Psoas
Ilustração:  Anatomography, via Wikimedia Commons

Na malhação, todo mundo fala muito de bíceps, peitoral e adutor, mas o psoas, o músculo mais profundo e estabilizador do corpo, ainda é um ilustre desconhecido para a maioria das pessoas. O nome vem do grego (músculo do lombo) e, em terapias alternativas, ele é chamado de “músculo da alma”, por ser o elo de energia do corpo com o solo. A fisioterapeuta Juliana Favoreto explica por que temos que tratá-lo muito bem.

Por que o psoas é um músculo tão importante, apesar de não ser conhecido pela maioria das pessoas?
Estamos acostumados a falar de músculos superficiais considerados mobilizadores, ou seja, que executam os grandes movimentos do corpo. O psoas é um músculo profundo e bem espesso, que conecta a coluna vertebral às pernas, tendo assim grande importância na estabilidade da coluna vertebral e no suporte nas vísceras abdominais. É fundamental na função motora, como, por exemplo, levantar as pernas para andar ou calçar uma meia.

Quais são os sintomas de que há problemas com o psoas?
A inatividade, somada a horas na postura sentada, endurece esse músculo, tornando-o não só fraco como encurtado. O resultado disso será dor na frente da coxa, próximo à virilha, com a sensação de “perna presa” (rigidez muscular) nos primeiros passos. Por isso é tão importante levantar de tempos em tempos da cadeira, para “acordar” esse músculo. Bem alongado, o psoas proporciona bem-estar aos músculos da perna e da pelve. Do contrário, vai se tornando fraco e poderá dificultar a marcha, porque não terá mais força para suspender a perna e dar o passo à frente. Como o passo ficará mais encurtado ou arrastado, o risco de quedas aumenta.

Que tipo de exercício deve ser feito para garantir o seu bom funcionamento?
Por se inserir na coluna vertebral e no diafragma através de fáscias (tecido conjuntivo), exercícios ligados à respiração promovem a ativação desse músculo mantendo a coluna ereta com suas curvaturas fisiológicas preservadas. Um bom exercício para quem passa horas sentado:

a)  desencostar da cadeira um pouco;

b)  sentar sobre os ossinhos do bumbum – chamados de tuberosidades isquiáticas;

c)  manter a coluna lombar com sua curvatura fisiológica (lordose lombar) com os pés bem apoiados no chão;

d) inspirar abrindo bem o peito, crescendo o topo da cabeça para o teto e ao mesmo tempo empurrando os pés contra o chão (como se fosse levantar);

e) soltar o ar relaxando, mas sem despencar a postura ereta da coluna;

f) repetir umas cinco vezes. O movimento acorda muitos músculos do corpo e renova a atenção para o trabalho.

Outro exercício simples é aumentar o passo no andar: isso fará a perna ficar mais tempo em suspensão até a pessoa apoiá-la novamente no solo.