terça-feira, 26 de março de 2013

Crianças que fazem exercícios regularmente têm melhor saúde óssea na velhice

De acordo com pesquisadores, praticar atividades físicas na infância provoca aumento da massa óssea, o que ajuda a evitar fraturas na terceira idade

Atividade física
A prática regular de atividade física em crianças pode ajudar a aumentar a densidade óssea, prevenindo a ocorrência de fraturas em idade avançada (Thinkstock)
Praticar atividades físicas regularmente desde a infância pode ajudar a reduzir o risco de fraturas ao atingir idade avançada. É o que mostra um estudo feito por pesquisadores do Hospital Universitário de Skåne, na Suécia, e apresentado neste sábado em um encontro da Sociedade Americana de Ortopedia para Medicina Esportiva (AOSSM).
De acordo com Bjorn Rosengren, principal autor do estudo, essa relação entre exercícios na infância e diminuição do risco de fraturas ocorre devido ao aumento do pico de massa óssea (quantidade máxima de massa óssea que um indivíduo acumula desde o nascimento até a maturidade do esqueleto, antes do início da perda associada ao envelhecimento), que ocorre em crianças que praticam exercícios regularmente.
Estudo – Os pesquisadores conduziram por seis anos um estudo populacional com 362 meninas e 446 meninos entre sete e nove anos de idade em Malmö, na Suécia. As crianças participantes do estudo tiveram 40 minutos diários de educação física na escola, enquanto no grupo de controle, 780 meninas e 807 meninos praticavam apenas uma hora semanal de exercícios.  A incidência de fraturas e o desenvolvimento ósseo de todos os participantes foram acompanhados anualmente e, ao final do período de estudo, o risco de fraturas era similar nos dois grupos, mas a densidade óssea da coluna vertebral era mais elevada nas crianças que praticaram mais exercícios.
A equipe também realizou um estudo retrospectivo, comparando 709 homens ex-atletas com idade média de 69 anos e 1.368 homens no grupo de controle, com idade média de 70 anos. Os resultados mostraram que a densidade óssea dos ex-atletas sofreu uma redução mínima na idade avançada, em comparação com o grupo de controle.
"Nosso estudo destaca mais um motivo pelo qual crianças precisam praticar atividades físicas regularmente para melhorar sua saúde, tanto no presente quanto no futuro", afirma Rosengren.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Falta de água de qualidade mata uma criança a cada 15 segundos no mundo, revela Unicef

Quase 10% das doenças poderiam ser evitadas com saneamento de qualidade, segundo pesquisadores

Agência Brasil
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A cada 15 segundos, uma criança morre de doenças relacionadas à falta de água potável, de saneamento e de condições de higiene no mundo, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Todos os anos, 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água, à falta de saneamento e à ausência de políticas de higiene, segundo representantes de outros 28 organismos das Nações Unidas, que integram a ONU-Água.

No Relatório sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, documento que a ONU-Água divulga a cada três anos, os pesquisadores destacam que quase 10% das doenças registradas ao redor do mundo poderiam ser evitadas se os governos investissem mais em acesso à água, medidas de higiene e saneamento básico.

As doenças diarreicas poderiam ser praticamente eliminadas se houvesse esse esforço, principalmente nos países em desenvolvimento, segundo o levantamento. Esse tipo de doença, geralmente relacionada à ingestão de água contaminada, mata 1,5 milhão de pessoas anualmente.

No Brasil, dados divulgados pelo Ministério das Cidades e pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico, mostram que, até 2010, 81% da população tinham acesso à água tratada e apenas 46% dos brasileiros contavam com coleta de esgotos. Do total de esgoto gerado no país, apenas 38% recebiam tratamento no período.

Há poucos dias, a organização da sociedade civil Trata Brasil divulgou levantamento que confirma a relação entre a falta de saneamento e acesso à agua potável e os problemas de saúde que afetam principalmente as crianças. O Ranking do Saneamento levantou a situação desse serviço  nas 100 maiores cidades do país, considerando a parcela da população atendida com água tratada e coleta de esgotos, as perdas de água, investimentos, avanços na cobertura e o que é feito com o esgoto gerado pelos 77 milhões de brasileiros dessas localidades (40% da população brasileira).

O levantamento mostrou que a política em “grande parte das maiores cidades do país avança, mesmo lentamente, nos serviços de saneamento básico, sobretudo no acesso à água potável, à coleta, ao tratamento dos esgotos e à redução das perdas de água”. Os pesquisadores destacaram, porém,  que existe um número expressivo de municípios de grande porte que não avançaram nesses investimentos.

De acordo com os pesquisadores, do volume de esgoto gerado nas 100 cidades, somente 36,28% são tratados, ou seja, apenas nas cidades analisadas, quase 8 bilhões de litros de esgoto são lançados todos os dias nas águas sem nenhum tratamento. “Isso equivale a jogar 3.200 piscinas olímpicas de esgoto por dia na natureza”.

Os órgãos das Nações Unidas apontam que, no mundo, o despejo de 90% das águas residuais em países em desenvolvimento – em banhos, cozinha ou limpeza doméstica – vão para rios, lagos e zonas costeiras e representam ameaça real à saúde e segurança alimentar no mundo.

Pelo ranking da Trata Brasil, o índice médio em população atendida com coleta de esgoto nas 100 cidades pesquisadas pela organização foi 59,1%. A média do país, registrada em 2010, era 46,2%. A boa notícia é que 34 cidades apresentaram índice de coleta de esgoto superior a 80% da população e apenas cinco municípios (Belo Horizonte, Santos, Jundiaí, Piracicaba e Franca) tinham 100% da coleta de esgoto em funcionamento.

Trinta e dois municípios se encontram na faixa de sem coleta a 40% de coleta e 34 cidades têm entre 41% e 80% da cobertura de coleta de esgoto. “Ou seja, na maioria dos municípios analisados ainda está distante a universalização dos serviços de coleta de esgoto”, destaca o estudo.

A análise da organização não governamental destacou que vários fatores influenciam na ocorrência das diarreias, como a disponibilidade de água potável, intoxicação alimentar, higiene inadequada e limpeza de caixas d'água. O estudo mostrou a relação direta entre a abrangência do serviço de esgotamento sanitário e o número de internações por diarreia. De acordo com o levantamento, em 2010, em 60 das 100 cidades pesquisadas os baixos índices de atendimento resultaram em altas taxas de internação por diarreias.

Nas 20 melhores cidades em taxa de internação (média de 17,9 casos por 100 mil habitantes), a média da população atendida por coleta de esgotos era 78%, enquanto nas dez piores cidades em internações por diarreia (média de 516 casos por 100 mil habitantes), a média da população atendida por coleta de esgotos era somente 29%.

domingo, 24 de março de 2013

Inventor de olho biônico tem parceria com pesquisadores brasileiros

CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
Pesquisadores brasileiros ajudaram a criar o primeiro olho biônico, aprovado no mês passado nos EUA, e agora colaboram em outro projeto que usa células-tronco da retina para recuperar a visão.
A revelação é do inventor do olho biônico, o engenheiro biomédico Mark Humayun, 50, que mantém uma parceria de 15 anos com o departamento de oftalmologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Em entrevista exclusiva à Folha, o professor da Universidade do Sul da Califórnia afirma que seu maior desafio tem sido administrar a expectativa das pessoas sobre a nova tecnologia. "Não podemos alimentar falsas esperanças"
O olho biônico Argus II não restaura completamente a visão, mas permite que pessoas com uma doença rara que leva à cegueira (retinose pigmentar) detecte faixas de pedestres, presença de pessoas e grandes números e letras.
Ao menos 60 pessoas na Europa e nos EUA já usam o aparelho, a maioria subsidiada por programas governamentais. A tecnologia aguarda registro da Anvisa para ser comercializada no Brasil.
Espécie de Professor Pardal, Humayun tem cem patentes registradas em seu nome, entre elas bombas de insulina para diabéticos e dispositivos cerebrais.

