segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

"Cadeira elétrica" é testada para tratar osteoporose

Uma cadeira que emite sinais elétricos está sendo testada em São Paulo no tratamento para a osteoporose.

O equipamento foi desenvolvido por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) de São Carlos e da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Hoje, o tratamento da osteoporose é feito com remédios e exercícios físicos.

A nova tecnologia produz sinais elétricos que atingem diretamente os ossos mais prejudicados pela doença: fêmur, coluna e bacia.

Duas placas metálicas ficam escondidas sob um estofado. Para realizar o tratamento, o paciente deve permanecer sentado na cadeirinha por 20 minutos após acionar um botão.

As duas placas formam um campo elétrico, que age nos ossos durante esse tempo. Não há dor.

Ao todo, são cinco sessões por semana e, quando o tratamento é concluído, o aparelho avisa.

Segundo a fisioterapeuta da Unifesp Ana Paula Lirani Galvão, quando o campo elétrico atinge os ossos, algumas células do organismo captam os sinais e estimulam a formação de uma nova massa óssea, o que faz aumentar a absorção de cálcio.

Galvão explica que, numa pessoa sem osteoporose, os ossos têm células que captam sinais mecânicos -gerados, por exemplo, pela ação de andar ou correr- e mandam carga elétrica para outras células responsáveis por formar mais ossos.

"Ao longo da vida, perdemos essas células que captam os sinais e também fazemos menos atividades que produzem essa energia, o que provoca o enfraquecimento dos ossos."

O objetivo da nova técnica é criar os sinais elétricos que o corpo deixou de mandar e, assim, estimular a formação da nova massa óssea.

Os primeiros testes foram feitos há seis anos em ratos e os resultados foram positivos. Agora, os testes estão sendo feitos em cem idosos que estão internados em três asilos de São Paulo -40 deles sob efeito placebo, ou seja, sem efeitos reais.

"Os testes em humanos [que começaram há seis meses] ainda não foram concluídos, mas pela experiência com os ratos, acreditamos que serão positivos."

PREÇO ACESSÍVEL

Orivaldo Lopes da Silva, professor de bioengenharia da USP de São Carlos e responsável pela criação do equipamento, explica que pretende levar o produto para o mercado a um preço acessível até 2012.

No tratamento atual, com medicamentos, o custo para o paciente pode chegar a R$ 1.000 por mês.

Para a pesquisa, foram produzidos 12 equipamentos, ao custo de R$ 25 mil. No entanto, se produzido em grande escala, o valor pode ser reduzido para cerca de R$ 1.000 por aparelho.

A expectativa é que o estudo e o processo de patente sejam finalizados até o final do próximo ano.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Overdose de cafeína ocorre somente após 42 xícaras de café

Cafeína em excesso pode matar? Em casos muito raros, overdoses de cafeína já foram fatais. A dose oral estimada para causar a morte, que varia devido a fatores como o peso da pessoa, é de 5 a 10 gramas.

Seria muito difícil, provavelmente impossível, ingerir cafeína suficiente para morrer bebendo o café comum. Segundo estimativas do governo, uma xícara de 225 ml de café moído contém de 60 a 120 miligramas de cafeína. Considerando uma quantidade de cafeína de um lado e uma dose fatal de outro, você teria de beber pelo menos 42 xícaras em uma dada ocasião.

Mas a cafeína é encontrada em quantidades maiores nas bebidas energéticas, em medicamentos e preparações de ervas.

Concentrações de cafeína no plasma sanguíneo acima de 15 miligramas por litro de sangue podem causar reações tóxicas, e overdoses de cafeína são uma causa relativamente comum de emergências de envenenamento, com 4.183 casos relatados em 2007 pela Associação Americana de Centros de Controle de Venenos.

Entre todos esses casos, houve apenas uma morte.

Quando a cafeína chega a matar, as causas relatadas são batimentos cardíacos anormais, convulsões e afogamento no próprio vômito.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A cura para o diabetes tipo 1

Pesquisadores do Texas descobriram que bloquear a ação de um hormônio chamado glucagon é uma forma de fazer com que a doença passe a ser assintomática
O diabetes tipo 1 pode se transformar em uma doença assintomática, deixando o paciente livre da dependência à insulina. A potencial cura para a doença é bloquear a ação de um hormônio específico, o glucagon, segundo pesquisa do Centro Médico da Univerisdade do Sudoeste do Texas, nos Estados Unidos, publicada na edição de fevereiro do Diabetes.

A partir de experimentos com camundongos, os cientistas descobriram que a insulina se torna completamente supérflua e sua ausência não causa diabetes ou qualquer outra anormalidade quando a ação do glucagon é suprimida. O glucagon é um hormônio produzido pelo pâncreas, que impede que indivíduos fiquem com baixos níveis de açúcar no sangue. Na deficiência de insulina, em pessoas com diabetes tipo 1, no entanto, os níveis de glucagon se tornam inadequadamente altos e fazem com que o fígado libere quantidades excessivas de glicose na corrente sanguínea. Esta ação é contrária à insulina, que trabalha para remover o açúcar do sangue.

Segundo Roger Unger, líder do grupo de pesquisa, a insulina era, até então, considerada uma substância "toda-poderosa" sem a qual nenhum ser humano conseguiria sobreviver. "Este novo tratamento pode ser considerado muito próximo a uma 'cura'", diz o professor. O tratamento com a insulina tem sido a salvação para o diabetes tipo 1 (de origem genética, em que a pessoa depende da insulina para viver) em humanos desde que foi descoberto, em 1922. Mas mesmo que a insulina regule os níveis de glicose no sangue, ela não consegue restaurar a tolerância normal do organismo a essa substância. Já eliminando a ação do glucagon, a tolerância à glicose volta ao normal.
Experimentos
No estudo da Universidade do Sudoeste do Texas, os cientistas usaram camundongos geneticamente modificados para bloquear a ação do glucagon e testaram sua tolerância à glicose. O teste, que pode ser usado para diagnosticar o diabetes, diabetes gestacional e pré-diabetes, mede a capacidade do organismo de metabolizar, ou eliminar, a glicose da corrente sanguínea.

Os cientistas descobriram que os camundongos que produziam insulina normalmente, mas sem os receptores do glucagon, responderam normalmente ao teste. A mesma resposta foi percebida nos animais com as células produtoras de insulina destruídas – caracterizando diabetes. Ao mesmo tempo em que não sofreram ação da insulina ou do glucagon, não desenvolveram a doença.

"Estes resultados sugerem que, se não há glucagon, pouco importa se você tem insulina ou não", diz Unger. "Isso não significa que a insulina não seja importante. Ela é essencial para o crescimento e desenvolvimento do homem até a idade adulta. Mas nesta última fase, pelo menos no que diz respeito ao metabolismo da glicose, o papel da insulina é controlar o glucagon. E se você não tem glucagon, não precisa de insulina".

Agora, cabe aos pesquisadores encontrar uma maneira de bloquear a ação do glucagon no organismo humano. Será o fim do tratamento com insulina injetável em diabéticos tipo 1.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Teste simples reduziria riscos em transfusões de sangue, diz associação

BRASÍLIA - O diretor administrativo da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, Dante Mário Longhi Júnior, disse que se o teste NAT (a sigla em inglês para Teste de Ácido Nucleico) fosse obrigatório no país, o risco de infecções contraídas por meio de transfusões de sangue diminuiria em até 20 vezes.

O teste NAT brasileiro é uma das inovações tecnológicas que estão sendo desenvolvidas para o combate às doenças retrovirais. A implementação gradual é feita pelo Ministério da Saúde, por meio da Coordenação da Política de Sangue. O procedimento serve para detectar o HIV e HCV (hepatite C), além de ampliar a segurança nos serviços de hemoterapia no Brasil.

