sábado, 30 de julho de 2016

Alergia a crustáceos

É uma reação que tende a ocorrer mais em adultos e ser persistente, ao contrário da alergia ao leite, que é frequente em crianças, faixa etária na qual é registrada maior tolerância
É comum ter reação alérgica ao sulfito, preservativo químico que confere a cor rosada e o aspecto fresco ao crustáceo
Proteína responsável por desencadear o processo alérgico, a tropomiosina está presente em crustáceos, ácaros e baratas. Na prática clínica não é raro encontrar indivíduos com o diagnóstico de asma e/ou rinite, cujos testes alérgicos são positivos para os três alérgenos.
No entanto, curiosamente, alguns desses pacientes relatam que nunca comeram camarão ou outros crustáceos. Com isso, descreve a Dra Fabiane Pomiecinski, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI-CE), “é possível interpretar que o teste positivo para camarão seria causado por reatividade cruzada a ácaros e baratas, gerada possivelmente pela proteína”.
Reatividade clínica
Diante de um risco iminente de reação, o paciente alérgico a camarão também é orientado a evitar outros crustáceos já que a tropomiosina existe em todos eles. No entanto, há relatos de pacientes que dizem ter alergia a camarão, mas que podem comer caranguejo e lagosta sem problemas. Esse questionamento levou a professora do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza (Unifor) a estudar a reatividade clínica existente entre os crustáceos.
Após analisar o quadro clínico de 52 pacientes “verificamos que a maioria tem teste alérgico positivo para esse organismo marinho, mas não tem tropomiosina positiva. Suspeitamos que no Nordeste os pacientes estejam sensibilizados a outras proteínas diferentes da tropomiosina”. Por essa peculiaridade, a intenção é a de, no futuro, identificar as proteínas que causam alergia a crustáceos com vistas a um tratamento mais específico.
Alergia ou intolerância
Para entender como o organismo reage a determinados alimentos, é preciso diferenciar a alergia alimentar da intolerância alimentar. A primeira representa uma reação anormal a alguma proteína presente em um alimento e envolve o mecanismo imunológico. Na segunda, além do sistema imune não ter participação, normalmente não é causada pela presença de uma proteína.
No caso da alergia alimentar, o sistema imune reconhece como estranha uma proteína do alimento e reage contra ela. O mecanismo imune é classificado em “IgE mediada” (imediata) e “não IgE mediada” (tardia); os s sintomas variam conforme o mecanismo.
Como exemplo, Dra. Fabiane Pomiecinski cita o de uma pessoa que come caranguejo e imediatamente apresenta coceira, inchaço nos olhos e manchas vermelhas pelo corpo. Tal condição é um quadro típico de reação IgE mediada, mais comum com crustáceos e reprodutível, ou seja, tende a acontecer todas as vezes que o indivíduo entra em contato com o alérgeno.
“Porém, as vezes, o processamento do alérgeno (durante o cozimento) e até a porção consumida pode influenciar no aparecimento ou não de uma próxima reação. Raramente há reações não IgE mediada a crustáceos, que podem ocorrer após horas e até dias da ingestão”, justifica.
Conservante 
Um exemplo é o da intolerância a lactose, que envolve um açúcar e não a proteína do leite. A presidente da Asbai-CE cita a reação causada pelo conservante do camarão, o metabissulfito (ou sulfito), que é considerada uma intolerância, pois não tem relação com proteína do camarão e não envolve mecanismo imune.
“Os sintomas podem ser iguais aos de uma reação IgE mediada. A resposta ao sulfito, pode levar a óbito por anafilaxia, reação grave onde há edema de glote ou choque”, diz a médica que tem mestrado em alergia e imunologia pela Universidade de São Paulo (USP).

quinta-feira, 28 de julho de 2016

CE tem média de 119 transplantes por mês em 2016

Em relação aos tecidos, a córnea foi a que resultou em mais procedimentos, 529 neste ano
Os mais recentes procedimentos concretizados no Ceará foram dois transplantes de coração realizados no Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, o Hospital de Messejana, em Fortaleza ( FOTO: DANIEL ARAGÃO )
A espera por uma mudança de vida acabou para centenas de pessoas que foram submetidas aos 839 transplantes de órgãos e tecidos realizados no Ceará em 2016. O total equivale, até então, a uma média de 119 procedimentos feitos por mês e revela um elevado crescimento nos últimos dez anos no Estado. Em todo o ano de 2006, foram 446 transplantes concretizados, uma proporção média de 37 a cada mês.
O rim proveniente de um doador falecido foi o órgão sólido mais transplantado até agora, 124 vezes até o início desta semana, segundo dados da Central de Transplante do Ceará, seguido do fígado e do coração, respectivamente com 103 e 16 procedimentos realizados. Em relação aos tecidos, a córnea foi a mais transplantada, 529 vezes entre janeiro e julho deste ano. Em 2015, o Estado efetivou 1.433 transplantes.
Os mais recentes concretizados no Ceará foram dois transplantes de coração realizados no Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, o Hospital de Messejana, ontem, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). A doação dos órgãos foi feita na terça-feira (26), no Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte. Um dos beneficiados é um aposentado de 68 anos que sofria de miocardiopatia hipertrófica e estava internado há três meses esperando o transplante. O outro paciente, de 60 anos, sofria de miocardia isquêmica e aguardava o procedimento há duas semanas. Ambos estão em situação estável e continuam sendo acompanhados pelo Hospital de Messejana.
Transporte
Para garantir a efetividade das doações, o transporte dos órgãos até Fortaleza foi viabilizado por meio de duas aeronaves asseguradas pelo governo do Estado, processo realizado pela Pasta desde o ano de 2008. Em 2015, o Estado liberou 43 vezes o uso de aeronaves para o transporte de órgãos e tecidos, de acordo com a Sesa. De janeiro desde ano até a última terça-feira (26), foram 21 voos.
dsa O transporte também pode ser feito por meio dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Em 2015, a FAB transportou 24 órgãos. Entre os anos de 2013 e 2015, foram 5.700 órgãos transportados em todo o País, inclusive com destino ao Ceará. Atualmente, 1.201 pessoas aguardam na fila de espera por um transplante de órgão.
A campanha "Doe de Coração", realizada pela Fundação Edson Queiroz desde 2003, é uma grande aliada no incentivo à doação voluntária de órgãos e tecidos no Estado.
Tradicionalmente realizado no mês de setembro, o movimento já recebeu o reconhecimento da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) e é promovido em hospitais, escolas, clínicas, no Sistema Verdes Mares, na Universidade de Fortaleza (Unifor) e em entidades diversas.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

O novo mapa do cérebro

Pesquisa revela a existência de quase 100 áreas até hoje não identificadas. Os dados ajudarão no tratamento de doenças como o Alzheimer e a esquizofrenia e tornarão as cirurgias mais seguras