Ze Carlos Barretta/Folhapress
Mark Humayun, pesquisador americano que inventou olho bionico recem aprovado pela FDA
Mark Humayun, pesquisador americano que inventou olho bionico recem aprovado pela FDA
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Folha - O que o inspirou na criação do olho biônico?
Mark Humayun - Minha avó ficou cega por complicações da diabetes e, naquela época, pensei que poderia fazer algo para ajudá-la.
Quando foi isso e quais obstáculos o sr. enfrentou?
Há 25 anos, quando começamos com essa ideia, colocar um computador dentro dos olhos era ficção científica. Nos primeiros anos, havia pouco dinheiro, pouco apoio.
Para mudar isso, passamos a colocar o aparelho por 30, 45 minutos nos olhos de cegos, com anestesia local, e perguntar o que eles estavam vendo. O fato é que puderam ver um eletrodo dentro do olho e, então, acreditamos que poderíamos construir uma retina artificial.
O olho biônico custa US$ 100 mil. O sr. acredita que, com o tempo, ficará mais acessível?
O aparelho possibilita a visão por ao menos dez anos. São US$ 10 mil por ano. Por esse prisma, não é tão caro. Mas acredito que, com melhores técnicas de fabricação, poderemos torná-lo mais barato. Temos que lembrar que foram investidos US$ 200 milhões para desenvolvê-lo. Então, US$ 10 mil dólares por mês não é muito.
O aparelho não restaura completamente a visão. Ele deve ser aprimorado?
Ele permite identificar objetos grandes, como portas, contorno de corpos. Isso é uma grande coisa. Mas os usuários não podem reconhecer um rosto ou ler como nós lemos. A tecnologia deve melhorar cada vez mais.
Ele poderá ser usado em pessoas com outras doenças, como a degeneração macular?
Não temos essa resposta. Teoricamente, só precisamos melhorar a tecnologia.
Em quanto tempo?
O primeiro modelo do aparelho levou 15 anos para ser desenvolvido. O segundo, sete. Estamos aprendendo rápido e, em três ou quatro anos, teremos um novo modelo.
Qual o principal desafio ainda a ser enfrentado?
Administrar a expectativa das pessoas. Todo mundo ouviu sobre o olho biônico e todo mundo quer. Precisamos ser muito claros sobre o perfil de pessoas que serão beneficiadas com ele. Não podemos alimentar falsas esperanças. Ele não pode ser usado em doenças em que o nervo óptico foi lesionado ou em condições em que não há mais células viáveis da retina.
O Brasil teve participação neste projeto?
O Brasil tem um grande papel na pesquisa. Tenho recebido pesquisadores brasileiros no meu laboratório nos EUA, e eles contribuíram muito desde o início.
O sr. desenvolve outra pesquisa, em parceria com a Unifesp, que envolve uso de células-tronco. Do que se trata?
O olho biônico tenta restaurar a visão perdida, já as pesquisas com célula-tronco pretendem recuperar a retina que está morrendo.
São células-tronco que se diferenciam in vitro em células do epitélio pigmentar e são colocadas numa membrana. A hipótese é que colocar essas células debaixo da retina vai dar a nutrição para as outras células se manterem ou melhorarem. Estamos na fase pré-clínica. Os primeiros pacientes precisam ser aprovados pelo FDA. Isso deve acontecer em 2014.

Editoria de Arte/Folhapress
visão 'high-tech' Aparelho ajuda quem tem retinite pigmentosa, que afeta 1 em 4.000
visão 'high-tech' Aparelho ajuda quem tem retinite pigmentosa, que afeta 1 em 4.000

sábado, 23 de março de 2013

Vigilância Sanitária conclui que 96 Ades tinham soda cáustica

Laudo da superintendência de Minas Gerais comprovou a contaminação na bebida que causou problemas em 14 consumidores; penalidade à fabricante Unilever será decidida pela Anvisa

Caixas do suco Ades
(Reprodução)
A superintendência de Vigilância Sanitária Estadual de Minas Gerais divulgou laudo nesta sexta-feira sobre o lote da bebida à base de soja da marca Ades contaminado. O resultado aponta que, no lugar de suco de maçã, 96 unidades foram envasadas com soda cáustica (hidróxido de sódio 2,5%) e água. Isso teria ocorrido em razão de falhas mecânica e humana na unidade da fabricante Unilever de Pouso Alegre (MG). O laudo estadual agora será encaminhado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que definirá as penalidades à fabricante, a Unilever.
A vistoria na fábrica em Pouso Alegre foi realizada por funcionários da Vigilância Sanitária Estadual e Municipal. A fabricação, distribuição, venda e consumo de todos os lotes dos produtos com soja da marca Ades, de diferentes sabores, versões e tamanhos de uma das linhas de produção seguem proibidos até que uma nova resolução seja publicada pela Anvisa.
Até agora 14 pessoas já tiveram problemas ao consumir o suco e esse número pode aumentar. Isso porque das 96 unidades contaminadas menos de 50 foram localizadas e recolhidas até o momento. A Unilever divulgou comunicado informando que cumpriu todas as determinações da Anvisa publicadas nesta semana e que os demais produtos Ades não correspondentes aos lotes com as iniciais "AG" permanecerão no mercado e se encontram em perfeitas condições para consumo.
De acordo com a Unilever, os consumidores afetados tiveram problemas como queimaduras na mucosa, enjoo e náusea. Mas todos já teriam recebido atendimento médico, sem que houvesse a necessidade de internação.
Histórico - A Vigilância apontou que a linha de produção deve permanecer paralisada até que sejam tomadas diversas medidas preventivas na fábrica. Entre outras coisas, a Unilever terá de fazer uma revisão completa de todos os equipamentos, sensores e software do processo de fabricação do Ades.
A empresa precisará ainda aumentar o número de amostras coletadas durante o envase e alterar o período de retenção dos produtos acabados antes da liberação ao mercado. Outra exigência é a revisão e implementação de um procedimento de liberação da produção após o sistema de higienização. Por fim, a companhia precisará introduzir um dossiê diário de qualidade com a assinatura dos gerentes.
As falhas na fábrica teriam ocorrido no tanque de alimentação da linha de envase. Como ele estava com estoque baixo, a máquina teria iniciado o processo automático de limpeza. Mas, em seguida, o dispositivo de envase teria sido acionado por um funcionário e as embalagens receberam a substância de limpeza no lugar do suco.
A Vigilância Sanitária questiona o fato de a empresa não ter notado o erro e distribuído ao mercado o lote contaminado da embalagem de 1,5 litro do suco de maçã. A falha envolveu o lote AGB 25 envasado no dia 25 de fevereiro de 2013 com validade até 22 de dezembro de 2013.
Nesta semana, técnicos da Unilever já haviam se reunido em audiência, em Brasília, com representantes da Secretaria Nacional do Consumidor e da Anvisa. Na ocasião, a empresa admitiu que houve falhas operacionais e humana e argumentou que tomou medidas para evitar novos problemas. Entretanto, isso não a livrou de responder pelo ocorrido, e um processo tramita na Secretaria do Consumidor com a multa podendo chegar a R$ 6,2 milhões. Já na Anvisa, a multa pode atingir o valor de R$ 1,5 milhão.
(Com Estadão Conteúdo)

sexta-feira, 22 de março de 2013

É possível conseguir uma barriga negativa malhando?


Abdome magro, com ossos do quadril salientes: a 'barriga negativa' não é para todas (Foto: Thinkstock)
A agora famosa foto em que a modelo sul-africana Candice Swanepoel exibe sua barriga negativa provocou uma onda de reações na internet e o assunto já chegou às academias na forma de uma pergunta muito frequente: qualquer um pode obter esse resultado com um programa de treinos e alimentação controlada?
A resposta é um sonoro não! Nem todas as mulheres possuem a constituição física e o histórico adequado para um abdome extremamente magro. E, ainda que tenham, é preciso alertar que, talvez, a chamada barriga negativa não seja exatamente saudável, já que implica em perda de massa magra.
A barriga negativa de Swanepoel (Foto: Reprodução)
Para quem não acompanhou a controvérsia desde o início, vale explicar: a barriga negativa é formada por um abdome tão magro que deixa os ossos do quadril mais evidentes. Ao lado, reproduzo a foto publicada pela modelo sul-africana.
Por que nem todos podem conseguir esse efeito? Alguns indivíduos apresentam maior predisposição ao acúmulo de gordura no abdome, inclusive com aumento da adiposidade visceral. Diversos estudos1 apontam que parte dessa predisposição vem da infância. Crianças mais magras tendem a apresentar menor percentual de gordura na fase adulta e vice-versa.
Um estudo recente2 demonstrou que há de fato relação inversa entre a condição física e a quantidade de gordura abdominal e visceral. Ou seja, quanto melhor a forma física de um indivíduo, menor é o acúmulo de gordura na região. Os percentuais de redução de gordura abdominal entre homens e mulheres submetidos a um programa de atividade física, porém, variaram de 3% a 7%. Um número bom, mas insuficiente para a tal barriga negativa. Não existem garantias, portanto, de que séries de treinos possam proporcionar o tal efeito.
Os treinos são muito eficientes para criar os chamados “tanquinhos”, aqueles gominhos que se formam em abdomes esculpidos com musculação e alimentação balanceada. O tanquinho é resultado de ganho de massa muscular e redução da gordura corporal. Já a barriga negativa depende em grande medida da constituição física longilínea da pessoa e de um histórico de infância magra.
Fontes:
1- Adriana Andrade Noia de Miranda, Francisco Navarro. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.2, n.10, p.313-323, Jul/Ago. 2008.
2- Ian Janssen, Peter T. Katzmarzyk, Robert Ross, Arthur S. Leon, James S. Skinner, D.C. Rao, Jack H. Wilmore, Tuomo Rankinen, Claude Bouchard. Fitness Alters the Associations of BMI and Waist Circumference with Total and Abdominal Fat.
Por Renato Dutra

Até 3º mês- Conselho de Medicina do CE defende aborto

Órgão apoia prática quando por vontade da gestante e nos casos de estupro, anencefalia e risco de morte
Em concordância com o anteprojeto do novo Código Penal, o Conselho Federal de Medicina (CFM) se posicionou a favor da interrupção da gravidez até o terceiro mês por vontade da gestante e nos casos de estupro, anencefalia (fetos sem cérebro) e risco de morte. O projeto de lei, que está em tramitação no Senado, deve afastar a ilicitude da interrupção da gestação. O que não quer dizer que haverá uma descriminalização do aborto.

