segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Casais que riem juntos são mais felizes

Estudo americano mostrou que o riso em conjunto é indicador de uma relação prazerosa e duradora

Casal
Casais que riem juntos com mais frequência e por mais tempo tendem a melhor avaliar seu relacionamento em relação à qualidade, proximidade e apoio social(Thinkstock/VEJA)
Casais que riem juntos são mais felizes e têm mais chance de ter uma relação duradoura. É o que diz um estudo publicado recentemente no periódico científico Personal Relationships.
Com o objetivo de descobrir a relação entre riso e amor, Laura Kurtz, uma psicóloga social na Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e sua equipe fizeram um estudo com 77 casais heterossexuais que estavam em um relacionamento há, em média, quatro anos.
Os pesquisadores gravaram vídeos dos casais relatando como se conheceram, enquanto observavam quantas vezes eles riam espontaneamente (juntos e separados) e a duração desses momentos. Os casais também responderam questionários sobre a proximidade com o cônjuge.
Os resultados mostraram que os casais que riam juntos mais vezes e por mais tempo recebiam as melhores avaliações sobre a qualidade do relacionamento e a proximidade com o parceiro. Por outro lado, risadas embaraçosas ou forçadas indicavam que havia algo errado no relacionamento.
"Em geral, os casais que riem mais juntos tendem a ter relacionamentos mais prazerosos. Podemos nos referir ao riso compartilhado como um indicador de maior qualidade do relacionamento", disse Laura à revista americana Time.
Em entrevista à Time, uma das pesquisadoras do estudo afirmou ainda que as mulheres riem mais do que os homens, mas o riso deles era mais contagioso.
(Da redação)

sábado, 29 de agosto de 2015

Estudo aponta contaminação em areia de 12 de 13 praças no Rio

Areias de praças contaminadas são risco para crianças no Rio, diz Fiocruz
Creche da Urca e praça do Leme têm altos níveis de coliformes.

Lilian Quaino Do G1 Rio
Praça do Leme (Foto: Divulgação/Isabela Vasconcellos)Praça do Leme foi uma das pesquisadas (Foto: Divulgação/Isabela Vasconcellos)
De 13 áreas com areia frequentadas por crianças na cidade, apenas uma, na Urca, Zona Sul do Rio, não representa risco para a saúde. As demais têm índices de coliformes muito acima do limite recomentado, segundo estudo feito pela Fiocruz, a pedido da Comissão pelo Cumprimento das Leis da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a chamada “Comissão do Cumpra-se!”.

O resultado das amostras coletadas e analisadas pela Fiocruz foi apresentado em ato público pelo presidente da Comissão do Cumpra-se!, deputado Carlos Minc (PT), na Praça do Leme, Zona Sul do Rio, uma das mais contaminadas entre as analisadas. Na pracinha onde crianças brincam, entre elas alunos de uma escola municipal em frente, a areia dos locais com sombra apresentara um índice de coliformes de 2.200, quando o limite recomendável é até 138,44 UFC/g (unidade formadora de colônias por grama).

Cachorros circulam pela praça ao longo do dia, e mendigos à noite, usam a praça como banheiro. Fezes de cachorros, de pombos e de moradores de rua, segundo a pesquisa, são as maiores fontes de contaminação das áreas analisadas.
A única areia aprovada para a saúde entre as analisadas é a faixa de areia seca da Praia Vermelha, na Urca, ao lado da Creche Municipal Gabriela Mitral, com apenas 30 UFC/g de coliformes, uma classificação ótima segundo especialistas.

Mas é na própria Praia Vermelha que os técnicos encontraram o local mais contaminado entre os pesquisados: na creche do horto, a areia tem 2.500 UFC/g de coliformes. Na pracinha com brinquedos e no labirinto, o índice fica em 2.000 UFC/g.

O Bosque da Freguesia, na Zona Oeste, apresentou altos níveis de coliforme, fungos e parasitas. Em outro lado da cidade, em uma área carente da Zona Norte, na Tijuca, no Morro do Borel, uma creche pública também apresentou altíssimos índices de contaminantes. Outra área degradada é a Praça Saens Peña, de acordo com o estudo. Veja na tabela o grau de contaminação dos locais pesquisados. O estudo pesquisou a presença de coliformes, escherichia coli e fungos.
Índice de contaminação das areias de praças e creches (Foto: Divulgação)Índice de contaminação das areias de praças e creches (Foto: Divulgação)
Segundo o estudo, os resultados caracterizam uma situação de alerta à saúde dos frequentadores, sujeitos a contrair doenças como toxicoplasmose, candidiose e asccariadise, uma vez que mais de 90% das amostras coletadas foram negativas.  Os sintomas são os mais diversos como dor abdominal, micose, sapinho, diarreia aguda.

“A contaminação da areia desses espaços é profundamente danosa à população, principalmente para as crianças, que, brincando, levam a mão à boca. As doenças diarréicas são umas das principais causas de óbito de crianças até 2 anos de idade. É a população de maior risco”, disse o médico e especialista Luiz Roberto Tenório, que participou do ato público.

Com o resultado das amostras indicando risco de contaminação por doenças graves, Minc disse que pretende aprovar na Alerj projeto de lei que obriga o monitoramento semestral da qualidade da areia dos locais destinados ao lazer e à recreação, além de obrigar seus responsáveis a fazer o tratamento, a limpeza e a conservação da areia, para prevenir a proliferação de agentes transmissores de doenças.
A especialista da Fiocruz Adriana Sotero disse que os níveis contaminantes encontrados nos locais são assustadores.

“Existe a Lei Orgânica do município do Rio que fala sobre isso, mas não existe lei específica para creches e praças. O projeto normatizaria os padrões, principalmente de qualidade, que poderiam colocar em risco a saúde da população, principalmente de crianças, expostas a contrair bicho geográfico, que perfura a camada superficial da pele”, disse.

Minc disse que apesar de a Praça do Leme estar numa área nobre do Rio, os pais das crianças e seus responsáveis não têm a menor ideia do grau de contaminação.

“As autoridades também não. Não há prevenção, e é um risco para a criançada contrair inúmeras doenças. Com o projeto de lei, vamos informar, monitorar, prevenir e ter um padrão de referência. E quem descumprir, receberá multa, podendo até ocorrer a interdição do local", afirmou Minc.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Beber água antes das refeições ajuda a emagrecer

Estudo inglês mostrou que tomar o equivalente a dois copos de água antes das refeições favorece a perda de peso

Beber água
Os participantes que beberam 500ml de água antes das refeições perderam 1,3 kg a mais do que aqueles que não ingeriram o líquido(VEJA.com/Divulgação)
Beber aproximadamente 500 ml de água antes de cada refeição ajuda a emagrecer. É o que diz um estudo publicado recentemente no periódico científico Obesity.
No estudo, 84 homens obesos foram monitorados durante 12 semanas. Os voluntários foram divididos em dois grupos: o primeiro foi orientado a beber o equivalente a cerca de copos de água antes das refeições, enquanto o segundo deveria apenas imaginar o estômago cheio antes de se sentar para comer.
Os resultados mostraram que os participantes do grupo que bebeu água perderam, em média, 1,3 kg a mais do que aqueles que não ingeriram o líquido.
Para Amanda Daley, líder do estudo e pesquisadora na Universidade de Birmingham, na Inglaterra, a água é eficaz porque ajuda a encher o estômago, com isso, a aumentar a saciedade.
"Beber alguns copos de água, 30 minutos antes de uma refeição dá tempo para você se sentir mais satisfeita. A pessoa não só come menos, como passa a escolher alimentos mais leves", disse Amanda à revista americana Time.
Os pesquisadores ressaltam que, para perder peso de forma saudável é preciso aliar a ingestão de água a uma alimentação balanceada e à pratica de atividade física.
(Da redação)

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

97% dos municípios não possuem UTI neonatal -Ceara

Das 184 cidades do Estado, apenas cinco têm esses equipamentos, segundo pesquisa do IBGE
Renato Bezerra - Repórter
Conforme a Associação Médica Cearense (AMC), apenas Fortaleza, Barbalha, Sobral, Crato e Quixadá dispõem de leitos de UTI neonatal
Passar por uma situação de emergência logo após o nascimento pode acarretar um risco ainda maior no Ceará. É o que deduz o Perfil dos Estados e dos Municípios Brasileiros de 2014, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ontem, ao apontar que, dos 184 municípios cearenses, apenas cinco, ou seja, 2,7%, possuem estabelecimentos públicos ou conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) dotados com leitos/berços de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal.
O problema acompanha o registrado em todo o Brasil. Ao todo, 93,5% das cidades enfrentam a mesma situação. Embora em número também baixo, o cenário em relação à disposição de municípios com unidades de saúde dotadas de leitos/berços de cuidados intermediários é um pouco melhor, já que dos 184 municípios, 64 (34,7%) possuem hospitais que contém estes equipamentos.
A publicação do IBGE reúne os resultados da Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (Estadic) e da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), 2014, que levantaram os dados nas 27 Unidades da Federação e nos 5.570 municípios do País, tratando, além da saúde, de temas como recursos humanos, comunicação e informática, educação, segurança pública, entre outros.
Para Carmelo Silveira Leão Filho, diretor de assuntos políticos da Associação Médica Cearense (AMC) e especialista em medicina intensiva, o problema do baixo número de UTIs neonatais no Estado está ligado à falta de financiamento, má estrutura das unidades hospitalares e aos desvios de verbas públicas.
De acordo com o especialista, não é todo hospital que pode arcar estruturalmente e financeiramente com os equipamentos desse porte. "Cidades como Fortaleza, Barbalha, Sobral, Crato e Quixadá, atualmente, possuem leitos, pois são municípios com bons recursos federais e estaduais", ressalta.
Ele explica que a alta demanda nesse setor ocorre porque boa parte das gestantes seguem não tendo acesso adequado ao tratamento do pré-natal. "O acompanhamento médico bem feito é fator determinante para evitar um grande número de crianças em UTIs. Os municípios estão tento problemas até com atendimentos de atenção básica".
O médico aponta que o governo tenta amenizar o problema com a criação dos hospitais regionais, mas que a solução determinante para dar fim a essa questão está ligada a uma gestão pública séria. "A solução real para dar fim a alta demanda no setor da saúde está ligada a uma boa gestão, fiscalização do dinheiro público e planejamento com as categorias da área da saúde", destaca o médico.
Realizar exames médicos e conseguir um leito de internação também não é fácil em algumas localidades. De acordo com o levantamento, 36,4% dos municípios do Ceará, ou seja, 67 deles, precisaram referenciar usuários da atenção básica para a realização de exames em outras cidades em 2014. No quesito internação, 63 municípios necessitaram dessa prática.
Investimento
Sobre os dados apresentados, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) informou, por meio de nota, que o Ceará foi o estado brasileiro que mais ampliou a rede de serviços de saúde dos últimos anos, citando o funcionamento do Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, com dez leitos de UTI pediátrica e dez de UTI neonatal, destacando, ainda, o início da operação do Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim, até o fim do ano, com mais 20 leitos no total.
Para ampliar o acesso a especialistas e exames, sem a necessidade de deslocamento para a Capital, a Sesa destaca a construção e funcionamento de 19 policlínicas regionais, que já realizaram cerca de 2 milhões de atendimentos desde a inauguração da primeira unidade, em Tauá. A secretaria esclarece que as unidades atendem até 17 especialidades médicas para a população de 166 municípios e mais três unidades estão em construção: Canindé, Maracanaú e Crato.
A nota destaca, ainda, o Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, que atende 45 cidades da macrorregião, tendo realizado 1 milhão e 642 mil atendimentos até abril deste ano. "A Secretaria da Saúde do Estado segue focada em ampliar e qualificar os serviços de saúde para atender as necessidades da população", diz o texto. (Colaborou João Neto).

