sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Excesso de carne vermelha pode causar câncer renal

Estudo confirma que é preciso limitar o consumo de carne vermelha e processada e indica consumi-la cozida ou assada no forno

Estudo relaciona consumo de carne vermelha com risco de câncer renal

Estudo relaciona consumo de carne vermelha com risco de câncer renal (Thinkstock)

O consumo excessivo de carne vermelha pode ter ligação com o desenvolvimento de alguns tipos de câncer do rim. É o que sugere um estudo publicado na revista científica American Journal of Clinical Nutrition.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Large prospective investigation of meat intake, related mutagens, and risk of renal cell carcinoma

Onde foi divulgada: revista American Journal of Clinical Nutrition

Quem fez: Carrie R Daniel, coordenadora do estudo

Instituição: Instituto Nacional do Câncer, em Maryland, nos Estados Unidos

Dados de amostragem: 492.186 adultos com mais de 50 anos de idade

Resultado: Os participantes que consumiam mais carne vermelha — cerca de 115 gramas por dia — tinham 19% mais propensão a serem diagnosticados com câncer renal do que os que comiam até 31 gramas de carne vermelha por dia.

De acordo com a pesquisa, adultos de meia-idade que consumiam mais carne vermelha tinham 19% mais chances de serem diagnosticados com câncer nos rins do que aqueles que faziam um consumo moderado.

A maior absorção de substâncias químicas presentes na carne grelhada ou assada na brasa também foi associada a um maior risco.

As conclusões do estudo confirmam as recomendações alimentícias para a prevenção do câncer já feitas pela Sociedade Americana do Câncer. Segundo a organização, é preciso limitar o consumo de carne vermelha e de carne processada (hambúrgueres, bacon, salsichas, carne seca e os vários tipos de embutidos). A carne vermelha pode ser consumida moderadamente sem prejuízos à saúde, desde que seja cozida ou assada no forno.

Como foi feita a pesquisa —Coordenado por Carrie Daniel, ligada ao Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, o estudo acompanhou quase 500.000 adultos com mais de 50 anos, durante nove anos. Eles responderam questionários sobre seus hábitos alimentares, inclusive o consumo de carne.

Nesse período, 1.800 participantes - menos de 0,5% - foram diagnosticados com câncer renal.

Em média, os voluntários envolvidos no estudo consumiam entre 57 e 85 gramas de carne vermelha por dia. Já as mulheres consumiam de 31 a 57 gramas. Os participantes que consumiam mais carne vermelha - cerca de 115 gramas por dia - tinham 19% mais propensão a serem diagnosticados com câncer renal do que os que comiam até 31 gramas de carne vermelha por dia.

A análise levou em conta outros aspectos que poderiam influenciar o risco de câncer, como idade, raça, consumo de frutas e legumes, tabagismo, consumo de álcool, hipertensão e diabetes.

O risco de câncer renal era agravado também entre pessoas que comiam a carne mais bem passada, o que eleva sua exposição a substâncias químicas decorrentes do preparo.

Os pesquisadores ressaltaram, contudo, que o estudo não afirma que a carne vermelha — e a carne bem passada — possam causar câncer renal. Mohammed El Faramawi, da Universidade do Norte do Texas, afirmou que muita gente passa a vida comendo carne sem ter câncer nos rins. "A carne vermelha é uma importante fonte de ferro e proteínas", disse El Faramawi, segundo a Agência Reuters.

Daniel disse que são necessários mais estudos para compreender por que a carne vermelha parece estar associada a determinados tipos de câncer, e não a outros.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, mais de 270.000 pessoas desenvolveram o câncer renal em 2008, com 116.368 mortes no mundo inteiro.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Cadeira de rodas que entra no mar chega a mais 5 cidades de SP

A Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência fechou convênio com cidades do litoral de São Paulo para ampliar o programa Praia Acessível, de cadeiras de rodas especiais que permitem a deficientes e idosos tomarem banho de mar.

A formalização do convênio, que envolve as prefeituras de Guarujá, Iguape, Cananéia, Mongaguá, Itanhaém, São Sebastião e Ubatuba, será feita nesta quinta-feira (29).

Arnaldo Klajn/PMSS
Usuários na cadeira de rodas anfíbia em praia de São Sebastião
Usuários na cadeira de rodas em praia de São Sebastião

O programa foi lançado pelo governo do Estado em fevereiro do ano passado, em Santos, Praia Grande e Ilhabela. Depois foram contempladas Guarujá, Bertioga e São Sebastião.

Ele prevê a entrega de cadeiras de rodas anfíbias que não afundam na areia e flutuam no mar --é necessário um acompanhante para auxiliar o usuário.

As cadeiras ficam em postos instalados nas praias. Para usar, o deficiente precisa apresentar documento dele e do acompanhante, e assinar um termo de responsabilidade. Monitores são responsáveis por transferir o deficiente da própria cadeira para a anfíbia e acompanhá-lo na praia.

A promessa do governo era entregar mil cadeiras até 2010, a serem distribuídas para todas as praias do Estado. O número final não foi divulgado.

Entre os critérios para a escolha das praias estão a presença de itens de acessibilidade como rampas, piso tátil, vagas específicas, banheiros acessíveis e postos de salvamento.