Ele manifestou preocupação com a demora na adoção do teste, que ocorre devido ao custo significativo. "Não podemos, devido à justificativa econômica, deixar de garantir a maior segurança possível na transfusão realizada no Brasil. Os órgãos governamentais defendem a ideia de que esse teste tem custo relativamente elevado e que o Brasil está desenvolvendo um produto nacional. É pertinente, mas o Brasil deveria adotar esses testes que já existem no mercado e, só depois, desenvolver o nacional", disse em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Dante Longhi disse que o país está no sentido inverso. "Temos que tratar como prioridade a segurança nas transfusões e só então buscar novas opções, economicamente viáveis", acrescentou. Segundo ele, diversos estudos demonstram a segurança maior com a utilização do teste NAT, entre eles, um do Hospital das Clinicas, da Universidade de São Paulo.

"A transfusão de sangue é segura no Brasil, mas ainda deixa a desejar. O teste aumenta a segurança da transfusão, pois investiga a presença de alguns agentes infecciosos como, por exemplo, o HIV e os vírus da hepatite C e B, o que faz uma triagem do sangue que vai ser doado". Se o sangue tiver material genético de algum desses vírus, ele é desprezado.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Cientistas afirmam ter descoberto gene que espalha o câncer

Cientistas britânicos garantem ter descoberto o gene que propicia a extensão de muitos tipos de câncer, o WWP2, cujo bloqueio com remédios poderia representar um grande avanço na luta contra a doença.

A descoberta é obra de uma equipe da Universidade de Anglia Oriental, dirigida pelo doutor Andrew Chantry, que afirma que a identificação deste gene pode ser um grande passo para soluções médicas no prazo de uma década para deter os tipos de câncer mais agressivos.

Entre eles estão o de mama, cérebro, colo do útero e pele, que se alastram especialmente rápido.

"O desafio agora é identificar um medicamento potente que invada as células cancerígenas, destruindo a atividade do gene defeituoso", manifesta Chantry, cujo trabalho foi publicado na última edição da revista médica "Oncogene".

"Começamos a experimentar uma molécula que achamos que pode fazer o trabalho. Se esse for o caso, poderemos criar uma nova geração de um só remédio para vários tipos de câncer", explicou o especialista.

O WWP2 é produto de uma enzima que une os elementos químicos dentro das células e está presente em todos os organismos humanos.

"Todos temos o gene, mas quando ele é defeituoso modifica o processo e ajuda o câncer a se desenvolver e se espalhar para outras partes do corpo", manifestou o doutor Chantry.

Caso fosse desenvolvido um medicamento que desativasse o WWP2, os tratamentos convencionais e as cirurgias poderiam ser limitadas aos tumores cancerígenos primários sem o risco de se instalarem em outras partes do organismo.

A previsão de Chantry é de que este tratamento menos invasivo e com menos efeitos colaterais possa ser aplicado em um prazo de cinco a dez anos.

O grupo Câncer Resarch do Reino Unido expressou sua satisfação pela descoberta, mas com certa cautela.

"Nas décadas recentes, pesquisadores de todo o mundo descobriram genes que impulsionam o crescimento do câncer e esta pesquisa é mais uma em uma lista que segue crescendo", declarou Kat Arney, porta-voz da organização.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

AGU restringe poder da Anvisa na concessão de patente de medicamento

A disputa interna no governo sobre poderes para concessão de patente de medicamento e, por tabela, sobre a política para liberação de genéricos no mercado brasileiro ganhou mais um capítulo este mês, com parecer final da Advocacia-Geral da União (AGU).

O documento, assinado pelo advogado-geral da União, Luís Adams, restringe o poder da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na análise dos pedidos do direito de propriedade intelectual sobre remédios e garante poderes ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).

Integrantes de organizações não governamentais temem que a decisão dificulte a entrada de versões genéricas de medicamentos no mercado brasileiro. Algo que traria reflexos para consumidores e para o governo, que faz compras públicas para abastecer programas de distribuição gratuita de medicamentos. Por lei, o preço do remédio genérico não deve ultrapassar 65% do que é cobrado pelo produto de marca.

A queda de braço entre Inpi e Anvisa começou há dez anos, quando por lei foi determinado que a agência passasse a opinar também nos processos para concessão de patente de remédio. O Inpi considerou a mudança como uma espécie de "intervenção" em seu trabalho. Isso porque a análise da Anvisa, chamada anuência prévia, deveria ser feita depois de todo o processo aprovado no Inpi. Ao longo desses anos, dos 1.596 pedidos aprovados pelo Inpi, 145 foram reprovados pela Anvisa. Em outros 1.161, a anuência prévia foi concedida e, com isso, a patente liberada.

Professor da Faculdade de Medicina de São Paulo e ex-presidente da Anvisa, Gonzalo Vecina lembra que a anuência prévia foi criada para garantir uma análise mais criteriosa dos pedidos de patente. "Havia também uma motivação política: proteger a perspectiva de entrada de novos genéricos no mercado."

Risco. O parecer assinado por Adams que restringe poderes da Anvisa confirma uma decisão que já havia sido dada em novembro de 2009, mas que foi questionada pela agência. Para a AGU, durante a anuência prévia, a agência tem de analisar apenas um quesito: o eventual risco oferecido pelo novo medicamento. Antes desse parecer, a Anvisa avaliava também três quesitos indispensáveis para concessão da patente: novidade, atividade inventiva e propriedade intelectual - tarefa que o Inpi garante ser apenas sua atribuição. "Temos critérios mais rigorosos para isso, daí a quantia de pedidos concedidos pelo instituto e negados pela agência", afirma o coordenador de Propriedade Intelectual da Anvisa, Luís Wanderlei Lima.

Uma visão considerada presunçosa pelo procurador-geral do Inpi, Mauro Maia. "Esse argumento extrapola a discussão jurídica. Além disso, basta analisar o quadro de técnicos do Inpi para verificar que tal afirmação não se sustenta. São todos de alto nível."

Lima garante que o parecer da AGU é impossível de ser cumprido. "Não há, no momento da análise da patente, informações suficientes para dizer se o produto oferece risco à saúde", assegura. Ele observa que uma substância pode ser alvo de mais de uma patente. "Vários quesitos que precisam ser analisados na análise da segurança não estão disponíveis no momento da patente."

Como a Anvisa é uma autarquia, ela terá de seguir as recomendações da AGU. Não há como recorrer. "Só nos sobrou a alternativa de dizer sim", disse Lima. "Gostaria apenas de saber qual interesse a AGU em fazer essa alteração. Ela não atende interesses da população, nem mesmo do governo. Ela comunga apenas com o interesse de parte das indústrias farmacêuticas."

O procurador do Inpi reconhece que em vários processos a Anvisa não terá informações necessárias para avaliar a segurança do produto a ser patenteado. "Mas isso não significa que a lei de patentes, o dispositivo que cria a anuência prévia, transformou-se em letra morta."


PERGUNTAS & RESPOSTAS

Validade é de 20 anos


1. O que é patente?

É um título de propriedade concedido pelo Estado ao inventor do produto ou do processo, por um tempo determinado. A patente assegura ao seu detentor o direito de exclusividade na exploração do produto.

2. Quais são requisitos da patente?

O autor do pedido da patente deve comprovar a novidade, a atividade inventiva (a obtenção do produto deve envolver processo criativo) e sua aplicação industrial.

3. Qual o prazo de validade de uma patente?

A patente de invenção vigora pelo prazo de 20 anos.

4.Qual a diferença no caso de medicamentos?

Além do Inpi, o processo é avaliado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Depois de aprovado pelo Inpi, o processo era remetido para a agência, que fazia uma segunda análise.




domingo, 23 de janeiro de 2011

Estudo sueco investiga por que alguns diabéticos não têm complicações

SÃO PAULO - Muitas pesquisas têm sido realizadas para descobrir os motivos pelos quais as pessoas com diabete desenvolvem complicações. Agora, cientistas fazem a pergunta inversa: eles querem saber por que alguns pacientes não têm essas complicações. O que é que os protege? O estudo Prolong (de "PROtetor da LONGevidade") pretende responder à questão.