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Greve em agências do INSS completa 50 dias em alguns estados

Servidores pedem reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
STJ determinou a manutenção de 60% da força de trabalho nas unidades.

Do G1, em São Paulo
Agência do INSS centro de Goiânia Goiás (Foto: Vanessa Martins/G1)Agência do INSS fechada no centro de Goiânia nesta terça (25) (Foto: Vanessa Martins/G1)
A greve de servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) completa 50 dias nesta terça-feira (25) em alguns estados, como São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Maranhão.
Os funcionários pedem reajuste salarial de 27,5%, a incorporação das gratificações, 30 horas de trabalho semanal para todos os funcionários, realização de concurso público e melhoria das condições de trabalho.
Nesta quarta (26), está prevista uma reunião entre os grevistas e o Ministério do Planejamento para apresentação de uma proposta sobre as reivindicações.
Uma decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deste mês determinou aos sindicatos a manutenção de 60% do efetivo trabalhando nas agências do INSS enquanto durar a greve. O quantitativo deve ser respeitado dentro de cada unidade do órgão, segundo nota do Ministério da Previdência Social. Números sobre a paralisação só são informados ao STJ.
Em alguns estados, os sindicatos dizem que há um percentual maior que 40% paralisado. Veja a situação de cada estado mais abaixo.
Como remarcar atendimentos
As unidades e a Central de teleatendimento 135 estão orientando quem não for atendido quanto às providências de reagendamento. A remarcação pode ser realizada diretamente pelo telefone 135.
A GREVE NOS ESTADOS
Greve prejudica serviços da previdência no estado (Foto: Lucas Leite/G1)Greve prejudica serviços da Previdência em AL
(Foto: Lucas Leite/G1)
ALAGOAS
Após 42 dias, ainda não há uma previsão para o fim da greve, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social e Trabalho no Estado de Alagoas (Sindprev-AL).
O Sindprev afirma ainda que, apesar da greve, os funcionários continuam realizando 30% dos serviços considerados de urgência e emergência, como a perícia médica e o desbloqueio de pagamento para o usuário.
“Estamos funcionando de acordo com as determinações judiciais. Esperamos que durante esta semana, o governo [federal] apresenta propostas por escrito. Até agora, só recebemos promessas e propostas verbalmente. Caso o governo se manifeste, realizaremos uma assembleia para decidir o rumo da greve”, explica o secretário de finanças do Sindprev, Cícero Lourenço.
Ele diz que em alguns municípios do estado, como Palmeira dos Índios, Arapiraca, Penedo, Porto Calvo, Delmiro Gouveia e Santana do Ipanema, as agências do INSS pararam completamente as atividades.

Greve atinge todas as agências no Amapá (Foto: Abinoan Santiago/G1)Greve atinge todas as agências no Amapá
(Foto: Abinoan Santiago/G1)
AMAPÁ
Servidores do INSS completaram mais de 40 dias em greve no Amapá. O movimento iniciou no dia 14 de julho e pouco mais de 50% dos servidores estão sem trabalhar, segundo o sindicato da categoria. Apenas atendimentos agendados são realizados pelos funcionários nas agências distribuídas em Macapá e no interior do estado.
Segundo a Associação dos Servidores do INSS, todos os serviços estão sendo feitos, mas apenas com agendamento, a exemplo de auxílios-doença, pensão, perícia médica e pedidos de aposentadoria. As pessoas podem marcar o atendimento pelo número 135 ou no site da instituição.

80% das agências do INSS estão sem funcionar no Ceará, diz sindicato (Foto: Reprodução/TV Verdes Mares)Agência do INSS fechada no Ceará
(Foto: Reprodução/TV Verdes Mares)
CEARÁ
Os funcionários no Ceará seguem com a paralisação, que já dura 50 dias no estado, e sem previsão para retomar as atividades. Das 133 agências no Ceará, 46 possuíam atendimento parcial e 17 estavam fechadas até esta terça-feira.
Segundo a diretora da secretária administrativa e finanças do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho Previdência Social no Estado do Ceará (Sinprece), Carmen Lúcia Marques, a paralisação da atividade ocorre por tempo indeterminado, até uma nova proposta que deve ser divulgada pelo ministro do Planejamento, Sérgio Mendonça.
"O governo ficou de fornecer uma nova proposta nesta terça-feira. Vamos esperar que a proposta fique próximo das nossas reivindicações", disse.

Trabalhadores estão em greve desde (Foto: Divulgação/ Cacilhas Comunicação)Greve no ES (Foto: Divulgação/
Cacilhas Comunicação)
ESPÍRITO SANTO
No estado, os servidores estão em greve há 42 dias. De acordo com o Sindprev-ES, 26 das 32 agências do estado, aderiram à paralisação.
Uma assembleia está marcada para a próxima quinta-feira (27), na agência da Avenida Beira-Mar, em Vitória, para que a categoria avalie o movimento.
Ainda segundo o sindicato, a adesão à greve não significa fechamento da agência, mas sim que o movimento no local está reduzido e os atendimentos estão afetados. No geral, o atendimento ao cidadão foi afetado, mas as perícias foram mantidas.

Manicure, Patrícia Teixeira aguarda o INSS liberar a licença maternidade em Goiás (Foto: Vanessa Martins/ G1)Manicure, Patrícia Teixeira aguarda o INSS liberar
a licença-maternidade em Goiás
(Foto: Vanessa Martins/ G1)
GOIÁS
Das 50 unidades de atendimento, 34 funcionam de forma parcial desde 10 de julho, quando começou a paralisação em Goiás, segundo o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência (Sintfesp).
Em Goiânia, as seis agências operam parcialmente. Segundo a diretora do sindicato, Terezinha de Jesus Aguiar, são realizados apenas os atendimentos que estavam agendados, perícias para obtenção de auxílio-doença e por acidente.
Sem saber da greve, a manicure Patrícia Teixeira, de 23 anos, foi à agência do INSS no Centro da capital em busca de atendimento, na manhã desta terça-feira (25). Para receber a licença-maternidade, ela precisa fazer perícia e apresentar documentos. “Geralmente resolvem isso na hora, mas estão em greve”, disse ao G1. Os funcionários pediram para que a manicure retorne em 22 de outubro.

Manifestantes em greve do INSSfazem 'apitaço' em frente à Gerência Executiva do INSS, em São Luís (Foto: Robert Oliveira/ G1)Manifestantes em greve do INSSfazem 'apitaço'
em São Luís (Foto: Robert Oliveira/ G1)
MARANHÃO
Sem previsão de acordo com o governo federal, os servidores no Maranhão seguem em greve. A paralisação, que completa 50 dias, atinge 85% do total de 944 servidores no estado, segundo o Sintsprev-MA. Das 43 agências em todo o Maranhão, servidores de 40 aderiram à greve.
“A esperança é que ela [a presidente Dilma Rousseff] possa compreender as necessidades da categoria”, diz a diretora da Secretaria da Seguridade Social do Sintsprev-MA, Dulcimar Soares da Mata, ao G1. Nesta terça-feira, a categoria realiza novo ato público, desta vez na agência da Cohab, em São Luís.
No último dia 18, os grevistas do INSS fizeram um ato contra os possíveis descontos nos salários dos servidores que aderiram à greve em frente à Gerência Executiva do INSS em São Luís, no bairro do Calhau. O corte do ponto, segundo o Sintsprev-MA, "tem sido uma ameaça recorrente do órgão federal para tentar intimidar os grevistas".

Greve no INSS dura 11 dias em Mato Grosso do Sul (Foto: Reprodução TV Morena)Greve no Mato Grosso do Sul
(Foto: Reprodução TV Morena)
MATO GROSSO DO SUL
Os grevistas em Mato Grosso do Sul esperam receber até quarta-feira a contraproposta do governo federal. Caso seja recebido dentro do novo prazo, a categoria planeja avaliar os termos na quinta-feira (27) em assembleia a ser realizada em Campo Grande. A greve completa 46 dias nesta terça.
De acordo com a comissão de greve, 90% das agências do INSS estão paralisadas em Mato Grosso do Sul. Apenas alguns serviços, como perícia médica, funcionam normalmente, desde que o atendimento seja agendado previamente pela internet ou pelo telefone 135.
Mato Grosso do Sul possui 37 agências do INSS e 1,5 mil pessoas estão sem atendimento por dia. Em Campo Grande, duas agências estão fechadas parcialmente, segundo a comissão de greve.

