaense de Celíacos (Acelpar).
A psicóloga conta que o mais difícil para os celíacos é poder fazer uma refeição fora de casa. “Os restaurantes costumam engrossar os molhos e até o feijão com farinha de trigo. Temos de tomar cuidado até com a carne, pois os amaciantes também têm trigo na composição”, explica.
Por isso a maioria dos celíacos prepara as suas refeições em casa e só compra produtos industrializados, mas mesmo as embalagens podem conter informações erradas. Uma lei de 2003 determina que todos os alimentos industrializados devem conter em seu rótulo e bula as inscrições “contém glúten” ou “não contém glúten”, conforme o caso. “Mas, ainda hoje, a lei não é totalmente respeitada”, revela Cláudia.
A principal luta das associações que representam os celíacos é convencer os empresários a oferecer mais opções a quem tem a doença. Medidas simples como trocar o trigo por amido na preparação das receitas ou incluir uma ou duas alternativas de pratos sem glúten no cardápio já fariam uma grande diferença.
Embora a dieta sem glúten seja a última moda para perder os quilos extras, Cláudia faz um alerta: o trigo contamina os alimentos pelo ar. Pães sem glúten fabricados na mesma cozinha dos pães convencionais também não podem ser consumidos pelos celíacos por conter traços da proteína. Por isso o ideal é só comprar alimentos em casas especializadas

domingo, 25 de outubro de 2009

A importância do uso racional de medicamentos

Mesmo com orientação médica, o uso de medicamento deve ser circundado por cuidados. Os remédios são responsáveis pela maioria dos casos de intoxicação humana. Dos 112.403 registros feitos, em 2007, pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz, 34.068 ou 30,31%, foram provocados por medicamentos, com 90 óbitos.No Ceará, a proporção de intoxicação por medicamentos é a metade da verificada no Brasil. No mesmo ano, aqui foram notificados 2.500 casos, sendo que 379 ou 15,16% foram causados por medicamentos e nove resultaram em óbitos. No Brasil, 44,39% dos registros, o que equivale a 15.124 casos, são relacionados a tentativas de suicídio, mas também há situações de acidentes, uso indevido, abuso, prescrição inadequada, erro de administração, tentativa de aborto, entre outros fatores evitáveis pelo uso racional.O uso irracional leva a consequências tanto para a vítima como para a sociedade, pois onera o sistema de saúde. Tanto que a promoção do uso racional de medicamentos faz parte das estratégias da Organização Mundial de Saúde (OMS), que determina que "uso racional é quando pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade".A adequação também inclui oferta de tratamentos, insumos e tecnologias, estudos clínicos, fiscalização e regulação por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesse sentido, o papel do médico é fundamental, pois a prescrição deve ser acompanhada de orientação adequada.EquidadeNa opinião de Marco Aurélio Schramm Ribeiro, titular da Coordenadoria de Assistência Farmacêutica da Secretaria da Saúde do Estado e integrante do Conselho Federal de Farmácia no Ceará, a Política Nacional de Medicamentos (PNM) tem o desafio de assegurar o acesso da população aos medicamentos com base em dois princípios: equidade e justiça social. A proposta é, com isso, disponibilizar "produtos seguros, eficazes e de qualidade" e promover "o efetivo uso racional".De acordo com o coordenador, a partir de 2010, entra em operação, no Ceará, o financiamento para a Assistência Farmacêutica na Atenção Secundária (AFS), que é uma estratégia para equalizar outro desafio. "A chamada judicialização da saúde", classifica, explicando que se trata da solicitação de medicamentos via judicial. O procedimento, na opinião de Marco Aurélio, leva a refletir sobre a necessidade de discutir a incorporação de "novas tecnologias nos serviços de saúde ".QUESTÃO DE DIREITO-Liminares emperram a saúde pública.O acesso à saúde é um dos direitos fundamentais contidos no artigo 5º da Constituição Federal de 1988. Em tese, deve ser aplicado a todo cidadão, inclusive estrangeiro que está no Brasil. Mas não é isso que se vê todo dia, quando pacientes tentam conseguir, na Justiça, que o poder público custeie tratamentos, medicamentos e procedimentos de alto custo. No 35º Congresso Nacional de Procuradores de Estado, ocorrido esta semana em Fortaleza, o tema foi debatido pelo procurador do Estado do Rio de Janeiro, Gustavo Amaral, autor do livro "Direito, Escassez e Escolha", que aborda essa questão.Para entender como o Direito enfoca o assunto, é preciso compreender que há dois vieses nessa matéria: colocando o cidadão de um lado e o Estado do outro, há uma série de direitos à democracia que o poder público pode ou não fornecer. Mas há uma outra gama de direitos que incita o cidadão a não aceitar que o Estado os negue, como fornecer medicamentos. Porém, isso requer recursos, que são finitos, como explica o procurador Gustavo Amaral.Segundo ele, nessa segunda categoria, há um outro tipo de conflito. "Mas quando três, cinco, dez pessoas precisam de transplante, ficam em uma fila, e o Estado não consegue atender a todos?", questiona. Nesse caso, surge a problemática da limitação de recursos humanos e financeiros na esfera pública, que pode ser municipal, estadual ou federal.Para melhorar a situação, ele acredita que o primeiro passo é fundamentar uma mudança na administração pública, a fim de tornar públicos os critérios de escolha. Assim, com transparência no processo, Gustavo Amaral acredita que o próprio Judiciário e a sociedade saberão quais são as variáveis envolvidas no tema. "Só dessa maneira haverá espaço para tomar decisões", estima.PELO SUS-Pacientes com câncer se queixam de difícil acesso.Das cerca de 80 solicitações recebidas, por mês, pelo site da Associação Brasileira do Câncer (ABCâncer), 95% são de pedidos de informação vindos de pacientes com prescrições médicas, mas que não estão conseguindo obter medicamentos de alto custo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Quem afirma é a diretora executiva da entidade, Marília Casseb. "Nossa orientação é que utilizem o caminho administrativo e, caso não tenham êxito, acionem a Justiça".Para Marília, isso não seria necessário se as políticas públicas na área da saúde fossem bem implementadas. "A culpa não é do paciente, mas de falhas de gestão do Executivo". Ela diz ainda que a quantidade de processos administrativos e judiciais abertos poderia ser menor se a lista de medicamentos oferecidos pelo SUS fosse constantemente atualizada por meio de protocolos clínicos fornecidos pelas unidades hospitalares. "Isso evitaria a sobrecarga da Justiça e também que os medicamentos precisassem ser adquiridos em caráter emergencial e, consequentemente, por preços mais altos", ressalta. "Preparando-se para a demanda, as secretarias de saúde teriam, com certeza, maior poder de barganha".ContestaçãoNa avaliação da diretora executiva da Associação Brasileira do Câncer, toda prescrição médica é individualizada e leva em conta as necessidades de cada paciente. Dessa forma, acredita, não deveriam ser contestadas. Ela lembra que são drogas geralmente utilizadas em fases avançadas da doença e que, na visão dos médicos, podem melhorar a qualidade de vida e ampliar a expectativa de sobrevida dos pacientes. "Não se trata de milhares de pessoas unidas para tentar lesar o erário", esclarece.