"A maioria dos diabéticos, ao longo dos anos, desenvolve complicações graves ou fatais, mas entre 10% e 15% estão livres. Eles são os únicos em que estamos interessados", afirma Valeriya Lyssenko, que conduz o estudo juntamente com Peter Nilsson, ambos do Centro de Diabete da Universidade de Lund, na Suécia.


As principais complicações da diabete incluem doenças renais (nefropatias), lesões oculares (retinopatia), ataques cardíacos e derrames.


Artérias rígidas e açucaradas


Apesar de décadas de intensa pesquisa sobre as complicações da diabete, esses mecanismos fundamentais ainda não são totalmente conhecidos. Também não é possível prevenir ou tratar os danos aos vasos sanguíneos que atingem a maioria dos pacientes.


O risco de morrer de doenças cardiovasculares é de duas a três vezes maior para os doentes do que para os não-doentes. Os pequenos vasos sanguíneos também são prejudicados. Depois de apenas 10 anos com diabete, 70% das pessoas terão algum tipo de dano renal que poderá progredir para insuficiência. Como muitos sofrem de complicações oculares, alguns desenvolvem deficiência grave e 2% ficam cegos.


"Os vasos sanguíneos e outros órgãos do corpo tornam-se revestidos de açúcar e rígidos. É similar ao envelhecimento biológico precoce", compara Nilsson.


Metade dos "veteranos"


Talvez a própria natureza possa responder à pergunta de por que alguns pacientes são protegidos. Hoje existem cerca de 12 mil pessoas na Suécia com diabete há mais de 30 anos, das quais 1.600 têm a doença há mais de 50 anos.


"Cerca de metade desses 'veteranos' não têm maiores complicações. Dois terços dos que têm essa condição há mais de 50 anos escaparam de problemas relacionados. É claro que essas pessoas são diferentes e queremos saber o que é que as protege", afirma Valeriya.


Maior risco passa depois de 30 anos


O levantamento piloto, na província sueca de Escânia, avalia pacientes com diabete há mais de 30 anos. Num estágio posterior, portadores serão recrutados em todos os hospitais e centros de saúde do país. Eles serão comparados com os diabéticos que já desenvolveram complicações graves, apesar de terem a doença há menos de 15 anos.


O limite de 30 anos foi escolhido porque um indivíduo que tem diabete há muito tempo sem desenvolver complicações é improvável que apresente isso mais tarde.


Copiar os mecanismos de proteção da natureza


Os participantes vão responder a perguntas sobre sua vida e as doenças que eles ou seus parentes próximos apresentam. Várias amostras de sangue, incluindo testes genéticos, serão analisadas, e parentes dos voluntários também serão convidados a colaborar.


"Se pudermos identificar os fatores que protegem esses veteranos de complicações devastadoras, então pode ser possível desenvolver drogas que façam a mesma coisa", avalia Valeriya.




sábado, 22 de janeiro de 2011

Testes em avaliação prometem detectar Alzheimer

Um exame de tomografia cerebral capaz de detectar as placas no cérebro que causam a doença de Alzheimer se mostrou eficaz em estudos e está em processo de análise pelo governo dos EUA.

Um comitê consultivo da FDA (agência americana que regula alimentos e remédios) está revisando a pesquisa para avaliar se esse exame deve ser aprovado para comercialização.

Um segundo estudo mostrou que um exame de sangue pode detectar a beta-amiloide, proteína que forma a placa do Alzheimer.

Segundo os pesquisadores, o teor da proteína no sangue pode estar ligado ao risco de problemas de memória. Os dois estudos foram publicados na quarta-feira pelo "Journal of the American Medical Association".

"Trata-se de duas pesquisas muito importantes", disse Neil Buckholtz, diretor da divisão de demência senil no Instituto Nacional do Envelhecimento, dos EUA.

O novo exame de tomografia cerebral usa um corante desenvolvido pela Avid Radiopharmaceuticals, agora controlada pela Eli Lilly.

O corante gruda nas placas presentes no cérebro dos pacientes e as torna visíveis em tomografias por emissão de pósitron (PET).

O estudo da Avid foi feito com 152 pessoas próximas do fim da vida que concordaram em passar por tomografias cerebrais e em terem seus cérebros autopsiados depois da morte. Os pesquisadores queriam saber se as tomografias revelariam a presença das mesmas placas exibidas por uma autópsia.

Vinte e nove dos pacientes morreram e passaram por autópsias. Em 28 casos, houve coincidência entre a tomografia e a autópsia.

Caso a FDA aprove essa tomografia, o exame pode determinar se um paciente com demência tem ou não Alzheimer. Se não tiver, os médicos terão de considerar diagnósticos alternativos.

O método também pode ser usado por empresas que estão testando remédios para remover as placas do cérebro. As tomografias podem demonstrar se os medicamentos estão funcionando.

O outro estudo, de um exame de sangue, foi conduzido pela médica Kristine Yaffe, da Universidade da Califórnia, com 997 participantes com idade média de 74 anos.

Eles foram acompanhados por nove anos e passaram por testes de memória e exames de sangue que buscavam beta-amiloide.

A beta-amiloide, que fica no cérebro, vai para o fluido espinhal. De lá, pode entrar na corrente sanguínea. Quando a proteína se acumula em forma de placa, seu nível no fluido espinhal cai, indicando Alzheimer.

Yaffe e sua equipe queriam saber se era possível detectar a proteína no sangue em vez do fluido espinhal.

O método é difícil: o teor da proteína no sangue é muito inferior ao encontrado no fluido espinhal, e parecem existir outros motivos possíveis para sua presença no sangue, o que confunde os resultados de teste.

Ainda assim, diz Ronald Petersen, presidente do conselho de consultoria médica e científica da Associação de Alzheimer, um teste como esse é necessário.

Caso sejam desenvolvidos tratamentos que detenham a doença, seria importante começar a usá-los antes que os danos sejam irreversíveis.

"Precisamos de uma ferramenta barata e segura para uso em larga escala, como os testes de colesterol."

A ideia seria usar esse teste para uma primeira filtragem e depois submeter as pessoas que apresentem resultados positivos a tomografias e ressonâncias, por exemplo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Câncer contagioso usa DNA do hospedeiro para consertar mutações

SÃO PAULO - Cientistas do Imperial College de Londres descobriram que uma forma peculiar de câncer contagioso - encontrado em cães, lobos e coiotes - pode consertar sozinha suas mutações genéticas adotando genes do animal hospedeiro. A descoberta pode ajudar a impedir a propagação de doenças semelhantes em outros animais e a compreender a progressão do câncer entre espécies. O estudo foi apresentado na última edição da revista Science.

O Tumor Venéreo Transmissível Canino (TVTC) é uma forma muito pouco comum de câncer e é sexualmente transmissível, embora também possa se espalhar por lambidas ou mordidas na área afetada pelo tumor. As próprias células cancerosas passam de cão para cão, agindo como um parasita em cada animal infectado. Encontrado na maior parte das raças do mundo, os cientistas acreditam que o CTVT seja muito similar ao câncer observado nos demônios da Tasmânia.

No estudo, os pesquisadores britânicos revelaram o processo pouco comum que ajuda a célula cancerosa a sobreviver roubando pequenas "fábricas de energia" cheia de DNA das células dos animais infectados: as mitocôndrias. Elas então incorporam as mitocôndrias como se fossem suas próprias. A equipe de cientistas acredita que isso acontece por que os genes nas mitocôndrias do tumor têm a tendência a sofrer mutações.

Os resultados são surpreendentes pois as mitocôndrias - e seus genes - normalmente só são passadas de mãe para filho. Essa foi a primeira vez que a transferência mitocondrial entre células distintas foi observada ocorrendo na natureza.

Inicialmente o objetivo da pesquisa era entender como os cânceres encontrados em diferentes partes do mundo estão relacionados entre si, usando análise de DNA. No entanto, a equipe descobriu que o DNA do núcleo das células era diferente do DNA mitocondrial. Eles notaram que havia mais proximidade dos cânceres com os cães que com os outros cânceres. Foi esse dado que indicou o processo de adoção de mitocôndrias.