Cris Castello Branco-15.fev.10/Governo de SP
Modelo da cadeira de rodas anfíbia, que permite a deficientes tomarem banho de mar
Modelo da cadeira de rodas anfíbia, que permite a deficientes tomarem banho de mar; governo amplia programa

Cristina Kirchner descobre câncer na tireoide

Presidente vai retirar tumor em 4 de janeiro, informou seu porta-voz

A presidente Cristina Kirchner: em rota de colisão com a imprensa argentina

A presidente Cristina Kirchner: em rota de colisão com a imprensa argentina (Daniel Garcia/AFP)

A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, tem um tumor na glândula tireoide e será operada em 4 de janeiro, anunciou nesta terça-feira seu porta-voz, Alfredo Soccimarro.

A doença da chefe de estado foi detectada durante uma revisão médica de rotina, ocorrida em 22 de dezembro. Os exames revelaram um "carcinoma papilar no lóbulo direito da glândula tiroide". De acordo com o porta-voz, Cristina já realizou exames pré-cirurgicos que indicaram a ausência de comprometimento dos gânglios linfáticos e de metástase.

A cirurgia será realizada por uma equipe médida liderada pelo oncologista Pedro Saco no hospital privado Austral, onde a presidente ficará internada por 72 horas. O período previsto para convalescença é de aproximadamente 20 dias.

O vice-presidente argentino, Amado Boudou, assumirá o cargo entre 4 e 24 de janeiro, acrescentou Scoccimarro.

Cristina tem 58 anos e vinha sofrendo de quadros de hipotensão, que a obrigavam a suspender, por breves períodos, as atividades oficiais.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Lista de hospitais terá de estar on-line

Brasília. As operadoras de planos de saúde serão obrigadas a divulgar na internet a lista de prestadores credenciados, como hospitais e médicos. A norma definida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi publicada ontem (26) no Diário Oficial da União.

Para as operadoras com 100 mil clientes ou mais, a obrigatoriedade vale a partir de junho de 2012. As empresas com número de usuários inferior a 100 mil têm até dezembro do próximo ano para se adequar.

Informações

Os planos de saúde deverão informar o nome do estabelecimento e profissional credenciados, serviços contratados, endereço e telefones de contatos. As operadoras com mais de 100 mil clientes devem, inclusive, apresentar a localização geográfica dos prestadores por meio de mapas e imagens. O uso de mapas é obrigatório ainda para os planos com 20 mil a 100 mil usuários. A exigência não vale para operadoras com até 20 mil clientes.

A resolução proíbe que as informações na internet sejam restritas apenas aos clientes do plano, ou seja, deverão estão disponíveis para qualquer cidadão. Os dados devem ser atualizados em tempo real.

Com essa medida, a ANS espera que o usuário de plano de saúde tenha mais facilidade em encontrar um serviço ou profissional próximo a sua casa, trabalho ou durante viagem. As operadoras que descumprirem a norma estão sujeitas a penalidades, como pagamento de multas.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Estudo traça paralelo entre música e avanço da surdez de Beethoven

Uma equipe de pesquisadores na Holanda apresentou uma inédita prova da ligação entre os diferentes estilos de composição ao longo da vida do compositor alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827) e a progressiva surdez que afetou o gênio.

O artigo "A surdez de Beethoven e seus três estilos" foi publicado na terça-feira na revista "British Medical Journal" por Edoardo Saccenti e Age Smilde, do Instituto Swammerdam para Ciências da Vida, da Universidade de Amsterdã, e Wim Saris, da Universidade de Maastricht.

Reprodução
O compositor alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827), cuja produção musical não se alterou com surdez progressiva
O compositor alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827), cuja produção musical não se alterou com surdez progressiva

"Este exercício-piloto indicou a existência de uma relação entre a progressão da surdez de Beethoven e o uso de notas agudas em sua música", escrevem os autores.

A audição de notas agudas costuma ser afetada primeiro nos casos de surdez progressiva. "Isso é muito comum, basta pensar em pessoas idosas que começam a ter dificuldade em ouvir outros falando. Isso acontece porque as consoantes, que fazem as palavras serem compreensíveis, soam na região de alta frequência", disse Saccenti à Folha.

"Os períodos de composição de Beethoven --os chamados três estilos-- correspondem aos estágios da progressão de sua surdez, embora a correlação não implique causalidade", escreveram os autores na revista médica.

GRAVES E AGUDOS

O primeiro período vai até cerca de 1802 e mostra influência de predecessores como Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), a quem ele admirava, e Joseph Haydn (1732-1809), que foi seu professor.

Nessa fase, ele compôs suas duas primeiras sinfonias e os quartetos de corda conhecidos como Opus 18.

A fase intermediária ou "heroica", por conta dos seus esforços em lutar com a surdez, inclui seis sinfonias (3ª a 8ª), uma delas conhecida como "Eroica", dedicada a Napoleão Bonaparte, além de mais quartetos.

O período final começa em 1815, já com a surdez avançada, e contém obras mais maduras e complexas; além de inovações formais, houve o desrespeito a regras consagradas. Por exemplo, ele inseriu um coral na Sinfonia nº 9 pela primeira vez na história da música, uma exaltação da poesia e da música.

Saccenti e colegas analisaram partituras de quatro grupos de quartetos de corda, considerados exemplos perfeitos das diferenças de estilo de composição das três fases, e checaram a frequência de notas agudas (acima de 1.568 Herz) no primeiro violino do primeiro movimento.

A porcentagem dessas notas decresceu no período entre 1798 e 1801, mas voltou a crescer entre 1824-26, os anos da surdez praticamente total.

Com a progressão da surdez, ele passou a usar mais notas com frequências médias e baixas, que ele conseguiria ouvir melhor; mas, quando ficou muito surdo, parou de tentar escutar e passou a compor com seu "ouvido interno" cerebral --com isso, voltando a usar notas mais agudas.