O novo mapa do cérebro
Ciência: O novo mapa e o cientista Matthew Glasser, que coordenou o estudo
O cérebro humano continua a representar um desafio para a ciência. A cada passo dado na pesquisa para desvendá-lo, surpresas aparecem, denunciando que o órgão é mais complexo do que se imagina. Na última semana, os responsáveis por um dos maiores estudos em andamento no mundo anunciaram mais uma dessas evidências. Nada menos do que 97 novas áreas foram identificadas no córtex, região onde são processadas funções como o raciocínio, a atenção, a concentração, a memória e a linguagem.
Com isso, subiu de 83 para 180 o total de pontos conhecidos em cada hemisfério (direito e esquerdo). Locais responsáveis pela interpretação do que se vê, pela audição e julgamento de histórias e outros, encarregados de desempenharem múltiplos trabalhos, vieram à luz. O novo mapa da arquitetura cerebral funcionará como bússola para garantir mais precisão às cirurgias, fornecendo aos médicos um panorama detalhado do terreno onde trabalharão.
Isso garantirá maior segurança ao proporcionar que os cirurgiões intervenham somente nas áreas doentes, reduzindo o risco de lesar estruturas saudáveis. “Até agora, muitas vezes não ficavam claros os limites de cada área”, explicou o cientista David Van Essen, da Universidade de Washington (EUA) e coordenador da pesquisa, que conta com a participação de outras seis instituições.
Na cartografia do cérebro conhecida até hoje, era como se pudessem ser vistos com clareza apenas planícies, vales, montanhas. Os limites e conexões entre esses diferentes relevos continuavam a ser em grande parte desconhecidos. O trabalho capitaneado por Van Essen desvenda essa rede, traçando um desenho claro das rotas por onde trafegam as informações entre as áreas.
COMO NA ASTRONOMIA
As informações contribuirão ainda para o melhor entendimento de doenças como o Alzheimer, esquizofrenia, autismo e demências. Essas são enfermidades cujas origens – ou pelo menos parte delas – estão relacionadas a disfunções no córtex, região que, apesar de conter apenas 20% dos neurônios, é palco de cerca de 150 trilhões de sinapses (zona de transmissão de dados entre um neurônio e outro).
O mapa usou imagens obtidas do cérebro de 210 voluntários saudáveis.
Foram levantados dados de espessura, tamanho, atividade e conectividade de cada uma das áreas. O trabalho só pode ser feito graças a aparelhos cada vez mais sofisticados. “É possível fazer uma analogia com a astronomia”, disse Matthew Glasser, da Universidade de Washington. “Os telescópios baseados em terra forneciam imagens imprecisas dos planetas. Depois, com o surgimento dos telescópios espaciais, tivemos outro retrato do universo.” Agora, tem-se o mais claro retrato do cérebro humano da história.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Hospitais devem adotar plantão obstétrico 24h -Ce

A recomendação é do Decon, que deve iniciar um processo de fiscalização em unidades de Fortaleza
As unidades precisam organizar equipes presenciais com médicos nos hospitais; os equipamentos têm até 30 dias para regularizar a situação ( FOTO: MARILIA CAMELO )
Os hospitais da rede privada, que possuem maternidade ou setor obstétrico, devem contar com um plantão presencial com a presença de obstetra, anestesista e pediatra. A recomendação veio por meio do Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon), no Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). Conforme o Decon, os hospitais interessados foram notificados e têm até 30 dias para se regularizar.
A secretária-executiva do Decon, Ann Celly Sampaio, contou que o órgão recebeu denúncias contra hospitais particulares que não contavam com a devida equipe no plantão. "Estive conversando com obstetras e eles disseram que o sistema de sobreaviso é perigoso. A paciente, quando chega em trabalho de parto, precisa de assistência imediata. Ela não pode esperar a ligação para que o médico venha. É uma situação que apresenta risco de vida. Eles precisam do plantonista, é algo que os hospitais têm de encarar".
De 2013 a 2015, segundo a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), o número de partos cesáreos superou o de naturais. No período de três anos, as cesarianas se mantiveram em, aproximadamente, 57%. A Pasta ressalta que em nível estadual há quatro hospitais de referência para partos. Três estão na capital cearense: Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Hospital Geral Dr. César Cals de Oliveira e o Hospital José Martiniano de Alencar. No Interior, está o Hospital Regional Norte. Todos com equipe durante 24 horas.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ressalta que todos os hospitais da rede pública de Fortaleza com maternidade já contam com um obstetra plantonista presencial durante 24 horas. Já a Sesa complementa que as unidades do Gonzaguinha estão preparadas para receber mulheres em trabalho de parto, a qualquer momento. Sobre as unidades privadas do Estado, a secretária-executiva do Decon disse que não há interesse em punir, e sim resguardar o consumidor em situação de vulnerabilidade para que exista segurança no procedimento.
Riscos
"As empresas têm o prazo de 30 dias para se regularizar a partir da data do recebimento da resolução. Após esse prazo, nós vamos começar a fiscalizar. Caso elas não atendam, correm o risco de receber multa ou ação civil. Nós queremos que os hospitais possam se adequar, cumpram a resolução e tenham cuidado com seus pacientes", ressaltou Ann Celly.
A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) informou em nota que todas as maternidades devem possuir obstetras presenciais 24h para prestar o atendimento às parturientes que dão entrada em seus sistemas de urgência e emergência.
A reportagem também entrou em contato com a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) sobre a recomendação, mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta.
Mais informações
Contatos para denúncias ou dúvidas no Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon): Telefone - 0800 2758001
Site - http:www.Decon.Ce.Gov.Br

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Método contraceptivo para mulheres em risco -Ce

As autoridades de saúde querem reduzir o alto índice de gestações indesejadas e as suas sequelas
Ana Lídia Coutinho - Especial para Cidade
A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) vai ofertar, a partir de setembro, um novo método contraceptivo reversível de longa duração, chamado implante subdérmico, para mulheres que vivem em situação de risco social. A população-alvo são as adolescentes de 15 a 19 anos, mulheres em idade fértil que estão em situação de privação de liberdade e também dependência química, e será definida a partir de um levantamento quantitativo por regional e segmento social realizada pelo próprio Estado.
O projeto de planejamento familiar especial com implantes subdérmicos para mulheres em risco social tem o objetivo de reduzir a mortalidade materna e infantil no Ceará e a taxa de gravidez não planejada nas mulheres em situação de risco social.
arte
Segundo a supervisora do Núcleo da Saúde da Mulher, Silvana Napoleão, o projeto foi proposto pela Sesa depois da constatação da existência de crianças prematuras, de altas taxas de aborto entre adolescentes e da grande quantidade de crianças vindas de mães usuárias de drogas nas creches com sequelas da gestação. "A mesma problemática acontece com as mulheres em caso de privação de liberdade, que também possuem alto índice de uso de drogas e não conseguem usar a pílula corretamente", explica.
Conforme a Sesa, em 2015, o número de nascidos vivos entre mães adolescentes, na faixa etária entre 10 e 19 anos, foi de 30,1%, o que representa um total de 25.695 casos. De 2010 a 2014, ou seja, nos cinco anteriores, este número se manteve em uma média de cerca de 26.400 casos por ano, quase mil casos a mais do que o ano passado.
Silvana Napoleão explica que, sobretudo as adolescentes, costumam esquecer a pílula ou não fazem o acompanhamento correto. A consequência costuma ser, portanto, a realização de abortos clandestinos ou, ainda, o abandono dos estudos para cuidar do bebê. "Além disso, este é um dos melhores métodos para elas por ser contínuo, porque as adolescentes não usam camisinha", ressalta.
Ainda segundo a Sesa, há 680 mulheres no Presídio Feminino Auri Moura Costa, com idade entre 18 a 49 anos, e 50 adolescentes no Centro Educacional Aldacir Barbosa Mota, entre 12 a 18 anos de idade, ou seja, 730 mulheres em situação de risco e com idade fértil. O projeto acontece em parceria com a Secretaria da Justiça do Estado e a Secretaria Especial de Políticas sobre Drogas, para atender esses dois públicos de mulheres em situação de vulnerabilidade.
Capacitação
Silvana explica que o momento atual é voltado para a capacitação dos profissionais de saúde que atuam em unidades prisionais, unidades básicas de saúde em locais com maior incidência de drogas e maternidades de referência para gestantes de alto risco para a realização segura do implante.
A implantação terá início em setembro. Inicialmente, o implante subdérmico será disponibilizado nas unidades básicas de saúde de Fortaleza, onde há maior índice de consumo de álcool e drogas, no Hospital Geral César Cals, Hospital Geral de Fortaleza e na Maternidade Escola Assis Chateaubriand, e Centro Educacional Aldacir Barbosa Mota e Presídio Feminino Auri Moura Costa.