Os pesquisadores acreditam que o processo somente ocorra caso a célula cancerosa precise reparar suas próprias mitocôndrias. Um alta taxa de mutações genéticas leva a mitocôndrias não-funcionais nas células do TVTC, o que provoca uma perda de produtividade.

Em um estudo anterior os pesquisadores determinaram que o TVTC mais antigo surgiu em um cão ou lobo há 10 mil anos.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Transplante pioneiro de laringe restaura voz de americana

Uma mulher norte-americana voltou a falar pela primeira vez em 11 anos após um transplante pioneiro de laringe. Brenda Jensen, 52, disse que a operação realizada na Califórnia foi um milagre que restaurou sua vida.A informação foi publicada nesta quinta-feira no site da "BBC News".

Treze dias após a cirurgia, ela disse suas primeiras palavras: "Bom dia, eu quero ir para casa."

É a primeira vez que uma laringe e uma traqueia são transplantada ao mesmo tempo e apenas a segunda vez que uma laringe é transplantada.

Jensen estava impossibilitada de falar por conta própria desde que sua laringe foi danificada durante uma cirurgia em 1999. O tubo usado para manter as vias respiratórias abertas feriu sua garganta, impedindo sua respiração.

Desde então, ela estava incapacitada de sentir o gosto ou o cheiro de comida, respirava apenas por um buraco na traqueia e falava somente com a ajuda de uma laringe eletrônica.

CIRURGIA PIONEIRA

Em outubro, cirurgiões da Centro Médico Davis da Universidade da Califórnia removeram a laringe, tireoide e 6 cm da traqueia do organismo de um doador.

Em uma operação de 18 horas, os órgãos foram transplantados na garganta de Jensen.

Treze dias depois, ela disse suas primeiras palavras, mesmo rouca. Agora consegue falar facilmente por longos períodos de tempo.

"A operação restaurou a minha vida, me sinto abençoada por ter tido essa oportunidade. É um milagre", disse.

Ela também está aprendendo a engolir novamente.

"Todo dia é um novo começo para mim. Estou me dedicando para usar minhas cordas vocais e treinar os músculos para engolir. Provavelmente eu nunca mais poderei cantar em um coral, mas é emocionante falar normalmente. Mal posso esperar para comer, beber e nadar de novo."

O professor Martin Birchall, da University College London, que fez parte da equipe de cirurgia, disse: "A laringe é um dos órgãos neuromusculares mais sofisticados no corpo. Aprendemos que podemos reparar nervos que permitem que muitos órgãos complexos funcionem novamente."

Um transplante de laringe pode mudar uma vida, mas não salva vidas. O procedimento é raro. O único caso documentado aconteceu na Clínica Cleveland, em 1998.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Venda de calmante dispara no Brasil

A venda do ansiolítico clonazepam disparou nos últimos quatro anos no Brasil, fazendo do remédio o segundo mais comercializado entre as vendas sob prescrição.Entre 2006 e 2010, o número de caixinhas vendidas saltou de 13,57 milhões para 18,45 milhões, um aumento de 36%. O Rivotril domina esse mercado, respondendo por 77% das vendas em unidades (14 milhões por ano).

O levantamento foi feito pelo IMS Health, instituto que audita a indústria farmacêutica, a pedido da Folha. O tranquilizante só perde hoje para o anticoncepcional Microvlar (em média, 20 milhões de unidades por ano).

Para os psiquiatras, há um abuso na indicação desse medicamento tarja preta, que causa dependência e pode provocar sonolência, dificuldade de concentração e falhas da memória.

Eles apontam algumas hipóteses para explicar o aumento no consumo: as pessoas querem cada vez mais soluções rápidas para aliviar a ansiedade e o clonazepam é barato (R$ 10, em média).

Médicos de outras especialidades podem prescrever o ansiolítico e há falta de fiscalização das vigilâncias sanitárias no comércio da droga.

Procurada, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não se manifestou sobre o assunto.

Para o psiquiatra Mauro Aranha de Lima, conselheiro do Cremesp (Conselho Regional de Medicina), é "evidente" que existe indicação inapropriada do remédio, especialmente por parte de médicos generalistas, não familiarizados com a saúde mental.

Muitos pacientes, segundo ele, já chegam ao consultório com queixas de ansiedade e pedindo o Rivotril. "As pessoas trabalham até tarde, chegam em casa ansiosas e querem dormir logo. Não relaxam, não se preparam para o sono. Tomar Rivotril ficou mais fácil", diz ele, também presidente do Conselho Estadual Sobre Drogas.

Lima explica que entre as medidas adotadas pelo Cremesp para conter o abuso no uso do remédio estão cursos de educação continuada voltados a médicos generalistas.

Na sua opinião, a precariedade do atendimento de saúde mental no país também propicia o abuso do remédio.

INDICAÇÃO DE AMIGO

O psiquiatra José Carlos Zeppellini conta que recebe muitos pacientes que não tinham indicação para usar o remédio e que se tornaram dependentes da droga.

"Em geral, começaram a tomá-lo por sugestão de amigos e vizinhos, em um momento de tristeza, após terminar um namoro, por exemplo. Não é doença. Depois, não conseguem parar de tomá-lo porque têm medo de não se adaptar. É mais uma dependência psíquica do que física", acredita ele.

Entre os usuários do Rivotril, existe um misto de glamorização e demonização em relação à droga.

Páginas no Facebook, classificadas na categoria entretenimento, tratam o Rivotril como "remedinho maravilhoso". Outros grupos on-line, porém, discutem a dependência e os efeitos colaterais do remédio.

A AÇÃO DO TRANQUILIZANTE

ANSIEDADE

Estimula a ação de um ácido (conhecido como gaba) no cérebro, que inibe a ativação de áreas relacionadas ao medo e à ansiedade

SONO

Reforça os estágios do sono REM, que correspondem aos períodos de sonhos, mas reduz os estágios não REM. Essas fases são justamente as que restauram as atividades nos neurônios

INDICAÇÕES

Tratamento de vários transtornos mentais, como síndrome do pânico, distúrbio bipolar, depressão (usado como coadjuvante de antidepressivos). O remédio não é recomendado para aliviar tensões do cotidiano

EFEITOS COLATERAIS

Sonolência, movimentos anormais dos olhos, movimentos involuntários dos membros, fraqueza muscular, fala mal articulada, tremor, vertigem, perda de equilíbrio, dificuldades no processo de aprendizagem e de memorização

DEPENDÊNCIA

O tempo varia de pessoa para pessoa. Pode acontecer em um mês ou em um ano. Pacientes que tomam clonazepam não podem consumir álcool

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Exército ajuda a partir de hoje no combate à dengue em CG

A Secretaria Municipal de Saúde passa a contar com o apoio do Exército no combate à dengue e à leishmaniose. Cerca de 100 homens serão disponibilizados pelo Comando Militar do Oeste para esta ação. A parceria entre a Prefeitura de Campo Grande e o CMO acontece desde 2007, quando a cidade enfrentou uma epidemia de dengue. A atuação dos militares se estenderá até o dia 25 de março.

“A administração municipal reconhece este apoio, o espírito do dever cívico com que o Exército sempre pelo bem estar da sociedade”, enfatizou o prefeito Nelson Trad Filho ao ser informado, oficialmente, na última semana, sobre a participação dos militares num trabalho de extrema importância para a população em geral. Nelsinho recebeu em seu gabinete o secretário Leandro Mazina, titular da Sesau, e alguns diretores que lhe apresentaram um balanço sobre a greve dos agentes de saúde e de controle de epidemiologia. O encontro teve a presença do vice-prefeito Edil Albuquerque.

O prefeito aproveitou a oportunidade para reforçar a postura da administração municipal “de não negociar com servidores em greve”. Embora a parceria com o Exército ocorra há quatro anos, Nelsinho reconheceu que neste momento ela terá um valor ainda maior em razão da paralisação de alguns servidores que atuam no combate à dengue e à leishmaniose. Os militares serão divididos em seis turmas de 15 homens cada uma.