Conforme a posição do CFM, enviada ao Senado como contribuição para a proposta do novo Código Penal, a gravidez pode ser interrompida até a 12ª semana. Deliberação partiu dos 27 conselhos regionais de Medicina do País Foto: Marília Camelo


O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec) também emitiu postura em defesa da interrupção da gravidez até a 12ª semana. A deliberação partiu dos 27 conselhos regionais de Medicina (CRMs), em votação majoritária, que expôs o posicionamento das entidades componentes deste sistema, representando 400 mil médicos brasileiros. De acordo com presidente do Cremec, Ivan Moura Fé, os conselhos se manifestaram, prioritariamente, em defesa da autonomia da mulher. "A classe médica deu início a uma discussão que ainda deve ser travada por vários outros setores da sociedade. É bom que o assunto, que é muito polêmico, venha à tona", ressalta.

Ivan Moura Fé esclarece que o médico e nem a paciente estão obrigados a suspender a gravidez nos casos citados. De acordo com o presidente do CFM, Roberto Luiz d´Avila, os Conselhos de Medicina são contrários ao aborto, que continua a ser crime.

"Diante do exposto, o CFM e os 27 CRMs ressaltam que os entendimentos distintos devem ser respeitados, como se espera num Estado Democrático de Direito. Queremos contribuir para o avanço desse debate no âmbito do Congresso e na sociedade, sempre com a preocupação de qualificar o exercício da Medicina e melhorar a qualidade da assistência em saúde".

Para o presidente da Comissão de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil Secional Ceará (OAB-CE), Ricardo Madeiro, o CFM está apenas opinando sobre aspectos do novo Código Penal. "A maior novidade nisso é a exclusão de ilicitudes penais".

Legislação
Atualmente, nos casos de risco de vida e violação de dignidade sexual, o aborto não é crime. Já para anencefalia, o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou a interrupção da gravidez em 2012. O projeto de lei do Código Penal acrescenta o aborto de fetos sem cérebro aos casos lícitos. E quando o embrião é portador de doença grave ou incurável.

"A atuação do CFM é corajosa e levou em consideração, sobretudo, os estados epidemiológicos", lembra Madeiro. O Conselho se fundamentou, conforme opina o advogado, na liberdade de escolha da mulher, muito embora não faça referência ao direito à vida, que começa com o nascimento do feto, presente no Código Civil.

As complicações por aborto são a quinta causa de morte materna no Brasil. As mais graves são as infecções, as lesões e as perfurações uterinas, como informa o chefe da obstetrícia do Hospital Geral Dr. César Cals, Charles Barreto. O médico lembra que é preciso levar em conta as questões filosóficas e sociais. "Há médicos que são contra o aborto e existem casos clínicos em que a interrupção da gravidez é terapêutica", aponta.

Com a nova legislação, as mulheres passariam a procurar os médicos, de maneira lícita, evitando, os abortos clandestinos, como acredita o presidente da Comissão de Saúde. "O CFM está encarando a situação como problema de saúde pública".

Contra
O presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, José Maria Pontes, se posiciona contra os argumentos do CFM e afirma que o governo federal, pelo o Sistema Único de Saúde (SUS), não terá dinheiro para financiar a ideia. Para ele, o poder público deve evitar a gravidez indesejada fazendo programas educativos. "Não sou a favor. Tenho certeza que a sociedade vai reagir contra esse posicionamento".

Os princípios da Igreja Católica apontam que o aborto é o maior ato de desamor que um ser humano pode cometer. Segundo Silvio Scopel, padre da Comunidade Católica Shalom, desde o momento da concepção, o óvulo já é uma pessoa na fase inicial da vida. "Reduzir as semanas para a criança não sofrer com o aborto seria como aumentar a crueldade. Quanto menor é a criança, mais desprotegida ela é. Como cristãos, não podemos ser favoráveis".

LINA MOSCOSOREPÓRTER

quinta-feira, 21 de março de 2013

Refrigerantes estão ligados a 180.000 mortes por ano

Estudo de Harvard relacionou consumo de bebidas açucaradas a mortes causadas por doenças cardiovasculares, diabetes e câncer

Efeito inverso: a bebida, usada normalmente para evitar o ganho de peso, está relacionada ao aumento no acúmulo de gordura na cintura
Risco: Estudo liga 180.000 mortes que ocorreram em 2010 ao consumo de bebidas açucaradas, como refrigerante, chá e suco (Thinkstock)
Pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, concluíram que o consumo de refrigerantes e outras bebidas industrializadas que contêm adição de açúcar está ligado a 180.000 mortes no mundo em 2010, sendo que a maior parte desses óbitos aconteceu em países de baixa ou média renda. Esses achados foram apresentados nesta terça-feira em Nova Orleans, durante um encontro da Associação Americana do Coração.
Segundo Gitanjali Singh, coordenadora do estudo que levou a essas conclusões, esses dados são surpreendentes, já que “muitas vezes nós associamos o problema do consumo exagerado de refrigerantes somente a países mais ricos”, disse. Para ela, sua pesquisa reforça a necessidade de políticas públicas que busquem reduzir o consumo de bebidas industrializadas açucaradas.
Justiça - Em Nova York, por exemplo, foi aprovada uma medida que proibiria a venda de bebidas como refrigerantes, chás e energéticos em embalagens acima de 470 mililitros em lojas, bares, cinemas e casas de shows. Porém, antes de entrar em vigor, a decisão foi derrubada por um juiz da Suprema Corte, que considerou a lei arbitrária, já que a proibição valeria apenas para algumas bebidas.
Durante a apresentação de seu estudo, Singh afirmou, porém, que o fato de milhares de mortes estarem associadas ao consumo de bebidas industrializadas açucaradas não significa que os produtos provoquem diretamente esses óbitos. O que existe é uma relação entre o hábito e uma maior prevalência de mortes causadas por doenças como as cardíacas, o diabetes e alguns tipos de câncer. Ou seja, o consumo desses produtos pode vir junto com outros fatores que elevam o risco desses problemas. Mesmo assim, Singh acredita que é possível estimar o número de mortes ligadas às bebidas.
A pesquisa da Harvard levou em consideração levantamentos nutricionais feitos ao redor do mundo e também as características de consumo de refrigerantes e outras bebidas açucaradas em vários países. Os autores concluíram que, em 2010, 180.000 mortes no mundo são atribuíveis ao consumo dessas bebidas, sendo que 130.000 foram causadas pelo diabetes, 45.000 por doenças cardíacas e 4.600 por diferentes tipos de câncer.
Outro lado — Em nota, a Associação Americana de Bebidas (ABA, sigla em inglês) considerou que o estudo "é mais sensacionalista do que científico". "De maneira alguma a pesquisa mostra que consumir bebidas açucaradas provoca doenças como as cardiovasculares, diabetes ou câncer, que foram as verdadeiras causas das mortes dos participantes do estudo. Os pesquisadores deram um grande salto quando eles fizeram, de forma errada e ilógica, esse cálculo."

quarta-feira, 20 de março de 2013

Cientistas criam dispositivo subcutâneo que monitora sangue

Mecanismo desenvolvido na Suíça funciona com bluetooth e envia dados para celular.

Da BBC
Cientistas na Suíça desenvolveram um dispositivo minúsculo e subcutâneo que faz exames de sangue e envia os resultados imediatamente via celular.
A equipe, da Escola Politécnica Federal de Lausanne, afirma que o protótipo de apenas 14 milímetros pode ser usado para detectar cinco substâncias diferentes no sangue. Os resultados podem, então, ser enviados para o médico por meio da tecnologia bluetooth.
Dispositivo minúsculo e subcutâneo faz exames de sangue e envia resultados via celular (Foto: École Polytechnique Fédérale de Lausanne )Dispositivo faz exames e envia os resultados via celular (Foto: École Polytechnique Fédérale de Lausanne)
O dispositivo minúsculo poderá ser inserido no paciente com uma seringa, logo abaixo da pele de locais do corpo como abdômen, pernas ou braços. Os cientistas dizem que é possível manter o mecanismo no local por meses e só depois é necessário removê-lo ou substituí-lo.
Segundo os inventores do protótipo, o dispositivo estará disponível para o público dentro de quatro anos.
Colesterol e diabetes
Outros pesquisadores já vinham trabalhando em implantes subcutâneos parecidos, mas o professor Giovanni de Micheli e o cientista que liderou a pesquisa, Sandro Carrara, afirmam que o exame de sangue criado na Suíça é pioneiro porque pode analisar muitos problemas diferentes ao mesmo tempo.
Carrara e De Micheli afirmam que o dispositivo será muito útil para monitorar problemas como colesterol alto e diabetes, além de analisar o impacto de tratamentos como quimioterapia.
Protótipo de 14 mm pode ser usado para detectar 5 substâncias diferentes no sangue (Foto: École Polytechnique Fédérale de Lausanne )Protótipo de 14 mm detecta até 5 substâncias no sangue (Foto: École Polytechnique Fédérale de Lausanne )
"Vai permitir um monitoramento direto e contínuo, baseado na intolerância individual de cada paciente, e não em tabelas de idade e peso ou exames de sangue semanais", afirma De Micheli.
Até o momento, os pesquisadores testaram o dispositivo em laboratório e animais. Eles afirmam que o mecanismo pode detectar de forma confiável os níveis de colesterol e glicose no sangue, assim como outras substâncias mais comuns que médicos tentam encontrar em exames.
Os cientistas esperam agora começar os testes do dispositivo em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), que precisam de muito monitoramento, incluindo exames de sangue frequentes.
Os resultados da pesquisa serão apresentados na conferência sobre eletrônicos Design, Automação e Teste na Europa (Date).

terça-feira, 19 de março de 2013

OMS pede urgência em investimentos para combate à tuberculose

Segundo órgão, é necessário o financiamento de ao menos 1,6 bilhão de dólares ao ano para enfrentar a doença. A preocupação gira em torno do surgimento de cepas resistentes aos medicamentos contra a infecção

Imagem microscópica da Mycobacterium tuberculosis
Imagem microscópica da Mycobacterium tuberculosis, bactéria causadora da tuberculose (Thinkstock)
O surgimento de cepas da tuberculose que são resistentes a vários medicamentos fez com que a infecção se tornasse um dos mais prementes problemas sanitários do planeta. E, para que a doença seja enfrentada, é necessário o investimento de ao menos 1,6 bilhão de dólares por ano. O alerta foi feito nesta segunda-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que divulgou uma nota oficial junto ao Fundo Global para o Combate à Aids, Tuberculose e Malária.