A equipe pretende agora checar as sonatas de piano do compositor para verificar se o efeito descoberto nos quartetos é confirmado ou não.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Ceará registra 250 casos de dengue em uma semana


O Ceará confirmou mais 250 casos de dengue na última semana, segundo o boletim da divulgado na última sexta-feira (23) pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

De acordo com a Sesa, o Estado tem ao todo 55.779 casos de dengue confirmados este ano. Na semana anterior o número era de 55.529 casos confirmados.

Mortes

Ao todo foram registradas 61 mortes em 2011 por conta da dengue. Outras duas mortes - uma na Capital e outra no Interior - estão sendo investigadas.

Fortaleza é a cidade com o maior registro de mortes no Ceará, com 24 confirmações. O município de Caucaia aparece em segundo lugar, com cinco mortes, seguido de Itapipica, com três óbitos.

sábado, 24 de dezembro de 2011

BOAS FESTAS

Anvisa recomenda avaliação médica para mulheres com silicone PIP

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou na tarde desta sexta-feira (23) recomendações a mulheres que utilizem implantes mamários de silicone da marca francesa Poly Implant Prothèse (PIP).

Em nota, a agência sugere que mulheres com implantes PIP procurem seus médicos para realizar exames e serem avaliadas clinicamente. Já profissionais de saúde podem procurar suas pacientes e discutir com elas a melhor conduta a ser adotada.

Serviços de saúde devem comunicar à Anvisa todos os casos que envolvam eventos incomuns ou a retirada do "implante mamário preenchido de gel de alta coesividade" (nome comercial do produto no Brasil). A notificação pode ser feita pela Notivisa, serviço que pode ser encontrado no site da agência.

A autoridade sanitária francesa (Afssaps) recomendou que 30 mil mulheres na França retirem as próteses da marca por conta do alto risco de rupturas e de irritação cutânea. A agência afirma que a extração dos implantes seria uma medida "preventiva, não emergencial".

Prótese mamária de silicone da extinta empresa francesa PIP. (Foto: Sebastien Nogier / AFP Photo)Prótese mamária de silicone da extinta empresa francesa PIP. (Foto: Sebastien Nogier / AFP Photo)

No Brasil, cerca de 25 mil mulheres receberam o implante na época em que o produto ainda era aprovado para utilização no país - ou seja, até abril de 2010.

Entenda o caso
A polêmica com o material usado para próteses mamárias da marca PIP começou em março de 2010, quando irregularidades na produção do produto foram detectadas pela agência sanitária francesa. O resultado foi a falência da empresa, fundada em 1991 no sul da França.Após investigações, as autoridades do país descobriram que a PIP utilizava silicone industrial na fabricação do material que era usado em pacientes. Segundo Aboudib, esse tipo de mistura pode causar reações inflamatórias e levar a problemas como mastite.No mês seguinte, a Anvisa proibiu o uso do material no Brasil e retirou as próteses do mercado. À época, o preço do silicone PIP era de R$ 1,8 mil, mesmo valor cobrado por outras empresas do ramo.

Outro problema seria a maior chance de ruptura deste material, o que levou às autoridades francesas a recomendarem agora que as 30 mil pacientes no país retirem suas próteses, após consultar os médicos em que confiam ou que fizeram os implantes.

Esses eventos adversos em implantes PIP aconteciam duas vezes mais do que a média com outras próteses mamárias. Ao todo, cerca de 300 mil implantes PIP foram vendidos no mundo, normalmente usados para aumento dos seios ou para substituição do tecido mamário original.

Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) afirma que a retirada das próteses mamárias da marca PIP não deve ser feita sem a consulta de médicos.Segundo a SBCP, no Brasil são realizados cerca de 100 mil implantes de silicone nos seios por ano. Para esclarecer a posição da entidade sobre o tema, o presidente recém-eleito José Horácio Aboudib conversou com o G1.

"Nós não recomendamos a retirada imediata de próteses por qualquer motivo", disse. "O ideal é que a paciente mantenha a rotina de visitas periódicas ao médico que a operou e discuta com ele a necessidade de manutenção do material."

Segundo Aboudib, ainda não ficou provada a relação entre o silicone usado pela empresa PIP e o desenvolvimento de câncer. "Na nossa opinião, a atitude do governo francês de recomendar a retirada de todos os implantes não é justificada já que nenhum novo dado científico foi divulgado a respeito", diz o presidente da SBCP.

Oito pacientes
Ainda na França, oito casos de pacientes com implantes defeituosos foram registrados: cinco com câncer de mama, um com linfoma raro no seio, um com linfoma na amígdala e outro de leucemia. Segundo Aboudib, algumas das próteses não eram da marca PIP.

Apenas uma morte de paciente com linfoma -- um tipo de câncer no tecido de defesa do corpo humano -- foi apontado pelas autoridades e especialistas franceses como causado pela existência do implante mamário.

Mas mesmo a Afssaps não sabe dizer se o câncer foi causado pelo produto irregular da marca PIP ou se poderia ter se desenvolvido com qualquer outra prótese mamária.

A mistura do material médico com silicone industrial pode ter tornado as próteses mais frágeis e aptas a serem rompidas. Mesmo com esse problema, para Aboudib a relação da rutura das próteses com câncer nas pacientes nunca ficou provada.

Essa conclusão é compartilhada pela própria agência sanitária francesa, que também não sabe dizer quantos dos 30 mil implantes PIP foram feitos com o silicone impróprio para uso em humanos.