Grevistas do INSS fazem 'apitaço' em Varginha (Foto: Reprodução EPTV)Grevistas do INSS fazem 'apitaço' em
Varginha (Foto: Reprodução EPTV)
MINAS GERAIS
A paralisação completa 50 dias em Minas e atrasa o atendimento à população, segundo o Sintsprev-MG. A entidade não divulga um percentual de agências fechadas e trabalhadores parados no estado, mas afirma que a greve tem "grande adesão".
No Sul de Minas, a adesão chegou a 80% da categoria, segundo levantamento feito pelo Sintsprev na região. O número de agências que mantêm apenas a perícia médica subiu para 22 com o apoio de funcionários da unidade de Ouro Fino, até então fora do movimento.
"O movimento continua ainda. Nós estamos esperando o atendimento por escrito das reivindicações feitas ao governo federal", disse a diretora do Sintsprev Sul de Minas, Vitória Izabel da Costa Marcacini.

PARAÍBA
A greve do INSS completa 44 dias na Paraíba. De acordo com o Sindsprev-PB, a paralisação afetou o atendimento das 39 agências do INSS no estado, sendo que 10 estão totalmente fechadas e 29 estão parcialmente paralisadas.
Aproximadamente 70% dos cerca de 1.100 servidores do órgão na Paraíba paralisaram as atividades. Não há estimativa de quantos atendimentos estão deixando de ser realizados.

Servidores do INSS do Paraná mantêm portas fechadas após aderirem à greve, na sede do INSS no Centro de Curitiba. A paralisação nacional tem a adesão de pelo menos 14 outros estados e nao há previsão de voltar (Foto: Gisele Pimenta/Frame/Estadão Conteúdo)Servidores do INSS do PR mantêm portas fechadas
(Foto: Gisele Pimenta/Frame/Estadão Conteúdo)
PARANÁ
Aproximadamente 30 das 74 agências de atendimento do INSS no Paraná devem suspender também o serviço de perícia médica na quarta-feira (26).
De acordo com o Sindprevs-PR algumas unidades já não realizaram perícia nesta terça, quando a greve dos servidores completou 50 dias.
O estado tem seis mil servidores do INSS. Apenas na Gerência de Curitiba (são cinco em todo o estado), são realizados mais de três mil atendimentos por dia.
A estimativa dos servidores é que, quando a greve terminar, sejam necessários seis meses para colocar em dia pauta de atendimento do INSS.

Servidores do INSS estão em greve em Petrolina (Foto: Amanda Franco/ G1)Servidores do INSS estão em greve em Petrolina
(Foto: Amanda Franco/ G1)
PERNAMBUCO
Em Petrolina, no Sertão pernambucano, os servidores estão em greve há 46 dias e começam a pontuar avanços nas negociações com o governo federal. Um deles é a sinalização de incorporação da Gratificação de Desempenho de Atividade do Seguro Social (GDASS) de forma integral aos servidores aposentados.
De acordo com o delegado de base do Sindsprev, Antenor Vieira dos Martyres, o GDASS corresponde a cerca de 80% do salário dos servidores, mas com a aposentadoria, apenas 50% é pago. No último dia 20 de agosto, o governo apresentou verbalmente uma proposta de incorporação, porém a partir de janeiro de 2017.
“Nós temos aqui funcionários com 41 anos de serviço que ainda não se aposentaram devido a esta gratificação, porque se a pessoa se aposentar hoje e perder 50% desta gratificação não é real”, explicou o delegado sindical.

RIO DE JANEIRO
No Norte e no Noroeste Fluminense, a greve completa 50 dias nesta terça-feira. Em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, as três agências do INSS realizam cerca de 100 atendimentos diários. A unidade da Rua Treze de Maio está totalmente paralisada e as agências do Centro e de Guarus funcionam parcialmente, com número de funcionários reduzido.
Na Região dos Lagos, apenas a agência de Araruama funciona integralmente, de acordo com o Sindsprev (Sindicato dos trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdencia Social). As agências de Arraial do Cabo, Bacaxá – distrito de Saquarema –, São Pedro da Aldeia e Maricá estão completamente paralisadas. Já as unidades de Cabo Frio e Macaé seguem funcionando parcialmente.

Com a paralisação, fica suspensa a maior parte dos atendimentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e das agências regionais do Trabalho no Estado. (Foto: Sindprevs-RN)Agência do RN fechada (Foto: Sindprevs-RN)
RIO GRANDE DO NORTE
A greve do INSS completa 50 dias no estado. De acordo com o Sindprevs-RN, a paralisação tem 90% de adesão. Durante o período de greve só estão sendo feitos atendimentos de serviços emergenciais. Das 38 agências do Rio Grande do Norte, 30 estão fechadas e oito funcionam parcialmente.
Ainda de acordo com Sindprevs-RN, as negociações avançaram e há a expectativa de que a greve seja encerrada na próxima semana. O único ponto que não foi acordado entre a categoria e o governo federal é o reajuste salarial de 27,5%, segundo o sindicato.

Servidores em greve aguardam para quarta (26) negociação com o governo (Foto: Arquivo pessoal)Servidores em greve aguardam para quarta (26)
negociação com o governo (Foto: Arquivo pessoal)
RORAIMA
Em greve há quase um mês, funcionários em Roraima aguardam solução para o impasse após reunião com o governo nesta quarta-feira (26), de acordo com Luis Felippe Souza, um dos integrantes do comando de greve.
Segundo ele, a liminar do STJ está sendo cumprida, o que garante a manutenção de 60% das atividades nas agências de Boa Vista, Caracaraí, Rorainópolis e Alto Alegre. A greve foi deflagrada no estado no dia 31 de julho, em apoio à paralisação nacional.


Servidores realizaram protesto contra o corte de salários de alguns servidores (Foto: Sindprevs/SC/Divulgação)Servidores protestam contra o corte de salários de
alguns servidores (Foto: Sindprevs/SC/Divulgação)
SANTA CATARINA
De acordo com o coordenador estadual do Sindprevs-SC, Luciano Veras, mais 90% dos servidores aderiram à greve no estado, que completa 50 dias. "Mais de 90% aderiram aqui em Santa Catarina. Houve adesão também dos gestores e de pessoas com cargos de confiança devido ao corte do ponto", detalha Veras.
Na segunda-feira (24), servidores realizaram uma manifestação em Florianópolis tapando os próprios lábios, em protesto contra o corte de ponto e de salários de alguns servidores, sem que houvesse decisão judicial.
Todas as agências estão com atendimento afetado, mas muitos usuários estão agendando as visitas, conforme o comando de greve. Ainda não há informações sobre quantas agências estão totalmente fechadas nesta terça. O estado possui 63 agências e cerca de 3 mil funcionários do INSS.

Servidores do INSS entram em greve em Campinas (Foto: Priscilla Geremias/ G1)Servidores do INSS entram em greve em Campinas
(Foto: Priscilla Geremias/ G1)
SÃO PAULO
A greve afeta agências do interior de São Paulo. Em Piracicaba, a paralisação chegou ao 43º dia e deixa duas mil pessoas por semana sem atendimento, segundo o Sinsprev. A categoria ainda informou que a única agência da cidade para atendimento ao público está aberta apenas para a realização de perícias.
De acordo com o diretor do sindicato, Eduardo Rúbio, a unidade de Piracicaba tem 36 servidores e opera com quatro profissionais, que realizam os serviços de urgência (perícia). Além disso, os funcionários do administrativo não estão parados.
A greve nacional afetava dez cidades da região de Campinas nesta segunda. As cidades que tiveram atendimentos prejudicados são Valinhos, Pedreira, Sumaré, Mogi Mirim, Itapira, Mogi Guaçu, Campinas, Indaiatuba, Americana e Amparo. Algumas estão totalmente paralisadas e outras estão realizando apenas perícias médicas agendadas.
A direção do Sindicato da Saúde e Previdência de São Paulo (Sinsprev) informou na tarde desta segunda-feira (24) que a greve dos funcionários do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) atinge as agências de Itaquaquecetuba e Mogi das Cruzes. Em Suzano, segundo o sindicato, o atendimento segue de forma normalizada.
A paralisação afeta a região do Alto Tietê nesta terça. "A agência de Itaquaquecetuba está parada [agência], Mogi das Cruzes funciona parcialmente e em Suzano o atendimento está normalizado", explicou o diretor do Sinsprev, Fábio Antonio Arruda.
Na região de Ribeirão Preto, a greve nacional afeta pelo menos quatro cidades: os atendimentos são parciais nas duas agências de Ribeirão, na sede de Franca e também em Cravinhos e em Batatais.
No Oeste Paulista, a greve em agências completa 30 dias. As unidades paradas são de Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Presidente Epitácio, Rancharia, Álvares Machado, Rosana, Dracena, Santo Anastácio, Martinópolis e Adamantina.

Dona de casa enfrenta estrada com a filha doente em ambulância não apropriada na esperaça da liberação do benefício do INSS (Foto: Tássio Andrade/G1)Dona de casa enfrenta estrada com a filha doente
em ambulância não apropriada na esperaça da
liberação do benefício do INSS
(Foto: Tássio Andrade/G1)
SERGIPE
Com greve do INSS, duas irmãs com esclerose não conseguiram benefícios em Aracaju. Nesta segunda, a dona de casa Edenilde Silva Pequeno, de 60 anos, viajou de Salgado, no Sul de Sergipe, à capital (percorrendo uma distância de 67 km) com uma das filhas em uma ambulância, na tentativa de receber os benefícios dela, mas voltou para casa sem nada.
"Carine perdeu completamente os movimentos do corpo há dois anos, quando ela tinha 23 anos. Há dois meses, a minha filha mais nova, a Greice Kelly, de 19 anos, também está na cama e perdeu todos os movimentos. Eu sou uma mulher sozinha, não tenho marido, nem irmãos, absolutamente ninguém", desabafa desesperada a mãe.
Os servidores do INSS estão em greve desde o dia 9 de julho no estado. 19 unidades estão paralisadas e cerca de 2,5 mil pessoas estão sem atendimento. Nesta manhã, servidores fizeram um ato unificado em todas as agências.

sábado, 22 de agosto de 2015

Compare filés de merluza e pescada

Compare filés de merluza e pescada

Conheça as virtudes de cada um e faça sua escolha

Escrito por
Thaís Manarini
Alex Silva
Não vá esperando uma diferença abismal entre os dois peixes, já que ambos são de carne branca e nadam em águas salgadas. Claro, há particularidades. O filé de merluza é um pouco mais magro do que o de pescada, por exemplo. “Em uma dieta com redução de calorias, já faz diferença”, comenta a nutricionista clínica Nathália Fonseca, do Rio de Janeiro.