Treinamento – Presente à reunião, que aconteceu no dia 10 de janeiro no gabinete do prefeito, o chefe do Serviço de Controle de Vetores do Centro de Controle de Zoonoses, Alcides Ferreira informou que antes de irem a campo, os militares serão treinados por técnicos do CCZ. “Solicitamos que, na medida do possível, integrem as equipes homens que já atuaram neste tipo de ação. Independentemente deste fator, todos serão treinados”, informou.

Cada equipe do Exército contará com um caminhão, um motorista e um sargento no comando. O efetivo ainda contará com quatro equipes de apoio (carros e motoristas). Pela parceria, a administração municipal arcará com as despesas de combustível, manutenção dos veículos e refeições para todo o efetivo.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Pílula de óleos essenciais oferece alívio para a TPM, mostra pesquisa brasileira

Uma pílula contendo uma mistura de óleos essenciais se mostrou significantemente eficaz na redução dos sintomas da tensão pré-menstrual (TPM). Cientistas da Universidade Federal de Pernambuco conduziram testes randomizados do novo medicamento em 120 mulheres. Eles apresentaram nesta segunda-feira, 17, os resultados do trabalho na revista Reproductive Health.

"A administração de 1 a 2 gramas de ácidos graxos essenciais a pacientes com TPM resultou em uma diminuição significativa dos sintomas. Além disso, a prescrição de um suplemento de dieta não resultou em mudanças nos níveis de colesterol das pacientes avaliadas", disse Edilberto Rocha Filho, que trabalhou na equipe de testes.

As mulheres que receberam as pílulas com 2 gramas de uma combinação de ácido gamalinolênico, ácido oleico, ácido linoleico, outros ácidos poliinsaturados e vitamina E relataram melhorias significativas nos sintomas da TPM três meses depois do início do tratamento. Poucos efeitos colaterais foram ligados ao medicamento.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Teste de vacina contra malária mostra proteção de longa duração

Uma vacina experimental contra a malária da GlaxoSmithKline oferece a crianças africanas uma proteção duradoura, embora sua eficácia diminua ligeiramente ao longo do tempo, de acordo com dados de um estudo inacabado, publicado na sexta-feira (14). Os experimentos foram conduzidos no Instituto de Pesquisa Médica do Quênia.

Segundo os pesquisadores, os resultados mostram que a vacina oferece 46% de proteção por 15 meses.

A malária é uma doença infecciosa transmitida por mosquitos que ameaça mais da metade da população mundial. A maioria das vítimas são crianças menores de 5 anos que vivem em países pobres da África subsaariana.

O último relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde) sobre a doença encontrou avanços na última década, como a queda da estimativa de mortes, de quase um milhão em 2000 para 781.000 em 2009.

O estágio avançado de testes da vacina da GSK --conhecido como RTS, S ou Mosquirix-- está em andamento com 16.000 crianças em sete países da África. A imunização termina no próximo mês.

Se os dados mostrarem que a vacina é realmente eficaz, ela poderá ser licenciada e lançada em 2015.

O estudo, realizado entre março de 2007 e outubro de 2008, envolveu 894 crianças com idade superior a cinco meses, no Quênia e na Tanzânia.

Os primeiros resultados, publicados em 2008, mostraram que a vacina deu 53% de proteção contra a malária, pelo menos por oito meses, mas pesquisadores liderados por Ally Olotu, no instituto em Kilifi, Quênia, querem averiguar se a proteção durararia mais tempo.

Os resultados publicados na revista "The Lancet" mostraram que após 15 meses de acompanhamento, a eficácia da vacina não tinha diminuído muito. As crianças vacinadas ainda tinham 46% menos probabilidade de contrair a doença em relação àquelas que não tinham sido imunizadas.

"Mais estudos são necessários para estabelecer a eficácia da vacina, por exemplo, em crianças infectadas pelo HIV ou desnutridas", disse Olotu no estudo. Ele ainda acrescentou que devem ser feitos novos testes em locais com intensidade diferente de transmissão para confirmar os resultados.

O diretor do laboratório GSK (GlaxoSmithKline) Andrew Witty, disse que, se a eficácia da vacina for demonstrada, ela será vendida a um preço acessível a quem mais precisa dela. A empresa informou que está planejando uma margem de lucro de 5% sobre o custo de fabricação, que seriam reinvestidos em novas vacinas contra a malária e outras doenças negligenciadas.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Argentina está vigilante pela ameaça de dengue, gripe A (H1N1) e sarampo

BUENOS AIRES - Autoridades sanitárias da Argentina reiteraram nesta quinta-feira, 13, alertas à população para prevenir contágios de dengue, doença em proliferação na fronteira com o Brasil e o Paraguai, onde calcula-se que haja 1 milhão de infectados.
Outra preocupação do governo do país vizinho é sobre o contágio de sarampo e gripe A (H1N1), depois da detecção de que viajantes procedentes de países europeus contraíram essas doenças.
A dengue é uma ameaça latente no nordeste da Argentina, zona subtropical na fronteira com o Paraguai e o Brasil, insistiu Alejandro Collia, ministro da Saúde da província de Buenos Aires, onde reside cerca de um terço dos 40 milhões de argentinos.
"É preciso usar repelente de insetos e calça comprida, principalmente no início da manhã e no entardecer, que é quando o mosquito que transmite a dengue costuma atacar", disse o político à rádio portenha Continental.
Collia estima que no Paraguai e Brasil haja 1 milhão de pessoas contaminadas pela dengue, que em 2009 infectou cerca de 50 mil argentinos e causou cerca de dez mortos. Ele ressaltou que "não se devem tomar aspirinas", porque o remédio favorece hemorragias provocadas pela doença, transmitida pelo Aedes aegypti.
O ministro advertiu que as pessoas que viajarem à Europa devem tomar precauções para evitar contágios de sarampo e gripe A (H1N1), isso porque recentemente indivíduos que retornaram da Bélgica, Inglaterra e Suécia estavam infectados.
Collia repetiu as recomendações de evitar aglomerações e manter as mãos limpas para prevenir a gripe A (H1N1), que em 2009 causou 500 mortes e 10 mil contaminações. A proliferação obrigou a suspensão das aulas em escolas e universidades de 17 das 23 províncias argentinas.
Já o sarampo "voltou a zero" na Argentina, depois que a doença retornou ao país no ano passado pelo contágio de torcedores que foram à Copa do Mundo da África do Sul. As advertências de Collia estão em sintonia com as feitas há poucos dias pelo ministro de Saúde argentino, Juan Manzur, que assegurou que "o sistema de alarme sanitário do país funciona".

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Tempo demais sentado eleva risco cardíaco

Levantar mais vezes, mesmo que seja para beber água ou mudar o canal da televisão, diminui o risco de desenvolver doenças cardíacas.

A conclusão é de pesquisadores da Universidade de Queensland, Austrália, em estudo publicado hoje na versão on-line da revista "European Heart Journal".

Segundo a pesquisa, até quem é sedentário, mas faz várias pausas para levantar durante o dia, tem menor risco do que quem faz atividades físicas e fica longos períodos sentado.

A pesquisa acompanhou 4.757 pessoas com mais de 20 anos entre 2003 e 2006. Cada voluntário recebeu um aparelho que monitorou a atividade física durante sete dias.

Também foram medidos os níveis de quatro marcadores de risco de doença cardiovascular: a quantidade de uma proteína que sinaliza a formação de aterosclerose, os níveis de HDL (colesterol "bom"), triglicérides e a circunferência abdominal.

Quem se movimentou mais teve todos os índices melhores.

A diferença mais significativa foi na circunferência abdominal: os participantes que ficaram menos tempo sentados sem pausas tiveram, em média, 4,1 centímetros a menos de cintura do que as pessoas que ficaram paradas na mesma posição.