sábado, 23 de julho de 2016

Material esterilizado é sinônimo de segurança

Para frequentadores de salões, a higiene das ferramentas usadas nas unhas é fundamental na escolha do espaço
Para evitar contaminação, o material deve estar esterilizado e a embalagem aberta na frente do cliente. A estudante de medicina veterinária Raquel Ellery utiliza os serviços de salão semanalmente e está atenta à higienização dos utensílios
Além de vacinada contra doenças infecto-contagiosas, a exemplo de hepatite B e C, a manicure precisa usar máscara, lixa e luvas descartáveis ( Fotos: Helene Santos )
Seja qual for o procedimento, o consumidor consciente está sempre em alerta ao optar por algum serviço realizado em estabelecimentos de beleza, especialmente quando o assunto é relacionado aos equipamentos utilizados por manicures.
De acordo com a coordenadora da Saúde e Vigilância Sanitária de Fortaleza, Ivna Cidrão, é por meio de utensílios perfurocortantes como alicates, tesouras e puxadores de metal, que o usuário fica vunerável à transmissão de micoses, hepatites B e C ou mesmo HIV.
A solução para excluir qualquer tipo de contaminação dessas doenças, segundo a especialista, é manter todo o material adequadamente esterilizado.
"Esse é o método pelo qual todas as formas de vida microbiana são destruídas. É possível acabar com as bactérias, os vírus e os fungos que apresentam riscos, desde os inofensivos aos mais resistentes", revela.
Conforme o manual "Postura profissional e normas técnicas", disponível no site do Sebrae, as técnicas de esterilização válidas em materiais de metal e aço inox utilizados por manicures, pedicures e podólogos devem ser em estufa ou autoclave.
Procedimento
O método mais seguro e recomendado pelo farmacêutico e consultor técnico de salão de beleza, Victor Freire é o realizado no autoclave. Nesse procedimento, o material deve estar devidamente limpo, higienizado com álcool gel a 70% e em embalagem apropriada.
Na sequência, deve ser colocado água destilada no compartimento. No autoclave, é acionado o ciclo correspondente a cada tipo de material. (inox, metal), mantendo assim, a temperatura e o tempo necessários para a eficácia da esterilização.
Na utilização do autoclave não é possível abrir o aparelho. Ao fim do ciclo, a porta destrava automaticamente.
"Por isso, que a esterilização realizada em autoclave é, definitivamente a mais eficiente, pois o profissional não consegue interromper seu procedimento caso necessite do alicate ou espátula com urgência para atender um cliente inesperado", diz o consultor do espaço de beleza Naugusto & Savia, Victor Augusto Freire.
Aparência e higiene pessoal - Dentre todas as normas exigidas pelos proprietários de salões de beleza de sua equipe de profissionais, os cuidados com a higiene pessoal é um item indispensável.
Usar sempre roupas limpas, de preferência de cores claras, dá a impressão de limpeza impecável, cabelos penteados, manter as mãos muito bem lavadas, antes e depois de trabalhar nas unhas de um cliente, evita a contaminação.
Também é importante o uso de luvas, máscaras e materiais descartáveis, como lixas e palitos. A higienização dos utensílios de trabalho das manicures deve ser feita com água e sabão ou detergentes. "O álcool gel a 70% é bastante recomendado para a antissepsia dos equipamentos", destaca.
Após o uso do material, o farmacêutico e consultor indica a esterilização imediata. Na autoclave, os utensílios devem permanecer por 1h a uma temperatura de 121ºC a 137ºC.
Atenção
Todo cuidado é pouco na hora de retirar a cutícula. Quando a pele é muito fina, é preferível não retirá-la para evitar ferimentos. É ainda importante o uso de toalhas limpas. "Os protetores das bacias são de plásticos e de uso único", ressalta Victor Augusto Freire.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Em 7 dias, Capital teve mil casos de chikungunya -Ce

Apesar dos números, a Capital é referência no controle do mosquito, por isso recebe visita de técnicos do Suriname
Lêda Gonçalves* - Repórter
Muitos espaços contribuem para a proliferação dos focos, por isso agentes da Prefeitura têm realizado limpeza e campanhas educativas ( FOTO: FABIANE DE PAULA )
Fortaleza registra 7.152 casos confirmados de febre chikungunya neste ano. Na semana passada, segundo o boletim da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o número de ocorrências chegou a 6.032. Ou seja, mais de mil casos a mais da doença. Os dados constatam o avanço da doença e reforçam a necessidade da participação da população no controle de focos do mosquito Aedes aegypti, apontam infectologistas do Estado.
Nesse período, os bairros com mais de 200 infectados passaram de quatro para sete: Montese com 595; Barra do Ceará, 352; Antônio Bezerra, 296; Cristo Redentor, 245; Mondubim, 216 e Jacarecanga, 212.
dsa Ainda segundo o boletim, foram notificados nove óbitos suspeitos da enfermidade, destes, dois foram analisados e comprovados pelo Comitê Estadual de Investigação dos óbitos por Dengue e sete ainda estão sendo investigados. Dos 119 bairros, apenas seis - Cocó, Coaçu, Sabiaguaba, São Bento, Lourdes e Manuel Dias Branco - não possuem ninguém infectado ou com sintomas da doença.
A faixa etária com maior número de ocorrências é a que está entre 41 a 50 anos, com 1,4 mil doentes. Outro dado que chama atenção é o total da população entre 71 a mais de 80 anos. São 430 confirmações. Ainda há casos de crianças entre zero e nove anos de idade: são 228 ocorrências nessa porção populacional.
Segundo avalia o infectologista Ivo Castelo Branco, algumas dessas pessoas estão no grupo das que mais sofrem. "Nesse grupo estão as crianças, idosos, diabéticos, hipertensos e aqueles que apresentam problemas no coração, transplantado ou em tratamento contra o câncer".
Apesar do cenário alarmante na cidade, as ações contra o vetor desenvolvidas pelo Município são consideradas referência para o País. "O trabalho realizado é diário e tem feito diferença", aponta o gerente da Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da SMS, Atualpa Soares.
Tanto que técnicos da República do Suriname estão na Capital para conhecer o Programa de Controle de Vetores desenvolvido pela Prefeitura. O Ministério da Saúde escolheu a Capital para o treinamento devido a esse trabalho. Para a assessoria técnica do Núcleo de Endemias, a visita de estrangeiros para conhecer o programa desenvolvido em Fortaleza reforça ainda mais as atividades realizadas na Capital. "Os técnicos terão acesso a todos os processos adotados no combate ao Aedes aegypti, com a intenção de que o conhecimento adquirido seja replicado no Suriname", destacou.
Mutirões
De acordo com Soares, Fortaleza tem recebido ações da Prefeitura, como mutirões de limpeza, campanhas educativas em escolas e prédios públicos, formação de brigadas, reforços das visitas domiciliares, além das operações Quintal Limpo e Foco no Foco. Durante o 1º semestre, informa, foram realizadas 28 mil ações, como formação de brigadas e atividades educativas, e mais de 1,5 milhões de visitas domiciliares para eliminar os riscos em relação às doenças transmitidas por vetores.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Após anunciar suspensão, Wada libera laboratório brasileiro para a Rio 2016

Agência Mundial Antidopagem anuncia decisão que tem efeito imediato para os Jogos

Por Rio de Janeiro
Rio 2016 doping LBCD Ladetec  (Foto: Reuters)Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD) está liberado pela Wada (Foto: Reuters)


A Agência Mundial Antidopagem (Wada) anunciou nesta quarta-feira a liberação do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD) para realizar os exames durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, após suspensão provisória que havia sido imposta no último dia 24 de junho. A nota da agência é assinada por Sir Craig Reedie, presidente Comitê Executivo da Wada, e a decisão tem efeito imediato.
- A Wada está muito contente de anunciar que o credenciamento do laboratório do Rio foi restabelecido. Todas as partes trabalharam para resolver o problema identificado para que o laboratório pudesse funcionar de maneira otimizada para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio, que começam em 5 de agosto. Os atletas podem estar confiantes de que as amostras antidopings foram fortemente analisadas no laboratório e que também serão durante os Jogos - afirmou Olivier Niggli, diretor-geral da Wada.
O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, e o secretário nacional da ABCD, Rogério Sampaio, acompanharam de perto nas últimas semanas, ao lado do Comitê Organizador Rio 2016 e do Comitê Olímpico Internacional (COI), o processo de auditoria e de revisão de procedimentos empreendido pela Wada. O laboratório da UFRJ, confirmado como instituição responsável pela realização dos testes antidopagem durante a Olimpíada, recebeu investimentos de R$ 188 milhões do governo federal e já realizou mais de 2,5 mil testes desde a sua reinauguração em 2015.
Para ser liberado, o LBCD teve que cumprir uma série de exigências para seguir os padrões exigidos pela Norma Internacional de Laboratórios (ISL). Membros da Wada estiveram no local para checar a qualidades dos equipamentos e do trabalho dos técnicos. Se a suspensão do credenciamento tivesse sido mantida, os testes antidopings da Rio 2016 teriam que ser mandados para um laboratório credenciado em outro país. Dessa forma, os resultados poderiam demorar até cinco dias, em vez de 24h, como está previsto sendo feitos no Brasil.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Infecções pelo vírus HIV chegam a 2,5 milhões