Para suavizar o sabor da merluza, um tanto mais forte, uma boa é temperá-la com limão, sal, endro, pimenta, salsa e alho-poró. Agora, se a balança não preocupa, até dá para considerar que há um empate técnico. Ainda mais porque a pescada concentra uma quantidade maior de um tipo de benéfico de gordura, a monoinsaturada. Ela ajuda a melhorar o perfil do colesterol no sangue, baixando principalmente sua versão ruim, o LDL. “Só não adianta exagerar”, avisa Nathália. O ideal seria comer peixe pelo menos duas vezes por semana – de preferência, preparado no vapor, assado, ou ensopado.
Veja abaixo os valores nutricionais de um filé de 100 gramas:
ENERGIA
Filé de merluza................ 89 cal*
Filé de pescada.............. 107 cal
PROTEÍNAS
Filé de merluza................ 16,6 g
Filé de pescada................ 16,7 g*
GORDURA POLI-INSATURADA
Filé de merluza................ 0,4 g*
Filé de pescada................ 0,3 g
FERRO
Filé de merluza................ 0,2 mg
Filé de pescada................ 0,2 mg
POTÁSSIO
Filé de merluza................ 340 mg*
Filé de pescada................ 253 mg
GORDURA MONOINSATURADA
Filé de merluza................ 0,5 g
Filé de pescada................ 2,3 g*

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Velejador sul-coreano é internado e culpa poluição da Baía de Guanabara

Segundo seu treinador, Wonwoo Cho contraiu vírus durante evento teste para Olimpíada do Rio

Treinador divulgou imagem do sul-coreano Wonwoo Cho sendo levado ao Hospital Samaritano do Rio
Treinador divulgou imagem do sul-coreano Wonwoo Cho sendo levado ao Hospital Samaritano do Rio(Reprodução/Facebook)
O velejador sul-coreano Wonwoo Cho foi internado na última terça-feira no Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio, com febre, vômitos, calafrios e desidratação, depois de participar de um evento-teste da vela para os Jogos Olímpicos de 2016. Segundo seu treinador, Danny Ok, o atleta de windsurf ficou doente por causa da poluição das águas da Baía de Guanabara.

De acordo com Danny, Cho não estava se sentindo bem desde a última segunda-feira. A suspeita é que o sul-coreano pegou uma infecção por vírus. Ele já recebeu alta e inclusive voltou a competir no evento-teste, terminando no 23ºlugar da classe RS:X."Mais de 10 anos de esforço podem ser destruídos em um dia! Isso não é uma situação de emergência, mas é muito decepcionante. Ele ficou doente na última noite com febre alta, vômito e calafrios, e agora está totalmente desidratado. Parece que foi infectado por um vírus em um lugar que deveria ser seguro e limpo por ser uma sede olímpica", escreveu o treinador em sua conta no Facebook.
"Eu espero que isso não aconteça de novo, não só para nós, mas para todos os atletas que competem neste lugar. Eu espero que o COI (Comitê Olímpico Internacional) e a ISAF (Federação Internacional de Vela) considerem que esse problema de segurança deva ser melhorado no próximo ano", completou Danny. Na semana passada, remadores dos Estados Unidos também ficaram doentes depois de competir na Lagoa Rodrigo de Freitas em outro evento-teste. Eles, no entanto, evitaram apontar a poluição como culpada.
No fim de julho, a agência Associated Press divulgou um estudo que revelou alta presença de vírus conhecidos por causar doenças estomacais, respiratórias e outras, incluindo diarreia aguda e vômitos, nas águas da Baía de Guanabara, Lagoa Rodrigo de Freitas e na praia de Copacabana.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Um café da manhã rico em proteínas ajuda a emagrecer

De acordo com um estudo da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos, comer ovos, leite ou derivados e carne magra na primeira refeição do dia reduz o consumo de 400 calorias durante o dia

Tomar um café da manhã rico em proteína ajudou a reduzir o número de calorias ingeridas durante o dia, trouxe mais saciedade e estabilizou os níveis de glicose, o que ajuda a prevenir o diabetes
Tomar um café da manhã rico em proteína ajudou a reduzir o número de calorias ingeridas durante o dia, trouxe mais saciedade e estabilizou os níveis de glicose, o que ajuda a prevenir o diabetes(Robyn Mackenzie/iStock/Getty Images)
Tomar um café da manhã superproteico ajuda a perder e controlar o peso, além de melhorar o controle glicêmico. É o que diz um estudo publicado recentemente no periódico científico International Journal of Obesity.
O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos, comparou os benefícios de café da manhã tradicional, composto por leite e cereais, com um superproteico -- além do leite, composto por ovos, carne magra e iogurte.
Para isso, foram recrutados 28 jovens com sobrepeso e que não tinham o hábito de tomar café da manhã. Eles foram divididos em três grupos: o primeiro manteve o hábito de pular a refeição e o segundo passou a tomar o café da manhã tradicional, com cerca de 13g de proteína. Já o terceiro deveria fazer uma refeição superproteica (com cerca de 35g da substância). As refeições duraram três meses.
Os resultados mostraram que o grupo que passou a tomar um café da manhã rico em proteína reduziu o consumo de calorias durante o restante do dia. Além disso, o nível de glicose entre eles mostrou-se mais estável.
O grupo que tomava um café da manhã rico em proteínas passou a consumir 400 calorias a menos por dia. Mantiveram-se saciados por mais tempo, portanto. A digestão e absorção das proteínas é mais lenta do que outros nutrientes e o organismo se mantêm satisfeito por mais tempo.
O estudo foi feito com jovens, mas vale para os mais velhos. De acordo com Heather Leidy, principal autora do estudo, é na adolescência que geralmente se estabelecem os hábitos alimentares. E a maioria gosta de pular a etapa do café da manhã.
(Da redação)

sábado, 15 de agosto de 2015

Jovem do interior de São Paulo busca ajuda na internet e perde 60 kg

Depois de ter sua primeira filha, Tayna César chegou a pesar 123 kg.
Ela buscou inspiração em grupos do Facebook para chegar aos 63 kg.

Mariana Lenharo Do G1, em São Paulo
A dona de casa Tayna Cris César, de 20 anos, chegou a pesar 123 kg depois de ter sua primeira filha, hoje com três anos. Entre as histórias que coleciona das dificuldades que o excesso de peso trouxe para sua vida está a do dia em que ficou presa na catraca do ônibus e a da festa de casamento a que teve que ir de legging por falta de roupas que servissem.
Ela conta que nunca foi magrinha. Na adolescência, chegou a pesar 83 kg e, antes da gravidez, pesava 74 kg. Mas foi depois da gravidez que chegou ao peso máximo: 123 kg. “Acho que foi a ansiedade porque morava em uma cidade e, quando casei, tive que mudar para outra. Os meus parentes ficaram todos longe e eu passava o dia em casa comendo.” Ela vive hoje em São José do Rio Preto, interior de São Paulo.
Tayna César chegou a pesar 123 kg; hoje, 60 kg mais magra, está satisfeita com o peso (Foto: Tayna César/Arquivo pessoal)Tayna César chegou a pesar 123 kg; hoje, 60 kg mais magra, está satisfeita com o peso (Foto: Tayna César/Arquivo pessoal)
Como almoçava sozinha, acabava recorrendo a pães, lanches, salgadinhos e outras besteiras em vez de preparar uma refeição mais equilibrada. Quando chegava a noite, estava morrendo de fome e exagerava no prato de arroz, feijão ou massa. “Comia muito errado. Nunca curto muito doce, o meu ponto fraco era mais a massa.”
Tayna César - Raio-X (Foto: G1)
Tayna se sentia tão mal com seu corpo que, quando ia visitar a mãe, em Urupês (SP), só ficava dentro de casa porque tinha medo de encontrar velhos conhecidos e ficar constrangida. A mãe também se sentia preocupada com o excesso de peso da filha, tanto por motivos de saúde quanto por motivos estéticos.
Quando decidiu que precisava fazer alguma coisa a respeito do excesso de peso, começou a pesquisar páginas na internet que reuniam pessoas que estavam na mesma situação que ela ou que já tinham conseguido emagrecer com sucesso. Foi assim que ela se inspirou e aprendeu tudo o que sabe sobre alimentação saudável.
O primeiro passo foi passar a comer a cada 3 horas, cortar frituras, refrigerantes, embutidos e trocar pães e massas pelas versões integrais. Hoje, come pão integral, leite desnatado e requeijão light no café da manhã. Nos lanches da manhã e da tarde, ela escolhe entre fruta ou iogurte. No almoço e no jantar, limitou a quantidade de arroz e feijão para três colheres de cada, além de legumes, salada e uma carne magra.
“No começo, é muito difícil porque o corpo sente falta de alguns hábitos, mas depois de umas duas semanas, vai ficando mais fácil. Também fui aprendendo a deixar os pratos mais gostosos”, diz. Seu marido apoiou sua decisão de mudar sua alimentação, mas não a acompanhou na nova dieta. Por isso ela ainda tinha que lidar com a tentação de o ver comendo guloseimas proibidas para ela.
Mas o esforço valeu a pena. Depois de perder os primeiros 4 kg, ela se animou a ir à academia, onde faz musculação e exercícios aeróbicos. Ela chegou aos 63 kg e se sente satisfeita. “Só tenho vontade de definir mais o corpo. Sinto orgulho porque é muito difícil, chorei muito.” Se antes Tayna tinha que se contentar com os modelos de roupa que encontrava em seu número, que às vezes a deixavam parecendo mais velha, hoje pode escolher a roupa que quiser nas lojas.
Tayna limitou a quantidade de arroz e feijão e inclui verduras e legumes em seus pratos (Foto: Tayna César/Arquivo pessoal)Tayna limitou a quantidade de arroz e feijão e inclui verduras e legumes em seus pratos (Foto: Tayna César/Arquivo pessoal)
O medo de voltar a engordar, porém, ainda existe. “Costumo dizer que não sou magra, estou magra.” Com sua experiência, aprendeu que mudar a mentalidade é essencial. “Nas outras vezes que fracassei, eu começava na segunda, errava na terça e pensava: segunda que vem eu retomo. Desta vez, decidi que seria diferente: mesmo que eu errasse, ia retomar a dieta na próxima refeição.”
Mudança de hábitos e exercícios levaram Tayna a emagrecer 60 kg em um ano (Foto: Tayna César/Arquivo pessoal)Mudança de hábitos e exercícios levaram Tayna a emagrecer 60 kg em um ano (Foto: Tayna César/Arquivo pessoal)
A jovem de 20 anos chegou a pesar 123 kg depois de ter sua primeira filha (Foto: Tayna César/Arquivo pessoal)A jovem de 20 anos chegou a pesar 123 kg depois de ter sua primeira filha (Foto: Tayna César/Arquivo pessoal)