O presidente da PIP, Jean-Claude Mas, em julho de 2010. (Foto: Interpol / Reuters / Divulgação)O presidente da PIP, Jean-Claude Mas, em julho
de 2010. (Foto: Interpol / Reuters / Divulgação)

Interpol
A Interpol emitiu um alerta em seu site pedindo aos países-membros da corporação que prendam o presidente da PIP, Jean-Claude Mas.

O homem de 72 anos seria procurado por ameaças à vida e à saúde de pessoas na Costa Rica.

Ele é mostrado em uma foto de polícia de 1º de julho de 2010, com uma placa de identificação.

A empresa já chegou a ser a terceira marca no mundo em venda de próteses mamárias, fabricando até 100 mil unidades por ano.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Óleo de peixe pode ser a chave para cura da leucemia

Substância produzida a partir do ácido graxo presente em peixes consegue destruir células-tronco da doença

Os linfócitos T são células de defesa que protegem o nosso organismo de invasores como bactérias e vírus. Quando ocorre uma leucemia, estas células se multiplicam desordenadamente e se tornam cancerosas

Os linfócitos T são células de defesa que protegem o nosso organismo de invasores como bactérias e vírus. Quando ocorre uma leucemia, estas células se multiplicam desordenadamente e se tornam cancerosas (Latinstock)

Um composto produzido a partir do óleo de peixe pode levar à cura da leucemia. De acordo com um estudo publicado no periódico Blood, a substância chamada D12-PGJ3 é eficiente em atacar e destruir as células-tronco da leucemia mielóide crônica (LMC) em camundongos testados em laboratório.

Saiba mais

Célula-tronco
Célula capaz de se transformar (se diferenciar) em outra célula ou tecido especializado do corpo. Pode se replicar muitas vezes, diferente de outras células, como as do cérebro ou músculo.

A leucemia é um câncer que atinge as células brancas (sistema imunológico) do sangue. O subtipo da doença pesquisado, a leucemia mielóide crônica, é considerada maligna e não é curável com o uso de drogas. O único tratamento capaz de levar à cura da doença é o transplante de medula óssea.

De acordo com Sandeep Prabhu, um dos autores do estudo, pesquisas anteriores já haviam demonstrado que os ácidos graxos são benéficos para a saúde do sistema cardiovascular e para o desenvolvimento do cérebro, particularmente em crianças. “Demonstramos agora que alguns compostos desse ácido têm a habilidade de destruir seletivamente as células-tronco da leucemia em camundongos”, diz Prabhu. Segundo ele, os animais ficaram completamente curados e sem recaída da doença.

Alvo certeiro – Os compostos do ácido graxo em questão matam as células-tronco cancerígenas tanto no baço quanto na medula óssea. Ele atua ativado o gene p53, responsável por programar a morte da própria célula. “O gene p53 é um supressor de tumor que regula as respostas aos danos no DNA e mantem a estabilidade genômica”, diz Prabhu.

A terapia atual para o LMC prolonga a vida do paciente ao manter o número de células do câncer baixa, mas as drogas falham em completar a cura porque elas não têm como alvo as células-tronco da leucemia. Segundo Roberto Paulson, coautor do estudo, o paciente acaba ficando refém da medicação para o resto da vida. “Se ele interrompe, a doença tem uma recaída, porque as células-tronco da leucemia são resistentes a essa droga.”

Pesquisa - Durante os experimentos, os pesquisadores injetaram em cada camundongo cerca de 600 nanogramas de D12-PGJ3 todos os dias, durante uma semana. Os testes mostraram que os camundongos foram completamente curados da doença. A contagem sanguínea estava normal, e o baço voltou ao tamanho normal. Nenhum dos animais teve recaída da doença.

Os pesquisadores estudaram o D12-PGJ3 porque ele mata as células-tronco da leucemia, mas tem poucos efeitos colaterais. Eles estão tentando determinar agora se o composto pode ser usado em estágios terminais da leucemia. Atualmente, não existem drogas disponíveis para tratar a doença quando ela progride para esse estágio.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Confira ideias para acumular menos e treinar o desapego no Natal

Eliminar excessos para começar o ano mais leve é um dos clichês da hora: quase ninguém discorda, tampouco põe em prática. E fica todo mundo na mesma, depois da overdose de compras e presentes. Mesmo para quem já adotou uma vida simples, a época é um desafio, diz o empresário americano Dave Bruno, 40. Autor de "100 Thing Challenge" (O Desafio das Cem Coisas, Harper Collins) e da proposta de viver com poucos itens, ele dá ideias para aliviar a "bagagem".

*

Folha - Qual é o maior desafio do Natal para você?
Dave Bruno -É nos sentirmos obrigados a dar algo especial, que mostre à pessoa "Gastei um bom dinheiro com seu presente". Dar e receber presentes é bom, mas, nessa época, parece que a única forma de expressar afeto é por meio de objetos. O desafio é dar coisas simples. Mas, também, saber recusar presentes em excesso de forma gentil. É difícil, porque as pessoas ficam ofendidas se você diz não querer presentes.

A crise econômica pode ajudar a mudar hábitos de consumo?
Se a crise nos ensinar a ser mais responsáveis e éticos com a economia, pode trazer benefício. Mas já vimos outras situações em que as pessoas esquecem essas lições e voltam a consumir loucamente.