Segundo relatório, 38,8 milhões de pessoas viviam com o vírus em 2015. Em 2000, eram 28 milhões de infectados
Número de mortes provocadas pela Aids caiu 33% entre 2005 e 2015, graças à intensificação dos tratamentos antirretrovirais ( Foto: Alex Costa )
Londres. Dois milhões e meio de pessoas são infectadas anualmente pelo vírus da Aids. O dado foi divulgado ontem na revista médica britânica "The Lancet".
O estudo reúne estatísticas de 195 países entre 1980 e 2015. O número de novas infecções permaneceu relativamente estável no período estudado e os novos tratamentos reduziram a mortalidade vinculada à doença, segundo o estudo. Segundo o relatório, 38,8 milhões de pessoas viviam com o HIV em 2015, um número que aumenta regularmente desde 2000, quando totalizavam 28 milhões.
As mortes provocadas pela Aids caíram de um pico de 1,8 milhão em 2005 a 1,2 milhão em 2015, especialmente graças à intensificação dos tratamentos antirretrovirais (ARV) e à prevenção da transmissão do vírus de mãe para filho.
A quantidade anual de novas infecções permaneceu relativamente constante em um nível de 2,5 milhões por ano no mundo nos dez últimos anos, após um período de rápido declínio a partir de um pico de 3,3 milhões de novos infectados em 1997. A utilização de tratamentos ARV (antirretrovirais) avançou rapidamente de 6,4% em 2005 a 38,6% em 2015 para os homens infectados, e de 3,3% a 42,4% para as mulheres no mesmo período. Apesar dos avanços, a maioria dos países estão longe de alcançar o objetivo fixado pela Unaids até 2020, que consiste em tratar 90% dos pacientes infectados. Em 2015, 41% dos soropositivos receberam um tratamento ARV, segundo o estudo.
Essa cobertura terapêutica é muito variável entre diferentes regiões e países. É necessária uma intensificação dos tratamentos, em particular no Oriente Médio, África do Norte e Europa do Leste, assim como em alguns países da América Latina.
Alcançar o objetivo da Unaids até 2020 implica tratar com ARV 81% das pessoas infectadas. Suécia, Estados Unidos, Holanda e Argentina estão perto de atingir esta meta. A América Central, o Caribe e países como Venezuela (35%) e Bolívia (24%) figuram entre os mais atrasados.
Chegar a 81% de cobertura terapêutica ART significa tratar 3,1 milhões de soropositivos adicionais por ano entre 2015 e 2020, destacam os autores.
Em 2015, 1,8 milhão de novas infecções ocorreram na África subsaariana, seguidas por 212.500 no sul da Ásia. Entre 2005 e 2015, a taxa de novas infecções por HIV aumentou em 74 países, especialmente Indonésia, Filipinas, África do Norte e Oriente Médio, assim como em alguns países da Europa Ocidental, como Espanha e Grécia.
"Ainda existem grandes incertezas sobre as estimativas da quantidade de novas infecções por HIV em muitas regiões do mundo", afirmam duas pesquisadoras francesas, Virginie Supervie e Dominique Costaglia.
Unaids
Um estudo da Agência da ONU para Aids (Unaids), divulgado na semana passada, já havia apresentado o quadro estável de novas infecções por HIV no mundo. A pesquisa analisa o período de 2010 a 2015. Segundo o relatório da Unaids, 1,9 milhão de pessoas foram infectadas nos últimos cinco anos. Houve um crescimento de 4% dos casos no Brasil, o que representa 40% das novas infecções por HIV na América Latina e Caribe.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Mosquito: incidência de doenças ultrapassa à de Aids e câncer -Ce

Dengue, zika e chikungunya juntas matam mais que todos os tipos de meningites, tuberculose, H1N1
Lêda Gonçalves - Repórter
dsa Considerado o "inimigo epidemiológico número um do Brasil", o mosquito Aedes aegypti é uma ameaça cada vez maior no dia a dia da população. No Ceará, o vetor transmissor da dengue, zika e chikungunya apresenta incidência mais elevada do que o HIV/Aids, alguns tipos de câncer (mama, próstata, colo do útero, linfoma de Hodgkin), além de, juntas, levar a óbito maior número de pessoas do que todos os tipos de meningites, tuberculose ou da gripe H1N1.
De acordo com os mais recentes boletins epidemiológicos da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), um número cada vez mais alto de casos novos dessas enfermidades surgidas no mesmo local e período teve aumento de suas incidências. A dengue registra 221,6 casos a cada grupo de 100 mil habitantes. A febre chikungunya já está em 291,6 ocorrências positivas para o mesmo total de pessoas. Dados bem superiores à Aids, câncer da mama ou da próstata. A primeira tem 2,3 casos por 100 mil, a segunda, 46,30 e a terceira doença, 57,52 para cada grupamento de 100 mil moradores.
As três somam, até o dia 8 de julho, 38 mortes no Estado. As diversas formas de meningite, por exemplo, mataram 14 pacientes, a tuberculose, 29 pessoas e a H1N1, 17infectados.
Ainda segundo os boletins da Sesa, até o último dia 15, o Ceará soma 19.728 confirmações da dengue, com 14 óbitos. Ainda em investigação existem 43 casos de formas graves, destes 38 óbitos suspeitos. Fortaleza tem incidência de 367,2 e 9,5 mil casos positivos.
Municípios
A chikungunya marca 10,5 mil registros confirmados e três óbitos. Fortaleza possui 270 casos a cada 100 mil habitantes. Essa é a média do Estado, no entanto, municípios como Nova Russas, Campos Sales, Assaré e Capistrano apresentam incidências acima de mil. Por sua vez, a microcefalia associada ao zika vírus tem 127 casos confirmados no Ceará e já matou 21 pessoas.
A infectologista e diretora do Hospital São José, Tânia Mara, pondera que o Ceará enfrenta epidemias de chikungunya e dengue e que o período favorece o aumento dos focos do mosquito Aedes aegypti. "Além do mais, quase toda a população está suscetível à primeira e sem imunidade. A segunda continua fazendo vítimas porque tem quatro sorotipos e, sem dúvidas, muita gente ainda vai contrair um desses tipos", explica.
Espaço
O mosquito se especializou em dividir o espaço com o homem, afirma a médica. "No entanto, está cada vez mais difícil eliminar esse vetor. Por isso, a meta é controlá-lo, o que também não é nada fácil. Seria necessário uma campanha voltada para a saúde e educação", aponta.
Também, diz, se trata de um mosquito flexível em seus hábitos de alimentação. A bióloga Denise Valle, pesquisadora do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), ressalta que o Aedes aegypti é, geralmente, diurno: prefere sair em busca de sangue pela manhã ou no fim da tarde, evitando os momentos mais quentes do dia. "Mas ele é oportunista. Se não tiver conseguido se alimentar de dia, vai picar de noite. Isso não ocorre com o pernilongo, por exemplo, que é noturno e só vai estar quando o sol começa a se pôr", explica.
Segundo a pesquisadora do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus, considerado uma das espécies de mosquito mais difundidas no planeta pela Agência Europeia para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), o Aedes aegypti - nome que significa "odioso do Egito" - é combatido no País desde o início do século passado.
Mais informações
Para denunciar focos do Mosquito Aedes aegypti em Fortaleza, a população pode ligar para a Ouvidoria da Saúde 0800.275.1364

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Campanha por doação de sangue e plaqueta mobiliza as redes sociais

Aos 25 anos, Bárbara Moglie Martinez descobriu a leucemia. Ela iniciou o tratamento e precisa das doações
A família e amigos da jovem realizam uma campanha nas redes por doação de sangue e plaquetas
Bárbara Moglie Martínez tem 25 anos e descobriu que estava com leucemia na última quinta-feira
Uma campanha por doação de sangue e plaquetas está movimentando as redes sociais. Familiares e amigos da consultora de vendas Bárbara Moglie Martinez, 25 anos, vêm compartilhando o pedido que rapidamente se espalhou para conhecidos e desconhecidos da jovem que se surpreendeu, na última quinta-feira, com o diagnóstico de  leucemia. "Minha vida era perfeita. Ninguém nunca esperou", desabafa.
 