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Acreano desiste de fazer redução no estômago e emagrece 62 kg com dieta

Com 170 kg, jovem gastou R$ 3,5 mil com exames, mas desistiu da cirurgia.
'Críticas aos obesos são duras', diz o autônomo Netão, de 31 anos.

Janine Brasil Do G1 AC
“Olha, o pai dele é gordão!". A frase dita pelo colega do filho do autônomo Francisco da Silva Neto, de 31 anos, ou apenas ‘Netão’, como é conhecido, era o que faltava para que ele tomasse a decisão de emagrecer. Medindo 1,85 metros, Netão pesava, em maio do ano passado, 170 quilos. A primeira opção dele foi fazer uma redução de estômago. Para isso, gastou quase R$ 4 mil com exames pré-cirúrgicos, mas, uma conversa com o médico o fez mudar de ideia.

"Em maio de 2014 resolvi fazer uma bariátrica e fui até Goiânia. Essa era, na minha opinião, a solução mais rápida. Cheguei a gastar R$ 3,5 mil com exames, o médico viu e não encontrou nenhuma alteração. Estava disposto a pagar R$ 21 mil para fazer a cirurgia, mas o médico disse que eu era jovem e me mandou pensar melhor", recorda.
As críticas aos obesos são duras, ninguém é gordo porque quer. A sociedade vê a pessoa gorda de forma diferente"
Autor
A reflexão deu certo. Um mês depois, já de volta à capital acreana, Netão diz que começou uma dieta "maluca", se matriculou em uma academia e usou parte do dinheiro da cirurgia para comprar uma bicicleta.

"Comecei uma dieta por conta própria. Comia maçã o dia todo e fazia funcional. Emagreci 15 kg em um mês, mas não recomendo que ninguém faça isso, pois eu passava muito mal. Hoje passo por um acompanhamento nutricional com um especialista. Essa é a forma correta de alguém conseguir chegar ao peso ideal", alerta.

Hoje, com 62 quilos a menos, o autônomo relata o preconceito que sofreu quando era obeso.  "As críticas aos obesos são duras, às vezes a pessoa não é gorda porque quer. Nos dias atuais, ninguém me olha mais como antigamente, as pessoas me julgavam com os olhos por eu ser gordo, e isso não é bom. Uma das coisas que mais me motivaram foram as críticas, a sociedade vê a pessoa gorda diferente", lamenta.
À esquerda, Netão com 170 quilos, e à direita com 108 após a transformação (Foto: Francisco Neteo/Arquivo Pessoal)À esquerda, Netão com 170 quilos, e à direita com 108, após a transformação (Foto: Francisco Neteo/Arquivo Pessoal)
Netão diz que o episódio com o coleguinha do filho, chamando-o de "pai gordão" foi um golpe duro. "Minha família é tudo para mim, me senti magoado, não por mim, mas pelo preconceito que meu filho poderia sofrer na escola por ter um pai gordo, então, resolvi tomar uma atitude", acrescenta ele, que é casado e pai de dois filhos, um de 7 e outro de 12.
O ex-obeso afirma que hoje seu organismo é condicionado à dieta e exercícios físicos e garante que não passa nenhum dia sequer sem se exercitar. "Comecei devagar, respeitando os meus limites. Nunca pensei em desistir hoje sou viciado nisso aqui [academia] meu organismo é condicionado ao exercício físico, se eu não fizer, parece que perdi o dia", garante.
Neto emagreceu 62 quilos com exercício físico e alimentação saudável (Foto: Janine Brasil/G1)Neto emagreceu 62 quilos com exercício físico e alimentação saudável (Foto: Janine Brasil/G1)
Sedentarismo e comodismo motivaram obesidade
Netão conta que não foi obeso a vida toda. Ele aponta o comodismo, o sedentarismo, e o trabalho em uma lanchonete como os principais vilões para que ele aumentasse de peso.
"Não fui obeso na vida toda. Até os 20 anos tinha um peso bom para um homem saudável com a minha altura, 90 kg. Não é que eu esteja culpando o casamento, mas quando a gente casa relaxa um pouco. Além disso, comecei a trabalhar em uma lanchonete, onde atuo até hoje. Minha alimentação era desregrada, colocava culpa na correria do dia a dia para me alimentar de forma errada", diz.
Cardápio de um dia do Netão
Café da Manhã
Uma tapioca (cinco colheres de sopa de massa) recheada com carne moída e ovo e um copo de café com leite
Lanche da manhã
Uma fruta
Pré-treino
Um shake
Almoço
Oito colheres de arroz integral, um pedaço de frango grelhado, salada à vontade (às vezes uma concha de feijão) e um copo de suco verde
Lanche da tarde
Uma fruta
Jantar
O mesmo do almoço
O que deixou de comer
Não ingere mais bebidas alcoólicas e não come frituras de nenhum tipo
'Mérito é todo dele', diz educador físico
O educador físico Rodrigo Rodrigues, de 34 anos,  acompanha Netão desde o início da etapa de emagrecimento. De acordo com o especialista, o mérito é todo do autônomo, que aliou força de vontade com a prática de exercícios físicos.

"O problema do Netão era o sedentarismo, ele chegou aqui com bem mais de 160 quilos. Quando vejo uma pessoa como ele, fico mais motivado em ajudar. Acredito que a preguiça aliada à falta de motivação foram os principais motivos que o levaram a ficar obeso", diz.
Rodrigues acrescenta ainda que se orgulha do desempenho do aluno, pois, segundo ele, não são todos que têm a iniciativa de procurar ajuda quando está tão acima do peso.
"Quando alguém procura uma academia nas condições que o Netão procurou ela quer apoio, precisa de ajuda. O mais difícil é colocar na cabeça das pessoas que elas precisam de ajuda, e isso o Netão teve desde o início. Até hoje ele liga perguntando se tem treino no sábado, se vou praticar algum tipo de exercício no domingo. O que eu faço é apenas transformar o exercício físico em uma coisa prazerosa", finaliza.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Vacinação contra a pólio começa neste sábado no Brasil

Até o dia 31 de agosto, poderão ser imunizadas pela rede pública crianças com idade entre seis meses e cinco anos incompletos.

Criança participa da campanha de vacinação contra a poliomielite, em São Paulo - 13/08/2011
Além da imunização contra a pólio, serão ofertadas as vacinas que compõem o calendário básico da criança, como as doses contra febre amarela, hepatite B, o rotavírus humano e a tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba(Julien Pereira/Fotoarena/VEJA)
A campanha nacional de vacinação contra a poliomielite começa neste sábado e se estenderá até o dia 31 de agosto, em todo o país. Durante esse período, poderão ser imunizadas crianças de seis meses a cinco anos incompletos.
Além da imunização contra a pólio, serão oferecidas as vacinas que compõem o calendário básico infantil, como as doses contra febre amarela, hepatite B, rotavírus humano e a tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba.
A imunização será feita em todos os postos de vacinação fixos e móveis do Brasil.
A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é provocada pelo polivírus, que afeta o sistema nervoso e pode causar fraqueza muscular permanente e paralisia irreversível.
Atualmente, o Brasil está livre da doença, mas a vacinação é fundamental para manter o vírus afastado do país.
Entre 2013 e 2014, dez países registraram casos de poliomielite, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
(Com Estadão Conteúdo)

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Ômega 3 pode proteger jovens contra esquizofrenia, diz estudo

Ácido graxo é encontrado em peixes, nozes, canola e soja.
Índice da doença foi menor em grupo que ingeriu ômega 3.

Da AFP
Ômega 3 (Foto: Universidade de Oxford/Divulgação)Suplementos de Ômega 3
(Foto: Universidade de Oxford/Divulgação)
Uma suplementação em ômega 3 pode reduzir significativamente o risco de desenvolver esquizofrenia em pessoas jovens e que correm esse risco, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (11) na revista "Nature Communications".
Para chegar a este resultado, um grupo de pesquisadores australianos e austríacos deram suplementos alimentares à base de ômega 3 por 12 semanas a um grupo de 41 pessoas com idade entre 13 e 25 anos, consideradas com alto risco de desenvolver psicoses.
Comparando-as com um grupo de 40 jovens da mesma idade e com risco semelhante, mas que receberam placebo, os pesquisadores descobriram que apenas 10% dos jovens do primeiro grupo haviam desenvolvido esquizofrenia nos sete anos seguintes, contra 40% no segundo grupo.
 
A doença também apareceu mais cedo no grupo placebo, que também apesentou um número maior de outras doenças mentais durante o período do estudo.
A esquizofrenia é um transtorno mental grave que se manifesta por uma perda de contato com a realidade e que geralmente aparece na adolescência ou início da idade adulta.