"Já se sabe que a atividade física moderada ou intensa reduz o risco cardiovascular. O surpreendente é que o estudo mostra que mesmo as pequenas quebras no sedentarismo já ajudam", diz Raffael Fraga, cardiologista do Incor (Instituto do Coração).

Segundo Fraga, uma das explicações é que mesmo as atividades físicas mais leves aumentam o gasto energético total diário e, consequentemente, ajudam a diminuir a circunferência abdominal.

A gordura intra-abdominal está relacionada à probabilidade maior de desenvolver aterosclerose e também ao aumento do colesterol.

"Qualquer redução na gordura abdominal já representa uma queda de risco. Quatro centímetros é uma diferença muito grande", diz o cardiologista Ricardo Pavanello, do HCor (Hospital do Coração).

O recomendado, segundo a Federação Internacional de Diabetes, é que mulheres tenham no máximo 80 cm de cintura e homens, 94 cm.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

21 Estados apresentam alto risco de epidemia de dengue neste verão

Dezesseis Estados do País estão sob risco muito alto de enfrentar uma epidemia de dengue neste verão e outros cinco estão sob risco alto. O cálculo, feito com base numa ferramenta criada pelo governo, leva em conta índices de infestação pelo mosquito que transmite a doença e a cobertura de abastecimento de água.
No primeiro levantamento feito com essa nova ferramenta, em setembro do ano passado, 10 Estados se enquadravam como de risco muito alto e 9, de risco alto. Diante do crescimento, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reuniu-se ontem com representantes de 12 ministérios e com a presidente Dilma Rousseff para traçar um plano de combate à doença.
Entre as linhas definidas está a de, a médio prazo, dar prioridade para áreas de risco de dengue na concessão de projetos de saneamento e resíduos sólidos. De acordo com ministério, no Norte e Nordeste, a maior parte dos criadouros do mosquito transmissor da dengue são encontrados em caixas d"água, tambores, tonéis e poços, usados pela população para driblar a falta abastecimento de água.
Para evitar que a doença alcance proporções semelhantes às de 2010, o ministério afirmou ter reservado R$ 1,08 bilhão para as ações de combate. Os recursos, no entanto, já haviam sido anunciados ano passado.
O Ministério da Saúde não tem informação sobre os números da doença registrados neste ano. No entanto, o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou que, no momento, a maior preocupação está voltada para Amazonas e Rio Branco, regiões onde há um aumento crescente do número de casos. Técnicos do ministério foram enviados ao Amazonas e, na sexta-feira, deverão concluir se há uma epidemia no Estado, que na semana passada registrou um caso de dengue tipo 4, que estava ausente do País havia 28 anos.
O aumento de áreas consideradas de risco e alto risco entre setembro e janeiro é atribuído à atualização de dados do novo Levantamento Rápido de Índices de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa). Mas, além disso, Padilha afirma que o ministério preferiu ser "mais conservador".
"Entre 16 Estados considerados como de risco muito alto, dois reuniam condições para serem rebaixados. Preferimos manter a mobilização", afirmou o ministro da Saúde.
No cenário divulgado ontem, São Paulo, Paraná, Rondônia e Distrito Federal têm risco moderado para a doença. Os Estados considerados de alto risco estão localizados na Região Norte e Nordeste (mais informações nesta página). Rio Grande do Sul tem transmissão focalizada.
Mobilização. Na próxima semana, Padilha deverá se reunir com governadores de Estados onde a situação é mais crítica. O ministro também informou que o Ministério da Saúde deverá fazer acompanhamento sistemático da implantação dos planos de contingência para a doença - onde são previstos esquemas de emergência para casos de um aumento elevado do número de pacientes na cidade. Até hoje, Estados de Pernambuco, Minas, Rio Grande do Norte, Tocantins, Paraná e Rio Grande do Sul não apresentaram seus projetos para casos de epidemia de dengue.
Além disso, foi determinado que os 70 municípios considerados prioritários deverão informar diariamente óbitos suspeitos de terem sido provocados pela dengue e, semanalmente, o número de pacientes com suspeita.
Ontem, ministério divulgou também os números de infestação do mosquito Aedes aegypti em 370 municípios. Desse total, 24 estão com risco de surto - incluindo as capitais Rio Branco e Porto Velho. Outros 154 estão em situação de alerta, dos quais 14 são capitais.
O governo não tem dados fechados sobre dengue no ano passado. Entre janeiro e outubro de 2010, foram notificados 936.260 casos suspeitos da doença. Em 2009, foram 323.876 confirmados. Até outubro de 2010, foram contabilizadas 598 mortes suspeitas de terem sido provocadas pela dengue. Em 2009, foram confirmadas 298 mortes.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Surto de cólera no Haiti ainda não atingiu seu pico, diz OMS

A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou nesta terça-feira (11 Jan) que o surto de cólera no Haiti ainda não atingiu seu pico. "Nós acreditamos que o pico não foi atingido. Ainda terão muitos casos de cólera no Haiti, isto é certo. Mas menos pessoas morrerão", afirmou a porta-voz da OMS, Fadela Chaib.
Chaib explicou que a taxa de mortalidade diminuiu, chegando a 2,2%, contra os 9% anteriormente registrados. Caso atinja o índice de 1%, a doença será considerada sob controle. A porta-voz, no entanto, alertou que cidades do interior ainda têm 100 novos casos da doença por dia. Desde o último mês de outubro, o país contabilizou 171 mil infecções, com 3.651 mortes.
Considerado o país mais pobre do continente americano, o Haiti foi atingido por um terremoto de mais de 7 graus na escala Richter em 12 de janeiro de 2010. Além de 250 mil mortos, 300 mil pessoas ficaram feridas e 1,5 milhão desabrigadas. Pouco depois, veio o surto de cólera, cujos primeiros casos foram detectados em outubro.
Chaib explicou que a taxa de mortalidade diminuiu, chegando a 2,2%, contra os 9% anteriormente registrados. Caso atinja o índice de 1%, a doença será considerada sob controle. A porta-voz, no entanto, alertou que cidades do interior ainda têm 100 novos casos da doença por dia. Desde o último mês de outubro, o país contabilizou 171 mil infecções, com 3.651 mortes.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Rio aprova lei para aumentar doação de medula óssea

Uma nova lei aprovada no Rio de Janeiro na semana passada e publicada no Diário Oficial hoje vai possibilitar o aumento do cadastro de doadores de medula óssea no Estado. A lei, de autoria do deputado Wagner Montes (PDT), autoriza o governo a implantar, no ato da doação de sangue na rede estadual, a realização do teste de tipagem HLA, com o envio dos dados para o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).


De acordo com a nova norma, a realização do teste e o envio de informações ao Redome dependerão de um termo de consentimento para cadastro, assinado pelo doador. Será informado ao doador, ainda, que sua inclusão no Redome não implicará em obrigatoriedade de doação, que será consentida por ele somente quando houver paciente compatível.

Segundo Wagner Montes, o transplante de medula óssea é a única esperança de cura para pessoas com leucemia e outras doenças sanguíneas. "Como a compatibilidade genética é estatisticamente rara, é necessário um banco de doadores muito grande", justifica o deputado.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Falha nas células-tronco do couro cabeludo explica calvície, diz estudo

Homens carecas têm problemas na ativação de células-tronco do couro cabeludo, de acordo com pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. A notícia foi publicada no site da BBC.

Usando amostras de células de homens submetidos a transplante de cabelo, a equipe comparou os folículos do couro cabeludo calvo e do couro cabeludo com cabelo e descobriu que, apesar de as áreas calvas terem o mesmo número de células-tronco, elas tinham uma menor quantidade de um tipo específico de célula, capaz de gerar cabelos novos.

Segundo os pesquisadores, é como se houvesse um defeito na fabricação. O trabalho foi publicado no "Journal of Clinical Investigation".

O fato de ter um número normal de células-tronco faz com que os autores do trabalho imaginem que seja possível reestabelecer a função das células e reverter a calvície.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Tecnologia permite diagnóstico precoce de Alzheimer em amostra de sangue

SÃO PAULO - Uma nova tecnologia capaz de diagnosticar condições como esclerose múltipla e Alzheimer promete auxiliar a identificação precoce de inúmeras doenças, inclusive vários tipos de câncer. E basta uma pequena amostra de sangue para realizar o exame.