Saiba mais

TUBERCULOSE
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que é propagada pelo ar de maneira direta, ou seja, de pessoa para pessoa. Embora possa atingir quase todos os órgãos do corpo, a tuberculose afeta principalmente os pulmões, provocando problemas como dificuldades respiratórias e derrame pleural (presença de líquido no espaço entre pulmões e tórax). O principal sintoma é a tosse frequente, mas há outros, como suores noturnos e diminuição de apetite. Ao contrário da maioria das doenças infecciosas, a tuberculose demora para se manifestar, levando em média de 4 a 12 semanas para que as primeiras lesões sejam descobertas. Estima-se que uma pessoa infectada possa contaminar de 10 a 15 pessoas por ano. A doença é tratada com uma combinação de antibióticos. Como a bactéria cresce lentamente, os medicamentos devem ser tomados por pelo menos 6 meses.
Os órgãos cobraram dos doadores internacionais um "financiamento significativo" para ajudar os especialistas a detectar todos os casos existentes da doença e tratar os mais sérios. "Estamos com a água pelo pescoço em um momento em que precisamos desesperadamente ampliar nossa resposta à tuberculose resistente a múltiplas drogas", disse Margaret Chan, diretora-geral da OMS.
A OMS e o Fundo Global calculam que haverá um déficit de 1,6 bilhão de dólares na quantia anual necessária para o combate à tuberculose em 118 países de baixa e média renda. Se essa lacuna for preenchida, 17 milhões de pacientes com a doença — inclusive com cepas resistentes — poderiam ser totalmente tratados, salvando cerca de seis milhões de vidas entre 2014 e 2016. "Se não agirmos agora, nossos custos podem disparar. É investir agora ou pagar para sempre”, disse na nota Mark Dybul, diretor-executivo do Fundo Global.
A doença — De acordo com a OMS, de todas as doenças infecciosas, apenas o vírus HIV, causador da aids, provoca mais mortes do que a tuberculose. Em 2011, 8,7 milhões de pessoas contraíram tuberculose, sendo que 1,4 milhão morreram. Ainda segundo a OMS, até dois milhões de indivíduos poderão ser contaminadas com cepas resistentes da doença até 2015. O órgão informa que casos de cepas multirresistentes foram identificados em 77 países em 2011.
A tuberculose é uma doença infecciosa transmitida pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Ela afeta principalmente os pulmões, mas também pode atingir outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). Essa doença tem cura, embora normalmente seja demorada, inclusive em casos em que não há resistência ao tratamento. Os pacientes infectados precisam usar um coquetel de antibióticos durante seis meses, e muita gente abandona o tratamento. Isso, junto com o uso excessivo ou equivocado de antibióticos, tem contribuído para que o bacilo desenvolva resistência.
A tuberculose multirresistente consegue "driblar" dois remédios habitualmente usados, e uma forma ainda mais severa, conhecida como tuberculose extensivamente resistente a drogas, é capaz de sobreviver até mesmo a algumas drogas mais eficazes. Em 2012, na Índia, médicos relataram também casos de tuberculose totalmente resistente, para a qual não há nenhum medicamento eficaz.
 (Com agência Reuters)

segunda-feira, 18 de março de 2013

Anvisa suspende os produtos com soja da marca Ades

Justificativa, publicada no Diário Oficial da União, indica o descumprimento de exigências legais. Empresa anunciou recall de suco na semana passada

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta segunda-feira, a suspensão da fabricação, distribuição, comercialização e consumo, em todo o território nacional, de todos os lotes dos produtos classificados como "alimento com soja" da marca Ades, fabricados pela linha de produção TBA3G da empresa Unilever Brasil, localizada em Pouso Alegre, Minas Gerais. A agência justifica, em resolução publicada também nesta segunda-feira no Diário Oficial da União (DOU), que a punição aos produtos se deve "à suspeita de não atenderem às exigências legais e regulamentadoras" do órgão.
Reprodução
Caixas do suco Ades
A suspensão abrange todos os lotes dos produtos com os sabores de abacaxi, vitamina banana, cereais com mel, zero frapê de coco, chá verde com tangerina, zero laranja, chá verde com limão, zero maçã, chocolate clássico, zero original, chocolate com coco, zero pêssego, frapê de coco, zero vitamina banana, laranja, zero uva, maçã, laranja, manga, maracujá, melão, morango, uva, original, pêssego, shake morango. Alguns sabores tiveram suspensão em mais de um tipo de embalagem. A Resolução 1.005 da Anvisa descreve as embalagens específicas de cada produto suspenso.
Recall - Na semana passada, a Unilever anunciou recall de 96 unidades do suco Ades maçã de 1,5 litro fabricadas no dia 25/02/2013, do lote com as iniciais AGB 25. Segundo a empresa, houve uma alteração no conteúdo do envase devido a uma falha no processo de higienização, o que resultou no envasamento de solução de limpeza no lugar de suco.
De acordo com nota emitida pela Unilever, o consumo dessa substância pode causar queimaduras. O lote que sofreu alteração foi distribuído nos Estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e Paraná. Na ocasião do anúncio do recall, a empresa pediu que os consumidores que estivessem de posse de sucos desse lote não consumissem o produto e entrassem em contato com a Unilever pelo telefone 0800 707 0044, das 8h às 19h, ou pelo e-mail sac@ades.com.br.
(Com Estadão Conteúdo)

domingo, 17 de março de 2013

Único hospital de transplante de rim em crianças suspende serviço no RJ

Hospital de Bonsucesso paralisou serviço em pacientes com menos de 40 Kg.
Governo diz que em abril, Hospital da Criança vai fazer transplantes.

Do G1 Rio
O estado do Rio de Janeiro não tem nenhuma unidade de saúde que faça transplantes de rim em crianças pequenas. Apenas quando o paciente tem mais de 40 quilos é possível submetê-lo a uma cirurgia. O único hospital do estado com equipe especializada para este tipo de procedimento era o de Bonsucesso, no Subúrbio, que suspendeu o serviço.
O Ministério da Saúde informou que apenas um transplante de fígado foi feito numa criança este ano. O órgão admitiu que a equipe de médicos foi reduzida e que a central de transplante está desativada por falta de profissionais capacitados. Agora, o drama de crianças do Rio que precisam de um rim ficou ainda maior, como mostrou reportagem do RJTV neste sábado (16).
Apesar da pouca idade, Daiana, 10 anos, e Claiton, 12, têm uma rotina cansativa e desgastante. Eles fazem quatro horas de hemodiálise três vezes por semana no Hospital Geral de Bonsucesso.
“Tem vezes que eu não tenho nem dinheiro de passagem, e ela passa muito mal, fica ruim mesmo, corro o risco até de um perder minha filha”, desabafou a mãe de Daiana, Diana de Souza.

A vida das crianças é cheia de restrições e as famílias sofrem. “Não é a aquela criança que pode fazer tudo o que quer. É aquela luta, não pode comer, nem aula direito pode assistir”, explica a avó de Taís, Suely Santos.
Drama
Do lado de fora, o péssimo estado de conservação do Hospital Geral de Bonsucesso é visível. Mas lá dentro, os problemas da área de saúde se revelam ainda mais urgentes.
Segundo médicos e a Associação de Renais Crônicos do Rio, desde o fim do ano passado, nenhum transplante foi feito no Hospital Geral de Bonsucesso em adultos ou crianças. Mas, no caso das crianças, a situação é mais grave porque este era o único centro transplantador de rim e fígado em todo estado.
Na sexta-feira (15), uma menina em Macaé, no Norte Fluminense, morreu na fila de espera por um rim. Segundo o Ministério da Saúde, não havia doador compatível. E mesmo se ela conseguisse um, nada poderia ter sido feito.
“Quando a gente vê uma criança na maca, morrendo, a gente fica entristecido. É um crime o que está se fazendo neste estado, paralisando tanto de criança como de adulto”, afirmou o presidente da Associação dos Renais Crônicos, Roque Pereira Da Silva.
Dificuldade no transplante
O diretor do Sindicato dos Médicos denuncia ainda que mesmo quem tem doador não consegue fazer o transplante.
“Tem duas crianças que estão prontas para realizar o transplante renal, os doadores são os pais. E essas estão em risco de vida, e não conseguem fazer o transplante porque o Hospital Federal de Bonsucesso está parado”, disse Roque Pereira da Silva.
O governo do estado disse que em abril o Hospital da Criança, em Vila Valqueire, na Zona Oeste, vai passar a fazer transplantes de rim e fígado.
“fica sem ir pra escola, fica sem fazer atividades, andar de bicicleta, bola....chora”, contou a mãe do menino Claiton, Fabiana da Silva.
A central de transplante do governo do estado informou que este ano providenciou o transplante de rim, em uma criança de sete anos. Ela foi levada para São Paulo, onde fez a cirurgia.
O problema também é grave para as crianças que esperam por um transplante de fígado. O Ministério da Saúde informou que este ano só foi feito no Hospital Federal de Bonsucesso um  único transplante deste tipo em uma criança com mais de 40 quilos. O Ministério também prometeu que em 15 dias vai recompor as equipes e que os transplantes de rim e fígado voltarão a ser feitos normalmente no hospital.

sábado, 16 de março de 2013

Laudos confirmam 100% das mortes por asfixia e superlotação na Kiss

Vítimas inalaram os gases cianeto e monóxido de carbono, conclui perícia.
Documentos indicam que capacidade da boate era de 750 pessoas.