Em seu estudo, os pesquisadores acreditam que esses primeiros resultados "oferecem esperanças alternativas aos tratamentos de pessoas jovens com risco de desenvolver psicoses".
Mas eles também reconhecem que a sua amostra é limitada e que novos estudos são necessários para confirmar as suas observações ou para descobrir o mecanismo de ação pelo qual o ômega 3 pode prevenir tais psicoses.

Benefícios do ômega 3
O ômega 3 é um ácido graxo essencial, indispensável para o bom funcionamento do cérebro, sistema nervoso e retina, mas também acredita-se que tenha um efeito benéfico sobre o coração e a saúde mental.
É encontrado em grandes quantidades em peixes gordurosos (sardinha, cavala, arenque, salmão) ou nozes, canola e soja, mas a sua ingestão alimentar continua a ser insuficiente em países desenvolvidos.
Dado seus supostos benefícios, o ômega 3 também invadiu os supermercados sob a forma de suplementos alimentares, o que levou as autoridades de saúde em diversos países a emitir recomendações para o consumo máximo desejável (2g a 3g por dia).

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Dengue fica perto de 500 mil casos e SP repensa planos

Número representa mais do que o dobro do recorde anterior, de 2013, quando 201 mil pessoas pegaram a doença no Estado

AE
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Embora o pior período já tenha passado, os números atualizados da epidemia de dengue em São Paulo ainda assustam. Quase meio milhão de paulistas foram infectados pela doença neste ano, segundo boletim mais recente do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde, que considera os dados até o dia 17 de julho.

É mais do que o dobro do recorde anterior, de 2013, quando 201 mil pessoas pegaram a doença no Estado. O ano de 2015 também teve recorde de mortos pela doença: 360, de acordo com o Ministério da Saúde.

Diante do quadro e das críticas recebidas pela demora em agir frente à epidemia neste ano, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) deverá realizar neste mês uma reunião com todos os prefeitos e secretários municipais de saúde dos 645 municípios paulistas para alertá-los sobre o trabalho que deverá ser feito desde agora para evitar que ocorra uma nova epidemia severa no próximo verão.

Neste ano, 450 cidades paulistas tiveram taxa de incidência epidêmica da doença, quando há mais de 300 casos por 100 mil habitantes, o que indica que 70% do Estado viveu ou ainda vive um surto da doença. O índice corresponde ao triplo do número de cidades que tiveram epidemia no ano passado: 142.

"Estamos antecipando o trabalho de controle de vetores, fazendo o levantamento do índice de infestação de larvas do mosquito nos municípios, até para definir as estratégias de combate. Esperamos que esse levantamento já esteja pronto quando o governador se reunir com os gestores dos municípios", afirma Marcos Boulos, coordenador de controle de doenças da Secretaria da Saúde.

A pasta vai montar um grupo executivo com representantes do governo do Estado, de alguns municípios e do conselho de secretários municipais de saúde para discutir e monitorar as ações de combate à dengue. "Vamos ainda treinar médicos e outros profissionais de saúde no atendimento ao doente", relata Boulos.

Ele afirma que ainda não é possível saber se o quadro de dengue no ano que vem será melhor ou pior do que neste ano. "Nas cidades menores que tiveram epidemia, grande parte da população pegou dengue, está imune e, por isso, o quadro deverá ser mais brando no ano que vem. Já em grandes cidades, como São Paulo, Guarulhos, por mais que tenha havido epidemia, o número de pessoas suscetíveis ainda é grande", afirma.

Campeãs

Em 2015, as cidades do noroeste paulista foram as mais afetadas pela epidemia. A líder em incidência da doença foi Estrela D' Oeste, com 1.361 pessoas infectadas e taxa de 16.683 casos por 100 mil habitantes. Em seguida no ranking de municípios mais afetados estão Onda Verde, Cândido Mota, Nova Canaã Paulista e Guaimbê, todos no interior.

Na capital paulista, o número de casos nos cinco primeiros meses deste ano chegou a 87.470, o triplo do registrado em todo o ano passado, quando 29 mil pessoas foram contaminadas. Na zona norte, área da cidade mais afetada, é difícil encontrar um bairro sem relatos de quem pegou a doença.

"Primeiramente, fui eu que comecei com febre alta, dores. Um mês depois, quando já estava recuperado, foi a vez do meu filho. Na minha rua um monte de gente pegou, teve até dois casos de dengue hemorrágica", conta o operador de trânsito Sidnei Pereira da Silva, de 52 anos, morador da Brasilândia.

Silva diz acreditar que a crise hídrica tenha sido a principal responsável pela grande epidemia deste ano. "No meu bairro, era difícil encontrar uma pessoa que não estivesse armazenando água da chuva ou da máquina de lavar. Eu cheguei a ver gente que comprou caixa d'água e a deixava destampada", conta ele.

Epidemia nacional

Em todo o Brasil, o número de pessoas infectadas neste ano chegou a 1,3 milhão, o segundo maior índice da história, perdendo apenas para 2013, quando 1,4 milhão de brasileiros tiveram a doença, segundo dados do mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que reúne registros até 18 de julho. No período, 600 pessoas morreram por complicações da doença.

São Paulo é o Estado com a segunda maior taxa de incidência de dengue no País, com 1.406 casos por 100 mil habitantes, perdendo apenas para Goiás, que tem índice acumulado de 1.831. O pico da doença ocorreu em abril, e o número de casos foi caindo assim que as temperaturas diminuíram.

Enquanto a taxa de incidência naquele mês foi de 195,3 casos por 100 mil habitantes, em junho o índice caiu para 35,8. Alguns Estados com clima mais quente, no entanto, mantiveram em junho taxas de incidência superiores a 100. É o caso de Tocantins, Ceará e Goiás. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sábado, 8 de agosto de 2015

A dieta da juventude

Regime criado por cientistas americanos rejuvenesce o cérebro em até oito anos

Cilene Pereira (cilene@istoe.com.br)
Uma pesquisa patrocinada pelo Instituto Nacional do Envelhecimento dos Estados Unidos demonstrou que um regime batizado de MIND diet tem o poder de rejuvenescer o cérebro em até oito anos. Conduzido por pesquisadores da Rush University Medical Center, também nos EUA, o trabalho provou que a dieta retarda o declínio cognitivo que acontece com o passar dos anos e tem alto índice de adesão. O artigo sobre o modelo de alimentação foi publicado na última edição da revista da Associação Americana de Alzheimer.
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A MIND diet é uma combinação de alimentos presentes na dieta mediterrânea, considerada uma das mais saudáveis, e na Diet Approaches to Stop Hypertension, cuja sigla é DASH e que tem como objetivo a adoção de parâmetros alimentares que previnam e tratem a hipertensão. Da associação entre as duas surgiu o acrônimo MIND (Mediterranean-DASH Intervention for Neurodegenerative Delay, algo como intervenção Mediterrânea-DASH para atrasar o processo neurodegenerativo).
O regime consiste na inclusão no cardápio de alimentos com benefícios cientificamente comprovados para o funcionamento cerebral. O primeiro item é o de folhas verde escuro. O espinafre, por exemplo, é rico em ácido fólico, composto importante para a regeneração celular. Nozes, amêndoa e amendoim devem ser consumidos todos os dias por sua alta concentração de vitamina E, que ajuda a proteger os neurônios. Feijão e lentilha contêm L-tirosina, aminoácido que contribui para a fabricação de substâncias que elevam a concentração.
O menu deve apresentar ainda grãos integrais, compostos por carboidratos complexos, responsáveis por garantir energia ao funcionamento das células de maneira mais uniforme. Os carboidratos simples, ao contrário, ocasionam picos de glicose, o que obriga a produção concentrada e elevada de insulina (hormônio que possibilita a passagem do açúcar presente no sangue para dentro das células). Também não podem ficar de fora vinho, azeite de oliva e frutas vermelhas. Elas possuem flavonóides (substâncias que ajudam a preservar os neurônios). É permitido comer, com moderação, opções como carne vermelha e frituras.
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PROVA
A cientista Martha desenvolveu o menu com alimentos que têm poder
comprovado para melhorar o funcionamento dos neurônios
Os pesquisadores vêm trabalhando na confecção da dieta há dois anos. Em março, eles já tinham publicado um trabalho no qual comprovaram sua eficácia para reduzir a chance de uma pessoa desenvolver a doença de Alzheimer, caracterizada pela perda progressiva da memória e demência. O trabalho divulgado agora amplia o escopo de benefícios. De acordo com a pesquisa, a adesão à MIND diet melhora de maneira significativa as memórias episódica (lembrança pessoal de um evento), de trabalho (usada para reter a informação por pouco tempo e, depois, se for importante, armazenada por longo prazo) e a semântica (guarda informações de conhecimento comum, como nome de cores). Também aprimora as habilidades visuais e a percepção de velocidade nos movimentos.
As conclusões foram obtidas após o acompanhamento de 960 idosos ao longo de quase cinco anos. Anualmente eles foram submetidos à avaliação de suas habilidades cognitivas e também responderam a questionários sobre seus hábitos alimentares. Isso permitiu aos cientistas associar a adesão da dieta à evolução do funcionamento do cérebro dos participantes. No final da pesquisa, aqueles que seguiram a dieta com fidelidade apresentaram capacidade cerebral de alguém em média 7,5 anos mais jovem em comparação aos que não aderiram ao regime com rigor.
Na opinião da coordenadora do experimento, Martha Clare Morris, diretora da Seção de Nutrição da Rush University, a eficácia do regime resulta do fato de ele conter ingredientes específicos para a saúde cerebral. “Diferentemente da dieta mediterrânea e da DASH, a MIND diet foi criada para conter nutrientes que se mostraram cientificamente importantes para proteger o cérebro de doenças neurodegenerativas”, disse à ISTOÉ. “E é fácil de ser adotada.”
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Fotos: Rush Photo Group; Shutterstock 

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Caso de bebê que teve câncer no olho descoberto em foto alerta outros pais

História de Arthur, então com 5 meses, foi noticiada pelo G1 em 2013.
Divulgação levou outros pais a procurarem o Inca com casos semelhantes.