Por que é tão difícil mudar?
Muita gente pensa: "Amanhã, vou doar minhas coisas e me tornar uma pessoa diferente". Não funciona. É mais fácil pensar que, ao longo de um ano, você vai viver com menos e continuar sendo alguém comum. Sugiro eliminar um pouco de cada vez. Comece pelo armário: escolha um conjunto de roupa diferente para usar a cada dia, por duas semanas, e passe dois meses só com essas peças. Assim é fácil perceber o que você precisa e que não é tão difícil viver com menos.

Na sua lista de cem coisas, você contou todos os seus livros como um só item. Isso pode?
Sem flexibilidade, não dá para vencer o desafio. Se há um grupo de objetos muito significativos para você, pode contar como um item só.

Mesmo se for uma coleção com cem pares de sapatos?
Não há nada de errado em gostar de sapatos, eles são maravilhosos. O que você precisa pensar é o que espera daquele monte de coisas.

Você fica mais feliz vivendo com menos coisas?
Quando você se livra do excesso, fica feliz. Depois passa, a vida continua. Isso é o que faz muita gente desistir. Parar de acumular coisas pode ser bom para o planeta, mas você não vai virar um herói só porque limpou seu armário.


Arte/Folhapress

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Iguatu tem primeiro caso de gripe suína confirmado


A Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) confirmou, hoje, dia 21, o primeiro caso de gripe A H1N1, conhecida por gripe suína, neste município, localizado na região Centro-Sul. O paciente de 20 anos, cobrador, esteve trabalhando no período de 10 a 15 de dezembro na cidade de Pedra Branca, onde no fim do mês de novembro passado surgiu o surto atual da doença no Ceará.

O secretário de Saúde do município, Joab Soares, acalmou a população local e disse que não há motivo para preocupação. “A doença está controlada, os números de notificações vêm diminuindo e este caso tem vínculo com Pedra Branca, isto é, o contágio não ocorreu em Iguatu”.

Esse é o primeiro caso de gripe suína nos dez municípios que integram a 18ª Coordenadoria Regional de Saúde – Acopiara, Catarina, Cariús, Deputado Irapuan Pinheiro, Iguatu, Jucás, Mombaça, Piquet Carneiro, Quixelô e Saboeiro. A microrregional compreende uma população de 300 mil habitantes. O último registro, antes da confirmação do caso de Iguatu, havia sido feito na sexta-feira, dia 16, de uma senhora de 60 anos, profissional de Saúde, em Fortaleza, que foi o primeiro caso da Capital, neste ano.

EM PEDRA BRANCA


Emergência do Hospital Regional de Iguatu apresenta movimento regular hoje à tarde. Foto: Honório Barbosa
O paciente que teve o caso confirmado, ontem, pela Sesa, chegou a esta cidade no domingo à noite, depois de trabalhar por cinco dias na cidade de Pedra Branca, na região do Sertão Central. Na segunda-feira passada foi atendido na emergência do Hospital Regional de Iguatu, onde permaneceu por observação durante quatro horas. Apresentava sintomas de gripe, febre elevada, dor no corpo, dor de cabeça e coriza. Foi colhido material para exame e encaminhado para o Lacen.

O caso foi notificado como suspeito. Técnicos da Vigilância Epidemiológica do município deram orientação ao paciente e aos familiares. Foi feito o monitoramento das pessoas que tiveram contato com o portador da doença, que permanece em casa, isolado, em repouso, e fazendo uso de medicamento antiviral, distribuído pela Sesa.

“Somente o paciente precisa usar máscara adequada e evitar contato mais próximo com as pessoas”, explicou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Iguatu, Magda Veruska Teixeira. “Ele está bem, em recuperação, e até agora não temos informações de que outras pessoas que tiveram contato com ele apresentam sintomas de gripe”.

Nos últimos 10 dias a notificação diária em Pedra Branca, que chegou a 160 casos, caiu para quatro. Com base nesses indicadores epidemiológicos, a Sesa conclui que o surto está sob controle, decidiu encerrar a divulgação semanal de boletins e notas técnicas sobre esse surto e suspender a notificação de casos simples. “A vigilância permanece”, observa Soares.

CONTROLADO

A Sesa em boletim, divulgado, na última sexta-feira, 16, informou que o surto da gripe A H1N1, estava controlado. Entretanto, a ocorrência deste caso de um paciente morador de Iguatu confirma que o vírus transmissor da doença permanece em circulação, na cidade de Pedra Branca. Ainda de acordo com dados informados pela Sesa, de um total de 859 casos notificados, 791 foram em Pedra Branca e o restante distribuído em 11 municípios, nenhum evoluiu para um quadro grave e nenhum paciente morreu.

Desse total, 24 foram confirmados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen), sendo 18 em Pedra Branca, dois em Quixadá, dois em Boa Viagem, um em Fortaleza e agora, um em Iguatu.

MEDIDAS PREVENTIVAS

A secretaria de Saúde de Iguatu esclarece à população que em casos de sintomas de gripe, os pacientes devem procurar a unidade do Programa Saúde da Família (PSF) mais próxima. “A atenção é para as pessoas que tiveram contato com o paciente ou que estiveram recentemente na cidade de Pedra Branca”, observou Soares. “A gripe A tem apresentado casos simples e ocorre como uma virose comum, por isso, não há motivo para preocupação e alarde”.

A Secretaria de Saúde do município não recomenda que as pessoas devam comprar máscara, mas apenas adotar medidas básicas de higiene, como lavar as mãos com regularidade e antes de levar aos olhos, boca, nariz e pegar em alimentos. “Temos apenas um caso, cuja transmissão ocorreu em Pedra Branca”, observou Soares.