Gripe suína: emergência nos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou a gripe suína como emergência nacional em documento assinado na noite de sexta-feira, informou ontem a Casa Branca. A medida visa a aumentar a agilidade do tratamento de doentes, pois dá aos profissionais de saúde a permissão para ignorar algumas regras federais de admissão e alocação de pacientes.Segundo o texto, o país toma providências "sem precedentes para conter a pandemia emergente". Também é citado o potencial que a gripe suína tem de "sobrecarregar os recursos de atendimento à saúde". Com a decisão, a chefe do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, Kathleen Sebelius, tem a prerrogativa de ignorar diretrizes federais ao abrir locais alternativos de atendimento em escolas ou centros comunitários ou salas de emergência fora de hospitais para proteger pacientes não infectados. E hospitais poderão alterar regras de admissão de pacientes - por exemplo, exigindo menos informações do que o normal - para acelerar o acesso ao tratamento.Segundo a Casa Branca, a iniciativa não é uma resposta a um surto específico, mas sim uma medida preventiva para facilitar a tomada de decisões no caso de uma forte onda da doença, prevista para os próximos meses de inverno.A pandemia de gripe suína, cujos primeiros casos foram registrados no México em abril, teria matado mais de mil pessoas nos Estados Unidos - 10% delas seriam crianças. No país, a doença estaria espalhada em 46 Estados e teria causado a hospitalização de mais de 20 mil pessoas. Uma campanha de vacinação está em curso, mas a expectativa inicial de ter 120 milhões de doses disponíveis neste mês não foi cumprida: até quarta-feira, haviam sido entregues apenas 11 milhões.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Anvisa libera tratamento para câncer de pulmão

São Paulo - A Anvisa liberou nesta semana o medicamento bevacizumabe para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão. Ele pode ser usado como auxiliar à quimioterapia e, segundo as pesquisas feitas, aumenta o tempo médio de vida de 10 para 12 meses. O câncer de pulmão é o mais comum no mundo. Por ano, cerca de 1,3 milhão de pessoas são diagnosticadas com a doença, que provoca 3 mil vítimas todos os dias.
O bevacizumabe é do tipo de medicamento contra o câncer chamado “terapia alvo”: ele im­­pede o crescimento dos va­­sos sanguíneos que fornecem nu­­trientes e oxigênio ao tumor, fundamentais para seu crescimento. A ideia é “matar o tu­­mor de fome”. “Conse­­quen­te­mente, isso ajuda a controlar os sintomas”, diz o oncologista Ar­­tur Katz, do Hospital Sírio-Libanês.
Se não chega a “matar” o tumor, o bevacizumabe retarda o seu desenvolvimento, aumentando o tempo de vida dos pacientes. “Só com a quimioterapia, a expectativa de vida mediana (que exclui os extremos) é de dez meses. Junto com o medicamento, aumenta em dois meses.” Pouco? “O aumento parece modesto, mas é a primeira vez que proporciona sobrevida superior a um ano.” Katz diz que, há 20 anos, pessoas com câncer de pulmão não costumavam sobreviver seis meses após o diagnóstico. O bevacizumabe está sendo produzido pela Roche com o nome Avastin.

Para que servem o fígado e os rins?

O levantamento encomendado pela Fundação Pró-Renal também revelou que muitos curitibanos não sabem qual a função de órgãos essenciais como o fígado (81%) e os rins (44%) e que a maioria não tem ideia de como se prevenir das doenças renais. “Muitos responderam que tomam bastante água e sucos naturais como forma de cuidar dos rins, mas, na verdade, a ingestão de líquidos não é a principal atitude que deve ser tomada para garantir a saúde renal. Além da água, os cuidados adequados com os rins devem incluir alimentação saudável e controle de doenças como diabete, hipertensão, inflamações e infecções”, explica o nefrologista Miguel Riella, presidente da Fundação Pró-Renal.
Outra revelação preocupante é que 53% dos entrevistados pela Paraná Pesquisas não sabem qual especialista procurar caso estivessem com problemas nos rins. Apenas 7,8% procurariam um nefrologista, especialidade adequada para o tratamento de problemas renais.

A pesquisa também revela que os curitibanos não sabem quais doenças prejudicam a função dos rins (66%) e nem conhecem os sintomas provocados pelas disfunções renais. “O mais importante é que a população saiba que a doença renal crônica é silenciosa. O paciente só começa a ter sintomas quando 75% da função renal já está comprometida”, explica o médico.
Segundo a pesquisa, 72% dos curitibanos nunca fizeram um exame para avaliar as funções dos rins e quase 50% não conhecem as opções de tratamento usadas quando os órgãos param de funcionar. “Estima-se que 10% da população brasileira, ou seja, 12 milhões de pessoas, sofram de doença renal. Esse número poderia ser revertido se as pessoas tivessem mais acesso à informação. Os exame de urina e de creatinina são suficientes para detectar irregularidades”, lembra Riella.
Pesquisa nacional
A fundação também encomendou, em maio deste ano, um levantamento que realizado pelo Instituto Datafolha, com apoio do laboratório Roche, em 180 municípios brasileiros, para avaliar a percepção da população acerca da saúde dos rins. Os números revelados pelo estudo foram muito semelhantes aos resultados apresentados em Curitiba.
Questionados sobre a hipótese de terem problemas nos rins, 54% dos entrevistados não saberiam qual especialista procurar para tratar o problema e apenas 5% buscariam um nefrologista.
Segundo os dados da So­­ciedade Brasileira de Nefro­logia, há atualmente pouco mais de 3,1 milhões nefrologistas no país. Projeções apontam que o número de especialistas terá de dobrar até 2010, por causa do aumento de casos de doença renal crônica e de pessoas em tratamento.
Não existe um levantamento oficial de quantos brasileiros sofrem de doença nos rins. A Fundação Pró-Renal está realizando um estudo com 6 mil pessoas na cidade de Campo Largo. Os resultados deverão ser divulgados em breve.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Robô reclamão simula paciente infectado com nova gripe


Uma empresa da Flórida, nos Estados Unidos, apresentou nesta quinta-feira (22) no Japão um robô que simula um paciente infectado com a nova gripe. A máquina da Medical Education Technologies (Meti) foi criada para ajudar os médicos a reconhecer os sintomas e saber como tratar os doentes. O humanoide sua, chora, reclama e tem convulsões, assim como faria um paciente infectado. Se ele não for tratado da maneira adequada, os sintomas pioram gradualmente até a máquina parar de respirar

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Menores de 18 anos terão prioridade na fila de transplante, diz Ministério