Vinícius Rebello e Patrícia Cavalheiro Do G1 RS e da RBS TV


Chefe do DML local, Maria Zuchetto (D) entregou
necropsia de mais 222 vítimas aos delegados
Arigony (E) e Meinerz (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
Laudos necropsia boate Kiss (Foto: Polícia Civil/Divulgação) Todas as mortes ocorridas dentro da boate Kiss durante o incêndio do dia 27 de janeiro foram causadas por asfixia provocada pela inalação dos gases tóxicos cianeto e monóxido de carbono. É o que o comprovam os laudos da necropsia entregues nesta sexta-feira (15) à polícia pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Os documentos também sustentam a tese de superlotação da casa noturna no dia da tragédia.
Segundo a legista-chefe do Departamento Médico Legal (DML) de Santa Maria, Maria Ângela Zuchetto, a conclusão foi baseada nos laudos de 234 das 241 vítimas da tragédia: 12 deles já haviam sido entregues. Outas sete pessoas morreram durante o período que estavam internadas em hospitais e, por isso, não tiveram as causas da morte determinadas pelo IGP.
“Os nossos laudos confirmam a inalação de gases tóxicos em 100% das pessoas que morreram dentro da boate Kiss”, afirmou Zuchetto ao G1.
Nesta sexta-feira, os delegados Marcelo Arigony e Sandro Meinerz, que conduzem as investigações sobre o incêndio, receberam mais outras duas análises técnicas do IGP. O laudo do incêndio, com cerca de 160 páginas, trata as questões de segurança e engenharia da boate. O outro documento analisa o funcionamento dos extintores de incêndio na casa noturna. A perícia sobre o local já havia sido entregue anteriormente.
Segundo a perícia, a casa noturna poderia receber, no máximo, um público de 750 pessoas. O alvará de prevenção e proteção contra incêndio do Corpo de Bombeiros havia determinado a capacidade máxima de 691 pessoas. Com base em depoimentos e no número de mortes e feridos, a polícia concluiu que havia pelo menos mil pessoas no interior da boate. O que confirma, portanto, a tese de superlotação.
A análise nos cinco extintores de incêndio que haviam dentro da Kiss também confirmou o que testemunhas já haviam dito: o equipamento usado para tentar combater o início do fogo não funcionou. Os peritos concluíram que ele estava sem a carga completa e por isso falhou. Outro extintor estava com a data de validade vencida. 
Segundo os delegados, os documentos serão analisados durante o final de semana e depois anexados ao inquérito policial, que já somava mais de 7,5 mil páginas. A polícia ainda não recebeu o laudo da perícia sobre a espuma usada como isolante acústico para revestir o teto e as paredes da boate. As investigações apontam que foi ela a responsável pela liberação do cianeto, um elemento químico altamente tóxico.
Também nesta sexta-feira, a Polícia tomou, pela segunda vez, o depoimento do sub-comandante do Corpo de Bombeiros de Santa Maria,  Gérson da Rosa Pereira. Ele saiu da delegacia sem dar detalhes sobre o depoimento. O atual presidente da Câmara de Vereadores do município e ex-secretário de Controle e Mobilidade Urbana, Marcelo Bisogno, também foi ouvido pela segunda vez.
De acordo com o delegado Meinerz, a polícia pretende tomar os últimos depoimentos antes da conclusão das investigações. Um deles é o do sócio-proprietário da boate, Elissandro Sphor, o Kiko. Ele será interrogado novamente na Penitenciária Estadual de Santa Maria, onde está detido preventivamente com outros três investigados. A polícia pretende confrontar novas informações com o primeiro depoimento dele.
Um grupo de escrivães também vai ouvir sobreviventes que vão procurar atendimento psicossocial no Hospital Universitário de Santa Maria, durante um mutirão. Serão os últimos relatos antes da conclusão do inquérito. O chefe da polícia gaúcha, delegado Ranolfo Vieira Junior, diz que na terça-feira (18) serã informado quando o documento será remetido à Justiça. Ele foi a Santa Maria acompanhar a parte final das investigações.
Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 241 mortos na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas por investigadores:
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
- 90% das vítimas fatais tiveram asfixia mecânica.
- Equipamentos de gravação estavam no conserto

sexta-feira, 15 de março de 2013

Cura funcional da infecção pelo HIV é observada em 14 pacientes na França

Em um estudo, essas pessoas passaram a tomar antirretrovirais mais cedo do que o normal e durante três anos. Nos sete anos seguintes, sem remédios, seus níveis de vírus no sangue eram incapazes de desencadear sintomas

Modelo tridimensional do vírus da aids
Modelo tridimensional do vírus da aids: Cura funcional da infecção ocorre em 14 pacientes na França (Centro Nacional de Biotecnología (CSIC) / Comunicación CSIC)
Pesquisadores publicaram, nesta quinta-feira, um estudo no qual revelam que 14 pacientes adultos infectados pelo HIV parecem ter obtido uma cura funcional da doença. Ou seja, mesmo após terem interrompido o tratamento, apresentam quantidades tão pequenas do vírus no sangue que ele se tornou incapaz de produzir sintomas durante sete anos. A pesquisa foi divulgada dias depois de médicos americanos terem anunciado a também cura funcional em um bebê recém-nascido infectado pelo vírus da aids.
Segundo os responsáveis por esse estudo, que foi coordenado no Instituto Pasteur, em Paris, na França, a chave para a cura funcional nesses 14 pacientes foi o início precoce do tratamento com antirretrovirais após a infecção. De acordo com o artigo, essas pessoas começaram a ser monitoradas a partir do momento em que elas passaram a receber os antirretrovirais, que foi dez semanas após eles serem infectadas. Em média, essas drogas são dadas aos pacientes três anos mais tarde.
Vídeo: Médico esclarece dúvidas sobre a aids
Os pacientes, que tinham entre 34 e 66 anos, então, tomaram os antirretrovirais ao longo de dois a três anos, em média, e depois interromperam o tratamento. De acordo com o estudo, eles conseguiram manter a carga viral sob controle durante uma média de sete anos e meio, sem o uso de nenhum medicamento. Um dos pacientes chegou a ficar pouco mais de dez anos sem apresentar sintomas. “Não é erradicação, mas claramente eles puderam viver por um longo período de tempo saudáveis e sem tomar os antirretrovirais”, diz Asier Saez-Cirio, coordenador da pesquisa, que está presente no periódico PLoS Pathogens.
No entanto, os pesquisadores advertem que esses resultados não significam que essa abordagem possa funcionar para todas as pessoas infectadas pelo HIV no mundo, já que a pesquisa analisou 70 pacientes infectados e somente 14 deles apresentaram a cura funcional. Já o restante dos indivíduos, ao deixarem de tomar os antirretrovirais, recuperaram níveis de vírus semelhantes aos observados antes de começarem a ser tratados.
Explicação — Segundo os autores, ainda não está claro o que fez com que a cura funcional ocorresse nesses 14 pacientes, apesar de eles terem sido submetidos a vários testes imunológicos. Mas eles acreditam que, entre essas pessoas, possa ter ocorrido uma limitação nos reservatórios virais, que se formam no organismo de um indivíduo após a infecção pelo HIV. Esses reservatórios são compostos por células dormentes que reativam a infecção quando o remédio deixa de ser tomado.
“Esses dados, junto às informações sobre o caso do bebê recém-nascido nos Estados Unidos, apoiam fortemente a ideia do tratamento precoce e fornecem pistas importantes para o desenvolvimento de estratégias para curar a infecção pelo HIV, ou ao menos induzir a um controle a longo prazo sem a necessidade de antirretrovirais”, disse Asier Saez-Cirio, que coordenou a pesquisa.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Cirurgia tem recursos garantidos, diz Estado-Ce

Governo afirma que é "de praxe" a Procuradoria Geral do Estado recorrer das decisões da Justiça

O governo estadual, por meio da Secretaria da Saúde (Sesa), afirma já ter os recursos assegurados, no valor de R$ 500 mil, para o transplante da menina Ana Cecília Pontes, 4 anos, portadora de leucemia linfoblástica aguda. Porém, aguarda a liberação do médico da criança para que o transplante seja efetuado e o dinheiro, transferido. Pelo menos é o que afirmou titular da Pasta, Arruda Bastos.