Um artigo divulgado nesta quinta-feira, 6, na revista científica Cell apresenta resultados promissores em pacientes com Alzheimer. Antes, os cientistas já haviam testado a tecnologia em camundongos com um problema semelhante à esclerose múltipla. Tanto em animais quanto em humanos o exame de sangue diagnosticou as doenças com precisão.

O responsável pelo estudo, Thomas Kodadek, admite que, por enquanto, um teste assim não representa uma esperança tão grande para pessoas com Alzheimer, pois ainda não há terapias muito eficazes. Contudo, a mesma metodologia poderá servir para criar exames de diagnóstico precoce de câncer, aumentando as chances de tratamento.


"Já temos bons resultados preliminares em pacientes com tumores de pâncreas e pulmão, além de Parkinson", afirmou Kodadek em entrevista ao Estado. "Agora precisamos testar o exame em um número maior de voluntários." O pesquisador trabalha no Instituto de Pesquisa The Scripps, na Flórida, entidade privada sem fins lucrativos.


A empresa Opko Health Laboratories pretende comercializar os testes. "O exame para Alzheimer deverá estar pronto até o fim do ano, mas não dá para prever quanto tempo a FDA (órgão americano de vigilância sanitária) vai demorar para autorizá-lo", pondera Kodadek. "Esperamos que, em 2011, seja a vez dos testes para câncer de pâncreas e pulmão."

Inovação


O novo exame procura no sangue anticorpos específicos que denunciariam a ocorrência de uma determinada doença. A abordagem não é nova. Vários testes já disponíveis no mercado buscam anticorpos para diagnosticar doenças.


Contudo, muitas vezes é difícil identificar o antígeno que provoca - e também orienta - a produção dos anticorpos. O antígeno pode ser uma molécula da cápsula de um vírus, da parede celular de uma bactéria ou da membrana de uma célula cancerosa capaz de estimular o sistema imunológico.


Até agora, para descobrir os anticorpos úteis para o diagnóstico, os cientistas precisavam identificar os antígenos do agente causador da doença. "Kodadek descobriu uma nova abordagem para reconhecer anticorpos específicos sem precisar dos antígenos naturais", explica James Anderson, dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), um dos principais financiadores da pesquisa.

Os antígenos foram substituídos por moléculas sintéticas conhecidas como peptoides, que imitam a estrutura e as propriedades das proteínas. Os peptoides, de alguma forma, simulam os antígenos, ligando-se aos anticorpos específicos.


Cuidados


O novo exame deve demorar alguns anos para chegar ao mercado. De qualquer forma, a presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), Viviane Abreu, destaca a importância do diagnóstico precoce, que só pode ser realizado por um especialista. Dessa forma, o paciente pode tomar decisões que preservem sua autonomia e auxiliem o tratamento.


Vale a pena procurar um médico especializado em demência se esquecimentos tornarem-se comuns e começarem a atrapalhar o cotidiano. Mudanças de comportamento também são um sinal de alerta. Dúvidas sobre a doença podem ser tiradas pelo telefone da Abraz: 0800-551906.




quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Na hora de consumir um medicamento líquido, ou de ministrá-lo a seu filho, você apela para as colheres comuns de refeição em vez de dosadores específicos? Então, cuidado. Uma pesquisa recente realizada por cientistas gregos e americanos comprovou os riscos dessa prática. Segundo ela, o perigo é a diferença de padrões entre os muitos modelos à venda. No estudo, a colher de chá de uma determinada marca tinha 2,5 ml de capacidade, enquanto outro modelo chegava a quase três vezes mais: 7,3 ml.

Números tão díspares podem resultar em sérios riscos à saúde, como superdosagem (que pode levar a uma intoxicação) ou quantidade de medicamento abaixo do necessário.
No Brasil, outra pesquisa aponta que o risco é ainda maior. A Universidade Federal de Minas Gerais estudou o tema há poucos anos. Segundo o pesquisador Ama­deu Roselli Cruz, do Depar­tamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas da universidade, a diferença volumétrica nos talheres domésticos no país pode chegar a 500%. Ele analisou 60 modelos de colheres de sopa à venda em várias capitais, incluindo Curitiba. O pesquisador aponta que a diferença é mais do que suficiente para um tratamento desastroso, que pode até levar à morte.

Erro comum

Segundo a médica Juliana Varassin, especialista em clínica-médica no Hospital das Nações, as complicações são mais comuns do que se pensa. “Existem diversos registros de subdosagens e superdosagens de medicamento no país”, garan­te. A Fundação Oswaldo Cruz estima que, por ano, cerca de 30 mil pessoas sejam vítimas de intoxicação por remédios, mas ainda não calculou o porcentual decorrente de erros de dosagem.

Para a médica, a gravidade va­­ria de acordo com o tempo de tratamento. “Com medicamento de uso curto, como um xarope, por exemplo, o perigo não é tão iminente. Mas quando se trata de um de uso contínuo, como um anticonvulsionante, o risco é bem maior. Com o passar do tempo, o paciente vai ter tomado bem mais ou bem menos do que deveria, podendo se intoxicar e morrer em decorrência disso, ou então não ter seu problema resolvido ”, diz.

Para evitar o problema, Juliana aponta que nunca se deve utilizar as colheres de refeição para esse cálculo. “Se o medicamento não vier com um dosador, pode-se usar uma seringa para medir a quantidade. Pode ser mais trabalhoso, mas é a forma mais segura”, afirma.
Legislação
O que diz a Anvisa?

A assessoria técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – órgão que aprova os medicamentos comercializados no país – aponta que não há lei que obrigue os laboratórios a incluírem dosadores (copinhos plásticos com marcas volumétricas) nos remédios produzidos. No entanto, o órgão garante que a existência ou não de tal dispositivo é levada em conta na hora da aprovação do medicamento. A Anvisa não informou quantos deles são comercializados sem o dispositivo.

Também segundo a área técnica, a maioria dos medicamentos à venda no Brasil indica na bula a dosagem em mililitros e não mais em colheres de medidas. Tanto os pesquisadores mineiros quanto a médica Juliana Varassin apontam, no entanto, que o uso das colheres de refeição é um costume ainda adotado pelas pessoas.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Confirmado 1º caso de dengue tipo 4 no Amazonas

O primeiro caso de dengue tipo 4 no Amazonas foi confirmado ontem pela Secretaria Estadual de Saúde (Susam). Foram realizados exames sorológicos pelo Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA), confirmando a doença em um garoto de 13 anos, morador da zona leste de Manaus.

Os sintomas das quatro variações de dengue (tipos 1, 2, 3 ou 4) são os mesmos, como dores de cabeça, no corpo e articulações, febre, diarreia e vômito. O tratamento também é o mesmo, repouso boa hidratação e não tomar remédios à base de ácido acetil salicílico, que por ter efeito anticoagulante podem provocar sangramentos.

O tipo 4 não é mais perigoso que os demais tipos, mas o que preocupa as autoridades de saúde, segundo nota da Susam, é que a população brasileira não tem imunidade contra este tipo, que não circulava no País há mais de 28 anos. No Estado vizinho, Roraima foram notificados dez casos de dengue tipo 4 no ano passado.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Acesso a informações na internet cria o cybercondríaco

Dor de cabeça ou tumor? Um sintoma cabe em muitas doenças e a confusão é comum, em tempos de doutor Google. Muita gente prefere "ele" à consulta médica, na busca da causa do mal-estar.

A hipocondria digital é um mal contemporâneo batizado de cybercondria. O fenômeno preocupa os médicos, porque além de causar autodiagnóstico e automedicação, pode evoluir para ansiedade e síndrome do pânico.

De acordo com pesquisas internas do Google, 61% dos americanos adultos buscam informações de saúde. A grande oferta de sites especializados colabora para a autossugestão.

