quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Cabo de tesoura de poda perfura crânio de homem nos EUA

Um homem do Arizona de 86 anos teve o crânio perfurado pelo cabo de uma tesoura de poda em um acidente de jardinagem. Segundo seus médicos, ele deve se recuperar e não terá a visão comprometida.

Enquanto trabalhava em seu jardim no dia 30 de julho, Leroy Luetscher deixou a ferramenta cair, declarou o Centro Médico da Universidade de Tucson em comunicado à imprensa.

A tesoura caiu apontada para baixo. Quando Luetscher se abaixou para pegá-la, perdeu o equilíbrio e caiu virado para baixo sobre o cabo, que perfurou sua órbita ocular e desceu para dentro de seu pescoço.

O homem foi levado de ambulância ao hospital, onde uma equipe de cirurgiões removeu a ferramenta, reconstruiu a cavidade ocular com uma malha de metal e salvou o olho.

Uma fotografia de raio-X divulgado pelo Centro Médico mostra a imagem da sombra da tesoura embutida no crânio com a lâmina encostada na testa.

"Só queria saber como o cabo da tesoura chegou lá. A alça estava sobre a artéria carótida externa no pescoço", disse Lynn Polonski, professor de oftalmologia.

O que restou do acidente foi um ligeiro inchaço das pálpebras superiores e inferiores e visão dupla no olho afetado, disse a universidade em comunicado.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sócrates recebeu tratamento de ponta para recuperar o fígado

O procedimento a que o ex-jogador Sócrates foi submetido para tratar a hipertensão portal já existe há dez anos no país mas ainda é considerado um tratamento de ponta, segundo Raymundo Paraná, presidente de Sociedade Brasileira de Hepatologia.

Os médicos tiveram que colocar um stent (uma "mola") para desviar o sangue que entra no fígado pela veia porta para a veia supra-hepática.

O procedimento foi necessário porque o ex-jogador estava sofrendo de hipertensão portal.

Isso acontece quando o sangue que entra no fígado pela veia porta tem seu caminho impedido pela formação de tecido fibroso no órgão.

Esse tecido de cicatriz surge quando o fígado sofre agressões por muito tempo, como o consumo de álcool de longo prazo, como foi o caso de Sócrates, ou por doenças como a hepatite.

"Quando a pessoa tem uma cirrose hepática, a fibrose bloqueia a passagem do sangue. Mas a veia continua trazendo o sangue. Isso cria a hipertensão portal. É como um canal de irrigação bloqueado", diz Paraná.

Por causa da pressão, o sangue é desviado pela veia gástrica até vasos do esôfago e do estômago

Como não estão preparados para esse fluxo, os vasos formam varizes e podem se romper, causando uma hemorragia --foi o que ocorreu com Sócrates.

Paraná explica que o sangramento pode ser controlado com remédio ou com um procedimento por endoscopia.

Quando isso não dá resultado, os médicos abrem um caminho pelo fígado para dar vazão ao sangue que vem da veia porta diretamente para a supra-hepática, que leva o sangue ao coração.

Isso é feito com um stent, inserido pela jugular (no pescoço) até o fígado.

"É um método recente, caro e muito pouco usado. Há poucos centros de hepatologia e poucos especialistas que fazem isso", afirma Paraná.

A decisão sobre um possível transplante de fígado após o procedimento depende do grau de comprometimento do órgão. "É possível reverter a cirrose se a agressão ao fígado parar. Se ele parou de beber, é possível."

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Cirurgia de Ricardo Gomes é considerada bem-sucedida

Após três horas e meia, a cirurgia do técnico Ricardo Gomes chegou ao fim e foi considerada bem-sucedida pelos médicos. A hemorragia no cerébro em decorrência do AVC (acidente vascular cerebral) foi estancada e a circulação, restabelecida. Gomes está em coma induzido, na UTI, e vai ficar em observação pelas próximas 72 horas. O médico José Antônio Guasti realizou o procedimento no Hospital Pasteur, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele não deu entrevistas. Quem falou novamente sobre o caso foi Clóvis Munhoz, médico do Vasco que acompanha o drama. Segundo ele, o quadro segue grave e ainda há risco de morte, apesar de a cirurgia ter sido alentadora .

- Foi tudo dentro do esperado. A impressão do doutor que o operou foi a melhor possível, e ele já viu "n" casos como o dele (Ricardo Gomes). O coágulo foi drenado. O quadro é favorável e agora as próximas 72 horas serão decisivas para avaliar e consolidar a situação. Isso quer dizer se provavelmente haverá sequelas ou não - disse Clóvis.

Apesar de ainda ser cedo para prognósticos, o médico do Vasco disse que qualquer possível sequela no pós-operatório pode ser revertida com fisioterapia.

Ricardo Gomes vai permanecer no hospital entre oito e dez dias. De acordo com Munhoz, o lado do cérebro afetado pela hemorragia foi o direito, com um edema maior do que dois centímetros (considerado importante) e está relacionado aos movimentos de braço e perna e também à fala

Entenda o caso

O comandante vascaíno se sentiu mal por volta dos 20 minutos do segundo tempo do clássico entre Flamengo e Vasco, neste domingo, no Engenhão. Ele foi levado, inicialmente, para o centro médico do estádio, e, em seguida, encaminhado para o hospital.

Clóvis Munhoz explicou que a hemorragia provocou um grande coágulo na região temporal do cérebro. A cirurgia foi feita para retirada deste sangue coagulado, reduzindo a pressão cerebral. No momento em que aconteceu a hemorragia, a pressão arterial do treinador era de 19 por 12. O normal é 12 por 8.

Para Clóvis, o que aconteceu com Gomes neste domingo não é uma consequência do primeiro AVC sofrido pelo técnico em fevereiro de 2010, quando treinava o São Paulo.

- Ele estava confuso, agitado. Achou que poderia ser igual ao que houve no ano passado. Mas não tem nada a ver - garantiu.

Já o vereador Marco Aurélio Cunha, médico e dirigente do São Paulo na época do primeiro AVC de Ricardo Gomes, diz que os casos podem ter relação.

- Naquele primeiro episódio, é como dizer que ele teve um pequeno vazamento e agora um rompimento. Aqui no São Paulo foi uma coisa bem mais simples. Saímos do jogo, existia o sintoma e fomos para o hospital. Fez os exames, passou a noite internado, fiquei com ele o tempo inteiro na companhia do Sanchez (José Sanchez, médico do São Paulo). O Ricardo não chegou a perder a consciência. Um caso pode não ser decorrência do outro, são episódios diferentes, mas não podemos deixar de juntar um ao outro. Ele ficou bem daquele primeiro, mas sempre fica uma marquinha e passa a ter um risco maior do que tinha antes. Aquele foi simples, esse é grave. Estou bastante chateado pois ele é um cara fantástico, um cara único.

Marco Aurélio Cunha ainda destacou que o treinador cruz-maltino lhe contara certa vez que seu pai faleceu em decorrência do mesmo problema.

Depois de um atendimento preliminar no centro médico do Engenhão, Ricardo Gomes foi para um hospital na zona norte do Rio de Janeiro. Ficou sedado na UTI, respirando com a ajuda de aparelhos. Em seguida, foi operado.

domingo, 28 de agosto de 2011

USP desenvolve vacina contra tumores e lesões do HPV

Pesquisadores da USP desenvolveram uma vacina contra tumores e lesões pré-cancerosas causadas pelo HPV.

O vírus é responsável por tumores de colo do útero, cabeça, pescoço, ânus e pênis.

Diferentemente das vacinas disponíveis hoje na rede privada, que impedem a infecção pelo vírus, a novidade seria indicada para quem já se infectou e desenvolveu alguma lesão.

A imunização induz as células de defesa a reconhecer lesões e tumores desenvolvidos a partir do HPV 16 e atacá-los. O tipo 16 do vírus é um dos que mais causam câncer.

O estudo foi apresentado ontem por Luís Carlos Ferreira, professor da USP e chefe do laboratório de desenvolvimento de vacinas da universidade, na 26ª reunião anual da Fesbe (Federação de Sociedades de Biologia Experimental), que vai até amanhã, no Rio de Janeiro.

Os testes foram feitos em roedores, mas já há planos de realizar estudos clínicos em humanos daqui a um ano e meio, no HC de São Paulo.

EFICÁCIA

Segundo Ferreira, a vacina é a mais eficaz do tipo já criada. "A vacina conseguiu reverter em 100% as lesões e os tumores com só uma dose."

Ele afirma que será possível produzir a vacina a um custo menor do que o da atual, que sai por R$ 900.

O pesquisador lembra que grande parte da população já teve contato com o vírus -estima-se que, até os 50 anos, 80% das mulheres serão infectadas por algum dos mais de cem tipos de HPV.

"Para muitas pessoas, uma vacina não preveniria mais contra infecções e seria mais eficiente se curasse lesões e câncer", afirma.

Cerca de 90% das lesões são eliminadas sem necessidade de intervenção, mas algumas delas levam ao câncer.

Para o câncer de colo do útero, o tratamento pode ser por cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou uma combinação deles.