Ana Cecília Pontes sofre de leucemia e precisa de um transplante alogênico (quando a medula é doada por outra pessoa), que não é realizado no Ceará

"Comunicamos à família desde a semana passada sobre esta questão, mas é importante que fique claro que não houve nenhum retardo no tratamento de Cecília por falta do recurso, pois este sempre esteve disponível", garantiu Arruda Bastos.

Sobre as investidas da Procuradoria Geral do Estado (PGE), que recorreu da decisão da Justiça de determinar que o Estado custeasse o transplante alogênico (quando a medula é doada por outra pessoa) em São Paulo, ele informou que este é um procedimento "de praxe" do órgão, e que não atrapalharia a viabilização do procedimento.

"A Procuradoria tem o dever de ofício de recorrer em toda e qualquer ação, até mesmo para resguardar o Estado, já que estamos repassando recurso público para tratamento em setor privado", explicou Arruda Bastos.

Situação

Na última terça-feira (12), o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) negou o pedido de suspensão, solicitado pela PGE, e manteve a decisão da juíza Joriza Magalhães Pinheiro, da 9ª Vara da Fazenda Pública de Fortaleza, determinando todo o custeio dos procedimentos.

O presidente do TJCE, desembargador Luiz Gerardo de Pontes Brígido, considerou que Cecília, sem o tratamento, poderá ter o quadro clínico agravado, o que implica risco de morte.

A garota está em tratamento desde agosto, na Capital paulista, e aguarda a realização da cirurgia para o fim deste mês. Isso porque, de acordo com os médicos, é necessário respeitar o tempo necessário após a quimioterapia. Na última terça-feira, a mãe de Cecília, Juliana Nobre, afirmou que o percentual de células cancerígenas na medula, que deve ser menor que 1% para o transplante, subiu para 18%.

A PGE alegou que, ao pagar o tratamento, estaria privilegiando um paciente em detrimento dos demais cidadãos, além de abrir precedentes para outras demandas. A Procuradoria afirmou, ainda, que a decisão, caso efetivada, caracteriza "grave lesão à ordem econômica".

THAYS LAVORREPÓRTER

quarta-feira, 13 de março de 2013

Nove dicas para pele com espinhas

Nove dicas 

Thinkstock
 dica: leia esse texto.
Que bom que você parou uns minutinhos para ler as outras oito dicas. Espero que elas ajudem você a diminuir ou acabar com suas espinhas.
2a: Pele limpa é fundamental
Lave sua pele duas vezes ao dia, de manhã e à noite, com água fria ou morna e sabonete apropriado para pele com acne. Lave também sempre que suar. Use esfoliante apenas quando indicado pelo dermatologista e siga as orientações dele. Esfoliar de maneira inadequada irrita a pele.
3a: Não cutuque
Difícil resistir, mas tente. Uma espinha mal espremida pode inflamar ou infeccionar, provocando manchas ou cicatrizes.
Para os compulsivos que não conseguem se controlar, vale ler esse post 
4a: Tenha paciência com o tratamento
No começo, o tratamento anti-acne pode provocar irritação da pele, com vermelhidão, coceira ou descamação. Mas ser persistente compensa: o resultado aparece em um ou dois meses.
5a: A manutenção faz parte do tratamento
O tratamento funcionou? Ótimo, mas não vá se acomodar. A manutenção é o que impede o aparecimento de novas espinhas. Por isso, continue a tratar a pele mesmo depois que as espinhas desapareceram.
6a: Use no rosto só produtos livres de óleo
Vale para hidratante, filtro solar, maquiagem. Cremes oleosos entopem poros e aumentam a tendência a acne e cravos.
7ª: Use filtro solar

Medicamentos para controle de acne sensibilizam a pele, deixando-a mais vulnerável ao sol. Não descuide, use bastante filtro. Mas escolha um tipo apropriado para pele com tendência a cravos e espinhas.

8a: Atenção com o cabelo
Pele oleosa costuma fazer parzinho com cabelos oleosos, piorando o quadro de espinhas. Cabelo comprido pode causar espinhas no pescoço, onde a pele tem mais contato com o cabelo. Franja também complica: deixa a testa abafada e ainda mais oleosa. Elimine a franja, prenda o cabelo, nem que seja só dentro de casa. E verifique se o condicionador ou o leave-in estão provocando espinhas: enxague bem o cabelo e suspenda temporariamente o uso de leave-in. Se você comprovou que esses produtos estão piorando a situação, consulte seu dermatologista.
9a e talvez a mais difícil de todas: relaxe
Entre os muitos danos à saúde, o stress aumenta a oleosidade da pele, responsável pelo aparecimento de espinhas. Ter uma atividade física ou um hobby, por exemplo, podem fazer diferença.
Por Lucia Mandel

terça-feira, 12 de março de 2013

Médica do Evangélico e mais sete pessoas são denunciadas pelo MP

Médica foi denunciada por homicídio qualificado e formação de quadrilha.
Advogado da médica diz que denúncia foi baseada em premissas falsas.

Do G1 PR
Médica segue presa em Curitiba (Foto: Reprodução/RPCTV)
Médica segue presa em Curitiba (Foto: Reprodução/RPCTV) A médica Virgínia Soares de Souza, presa desde o dia 19 de fevereiro, em Curitiba, foi denunciada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e formação de quadrilha. Outras sete pessoas suspeitas de envolvimento no caso também foram denunciadas pelo órgão.
O anúncio foi feito pelos promotores Paulo Marcowicz de Lima, Fernanda Nagal Garcez,  Ana Paula Cesconetto Branco e pelo procurador Marco Antônio Teixeira na tarde desta segunda-feira (11).
De acordo com o MP, Virgínia foi denunciada por co-autoria em sete homicídios qualificados, o médico Anderson de Freitas, em dois homicídios qualificados e formação de quadrilha, os médicos Edison Anselmo da Silva Junior e Maria Israela Cortez Boccato, cada qual por um homicídio duplamente qualificado e formação de quadrilha, as enfermeiras Laís da Rosa Groff e Patrícia Cristina de Goveia Ribeiro, por um homicídio duplamente qualificado e formação de quadrilha, e a fisioterapeuta Carmencita Emília Minozzo e o enfermeiro Claudinei Machado Nunes por formação de quadrilha.
Denúncia foi anunciada pelo MP-PR nesta segunda-feira
(Foto: Reprodução/OTV)
Fernanda Magal Garcez (Foto: Reprodução/OTV) Já a médica Krissia Kamile Singer, que prestou depoimento e foi indiciada pela polícia, não foi denunciada pelo MP. O advogado dela, Jorge Timi, afirmou que a exclusão do nome da cliente do processo "tirou um peso das costas dela".
Ainda segundo a denúncia do MP, o homicídio 'duplamente qualificado' refere-se a motivo torpe, uma vez que os profissionais se reconheceriam “como possuidores do poder de decretar o momento da morte da vítima, contra a vontade do paciente e de seus familiares e em total desconformidade com a lei”. E também à escolha da vítima ser feita para gerar nova vaga no centro médico, para “girar a UTI”, “desentulhar a UTI”, conforme dizia Virgínia Helena Soares de Souza.
"Houve um esforço gigantesco de produção de elementos factíveis, razoáveis e convincentes que pudessem embasar a denúncia que foi formulada", afirmou o procurador Marco Antônio Teixeira.
Ele reiterou também que a conclusão que chega ao MP é fruto de investigações policiais que duraram muitos meses e de indícios sérios de autoria das pessoas suspeitas. "É uma página certemente dolorosa para as pessoas que de alguma forma sofreram os efeitos dessas ações delituosas, também é uma página dolorosa para as instituições e para a sociedade em geral. Vamos enfrentar isso da melhor maneira possível", ralata.
Elias Mattar Assad, advogado de Virgínia, diz que a
denúncia foi baseada em premissas falsas
(Foto: Reprodução/OTV)
Elias Mattar Assad (Foto: Reprodução/OTV) O advogado de defesa de Virgínia, Elias Mattar Assad, disse que a denúncia foi baseada em premissas falsas. "Nós temos uma carta de próprio punho escrita pela denuciante anônima, que nós vamos tornar pública nos próximos dias, quando ela dá a entender que tinha ódio do hospital e ódio da Virginia e isso deflagrou um mecanismo de investigação que se deixou levar por evidencias derivadas de falsas premissas".
O advogado de Maria Israela, Leonardo Buchmann, não quis se manifestar sobre a decisão do MP de denunciar a cliente. O advogado Daniel Montoya, que cuida da defesa dos médicos Anderson de Freitas e Edison Anselmo, afirmou que não teve acesso à denúncia e não irá se pronunciar sobre o assunto.
O G1 também procurou o advogado da enfermeira Lais Groff, Jefferson Reis, mas o celular dele estava desligado.
Os representantes da fisioterapeuta Carmencita Minozzo e dos enfermeiros Claudinei Nunes e Patrícia Goveia não foram localizados para comentar a denúncia do MP.
Virgínia é funcionária do hospital desde 1988 e chefiava a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) geral desde 2006. O setor ficou fechado em virtude das denúncias e médicos e funcionários foram afastados. Na sexta-feira (8), 13 dias depois, o espaço reabriu com 15 médicos, 41 profissionais de enfermagem e quatro profissionais de apoio. Todos eles atuam sob coordenação do médico Hipólito Carraro Júnior.
Ainda durante a coletiva, a promotora Fernanda destacou que a denúncia não significa que todas as pessoas que morreram na UTI do Evangélico desde 2006 tenham sido vítimas de crimes de homicídio. Infelizmente, por ser natural, pessoas internadas na UTI, naturalmente, em decorrências das duas doenças, tenham a grande possibilidade de virem a morrer".
Ela disse ainda que a denúncia foi baseada nos autos de interceptação tefefônica e nos prontuários médicos suspeitos, que, segundo a polícia, totalizaram 26.
Medicamentos
Segundo o MP, em todos os casos investigados foi constatado que os medicamentos Pavulon (pancurônio) ou Tracrium (dibesilato de atracurium) foram ministrados, mesmo quando não havia justificativa terapêutica registrada no prontuário médico, causando paralisia neuromuscular nas vítimas, após o que era reduzida a ventilação mecânica, levando os pacientes à morte por asfixia.