Bárbara conta que começou a sentir os sintomas da doença há cerca de três semanas, mas que no início se confundiu com os indícios de uma gripe. "Tudo começou com uma tosse, falta de apetite, náuseas, febre,cansaço, indisposição e uns roxos no corpo. Na primeira semana achei que fosse uma virose comum, então não levei muito a sério. Na segunda semana como não havia melhora procurei um médico e o mesmo disse que era apenas uma bactéria e me passou um antibiótico e um xarope", contou.
 
Sem que nenhuma melhora se apresentasse, a consultora de vendas procurou um segundo médico, na quarta-feira (13), que exigiu a realização de novos exames e a supeita de um tumor apareceu. Com os exames de sangue muito alterados, ela precisa de doação de plaquetas para que o corpo fique mais forte para o tratamento do câncer que prevê, inicialmente, baterias de quimioterapia.
 
De acordo com Bárbara, a previsão é de que o tratamento dure cerca de 8 meses, com uma rotina bem diferente da que tem hoje em dia. "Incialmente ficarei de 21 a 28 dias internada. Nesses oito meses ficarei entre hospital e casa. Serão três semanas no hospital e uma semana em casa", explicou ela, que iniciou neste sábado (16) sua primeira sessão de quimioterapia.
 
A rapidez com que a vida mudou de cabeça para baixo não a fez perder a fé. "Graças a Deus eu aceito as coisas muito fáceis. Aceitei muito bem. Estou confiante e preparada. A medicina hoje está muito avançada. Já ouvi diversos casos que passaram por isso e vivem hoje normalmente. Lógico que vai mudar completamente o estilo de vida, mas estou recebendo muita força de amigos e familiares.  E até de pessoas que nem conheço. E isso dá uma força muito grande", desabafa ela que se surpreende com o tamanho da repercussão da campanha nas redes sociais.
 
Sem poder receber visitas por conta da imunidade baixa e internada desde a quarta-feira (13), ela consegue sentir o carinho e o cuidado através de mensagens de apoio e compartilhamentos. "Será apenas mais uma provação de Deus. Estou pronta e confiante que tudo dará certo. Mas estou muito feliz com cada palavra de ajuda e carinho de cada um", diz cheia de esperança.
 
Para doar para Bárbara Moglie Martinez
 
Ela precisa de sangue de qualquer tipo e plaquetas, que devem ser coletados no Fusijan. Doação em nome da beneficiaria Bárbara Moglie Martínez . 
 
Para doação de sangue e plaquetas
 
Para ser um doador de sangue é preciso: estar saudável, bem alimentado, ter mais de 50kg, ter entre 16 a 69 anos de idade e apresentar um documento oficial e original com foto. 
 
Para ser um doador de plaquetas é necessário ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50kg, portar documento OFICIAL COM FOTO, estar bem alimentado (evitando alimentos gordurosos), estar saudável, não estar fazendo o uso de ácido acetilsalicílico (AAS), anti-inflamatórios e remédios para pressão.
 
O doador passa por uma avaliação clínica e triagem (como um doador de sangue)
2) É necessário ser feita uma contagem das plaquetas. O doador deve ter no mínimo 150 mil plaquetas para estar apto a doar.
3) A veia do doador deve ser bem calibrosa (os profissionais do Hemoce fazem essa avaliação)
 
Não podem doar:
- Pessoas que receberam transfusão de sangue;
- Gestantes;
- Doadores que estiverem gripados ou com febre;
- Doadores que ingeriram bebida alcoólica nas últimas 12 horas;
- Pessoas que tiveram hepatite após 11 anos de idade, doença de chagas e malária;
- Pessoas que adotaram comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis e usuários de drogas.

sábado, 16 de julho de 2016

Estreita relação entre hipertensão e visão

A oclusão da veia central da retina (OVCR) está relacionada à saúde circulatória e aos hábitos alimentares
A retina é a região do olho onde estão as células que têm como função transmitir para o cérebro os estímulos luminosos para serem transformados em visuais. Qualquer alteração pode indicar risco de perda parcial ou total da visão
Comorbidades como diabetes, obesidade e, principalmente, hipertensão arterial afetam a circulação sanguínea aumentando o risco de uma Oclusão da Veia Central da Retina (OVCR) e de ramos venosos da retina. A hipertensão responde por cerca de 80% dos casos nas pessoas acima de 50 anos de idade.
"Estes quadros obstrutivos podem levar a perda total da visão se não forem prontamente diagnosticados e tratados. É essencial manter o controle da pressão arterial e do diabetes, minimizar a incidência de obesidade, assim como evitar o tabagismo, controlar o colesterol e triglicérides, associando isso a hábitos saudáveis da alimentação e atividade física regular", indica o Dr. André Gomes, membro do Conselho Consultivo e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo.
Fluxo bloqueado
A OVCR ocorre quando o ramo principal da veia (responsável por drenar o sangue da retina) é bloqueado e o fluxo sanguíneo interrompido. Esse bloqueio pode acontecer de três formas: por meio de coágulos sanguíneos; por acúmulo de gordura nas paredes dos vasos; ou pela pressão anormal nas veias da retina. As duas últimas formas são causadas pelo alto colesterol e hipertensão arterial sistêmica elevada, respectivamente.
Segundo o oftalmologista, a pressão anormal nas veias retinianas é a principal causa da doença. Afirma que "a maioria dos pacientes acima dos 50 - que têm obstrução vascular da retina - são hipertensos. No dia-a -dia clínico é comum vermos a falta de informação sobre a saúde ocular e o quanto as pessoas nem desconfiam da estreita relação que existe entre a pressão alta e a visão".
Como tratar
A OVCR provoca embaçamento e manchas escuras no campo de visão, ou até mesmo a perda súbita e indolor da capacidade de enxergar, que pode ou não ser recuperada. "É até possível também que a visão seja restaurada por si só em alguns casos, mas o certo é procurar um especialista para diagnosticar e tratar a obstrução, evitando uma sequela permanente", diz André Gomes.
Quando a veia é obstruída e falta oxigênio à retina, é iniciado um processo biológico para tentar restabelecer o fluxo sanguíneo. Assim, o organismo tenta formar novos vasos, chamados neovasos, que são tidos como anormais, pois sua formação acelerada causa o vazamento de sangue e líquido dentro da retina, além de formar pequenos focos hemorrágicos que danificam a retina e podem causar cegueira.
Quando há o diagnóstico, é indicada a prevenção da formação dos neovasos. O uso de terapias como a aflibercepte (Eylia, da Bayer), é indicado como tratamento que previne a cegueira potencialmente desenvolvida pela OVCR. O uso é feito por meio de aplicações intraoculares que atuam diretamente na área afetada.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Capital tem 95% de sua área com chikungunya -Ce