Ferreira diz que, no futuro, a imunização poderá se somar ao rol de tratamentos, especialmente nos casos mais avançados de tumor.

Max Mano, professor-assistente de oncologia da USP e médico do Icesp (Instituto do Câncer Octavio Frias de Oliveira), diz acreditar que o desenvolvimento de vacinas contra o câncer causado por HPV é promissor.

"É uma questão de tempo para desenvolvermos tratamentos de câncer ao investigar o papel da imunidade nesse tipo de doença."

Mas ele afirma que muitas vacinas fracassaram nos últimos 30 anos. "O que funciona em animais pode não funcionar tão bem em humanos, porque nossa imunidade é mais complexa."

sábado, 27 de agosto de 2011

Mais chances de ter um filho

Desde o nascimento do primeiro bebê de proveta, em 1978, a medicina procura aprimorar os métodos de reprodução assistida, aquela feita no laboratório. Nesse período, descobertas como a Injeção Intracitoplasmática de Esperma (a sigla em inglês: ICSI), feita em 1992 – uma injeção que coloca o espermatozoide dentro do óvulo –, elevaram bastante as chances de ter um filho. “Graças a conquistas como essa, as chances de engravidar com a ajuda da medicina reprodutiva passaram de 20%, há duas décadas, a 50%, em média, atualmente, para mulheres com menos de 35 anos”, afirma Artur Dzik, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Ou seja, elas cresceram duas vezes e meia nesse período.

O desafio atual dos especialistas é selecionar os óvulos, os espermatozoides e o embrião (para que ele tenha maiores chances de se grudar à parede do útero, possibilitando a evolução da gravidez). No que se refere ao embrião, um dos recursos mais recentes é uma incubadora onde eles ficam guardados desde a fecundação até o momento de ser transferidos para o útero. Com uma câmera acoplada, o equipamento grava e transmite imagens em diversos planos, uma espécie de big brother. “Isso permite acompanhar seu ritmo de desenvolvimento sem a necessidade de tirá-lo da incubadora para observação”, diz o ginecologista Carlos Petta, chefe da área de medicina reprodutiva do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Poupá-lo da manipulação feita a cada oito horas para ser avaliado é um ponto positivo. “É uma proteção à sua integridade que evita, por exemplo, mudanças de temperatura”, diz o ginecologista Bruno Scheffer, da Clínica IBRRA, de Belo Horizonte (MG).

Na opinião de médicos espanhóis do Instituto Valenciano de Infertilidade, um dos centros de referência mundiais no tratamento da infertilidade e o pioneiro no desenvolvimento e utilização da incubadora, a técnica pode elevar em até 20% as chances de gravidez em cada transferência de embrião – em novembro do ano passado, o instituto anunciou o nascimento do primeiro bebê concebido com o auxílio do método. Além de evitar a manipulação do embrião, a possibilidade de acompanhá-lo até o quinto dia após a fecundação é importante porque muitos param de crescer entre o terceiro e o quinto dia, por alterações cromossômicas. Se forem transferidos para o útero, a gravidez não prossegue. E estima-se que metade dos embriões concebidos em laboratório contenha alguma alteração cromossômica e se perca.Há mais métodos de análise do embrião. Lançado recentemente, o teste CGH avalia os 23 pares de cromossomos (estruturas organizadas do DNA e proteínas que guardam diversos genes) em vez de cinco ou dez pares, como permitiam as técnicas anteriores. Esse teste, cujo nome completo é Hibridização Genômica Comparativa, identifica pelo menos 100 doenças genéticas que indicam a necessidade de descartar os embriões com as alterações. “Se a causa da infertilidade ou do abortamento for cromossômica e o exame for feito para selecionar o embrião livre de alterações, as chances de gravidez desse casal com a fertilização in vitro são bastante elevadas”, explica Jonathas Borges, que coordena o serviço de medicina reprodutiva do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “É possível analisar sequências de DNA provenientes de todos os cromossomos e ter o resultado em torno de 24 horas”, explica Juliana Cuzzi, gerente do Genesis Genetics Brasil, laboratório onde o exame também é realizado.

Essas novas ferramentas estão levando a uma revisão nos critérios para descartar embriões. “Muitas vezes, os que têm o melhor formato não são os que apresentam o melhor ritmo de desenvolvimento, o que é um critério importante para a escolha”, diz o especialista em reprodução assistida Paulo Olmos, do Projeto Alfa, em São Paulo. Para aprofundar essas análises, estão em andamento estudos do chamado metaboloma do embrião. Trata-se da análise de proteínas e gases encontrados no meio de cultura (um caldo de substâncias) em que ele fica mergulhado. Dependendo das substâncias ali presentes, o desenvolvimento é considerado normal ou não. No Brasil, testes desse tipo já são realizados na Universidade Estadual de Campinas. Aliás, o preparo desses líquidos em que o embrião se desenvolve é mais uma área-chave para o progresso da especialidade. Existe, atualmente, muita pesquisa para produzir meios de cultura mais semelhantes ao que ocorre no organismo da mãe.

Orientado por esses princípios, o especialista Francisco Colucci, de Campos, no Rio de Janeiro, anunciou na semana passada o nascimento de Maria Vitória, o primeiro bebê brasileiro nascido por meio de uma técnica conhecida há duas décadas, porém pouco usada no Brasil, a Invo. Colucci recolheu o óvulo e o espermatozoide e colocou-os em uma cápsula no fundo da vagina da mãe. Três dias depois, ela foi retirada para avaliar quantos embriões haviam se formado. A técnica tem baixo custo e é adequada para mulheres jovens com problemas tubáreos (como no caso de laqueadura) e casais com óvulos e espermatozoides de boa qualidade.Uma das aplicações mais importantes desses métodos de triagem é a redução das gestações múltiplas. “É uma preocupação cada vez maior”, diz o ginecologista Edson Borges, da Clínica Fertility, de São Paulo. Isso se faz limitando o número de embriões transferidos para o útero por tentativa. Países como a Dinamarca e a Suécia, por exemplo, concluíram que é mais econômico para o governo custear sucessivos tratamentos de fertilização in vitro com a transferência de um único embrião para a mesma mulher do que custear a internação de gêmeos, trigêmeos ou quadrigêmeos nascidos prematuramente em UTIs. No Brasil, uma norma do Conselho Federal de Medicina estabeleceu regras para o número de embriões a ser transferidos (depende da idade da mulher).

A preservação da fertilidade feminina é mais um tema que ganha espaço. E o grande avanço nesse sentido é a vitrificação dos óvulos, uma técnica que substitui o congelamento lento e se disseminou há cerca de três anos. “Ela permitiu uma revolução na fertilidade feminina”, diz o médico José Bento de Souza, de São Paulo. O método permite que o óvulo seja conservado sem sofrer danos, o que amplia as chances de gravidez quando realizado antes dos 35 anos. No congelamento lento dos óvulos, a temperatura demora entre 120 e 180 minutos para cair até os 196 graus negativos. Na vitrificação, o processo leva um segundo. Com isso, não há mais perda de óvulos e evita-se a formação dos cristais de gelo que danificam as estruturas dos gametas. Também podem-se guardar embriões vitrificados. “Eles possuem a mesma eficácia de um embrião fresco na hora da transferência”, assegura o médico Edson Borges.

No mundo, cresce o número de mulheres saudáveis com idade inferior a 35 anos que estão recorrendo à vitrificação para ter filhos mais tarde. “É um benefício do qual elas já podem usufruir se forem bem orientadas”, diz Artur Dzik. A eficiência da técnica é também um alento para pacientes em terapia contra o câncer (o tratamento pode criar problemas de infertilidade). “O fato de conservar os óvulos garante a possibilidade de ter um filho após a terapia. É uma esperança que também ajuda na recuperação”, afirma a oncologista clínica Solange Sanches, do Hospital do Câncer A. C. Camargo, em São Paulo. Nos Estados Unidos, o método já é indicado para pacientes com outras doenças. “Recomendamos a preservação da fertilidade a pacientes com lupus, artrite reumatoide e a mulheres com doenças genéticas que causam a perda prematura de óvulos, como síndrome de Turner”, disse à ISTOÉ Elizabeth Stewart, da divisão de endocrinologia reprodutiva da Clínica Mayo.Outro recurso é a avaliação da fertilidade feminina. Ela é feita a partir da dosagem, no sangue, do hormônio anti-mülleriano. Se estiver alto, indica que naquele momento a mulher tem uma boa reserva de óvulos. No entanto, é só uma fotografia do instante e não serve para predizer as chances de sucesso do tratamento. Os dados desse exame ajudam, ainda, a determinar a quantidade necessária de medicamento para induzir a ovulação que será dada a essas mulheres antes da retirada dos óvulos.

O conhecimento das origens da infertilidade masculina também avança. Em uma das frentes de pesquisa, o desenvolvimento de um equipamento que aumenta 6,6 mil vezes o tamanho de um espermatozoide está permitindo o exame do gameta masculino com maior precisão. É o chamado SuperIcsi. E isso também está levando os especialistas a rever alguns critérios de escolha. Um dos parâmetros usados nos dias atuais é verificar a presença de vacúolos na cabeça do espermatozoide. Vacúolos são gotas de material genético contendo proteínas que podem prejudicar a capacidade reprodutiva do espermatozoide. “Isso não podia ser visto pelo método que existia anteriormente, que ampliava 400 vezes o espermatozóide”, diz o urologista e especialista em medicina reprodutiva Sidney Glina, de São Paulo.

Além disso, cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, criaram um método que revela se as instruções genéticas armazenadas pelo espermatozoide estão intactas ou danificadas. Depois de estudar as células reprodutivas de 50 homens, o pesquisador Gabor Huszar constatou que aquelas que mantinham seu DNA intacto responderam de maneira diferente das que têm algum dano ao ser mergulhadas em uma solução contendo ácido hialurônico (substância do nosso organismo que preenche os espaços entre as células). “Nosso método é comparável à seleção natural realizada pelo óvulo, que só permite a entrada de espermatozoides com bom material genético”, disse Huszar, que liderou o trabalho publicado no “Journal of Andrology”.

Muitos outros aspectos interessantes estão na mira da ciência. A pesquisadora Mylene Yao, da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, por exemplo, desenvolveu um modelo matemático para prever as chances de êxito na segunda tentativa de FIV. “Usamos 10 a 15 informações clínicas para fazer a estimativa”, disse ela à ISTOÉ. A cientista está deixando seu cargo de docente na universidade. Ela quer se dedicar a uma companhia que fundou com a intenção de fabricar o programa de computador desenvolvido por ela, para fazer esse cálculo e, dessa maneira, torná-lo disponível aos especialistas.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Uma substância isolada do veneno da jararaca há mais de 60 anos ainda revela novas aplicações. Estudo divulgado , na 26ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe), no Rio, mostrou que a bradicinina, uma das principais toxinas da serpente brasileira, pode exercer um surpreendente papel na geração e proteção dos neurônios. A bradicinina foi isolada, pela primeira vez, em 1949, por Maurício Oscar da Rocha e Silva, pesquisador brasileiro que ajudou a fundar a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e identificou as propriedades hipotensoras - ou seja, para diminuir a pressão arterial - da substância.


A história tornou-se um exemplo clássico da inaptidão do País para transformar descobertas de bancada em negócio e, depois, em serviços que melhorem a vida das pessoas. Apesar de ter sido isolada de um animal brasileiro por um cientista brasileiro, a bradicinina foi patenteada por estrangeiros e tornou-se um medicamento lucrativo vendido por uma multinacional: o captopril.


O cientista alemão Henning Ulrich, radicado no Brasil desde 1999, acredita que chegou a hora de recuperar o tempo perdido e descobrir uma nova finalidade para a substância - agora, gerando dividendos para o País.


Pesquisador do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP), decidiu estudar a bradicinina durante o doutorado na Universidade de Hamburgo, na sua terra natal. Ele analisava outra proteína responsável pela fantástica capacidade de regeneração das hidras - um invertebrado aquático. Sabia que seres humanos também produzem a mesma substância e supôs que ela serviria para regenerar tecidos. Os resultados não foram muito empolgantes, mas, ao compará-la com a bradicinina, descobriu que a substância obtida da jararaca funcionava muito bem na regeneração neuronal.


Ulrich explica que as células humanas também produzem a bradicinina, mas em uma concentração bem mais baixa que a observada no veneno da jararaca. Na realidade, a serpente utiliza doses imensas de bradicinina para nocautear suas presas com a queda de pressão arterial após a mordida. Obviamente, hoje, a substância já pode ser sintetizada em laboratório.


Nos testes realizados com camundongos, Ulrich mostrou que a bradicinina faz com que células progenitoras do sistema nervoso diferenciem-se em células da glia, que oferecem suporte e nutrição aos neurônios, além de exercer outras importantes funções no cérebro. Na prática, uma lesão cerebral nos modelos animais apresentavam uma evolução muito melhor quando ocorriam na presença de doses extras da substância.


O grupo de pesquisadores também mostrou que a bradicinina exerce um papel neuroprotetor. Quando um neurônio morre, ele libera glutamato, substância tóxica para as células vizinhas, aumentando o impacto da lesão. Na presença da bradicinina, a intensidade da reação em cadeia diminui bastante.


A pesquisadora Telma Schwindt, do Laboratório de Neurociências do IQ-USP, coordenado por Ulrich, testou a substância em modelos de camundongos com Parkinson. Algumas manifestações da doença praticamente desapareceram.


Como a substância já está no mercado, seria possível começar os testes em seres humanos pela fase 3 - ou seja, pulando testes preliminares para determinar a segurança e a dosagem. Ulrich espera que alguma indústria farmacêutica queira associar-se ao projeto. Ele recorda que os resultados obtidos até agora indicam que a substância pode aumentar as chances de sucesso no transplante de células-tronco, algo que pode interessar às empresas que investem nesta linha de pesquisa.

Contra a trombose

Outras duas substâncias extraídas do veneno da jararaca - a jarastatina e a jararacina - previnem a coagulação do sangue, diminuindo os riscos de trombose. É o que mostra um estudo, apresentado na reunião da Fesbe e coordenado pela pesquisadora Lina Zingali, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). As alternativas terapêuticas atuais para trombose apresentam muitos efeitos adversos. As duas substâncias foram testadas em amostras de sangue humano e obtiveram bons resultados.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Bebê com doença rara consegue doador de medula óssea na Alemanha

“Tiraram 500 quilos das nossas costas”, desabafou Luiz Cláudio Anísio, pai do menino Guilherme Mezabara Anísio, de onze meses, após saber que uma medula óssea compatível com o filho foi encontrada no banco internacional de doadores.Guilherme tem uma doença congênita rara chamada Granulomatosa Crônica, que faz com que a criança não tenha nenhuma imunidade a bactérias e fungos. Isso significa que ele não pode ficar exposto a bactérias, porque não tem defesas contra elas.

Operação será feita em meados de outubro, em São Paulo. “Temos muito pouca informação sobre o doador, mas sabemos que ele é da Alemanha, jovem e está disposto a doar, tanto que ele compareceu para fazer a confirmação da compatibilidade”, disse. Guilherme completa um ano no dia 29 de agosto. “Melhor presente impossível”.

O menino já foi três vezes internado no hospital, duas com pneumonia, e uma com ostiomelite, uma inflamação óssea, que no caso de Guilherme atingiu a parte frontal do crânio. Por causa das doenças, um imunologista foi consultado, e, depois de diversos testes, descobriu-se o que estava deixando o bebê doente constantemente. Os pais descobriram a doença quando Guilherme tinha 7 meses de idade

Para a cura definitiva da doença, o pequeno Guilherme precisa do transplante de medula óssea. O menino foi cadastrado no banco de receptores brasileiro e internacional. “O banco tem 16 milhões de doadores. Desses, a gente achou um compatível. Quando fizeram a busca, a princípio, eram três opções, mas elas não se confirmaram. E essa outra levou muito tempo para se confirmar, teve algum problema na amostra. Estamos esperando há meses por essa notícia, que só se confirmou agora”, disse o geólogo.

O pai relatou também como será o processo de transplante em outubro. Segundo ele, Guilherme fará uma quimioterapia em São Paulo antes do transplante, para o que ele chamou de “matar a medula” do filho. Dois dias antes da operação, a coleta será feita na Alemanha e o material chega em até 48 horas para o procedimento. Guilherme ficará depois em uma ala especial para pacientes transplantados, por cerca de 40 dias, em isolamento total, e monitoramento, até que a nova medula volte a funcionar. “Depois de quatro meses voltamos para o Rio, e ainda precisaremos fazer um monitoramento mais ou menos por 8 meses. Ainda tem muita estrada pela frente, mas esta foi uma etapa muito importante, que foi achar um doador”, comemorou.

"O Guilherme está ligado na tomada a 220 volts. Ele está ótimo, super bem clinicamente, mas temos que fazer alguns exames para comprovar que ele está 100% mesmo. Estamos agora com essa ansiedade para resolver mais uma etapa. Estamos muito felizes", concluiu Luiz Cláudio.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Quase metade dos médicos duvida da eficácia dos genéricos

SÃO PAULO - Pesquisa divulgada ontem pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) revela que 46% dos médicos ainda têm dúvidas sobre a eficácia e a segurança dos genéricos. Entre os consumidores, porém, o cenário é bem mais favorável: 83% disseram confiar nesse tipo de droga.

Entre abril e junho, foram entrevistados 690 adultos e 119 médicos. Para quase metade dos profissionais, o processo de avaliação e controle de qualidade dos genéricos é menos exigente que o do medicamento de marca. Para 44%, esses remédios sofrem mais falsificações.

Especialistas atribuem o receio à desinformação. "O medo da falsificação mostra o desconhecimento", afirma Cadri Awad, do Conselho Federal de Farmácia. "Os produtos mais sujeitos à falsificação são os de maior valor agregado e maior apelo, como emagrecedores, anabolizantes e produtos de estética", diz.

Para Regina Parizi, da Faculdade de Saúde Pública da USP, é fundamental que entidades médica e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizem campanhas para melhorar a imagem dos genéricos. "A indústria de medicamentos de marca tem um marketing agressivo e normalmente tem sucesso ao tentar criar uma relação de desconfiança com o genérico."

Já Maria Inês Dolci, da Proteste, defende a realização de testes independentes para comparar a eficácia do medicamento de marca com o genérico e dar mais segurança aos prescritores. "Hoje todos os testes são feitos pelo próprio fabricante", diz.

Ainda maior. Médicos ouvidos pela reportagem avaliam que, na realidade, a desconfiança da classe vai além do apontado na pesquisa. "Dez entre dez colegas meus dizem não ter segurança ao prescrever genéricos", conta o cirurgião vascular Francisco Osse. Para muitos, o problema seria a matéria-prima inferior.

Norberto Rech, da Anvisa, diz que o receio é infundado. "A qualidade é avaliada no momento do registro e, a cada dois anos, a Anvisa faz inspeções nas fábricas para renovar o certificado de boas práticas de fabricação".

Rech diz também haver um programa para monitorar a qualidade do medicamento que já está nas farmácias. "Esse programa está sendo remodelado e será ampliado."

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Plano beneficiará quem participar de programa preventivo

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou ontem resolução que incentiva a participação de beneficiários de planos de saúde em programas de envelhecimento saudável e prevenção de doenças.

As operadoras podem oferecer até 30% de descontos nas mensalidades ou dar prêmios, como descontos em academia ou gratuidade em plano dentário, sem discriminação por idade ou doença preexistente.

Neste primeiro momento, a resolução é facultativa, informou a gerente-geral de Regulação Assistencial, Martha Oliveira. Mas, segundo o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, Arlindo de Almeida, as operadoras devem aderir à concessão de descontos ou prêmios.

"É uma tentativa de mudar o paradigma. Antes a gente privilegiava o tratamento e a remuneração da doença. Agora queremos mostrar a importância do cuidado com a saúde, dando um incentivo financeiro", diz Martha.

A decoradora Augusta das Graças da Cunha Moraes, de 58 anos, diabética há dois, começou a participar de um programa de promoção à saúde. Ela tem um plano de saúde da Unimed, que inaugurou na semana passada o Espaço para Viver Melhor, onde os beneficiários participam de atividades físicas, como ioga, pilates e RPG, sem pagar pelos serviços.

"Pela primeira vez utilizo o serviço de um plano sem estar doente. Aqui converso com os médicos, faço os exames na época certa", afirmou Augusta, que teve aulas de culinária saudável e vai fazer RPG.

As operadoras podem criar programas amplos, como o que previne sedentarismo, ou específicos, para grávidas, por exemplo. Mas não podem cobrar resultados, como emagrecimento. "O que está atrelado ao desconto é a participação. O resultado dessa participação depende de outros fatores, como pré disposição genética", explicou Martha.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

SUS amplia internação domiciliar

Até o fim do ano, pelo menos 15 mil brasileiros internados em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) poderão voltar para suas casas e continuar a receber cuidados médicos, por meio de home care.

Os novos critérios para internação domiciliar serão divulgados até amanhã pelo governo. A principal novidade é o pagamento de R$ 34.500 ao mês por equipe médica. Para este ano, o orçamento do Ministério da Saúde prevê a contratação de 250 equipes, cada uma com capacidade para atender 60 pacientes.

A meta é chegar a mil equipes até 2014. "Vai substituir muita demanda de internação hospitalar e vai agilizar o giro nas portas de urgência", afirma o secretário de Atenção à Saúde do ministério, Helvécio Miranda. "É um programa que alia a segurança hospitalar com o conforto do lar, oferecendo um atendimento mais humanizado."

O SUS criou os primeiros critérios para a internação domiciliar há cinco anos, recomendando esse tipo de cuidado para idosos, portadores de doenças crônicas ou câncer - com exceção daqueles que precisam de ventilação mecânica. Como não havia previsão de verba federal para a formação de equipes, poucos Estados e municípios se mobilizaram. Apenas 77 hospitais no País se credenciaram junto ao SUS.

Entre as iniciativas bem-sucedidas está a da Bahia. Criado em 2008, o serviço havia atendido 2.212 pacientes até dezembro. As 26 equipes - formadas por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas - estão divididas em 14 hospitais de dez municípios.

Nesse período, 40% das internações domiciliares ocorreram por tratamentos de feridas, 30% por sequelas neurológicas, 13% por hipertensão arterial e 10% por diabete. São pacientes que passaram pela internação convencional, tiveram o quadro estabilizado, mas ainda precisavam de cuidados médicos.

"Além de não estar exposto a possíveis infecções no hospital, o paciente se recupera muito mais rapidamente", afirma Ledívia Espinheira, diretora de Atenção Especializada da Secretaria de Saúde da Bahia.

A prefeitura de Belo Horizonte criou seu programa em 2002, antes da portaria do SUS. No ano passado, foram admitidos 4.792 pacientes - média de 400 por mês. Eles ficam cerca de 15 dias em acompanhamento. Em março deste ano, um quinto das internações nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) foram encaminhadas para atendimento domiciliar.

"A nova portaria dará um novo impulso para esse tipo de atendimento. Não é uma política isolada, faz parte da rede de urgência que inclui as UPAs, o SAMU, a rede de atenção básica", afirma Helvécio Miranda.

Limites. O novo programa não limita as enfermidades que podem ser atendidas, mas mantém a exclusão aos pacientes que dependem de ventilação mecânica. "Precisamos fazer um planejamento que sirva para o País todo. Mas poderá ser reavaliado", afirmou o secretário.

A condição básica para que o paciente seja encaminhado para a internação domiciliar é ter um cuidador, alguém que se responsabilize pelo seu atendimento. "A família é fundamental para a recuperação do paciente", diz Midori Uchino, coordenadora do Programa de Atendimento Domiciliar ao Idoso (Padi), da Secretaria Municipal do Rio.

Foi o que aconteceu com o aposentado José Pereira da Rocha, de 84 anos, que tem sequela de acidente vascular cerebral e voltou para casa em estado vegetativo. Com o acompanhamento, ele voltou a falar e a se alimentar sozinho. A equipe ajuda a organizar a rotina de medicamentos e fonoaudiólogas, nutricionistas e enfermeiras se revezam no cuidado ao aposentado.

O Padi completa um ano esta semana acompanhando 506 idosos. "É o equivalente a um Hospital Souza Aguiar. É como se tivéssemos um hospital virtual", compara o secretário de saúde, Hans Dohmann.

Sobrecarga. No Instituto Nacional de Câncer (Inca), que tem 280 pacientes em cuidados domiciliar, a preocupação com o cuidador é tanta que foi instituída a internação por sobrecarga do cuidador. "Às vezes, o familiar não consegue lidar com a enfermidade. A equipe identifica a situação e oferece a internação por uma semana", explica Julio Cesar de Souza, chefe da assistência domiciliar do Hospital Inca 4. No período, o cuidador pode conhecer outros acompanhantes e trocar experiências.

domingo, 21 de agosto de 2011

Cirurgia cardíaca menos invasiva é desenvolvida em SP

Implante desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com a Braile Biomédica, de São José do Rio Preto, promete corrigir desgastes na válvula do coração sem precisar abrir o peito do paciente, num procedimento mais simples e rápido que o realizado atualmente pelos médicos.

O grupo criou uma válvula artificial, feita com pericárdio bovino (a pele que reveste o coração do boi), que pode ser implantada no paciente com a ajuda de um cateter, inserido por meio de um corte pequeno.

O implante é indicado para uma doença chamada estenose aórtica grave - um desgaste ou calcificação da válvula que regula o fluxo sanguíneo do coração para a aorta. A maioria dos pacientes com o problema é idosa, o que torna a cirurgia tradicional, feita com o peito aberto, de altíssimo risco.

Pela nova proposta, o tempo da cirurgia cai de 2 horas para 40 minutos e a recuperação, que leva de dois a três meses, ocorre em cerca de 15 dias. O corte, que na cirurgia convencional chega a 30 cm, resume-se a uma incisão de 5 cm.

O aparelho, com diâmetro médio de 24 cm, é prensado, introduzido no coração com um cateter e inflado com a ajuda de um minibalão, fixando-se na parede do coração. O processo todo é acompanhado em monitores com imagens de raio X.

Ainda em fase experimental, o implante já foi testado em 128 pacientes. Desses, pelo menos 20 estavam internados sem condições de alta e, depois de operados, deixaram o hospital.

Batizada de Inovare, a válvula aguarda aprovação Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser produzida comercialmente.

"Um estudo mostrou que 31,8% dos pacientes com estenose aórtica não podiam ser operados pelo método tradicional, por isso tivemos o impulso de fazer uma coisa menos invasiva", explica o cirurgião Domingo Braile, fundador da Biomédica. "Investimos R$ 3 milhões para desenvolver o projeto", conta.

A empresa estima que, assim que receber autorização para comercializar a válvula no País, receberá uma demanda de dez unidades por mês. Ela também pretende exportar o produto.

Inovação. Pioneira em válvulas cardíacas de pericárdio de boi - a primeira foi feita em 1973 e hoje são 70 mil fabricadas -, a Braile está envolvida em outro projeto inovador. Em cooperação científica com outras instituições, vai lançar próteses para substituir porções do aparelho digestivo suprimidas em razão do câncer.

Entre os produtos, uma prótese permite ao paciente submetido à retirada do esôfago voltar a se alimentar pela boca.

Contra ladrões, médica põe seringas que teriam sangue com HIV em muro

O protesto de uma médica no condomínio RK, em Sobradinho, a 22 quilômetros de Brasília, chocou os vizinhos.

Ela fixou seringas na grade de casa e escreveu em um cartaz “Muro com sangue HIV positivo – não pule”.

A autora da mensagem é médica e não quis ser identificada. Ela disse que tomou a atitude porque está cansada de ser roubada.

“A primeira vez foi um cortador de grama, secador de cabelos e máquina fotográfica. A última foi a televisão, uma tela plana”, contou a mulher. Ela admitiu que pegou o material onde trabalha. “Eu sou médica e consegui isso no hospital.
Estão contaminadas”, afirmou.

A síndica do condomínio, Vera Barbieri, diz que as seringas foram coladas no portão há dois dias. Neste sábado (20), a moradora foi oficialmente notificada. Ela tem cinco dias para retirar todo material, senão, será multada. A polícia e a Vigilância Sanitária foram procuradas, mas teriam informado que não poderiam fazer nada.

“A polícia explicou que, como se trata de um condomínio e que ela estava fazendo no muro dela, haveria dificuldade, porque não há caracterização de um crime. A Vigilância Sanitária disse que o condomínio deveria ser notificado”, falou Vera Barbieri.

O Conselho Regional de Medicina diz que ainda não recebeu denúncia do caso, mas condenou a atitude da médica.

“Qualquer atitude que uma pessoa ou médico tome para tentar ferir um paciente, ou tentar agredir um paciente, deve ser condenada”, afirmou o primeiro-secretário do Conselho Regional de Medicina, Farid Buitrago.

Buitrago disse que há risco de contaminação pelas seringas, mesmo que não seja de HIV. “Há o risco de infecções bacterianas, por exemplo. Por esse motivo, todo material cirúrgico deve descartado em recipientes adequados”, acrescentou o primeiro-secretário do conselho.

A Secretaria de Saúde confirmou que a médica trabalha no Hospital Regional do Paranoá como ortopedista. A direção do hospital disse que não sabe como ela conseguiu retirar uma quantidade tão grande de seringas e que vai investigar o caso.

sábado, 20 de agosto de 2011

Descoberta a proteína que espalha o câncer pelo organismo

Pode estar em uma proteína o segredo para impedir a metástase das células cancerígenas. Essa é a esperança de cientistas do Instituto de Pesquisa do Câncer do Reino Unido. Eles anunciaram a identificação dessa proteína nomeada JAK, que age sobre as células do câncer tornando possível a elas sair do tumor. Após o contato com a JAK, as células adquirem capacidade de contração, semelhante às fibras musculares. Isso permite que elas se movam pelo organismo, atingindo áreas até então saudáveis. Os pesquisadores pretendem fazer testes para concluir se, ao bloquearem a proteína por meio do uso de drogas, evita-se o surgimento de novos tumores. Atualmente, cerca de 90% dos óbitos pela doença estão relacionados à ocorrência de metástase.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Cães farejadores podem detectar câncer de pulmão, mostra estudo

Experimentos de cientistas alemães indicam que cães farejadores podem detectar com precisão casos de câncer de pulmão por amostras de hálito.

Em um estudo realizado por pesquisadores do Hospital Schillerhoehe, na Alemanha, os animais foram capazes de detectar corretamente os tumores de pulmão em 71% dos pacientes. Os resultados sugerem que uma técnica semelhante pode ser usada para a detecção precoce no futuro.

"Na respiração de pacientes com câncer de pulmão existem substâncias químicas diferentes das amostras de uma respiração normal. O olfato afiado dos cães pode detectar essa diferença em um estágio inicial da doença", disse Thorsten Walles, que liderou o estudo publicado na revista "European Respiratory Journal", nesta quinta-feira.

A grande maioria dos casos da doença é ligada ao tabagismo. O câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres na Europa e provoca mais de 340 mil mortes por ano. Também é a causa mais comum de morte por câncer no mundo todo.

A doença é difícil de ser diagnosticada no estágio inicial e cientistas começaram a pesquisar testes de hálito para possíveis programas de detecção no futuro. A técnica se baseia na identificação de compostos chamados orgânicos voláteis, ligados à presença do câncer.

No estudo, os pesquisadores trabalharam com cães especialmente treinados e com 220 voluntários, incluindo pacientes com câncer de pulmão, doentes com DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) e pessoas sem problemas de saúde no pulmão.

Os resultados mostram que os animais identificaram com sucesso 71 amostras com câncer de pulmão de um total de 100, além de 372 que não tinham a doença de um total de 400.

Os cachorros também foram capazes de detectar o câncer de pulmão, independente de DPOC e fumo.

Walles disse que os resultados confirmam que há um marcador confiável e estável de câncer de pulmão na respiração, mas ainda há muito trabalho para descobrir o que é.

"Este é um grande passo, mas ainda precisamos identificar com precisão os compostos observados no ar exalado pelos pacientes."

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Descoberta de anticorpos pode levar a vacina

Cientistas que pesquisam o vírus HIV afirmaram ter identificado 17 anticorpos poderosos, cuja descoberta abriu caminhos valiosos na busca por uma vacina contra a Aids.
Anticorpos são a infantaria do sistema imunológico e atacam invasores que podem ser micróbios ou vírus, marcando-os para serem destruídos por células "assassinas" especializadas.
Munir anticorpos de forma a reconhecer patógenos faz parte do manual de produção de vacinas, mas tem provado ser algo extremamente difícil no caso do vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), que causa a Aids.
Os novos anticorpos "amplamente neutralizantes" são a maior descoberta feita até agora e também são muitas vezes mais poderosos do que os descobertos anteriormente, afirmaram os cientistas em um artigo publicado na edição desta quinta-feira da revista britânica Nature.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Expectativa de vida pode aumentar 3 anos com 15 minutos diários de exercício

Quinze minutos diários de atividade física reduzem o risco de morte em 14% e aumentam a expectativa de vida em três anos, segundo um estudo realizado em Taiwan.

A pesquisa, publicada na internet pela revista The Lancet, contou com mais de 400.000 participantes que foram acompanhados durante uma média de oito anos, entre 1996 e 2008. Sua finalidade era averiguar se a duração dos exercícios menor que os 150 minutos semanais recomendados ainda poderia ser benéfica para a saúde.

A conclusão dos autores foi que se os indivíduos sedentários praticassem um pouco de atividade física diariamente "diminuiria uma de cada seis mortes". A pesquisa foi liderada pelos médicos Chi-Pang Wen, do Instituto Nacional de Pesquisa da Saúde de Taiwan, e Jackson Pui Man Wai, da Universidade Nacional do Esporte de Taiwan.

Os pesquisadores dividiram os participantes em cinco categorias segundo ao nível de exercícios praticados: inativos ou de atividade baixa, média, alta ou muito alta.

Comparados com os inativos, os pertencentes ao grupo de baixa atividade, que se exercitavam uma média de 92 minutos por semana - 15 minutos diários - apresentaram um risco de mortalidade por qualquer causa 14% menor, um risco de mortalidade por câncer 10% menor e em média uma expectativa de vida de três anos mais, segundo o estudo.

E por cada 15 minutos diários adicionais de exercício o risco de morte reduziu 4% e o de morrer de um câncer 1%, independentemente da idade, do sexo ou de quem tivesse problemas cardiovasculares.

"Saber que apenas 15 minutos diários de exercício pode reduzir substancialmente o risco de um indivíduo de morrer pode motivar mais pessoas a praticar uma pequena quantidade de atividade física em suas vidas", assinalaram em um comentário adjunto os médicos canadenses Anil Nigam e Martin Juneau, do Instituto do Coração de Montreal e da Universidade de Montreal.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Cafeína pode combater o câncer de pele

A cafeína possui muitas virtudes contra os cânceres de pele, confirma um estudo realizado com cobaias e publicado , que explica o mecanismo protetor em nível molecular.
Os cientistas, entre eles o Dr. Masaoki Kawasumi da Faculdade de Medicina da Universidade do Estado de Washington, em Seattle (noroeste), o principal autor da pesquisa, modificaram ratos geneticamente para reduzir em sua pele a função da proteína ATR (Telangiectasie d'ataxie, Rad3).
A ATR desempenha um papel significativo na multiplicação das células da pele danificadas por raios ultravioleta do sol.
Estudos precedentes já haviam demonstrado que a cafeína inibia a ATR que, estando neutralizada, acarretaria, então, a destruição dessas mesmas células.
Entre os ratos geneticamente modificados expostos a raios ultravioletos, com a ação da proteína ATR fortemente reduzida, os tumores de pele se desenvolveram três semanas mais tarde que entre os outros roedores do grupo que serviu de cobaia.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Começa neste sábado a segunda etapa da vacinação contra paralisia

Começa neste sábado (13) a segunda etapa da campanha nacional de mobilização para vacinação contra a poliomielite, a paralisia infanti, conforme programação do Ministério da Saúde. As crianças que comparecerem aos postos de saúde também receberão imunização contra o sarampo, que será feita até 16 de setembro.

Para as crianças menores de cinco anos de todo o país, será oferecida a segunda dose da vacina contra a paralisia infantil. Mesmo quem já tomou as duas gotinhas da primeira dose deve comparecer a um posto de saúde para ser vacinado. Contra o sarampo, devem tomar a vacina crianças de um ano a menores de sete anos

A vacinação contra o sarampo será oferecida nos postos de saúde dos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal. Nos demais estados, a imunização já havia começado no dia 18 de junho.

Segundo o ministro Alexandre Padilha, a maioria dos estados atingiu a meta de vacinação na primeira etapa contra o sarampo e 100% da meta da primeira fase da campanha de vacinação foi cumprida para a poliomielite. “A meta é vacinar 95%, ou seja, cerca de 16 milhões crianças. Nessa segunda fase vamos reforçar os locais onde as crianças deixam de se vacinar”, afirmou.

São 115 mil postos de vacinação e 350 mil profissionais envolvidos na segunda etapa da campanha, segundo o Ministério da Saúde. O investimento total é de R$ 160 milhões.

A poliomielite ou paralisia infantil é uma doença infecto-contagiosa viral aguda. A doença está erradicada no país desde o início dos anos 90 graças à política de prevenção.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa transmitida por vírus, de pessoa a pessoa, por meio de secreções expelidas pelo doente ao tossir, falar ou respirar. O período de transmissão varia de quatro a seis dias antes do aparecimento até quatro dias após o surgimento das manchas. A vacina é o meio mais eficaz de prevenção.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Unifesp busca voluntários para pesquisa sobre insônia e pilates

A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) busca voluntários para o desenvolvimento de pesquisas e estudos científicos nas seguintes áreas: portadores de glaucoma; dor em pacientes na pós-menopausa com fibromialgia; pilates, exercício e fibromialgia; tratamento de afta recorrente; tratamento de insônia; e orientação para pais de jovens usuários de drogas. Veja:

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PORTADORES DE GLAUCOMA

O Setor de Pesquisas Clínicas do Departamento de Oftalmologia da universidade recruta, com urgência, pacientes portadores de glaucoma que não usam medicamentos para a doença ou que utilizam apenas uma medicação.

Os interessados devem ligar para o setor para agendar consulta com Luci ou Ana no telefone (11) 5572-6443.

DOR EM PACIENTES NA PÓS-MENOPAUSA COM FIBROMIALGIA

O ambulatório da transição para a menopausa e pós-menopausa do Departamento de Ginecologia da Unifesp precisa de mulheres para participar de uma pesquisa para verificar a dor em mulheres na menopausa, portadoras de fibromialgia.

As interessadas devem ter entre 45 e 60 anos, com pelo menos um ano no período da pós-menopausa, portadoras de fibromialgia e não praticar nenhum tipo de exercício físico. Não serão aceitas mulheres que fazem uso de terapia hormonal, antidepressivos, anti-inflamatórios, diabéticas, hipertensas e com insuficiência renal.

Serão selecionadas 60 mulheres e o prazo de inscrição se estende até o preenchimento das vagas. Informações pelos telefones: (11) 3341-3608 ou pelo e-mail nelmamenezes@gmail.com. Falar com Nelma Menezes.

PILATES

A disciplina de Reumatologia busca voluntários com dor no pescoço há mais de três meses para participar de um estudo sobre o método Pilates de exercício físico.

Os voluntários podem ser de ambos os sexos, ter entre 18 e 65 anos e disponibilidade para participar duas vezes por semana dos encontros. Não podem ser voluntários os portadores de fibromialgia ou outras doenças musculares, deficiência visual ou auditiva que possam atrapalhar os exercícios, e usuários de remédio contra dores com tratamento iniciado a menos de três meses.

Para os praticantes de exercícios físicos, é recomendado que participem apenas os que iniciaram atividade regular há, no mínimo, três meses.

Os interessados podem entrar em contato com Luciana Araújo nos telefones (11) 6049-4514, (11) 5478-4476 e (11) 3083-4798 ou no e-mail lucianapilates@yahoo.com.br.

EXERCÍCIO E FIBROMIALGIA

A disciplina de Reumatologia recruta voluntárias para participar de pesquisa sobre exercícios e fibromialgia.

Podem participar mulheres com diagnóstico de fibromialgia com idade entre 18 e 60 anos e que saibam nadar. Estão disponíveis 30 vagas para o estudo.

Os encontros acontecerão três vezes por semana, por um período de 12 semanas. As interessadas devem entrar em contato com Giovana Fernandes pelo telefone (11) 84987581.

TRATAMENTO DE AFTA RECORRENTE

O Ambulatório de Estomatologia, do Departamento de Otorrinolaringologia e Cabeça e Pescoço da Unifesp, recruta homens e mulheres com idade acima de 18 anos para participar de uma pesquisa sobre tratamento de afta recorrente.

Os interessados podem entrar em contato para agendar consulta pelo telefone (11) 5084-9965 ou pelo e-mail estomatologia@unifesp.br.

TRATAMENTO DE INSÔNIA

O Departamento de Psicobiologia busca voluntários com idade entre 20 e 64 anos, que tenham dificuldades para dormir.

Os participantes realizarão exames de sono, responderão a alguns questionários e farão exame laboratorial. O tempo de duração do estudo é de dois meses e, durante este período, eles deverão comparecer ao centro de pesquisa para quatro visitas.

As inscrições podem ser feitas pelos telefones (11) 5908-7094 / 7344 / 7121, em horário comercial.

ORIENTAÇÃO PARA PAIS DE JOVENS USUÁRIOS DE DROGAS

A Unidade de Dependência de Drogas oferece 70 vagas no Ambulatório de Orientação aos Pais de jovens entre 12 e 25 anos que consumam álcool em excesso ou qualquer outro tipo de droga, mesmo que não sejam dependentes. O ambulatório oferece oito sessões semanais gratuitas às quintas-feiras, em horário comercial.

Os interessados podem entrar em contato pelo telefone (11) 5549-2500. O serviço está localizado na Unidade de Dependência de Drogas, na rua Napoleão de Barros, 1038, próximo ao metrô Santa Cruz.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Médicos farão paralisação em outubro para pedir melhorias na rede pública

Os médicos vão parar o atendimento de rotina no Sistema Único de Saúde (SUS), no dia 25 de outubro, para pedir melhorias na rede pública. É a primeira vez que a categoria fará uma paralisação nacional no sistema público, segundo o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes.

No ano passado, os médicos fizeram uma concentração em Brasília em defesa do SUS.

O dia nacional da paralisação no SUS foi acertado, na sexta-feira, 5, em reunião da Comissão Pró-SUS, formada por membros da Fenam, do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Médica Brasileira (AMB), as principais entidades da categoria no país.

Os profissionais reivindicam aumento salarial, plano de carreira, melhores condições de trabalho, assistência de qualidade aos pacientes, financiamento permanente para o SUS e capacitação dos gestores públicos. As demandas serão apresentadas ao Ministério da Saúde e ao Congresso Nacional no dia seguinte à paralisação.

"O atendimento é lastimável, principalmente nas urgências e emergências. Não há mais mortes porque as equipes de saúde se desdobram. Não podemos ficar calados diante disso. É preciso fazer algo mais contundente para sensibilizar os gestores", disse o presidente da Fenam, Cid Carvalhaes.

Os casos graves e emergências serão atendidos durante a paralisação. "O movimento não é contra a população, mas para alertá-lo sobre o direito de atendimento da qualidade na área da saúde", destacou Carvalhaes.

Em abril, os médicos conveniados aos planos de saúde suspenderam consultas e cirurgias eletivas por um dia para cobrar reajuste da remuneração paga pelas operadoras. Mais de 80% da categoria aderiram ao movimento em todo o país.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Cão aprende a detectar crises de epilepsia do dono

Desde a chegada do cachorro Zulu à casa da família Rabelo, em Ribeirão Preto (SP), há três meses, o número de crises convulsivas de Davi, rapaz de 19 anos que sofre de epilepsia, caíram de 20 para 5 ao dia.

O semblante sereno do filho garante a Juanita, 46, uma noite de sono tranquila. Ela sabe que pode ser alertada pelo barulho feito por Zulu se uma nova crise acontecer.

Cão da raça labrador, Zulo pode ser o primeiro cão do Brasil adestrado para identificar crises de epilepsia, segundo a psiquiatra Maria Priscila Cescato, do Centro de Cirurgia de Epilepsia do HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão, da USP.

O treinamento para essa função é comum em países como Estados Unidos e Reino Unido, mas não há conhecimento de outro cão com essa habilidade no Brasil, diz o psiquiatra Renato Luiz Marchetti, do Instituto de Psiquiatria do HC de São Paulo.

Ambos os especialistas tomam o cuidado de dizer que não há estudos suficientes que comprovem a eficácia da ajuda animal na redução de crises em epilépticos.

Eles concordam, porém, com a possibilidade de consequências positivas na interação entre paciente e cão. "Ainda é incipiente o assunto, mas talvez possa ser algo indicado para os pacientes que não melhoram apesar de seguir o tratamento médico", disse Marchetti.

Era o caso de Davi. A mãe conta que, em 19 anos "de luta", o filho mais velho já havia tomado "todas as combinações possíveis de remédios que existem no mundo" e tentado diversas dietas.

IDEIA DE MÃE

A ideia do cão adestrado partiu da mãe, durante conversa com o policial militar Ricardo Cazarotti, em uma sessão de Davi de equoterapia (tratamento com uso de cavalos) no quartel da PM.

Cazarotti treina cães farejadores há 15 anos para a polícia. A cadela Isa, que ele adestrou, atuou no resgate de sobreviventes nas chuvas do Rio e no terremoto no Chile.

SUTIL

O policial estudou os movimentos de Davi, durante o dia e enquanto dormia, para reproduzi-los com o cão. O movimento parece sutil. Em uma crise, Davi tomba a cabeça para trás e estica braços e pernas na cadeira de rodas. Algumas vezes, grita.

Zulu foi condicionado a começar a latir ao detectar esses sinais. Ele só para de fazer barulho quando alguém da família chega e aperta um dispositivo que emite uma espécie de estalo.

Para chegar a esse condicionamento, Cazarotti treinou Zulu por nove meses.

Com o cão, diz Juanita, os medicamentos se reduziram. Dos cinco comprimidos diários, Davi deixou de tomar dois do seroquel, uma espécie de antipsicótico.

Mas a mudança mais imediata, conta a mãe, foi a de Davi praticamente não ter mais crises à noite. "Eu deito na cama relaxada, certa de que nada vai acontecer."

domingo, 7 de agosto de 2011

Exame de urina poderá ajudar a diagnosticar câncer de próstata

WASHINGTON - Um grupo de cientistas da Universidade de Michigan desenvolveu um novo exame de urina que detecta o risco de câncer de próstata e que pode servir de indicador sobre a necessidade de fazer ou não uma biópsia.

Segundo um estudo publicado na revista Science Translational Medicine, para os pesquisadores este teste pode ajudar os homens que apresentam uma presença elevada do antígeno PSA no sangue a decidir se podem atrasar ou evitar a biópsia, um exame que pode acarretar riscos para o paciente.

A análise detecta uma anomalia genética presente em 50% dos casos de câncer de próstata, quando se fundem os genes TMPRSS2 e ERG.

No entanto, como esta fusão só aparece na metade dos casos, os pesquisadores optaram por incluir na prova outro marcador tumoral, o PCA3. Uma combinação que fornece mais dados para a detecção do câncer de próstata que a de qualquer um destes marcadores individualmente.

Para realizar este estudo, os cientistas analisaram as mostras de urina de 1.312 homens em três centros médicos acadêmicos e em sete hospitais. Depois, dividiram os pacientes em três grupos segundo o risco de sofrer de câncer: baixo, médio e alto. E então, compararam os resultados do exame de urina com os das biópsias feitas em cada paciente.

Os exames histológicos revelaram a presença de câncer em 21% dos casos que a prova tinha determinado como de baixo risco; em 43% os de médio e em 69% os do grupo de alto risco.

Além disso, só 7% dos homens que pertenciam ao grupo de baixo risco foram diagnosticados com tumor agressivo, já os de alto risco chegaram a 40%.

Segundo a equipe de cientistas, há muitos mais homens que têm uma elevada presença do antígeno PSA no sangue que os que realmente sofrem câncer de próstata, algo que até o momento é difícil de determinar sem uma biópsia.

Por isso que os pesquisadores querem que o novo exame de urina que desenvolveram ajude o paciente a decidir se precisa ou não fazer uma biópsia.

A American Câncer Society estima que 217.730 pessoas receberão um diagnóstico de câncer de próstata este ano nos Estados Unidos, enquanto que 32.050 morrerão por causa desta doença.

sábado, 6 de agosto de 2011

Brasileiro é viciado em sal devido ao mau hábito na hora de temperar, aponta especialista

A ingestão em excesso de sódio pela população brasileira, apontada pela análise de consumo alimentar pessoal, da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é resultado do consumo exagerado de alimentos industrializados que contêm esse nutriente e do hábito do brasileiro em salgar muito a comida.

Esta afirmativa é da professora Raquel Botelho do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília (UnB).

“Não é uma questão de criticar só os produtos industrializados, a população tem que ter consciência dos seus hábitos. O brasileiro tem o hábito de salgar muito a comida porque acha que comida temperada é comida com sal. A gente pode temperar com ervas, alho, cebola. As pessoas estão viciadas”, alertou a nutricionista.

De acordo com o IBGE, a média de ingestão de sódio pela população brasileira ultrapassa 3.200 miligramas/dia (mg/dia), quando o recomendável são 2.200 mg/dia. Segundo a especialista, estudos mostram que é possível reduzir até 30% do sal utilizado no preparo dos pratos sem que se perceba a diferença. Ela recomenda que a redução seja gradual até que haja um ajuste no paladar.

De acordo com o IBGE, o consumo de sódio é maior entre os jovens que em geral consomem mais os alimentos industrializados. Para a presidente do Conselho Regional de Nutrição do Distrito Federal, Mara Saleti De Boni, os bons hábitos precisam ser formados logo que o bebê passa do leite materno para o consumo de vegetais e frutas.


O estudo do IBGE também indica um consumo menor de hortaliças e frutas pela população de baixa renda. Em geral, o que afasta esse público desses alimentos é o preço alto dos produtos. Para Mara, é importante mostrar a essas pessoas que o custo-benefício compensa no longo prazo.


Quem faz refeições fora de casa costuma recorrer mais aos alimentos industrializados e tem menos controle do que está ingerindo em restaurantes.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Pesquisa sobre novo tratamento contra o câncer ganha prêmio

A combinação de um remédio que trata diabetes tipo 2 e de um quimioterápico usado em câncer de mama e de pulmão é mais eficaz para reduzir tumores do que a droga oncológica sozinha.

A revelação vem de um estudo da Unicamp, que venceu a categoria "Pesquisa em Oncologia", do Prêmio Octavio Frias de Oliveira.

A premiação acontece nesta sexta-feira e é uma iniciativa do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), em parceria com o Grupo Folha. A láurea leva o nome do publisher da Folha, morto em 2007.

Na categoria "Personalidade em Destaque", ganhou o oncologista Ricardo Brentani, 74, um dos líderes do Projeto Genoma do Câncer.

Segundo o diretor do Icesp, Paulo Hoff, uma comissão elegeu Brentani entre sete indicados.

No caso da pesquisa, foram avaliados mais de 20 estudos. Os vencedores recebem R$ 8.000 cada um.

"É uma maneira de estimular a produção científica nacional. A vida de pesquisador é muito difícil", diz Hoff.

VIA BIOQUÍMICA

O estudo da Unicamp testou uma nova forma de tratar o câncer, associando as drogas metformina (para diabetes tipo 2) e paclitaxel (quimioterápica).

Segundo o oncologista José Barreto Campello, um dos autores do trabalho, a terapia reduziu o tumor em roedores.

"Nos animais tratados apenas com paclitaxel, o tumor ficou o dobro do tamanho em relação aos que receberam a combinação de remédios." Agora, foram iniciados os testes em humanos.

BRENTANI

Um dos oncologistas brasileiros com maior produção científica internacional, Ricardo Brentani se formou em medicina pela USP em 1962.

Sob sua direção, o Hospital do Câncer A.C. Camargo (SP) se tornou referência no país.

Indagado sobre o seu maior feito, ele diz: "Ter casado com a minha mulher." Ele e a química Maria Mitzi estão juntos há 50 anos.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Indiano é internado com dores de estômago, e médicos acham útero

Um indiano foi internado em um hospital perto de Bhopal, no estado de Madhya Pradesh, depois de reclamar de dores no estômago. Os médicos suspeitaram que o paciente tivesse uma hérnia abdominal, mas, quando realizaram a cirurgia, ficaram surpresos ao descobrir que ele tinha um sistema reprodutor feminino, com útero, ovários, tubas uterinas e colo do útero, subdesenvolvido, segundo a emissora de TV "Aaj Tak News".

De acordo com o médico Pramod Kumar Shrivastava, cirurgião do hospital do distrito Chhindwara, o paciente tinha órgãos masculinos externos e levava uma vida normal.

Os médicos removeram os órgãos femininos através de uma histerectomia.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Ministério da Saúde fará auditoria em 201 hospitais psiquiátricos de 23 estados

O governo federal vai iniciar uma auditoria em 201 hospitais psiquiátricos, em 23 estados, que prestam atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A medida foi anunciada depois de o Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP) decidir investigar o grande número de mortes de pacientes internados em hospitais psiquiátricos paulistas e ter pedido informações ao Ministério da Saúde.

O ministério informou que, desde abril, vem investigando denúncias de mortes e concentração de pacientes no Hospital Vera Cruz, em Sorocaba (SP), e outros seis unidades psiquiátricas da região. A investigação está na fase final, conforme a pasta.

Na vistoria nacional, os técnicos do ministério vão avaliar a estrutura física dos hospitais, a relação dos profissionais com os internados e a eficácia do tratamento dos pacientes. O trabalho será coordenado pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), que terá 60 dias para apresentar os resultados a partir de 1º de setembro.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

ANS amplia cobertura obrigatória para planos de saúde

A Agência Nacional de Saúde (ANS) publicou nesta terça-feira (2), no "Diário Oficial da União", uma resolução normativa que amplia a lista dos procedimentos de saúde que devem ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde.

São 69 itens incluídos, modificados ou cujas diretrizes de utilização foram regulamentadas no "Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde", lista que determina a cobertura mínima dos planos privados contratados a partir de 1º de janeiro de 1999. A obrigatoridade de atendimento para os novos procedimentos vale a partir do dia 1º de janeiro de 2012.

Entre os itens adicionados estão 41 cirurgias por vídeo, como refluxo gastroesofágico (tratamento cirúrgico) e cirurgia bariátrica (redução de estômago). Segundo a ANS, esse tipo de procedimento é menos invasivo do que o convencional.

Os consumidores também terão acesso a mais de 13 novos exames, incluindo a análise molecular de DNA dos genes EGFR, K-RAS e HER-2. O novo rol de procedimentos amplia ainda o número de consultas para nutricionistas e indicações para terapia ocupacional. Pacientes com diagnóstico de diabetes mellitus em uso de insulina ou no primeiro ano de diagnóstico, por exemplo, terão direito a 18 sessões de nutricionista por ano de contrato.

Outra novidade, que havia sido anunciada na semana passada, é a cobertura do implante coclear. Trata-se de um dispositivo eletrônico de alta tecnologia, também conhecido como ouvido biônico, que substitui o ouvido de pessoas com surdez total ou parcial.

A ANS informou que as mudanças foram feitas por um grupo técnico composto por representantes da Câmara de Saúde Suplementar, que inclui órgãos de defesa do consumidor, representantes de operadoras e de conselhos profissionais, entre outros. Foi realizada entre abril e maio deste ano uma consulta pública para a recepção de sugestões.

Veja lista de novos procedimentos que devem ter cobertura pelos planos de saúde a partir do ano que vem:

1. Bloqueio anestésico de plexos nervosos (lombossacro, braquial, cervical) para tratamento de dor;
2. Angiotomografia coronariana (com diretriz de utilização);
3. Esofagorrafia torácica por videotoracoscopia;
4. Reintervenção sobre a transição esôfago gástrica por videolaparoscopia;
5. Tratamento cirúrgico do megaesofago por videolaparoscopia;
6. Gastrectomia com ou sem vagotomia/ com ou sem linfadenectomia por videolaparoscopia;
7. Vagotomia superseletiva ou vagotomia gástrica proximal por videolaparoscopia;
8. Linfadenectomia pélvica laparoscópica;
9. Linfadenectomia retroperitoneal laparoscópica;
10. Marsupialização laparoscópica de linfocele;
11. Cirurgia de abaixamento por videolaparoscopia;
12. Colectomia com íleo-reto-anastomose por videolaparoscopia;
13. Entero-anastomose por videolaparoscopia;
14. Proctocolectomia por videolaparoscopia;
15. Retossigmoidectomia abdominal por videolaparoscopia;
16. Abscesso hepático - drenagem cirúrgica por videolaparoscopia;
17. Colecistectomia com fístula biliodigestiva por videolaparoscopia;
18. Colédoco ou hepático-jejunostomia por videolaparoscopia;
19. Colédoco-duodenostomia por videolaparoscopia;
20. Desconexão ázigos - portal com esplenectomia por videolaparoscopia;
21. Enucleação de tumores pancreáticos por videolaparoscopia;
22. Pseudocisto pâncreas - drenagem por videolaparoscopia;
23. Esplenectomia por videolaparoscopia;
24. Herniorrafia com ou sem ressecção intestinal por videolaparoscopia;
25. Amputação abdômino-perineal do reto por videolaparoscopia;
26. Colectomia com ou sem colostomia por videolaparoscopia;
27. Colectomia com ileostomia por videolaparoscopia;
28. Distorção de volvo por videolaparoscopia;
29. Divertículo de meckel - exérese por videolaparoscopia;
30. Enterectomia por videolaparoscopia;
31. Esvaziamento pélvico por videolaparoscopia;
32. Fixação do reto por videolaparoscopia;
33. Proctocolectomia com reservatório ileal por videolaparoscopia;
34. Cisto mesentérico - tratamento por videolaparoscopia;
35. Dosagem quantitativa de ácidos graxos de cadeia muito longa para o diagnóstico de erros inatos do metabolismo (EIM);
36. Marcação pré-cirúrgica por estereotaxia, orientada por ressonância magnética;
37. Coloboma - correção cirúrgica (com diretriz de utilização);
38. Tratamento ocular quimioterápico com antiangiogênico (com diretriz de utilização);
39. Tomografia de coerência óptica (com diretriz de utilização);
40. Potencial evocado auditivo de estado estável - peaee (stead state);
41. Imperfuração coanal - correção cirurgica intranasal por videoendoscopia;
42. Adenoidectomia por videoendoscopia;
43. Epistaxe - cauterização da artéria esfenopalatina com ou sem microscopia por videoendoscopia;
44. Avaliação endoscópica da deglutição (FEES);
45. Ácido metilmalônico, pesquisa e/ou dosagem;
46. Aminoácido no líquido cefaloraquidiano;
47. Proteína s livre, dosagem;
48. Citomegalovírus após transplante de rim ou de medula óssea por reação de cadeia de polimerase (PCR) - pesquisa quantitativa;
49. Vírus epstein barr após transplante de rim por reação de cadeia de polimerase (PCR) - pesquisa quantitativa;
50. Determinação dos volumes pulmonares por pletismografia ou por diluição de gases;
51. Radioterapia conformada tridimensional - para sistema nervoso central (SNC) e mama;
52. Emasculação para tratamento oncológico ou fasceíte necrotizante;
53. Prostatavesiculectomia radical laparoscópica;
54. Reimplante ureterointestinal laparoscópico;
55. Reimplante ureterovesical laparoscópico;
56. Implante de anel intraestromal (com diretriz de utilização);
57. Refluxo gastroesofágico - tratamento cirúrgico por videolaparoscopia;
58. Terapia imunobiológica endovenosa para tratamento de artrite reumatóide, artrite psoriática, doença de crohn e espondilite anquilosante (com diretriz de utilização);
59. Oxigenoterapia hiperbárica: adequação da diretriz de utilização (DUT) para inclusão da cobertura ao tratamento do pé diabético;
60. Análise molecular de DNA: adequação da diretriz de utilização (DUT) para cobertura da análise dos genes EGFR, K-RAS e HER-2;
61. Implante coclear: adequação da diretriz de utilização (DUT) para incluir o implante bilateral;
62. Pet-scan oncológico: adequação da diretriz de utilização (DUT) para pacientes portadores de câncer colo-retal com metástase hepática potencialmente ressecável;
63. Colocação de banda gástrica por videolaparoscopia: adequação da diretriz de utilização (DUT) para colocação de banda gástrica do tipo ajustável e por via laparoscópica;
64. Gastroplastia (cirurgia bariátrica): adequação da diretriz de utilização (DUT) para incluir a colocação por videolaparoscopia;
65. Consulta/sessão com terapeuta ocupacional: adequação da diretriz de utilização (DUT) para pacientes com disfunções de origem neurológica e pacientes com disfunções de origem traumato/ortopédica e reumatológica;
66. Consulta com nutricionista: adequação da diretriz de utilização (DUT) para:
1.a. Crianças com até 10 anos em risco nutricional (< percentil 10 ou > percentil 97 do peso / altura);
1.b. Jovens entre 10 e 20 anos em risco nutricional (< percentil 5 ou > percentil 85 do peso/ altura);
1.c. Idosos (maiores de 60 anos) em risco nutricional ( índice de massa IMC <22 kg/ m);
1.d. Pacientes com diagnóstico de insuficiência renal crônica.
2. Cobertura obrigatória de no mínimo 18 sessões por ano de contrato para pacientes com diagnóstico de diabetes mellitus em uso de insulina ou no primeiro ano de diagnóstico;
67. Definição das despesas a serem cobertas para o acompanhante durante o pré-parto, parto e pós-parto imediato, que devem incluir taxas de paramentação, acomodação e alimentação;
68. Definição de que a cobertura das despesas com acompanhante durante o pós-parto imediato devem se dar por 48h, podendo estender-se por até 10 dias, quando indicado pelo médico assistente;
69. Definição de que nos procedimentos da cobertura obrigatória que envolvam a colocação, inserção ou fixação de órteses, próteses ou outros materiais, a sua remoção ou retirada também tem cobertura assegurada.

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