A Vigilância Epidemiológica está monitorando o caso do paciente de Iguatu e após um período de sete dias, se não houver notificação de casos suspeitos, o risco de contágio foi reduzido. A transmissão é feita em contato mais próximo entre pessoas, quando o portador do vírus tosse ou espirra. “Esse surto tem sido de baixa gravidade, com a ocorrência apenas de casos simples”.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Anvisa aprova anticoagulante de uso oral para tratar AVCs

O único anticoagulante de uso oral que pode ser tomado com outras medicações, a rivaroxabana, já pode ser usado para prevenção de doenças vasculares como acidentes vasculares cerebrais (AVCs), embolia sistêmica em pacientes com arritmia cardíaca, como a fibrilação atrial, e no tratamento de tromboembolismo venoso (TEV), conhecido como trombose. A liberação foi feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em estudos feitos com o medicamento, o risco de recorrência de trombose profunda caiu pela metade.
O Brasil tem o nº de mortes por derrame cerebral da América, atingindo principalmente os idosos - Arquivo/AE
Arquivo/AE
O Brasil tem o nº de mortes por derrame cerebral da América, atingindo principalmente os idosos

O Brasil é o país com maior número de mortes por derrame cerebral no continente. São quase 130 mil casos todos os anos, segundo dados da Ispor (Sociedade Internacional de Farmacoeconomia , na sigla em inglês). A fibrilação atrial é um tipo de arritmia cardíaca que atinge cerca de 1,5 milhão de brasileiros e é uma das principais causas de derrame cerebral, responsável por 20% de todos os casos registrados no país.

O tromboembolismo venoso (TEV), que atinge entre uma e duas pessoas por grupo de mil habitantes no Brasil, compreende os casos de trombose venosa profunda (TVP) e de embolia pulmonar (EP). É caracterizado pela obstrução total ou parcial da veia por um coágulo, que impede o retorno do sangue ao coração da forma correta.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Bronzeamento sem sol

Pesquisa afirma que a ingestão de alimentos ricos em caroteno confere à pele um tom mais saudável e atraente do que o obtido pela exposição solar

Cilene Pereira

Se o seu objetivo neste verão for adquirir um tom de pele saudável e ao mesmo tempo atraente, a melhor opção é escapar do sol e caprichar na ingestão de alimentos como manga, mamão, cenoura, tomate e caqui. Esta é a conclusão de uma pesquisa realizada na Universidade de Nottingham, no Reino Unido. Os cientistas constataram que a tonalidade que mais chama a atenção das pessoas – pelo aspecto de saúde e também pela beleza – é a derivada de uma dieta rica em alimentos de coloração alaranjada ou verde escura e não aquela resultante da exposição ao sol. “A maioria das pessoas pensa que o melhor jeito de melhorar a cor da pele é se bronzear ao sol, mas descobrimos que adotar este cardápio é mais efetivo”, disse Ian Stephen, coordenador do trabalho.

O resultado foi baseado em uma pesquisa realizada com 82 voluntários. Na primeira fase, foram identificados os participantes que mais consumiam alimentos ricos em caroteno, pigmento de coloração amarelada, e aqueles que se submetiam a banhos de sol com frequência. Os integrantes do primeiro grupo apresentaram um tom de pele mais saudável. Depois, outros voluntários apontaram, em imagens manipuladas, os rostos com a tonalidade de pele que consideravam mais atraente. Novamente, venceram as faces cujos tons representavam os efeitos do caroteno.

Diferentemente da melanina, o pigmento que dá o tom natural da pele de cada pessoa, o caroteno não é fabricado pelo corpo. Ele é obtido pela ingestão de alimentos nos quais está presente. “Ele se deposita na pele e confere a ela a tonalidade amarelada”, diz a dermatologista Luciana Conrado. Na lista de outras boas opções estão verduras, como espinafre, brócolis e agrião, e o tomate, rico em licopeno. “Ele também protege as células da pele contra os danos do sol”, diz a dermatologista Thais Pepe.

Os especialistas recomendam a ingestão diária de alimentos desse tipo. “Segundo os estudos mais recentes, o bronzeamento ocorre com o consumo de 15 mg a 30 mg por dia de betacaroteno”, explica o dermatologista Alexandre Filippo. Em cada 100 gramas de cenouras, há 6,6 mg do pigmento. Nos agriões, a concentração é de 5,6 mg e no espinafre, 4,9 mg.

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domingo, 18 de dezembro de 2011

Prazo máximo para atendimento de usuários de plano de saúde começa a valer nesta segunda-feira

Entram em vigor na próxima segunda-feira (19) as novas regras que estabelecem prazo máximo de sete dias para que usuários de planos de saúde sejam atendidos em consultas nas áreas de pediatria, cirurgia geral, ginecologia, obstetrícia e clínica médica.

Nas demais especialidades, o prazo será até 14 dias. Para consultas e sessões com fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, terapeutas educacionais e fisioterapeutas, a espera pode ser até dez dias.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabeleceu ainda que cada operadora de plano de saúde deverá oferecer pelo menos um serviço ou profissional em cada área contratada.

Nos casos de ausência de rede assistencial, a operadora terá que garantir o atendimento em um prestador não credenciado no mesmo município ou o transporte do beneficiário até um prestador mais próximo, assim como o retorno do paciente para a cidade de origem.

Unimed planeja ter 125 hospitais até 2015

Em polos mais consolidados, onde uma parte maior da população já tem planos de saúde, como no Estado de São Paulo, operadoras investem em estrutura e buscam também públicos diferenciados, como o da classe A.