Só os bairros Cocó, Coaçu, Sabiaguaba, São Bento, Lourdes e Manuel Dias Branco não têm casos da doença
Lêda Gonçalves - Repórter
A Secretaria Municipal de Saúde, assim como especialistas da área, cobram da população mais atenção com o armazenamento de água em casa, principalmente com as caixas d'água ( FOTO: CID BARBOSA )
Fortaleza enfrenta uma epidemia de chikungunya, alertam infectologistas. A Capital já registra casos confirmados da doença em 95% de seu território. Dos 119 bairros, apenas seis - Cocó, Coaçu, Sabiaguaba, São Bento, Lourdes e Manuel Dias Branco - não possuem nenhuma ocorrência até o último dia 8 de julho, data do mais recente boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Município (SMS).
Só para se ter uma ideia do avanço da enfermidade, no fim de maio, 25 localidades não tinham ninguém infectado e apenas um com mais de 100 comprovações por laboratório. Atualmente, são 16 com números que vão de 101 a 200 casos positivos e quatro - Montese, Antônio Bezerra, Barra do Ceará e Cristo Redentor - com mais de 219 pessoas doentes. Ainda segundo o boletim, são 6.032 ocorrências comprovadas e duas mortes. Outras 1.497 registros em análise, assim como mais sete óbitos.
Incidência
A incidência da doença é outro fator que chama atenção. A Capital possui média de 237 casos por 100 mil habitantes, sendo que em bairros como o Montese, essa variável salta para 1.738 para o mesmo número de moradores. O Cristo Redentor tem incidência de 670 por 100 mil e a Barra do Ceará, 292 por 100 mil. "Sem dúvida, enfrentamos um acréscimo significo da febre chikungunya, mas não podemos fazer nada sozinhos, precisamos da ajuda da população, principalmente em relação às caixas-d'água", diz o coordenador do Controle de Endemias da SMS, Carlos Alberto Barbosa.
Para ele, como a doença é recente e ninguém tem defesas no organismo, qualquer um pode ser infectado. "A velocidade com a qual o vetor age é impressionante. Se no caso da dengue, apenas 40% dos mosquitos transmitem a enfermidade, a chikungunya tem poder de 70%. Numa mesma casa, ele faz várias vítimas", afirma.
O infectologista Anastácio Queiroz avalia que a realidade pode ser mais complicada. "Como muita gente não busca ajuda médica e se automedica, com analgésicos e até corticoide, a situação tende a se agravar". Ele diz que se a dengue mata mais e a zika é a que mais preocupa, a chikungunya maltrata muito e os pacientes ficam até sem poder andar direito ou até pentear o cabelo. "As dores são constantes, sem falar nos prejuízos em geral, como mais tempo afastado do trabalho ou de qualquer atividade até de lazer".
População
Na opinião de Anastácio, a única maneira de conter o mosquito Aedes aegypti - transmissor da dengue, zika e chikungunya - é contar com a ajuda diária da população. "Não adianta o poder público fazer de tudo, se a pessoa mantém depósitos com focos do vetor", comenta.
dsa Carlos Alberto concorda e informa que somente neste ano, a SMS promoveu mais de 30 mil ações educativas. "São mais de 1,4 milhão de imóveis visitados e 17 mil focos destruídos". No entanto, argumenta, o maior desafio são as caixas-d'água. Fortaleza tem cerca de 500 mil unidades e mais de 30% não têm cobertura. "A população quer que o agente de endemias chegue com a escada, suba com cimento ou outro material e tampe adequadamente. O que não é possível, pois é dever de cada morador".
FIQUE POR DENTRO
Ceará registra microcefalia em 50 municípios
O Ceará registra 127 casos confirmados de microcefalia e/ou alterações do Sistema Nervosa Central (SNC) em 50 municípios. O que representa 27,2% do território estadual que possui 184 municípios. Os dados são do mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado na quarta-feira (13).
Segundo o boletim, o Ceará soma 21 óbitos, sendo 20,5% do total de mortes pela doença no Brasil, que registra 102 óbitos. O Estado lidera o número de mortes, no entanto, em relação aos casos em investigação, Pernambuco tem 70 casos ainda em análise e a Bahia, 33.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Comer de 3h em 3h não é mais regra em dieta

Segundo especialista, “esse conceito já não é mais utilizado"
Aos que buscam a boa forma (e, claro, uns quilinhos a menos) já deve ter cansado de ouvir de nutricionistas e outros especialistas da área de saúde que a alimentação de três em três horas é uma dica infalível para acelerar o metabolismo. No entanto, essa orientação pode não ser eficiente para todo mundo. Com informações do jornal O Estado de São Paulo.
Segundo Bruna Pitaluga Peret Ottani, ginecologista e obstetra, pós-graduada em Nutrologia e membro do The Institute for Functional Medicine (IFM), “esse conceito já não é mais utilizado e os trabalhos científicos estão sendo publicados com respostas muito boas quando mudanças nesse padrão horário de dieta são feitas, como o jejum intermitente, que apresenta respostas promissoras para algumas pessoas”.
A médica afirma que não é possível generalizar a orientação, uma vez que cada indivíduo tem um metabolismo e necessidades diferentes e que algumas pessoas se sentem melhor comendo três vezes ao dia do que realizando seis refeições. “Obviamente que as refeições devem ser ricas em nutrientes mesmo que o número seja menor. Cada indivíduo tem as suas peculiaridades metabólicas, como ritmo circadiano diferente e produção hormonal, levando a consumo e necessidade de energia distintos “, explica.
Para a perda de peso, Bruna Ottani diz que a combinação de exercícios físicos de resistência, como a musculação, com as atividades aeróbias, como a corrida, por exemplo, ajuda muito a melhorar a taxa metabólica basal.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Clínica trata alcoólatras com doses de vinho

Os pacientes recebem doses da bebida de hora em hora. A ideia é oferecer um ambiente estável e mais saudável para os dependentes

Embora o tratamento mais recomendado para alcoólatras seja a abstinência, um programa canadense decidiu oferecer vinho aos seus pacientes. A Oaks, por exemplo – uma casa de recuperação localizada em Ottawa, no Canadá, criada para quem já morou nas ruas -, oferece uma dose de vinho por hora para seus internos. A abordagem, chamada de Programa de Gestão do Álcool (MAP, na sigla em inglês), está disponível em diversas clínicas e cidades do país e tem como objetivo oferecer um ambiente estável e mais saudável para dependentes de álcool que moravam nas ruas.
De acordo com informações da rede britânica BBC, o Programa de Gestão do Álcool de Ottawa foi projetado para atender às necessidades de moradores de rua que já haviam tentado parar de beber e falharam. O esquema foi desenvolvido por um grupo de profissionais de saúde há cerca de 15 anos.
“O pensamento era que, se pudéssemos estabilizar a loucura de suas vidas, o dia que começa com a busca de álcool e todas as complicações que ele causa, então talvez pudéssemos fazer investidas para tratar sua saúde mental, dependência de álcool e suas doenças físicas”, diz Jeff Turnbull, um dos idealizadores do projeto e chefe do Hospital de Ottawa, à BBC.
O projeto teve início após caso de um alcoólatra chamado Eugene. “Nós o encontramos na rua com queimaduras. Ele não queria ficar dentro de casa no frio congelante por causa de seu vício em álcool. Então, nos perguntamos se não seria mais seguro se nós pegássemos um pouco de vinho e deixássemos ele beber. Eugene aceitou a proposta sem pensar. Ele ficou dentro do abrigo, a sua hipotermia melhorou e nós salvamos os dedos de seus pés.”, conta Turnbull.