segunda-feira, 11 de março de 2013

À espera de mais respostas

Especialistas se surpreendem com o anúncio de cura da Aids em criança, mas preferem aguardar antes de mudar tratamento

Cilene Pereira
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PESQUISA
A médica Deborah tratou o recém-nascido
Na última semana, o mundo foi surpreendido com a notícia do que pode ser o primeiro caso de uma criança curada de Aids. Filho de uma mãe soropositiva que não havia feito pré-natal – e portanto não tinha recebido na gestação remédios que reduzem o risco de contaminação pelo feto – , o bebê foi submetido a um tratamento preventivo anti-HIV intenso apenas 30 horas após seu nascimento. Exames confirmaram a infecção, e a criança continuou sob tratamento até completar um ano e meio. Nos dez meses seguintes, os médicos perderam o contato com o bebê. Quando retornou ao hospital, em Mississippi (EUA), constatou-se que a presença do vírus havia caído a níveis indetectáveis, apesar de o bebê ter ficado sem medicação por quase um ano. O caso foi considerado uma cura funcional: quando a concentração viral desaba a níveis não detectáveis pelos testes mais sensíveis e o HIV perde sua capacidade de replicação dentro do organismo.

Até hoje, o único caso reconhecido de cura (quando não há nenhum traço do vírus no corpo) é o do americano Timothy Brown. Por causa de uma leucemia, ele foi submetido a um transplante de medula óssea. O doador era portador de uma rara mutação genética que aumenta a defesa contra o HIV. Ele permanece livre do vírus. No caso do bebê, os médicos acreditam que a administração de três drogas logo após o nascimento evitou que o HIV tivesse tempo para se abrigar nos esconderijos (locais nos quais as drogas não têm ação). Eles são o principal impeditivo para a cura, uma vez que, cessada a medicação, os vírus ali alojados voltam a se replicar. “É um achado excitante”, disse a médica Deborah Persaud, do Johns Hopkins Children’s Center, que acompanhou o caso. “Tratando uma criança precocemente, podemos impedir a formação desses reservatórios de HIV.”
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A divulgação do caso despertou entusiasmo moderado. Em tese, a estratégia poderia ser usada para os recém-nascidos com alto risco de estarem infectados. No entanto, isso só poderá acontecer se a evolução a longo prazo da criança for realmente favorável. “É preciso mais tempo de segmento do caso”, diz o infectologista Caio Rosenthal, de São Paulo. “Temos sempre de ser cautelosos quando lidamos com um caso apenas”, ressalvou também o médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas dos EUA. Enquanto a resposta final não vem, os cientistas aprofundarão as investigações. No Brasil, a médica Valdiléa Veloso, da Fundação Oswaldo Cruz, tentará localizar e ver o que aconteceu às 1.684 crianças tratadas com regime semelhante ao aplicado nos EUA, em pesquisa feita na instituição em 2004. “Quem sabe também encontramos uma boa notícia”, diz ela. Tomara que sim.
Foto: Johns Hopkins Medicine/ap photo

domingo, 10 de março de 2013

Síndrome do polegar

Inflamações causadas pelo uso repetitivo de smartphones são reversíveis, se tratadas em fases iniciais

 Lucas Laranjeira, especial para a Gazeta do Povo
Agilidade de comunicação, acesso às informações em qualquer lugar e momento e conexão o tempo todo às redes sociais são alguns dos benefícios oferecidos pelos smart­­phones. Mas o uso excessivo de teclados e telas sensíveis ao toque pode levar ao desenvolvimento de um novo mal, típico do mundo moderno, a chamada “síndrome do polegar”, inflamações nos dedos causadas pelo uso repetitivo dos chamados gadgets (geringonças, dispositivos, em inglês).
Mexer o polegar continua­­mente, trocar o aparelho de mão e fazer alongamentos com os dedos são as principais recomendações para evitar a nova síndrome dos tempos modernos, segundo o cirurgião de mãos Eduardo Novak. “O polegar faz um movimento fino, muitas vezes em uma musculatura que não está acostumada. Por isso, o fortalecimento muscular é essencial.”
Letícia Akemi / Gazeta do Povo / A consultora de negócios Luciana Beghetto digitando em seu smartphone: inseparável, apesar das dores
Letícia Akemi / Gazeta do Povo
 
A consultora de negócios Luciana Beghetto digitando em seu smartphone: inseparável, apesar das dores
Saiba mais
A seguir, o educador físico Wagner Carlos Rosa dá algumas dicas para evitar a “síndrome do polegar”:
• Aproveite o trajeto entre a casa e o trabalho para fazer o alongamento dos dedos.
• Durante o trabalho, sempre pare alguns minutos para repetir o alongamento.
• Na academia, peça para o professor incluir no treino exercícios para fortalecer a musculatura do antebraço.
• Sentiu dor, procure imediatamente um ortopedista e, iniciado o tratamento (que normalmente, inclui fisioterapia), vá até o fim.
O médico, inclusive, faz uma analogia para justificar: “Se eu quiser participar de uma maratona eu tenho que treinar, o mesmo se aplica ao uso desses aparelhos. O preparo do músculo é essencial, inclusive para digitação.” A postura na hora de usar um gadget seria outro problema, de acordo com Novak. “Para digitar nesses aparelhos, também utilizamos a musculatura do ombro. Mas muitas pessoas acabam prejudicanto essa parte do corpo, pois fazem o manuseio desses aparelhos deitados tortos no sofá”, salienta.
A boa notícia é que essas inflamações são geralmente reversíveis, se tratadas em fases iniciais, de acordo com o cirurgião. Mas Novak alerta que, se não tratadas, as inflamações podem danificar tendões e as articulações da mão inteira, causando tendinite e artroseo. Em casos mais graves, inclusive, é preciso fazer cirurgia.
Muita dor
A consultora de negócios Luciana Beghetto conta que as dores nessa parte da mão começaram, há um ano, com a digitação contínua em computadores e têm se mantido devido ao uso diário de um smartphone. “Quando estou teclando chega um momento que a dor se estende até o ombro, sinto uma dormência no polegar. Até para escrever com uma caneta dói minha mão”, diz.
Problema semelhante vem ocorrendo com a fisioterapeuta Ana Paula Pacheco de Carvalho Abib. “Tudo começou quando comprei um celular com acesso à mensagens cinco anos atrás, mas as dores pioraram muito quando comprei um smartphone no ano passado e passei a acessar as redes sociais o dia todo.” Ainda segundo Ana Paula, o uso excessivo afeta não só o dedo. “Começa com fraqueza na palma da mão e amortecimento de alguns dedos, aos poucos começa a doer o antebraço e não consigo mais mexer no celular.” Luciana e Ana Paula, ao menos por enquanto, não procuraram especialistas para iniciar um tratamento.

sábado, 9 de março de 2013

Ideal é embalsamar corpo em até 12 horas após a morte, diz especialista

Ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez deve ser 'eternizado' por técnica.
Saiba como o processo é feito e em quais personalidades foi aplicado.