O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta (21) que pessoas com menos de 18 anos passarão a ter prioridade para receber órgãos de doadores da mesma faixa etária. Segundo o ministério, isso se dá devido à maior expectativa de vida desses pacientes.A medida faz parte do novo regulamento do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que será publicado em Diário Oficial nesta quinta (22). Entretanto, o ministério informou que as normas só passam a valer a partir do dia 1º de novembro.
De acordo com as novas regras, os doadores que tenham alguma doença transmissível poderão doar para pacientes que tenham o mesmo vírus. Segundo a coordenadora do SNT, Rosana Nothen, a meta é ampliar o número de doadores potenciais: “A morte encefálica é cada vez mais rara, porque as pessoas se cuidam mais, então temos que conviver com a questão da escassez. Assim sendo, temos que otimizar os procedimentos. Por isso a doação de pessoas com o mesmo vírus”, explicou. Dessa forma, órgãos de um doador que tenha hepatite C, por exemplo, agora já podem ser transplantados em um paciente que também seja portador da mesma doença.
O transplante entre pessoas vivas também sofreu modificações. Antes era preciso autorização judicial. Com o novo regulamento, uma comissão de ética formada por funcionários do hospital onde será realizado o procedimento é que vai autorizar o transplante.
O ministério também pretende incorporar ao trabalho do Sistema Único de Saúde (SUS) a cirurgia de retirada e o processamento de pele, que é uma ação inédita no Brasil. De acordo com o Ministério, o transplante de pele é indicado para tratar de grandes queimaduras.
Investimento de R$ 24 milhões
Os cerca de 63 mil pacientes que esperam na fila de transplante de órgãos no Brasil vão ganhar benefícios e incentivos, a partir do novo regulamento do SNT. O Ministério da Saúde anunciou ainda um investimento de R$ 24,1 milhões.
Um novo sistema informatizado, com o objetivo de tornar a lista de espera mais transparente, vai possibilitar que os pacientes consultem sua colocação através de um site, que deve entrar no ar até o fim do ano. Outra mudança é o valor pago à equipe envolvida nos procedimentos de captação dos órgãos, que vai dobrar. A retirada de um coração por exemplo, que tinha um custo de R$ 585, passará a ter uma verba de R$ 1.170. Entre as novas ações, estão a entrevista com a família do doador e a manutenção dos prováveis doadores. “Temos dois desafios principais. Um é sensibilizar a sociedade a ser um doador potencial. O outro é ampliar a captação de órgãos e, portanto, a realização de transplantes”, afirmou o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
Prêmios
Também nesta quarta foi lançado o selo “Organização Parceira de Transplantes”, que visa reconhecer as entidades e empresas que auxiliam no sistema de doação de órgãos. O número de transplantes de órgãos realizados em todo o país, segundo o Ministério da Saúde, aumentou em 24,3 % no primeiro semestre de 2009, em comparação ao mesmo período do último ano. O SNT anunciou os vencedores do prêmio Destaque na Promoção da Doação de Órgãos, que destaca entidades e pessoas que contribuíram para a melhoria da doação de órgãos no país.

DOENÇAS RARAS-Pacientes obtém direito a remédios na Justiça

O Pleno do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) negou, ontem, recurso do Governo do Estado do Ceará que pedia a suspensão do fornecimento gratuito do medicamento necessário à sobrevivência do menor H.T.S, portador de mucopolissacaridose. O remédio custa, aos cofres estaduais, R$ 42 mil por mês e não está na lista do Sistema Único de Saúde.O argumento do governo é que, com R$ 504 mil anuais por cada paciente da rara doença, seria impossível fornecer o medicamento a uma parcela maior da população. O remédio é dado ao garoto por determinação do TRF-5, que emitiu liminar favorável à Ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria Regional da República da 5ª Região (PRR-5).No dia 25 de setembro, em processo semelhante, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou, à União e à Prefeitura de Fortaleza, a suspensão do fornecimento do remédio Zavesca para uma paciente da Capital, de 21 anos, portadora de doença neurodegenerativa.Também nesse processo, o MPF impetrou Ação Civil Pública para garantir o fornecimento do medicamento. Nas duas situações, o argumento dos procuradores da República foi a manutenção do direito fundamental à saúde e à vida, preconizado pela Constituição Federal.De acordo com a procuradora Nilce Cunha Rodrigues, autora da Ação julgada pelo STF, ficou entendido que não seria razoável decretar a morte da paciente por fatores econômicos. "É necessário que haja um equilíbrio. Se ficar provado que o medicamento é fundamental, o Estado deve arcar com o custo. Entendemos que não há recurso financeiro para tudo, mas viver é um direito do paciente. Esses casos abrem precedentes para que o poder público entenda que, apesar de não estarem relacionados na lista do Ministério da Saúde, alguns medicamentos são imprescindíveis e se o paciente não têm condições de pagar, isso vira dever do Estado", argumenta.Mucopolissacaridose ou MPS é um subgrupo das doenças de depósito lisossômicos (DDL) as quais pertencem ao ainda maior grupo de doenças intitulados "Erros Inatos do Metabolismo".

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Nordeste tem menor cobertura de testes de HIV