Detentora de uma rede de 111 hospitais próprios no país, a Unimed planeja elevar esse número para 125 até 2015. A previsão é do presidente da Unimed do Brasil, Eudes de Freitas Aquino.

Três dos projetos mais recentes da cooperativa estão no interior paulista Ðem Ribeirão Preto, Santos e Tatuí.

No caso de Ribeirão (313 km de SP), o novo prédio, cuja primeira fase vai custar cerca de R$ 40 milhões, será entregue em 2014.

"O hospital próprio nos possibilita fechar a cadeia completa, racionalizando custos e permitindo manter um padrão de qualidade de atendimento", disse Aquino.

O público A é outra alternativa das operadoras de saúde em busca de crescimento. O grupo São Francisco, sediado em Ribeirão e com atuação em cinco Estados, lançou uma marca exclusiva voltada ao segmento premium.

A empresa fechou parceria com a Omint e quer abocanhar 30% do mercado de planos de saúde de alta renda nas regiões onde atua, nos próximos três anos.

O diferencial oferecido ao público A nesses planos é a possibilidade de escolher profissionais e centros médicos em todo o país, mediante reembolso oferecido pela operadora de saúde.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Fortaleza confirma primeiro caso de H1N1

Ao todo, são 23 casos confirmados no Estado. A maioria no município de Pedra Branca, que apresenta 18 registros

Confirmado o primeiro caso de gripe suína na Capital, em 2011. A vítima foi uma mulher, profissional de saúde, com mais de 50 anos e que não havia tomado a vacina. O caso foi o único dentre as quatro notificações feitas em Fortaleza.

A afirmação veio, ontem, em nota técnica divulgada pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Segundo o coordenador de promoção e proteção à saúde da Sesa, Manoel Fonseca, ela não precisou ser internada em ambiente hospitalar e desde a última segunda-feira,12, já está em tratamento com o Tamiflu.

"Foi um caso leve como todos os outros. Portanto, ela já deve voltar às atividades profissionais na próxima semana", informa Manoel Fonseca. Ele acrescenta que a vítima foi atendida na rede pública de saúde e logo encaminhada para fazer o exame no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), onde foi confirmada a gripe A.

Sobre a probabilidade de contaminação de algum familiar, Fonseca disse que estes foram examinados, mas nenhum apresentou sintomas do vírus H1N1.

Controle

A nota técnica divulgada pela Sesa, embora traga este caso confirmado em Fortaleza, tranquiliza a população em relação à continuidade da doença no Ceará. Segundo a Secretaria, o surto da gripe A, iniciado no mês passado, em Pedra Branca, está controlado.

A justificativa veio por conta da redução no número de notificações feitas. Para se ter uma ideia da situação, nos últimos dez dias o registro diário em Pedra Branca, que chegou a 160 casos, caiu para quatro.

"Na realidade, durante esta semana não recebemos nenhuma suspeita da doença, nem em Pedra Branca e nem em nenhuma cidade do Ceará. Essas quatro notificações são apenas uma média", explica Fonseca.

Ao todo, foram 23 pessoas atingidas pela gripe suína no Ceará, a maior parte delas na região do Sertão Central. Todos os casos tiveram contato com alguém de Pedra Branca. Manoel Fonseca destaca que o Lacen não possui nenhum caso a ser investigado.

Casos

As cidades cearenses com confirmações de influenza pandêmica (H1N1) 2009 foram: Pedra Branca (18), Quixadá (2), Boa Viagem (2), e Fortaleza com um caso. Totalizando, 23 registros. A maior parte dos contaminados tinha entre 15 e 29 anos de idade.

A Sesa registrou um total de 859 notificações, distribuídas pelos municípios de Acopiara, Fortaleza, Quixeramobim, Boa Viagem, Independência, Quixadá, Várzea Alegre, Maracanaú, Mombaça, Itapipoca, Senador Pompeu e Pedra Branca.

O surto de gripe suína teve início em novembro, especificamente na semana que vai do dia 20 ao dia 26, em Pedra Branca. Os casos eram oriundos de uma Escola de Ensino Profissional.

Saiba como se prevenir da doença

THAYS LAVOR
REPÓRTER

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Anvisa é alvo de ações por demora em analisar remédios e produtos de saúde

Lígia Formenti, de O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Uma nova vertente de judicialização na área de saúde ganha força no País. Agora, além de ter as secretarias estaduais e o Ministério da Saúde como alvo, as ações são movidas contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Diretor da Anvisa, Jaime Oliveira, diz que mudanças são essenciais para acabar com a fila - Beto Barata/AE - 23/03/2011
Beto Barata/AE - 23/03/2011
Diretor da Anvisa, Jaime Oliveira, diz que mudanças são essenciais para acabar com a fila

O movimento é formado por empresários que, cansados de esperar, recorrem à Justiça para que a agência apresse a análise de pedidos para registro de remédios e produtos de saúde - documento indispensável para entrar ou permanecer no mercado.

Por lei, a agência tem 90 dias para julgar as solicitações de registros de novos medicamentos ou produtos como luvas, órteses e aparelhos de diagnóstico. Mas o prazo nunca é respeitado. Muitos pedidos ficam na fila por mais de um ano.

A reação dos empresários começou timidamente há dois anos e agora ganha corpo. O procurador da Anvisa, Maximiliano D’Avila Cândido, afirma que todas as semanas chegam entre 6 a 12 mandados de segurança com determinações para que a Anvisa analise, com prazo determinado, o registro de algum produto.