Luna D'Alama Do G1, em São Paulo
O embalsamamento para conservação de um corpo deve ocorrer preferencialmente nas primeiras 12 horas após a morte de uma pessoa, segundo o especialista nessa técnica Cirino Otávio dos Santos, que atua há 13 anos na área, no Rio de Janeiro.
"Passadas 24 horas, o sangue coagula e fica problemático injetar o líquido (formol) que precisa penetrar nas artérias", explica.
Nesta quinta-feira (7), o presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que o corpo do ex-presidente Hugo Chávez será embalsamado. Ele morreu na terça-feira (5) aos 58 anos, vítima de um câncer na região pélvica.
"Assim como está Ho Chi Min (revolucionário do Vietnã), como está Lênin (fundador da antiga União Soviética), como está Mao Tsé-Tung (líder comunista da Revolução Chinesa), ficará o corpo do nosso comandante em chefe embalsamado no Museu da Revolução de maneira especial para que possa estar em uma urna de cristal e nosso povo possa tê-lo para sempre", informou Maduro.
O ex-ditador da Coreia do Norte Kim Jong-il também está exposto em um memorial na capital Pyongyang desde dezembro de 2011, logo após a morte dele, no dia 17.
Multidão acompanha o cortejo levando o caixão de Chávez por Caracas (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)Multidão acompanha o cortejo levando o caixão de Chávez por Caracas (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Outras personalidades também já foram embalsamadas, para depois serem enterradas, como o ex-presidente americano Abraham Lincoln, a ex-primeira-dama da Argentina Evita Perón, a princesa Diana e os Papas Pio X, Pio XII e João XXIII.
Segundo o auxiliar de necropsia e embalsamador Airton Lima, que está no ramo há 33 anos e há 12 administra uma empresa especializada em Guarulhos, na Grande São Paulo, o caso de Chávez pode ser mais problemático para ser submetido ao processo, pois ele já teria entrado em decomposição.
É preciso levar em conta que ele (Chávez) estava doente, internado, recebendo soro, e depois ainda foi feita uma procissão (por Caracas), no calor"
Airton Lima,
auxiliar de necropsia e embalsamador
"Será que fizeram o embalsamamento na hora ou vão deixar para depois? É preciso levar em conta que ele estava doente, internado, recebendo soro, e depois ainda foi feita uma procissão (por Caracas), no calor. O corpo de Chávez pode levar três ou quatro dias para aceitar o líquido injetado. Cada caso é um caso, mas o certo é fazer o tratamento assim que a pessoa morre e passa pelo IML (Instituto Médico Legal)", diz Lima.
O especialista explica que, no caso de Chávez, que ficará exposto publicamente, seria possível reverter o inchaço corporal decorrente do tratamento contra o câncer. As técnicas usadas e a refrigeração são capazes de fazer as células "murcharem" e voltarem ao normal, segundo Lima.
Já a redoma a vácuo em que os mortos famosos são mantidos serve para "eternizar" a pessoa, pois a ausência de oxigênio faz com que bactérias, fungos e vírus não se proliferem e, portanto, não deteriorem o corpo.
Corpo embalsamado do fundador da antiga União Soviética, Vladimir Lênin (Foto: Sergei Karpukhin/AP)Corpo embalsamado do fundador da União Soviética, Vladimir Lênin, em 1997 (Foto: Sergei Karpukhin/AP)
Como é feito o embalsamamento
Um embalsamamento exige que o corpo esteja inteiro e, em condições ideais, leva de 6 a 12 horas para ser concluído, explica Lima. O especialista Cirino dos Santos complementa que, se o organismo não aceitar bem a técnica, por problemas como artérias obstruídas, o processo todo pode durar dias ou até duas semanas.
O primeiro passo é a retirada da roupa e a lavagem do corpo, com água e sabão. Então é introduzida uma solução química contendo formol e outras substâncias, por meio de uma espécie de sonda, chamada de bomba injetora, na artéria femoral ou carótida. Esse líquido permanece no corpo de 20 a 45 minutos e coagula o sangue, que é drenado – entre 60% e 70% do total. Assim, os órgãos ficam "emborrachados" e duros, o que os mantém preservados.
"Esse líquido conservante é também um bactericida muito potente, que mata todos os micro-organismos e previne o mau cheiro", explica Santos. Segundo ele, nenhum órgão é retirado, como faziam as mumificações do Antigo Egito. Caso algo precise ser removido, deve ser colocado no formol e depois armazenado novamente no lugar.
Militares chineses fazem reverência ao líder chinês Mao Tsé-Tung em foto sem data (Foto: AP)Militares fazem reverência ao líder da Revolução Chinesa, Mao Tsé-Tung, em foto sem data (Foto: AP)
"Hoje em dia, não se pode jogar mais nada fora, pois pode haver algum processo judicial sobre a morte. Às vezes, abrimos o corpo quando há excesso de líquido, mas deixamos tudo como estava e fechamos", afirma Santos.
Entre os materiais metálicos usados no embalsamamento, estão faca, pinça e agulha para costurar os pontos. Em seguida, é lavado o cabelo, feita a barba (se for homem), passada vaselina no rosto para não ressecar e iniciada a maquiagem – em geral, o próprio embalsamador cuida de todo o resto da preparação para o velório e o enterro. Se houver um intervalo grande entre esse processo e a exposição do morto, o corpo é refrigerado novamente, antes de ser maquiado e vestido.
A técnica pode ser aplicada tanto em morte natural quanto violenta, diz Lima. Quando há perfurações por arma de fogo, por exemplo, é introduzida uma cera para tornar o rosto mais uniforme e apresentável. Já quando o método ocorre após uma morte natural, sem passar por uma necropsia no IML, o embalsamamento é chamado de tanatopraxia.
Ex-ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-il é visto embalsamado três dias após sua morte, em 17 de dezembro de 2011 (Foto: Korean Central News Agency via Korea News Service/AP)Ex-ditador da Coreia do Norte Kim Jong-il é visto embalsamado três dias após sua morte, que ocorreu
no dia 17 de dezembro de 2011 (Foto: Korean Central News Agency via Korea News Service/AP)
Viagens aéreas e velórios longos
Os pedidos das famílias para embalsamar um parente ocorrem, em geral, quando o corpo precisa ser transportado de avião para outro estado ou país, ou ainda quando o velório será longo, com dias de exibição pública.
Para voos nacionais, o embalsamamento é feito para durar pelo menos 72 horas. Já para viagens internacionais, pode suportar meses ou até anos.
Segundo Santos, embalsamar um corpo apenas para ser velado custa entre R$ 300 e R$ 600; para fazer um voo nacional sai entre R$ 800 e R$ 1.200; e para um voo internacional fica de R$ 1.500 a R$ 2.000. Já um caso de avançado estágio de decomposição, em que é necessário fazer o que os técnicos chamam de mumificação, custa entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. Lima complementa que, para um corpo durar a vida toda, o preço não sai por menos de R$ 3.500.
Hoje em dia, não se pode jogar mais nada (nenhum órgão) fora, pois pode haver algum processo judicial sobre a morte"
Cirino Otávio dos Santos,
embalsamador
O embalsamador de Guarulhos conta que já preparou o corpo de personalidades que precisaram ser transportadas para outra cidade após a morte ou veladas por muito tempo, como o ex-vice-presidente José Alencar, a ex-primeira-dama Ruth Cardoso, os atores Nair Bello e Paulo Autran, o ex-senador e ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães, o ex-prefeito de Santo André Celso Daniel e vítimas brasileiras e estrangeiras de acidentes aéreos como o voo 447 da Air France em 2009, o 3034 da TAM em 2007 e o 1907 da Gol em 2006.
"Se a pessoa tinha alguma doença infectocontagiosa, é possível embalsamá-la, mas não transportá-la por via aérea", diz Lima. Segundo ele, nesse caso, a orientação sanitária brasileira é fazer a cremação.
Em casos de morte violenta, como atropelamento ou incêndio, é possível tentar reconstruir o rosto da pessoa por meio de uma foto cedida pela família, destaca Lima. A técnica serve também para amenizar a dor do choque das pessoas próximas, segundo o especialista.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Caminhada é tão eficaz quanto fisioterapia para aliviar dores nas costas, diz estudo


Pesquisa observou que andar durante 20 a 40 minutos de duas a três vezes por semana já melhora de forma significativa dores na região lombar

Dor nas costas: Uma rotina de caminhada pode ser eficaz em fortalecer os músculos abdominais e das costas e, assim, amenizar o problema
Dor nas costas: Uma rotina de caminhada pode ser eficaz em fortalecer os músculos abdominais e das costas e, assim, amenizar o problema (Thinkstock)
Uma pesquisa feita na Universidade de Tel Aviv, em Israel, sugere que um programa simples de caminhada é tão eficaz para aliviar dores nas costas quanto sessões de fisioterapia em clínicas especializadas que exigem o uso de equipamentos. Segundo os resultados do estudo, publicados na edição deste mês do periódico Clinical Rehabilitation, uma rotina de 20 a 40 minutos de caminhada durante três vezes na semana já é suficiente para fortelecer a musculatura e atenuar o problema.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: An aerobic walking programme versus muscle strengthening programme for chronic low back pain: a randomized controlled trial

Onde foi divulgada: periódico Clinical Rehabilitation

Quem fez: Ilana Shnayderman e Michal Katz-Leurer

Instituição: Universidade da Tel Aviv, Israel

Dados de amostragem: 52 pessoas com dores na região lombar

Resultado: Caminhar durante 20 a 40 minutos, de duas a três vezes por semana e ao longo de seis semanas foi tão eficaz em reduzir dores nas costas quanto sessões de fisioterapia em clínica especializada feitas no mesmo período.
Participaram do estudo 52 pacientes que sofriam de dores na região lombar. Em um primeiro momento, essas pessoas responderam a um questionário no qual relataram os níveis de suas dores, os momentos em que o problema as incapacitavam de fazer alguma atividade diária, além de resistência muscular e de caminhada. Depois, metade dos participantes foi submetida a um programa de fortalecimento muscular em uma clínica especializada. Eles realizaram de duas a três sessões de fisioterapia por semana durante seis semanas. O restante dos voluntários passou essas seis semanas em uma rotina de 20 a 40 minutos de caminhada por dois a três dias por semana.
Após avaliar novamente os participantes, os autores do estudo concluíram que ambos os grupos apresentaram uma melhora significativa em todas as áreas de avaliação, incluindo o fortalecimento dos músculos abdominais e das costas. No entanto, no final da pesquisa, quando os voluntários deveriam andar durante seis minutos, o grupo da caminhada conseguiu, em média, andar 80 metros a mais do que as pessoas submetidas à fisioterapia. 
Segundo Michal Katz-Leurer, coordenadora da pesquisa, o programa de caminhada também tem a seu favor a praticidade, já que pode ser facilmente incluído no dia a dia de uma pessoa e sem a supervisão constante de um especialista. O hábito, diz ela, também proporciona outros benefícios à saúde, entre eles a redução da pressão arterial e a diminuição do stress.