O Nordeste é a região brasileira com o menor índice de realização de testes para detecção do HIV, vírus causador da Aids. De acordo com a Pesquisa de Comportamento, Atitudes e Práticas na População Brasileira (Pcap) 2008, do Ministério da Saúde (MS), apenas 26,6% da população nordestina já fez o exame, enquanto que a região em que as pessoas mais realizam testes para a detecção da infecção pelo HIV foi a Centro-Oeste, com 43,8%. No Sudeste, 41% já fizeram o exame e, no Sul, o percentual foi de 38,9%. No Norte, 31,9% fizeram teste para o HIV.Para agilizar e ampliar o diagnóstico do HIV, o Ministério da Saúde criou novas normas para a realização dos testes anti-HIV, que incluem também a coleta de sangue em papel-filtro, permitindo o envio das amostras pelo correio e facilitando o acesso onde o exame não é oferecido. Aumentar o diagnóstico no Brasil - onde estima-se que 255 mil, das 630 mil pessoas infectadas pelo HIV, ainda não se testaram - é um desafio para o Ministério da Saúde. Por causa disso, as metodologias para a realização dos testes de HIV, desde a última sexta-feira, 16, mudaram tanto para a rede pública como para a privada.A partir de então, com a aquisição de formas mais modernas, o exame vai ser realizado em duas etapas - em vez de três - e vai permitir formas mais viáveis e baratas de armazenamento, por meio da coleta de amostras de sangue em papel-filtro. Também vai privilegiar a adoção de técnicas de biologia molecular e os testes rápidos.Complexidade-O diretor do Laboratório Central do Estado do Ceará (Lacen), Ricardo Carvalho, disse que as mudanças propostas na portaria são complexas e já estão sendo estudadas pela equipe técnica da unidade. No entanto, apesar de ainda não definir data para serem aplicadas, destaca que vai ser importante para que, cada vez mais, a população tenha acesso ao teste de HIV. Até o momento, conforme Carvalho, o Lacen realizou, em 2009, 46.878 testes de HIV no Estado.Uma amostra de sangue positivo para HIV passava por até três etapas antes da conclusão do resultado. Agora, com as novas normas, passará por apenas duas etapas, sem qualquer perda na confiabilidade do diagnóstico. O Ministério da Saúde aponta que há também ganho econômico com a redução do número de testes.O novo documento também abre, pela primeira vez, a possibilidade de se realizar testes com sangue seco, utilizando a coleta em papel-filtro. A principal vantagem do método é o armazenamento da amostra de sangue por até 12 semanas sem refrigeração. Essa metodologia, pela sua praticidade, dispensa a necessidade de coleta e transporte especializados, baixando o custo dos exames.Outra vantagem é o envio de material pelo correio, levando os meios diagnósticos dos centros urbanos aos locais mais distantes, onde não há capacidade laboratorial disponível.FIQUE POR DENTRO -CTA faz teste de forma anônima e gratuitaO diagnóstico da infecção pelo HIV é feito por testes, realizados a partir da coleta de uma amostra de sangue. Esses testes podem ser feitos em unidades básicas de saúde, Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e laboratórios particulares.No CTA, o teste anti-HIV pode ser feito de forma anônima e gratuita. Além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, antes e depois do teste, feito de forma cuidadosa a fim de facilitar a correta interpretação do resultado, tanto pelo profissional de saúde como pelo paciente.O teste é realizado após coleta simples de sangue, com material e agulha descartáveis.Para fazer o teste, a população pode procurar diretamente o Centro de Testagem Anônima (CTA/Coas), que funciona no Centro de Saúde Carlos Ribeiro, na Rua Jacinto de Matos, 944, no Jacarecanga. Ali, sem necessidade de indicação médica, o usuário tem acesso de forma direta a testes de HIV, sífilis, hepatites B e C e aconselhamento.UNIVERSALIZAÇÃO-Acesso no Interior do Ceará ainda é problema-No Ceará, o acesso aos testes de HIV, principalmente no Interior do Estado, ainda é um problema. O presidente da organização não-governamental Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), Francisco Pedrosa, destaca que os exames deveriam ser oferecidos na atenção básica, no entanto, nem sempre isso acontece no Interior."Em alguns municípios, existe realmente o problema do acesso porque a pessoa tem de se deslocar para outra cidade ou para Fortaleza a fim de fazer o exame. Isso acontece também com a grávidas. As dificuldades vão desde a locomoção até o recebimento do exame. Muita gente não tem nem condições de pagar passagem, hospedagem e, às vezes, não volta para pegar o resultado", disse.Conforme Pedrosa, a ampliação do acesso aos exames é importante, já que o diagnóstico precoce da doença ainda é um dos principais fatores para diminuir a mortalidade pela Aids, que é alta no Estado. Além disso, com relação às grávidas, ele destaca que o diagnóstico precoce consegue reduzir em até 99% as chances de o bebê nascer contaminado pelo vírus HIV, por transmissão vertical.Em Fortaleza, o presidente do Grab aponta que o acesso é bem melhor do que no Interior e que existe um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que é referência na Capital.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Gripe A matou 1.368 no Brasil, de abril a outubro

Boletim do Ministério da Saúde, divulgado nesta segunda-feira (19) informa que 1.368 pessoas morreram após contraírem o vírus da gripe suína no Brasil, no período entre 25 de abril e 10 de outubro. O total de infectados foi de 17.219 pessoas, o que significa 90,7% do total de 18.973 de casos confirmados para algum tipo de influenza.
O sudeste é a região com maior número de mortes, com 693 (49,6%). O Estado de São Paulo registra 392 óbitos (30,9%) e é seguido pelo Rio de Janeiro com 122 (8,7%), Minas Gerais com 107 (7,7%) e o Espírito Santo com apenas 2 mortes (0,1%). A região sul teve 577, com 41,3% dos óbitos. O Paraná registrou 278 mortes, o Rio Grande do Sul com 200 e Santa Catarina, com 99. O centro-oeste tem 98 óbitos, seguido do nordeste com 16 e a região norte, com 14.
Um total de 5.369 mulheres entre 15 a 49 anos desenvolveram a forma grave da doença. Destas, 1.414 mulheres estavam grávidas. Entre as gestantes, 135 morreram. Com relação à resistência ao antiviral fosfato de oseltamivir, até 4 de outubro, foi informada à OMS a ocorrência de 31 casos - nenhum no Brasil, até o momento.

domingo, 18 de outubro de 2009

Dia do Médico


O dia 18 de outubro foi escolhido como "dia dos médicos" por ser o dia consagrado pela Igreja a São Lucas.
Segundo a tradição, São. Lucas era médico, além de pintor, músico e historiador, e teria estudado medicina em Antióquia. Possuindo maior cultura que os outros evangelistas, seu evangelho utiliza uma linguagem mais aprimorada que a dos outros evangelistas, o que revela seu perfeito domínio do idioma grego.
A escolha de São. Lucas como patrono dos médicos e do dia 18 de outubro como "dia dos médicos", é comum a muitos países, dentre os quais Portugal, França, Espanha, Itália, Bélgica, Polônia, Inglaterra, Argentina, Canadá e Estados Unidos. No Brasil acha-se definitivamente consagrado o dia 18 de outubro como "dia dos médicos".