Um exemplo é o site americano de informações de saúde WebMD, que disponibiliza uma animação do corpo humano para o autodiagnóstico. O usuário clica na região onde tem dor e ele abre uma tabela com sintomas que corresponderiam à determinada área e à doença relacionada.

A cybercondria, em diferentes graus, já aparece no cotidiano dos profissionais."Os pacientes já chegam ao consultório com informações da internet e ainda fazem buscas após a consulta", afirma Paulo Olzon, clínico-geral da Unifesp.

O médico alerta os desavisados que determinado sintoma pode ser comum a dezenas de doenças e destaca a importância da relação de confiança entre médicos e pacientes. "Na hora que a pessoa fica sem referência, vai buscar por conta própria e acaba se atrapalhando."

FALSOS SINTOMAS

Aconteceu com a administradora de empresas Alba Prizão, 27. Ela desenvolveu distúrbios de ansiedade por causa, em grande parte, do excesso de informação equivocada na rede.

Alba começou as loucas buscas por sintomas e doenças depois que teve uma reação alérgica provocada por uma taça de vinho tinto. Ela conta: "Fui à farmácia, o farmacêutico disse para eu ir ao hospital tratar a reação. Falou que alergia pode evoluir para choque anafilático, mas que não era meu caso".

No pronto-socorro, a administradora foi diagnosticada com alergia e medicada, mas não chegou a ir a um médico. Começou a pesquisar sobre choque anafilático no computador e descobriu que era um problema sério.

Depois disso, foi parar no hospital diversas vezes com sintomas da reação alérgica. "Tinha sempre os mesmos: taquicardia, garganta fechando e tremedeira."

O psicoterapeuta e professor da PUC-SP Antonio Carlos Pereira explica que o corpo reage a situações criadas pelo cérebro: toda a fisiologia pode ser afetada por ideias, daí o risco de conclusões sobre doenças baseadas no dr. Google. Isso posto, ele defende o direito do paciente buscar na rede o significado do jargão usado pelo médico.

Alba deixou de usar xampu, desodorante e sabonete na época, por medo. "Tirei todas as conclusões pela internet, fuçava tudo."

Na última ida da moça ao pronto-socorro, uma médica disse que ele deveria consultar um psiquiatra, pois seu problema era psicológico. Alba foi diagnosticada com ataques de ansiedade.

O supervisor do programa de ansiedade do Instituto de Psiquiatria da USP Luiz Vicente de Mello explica que o medo desencadeia as histaminas, substâncias que nos defendem dos corpos estranhos que nos atacam. "Há relação entre o sistema de alergia e o de emoção. Quem é muito tenso desenvolve sintomas físicos, somáticos."

Hoje, os ataques de Alba cessaram e ela frequenta o especialista uma vez por semana. As buscas na rede diminuíram, mas o fácil acesso ainda lhe parece tentador. "Meus pais e meu médico me proibiram de entrar na internet para procurar doença. Tento não fuçar muito, mas ainda olho", entrega.

Mello afirma que as pesquisas on-line devem ser criteriosas. "Sites confiáveis, ligados a faculdades, ajudam a esclarecer. Já os alternativos podem fornecer informações errôneas e quem não conhece os termos técnicos pode confundir uma doença com outra e transformá-la em preocupação excessiva."

No Brasil, 10% a 15% da população sofre de ansiedade, segundo dados do Instituto de Psiquiatria da USP, enquanto apenas 2% a 4% são hipocondríacos.

Mas o interesse dos pacientes que sofrem desses dois distúrbios é o mesmo: descobrir se têm determinada doença. A ansiedade é tratada com antidepressivos e psicoterapia, enquanto a hipocondria, com terapia cognitiva comportamental.

A consulta médica deve ser soberana, de acordo com o supervisor do instituto. "O paciente não pode procurar nada sem avaliação clínica médica, senão é induzido a

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Denuncie focos de dengue em Fortaleza

O público conta com uma nova ferramenta para denunciar focos de dengue em Fortaleza. Pelo Wikkimapp Dengue, projeto idealizado pelo professor e pesquisador Vasco Furtado, as pessoas compartilham de maneira interativa informações sobre os focos da doença na cidade, de forma que as autoridades possam identificar os locais em que o mosquito transmissor possa se proliferar: piscinas desativadas; pneus velhos; lixo que contenha tampas, garrafas de plásticos ou qualquer recipiente que acumule água, por exemplo.
Para o professor, a ferramenta é útil tanto para o poder público como para a população. “A comunidade participa tanto no sentido de denunciar como para tomar providências”. É possível ao internauta fazer a denúncia de um fogo de dengue com o auxílio de fotos. “O participante pode ver uma caixa d’água aberta, fazer uma foto de celular e inserir no mapa”, exemplifica Vasco.
É possível compartilhar as informações do mapa com outros usuários via e-mail, pesquisar e comentar denúncias que já estão no Wikkimapp Dengue. O código para publicação do mapa está disponível para sites e blogs em geral, segundo o professor.
Este é o terceiro mapa colaborativo publicado pelo O POVO Online em parceria com o professor. Já foram lançados o Wikimapp Barulho, onde os usuários denunciam pontos de incidência de poluição sonora em Fortaleza, e oWikimapp Lixo, em que são compartilhadas informações sobre a presença de lixo e entulho nas ruas da cidade.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Para hidratar, nada melhor do que água

A quantidade de água necessária para satisfazer o corpo e evitar danos ao organismo varia de acordo com a idade, o sexo e as con­­dições ambientais. Funda­­mental à vida, a água é insubstituível para quem pretende ter um cotidiano saudável.

Quem troca água por refrigerantes em excesso, por exemplo, pode se dar mal. “Os riscos associados pelo excesso de seu consumo [de refrigerante] estão ligados ao aumento da obesidade, doenças cardíacas e diabete, por exemplo”, afirma a nutricionista Adriana Martins Mesquita, do Hospital São Luiz.

Coordenador do Centro de Estudos do Envelhecimento, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o geriatra Fernan­do Bignardi diz que muitas pessoas são viciadas em refrigerantes. “É um líquido que está longe de ser indicado. O organismo vai ter que limpar a água que se está bebendo’’, fala.

O especialista não recomenda a ingestão de bebidas aromatizadas em excesso. “É igual ao refrigerante, não muda muito”, afirma. Cerébro, coração, intestino e demais órgãos dependem de água de qualidade para funcionar adequadamente.

Fases

Bignardi alerta para a importância de se evitar a desidratação nos extremos da vida, quando estamos mais frágeis. “Muitas vezes, parecemos má­­gicos. Somos chamados para atender idosos em casa e eles estão confusos, torporosos. As pessoas falam em de­­mência. Aí, dá um copo d’água e ele melhora”, diz.

Os mais velhos têm mecanismos de estabilização do corpo mais lentos, e muitas vezes estão presos a hábitos errados. Entre as crianças bastante pequenas, o problema é a falta de autonomia para obter a água.


Não se engane
Conheça alguns mitos e verdades sobre a água:

Mentiras

- Há quem fale que águas aromatizadas são tão boas para o organismo quanto a água normal. Mas essas bebidas são consideradas refrigerantes. Embora tenham baixa quantidade de calorias, são repletas de conservantes e produtos químicos que lhes dão sabor.

- Também há quem defenda que água demais nunca faz mal e pode ser consumida indiscrimi­­na­­damente. Porém, a ingestão voluntária e excessiva de água, além das necessidades fisiológicas, apesar de rara, pode ocorrer e levar a sérios problemas de saúde.

Verdades

- Refrigerante não substitui água para matar sede. Refrigerantes são bebidas artificiais, ricas em açúcar ou adoçantes (na versão dietética), além de conterem gás carbônico.

- Água mineral pode provocar indisposição intestinal. As ricas em magnésio, por exemplo, podem sim causar desconforto intestinal, e inclusive diarreia se ingeridas em excesso. Outro aspecto importante a ser observado é se realmente o manancial é despoluído.