O diretor administrativo da Associação Brasileira de Empresas Certificadas (Abec), Evaristo Araújo, conta que todos os meses ingressa com pelo menos um mandado de segurança. “Não perdemos nenhum.” Ele afirma que, no início, empresários resistiam em ingressar com ação contra a Anvisa porque receavam ser vítimas de perseguição. “Mas a situação ficou insustentável.”

Araújo, também advogado da Abec, explica que quanto mais se adia o ingresso de um produto no mercado, mais a empresa perde dinheiro. O impacto, avalia, não se restringe às empresas. “Se não há competição no mercado, preços se mantêm altos, o que não é bom nem para consumidor nem para o governo, um dos maiores compradores de produtos de saúde para o SUS.”

Cândido reconhece o atraso da análise, mas avisa que não há como o problema ser resolvido de um dia para o outro. Para maior agilidade, diz, seria necessária a adoção de pelo menos três medidas: contratação de encarregados da análise, credenciamento de novos laboratórios para testar produtos, insumos e medicamentos e mudança na lei que define prazos.

“Não temos condições de seguir o tempo estabelecido na norma. Não se encaixa mais no mercado atual, com complexidade dos produtos a serem analisados nem com o volume de pedidos que chegam todos os dias.”

Soluções. O procurador da Anvisa diz que parte do problema será solucionada, em 2012, com um concurso para contratar encarregados de analisar os pedidos de registro. Também serão credenciados laboratórios públicos oficiais para auxiliar na análise dos produtos em processo de registro. Mesmo com as mudanças, avisa, o prazo de 90 dias dificilmente será cumprido. “É preciso mudar a lei.”

Cândido diz que nem todos os juízes concedem mandados. Quando isso ocorre, geralmente a decisão estabelece novo prazo para que a Anvisa analise o pedido. Nunca ocorreu, completa, de a agência ser obrigada a dar registro sem o cumprimento de todas as etapas de avaliação.

A estratégia de recorrer à Justiça para garantir o cumprimento de prazos, na avaliação do procurador da Anvisa, pode resolver pontualmente problemas dos empresários, mas, a médio prazo, tumultua o sistema. “É uma bola de neve. Técnicos saem do trabalho para cumprir os mandados judiciais, deixando a fila original de lado.” Para ele, tal situação provocará duas filas, a dos pedidos com e sem mandado de segurança. Uma anda rápido; a outra, cada vez mais lentamente.

Além de trazer insegurança ao mercado, a avalanche de processos impede o planejamento do trabalho. “Fica apenas uma atividade reativa. Se falar nos custos para o Estado e a Justiça.”

Médicos radiologistas fazem diagnóstico em apenas 1 segundo

Pouco mais de um segundo. É esse o tempo que um médico radiologista precisa para identificar a imagem de uma lesão de tórax numa radiografia, de acordo com um estudo feito por pesquisadores da USP e publicado ontem na revista "PLoS One".

Pode parecer muito rápido, mas é um tempo similar àquele necessário para que esses mesmos profissionais reconheçam imagens de objetos familiares, como o desenho de animais e letras do alfabeto aplicados sobre chapas radiográficas.


Editoria de Arte/Folhapress

A partir dessa constatação, os pesquisadores concluíram que o processo mental de reconhecimento de sinais clínicos feito por médicos envolve os mesmos mecanismos neurológicos utilizados na identificação de outros objetos da vida cotidiana.

"Essa tendência que os médicos têm --mesmo que de forma involuntária-- de fazer diagnósticos de bate-pronto deve ser levada em consideração para aprimorar métodos e técnicas, reduzindo erros de diagnóstico", diz o psiquiatra Marcio Melo, pesquisador do Laboratório de Informática Médica da USP que conduziu o estudo.

O resultado sugere que a formulação da hipótese de diagnóstico acontece de forma quase automática, e começa já nos primeiros momentos de contato com o paciente. "Às vezes isso ocorre antes mesmo de os doentes relatarem os seus sintomas. Por exemplo, quando o médico vê um paciente com icterícia, ele de pronto pensa no diagnóstico de doenças hepáticas", diz Melo.

Para concluir isso, o estudo analisou dados de ressonâncias magnéticas feitas em voluntários no momento em que lhes foram mostradas as radiografias.

Essas imagens apresentavam um entre 20 tipos diferentes de lesões torácicas. Em algumas delas, foram adicionados digitalmente os desenhos de animais e as letras. Os voluntários deveriam então descrever o que viam.

Quando eram mostradas lesões, o tempo médio para resposta foi de 1,33 segundo. Para animais, 1,23 segundo. E, para letras, 1,14 segundo.

A ressonância apontou que em todos os casos as mesmas regiões do cérebro foram ativadas, o que fortalece o entendimento de que, do ponto de vista neurológico, não haveria muita diferença entre reconhecer em um raio-X uma pneumonia ou o desenho de um crocodilo.

Uma diferença observada pelos pesquisadores, no entanto, foi que as imagens de lesões ativaram um conjunto mais numeroso de neurônios nas regiões cerebrais ligadas à capacidade cognitiva.

Essas regiões também foram ativadas com os animais e as letras, mas de forma menos intensa.

Esse dado indica que, mesmo acontecendo de forma automática, a identificação de lesões requer um nível de raciocínio mais desenvolvido que nos outros casos.

Os autores destacam, no entanto, que a velocidade não significa que os diagnósticos formais e definitivos feitos pelos médicos sejam feitos tão rapidamente, mas sim que esse é o tempo necessário para a formulação da primeira ideia de diagnóstico a partir da qual o médico orienta todo o seu trabalho.

THIAGO FERNANDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA