terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Schumacher apresenta leve melhora, mas quadro ainda é grave

Equipe médica revela segunda operação, admite melhora, mas afirma que situação de Schumacher é bastante complicada

O Dia
Schumacher luta pela vida
Foto:  Reuters

França - Schumacher continua na luta pela vida. Na manhã do último dia do ano, a equipe médica do hospital Centro Hospitalar Universitário de Grenoble realizou uma coletiva de imprensa, em que revelou que o estado do hepta campeão ainda é bastante grave.
Schumacher foi operado pela segunda vez na noite da última segunda-feira, para aliviar a pressão no cérebro. A cirurgia foi bem-sucedida e é considerada bastante importante, já que um dos maiores medos da junta médica era o risco de lesões cerebrais irreversíveis devido à forte pressão intracraniana. Após o procedimento, exames realizados deram indícios de uma leve melhora na situação do piloto que, contudo, ainda é crítica.
"Realizamos uma 'varredura' que apontou uma leve melhora. Temos indícios para crer que a situação dele está mais controlada do que ontem", afirmou Jean-Francois Payen, médico que vem acompanhando o caso.
Por enquanto, o alemão continua em coma induzido e a equipe médica é cautelosa quanto a prognósticos relativos ao progresso em seu quadro clínico. Schumacher sofreu um acidente no último domingo, enquanto esquiava nos Alpes Franceses.
Jornalistas de todo o mundo lotaram coletiva de imprensa. Equipe médica afirma que quadro de Schumacher apresenta leve progresso
Foto:  Efe
"Operar foi uma decisão complicada, mas acabamos decidindo por eliminar um hematoma. O nível de pressão intracraniana melhorou. Porém, os exames mostram que há outras lesões. Não se pode dizer que ele está fora de perigo, pois as coisas podem melhorar ou piorar muito rapidamente, mas em linhas gerais, seu estado está melhor do que ontem. Ainda não podemos dizer em que estado ele estará quando acordar", afirmou o médico.
A coletiva de imprensa lotou a sala de conferências do hospital de jornalistas de todas as partes do mundo. Nas redes sociais, ex-colegas de profissão, personalidades e anônimos falam de Schumacher, tornando-o um dos assuntos mais comentados dos últimos dias. Em todo o mundo, fãs do recordista de títulos mundiais da F-1 esperam por notícias e torcem pelo melhor.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Médicos dizem que Michael Schumacher luta pela vida

Corpo médico diz que é "cedo para qualquer diagnóstico e que as próximas horas serão cruciais"

AFP/Patrick Hertzog
Michael Schumacher em pista de esqui de Madonna di Campiglio, na Itália, em 2005 (AFP/Patrick Hertzog)
O ex-piloto alemão Michael Schumacher permanece em coma, lutando pela vida, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira pelo Hospital da Universidade de Grenoble (CHU), na França. Em entrevista coletiva, os médicos que atendem Schumacher disseram que "é cedo para qualquer diagnóstico e que as próximas horas serão cruciais para o paciente". Os especialistas aguardam para ver como o ex-piloto reage à neurocirurgia a que foi submetido. Não há previsão de alta.
Segundo a junta médica, a baixa temperatura registrada na estação de esqui de Meribel, no sudoeste da França, onde Schumacher sofreu o acidente, evitou que seu quadro clínico fosse ainda pior. "O fato de a temperatura estar abaixo de zero evitou que o edema cerebral do paciente evoluísse", disseram.
O capacete também foi fator decisivo para que ele sobrevivesse. "O capacete não ofereceu uma proteção total, mas realmente ajudou. Sem ele, Schumacher não estaria aqui agora", afirmou Jean-Francois Payen, porta-voz do hospital.
O maior campeão da história da Fórmula 1 bateu a cabeça contra uma pedra após uma queda enquanto esquiava com a família em Meribel, a cerca de 600 quilômetros de Paris. Ele foi atendido por dois funcionários do resort e encaminhado ao Centro Hospitalar de Moûtiers. Logo depois, foi transferido para o hospital de Grenoble, onde há um centro especializado em traumas.
Equipe Mercedes se despede de Michael Schumacher em Interlagos em 2012
Equipe Mercedes se despede de Michael Schumacher em Interlagos em 2012 - Ivan Pacheco
Schumacher está sob os cuidados do médico Gérard Saillant, seu amigo pessoal. De acordo com a BBC, Saillant é especialista em traumas do cérebro e da espinha e já prestou socorro a Schumacher em outras ocasiões, como durante um acidente no GP de Londres, em 1999. Solidariedade — Por meio das redes sociais, pilotos de F1 e amigos pessoais de Schumacher manifestaram seu apoio ao piloto e sua família. “Estou rezando para Deus te proteger irmão. E que você tenha uma rápida recuperação Michael”, escreveu o brasileiro Felipe Massa, por meio de sua conta oficial no Instagram.
“Todos os nossos pensamentos estão com Schumi e sua família. Que ele se recupere rapidamente”, escreveu o piloto francês Romain Grosjean, da Lotus, por meio de sua conta oficial no Twitter.
Outro piloto da F1 a utilizar o Twitter para se manifestar sobre o acidente foi Adrian Sutil, da Force India. “Eu espero que Michael Schumacher fique bem logo. Tudo de melhor para ele e sua família”, disse o piloto, por meio da rede social.
Carreira — O ex-piloto foi campeão do mundo por sete vezes. Dois títulos foram conquistados pela Benetton (1994 e 1995), e cinco pela italiana Ferrari, onde permaneceu por dez anos, entre 1996 e 2006. Schumacher voltou ao esporte em 2010 com a Mercedes.
No final de 2012, o alemão se despediu definitivamente da Fórmula 1 no GP do Brasil. Ele se aposentou aos 43 anos com 155 pódios, 1566 pontos, 91 vitórias e 68 pole positions em 308 etapas. O ex-piloto completará 45 anos em 3 de janeiro de 2014.
(Com GazetaPress)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Ceará registra novo recorde de transplantes de órgãos



A expectativa é que esses números subam no próximo ano devido aos transplantes de medula óssea e de osso
Antes mesmo da chegada do fim do ano, o Ceará já estabeleceu um novo recorde de transplantes de órgãos e tecidos. Até ontem, de acordo com a Central de Transplantes do Estado, 1.308 procedimentos foram realizados, superando o antigo recorde, de 2011, quando aconteceram 1.295 cirurgias.

Até ontem, 1.308 procedimentos foram realizados, superando o antigo recorde, registrado em 2011, quando aconteceram 1.295 cirurgias foto: Rodrigo carvalho


Já ocorreram, em 2013, 260 transplantes de rim, dez de rim/pâncreas, 29 de coração, 192 de fígado, oito de pulmão, 51 de medula óssea, nove de valva cardíaca, 721 de córnea, 27 de esclera e um de osso.

Também foram feitos, neste ano, 19 transplantes de rins em crianças e adolescentes de 2 a 19 anos de idade. Dessa forma, o Ceará chegou perto de zerar a fila de espera nessa faixa etária. Tanto que, hoje, apenas duas crianças aguardam por um novo órgão. Em 2012, foram realizados 28 transplantes de rins em crianças e adolescentes.

O número de procedimentos no coração já chegou a 29, superando os 28 do ano passado. A maior quantidade de cirurgias, seis no total, foi realizada no mês de setembro. Para a coordenadora da Central de Transplantes, Eliana Barbosa, os números são importantes porque significam vidas salvas. “Qualquer um desses pacientes poderiam falecer enquanto esperavam pelo novo órgão. Agora, eles têm qualidade de vida”.

Atividades
Além disso, destacou Eliana, após o procedimento, os pacientes passam por uma reinserção na sociedade, pois eles podem voltar a trabalhar e realizar outras atividades que antes eram impedidas devido à doença.
A coordenadora da Central ainda destacou que, desde 1998, quando o órgão foi criado, o número de doações aumenta a cada ano. Prova disso é que o Estado é destaque, no País, em relação ao número de doadores por um milhão de habitantes. Enquanto essa média nacional é de 13, a do Ceará é 21,4.

Os cearenses também ficam em evidência, no Brasil, quando o assunto são os transplantes de coração e fígado. Em 2013, foi o Estado com maior número de procedimentos de fígado e o terceiro em transplante de coração.
Eliana fez questão de destacar que os números de transplantes podem ser ainda maiores no próximo ano. Pois, a partir do primeiro trimestre, devem começar a ser realizados os transplantes alogênicos de medula óssea – quando o paciente recebe doação de outra pessoa.

Além disso, o objetivo é aumentar a quantidade de procedimentos de osso e pele. “Com isso, todos os principais transplantes poderão ser realizados no Ceará e de forma totalmente segura”, diz a coordenadora.

Doe de Coração
Doar órgãos é um ato de solidariedade. É também quebrar barreiras do preconceito e amar anonimamente. É dar chance e alegria aos que lutam pelo recomeço de sua vida. Pensando nestes e em vários outros pontos relacionados à doação de órgãos, a Fundação Edson Queiroz lançou o movimento Doe de Coração, que fomenta a conscientização pela doação voluntária.

Neste ano, o movimento chega à sua 11ª edição. Realizada em setembro, a campanha sensibiliza a sociedade sobre a temática através de anúncios em veículos de comunicação, distribuição de cartilhas, cartazes e camisas. Há ainda a mobilização em hospitais, clínicas, escolas, no Sistema Verdes Mares, na Universidade de Fortaleza (Unifor) e em outras grandes entidades. Para a doação, é preciso que a família autorize, por isso a importância de informar aos parentes o desejo de ser um doador.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Brasileiros criam ranking de vinhos de acordo com seus benefícios à saúde

MARIANA VERSOLATO
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA+SAÚDE"
Que vinho faz bem para o coração muita gente sabe. Mas como escolher qual garrafa levar para casa considerando apenas os benefícios da bebida?
Cientistas da USP dão pistas nessa direção. Em estudo publicado no periódico "Australian Journal of Grape and Wine Research", a professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP Inar Castro e colegas fazem um ranking de vinhos da América do Sul com base na sua funcionalidade.
Editoria de Arte/Folhapress

Foram analisadas 666 garrafas de vinhos da Argentina, do Brasil, Chile e Uruguai que custam menos de US$ 50. Metade era 2009 e a outra, com as mesmas marcas, de 2010 –o objetivo era ver se a safra poderia influenciar os resultados, o que não ocorreu.
Os primeiros colocados do ranking foram o tannat e o malbec argentinos, praticamente empatados. Depois vêm, nessa ordem, as uvas syrah, carménère, cabernet sauvignon e merlot. As pesquisadoras não divulgam as marcas analisadas.
Também é possível olhar para os resultados de acordo com o país. Entre os vinhos de alta funcionalidade, a maioria eram argentinos, seguidos pelos chilenos, brasileiros e uruguaios.
A uva campeã não é exatamente uma surpresa. A tannat, como o nome indica, é rica em taninos. "E quanto mais tanino e quanto maior o sabor adstringente, mais potente o efeito para a saúde. Por isso o chá-verde, que é amargo, é rico em antioxidantes", afirma a nutricionista e bioquímica Lucyanna Kalluf.
Para chegar a essa conclusão, as pesquisadoras da USP avaliaram a atividade antioxidante (capacidade de "varrer" os radicais livres que causam oxidação celular), concentração de substâncias fenólicas (compostos como o resveratrol que têm ação antioxidante e anti-inflamatória) e a quantidade de antocianinas (pigmento roxo da família dos flavonoides).
"Com base nesses parâmetros, criamos um modelo matemático. Posso pegar qualquer vinho e dizer se ele é de baixa ou alta funcionalidade", diz Castro.
A pesquisadora afirma, porém, que o trabalho tem limitações. "Nosso modelo tem valor preditivo de 96%, então ainda temos 4% de erro."
Kalluf lembra que o trabalho não conseguiu ver uma relação direta entre a quantidade de antocianinas e a capacidade funcional, algo que outros estudos já mostraram.
Já para Gustavo Andrade de Paulo, médico gastroenterologista e diretor da Associação Brasileira de Sommeliers (regional São Paulo), a pesquisa usou uma amostra genérica e restrita de vinhos. Ele, porém, elogia a "sacada" de criar esse ranking.
"Hoje, com essa geração saúde que pensa nas vantagens de cada ingrediente, uma lista como essa é útil."
Protásio Lemos da Luz, diretor da Unidade Clínica de Arterosclerose do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP), afirma que os benefícios do vinho estão relacionados à proteção do sistema cardiovascular. "A bebida tem efeito vasodilatador, impede a formação de trombos que podem levar ao infarto e aumenta os níveis de HDL, o colesterol 'bom'."
Mas, em geral, quem bebe vinho não busca apenas o benefício que a bebida traz à saúde. "Tem de tomar vinho primeiro porque gosta. Se puder unir a funcionalidade e o sabor, juntamos o melhor dos dois mundos", diz De Paulo.
Mas, afirma ele, do ponto de vista prático, a diferença entre os benefícios de um e de outro na pesquisa é muito pequena. Portanto, faz mais sentido escolher aquele que agrada mais o paladar.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Nova cartilha aumenta limite da pressão arterial para 15 por 9

Diretriz elaborada nos Estados Unidos muda regras estabelecidas há mais de 30 anos para pacientes com mais de 60 anos

Coração
Segundo nova determinação, menos pessoas acima de 60 anos vão precisar de remédio para tratar hipertensão (Thinkstock)
Uma nova cartilha publicada nesta quarta-feira no periódico The Journal of the American Medical Association (Jama) sugere que milhões de pessoas ao redor do mundo devem reduzir a quantidade de remédio para controlar a pressão alta.  
Segundo as novas diretrizes, que levaram cinco anos para ser elaboradas, pessoas com mais de 60 anos podem atingir 15 como limite de pressão sistólica (máxima), antes de iniciar um tratamento para reduzi-la. O limite para a diastólica (mínima) permanece 9. Nos últimos trinta anos, médicos preconizam como saudável uma pressão arterial inferior a 14 por 9.
A pressão sistólica mede a força que o coração imprime sobre a parede das artérias. Já a diastólica calcula o momento em que o órgão relaxa e se enche de sangue.
A hipertensão é uma doença que pode causar ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, insuficiência renal e morte, se não for tratada adequadamente. "Esse estudo se baseou em evidências para recomendar limites rigorosos de tratamento, metas e medicamentos para hipertensão em adultos", informa o artigo, elaborado por dezessete especialistas.
Segundo Paul James, coautor da cartilha e chefe do departamento de medicina familiar da Faculdade de Medicina Carver, da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, estudo clínicos mostraram que critérios mais rígidos não se revertiam em vantagens para os pacientes. "Nós realmente não pudemos ver benefícios em reduzir a pressão para menos de 15 em pessoas acima de 60 anos. Ficou muito claro que 15 era o melhor número", diz.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Homem tem mão reimplantada após membro ficar 1 mês ligado a tornozelo

ovem chinês teve a mão arrancada em acidente de trabalho em novembro.
Mão foi implantada no tornozelo antes de ser religada ao braço.

Do G1, em São Paulo
Chinês teve mão reimplantada junto ao tornozelo para órgão receber fluxo sanguíneo (Foto: Rex Images)Chinês teve mão reimplantada junto ao tornozelo para membro receber fluxo sanguíneo (Foto: HAP/Quirky China News/Rex Images)
Médicos chineses obtiveram sucesso ao reimplantar a mão direita do jovem Xiao Wei, arrancada em um acidente de trabalho em novembro, segundo a agência Rex Features. O curioso é que, antes do reimplante, a mão ficou durante um mês ligada ao tornozelo do paciente para que continuasse recebendo fluxo sanguíneo.
Quando o paciente chegou ao hospital logo após o acidente, na cidade de Changde, província de Hunan, os médicos disseram que não conseguiriam salvar a mão. Mas encaminharam Xiao Wei a um hospital maior na cidade de Changsha, onde os médicos foram mais otimistas.
Lá, eles decidiram implantar o membro no tornozelo do paciente enquanto tratavam seus outros ferimentos, até terem condições de colocá-lo no lugar certo.
"Seu ferimento era grave. Além dos ferimentos de corte, o braço dele estava esmagado. Tivemos que limpar e tratar seus ferimentos antes de iniciarmos a cirurgia de reimplante da mão", disse um dos médicos à Rex Features.
'Não poderia imaginar minha vida sem a mão'
Após um mês com a mão junto ao tornozelo, chinês teve mão reimplantada no braço (Foto: HAP/Quircky China News/Rex  )Após um mês com a mão junto ao tornozelo, chinês teve mão reimplantada no braço (Foto: HAP/Quirky China News/Rex)
"Ainda sou jovem, e não poderia imaginar minha vida sem a mão direita", disse Xiao Wei. Cerca de um mês depois do acidente, a equipe resolveu que ele já tinha se recuperado o suficiente para passar pela cirurgia de reimplante.
De acordo com os médicos, ele terá de passar por vários outros procedimentos, mas eles estão esperançosos de que recuperará a função da mão.
Sobre o acidente, Wei disse: "Fiquei chocado e congelado no lugar até que colegas desligaram a máquina, recuperaram a minha mão e me levaram ao hospital".

Oito motivos para incluir frutas oleaginosas nas ceias


nuts
As ceias de fim de ano são repletas de alimentos apetitosos, calóricos e gordurosos. Nos períodos de Natal e Ano Novo, no meio das delícias da época, as frutas oleaginosas também aparecem com maior frequência nos supermercados e nas mesas. Elas são riquíssimas em nutrientes, a qualidade da gordura é boa (monoinsaturada) e são capazes de trazer benefícios para a saúde cardiovascular. Mas como também são ricas em calorias, o consumo deve ser controlado. A boa notícia é que é possível incluir frutas oleaginosas (nozes, castanhas, avelãs, amêndoas, macadâmias) com moderação nas festas acrescentando nutrientes e reduzindo o impacto calórico. Entenda como:
1) Ricas em nutrientes antioxidantes: fontes de selênio, vitamina E, zinco – nutrientes que combatem os radicais livres, responsáveis pelo stress oxidativo do organismo, contribuindo assim para a prevenção de algumas doenças e do envelhecimento precoce.
2) Fonte de resveratrol: é um fitonutriente com propriedades anti-inflamatórias e atividade anticarcinogênica.
3) Ricas em ácidos graxos monoinsaturados: contribui com a ação anti-inflamatória e reduz o risco de doenças cardiovasculares.
4) Favorecem o controle do peso: excelente alternativa para os lanches intermediários (lanche da manhã ou tarde), aperitivos nas ceias. Dão sensação de saciedade  (reduzem o excesso calórico da refeição).
5) Reduzem a compulsão por doces: As frutas oleaginosas são fontes de cobre, micronutriente com importante papel na redução da compulsão por doces. O que poderá ajudar a controlar a quantidade de sobremesas.
6) Favorecem o bom controle glicêmico: a glicemia pós-prandial é melhor controlada. Um estudo publicado em 2007 na revista Metabolism, por Josse A.T. e Colaboradores, observou a glicemia pós-prandial reduzida em 58%, na adição de 90 gramas de amêndoa em uma dieta de alto índice glicêmico (com a oferta de pão).
7) Reduz a pressão arterial: uma porção de meia xícara ou 40 gramas de castanhas, de quatro a cinco vezes por semana, é o recomendado para reduzir a pressão arterial.
8) Redução de marcadores de inflamação: o perfil nutricional das frutas oleaginosas ajuda a reduzir o stress oxidativo da refeição e do organismo, protegendo à saúde.
As frutas oleaginosas são ricas em nutrientes e devem fazer parte de uma dieta nutricionalmente equilibrada e, desde que haja rodízio e moderação no seu consumo, podem trazer benefícios à saúde.
Fontes consultadas:  Metabolism. Josse At et al Almonds and post-prandial glycemia – a dose-response study. 2007:56:400-4

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Estudo ajuda a explicar por que as pessoas sentem cheiros de formas diferentes

Pesquisadores descobriram que cerca de 30% dos receptores olfativos presentes no organismo humano variam de uma pessoa para outra

Segundo estudo, dois indivíduos escolhidos aleatoriamente teriam cerca de 140 de 400 receptores diferentes entre si na forma de responder às moléculas de odor
Segundo estudo, dois indivíduos escolhidos aleatoriamente teriam cerca de 140 de 400 receptores diferentes entre si na forma de responder às moléculas de odor (Thinkstock)
Um novo estudo encontrou uma possível explicação para o motivo pelo qual as pessoas sentem cheiros de formas tão diferentes: pesquisadores descobriram que cerca de 30% dos receptores olfativos variam de uma pessoa para outra. A pesquisa foi publicada no periódico Nature Neuroscience, neste domingo.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: The missense of smell: functional variability in the human odorant receptor repertoire

Onde foi divulgada: periódico Nature Neuroscience

Quem fez: Joel D Mainland, Andreas Keller, Yun R Li, Ting Zhou, Casey Trimmer, Lindsey L Snyder, Andrew H Moberly, Kaylin A Adipietro, Wen Ling L Liu, Hanyi Zhuang, Senmiao Zhan, Somin S Lee, Abigail Lin e Hiroaki Matsunami

Instituição: Monell Chemical Senses Center, EUA

Resultado: Pesquisadores descobriram que cerca de 30% dos receptores olfativos variam de uma pessoa para outra
O corpo humano possui cerca de 400 tipos diferentes de receptores olfativos, que trabalham juntos para identificar diferentes cheiros. Para os cientistas, ainda é um mistério como os padrões de atividade dos receptores são traduzidos em sinais que o cérebro registra como odores.
O problema fica ainda mais complexo levando em consideração que a sequência de aminoácidos que forma cada um dos 400 receptores pode variar, e essas diferenças, que alteram a forma como as pessoas respondem aos odores, são tão distribuídas de forma que cada indivíduo tem uma combinação única de receptores.
Pesquisa – Para descobrir como essa variação afeta a percepção de odores no ser humano, pesquisadores dos Estados Unidos, liderados por Joel D. Mainland, do Monell Chemical Senses Center, clonaram 511 variantes conhecidas de receptores olfativos e testaram 73 moléculas de odor em todos eles. Esse processo levou à identificação de 28 variantes nos receptores que respondiam a pelo menos uma das moléculas.
A partir daí, usando previsões estatísticas, os pesquisadores conseguiram estimar que, entre duas pessoas quaisquer, os receptores olfativos variam em cerca de 30%. Isso significa que dois indivíduos escolhidos aleatoriamente teriam cerca de 140 dos 400 receptores diferentes entre si na forma de responder às moléculas de odor.
Para verificar como uma diferença em um único receptor afeta a percepção de odores, os autores estudaram dois voluntários que tinham um receptor chamando OR10G4 diferentes entre si. Os resultados mostraram que eles interpretavam o cheiro de fumaça também de formas diferentes.


Atualmente, Mainland está trabalhando com sua equipe em um estudo que vai analisar a forma como centenas de pessoas respondem a odores. Com isso, os pesquisadores vão poder identificar, de forma mais abrangente, como as mudanças nos receptores afetam a percepção de odor.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Oxitocina pode melhorar habilidades sociais de crianças autistas

Em estudo, substância conhecida como "hormônio do amor" aumentou a atividade de áreas do cérebro geralmente prejudicadas em pessoas acometidas pelo distúrbio

Menino com autismo
As crianças com autismo geralmente têm problemas para socializar, em decorrência da baixa atividade de regiões do cérebro ligadas a essa função (Thinkstock)
A oxitocina é responsável por estimular os laços afetivos entre mãe e filho e também por criar a empatia entre duas pessoas. Não por acaso, ficou conhecida como "hormônio do amor". Cientistas da Universidade Yale, nos Estados Unidos, podem ter encontrado outro papel para a substância: melhorar as habilidades sociais de crianças com autismo. A descoberta foi relatada em um artigo publicado nesta segunda-feira no periódico PNAS.

Glossário

OXITOCINA
A oxitocina é um hormônio produzido em uma região do cérebro chamada hipotálamo, e depois armazenado na hipófise. A oxitocina estimula a liberação de dopamina, um neurotransmissor associado à sensação de prazer e de motivação, e de serotonina, outro neurotransmissor que tem efeitos positivos no humor e na redução da ansiedade.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Oxytocin enhances brain function in children with autism

Onde foi divulgada: periódico PNAS

Quem fez: Ilanit Gordon, Brent C. Vander Wyk, Randi H. Bennett, Cara Cordeaux, Molly V. Lucas, Jeffrey A. Eilbott, Orna Zagoory-Sharon, James F. Leckman, Ruth Feldman e Kevin A. Pelphrey  

Instituição: Universidade Yale, nos Estados Unidos

Dados de amostragem: 17 crianças de 8 a 16 anos

Resultado: Os pesquisadores descobriram que, em crianças autistas, a oxitocina pode aumentar a atividade de regiões do cérebro ligadas a funções sociais
No estudo, crianças autistas que inalaram oxitocina apresentaram maior atividade em regiões do cérebro ligadas a funções sociais como a empatia, geralmente prejudicadas em meninos e meninas que sofrem com o distúrbio.
As crianças beneficiadas pelo hormônio foram aquelas com uma forma mais moderada de autismo. Os cientistas ainda não sabem se isso significa que a substância funcione apenas em pessoas menos afetadas pela doença ou se a dosagem precisa ser determinada de acordo com o nível de comprometimento cerebral de cada paciente.
Pesquisa — Os pesquisadores reuniram dezessete crianças autistas com idades entre 8 e 16 anos. Elas foram expostas a um spray contendo oxitocina e, em seguida, submetidas a um exame de ressonância magnética. Durante o exame, as crianças passaram por um teste de percepção social e emocional, em que tinham de olhar para fotos de olhos e relacionar as imagens a determinadas emoções. Ao realizar essa tarefa, os cientistas verificaram o aumento na atividade das regiões do cérebro ligadas às conexões sociais.
Como a amostragem do estudo foi pequena, mais trabalhos são necessários para comprovar a descoberta. Segundo informações do jornal The New York Times, outra equipe de pesquisadores, da Universidade da Carolina do Norte, pretende realizar um estudo com 300 crianças com o objetivo de avaliar os efeitos de doses diárias de oxitocina por um período de seis meses a um ano.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

No Rio, pacientes morrem na fila à espera de UTIs, enquanto leitos ficam vazios

Relatório do Ministério Público aponta que 209 pessoas morreram em emergências enquanto aguardavam transferência para outros setores entre 1º e 19 de agosto

Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
Pacientes fazem fila para marcar consulta no Into, em dezembro de 2012
Pacientes fazem fila para marcar consulta no Into, em dezembro de 2012 (Márcia Foleto/AgênciaOGlobo)
Entre os dias 1ª e 19 de agosto deste ano, 209 pacientes das emergências de unidades de saúde do Rio morreram enquanto aguardavam uma vaga em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e enfermarias especializadas – como oncologia e infectologia. Os números fazem parte de um levantamento realizado por peritos do Grupo de Apoio Técnico Especializado (Gate) do Ministério Público Estadual, e é referente a emergências de hospitais públicos e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital.
O Ministério Público, agora, investiga o motivo da média assustadora de onze mortes por dia de pacientes que sequer tiveram a chance de receber o atendimento necessário – o que equivale a dizer que morreram na fila. E não necessariamente por falta de leitos: uma das provas da desorganização do sistema de saúde é a coexistência de fila e de leitos vagos, em alguns períodos. Os peritos contataram que no mesmo período em que 220 adultos esperavam por um leito de UTI, havia 32 deles vazios nos hospitais vistoriados. Havia ainda onze leitos de UTI pediátrica ociosos, quando quatro crianças esperavam transferência para o setor.
Dos 209 óbitos do período especificado, 45 estavam em UPAs. As unidades, que despontaram como uma solução para desafogar os hospitais gerais, não foram concebidas nem estão equipadas para manter internados doentes graves.
De acordo com o relatório elaborado pelos peritos, 1.225 pacientes estavam internados nas emergências dos quinze hospitais públicos, em trinta UPAs e em cinco Centros Especializados em Reabilitação (CER) vistoriados entre os dias 12 e 19 de agosto. Entre os 1.225 doentes, 812 esperavam por internação - 224 deles precisavam ser transferidos para UTIs.
No documento, há casos de pacientes mantidos em emergências por 40 dias, local destinado à estabilização dos doentes para que possam ser transferidos para outros setores. Há relatos ainda de doentes internados em UPAs que são direcionados a hospitais para ser avaliados por especialistas ou submetidos a exames e que, devido à falta de leitos nos hospitais, voltam para as UPAs – às vezes sem o atendimento.
O resultado do trabalho, que será analisado quinta-feira durante Audiência Pública na sede do MP, é o capítulo mais recente de um problema que se arrasta há mais de uma década no Rio de Janeiro: a falta de um sistema que controle de leitos especializados na região metropolitana. Atualmente, não há troca de informações entre os sistemas de internação da esfera pública ou entre as unidades de saúde. Gestores municipais e estaduais mantêm centrais diferentes, o que produz duas filas distintas, com critérios de internações pouco transparentes, segundo os promotores.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Segundo pesquisa, 28 milhões têm algum parente dependente químico

Levantamento feito pela Unifesp mapeou os usuários em reabilitação.
8 milhões de brasileiros são dependentes de maconha, álcool ou cocaína.

Eduardo Carvalho Do G1, em São Paulo
Cigarro de maconha (Foto: David McNew/Getty Images/AFP)País tem 8 milhões de dependentes de drogas,
segundo estudo (Foto: David McNew/Getty Images/
AFP)
Ao menos 28 milhões de pessoas no Brasil têm algum familiar que é dependente químico, de acordo com o Levantamento Nacional de Famílias dos Dependentes Químicos (Lenad Família), feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e divulgado nesta terça-feira (3) na capital paulista. É a maior pesquisa mundial sobre dependentes químicos, de acordo com Ronaldo Laranjeira, um dos coordenadores do estudo.
Entre 2012 e 2013, foram divulgados dados sobre consumo de cocaína e seus derivados, além da ingestão de bebidas alcoólicas por brasileiros. A partir desses resultados, os pesquisadores estimam que 5,7% dos brasileiros sejam dependentes de drogas como a maconha, álcool e cocaína, índice que representa mais de 8 milhões de pessoas.
Desta vez, o estudo tentou mapear quem são os usuários que estão em reabilitação e qual o perfil de suas famílias. A pesquisa também quis saber como elas são impactadas ao ter um ou mais integrantes usuários de drogas.
"Para cada dependente químico existem outras quatro pessoas afetadas", disse Laranjeira.
A pesquisa foi feita entre junho de 2012 e julho de 2013 com 3.142 famílias de dependentes químicos em tratamento. Foi feito um questionamento com 115 perguntas para famílias que participaram desse levantamento. O estudo foi feito em comunidades terapêuticas, clínicas de reabilitação, grupos de mútua ajuda, como Al-Alanon e a Pastoral da Sobriedade. O estudo foi realizado em 23 capitais de todas as regiões do Brasil. Segundo a organização do levantamento, até então não existia no país nenhum estudo de âmbito nacional focado nas famílias.
De acordo com o estudo a maioria dos pacientes em tratamento para dependência química eram homens, com idade entre 12 e 82 anos. Desses, 26% tinham ensino superior incompleto ou completo. A média de idade dos usuários de drogas é de 31,8 anos.
A maioria dos pacientes em tratamento (73%) era poliusuária, ou seja, consumia mais de uma droga. Em 68% dos casos, quem passava por reabilitação era consumidor de maconha, combinada com outras substâncias. O tempo médio de uso das substâncias foi de 13 anos, mas a família percebe apenas 8,8 anos de uso, em média.
A partir da descoberta da família, o tempo médio para a busca de ajuda após o conhecimento do consumo de álcool e/ou drogas foi de três anos, sendo dois anos para usuários de cocaína e/ou crack e 7,3 anos entre os dependentes de álcool Os familiares relataram ter o conhecimento do consumo de drogas pelo paciente por um tempo médio de 9 anos.
Mais de um terço (44%) relatou ter descoberto o uso devido a mudanças no comportamento do paciente.
O Lenad apontou que 58% dos casos de internação foram pagos pelo próprio familiar e o impacto do tratamento afetou 45,4% dos entrevistados. Em 9% dos casos houve cobertura de algum tipo de convênio. O uso de hospitais públicos, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), foi citado por 6,5% das famílias de usuários em reabilitação.
Ainda segundo o estudo, 61,6% das famílias possuem outros familiares usuários de drogas. Desse total, 57,6% têm dependentes dentro do núcleo familiar. No entanto, os entrevistados desconsideram esse fator como de alto risco para uso de substâncias do paciente. Deste total, 46,8% acreditam que as más companhias influenciaram seu familiar ao uso de drogas. Já 26,1% culpam a baixa autoestima como responsável pela procura por entorpecentes.
Cocaína, maconha e álcool
A Unifesp já divulgou outras três pesquisas relacionadas ao consumo de drogas no Brasil, uma relacionada ao consumo de cocaína e derivados, outra sobre maconha, e outra que analisou a ingestão de bebidas alcoólicas.
Em agosto de 2012, o Lenad divulgou que cerca de 1,5 milhão de adolescentes e adultos usam maconha diariamente no Brasil.

Em setembro de 2012, pesquisadores da universidade constataram que o Brasil era o segundo consumidor mundial de cocaína e derivados, atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com o levantamento, mais de 6 milhões de brasileiros já experimentaram cocaína ou derivados ao longo da vida. Desse montante, 2 milhões fumaram crack, óxi ou merla alguma vez.

Em abril deste ano, outro estudo apontou aumento de 20% na quantidade de pessoas que consomem álcool frequentemente. A pesquisa informou que 54% dos entrevistados alegaram consumir bebidas alcoólicas uma vez na semana ou mais – aumento proporcional de 20% em comparação ao Lenad de 2006.

O crescimento foi maior entre as mulheres: 39% das entrevistadas admitiam beber uma vez por semana ou mais (seis anos atrás este índice era de 29%). Outro dado importante mostrou que 27% dos homens que bebem com menos de 30 anos já se envolveram em brigas com agressão.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Restauro redescobre a Santa Casa

Mãos habilidosas de carpinteiros e estucadores passam a limpo o prédio do primeiro hospital de Curitiba, inaugurado por dom Pedro II, em 1880
  Bruna Komarchesqui
Povoado durante mais de um século por leitos, equipes médicas e pacientes, o prédio histórico da Santa Casa de Curitiba está abrigando nos últimos cinco anos ocupantes um tanto inusitados para um hospital. Progressivamente, instrumentos de saúde deram lugar a serras, martelos e espátulas da equipe responsável pelo projeto de restauro do imóvel. Diferentemente de uma reforma comum, o trabalho é minucioso. Como quem garimpa um terreno em busca de tesouros, os restauradores escavam paredes e pisos, com atenção e cuidado, na tentativa de descobrir o que há de original por baixo das “camadas” que a edificação ganhou ao longo de 130 anos.
Falso armário escondia elevador
Trabalho de paciência, a restauração não segue um projeto rígido preestabelecido. Ao abrir um reboco, cuidadosamente, pode-se encontrar uma janela fechada em alguma reforma do prédio. Nesse processo, a equipe de restauro descobriu um elevador do século 19 (foto 2) usado para transportar macas andares acima em uma época ainda sem energia elétrica. “Desmanchamos o que pensávamos ser um armário e encontramos uma catraca. O mecanismo era com uma corda e o peão ia guiando, no braço. É um exemplar inédito, nunca tínhamos achado um elevador assim, eles desapareceram”, explica o arquiteto Cláudio Maiolino.
Recursos
Projeto é financiado com doações de empresas e pessoas físicas
Estimadas em R$ 6,2 milhões, as obras de restauro são executadas, exclusivamente, com doações de pessoas físicas e jurídicas, amparadas na Lei Rouanet, que possibilita a dedução do valor doado no Imposto de Renda (IR). Até o momento, a Santa Casa captou cerca de R$ 4,3 milhões e, pela lei, tem até o fim deste ano para conseguir os quase R$ 2 milhões restantes.
Paulo Zaias, um dos responsáveis pelo projeto de captação de recursos, explica que pessoas físicas que fazem a declaração completa podem doar até 6% do imposto devido. Já o valor máximo para empresas tributadas com base no lucro real é de 4%.
A grande maioria dos doadores, conta Zaias, são empresários – apenas oito pessoas físicas contribuíram com a campanha. “Talvez por falta de conhecimento da lei”, especula. Entre as doadoras, há empresas de Curitiba, região metropolitana e até de Santa Catarina. As do eixo Rio-São Paulo também serão alvo de captação de recursos. “Não é somente uma questão de restaurar traços arquitetônicos, é contar uma história de 133 anos do esforço de muitas pessoas e gerações”, reforça.
Serviço
Para contribuir com a restauração, é preciso entrar em contato com o Núcleo de Projetos Sociais e Culturais da Irmandade da Santa Casa pelos telefones (41) 3271-1506 (Paulo), 3271-1866 (Janaína) ou 0800-645-1800 e pedir o número da conta para o depósito. Depois disso, o patrocinador recebe um recibo de mecenato para ser utilizado na declaração do Imposto de Renda. O mesmo procedimento vale para a doação de objetos históricos.
Inaugurado pelo imperador dom Pedro II em 22 de maio de 1880, o prédio foi, por muitos anos, o único hospital de Curitiba. Com o crescimento da população, anexos foram construídos e seguidas reformas descaracterizaram a edificação original. “Como o prédio não atende mais às normas da medicina, os espaços médicos serão transferidos para áreas mais novas. Nele, ficarão atividades administrativas e, preferencialmente, acadêmicas e culturais, que impactam menos”, conta o arquiteto Cláudio Forte Maiolino, responsável pelo projeto e obras de conservação e restauro da Santa Casa.
Unidade de interesse
O imóvel de 8,5 mil metros quadrados é protegido pelo município, como unidade de interesse de preservação. De estilo eclético, como explica Maiolino, a construção não segue um princípio único. “Era uma época em que se construía sem muito padrão. Os engenheiros projetavam com o que a indústria tinha para oferecer no momento.”
A estrutura, garante o arquiteto, é sólida e bem conservada. “As paredes são em tijolos maciços. O mais danoso foram as intervenções no prédio. Colocaram vigas de concreto em cima de pilar de madeira. Estamos desmanchando os improvisos e recuperando a planta original”, diz.
Além da edificação secular, o restauro engloba duas ampliações históricas, que formam um “U”. O madeiramento da cobertura e o telhado estão 100% restaurados e 30% da área interna já foi liberada. A previsão de Maiolino é que as obras se encerrem dentro de um ano.
Atualmente, uma equipe de dez pessoas – entre carpinteiros, pedreiros e estucadores (profissional que aplica argamassa especial feita à base de gesso) – trabalha na capela, que teve a pintura original revelada, e no sótão, que está recebendo revestimento em madeira semelhante ao original. A dificuldade maior, no momento, é retirar algumas enfermarias que ainda restam no prédio.
Objetos achados vão para museu de medicina
Durante o trabalho, a equipe de restauro encontrou uma grande quantidade de frascos de medicamentos antigos, esquecidos no porão da cons­trução. “Tinha remédios com rótulo do século 19”, conta Maiolino. Os objetos, segundo o professor, estão sob os cuidados do pessoal da Escola de História da Pon­tifícia Universidade Cató­lica do Paraná e devem integrar um museu de medicina, enfermagem e farmácia. “O projeto prevê um centro cultural que mostre como era uma sala cirúrgica do século 19, por exemplo.” Para isso, a instituição pede a doação de objetos antigos que fizeram parte do acervo do hospital. “Às vezes, uma cama antiga era colocada no lixo e alguém pegava. Se as pessoas ainda tiverem um objeto assim, nos procurem”, pede o arquiteto.


sábado, 30 de novembro de 2013

Fortaleza tem Dia D da vacinação neste sábado


Serão disponibilizadas doses do calendário básico; antitetânica não será ofertada para todos por falta de estoque


O Dia D da campanha de atualização vacinal acontece hoje em todos os postos de saúde da Capital. Podem comparecer pessoas entre 0 e 49 anos. Entretanto, a vacina de imunização antitetânica não será disponibilizada para o grande público, por falta de estoque. A ação ocorre das 8h às 17h.

Podem comparecer aos postos de saúde, das 8h às 17h, pessoas com idade entre 0 e 49 anos. A pessoa deve levar a carteira de identidade e o cartão de vacinação. Quem não tiver poderá fazer na própria unidade Foto: Alex Costa

São ofertadas todas as vacinas do calendário básico, de acordo com a faixa etária, além da vacina contra Hepatite B, doses da vacina tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche) e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).