Controvérsia O MAP de Ottawa começou em 2001 e é gerido por uma parceria de duas ONGs – os Pastores da Boa Esperança e o Ottawa Inner City Health. O programa começou no albergue dos Pastores, no centro, e no Oaks – um antigo hotel no oeste da cidade de Ottawa – existe desde 2010. Mas a abordagem inicial foi bem controversa.
“Eu recebi ameaças de morte. A comunidade de viciados é muito dividida sobre redução de danos. Mas há alguns projetos que veem a abstinência como o único tratamento para o alcoolismo”, lembra Turnbull, que continua como o médico responsável do Oaks.
O Oaks tem uma lista de espera. Antes de ser aceito, os potenciais residentes devem provar que podem viver dentro das regras do programa e contribuem para manter o seu próprio sustento – e o vinho – através de pensões e benefícios do Estado.
“Eu adoraria que todos eles fossem abstinentes, mas isso é viável ou possível? Talvez não. Nós tentamos reduzir seu consumo diário de álcool. Pelo menos, eles são estáveis aqui no Oaks. Eles estão felizes e eles têm um padrão de vida razoável.”, diz  Turnbull.
O vinho, do tipo branco californiano com teor alcoólico de 13%, é produzido no local e distribuído a cerca de 50 alcoólatras. Na primeira distribuição do dia, às 7h30, a maioria dos internos recebe cerca de 200 ml, quantidade superior ao tamanho médio de um copo de vinho servido na Europa. No resto do dia até 21h30, eles tomam pouco mais de 140 ml por hora. Entretanto, ao primeiro sinal de embriaguez, a pessoa não recebe outra dose e é convidada a se retirar para o quarto.
“Isso não acontece com frequência, mas, se alguém está bêbado, peço para que vá para seu quarto dormir um pouco”, disse Lucia Ali, uma dos funcionárias que trabalham na linha de frente do bar do Oaks.
Depois de pegar suas bebidas no balcão, eles passeiam na área comum ou tomam suas bebidas no pátio exterior, onde muitos acendem um cigarro. Os homens e as mulheres são, em sua maioria, de meia idade ou mais velhos. Alguns usam bengalas, andadores ou cadeiras de rodas. A saúde frágil é resultado de uma vida regada a álcool.
Há uma sala de TV e um computador no local. Há passeios e viagens de compras. É uma vida muito diferente do que muitos levavam nas ruas. Alguns dos pacientes têm contato com suas famílias. Outros estão esperando para ser voluntários ou até mesmo voltar a trabalhar.

Economia aos cofres públicos


Um estudo piloto realizado pela Universidade de Victoria, no Canadá, mostrou que a tática adotada pelo MAP melhorou a vida dos dependentes, reduzindo os custos e cuidados de saúde. De acordo com os resultados, houve uma redução no número de incidentes dos participantes do projeto com a polícia, uma diminuição de 70% nas admissões de desintoxicação e 47% nas admissões hospitalares.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Medidas caseiras podem atrair focos de mosquito

Ceará registrou, neste ano, 18.505 casos de dengue, e 8.582 de chikungunya, com dois óbitos
A utilização de materiais e substâncias químicas pela população tem sido uma prática para combater a proliferação do Aedes aegypti - vetor transmissor da dente, chikungunya e zika. O uso de medidas caseiras, no entanto, não é visto com tanta eficácia por órgãos da saúde.
Para a assessora técnica da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa), a bióloga Ricristhi Gonçalves, as ações populares "não garantem por completo o afastamento do mosquito. Muitos atos praticados pela população, como armadilhas ou a utilização de substâncias, necessita de uma supervisão. Essas ações podem até se tornar possíveis pontos de proliferação do Aedes", comenta.
A dona de casa Lúcia Maria, do bairro do Bom Sucesso, pontua que utiliza detergente e água sanitária em alguns pontos da casa que acumulam água. Segundo ela, uma vizinha a informou que o produto mata a larva do mosquito. "Eu sempre coloco. Já perguntei a um agente de saúde, mas ele disse que não tem problema. Mas também diz que não sabe se dá certo", conta.
A assessora técnica da Sesa dá outro exemplo praticado em residências de Fortaleza que o manejo de hipoclorito, frequentemente usado como desinfetante e como agente alvejante. "Se sabe que é utilizado, mas não sabemos ainda a eficácia. Outro problema encontrado é a necessidade de ficar repondo esse tipo substância. A citronela também é bastante utilizada, mas precisa de uma grande quantidade para afastar o mosquito", aponta.
zxc
A bióloga destaca que as escolas do Estado chegaram a realizar ações como a construções de armadilhas caseiras de mosquito com garras pet, mas a utilização foi reavaliada. Ela ressalta que as medidas necessárias são direcionadas à vedação de reservatórios de água e ao armazenamento adequado de vasilhames e garrafas em quintais. Para o Professor Luciano Pamplona, do Laboratório de Entomologia Médica da Universidade Federal do Ceará (UFC), a implementação de novas tecnologias é bem-vinda, mas precisa ser avaliada tecnicamente. "Essas medidas são positivas na medida que mobilizam as pessoas a terem atenção com os cuidados em casa". Um exemplo citado pelo especialista é do chá do inhame. "Nos últimos meses, foram vistas nas redes sociais receitas de chá para combater o mosquito. Esse tipo de conteúdo é preocupante, pois não existe nenhuma comprovação científica de sua eficácia".
Atualmente, o laboratório de entomologia vem realizando estudos com larvas recolhidas em diversos municípios do Estado. "Estamos reunindo amostras de diversas regiões para avaliar como se comporta o vírus para as doenças de dengue, chikungunya e zika", revela.
Boletins
De acordo com os dados da Secretaria de Saúde do Estado, em 2016, foram confirmados 18.505 casos de dengue no Ceará, com 14 óbitos; a maioria dos registros da doença (84,6%) foi em adultos com idades entre 36 e 77 anos e dois (15,4%) ocorreram em crianças de um mês e 11 anos (mediana de 55,5 anos).
Já a febre chikungunya já registrou 8.582 casos no Ceará até o momento, com quatro mortes confirmadas, sendo duas vítimas do sexo feminino e duas do sexo masculino, com 12, 89, 87 e 88 anos de idade.
Além disso, a microcefalia ou outras alterações do sistema nervoso central, com possível associação ao zika vírus, já atingiu 125 crianças, com outros 175 casos em investigação, assim como 21 óbitos confirmados.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Doenças cardiovasculares acometem os adolescentes

Fatores como obesidade e sedentarismo são cada vez mais comuns entre meninos e meninas, favorecendo problemas
  Vanessa Madeira - Repórter
Falta de exercício físico, alimentação inadequada e consumo precoce de álcool e drogas estão entre os fatores apontados para o aumento da frequência de jovens entre 10 e 19 anos nos consultórios dos cardiologistas
Falta de exercício físico, alimentação inadequada, consumo precoce de álcool e drogas. Por esses e outros motivos, adolescentes e pré-adolescentes aparecem com mais frequência nos consultórios de cardiologistas do que alguns anos atrás. Meninas e meninos com idades entre 10 e 19 anos já sofrem de problemas cardiovasculares que, na maioria das vezes, deveriam surgir apenas em estágios mais avançados da vida.
No ano passado, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), 45 pessoas nessa faixa etária morreram no Ceará em virtude de doenças do aparelho circulatório. O número tem oscilado nos últimos anos, mas, em relação a 2014, houve aumento de seis óbitos. Em 2015, os garotos foram os mais afetados, representando 62% do total de vítimas. Entre as garotas, devido ao alto nível hormonal, que previne contra agravos do tipo, as fatalidades foram menores.
Fatores de risco
A cardiologista Ana Lúcia de Sá, ex-presidente da Sociedade Cearense de Cardiologia, explica que fatores de risco para doenças cardiovasculares, como obesidade, sedentarismo, diabetes e pressão alta, são cada vez comuns entre crianças e adolescentes. Com isso, os problemas podem começar a se manifestar mais cedo. "Eles estão se tornando mais obesos, mais sedentários e, por isso, tem aumentado a incidência de diabetes tipo 2 e de hipertensão, que são fatores de risco", afirma.
Na semana passada, o Ministério da Saúde divulgou o Estudo de Riscos Vasculares para Adolescentes (Erica), mostrando hábitos que têm influenciado de forma negativa na saúde de meninos e meninas em todo o Brasil. Segundo a pesquisa, 17,1% dos adolescentes estão com excesso de peso e 8,4% estão obesos. Além da alimentação pobre, com poucas frutas e verduras, e a baixa ingestão de água, eles também pecam pela pequenas quantidade de atividade física. Segundo o estudo, 73,5% passam duas ou mais horas por dia em frente à TV, ao computador ou ao videogame.
A médica ainda destaca que o uso de drogas e outras substâncias tóxicas, o tabagismo e o consumo de álcool, que, embora não tão recorrentes, já fazem parte da realidade de alguns meninos e meninas, também tiveram impacto no desenvolvimento de problemas ainda na infância e na adolescência. Ainda conforme o Erica, 18,5% dos adolescentes brasileiros já experimentaram cigarro.
"A cocaína, por exemplo, pode causar infarto. Os próprios anabolizantes, também, usados para a academia, e o consumo de álcool, que às vezes se inicia já nessa época, aumentam a chances de ter doenças", acrescenta Ana Lúcia.
A cardiologista também alerta que esses fatores ainda podem se somar a predisposições genéticas, gerando casos de ainda maior risco. "Quando esse estilo de vida não saudável se soma à história familiar, pode ser um desastre", diz. "O tempo que os sintomas demoram para se manifestar vai depender dessa carga de fatores", completa.
Prevenção
Segundo Ana Lúcia Sá, a prevenção contra doenças cardiovasculares na adolescência começa ainda na infância. Os pais devem estimular a alimentação saudável e a prática de atividades.
Para aqueles com histórico familiar de problemas de saúde, a atenção deve ser ainda maior. "A partir dos três anos, é preciso medir a pressão arterial e o colesterol dessas crianças e, desde cedo, acompanhar peso e alimentação. Elas precisam ser acompanhadas de perto por médicos para se tornem adolescentes e adultos saudáveis", ressalta.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