Dia do Médico

As grandes transformações que o país atravessa indicam a necessidade de ajudar as pessoas no processo de desenvolvimento social saudável. Qualquer política que seja formulada e executada deve atender ao complexo social e econômico, com objetivos e prioridades reconhecendo-se os direitos fundamentais dos cidadãos e o potencial do ser humano em questões de saúde, educação, segurança e habitação.É imperiosa a ação governamental estabelecendo diretrizes e acesso a serviços de saúde, combate a discriminação de modo que as pessoas se mantenham saudáveis como participantes comuns do desenvolvimento, e nunca como espectadores marginalizados e enfermos na sociedade em que vivem, à qual dedicam suas energias e experiências.Na Faculdade de Medicina, encontramos missionários com seus alunos pregando ensinamentos prodigiosos. São encontrados simultaneamente nas enfermarias, nos ambulatórios, nas salas de aula e cirurgia, nos laboratórios ou em qualquer parte onde a presença signifique Medicina, na maior exatidão do termo. Predestinados mestres orientando seus discípulos. No Hospital Walter Cantídio e na Maternidade Escola têm dedicado suas existências ao ensino e à cura de seus pacientes. Milhares de pobres ali encontram em condições dignas e saudáveis o meio sagrado de dar luz a uma vida.Esses abnegados homens que procuram na morte o segredo da vida. Eles estão por ai. Em dezenas, centenas e milhares de hospitais, em seus consultórios ou no meio do povo, iremos encontrar criaturas abraçadas com o trabalho, olhando para frente e para a cima. Seria impossível relacionar todos. Nada os intimida ou desestimula, os agrava ou consegue afastá-los de sua grande caminhada, porque a arte deles é santa e eles estão verdadeiramente mais próximos do reino dos justos e dos bem-aventurados de espírito.Nem sempre os médicos são reconhecidos pelo seu relevante papel na sociedade. Durante longo período em suas vidas, dia e noite, eles se dedicam à prática médica, muitas vezes sem qualquer interesse financeiro, e mesmo com prejuízo da própria saúde. Isso não existe em outra atividade profissional. As populações assistidas devem pelo menos externar o dever da gratidão, o qual não se exige, pois o ideal humanitário é muito superior às expressões do homem na terra. Agora principalmente, existe justa campanha da classe, reivindicando direitos, meios assistenciais e proventos mais dignos. Contudo eles prosseguem imperturbáveis e altaneiros na sua luta. Talvez o façam até por narcisismo, mesmo assim sua arte é divina. Nenhuma outra profissão chega tão perto de Deus. Apesar dos meios insuficientes e não serem proporcionados regularmente, os desempenhos das equipes são perfeitos. Estes abnegados médicos cumprem a missão com serenidade e competência. O destaque é consolidado pela posição expressiva dos cirurgiões, curando através de mãos milagrosas com o carisma de sacerdotes incentivados pela fé.Que seria da humanidade sem a Medicina? Só Deus sabe. Salve a Medicina e seus imbatíveis sacerdotes.

sábado, 17 de outubro de 2009

O coração reconstruído

Um dos maiores objetivos da medicina é substituir órgãos humanos defeituosos por outros, novinhos, ou pelo menos trocar a parte imperfeita, sem que seja necessário fazer um transplante. Na última semana, o anúncio de três novos experimentos mostrou que a meta está cada vez mais perto, pelo menos na área da cardiologia. Cada um a seu modo, os estudos demonstraram, pela primeira vez, que há boas chances de a ciência conseguir reconstruir o coração.
O trabalho com resultados mais impressionantes foi realizado na Universidade de Washington, nos Estados Unidos. Coordenados pelo professor Charles Murry, os pesquisadores desenvolveram um pedaço de tecido do músculo cardíaco capaz de se contrair e de pulsar em um ritmo equivalente a até 120 batimentos por minuto – o coração de um adulto em repouso apresenta a média de 70 batimentos por minuto. Em um vídeo preparado pelos cientistas, é possível, inclusive, ver a amostra pulsando.
Para gerar o que os pesquisadores chamam de “adesivo” cardíaco, os estudiosos de Washington usaram células- tronco humanas. O segredo do sucesso da experiência, nesse caso, foi a mistura de células-tronco capazes de gerar células do músculo cardíaco com células-tronco que dão origem a vasos sanguíneos. Os cientistas decidiram fazer essa combinação depois de constatarem que amostras confeccionadas em estudos anteriores não se mostraram promissoras justamente pela falta de uma rede de irrigação sanguínea que garantisse o suprimento dos nutrientes necessários ao seu funcionamento. “Aprendemos que a interação entre as células do músculo do coração e as células vasculares é a chave para garantir que o tecido sobreviva depois de implantado”, explicou Murry à ISTOÉ. “Ficamos muito felizes quando conseguimos ver que, com o suporte dos vasos sanguíneos, ele funciona.”
No experimento conduzido na Universidade de Duke, também nos Estados Unidos, os pesquisadores usaram células-tronco extraídas de animais para gerar células de tecido muscular cardíaco. E adicionaram a elas células de fibroblastos cardíacos, fundamentais para dar suporte ao crescimento do tecido. Em seguida, o material foi colocado em um molde tridimensional, por meio do qual foi possível controlar a direção em que as células proliferavam. Ao final, os cientistas verificaram que o adesivo – a exemplo daquele que foi criado na Universidade de Washington – manifestou a habilidade de se contrair e de conduzir impulsos elétricos, dois dos mais importantes atributos das células cardíacas.O próximo passo do grupo de Duke é investigar se o tecido tem efeito benéfico no tratamento de infarto – por enquanto, a pesquisa será feita ainda em animais. O que se quer, nesse caso, é saber se o adesivo consegue se integrar ao coração das cobaias, assumindo as funções da parte do tecido que foi lesada pelo evento. “Mas também queremos testar o adesivo no tratamento de insuficiência cardíaca. E, potencialmente, ele pode ser útil ainda para reparar defeitos congênitos”, disse à ISTOÉ o pesquisador Nenad Bursac, um dos coordenadores do trabalho. Os cientistas da Universidade de Washington pretendem testar seu adesivo para os mesmos problemas apontados por seus colegas de Duke.
A meta da equipe responsável pelo terceiro experimento é outra, pelo menos em uma primeira etapa. O time, que reúne pesquisadores das universidades de Harvard, nos EUA, e de Groningen, na Holanda, quer criar tecido específico para os ventrículos cardíacos. O primeiro passo nesse sentido foi muito bemsucedido. A partir de células embrionárias de ratos, eles conseguiram criar um sistema de identificação, por cores, capaz de apontar quais as células que dão origem ao tecido dessas duas câmaras do coração. Usando as peças certas, criaram o tecido que desejavam. “E regeneramos o tecido ventricular nas experiências que fizemos em laboratório”, contou à ISTOÉ o cientista Ibrahim Domian, autor principal do estudo, publicado na última edição da revista “Science”.
Todos os três grupos de cientistas afirmam que muita pesquisa será necessária para que esses adesivos gerados nos laboratórios cheguem aos hospitais. Mas os pesquisadores estão otimistas em relação ao que já obtiveram até agora. “Eles são um primeiro e importante passo para que esse tratamento se torne realidade”, disse Ibrahim.