Segundo a assessora técnica de imunizações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Vanessa Soldatelli, o foco da campanha é a vacina tríplice viral, contra sarampo, caxumba e rubéola. "Faz uns três ou quatro anos que acontecem surtos de sarampo nos Estados Unidos e na Europa. Por isso, queremos proteger a população, principalmente, devido a Copa do Mundo", explica. Ela acrescenta que o mesmo procedimento aconteceu antes da Copa das Confederações, realizada neste ano.

Conforme a assessora, durante grandes eventos, o risco de contaminação aumenta, devido à aglomeração de pessoas e importação de agentes de outras partes do mundo e do Brasil.

Antitetânica
Até agora, o estoque de vacinação antitetânica não foi regularizado. De acordo com Vanessa Soldatelli, desde março, o abastecimento vem diminuindo e, em outubro, não se recebeu nenhuma dose. Por isso, a imunização ainda não pode ser feita de forma maciça. São priorizadas mulheres grávidas e pessoas acidentadas. Vanessa afirma que o problema está nos laboratórios, pois a distribuição não é feita de modo a abastecer todos os postos de saúde. No entanto, a SMS garante que quem precisar da antitetânica vai recebê-la.

A quantidade de imunizações disponíveis vai variar de acordo com a necessidade de cada Secretaria Executiva Regional (SER).

Quem quiser se vacinar deve procurar a unidade de saúde mais próxima, portando a carteira de identidade e cartão de vacinação. Os cidadãos que não possuem o cartão poderão fazer um nos postos de saúde.

Dermatologistas condenam exposição ao sol sem proteção para obter vitamina D

Diretrizes da Sociedade Brasileira de Dermatologia questionam argumento de que uso de protetor solar causa deficiência do nutriente

A proteção contra o sol precisa ser redobrada em pessoas que têm alergia de pele
Dermatologistas negam que proteção solar provoque deficiência em vitamina D (ThinkStock)
Em documento lançado nesta quinta-feira, com diretrizes sobre fotoproteção, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) condenou a exposição solar sem proteção para a obtenção da vitamina D.
Nos últimos anos, o aumento do número de pessoas com deficiência do nutriente fez com que especialistas passassem a recomendar aos pacientes a exposição ao sol sem filtro solar por um período de 15 a 20 minutos por dia para possibilitar ao organismo a produção da vitamina. O argumento era de que o protetor impedia a absorção da radiação solar, essencial para a obtenção do nutriente.
Durante o lançamento do Consenso Brasileiro de Fotoproteção, primeiro documento do tipo no país, o órgão questionou o argumento. “É impossível que a proteção solar, da forma que é feita, seja a responsável pela deficiência de vitamina D. Estudo feito em São Paulo mostra que bastam dez minutos de exposição ao ar livre, mesmo em dias nublados, para que a pessoa atinja os níveis recomendados. Portanto, dizer que a fotoproteção leva à deficiência da vitamina é prejudicial e gera uma mensagem antagônica à população”, diz Marcus Maia, coordenador do Programa Nacional de Controle do Câncer de Pele.
A vitamina D tem como principal função ajudar no desenvolvimento do sistema esquelético. Cerca de 90% do nutriente é obtido por meio da radiação solar. Sua deficiência está relacionada a doenças como raquitismo e osteoporose. Segundo a SBD, pacientes de risco para o desenvolvimento da deficiência devem passar por exames periódicos e, se necessário, receber suplementação vitamínica.
Neste sábado, Dia Nacional de Combate ao Câncer de Pele, a SBD vai reunir 4 000 médicos voluntários em 139 postos de todo o país para atender a população com o objetivo da detecção precoce da doença. Os endereços dos postos podem ser consultados no site da sociedade. Na campanha do ano passado, 33 000 pessoas passaram por avaliação e 12% foram diagnosticadas com câncer de pele.
O câncer de pele não melanoma é o mais prevalente no Brasil tanto em homens quanto em mulheres. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que 182 000 pessoas apresentem a doença no próximo ano.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Uma revolução no ataque ao colesterol

Entidade americana muda o foco da prevenção: em vez de batalhar para atingir metas fixas, o objetivo agora é fazer cair de 30% a 50% a concentração do mau colesterol

Cilene Pereira
A Associação Americana do Coração anunciou na semana passada recomendações que mudam radicalmente a forma de controlar o colesterol. Depois de quatro anos de revisão dos artigos médicos a respeito do tema, uma comissão de vinte especialistas da entidade decidiu que em vez de tentar baixar os níveis de LDL (o mau colesterol) para menos de 100 mg/dL ou 70 mg/dL, o paciente deve ser orientado a reduzir a concentração desta fração do colesterol entre 30% e 50%, independentemente de atingir ou não os níveis até agora preconizados. “Por muitos anos, a meta era diminuir o mau colesterol para menos de 100 mg/dL. Isso foi completamente eliminado agora”, afirmou o cardiologista Steven Nissen, da Cleveland Clinic, referência da cardiologia mundial.
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CUIDADO
Na opinião do cardiologista brasileiro Raul Dias dos Santos, do InCor,
ao ampliar a faixa de pessoas que estão em risco, as medidas
farão com que mais indivíduos sejam tratados
De acordo com os especialistas americanos, a mudança se deve à constatação de que o benefício para a saúde cardiovascular, na verdade, é proporcional à redução de colesterol obtida – fato embasado em evidência científica mais sólida do que a que sustentava o uso das taxas como parâmetro.
A outra grande alteração está na determinação de quem possui risco suficiente o bastante para começar a tomar uma estatina, o tipo de remédio que controla o colesterol. A partir de agora, indivíduos entre 40 e 75 anos que apresentam 7,5% de chance ou mais de sofrer um evento cardiovascular (infarto ou acidente vascular cerebral) nos próximos dez anos devem começar a ser medicados. Antes, somente as pessoas com risco acima de 20% entravam no grupo das que tomavam o medicamento.
A maneira de calcular esse risco também foi aprimorada. A fórmula, disponibilizada aos médicos no site da associação, leva em consideração a idade, o sexo, a raça, colesterol, nível de pressão arterial, se a pessoa tem diabetes e se é fumante. “Cada um desses itens tem um valor numérico a ser incluído na equação que criamos. E ela vai fornecer o risco de cada paciente”, explicou Donald Lloyd-Jones, responsável pela formulação da nova conta. “Focamos realmente na questão do risco global de cada um”, disse o médico. “Existem muitas pessoas com chances substanciais de sofrer algum problema mas que não estavam sendo monitoradas por causa dos padrões anteriores”, completou. Cardiologistas americanos calculam que essas mudanças farão com que dobre o número de pacientes que tomam estatina nos Estados Unidos.
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As orientações não são consenso entre os especialistas. Há, por exemplo, o temor de que ocorra um exagero na prescrição de estatina, algo que, segundo os críticos, beneficiaria apenas a indústria farmacêutica. “Já existe um uso abusivo de estatina entre pessoas sem história de doença cardiovascular mas que estão tentando se prevenir”, afirmou o cardiologista Eric Topol, chefe acadêmico do Scripps Health, organização americana que reúne 2,6 mil médicos e atende 500 mil pacientes por ano. “Minha preocupação é a de que essas novas recomendações tornem ainda mais promíscuo o uso desses medicamentos.”
Outros questionam o abandono das metas no combate ao LDL. Temem que médicos e pacientes se atrapalhem no controle pela falta de taxas precisas. No Brasil, o cardiologista Raul Dias dos Santos, do Instituto do Coração, de São Paulo, também tem dúvidas em relação a essa medida. “Em linha geral, gostei das recomendações porque farão com que mais gente seja tratada. Mas em relação a abandonar totalmente as metas, acho uma questão complexa”, disse.
Recentemente, a Sociedade Brasileira de Cardiologia apresentou também suas novas diretrizes para um ataque mais eficiente ao colesterol. Há semelhanças conceituais entre o documento brasileiro e o americano. Os brasileiros também reconhecem que é preciso ser mais agressivo no tratamento do problema e provocar uma redução significativa nas taxas de LDL. No entanto, diferentemente dos colegas dos Estados Unidos, não acabam com as metas.
Professor de Cardiologia Preventiva e presidente da comissão responsável pelas novas recomendações americanas, o médico Neil Stone rebateu as críticas. Em sua opinião, as orientações farão com que os médicos ofereçam de fato um atendimento individualizado. “Estamos tirando os cardiologistas da zona de conforto”, disse. “Em vez de confirmarmos que o fato de o paciente alcançar as metas significa que ele está bem, estamos fazendo com que ele se pergunte qual é a melhor terapia para aquela pessoa.”