O que é a Síndrome de Joseph-Machado, doença que matou Guilherme Karan

Conheça os sintomas da doença rara que matou ator e sua mãe e mais dois irmãos
Ator e comediante, Karan estava há dois anos lutando contra a doença. ( Divulgação )
No filme “Super Xuxa contra o Baixo Astral'', de 1988, Karan deu vida a um dos melhores vilões do cinema feito para crianças no Brasil. ( Divulgação )
O ator Guilherme Karan morreu nesta quinta-feira (7), aos 58 anos, vítima de uma doença neurológica rara chamada Síndrome de Machado-Joseph. Conhecida também como ataxia SCA3, a neuropatologia tem origem genética e também tinha acometido a mãe e os irmãos de Karan.
A prevalência estimada da doença é de 0,3 a 2 pessoas acometidas a cada 100 mil adultos. A principal área afetada pela doença é o cerebelo.
Sintomas: conheça quais 
Os portadores desenvolvem uma progressiva ataxia cerebelar - danos às vias do cerebelo - que resultam em:
  • perda crescente do controle muscular e da coordenação motora
  • além de poder causar problemas na fala, visão e deglutição
Em geral, a Síndrome de Machado-Joseph manifesta-se em adultos, dos 35 aos 50 anos.
A expectativa de vida após o diagnóstico da doença varia em função da idade do paciente e da severidade dos sintomas. A doença foi identificada pela primeira vez em 1972, em populações de ilhas açorianas. O nome da patologia não derivou do nome dos investigadores que a descobriram, mas sim do sobrenome dos patriarcas das famílias em cujos membros a síndrome foi descrita.
Mãe e irmãos de Karan morreram com a mesma doença
Ator e comediante, Karan estava há dois anos lutando contra a doença. Ele morreu no Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, zona norte do Rio de Janeiro. Além do ator, a mãe e dois irmãos dele morreram pela doença. A irmã mais nova do ator também tem a síndrome.
Obra de Karan
Karan inciou a carreira na década de 1980 e logo se destacou em papéis cômicos, como no aclamado programa humorístico TV Pirata, em que ele interpretava diferentes personagens com os atores Debora Bloch, Marco Nanini, Regina Casé, Luiz Fernando Guimarães, Cláudia Raia, Pedro Paulo Rangel, Ney Latorraca e Louise Cardoso.
No cinema, Karan participou de filmes como Rock Estrela e O Homem da Capa Preta e ganhou fama entre o público infantil ao interpretar os vilões nos filmes Super Xuxa contra Baixo Astral. Na TV, fez dezenas de novelas como Dona Beija, Meu Bem Meu Mal, Hilda Furacão, O Clone, entre outras. Em 2005, quando filmava América como o personagem Geraldito, o ator começou a sentir os primeiros sintomas da doença

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Convênios cobrem testes para detectar zika a partir desta quarta

Inicialmente, a cobertura será para gestantes, bebês cujas mães tiveram diagnóstico de infecção pela doença e recém-nascidos com má-formação congênita

Os planos de saúde terão de fazer a cobertura de três exames para detecção do vírus da zika a partir desta quarta-feira, 6. A inclusão dos testes foi determinada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que deu um prazo de um mês para que a incorporação fosse realizada.
Inicialmente, a obrigatoriedade de cobertura será direcionada para gestantes, bebês cujas mães tiveram diagnóstico de infecção pela doença e recém-nascidos com má-formação congênita que possa estar associada ao vírus.

Os exames que terão cobertura são o PCR, que consegue detectar o vírus nos primeiros dias da doença e válido somente para os primeiros cinco dias após o aparecimento dos sintomas, o IgM, que identifica a presença de anticorpos na corrente sanguínea, e o IgG, que detecta se a pessoa já teve contato com o vírus. Este último é recomendado para gestantes e bebês que fizeram o teste IgM e o resultado foi positivo.
No caso do IgM, ele poderá ser feito nas primeiras semanas de gestação e repetido ao fim do segundo trimestre de gravidez. Também é indicado para filhos de mulheres que foram contaminadas e recém-nascidos com má-formação relacionada ao zika.
“Esses são os grupos considerados prioritários para detecção de zika por causa de sua associação com o risco de microcefalia nas crianças, quando o cérebro delas não se desenvolve de maneira adequada”, informa a agência, em nota.
(Com Estadão Conteúdo)

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Alta nos planos de saúde antigos pode atingir 14%

No País, cerca de 316.920 beneficiários adquiriram o serviço antes de 1999, 0,65% do total de clientes
Os contratos de planos individuais antigos referem-se a quatro operadoras: Amil, Bradesco Saúde, Sul América e Itaúseg Saúde ( Foto: GUSTAVO PELLIZZON )
Há um mês, o Diário do Nordeste anunciou o reajuste de até 13,57% nos planos de saúde médico-hospitalar, individual e familiar, referente ao período compreendido entre maio de 2016 e abril de 2017. Entretanto, a medida é valida apenas para os planos contratados a partir de janeiro de 1999. No País, cerca de 316.920 beneficiários adquiriram o serviço antes deste período, e por isso, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) limitou os índices máximos a serem aplicados aos contratos antigos, variando entre 13,47% e 14,01%.
Os contratos de planos de saúde individuais antigos -aqueles celebrados antes da entrada em vigor da Lei nº 9.656/98 - referem-se a quatro operadoras: Amil, Bradesco Saúde, Sul América e Itaúseg Saúde. As empresas assinaram Termos de Compromisso (TC) sobre cláusulas de reajuste. Este universo corresponde a 0,65% do total de beneficiários de planos de assistência médica no Brasil.
Cobrança
O reajuste estabelecido pela ANS para o Bradesco Saúde, para o Sul América e o Itaúseg Saúde, foi o mesmo, de até 13,47%. O período de aplicação do aumento é de julho de 2016 a junho de 2017. Já a Amil apresentou uma alta ainda maior de até 14,01%, referente ao período compreendido entre junho deste ano e maio de 2017.
Será permitida cobrança retroativa de até dois meses, no caso de haver defasagem entre a aplicação do reajuste e o mês de aniversário do contrato. Por exemplo, se o aniversário do contrato é em junho e o reajuste for aplicado em agosto de 2016, será permitida a cobrança retroativa no próprio mês de agosto e no mês de setembro dos valores que não foram aplicados nos meses de junho e julho.
A Lei nº 9.656 regulamenta os planos privados de assistência à saúde no Brasil. Antes da regulamentação, havia a livre definição da cobertura assistencial, dos reajustes e de períodos de carências dos planos.
A partir da lei foram definidos os períodos de carência, os reajustes passaram a ter critérios de controle, além da proibição dos limites quanto à internação dos beneficiários e da rescisão unilateral dos contratos.
Dúvidas
Os consumidores podem esclarecer dúvidas entrando em contato com a Agência reguladora pelo Disque ANS, no número 0800 701 9656. Outra opção de contato é por meio do formulário eletrônico disponível no portal da Agência na seção Central de Atendimento ao Consumidor (www.Ans.Gov.Br), ou presencialmente, em um dos 12 Núcleos da ANS existentes em todas as regiões do País.
dsa