Cientistas indianos desenvolvem granada de pimenta

As forças de segurança indianas receberam um inusitado "presente" dos cientistas: uma granada carregada com uma pimenta moída tão picante que seu uso militar é mais indicado que o gastronômico.
"Será aplicada basicamente contra a insurgência. Não deixa ferimentos: quando explode, uma fumaça da pimenta moída [deixa o inimigo] temporariamente incapacitado", descreveu à Agência Efe um porta-voz da Organização de Pesquisa e Desenvolvimento da Defesa (DRDO, em inglês), em Nova Délhi. A bhut jolokia, uma pimenta vermelha que cresce no estado indiano de Assam, gerou a curiosidade deste organismo subordinado ao Ministério da Defesa indiano, que a descreve como "a mais picante do mundo".
Por enquanto, o uso dessa pimenta se limitou ao carregamento de granadas que, ao atingir o objetivo, lancem uma fumaça e que atuem como gás lacrimogêneo.
A fonte do DRDO, que pediu para não ser identificada, explicou que alguns corpos "paramilitares" da Índia --os que normalmente realizam operações nas áreas de fronteira, algumas das quais o gigante asiático disputa com vizinhos-- já receberam a "bomba de pimenta", mas não confirmou se ela já foi usada.
A pimenta foi colhida em Assam e tratada com produtos químicos em um laboratório do DRDO em Gwalior, no centro da Índia, mas os responsáveis se recusaram a dar detalhes à Efe sobre os ingredientes desta espécie de arma militar.
Um porta-voz do DRDO em Assam constatou que a bhut jolokia é "a pimenta mais picante do mundo", e louvou a qualidade de suas sementes.
"A aplicação deste alimento é baseada no conhecimento tradicional", disse a fonte, por telefone, insistindo em que a bomba não é letal.
A função da pimenta não será agora dar mais sabor aos já picantes pratos indianos, mas reprimir distúrbios e ajudar na luta contra "o terrorismo", de acordo com este porta-voz.
A nova arma pode ser utilizada também para, em vez de invadir um esconderijo de insurgentes, optar por lançar "granadas picantes" e obrigar que os rebeldes saiam do local, mas as fontes reiteraram que as Forças Armadas serão responsáveis por determinar o uso.
Um cientista do DRDO citado pela agência indiana Ians fez especulações e disse que a bhut jolokia poderia servir também de alimento para os soldados posicionados em grandes alturas --como na Caxemira-- e atuar como termostato corporal.
"Estamos realizando experimentos científicos para saber se a bhut jolokia poderia ser incorporada ao menu dos soldados em grande altura, para mantê-los aquecidos", disse R.B. Srivastava, diretor da divisão de Ciências da Vida do DRDO.
Também foi explorada a possibilidade de que um pó elaborado a partir desta pimenta fosse usado como "repulsivo" contra elefantes, em alguns estados onde estes animais invadem povoados, segundo Srivastava.
A pimenta é um ingrediente fundamental da cozinha indiana e, algumas vezes, acompanha inteira o frango ou o cordeiro.
Esse ingrediente deixa o prato mais picante quando adicionado em forma de pimenta à masala, uma popular mistura de condimentos na Índia que pode levar gengibre, alho, cebola, cravo e várias especiarias.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O poder do paciente-Ele ganha voz na hora de decidir os rumos do tratamento e começa a dividir com os médicos a responsabilidade sobre os cuidados .

Há uma revolução nos consultórios e hospitais que mudará para sempre a face da medicina. Os pacientes estão deixando de ter um comportamento passivo para assumir maior controle no gerenciamento de sua saúde. Estão se tornando o que os estudiosos desse novo fenômeno batizaram de "pacientes com poder" ou "empowered patient", na expressão em inglês. Além disso, começam a promover mudanças nas pesquisas, criando, eles mesmos, estudos científicos, assumindo também o papel de geradores de conhecimento sobre as enfermidades.
No Brasil, podem ser vistas manifestações do movimento. A mais recente foi a aprovação do novo Código de Ética Médica pelo Conselho Federal de Medicina. Pelo documento, o médico autoritário cede espaço para o profissional que aceita as decisões do doente. As regras trazem respostas para situações como as que ocorrem com os testemunhas-de-jeová. Casos que envolvam a necessidade de transfusão de sangue são um tormento para elas. Segundo sua crença, é proibido receber sangue alheio, considerado impuro. Porém, muitas vezes os médicos faziam o procedimento sem seu consentimento. Agora, a decisão do paciente terá de ser respeitada. E os adeptos poderão se sentir aliviados, como o estudante Renato da Silva, 19 anos. Portador de tumor cerebral, ele recusou uma cirurgia, na qual precisaria de transfusão, e optou pela radioterapia. "Respeitaram minha posição." A aceitação da decisão do doente só valerá quando não houver risco de vida imediato.
O grande motor desta revolução é a informação. Nos EUA, há um efervescente mercado de publicações voltadas para municiar os pacientes sobre seus direitos, por exemplo. Em uma dessas obras, "The Empowered Patient", há desde instruções sobre como proceder para ser ouvido nas discussões do tratamento até orientações para reduzir a chance de erros de medicação (leia orientações nos quadros da reportagem).
A obra foi escrita pela dentista Julia Hallisy, diretora da organização Empowered Patient Coalition. Seu envolvimento com o assunto aconteceu após uma tragédia particular. Em 2000, ela viu sua segunda filha, Katherine, na época com 10 anos, morrer vítima de um tumor na retina. Durante o tratamento, viveu o lado bom e ruim do atendimento. "Mas não estava informada", contou à ISTOÉ. "Não sabia o que perguntar ou o que procurar. Por causa disso, ela foi vítima de muitos erros", diz.O acesso às informações pela internet foi o impulso para que o movimento crescesse. No início, os usuários buscavam informações sobre sintomas e tratamentos. Depois vieram os blogs, em que pacientes relatam seu dia a dia. Agora, começam a se multiplicar as redes que conectam pacientes. Nesses fóruns virtuais, eles trocam informações sobre doenças, acompanham as novidades, analisam prognósticos. É o que está sendo chamado de Health 2.0.
O nome se refere a uma segunda onda sobre saúde na internet, marcada pela criação de conteúdo pelos pacientes. Por congregarem experiências de tantas pessoas, as redes estão sendo saudadas pela capacidade de formar uma "sabedoria coletiva em saúde" - algo que dá ainda mais poder aos pacientes na medida em que abre um mundo de informações e pontos de vista diferentes.
Um ótimo exemplo destas bases virtuais é o PatientsLikeme. O site abriga relatos de portadores de esclerose lateral amiotrófica (ELA), esclerose múltipla, mal de Parkinson, Aids, fibromialgia, doenças psiquiátricas, como depressão e ansiedade, e de algumas doenças raras. Há 40 mil pacientes cadastrados, mas os responsáveis acreditam que, em três anos, o número chegará a um milhão. "Queremos ajudar a gerar um novo conhecimento sobre as doenças", disse à ISTOÉ Ben Heywood, um dos fundadores da rede. Ao que tudo indica, estão no caminho certo. O acervo reunido sobre a ELA, por exemplo, é considerado o mais completo do mundo. Além disso, foi do site que nasceu uma experiência pioneira: a condução de um estudo pelos próprios doentes.A iniciativa partiu do brasileiro Humberto Macedo, portador de ELA, falecido em janeiro. No final de 2007, nove meses depois de ser diagnosticado, ele propôs aos outros participantes que fizessem um acompanhamento do efeito do lítio sobre a doença. Àquela altura, havia indicações de que a droga poderia retardar sua progressão. Rapidamente, 250 portadores se dispuseram. Foi feito um registro das doses tomadas e a evolução de cada um foi anotada. O acompanhamento não está concluído, mas as observações dão conta de que o remédio não está ajudando. O trabalho não segue os modelos científicos, é claro, mas fornece contribuição de peso. "Hoje temos mais dados sobre os efeitos do remédio do que qualquer outro trabalho no mundo", disse Heywood.Também estão surgindo iniciativas como o portal Oncoguia, criado pela psico-oncologista Luciana Holtz. "Investimos em orientações para o paciente se colocar na liderança do tratamento", explica. Entre elas dicas para enfrentar a possível rispidez do médico. Esses projetos cumprem no mundo virtual o que as associações de pacientes - também em crescimento - fazem no mundo real. Nessas entidades também se luta pelo acesso ao que há de mais moderno em tratamento. "É necessário intervir nas leis para ter mais poder", diz Marília Casseb, presidente da associação ABCâncer.
Iniciativas como essas estimulam o surgimento de um paciente que se empenha em encontrar novas estratégias contra as doenças. O empresário Marcelo Chedide, 52 anos, de São Paulo, é um bom exemplo. Leitor de bulas e de sites, enche de perguntas seu cardiologista, Múcio Tavares de Oliveira. "Questiono sim", diz. Não faz muito tempo, sua conduta provou-se útil. Atingido por uma alergia de pele que coincidiu com a troca de uma medicação, Chedide pesquisou até descobrir qual substância tinha chances de dar mais reações. Depois, discutiu o assunto com o cardiologista, que concordou e substituiu o remédio. "O Marcelo me ajuda a ajudá-lo", afirma Múcio.
A parceria significa, na verdade, uma corresponsabilidade. "O paciente assume o risco de tomar decisões junto com seu médico", diz o clínico e psicoterapeuta João Augusto Figueiró, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Fica implícito, portanto, que, além de questionar, o paciente precisa seguir as orientações acertadas com o médico. "Se não for assim, as conversas valem apenas como exercício de retórica", diz o cardiologista Flávio Cure, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. A realidade mostra que, quando o processo é dividido, a adesão ao combinado é mais fácil. "Decisões unilaterais são mais difíceis de serem cumpridas", diz o clínico-geral Alex Botsaris, do Rio de Janeiro.Muitos profissionais que relutam em acompanhar as transformações terão de rever suas posições. "Quem não aceitar isso terá problemas para estreitar as relações com o seu doente", afirma o neurologista Cláudio Fernandes Correa, do Hospital 9 de Julho, de São Paulo. De fato, a necessidade de se relacionar com o novo perfil de paciente é algo cada vez mais presente. E uma das áreas em que isso é mais notável é o momento do parto. "A paciente informada se sente em melhores condições para argumentar com os médicos a favor do parto normal, escapando de uma cesárea desnecessária", diz a psicóloga Lara Gordon, de Campinas. O casal Maíra Duarte e Gil Kehl estudou muito para ter mais poder de dizer não à cesariana. "Fiquei forte para fazer as minhas escolhas", diz Maíra, mãe de Benjamin, 3 anos, e Miguel, 8 meses, ambos nascidos de parto normal.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Pesquisadores curam Parkinson em macacos com terapia gênica