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Brasil terá 576 000 novos casos de câncer em 2014

Segundo estimativa do Inca, câncer de pele, de próstata e de mama serão os mais prevalentes

Médico examina paciente com melanoma
Inca: Câncer de pele não melanoma é o mais prevalente entre brasileiros (Peter Dazeley/Getty Images)
O Brasil vai registrar 576 580 novos casos de câncer no próximo ano, segundo estimativa divulgada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) nesta quarta-feira. Esse levantamento é feito em conjunto com o Ministério da Saúde a cada dois anos. A previsão para 2014 é 11% maior do que o esperado para 2012 (520 000 novos casos). Segundo o Inca, o tipo de câncer mais prevalente tanto entre homens quanto mulheres será o de pele não melanoma, com 180 000 novos casos, seguido pelo de próstata (68 800 novos casos) e o de mama (57 100 novos casos).
De acordo com o estudo Estimativa 2014 – Incidência de Câncer no Brasil, outros principais tipos de câncer que vão atingir os brasileiros no ano que vem serão o de intestino (33 000 novos casos), de pulmão (27 000 novos casos) e de estômago (20 000 novos casos). Com exceção do tumor de pele não melanoma, 52% dos novos casos acontecerão entre o sexo masculino e 48% entre o feminino.
"O número cresce no Brasil seguindo uma tendência internacional e fortemente influenciada pelo envelhecimento da população", diz o coordenador de prevenção e vigilância do Inca, Cláudio Noronha. Outros fatores de risco destacados foram tabagismo, responsável por aproximadamente um terço dos tumores, consumo de álcool, alimentação inadequada, sedentarismo e falta de controle do peso.
Entre os homens, os tumores mais prevalentes serão pele não melanoma, próstata, pulmão, intestino, estômago, tumores na cavidade oral e leucemia. Já entre as mulheres, os mais comuns serão pele não melanoma, mama, intestino, colo do útero, pulmão, estômago, tireoide e ovário. O estudo destacou uma queda nos últimos anos nos episódios de câncer de pulmão entre o sexo masculino, e o de colo do útero entre o feminino. O Ministério da Saúde acredita que a redução do tabagismo no país e o maior acesso das mulheres ao exame preventivo Papanicolau tenham contribuído com a redução.
Mortalidade — De acordo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o câncer é a segunda principal causa de morte no Brasil, ficando atrás somente das doenças cardiovasculares. Em 2011, 184 384 pessoas morreram em decorrência da moléstia – o tumor que provocou o maior número de óbitos nesse ano foi o de pulmão (22 426). Hoje, o câncer causa três vezes mais mortes do que doenças parasitárias e quatro vezes mais mortes do que acidentes de trânsito.
Segundo o Inca, o Sudeste será a região que concentrará o maior número de novos casos no próximo ano (299 730), seguido pelo Sul (116 330), Nordeste (99 060), Centro-Oeste (41 440) e Norte (20 020).

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Câmara não usará laudo do STF sobre Genoino, diz Alves

Deputado rejeita influência da avaliação médica que descartou prisão domiciliar para o petista na decisão sobre o pedido de aposentadoria por invalidez

José Genoino se entrega na sede da Polícia Federal, em São Paulo
José Genoino se entrega na sede da Polícia Federal, em São Paulo (Ivan Pacheco)
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nesta terça-feira que o laudo médico pedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a saúde de José Genoino não vai influenciar a decisão da Casa sobre o pedido de aposentadoria por invalidez do ex-presidente do PT.
Elaborado por médicos da Universidade de Brasília (UNB) a pedido de Joaquim Barbosa, o laudo divulgado nesta terça concluiu que Genoino não precisa permanecer em casa para cuidar de sua doença cardíaca. O resultado será usado pelo STF na avaliação do pedido de prisão domiciliar feito pela defesa do mensaleiro.


A Câmara, por sua vez, aguarda o relatório de outra junta médica. A avaliação paralela, requisitada pelos deputados sem o aval do Supremo, deve ficar pronta nesta quarta-feira. Questionado sobre a influência do laudo do STF na decisão da Câmara, Henrique Eduardo Alves respondeu: "Não, não. O que sei é que a junta médica que esteve hoje com ele fez o exame clínico, recolheu uma série de exames, em grande quantidade, muitos processos, muitos papeis e realizados no hospital."
Caso seja concluído nesta quarta, o resultado do laudo será apresentado em uma coletiva de imprensa. "Não estou com pressa, estou pedindo qualidade e responsabilidade nesta decisão que diz respeito a vida de uma pessoa", afirmou Alves.
Quadro de saúde - Hipertenso há três décadas, Genoino foi levado para o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal na última quinta-feira após ter passado mal no Complexo da Papuda, onde cumpre pena em regime semiaberto, pelo crime de corrupção ativa. Há poucos meses, ele se submeteu a uma cirurgia para corrigir uma dissecção na aorta. Caso obtenha a aposentadoria por invalidez, o petista se livrará do processo de cassação do mandato e terá assegurado salário vitalício de deputado – atualmente no valor de 26 700 reais.

(Com Estadão Conteúdo)