Mariana Lenharo Do G1, em São Paulo
Foto da esquerda revelou mancha no olho que levou a diagnóstico de câncer no olho quando Arthur tinha 5 meses; hoje, com 2 anos, o garoto está em fase de controle da doença (Foto: Michele de Farias Brito/Arquivo Pessoal)Foto da esquerda revelou mancha no olho que levou a diagnóstico de câncer no olho quando Arthur tinha 5 meses; hoje, com 2 anos, o garoto está em fase de controle da doença (Foto: Michele de Farias Brito/Arquivo Pessoal)
O caso de Arthur – garoto que, aos 5 meses, foi diagnosticado com retinoblastoma nos dois olhos graças a um brilho diferente no olhar captado por uma fotografia – foi noticiado pelo G1 em 2013. Desde então, a história do menino tem servido para alertar outros pais que, ao observar sinais semelhantes em seus filhos, procuraram atendimento médico.
 
A mãe do garoto, Michele de Farias Brito, conta que conheceu várias mães de crianças com retinoblastoma no Instituto Nacional de Câncer (Inca), onde Arthur faz tratamento, que levaram os filhos ao médico depois de verem o caso de Arthur divulgado pela imprensa.
Foi o que aconteceu com João Pedro, hoje com 6 anos. A mãe, Viviane Soeiro, diz que uma funcionária da mãe dela tinha visto o caso de Arthur na televisão e identificou o mesmo brilho no olho de João Pedro. “Fui pesquisar na internet e encontrei no G1 a reportagem do Arthur”, diz a comerciante. Ela levou o filho a vários médicos que diziam que não se tratava de câncer. Mas ela insistiu até que um exame revelou o tumor (leia mais abaixo).
Em nota, o Inca afirmou que divulgações na mídia sobre o diagnóstico precoce dos cânceres que ocorrem na infância têm ajudado pais a observarem sintomas em seus filhos. "A transmissão de informações adequadas à população é fundamental para o diagnóstico precoce e uma importante ferramenta para o controle do câncer. O caso do paciente Arthur pode ter tido uma contribuição adicional no conhecimento da população sobre o retinoblastoma."
Retinoblastoma é o câncer de olho mais frequente em crianças pequenas, segundo o Inca, e um de seus sinais é justamente o chamado "reflexo do olho do gato", caracterizado por uma mancha branca na pupila quando ela é exposta à luz. A mancha torna-se especialmente visível em fotografias com flash.
Arthur binca com livro durante uma de suas internações no Inca  (Foto: Michele de Farias Brito/Arquivo Pessoal)Arthur binca com livro ao lado de funcionária do Inca
durante uma de suas internações
(Foto: Michele de Farias Brito/Arquivo Pessoal)
Arthur: fase de controle
Hoje com dois anos, Arthur já passou por muitos procedimentos médicos, incluindo ciclos de quimioterapia, uma internação no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e seis meses de injeções diárias de anticoagulante. Por causa da doença, ele quase não enxerga do olho esquerdo, que foi afetado de forma mais intensa.
Segundo sua mãe, Michele de Farias Brito, o período de tratamento foi difícil. Mas, há oito meses, o garoto entrou na fase de controle da doença, o que significa que está sendo monitorado para verificar se o tumor não volta. O aniversário de 2 anos de Arthur teve uma grande festa para comemorar a vitória dessa etapa da luta contra o câncer.
“Tem que viver um dia após o outro. Se for ficar pensando que ainda tem 5 anos pela frente até ele ser considerado totalmente curado, parece muito tempo. Aprendi que, se ele fizer o exame e descobrir que voltou, logo tem que agir e marcar quimioterapia, não pode esperar muito”, diz Michele.
Atualmente, os médicos acompanham a evolução de um cisto benigno que Arthur desenvolveu perto da pálpebra direita. Um exame de ressonância magnética para avaliar o cisto estava marcado para o início de julho, mas foi desmarcado pelo Inca por indisponibilidade da anestesia, necessária para o procedimento. Michele aguarda uma nova data para o procedimento.
João Pedro: demora no diagnóstico
João Pedro, de 6 anos, teve tumor no olho diagnosticado com ajuda de reportagem sobre retinoblastoma (Foto: Viviane Soeiro/Arquivo Pessoal)João Pedro, de 6 anos, teve tumor no olho diagnosticado com ajuda de reportagem sobre retinoblastoma (Foto: Viviane Soeiro/Arquivo Pessoal)
Viviane, mãe de João Pedro, conta que quando um exame finalmente revelou um tumor no olho do filho, depois de consultas com diferentes médicos, já era um caso de cirurgia. “O médico disse que tinha que tirar o olho o quanto antes, de tão grande que estava o tumor do meu filho”, conta. “Não conseguiram diagnosticar isso antes e, se não tivesse visto a reportagem e insistido com os médicos, talvez não conseguisse achar uma solução.”
O menino também passou por quimioterapia e hoje usa uma prótese ocular. Atualmente, está em fase de controle do câncer. “Hoje, a vida dele é normal. Ele já não enxergava desse olho, então, para ele não fez muita diferença.” Na escola, a aparência diferente de seu olho chamou a atenção de algumas crianças, mas ele sempre leva as perguntas numa boa. “Ele é tão pequeno que não tem noção da gravidade da situação. Leva uma vida normal.”

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Pesquisadores usam testosterona para tratar 'menopausa' masculina

Um novo estudo revela que 20% dos homens com mais de 50 anos sofrem de sintomas relacionados à deficiência de testosterona como ondas de calor, suor noturno e redução da libido

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De acordo com estudo, cerca de 20% dos homens com mais de 50 anos têm deficiência de testosterona e sofrem com ondas de calor, suor noturno, redução da libido, depressão, entre outros sintomas(Thinkstock/VEJA)
Cerca de 20% dos homens com mais de 50 anos têm deficiência de testosterona e sofrem com ondas de calor, suor noturno, dores nas juntas, redução da libido, depressão e aumento da gordura corporal, entre outros sintomas. É o que diz um estudo publicado recentemente na revista científica Ageing.
Participaram da pesquisa 2 000 homens com, em média, 54 anos. Antes do tratamento, todos relataram sintomas associados à 'menopausa' masculina, como ondas de calor e diminuição da libido. Embora 83% apresentassem níveis de testosterona considerados normais, todos receberam reposição hormonal. Segundo os resultados, todos os participantes relataram redução dos sintomas.
Os autores do estudo defendem que homens que sofrem com esses sintomas devem receber a reposição de testosterona. "Este estudo prova a efetividade da terapia e mostra principalmente a segurança do tratamento com testosterona, mesmo por longos períodos", disse Malcom Carruthers, autor principal da pesquisa do Centro para a Saúde do Homem, em Londres, na Inglaterra, ao jornal britânico Telegraph.
Embora a testosterona ajude a aliviar sintomas como depressão e diminuição da libido, a reposição do hormônio sem necessidade pode causar danos à saúde, como aumento do risco de câncer de próstata e desenvolvimento de coágulos sanguíneos. Por isso, os resultados devem ser vistos com cautela. Para provar de fato a eficácia e a segurança do tratamento hormonal em homens, especialistas da área alertam que é preciso que seja realizado um estudo maior e com o uso de placebo.
A 'menopausa' masculina ainda é uma condição contestada e muitos pesquisadores preferem se referir à condição como um declínio de testosterona ocasionado pelo envelhecimento. Outros acreditam que os a condição é causada por stress relacionado à crise de meia-idade.
(Da redação)

terça-feira, 4 de agosto de 2015

EUA aprovam primeiro remédio produzido por impressora 3D

O novo medicamento é indicado para pacientes com epilepsia. A técnica abre caminho para tratamentos personalizados para cada paciente

Primeiro medicamento feito com impressoras 3D
O Spritam usa a tecnologia "ZipDose" que cria doses pré-mensuradas que se desintegram na boca com um pouco de líquido(Aprecia Pharmaceuticals/Divulgação)
A FDA, agência americana reguladora de alimentos e medicamentos, aprovou pela primeira vez um medicamento produzido por uma impressora 3D. Segundo um comunicado divulgado pela empresa Aprecia Pharmaceuticals, o remédio chamado Spritam recebeu aval positivo para uso oral como uma terapia alternativa para o tratamento de epilepsia.
O medicamento utiliza uma tecnologia conhecida como 'zipdose', que funciona como um sistema de doses pré-mensuradas que se desintegram na boca após entrar em contato com um pouco de líquido.

A impressão em 3D pode ajudar as empresas a desenvolverem produtos com "especificações individuais para cada paciente ao invés de adotar uma abordagem padronizada para todos", afirmrou o analista da Wedbush Securities, Tao Levy.
Na indústria de cuidados médicos, essas impressoras são usadas por dentistas para criar réplicas de mandíbulas e dentes, assim como alguns implantes dentais acabados, e cirurgiões ortopédicos têm feito testes para criar próteses de quadril customizadas.
(Com Reuters)

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Stress no trabalho pode causar doenças mentais

De acordo com novo estudo, altos níveis de stress no ambiente de trabalho aumentam o risco de licença médica devido a transtornos mentais. Mulheres são as mais afetadas

Altos índices de stress no emprego levam trabalhadores a procurar ajuda médica para tratar problemas físicos, emocionais e mentais
De acordo com o estudo, 75% dos trabalhadores que tiraram licença médica devido a problemas de saúde mental eram mulheres (Thinkstock/VEJA)
Trabalhadores com estilo de vida estressante, que fumam, têm trabalhos exigentes e com pouco apoio social correm um risco maior de tirar licença médica devido a problemas de saúde mental. É o que diz um estudo publicado na edição de agosto do periódico científico Journal of Occupational and Environmental Medicine.
Pesquisadores suecos analisaram dados de 12 000 trabalhadores e descobriram que, ao longo de cinco anos, cerca de 8% foram afastados do emprego por sofrerem de problemas psiquiátricos. Destes, 75% eram mulheres.
Os resultados confirmam pesquisas anteriores que já haviam mostrado que condições psicológicas no ambiente de trabalho afetam as taxas de licença médica por problemas de saúde mental. Para reduzir esse risco, segundo a pesquisa, os trabalhadores devem ser incentivados a uma prática atividade física regular e de alta performance. Além disso, os autores do estudo defendem que os empregadores passem a abordar os problemas existentes no ambiente de trabalho.
"Intervenções, como reduzir as elevadas exigências do trabalho podem revelar-se eficazes para diminuir o risco de licença médica associadas a transtornos mentais", disse Lisa Mater, uma das autoras do estudo e pesquisadora do Instituto Karolinska, na Suécia.
(Da redação)

domingo, 2 de agosto de 2015

'Foi uma missão', conta miss após superar o câncer por duas vezes

Aline Wega, miss Campinas 2004, teve linfoma de Hodgkin e leucemia.
'Eu vivia da beleza e, de certa forma, levava uma vida fútil', lembra.