São Paulo - Pesquisadores da França e da Inglaterra conseguiram curar doença de Parkinson em macacos usando terapia gênica. O resultado foi publicado na recém-lançada revista Science Translational Medicine, da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS, em inglês). Os cientistas induziram o distúrbio nos animais usando uma toxina que elimina os neurônios responsáveis pela produção do neurotransmissor dopamina. Como consequência, as cobaias desenvolveram os tremores de corpo, a rigidez e falta de equilíbrio característicos da doença.Desde a década de 60, médicos usam um remédio que, administrado por via oral, repõe dopamina e alivia os sintomas. Mas, como a normalização ocorre de forma intermitente, após algum tempo a melhora costuma ser acompanhada de efeitos adversos, como a discinesia - movimentos involuntários do corpo causados pelo excesso de dopamina. Com o tempo, surge também resistência ao remédio e a dose tem de ser aumentada até se tornar ineficaz.Três enzimas participam do mecanismo de produção da dopamina. Na experiência, os pesquisadores inseriram os três genes que produzem as enzimas em um vírus. Os microrganismos foram inoculados no cérebro dos macacos e inseriram os genes nos neurônios, que começaram a produzir dopamina. Os macacos recuperaram o controle dos movimentos sem nenhum efeito adverso. “Começamos a fase um dos testes clínicos com humanos no Hospital Henri Mondor (na França)”, diz Stephane Palfi, coautora do trabalho.O psiquiatra Wagner Gattaz, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), aponta que há anos já se cogitava a abordagem do trabalho. “A doença está restrita a um local bem definido do cérebro e, por isso, o uso da terapia gênica parecia promissor”, diz.
Mal de Parkinson garante direitos - Medicamentos gratuitos, isenção de impostos e liberação do FGTS são garantidos por lei para quem possui a doença. (...)Por ser um mal degenerativo, por lei os portadores de Parkinson possuem vários benefícios assegurados.A idade pico de incidência é após os 60 anos, mas pode surgir em qualquer fase dos 35 aos 85 anos. Nem mesmo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) possui levantamento do número de pessoas que recebem algum tipo de benefício devido à doença.Segundo a advogada Regiane Simprini, por falta de informação na maioria das vezes os portadores da doença não conseguem usufruir dos benefícios a que têm direito. Segundo ela, toda pessoa que desenvolve o mal de Parkinson tem direito ao benefício do auxílio-doença e aposentadoria por invalidez - com acréscimo de 25% no caso de grande invalidez, ou seja, quando o portador necessita de assistência permanente de outra pessoa. Também tem isenção de Imposto de Renda (IR), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). “Nos quatro últimos, são isentos em aquisição de veículos com adaptações especiais, bem como deve ser comprovada a deficiência física” explica a advogada.Também é direito de pessoas que desenvolvem o mal de Parkinson a retirada integral do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), benefícios na aquisição da casa própria, ou até mesmo a quitação de financiamento no caso de haver no contrato uma cláusula de seguro por invalidez. Os medicamentos, materiais, suplementos e dietas prescritas também devem ser fornecidos gratuitamente.

55% dos mortos pela nova gripe tinham outras doenças; 45% eram saudáveis

A maioria das pessoas que morreram por causa da nova gripe pandêmica H1N1 tinha doenças como asma, mas 45% pareciam saudáveis, segundo o maior estudo já feito sobre os casos nos Estados Unidos.

Crianças com doença falciforme e outras enfermidades sanguíneas correm risco especial de complicações por causa da nova gripe, assim como ocorre com a gripe comum, afirmou na terça-feira (13) Anne Schuchat, do Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos EUA. Ela disse que versões injetáveis da vacina da gripe - adequada para bebês, pessoas com asma e maiores de 50 anos - será disponibilizada nesta semana.O CDC recolheu dados de 1.400 adultos e 500 crianças hospitalizadas com gripe suína em dez estados. As conclusões confirmam que os casos mais sérios e as mortes foram em pessoas com menos de 65 anos."A vasta maioria das hospitalizações e mortes está ocorrendo em pessoas mais jovens", disse Anne a jornalistas por telefone.

Outras cinco crianças morreram, elevando o total de vítimas fatais pelo H1N1 no país para 81.

De acordo com ela, 55% dos adultos mortos tinham algum problema que agrava gripes de todos os tipos. "Em adultos, as condições subjacentes mais comuns eram a asma e a doença pulmonar crônica, a doença cardíaca crônica e a imunossupressão."

Entre as vítimas, 6% eram grávidas. As gestantes têm seus sistemas imunológicos suprimidos para que o organismo não rejeite o feto, e muitas também podem sofrer pressões do feto sobre os pulmões.

"Nas crianças, as condições subjacentes mais comuns eram a asma e a doença pulmonar crônica, as doenças neurológicas e neuromusculares, a anemia falciforme e outras desordens sanguíneas."

Anne disse ainda que 5,8% das crianças hospitalizadas tinham alguma doença relacionada às células vermelhas do sangue, como a doença falciforme.

Até agora o CDC não citava a anemia falciforme como um risco especial, mas as diretrizes sobre a gripe comum já orientavam que crianças vítimas dessa doença fossem vacinadas anualmente.

9,8 milhões de doses
Anne relatou que o programa de vacinação continua lentamente. O CDC optou por começar a imunizar as pessoas assim que a vacina seja disponibilizada, o que significa que o fornecimento tem sido instável."Até ontem 9,8 milhões de doses da vacina para o H1N1 estavam disponíveis para serem encomendadas", disse Schuchat, acrescentando que metade desse total está na forma injetável.

Até agora só estava disponível a versão da MedImmune, subsidiária da AstraZeneca, na forma de spray nasal, aprovada apenas para pessoas de 2 a 49 anos de idade, sem asma ou outras doenças pulmonares.

Ela disse que mais doses da vacina estarão disponíveis até o final de outubro, e que as pessoas não devem se apressar em tomar a vacina contra a gripe comum.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O Ceará já registra, em 2009, 29 casos de meningite do tipo meningocócica.

Um detento da Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL) Francisco Adalberto de Barros, em Caucaia, está internado desde a última segunda-feira, com meningite, no Hospital São José (HSJ). A transferência para o local foi feita assim que ele começou a sentir os primeiros sintomas, como febre alta, dores de cabeça fortes, rigidez na nuca, vômitos e lesões na pele.Depois de realizados os exames e confirmada a doença, o detento iniciou o tratamento a base de antibióticos imediatamente. De acordo com o diretor do HSJ, Anastácio Queiroz, o caso é de meningite do tipo meningocócica (causada por bactéria meningococo), considerada a mais letal de todas. Apesar da gravidade da doença, assegurou o médico, o quadro clínico do paciente era considerado regular na tarde de ontem. "Caso não haja piora, ele deve permanecer internado por cerca de sete dias", revelou.Segundo o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da Saúde do Estados (Sesa), Manoel Fonseca, 15 pessoas, entre companheiros de cela do paciente e funcionários da Casa de Privação, foram incluídos no chamado bloqueio, ou seja, estão recebendo tratamento para evitar uma possível manifestação da meningite. Eles receberam uma dose do antibiótico, ontem, e receberão uma segunda hoje.Eles serão monitorados até que seja atestada a eficácia do tratamento preventivo. "Só no caso de apresentarem os sintomas é que pode ser necessária a internação", explicou. "Acredito que não será o caso, já que a medicação foi administrada menos de 48 horas depois de diagnosticada a doença".Meningite no CearáSegundo Manoel Fonseca, entre janeiro deste ano a 1º de outubro último, já haviam sido registrados 28 casos de meningite do tipo meningocócica em todo o Ceará. Deste total, dez casos são de Fortaleza, onde foi registrado um óbito, e 18 casos, no Interior do Estado, com seis mortes. A maior parte dos casos ocorreu nos meses de janeiro e maio, com seis registros cada.Além da Capital, houve casos de meningite em Eusébio, Pacatuba, Aratuba, Boa Viagem, Trairi, Ipu, Sobral, Irauçuba, Marco, Croatá, Monsenhor Tabosa, Crateús, Tamboril, Quiterianópolis e Várzea Alegre.No ano passado, o Ceará contabilizou 67 casos de meningite meningocócica, os quais resultaram em 15 óbitos. Em 2000, foram 180 casos, com 35 óbitos em todo o Estado.DoençaA meningite é uma infecção aguda grave causada pela inflamação da membrana que recobre o cérebro. A transmissão se dá pelo contato com gotículas e secreções oronasais e é favorecida pelas baixas temperaturas e aglomerações. A letalidade da versão meningocócica da doença é maior nos primeiros cinco anos de vida e nos idosos.RISCO-29 casos de meningite do tipo meningocócica já foram registrados, em todo o Estado, somente este ano. Esta é a versão mais frequente da doença.PARA COORDENADOR"Não há motivo para pânico"-O Coordenador do Núcleo de Saúde da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Nusau/Sejus), Francisco Alencar, garantiu que não há motivo para pânico na Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL). Segundo ele, todas as medidas para evitar o contágio de outros detentos e funcionários do local já foram tomadas. Todos que tiveram contato direto com ele e que, portanto, apresentam mais chances de terem sido contaminados, estão sendo medicados.Francisco Alencar explicou que, antes de ser levado para o Hospital São José, o paciente realizou exames preliminares num hospital em Caucaia. Alencar revelou ainda que, hoje, será feito um levantamento rigoroso do histórico do detento para saber há quanto tempo ele está no CPPL e se teve contato com outras pessoas durante as visitas. "A rotatividade aqui é muito grande. O detento pode ter contraído a doença ainda antes de vir para cá", disse.De acordo com o coordenador do Nusau, em cada unidade, existe uma equipe médica para atender os detentos, incluindo médicos, enfermeiros e psicólogos, além de auxiliares de enfermagem, que trabalham 24 horas por dia. Os agentes prisionais, acrescentou Alencar, são orientados a detectar qualquer tipo de anormalidade na saúde dos detentos e encaminhá-los ao serviço médico. Os problemas mais comuns são doenças de pele e tuberculose. "Palestras e campanhas informativas também são realizadas com frequência", acrescentou.EncontroTambém para tratar de questões de saúde no ambiente carcerário, a Sejus e a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) realizam, de 20 a 22 de outubro, o III Encontro Estadual de Profissionais da Saúde e Agentes Penitenciários. Um dos objetivos centrais do evento é capacitar os profissionais do sistema penitenciário com conhecimentos voltados para as necessidades coletivas de saúde dos presos.Mais informaçõeshttp://www.saude.ce.gov.br/