Do G1 Campinas e Região
Aline Wega foi eleita Miss Campinas em 2004 e superou duas vezes o câncer (Foto: Arquivo Pessoal/ Aline Wega)Aline Wega recebe homenagem durante o Miss Campinas 2014 (Foto: Arquivo Pessoal/ Aline Wega)
“Eu acredito que foi uma missão. Eu tentei entender porque aquilo estava acontecendo e levar de um jeito positivo”, conta a miss Campinas 2004, Aline Wega, após superar o câncer por duas vezes. O primeiro apareceu dois anos após o título, no auge da carreira, aos 23 anos: linfoma de Hodgkin. Alguns anos após a cura, no entanto, foi "sacudida" pelo destino novamente e teve que lutar contra uma leucemia.
Mesmo com as drásticas mudanças na vida e na carreira, Aline encarou a dupla batalha sem perder a alegria e a serenidade, especialmente depois chegada do "milagre" de sua vida, o filho Igor.
Eu ficava morrendo de vergonha, não queria que ninguém soubesse. Mexeu muito com a minha autoestima"
Aline
A luta junto a ele marcou uma sequência de outros acontecimentos inesperados, desafiando a expectativa de vida dada pelos médicos, de apenas quatro meses. Atualmente, Aline concilia a maternidade com palestras motivacionais para divulgar a própria história por todo o Brasil.
"Mexeu com a autoestima"
A jovem alta, de cabelos longos e escuros, saiu de casa para trabalhar como modelo ainda adolescente. "Eu vivia da beleza e, de certa forma, levava uma vida fútil", conta Aline, que dividia sua rotina entre eventos e viagens.
Em meio a desfiles e fotos, em 2006, Aline recebeu o diagnóstico do linfoma que iria mudar radicalmente seu estilo de vida. “Foi um susto muito grande, principalmente para uma pessoa que vivia de beleza, foi um momento muito difícil. Quando você recebe a notícia, parece um atestado de óbito”, lembra.
Aline Wega foi eleita Miss Campinas (SP) em 2004 (Foto: Arquivo Pessoal/ Aline Wega)Aline foi eleita miss Campinas no ano de 2004,
com 21 anos (Foto: Arquivo Pessoal/ Aline Wega)
"Eu me olhei no espelho e chorei muito. Eu ficava morrendo de vergonha, não queria que ninguém soubesse. Mexeu muito com a minha autoestima”, conta a miss.
Aline voltou para a casa dos pais, onde recebeu o carinho que faltava para superar o momento mais difícil de sua vida, até então. “Eu passei a receber muito mais carinho e a ser mais mimada”, conta.
Com o diagnóstico, a modelo teve que interromper a carreira,  mas encarou com tranquilidade o tratamento que tinha pela frente e tentou levar uma vida normal. “Eu ia para as festas com amigos, fui até para a praia no Réveillon, intercalando com as sessões de quimioterapias”, relembra.
Após seis meses, o pesadelo acabou e a doença se estabilizou. Então, a modelo retomou a vida com o mesmo entusiasmo de antes. “Quando a gente é jovem e se cura de uma doença, você fica meio desnorteado, quer abraçar o mundo, aquela sensação de que renasceu, de querer fazer tudo”, diz.
Após a quimio, a médica tinha me dito que as chances de engravidar eram mínimas. Então, acredito que o Igor foi um aviso"
Aline
'Milagre de Deus'
Já viajando a trabalho pela Europa, a miss teve que mudar os planos quando descobriu que seria mãe. “Meu filho foi tudo que eu precisava. Após a quimio, a médica tinha me dito que as chances de engravidar eram mínimas. Então, acredito que o Igor foi um aviso, ele mudou completamente minha vida”, lembra.

O 'milagre de Deus', como Aline chama o filho Igor, nasceu em 2008. Se a doença havia apenas colocado uma vírgula na carreira de modelo, os cuidados e a preocupação com o filho colocaram um ponto final. Ela largou as passarelas e se formou em arquitetura e design de interiores, sempre pensando em se dedicar mais à maternidade.
A relação entre mãe e filho se tornou ainda mais importante e estreita quando, quatro ano mais tarde, outra batalha começava, dessa vez contra a Leucemia Mielóide Aguda.
Aline Wega, ex-miss Campinas, raspou o cabelo junto com o filho (Foto: Arquivo Pessoal/ Aline Wega)Aline Wega, miss Campinas, raspou o cabelo junto com o filho (Foto: Arquivo Pessoal/ Aline Wega)
Transplante difícil
“Foi menos pior, acho que eu já estava mais preparada, mas nem passava pela minha cabeça que iria voltar”, conta. Com o novo diagnóstico, a única solução era fazer o transplante de medula óssea, um processo mais complexo. A chance de encontrar um doador compatível, segundo Aline, era de uma para 100 mil.
A miss ficou internada durante três meses para realizar sessões de quimoterapia e começou uma exaustiva campanha em busca de um doador.
“Fiz uma campanha nacional, fui em programas de TV e acabei ajudando outros pacientes também. Fiquei feliz por usar a minha imagem para ajudar as outras pessoas”, diz.
Segundo os médicos, Aline tinha quatro meses de vida, o que não abalou a confiança dela na cura. “Eu tinha muita certeza que o doador que ia parecer, não teve um momento que eu duvidei disso”, diz.
Aline Wega, ex-missa Campinas, passou por dois tratamentos contra o câncer (Foto: Arquivo Pessoal/ Aline Wega)Aline ficou internada e fez quimioterapia durante os
dois cânceres (Foto: Arquivo Pessoal/ Aline Wega)
A batalha de Aline foi marcada novamente pela fé, determinação e alegria, dessa vez com a ajuda do filho. "Eu não queria que ele me visse triste, por isso eu ficava forte. Eu quis aproveitar todos os momentos que eu tinha ao lado dele, ele foi minha maior força para enfrentar", conta.

Antes do transplante, a miss resolveu raspar a cabeça na frente do filho, para que ele não se assustasse ou associasse o cabelo com a doença. “Ele foi forte, eu expliquei que quando eu voltasse, a gente ia poder ficar a vida inteira juntos’, relembra.
Oito doadores compatíveis
Depois de oito meses, Aline recebeu a notícia de que oito doadores, todos 90% compatíveis, haviam sido encontrados. O "renascimento", como ela chama o transplante, aconteceu no dia 14 de agosto de 2013. “Quando eu vi a medula do doador chegando, eu chorei, ajoelhei e agradeci”, desabafa.
Quando eu vi a medula do doador chegando, eu chorei, ajoelhei e agradeci"
Aline
Aline ainda não tem informações sobre a identidade do doador, mas ela não esconde a gratidão e admiração que sente pelo desconhecido.
“Não tem uma noite que eu não reze por ele. Foi como uma doação de sangue para ele, mas salvou uma vida”.
Referência para vítimas de câncer
“A maior lição que eu tirei é que existe amor ao próximo e o mundo não está perdido”, conta a miss após tantas vitórias. A própria história se transformou em referência para outras mulheres, ouvinte das suas palestras motivacionais. Para ela, as vítimas de câncer sofrem mais com o estado psicológico, principalmente por conta da aparência.
“Eu escolhi ajudar as mulheres a lidarem melhor com a doença, ensinando a usar a arma da beleza para enfrentar os efeitos dos tratamentos. Eu procuro mostrar que cabelo não é nada perto da grandiosidade do que é a vida. A autoestima é a beleza de dentro para fora”, conta.
Se eu pudesse viver careca a vida inteira, eu viveria. A cura depende da minha cabeça, não só da quimioterapia"
Aline
“Se eu pudesse viver careca a vida inteira, eu viveria. O importante é que eu estou viva e posso ficar perto do meu filho”, relata. Aline acredita que a forma de encarar a doença ajuda também no tratamento. “A cura depende da minha cabeça, não só da quimioterapia".
Segundo a ex-modelo, a autoestima do paciente influencia no apoio às pessoas próximas. “As pessoas não sabem nem o que dizer nessa situação, mas se eu já estou com um sorriso, fica muito mais fácil”, diz.
'Pró-Medula'
Aline vive ainda hoje com sequelas, mas que, segundo ela, não significam nada perto de tudo que já passou. A miss faz pilates para que a musculatura não atrofie, pinga colírios todos os dias e faz sangrias regularmente.

Aline também é voluntária e participa das campanhas do ‘Pró-Medula’, grupo que cadastra doadores de medula óssea. “O meu objetivo até o fim da vida é conscientizar as pessoas e informar sobre a importância de salvar vidas”, conta.
Ela mantém também contato frequente com outros transplantados, principalmente por meio das redes sociais e de seu site. “A troca de experiências é fundamental. É importante manter essa chama acesa porque, às vezes, a gente esquece e reclama de alguma coisa”, conta.

Aline conta que hoje se dedica a quatro coisas: a sua saúde, ao filho, ao trabalho e as palestras que realiza por todo o Brasil. Mas, não esquece um sonho antigo que ainda pretende realizar qualquer dia: tirar carta de piloto desportivo. E ela vai tentar.
Aline Wega, ex-miss Campinas, se emociona antes de transplante de medula óssea (Foto: Arquivo Pessoal/ Aline Wega)Aline Wega se emociona antes de transplante de medula óssea (Foto: Arquivo Pessoal/ Aline Wega)