domingo, 31 de outubro de 2010
Iogurte e leite fermentado não têm ação comprovada
A EFSA também não permitiu que a Yakult incluísse em sua publicidade resultados de pesquisas recentes que associam a bebida à melhora de sintomas da gripe.
Por aqui, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reconhece a eficácia do Yakult e demais probióticos (alimentos com bactérias benéficas) -como Activia e Actimel, da Danone.
A Anvisa, entretanto, não permite que a propaganda alardeie benefícios além de "contribuir para o equilíbrio da flora intestinal". No ano passado, a agência proibiu a propaganda do Actimel que atribuía ao produto o poder de aumentar as defesas naturais do organismo.
Faltam estudos que envolvam um grande número de pessoas. Também faltam marcadores para medir os efeitos dos produtos. "Não tem como saber se a imunidade não aumentou por outros motivos", diz Susana Marta Isay Saad, professora de tecnologia bioquímico-farmacêutica da USP.
Segundo a Yakult, os 12 estudos feitos pela empresa -três com animais e nove com humanos- comprovam que tomar a bebida diminui tosse e coriza. "O consumo frequente ajuda a prevenir a gripe e, em pessoas que já estão doentes, tomar Yakult ajuda a sarar mais rápido", diz Yasumi Ozawa Kimura, pesquisadora da Yakult.
A própria pesquisadora reconhece que há importantes diferenças individuais. "A capacidade de defesa das pessoas é diferente. Pessoas saudáveis podem não ter um estímulo imunológico significativo tomando a bebida." DIFERENÇAS
Segundo Franco Lajolo, professor da USP e membro do comitê científico do International Life Sciences Institute, é provado que os probióticos estimulam o equilíbrio das defesas intestinais.
Isso ajudaria a prevenir diarreias, a reconstruir a flora em pessoas que estão tomando antibióticos ou auxiliar no tratamento de doenças do intestino. "Em pessoas saudáveis há insegurança e controvérsia sobre o fato de esses produtos aumentarem a imunidade", diz.
Outro problema: cada micro-organismo tem um efeito diferente em cada pessoa.
A Danone afirma que os benefícios dos produtos são "comprovados por um robusto corpo de estudos científicos promovidos de acordo com os mais rígidos preceitos de ética, que foram devidamente avaliados e reconhecidos pela Anvisa desde 2004".
sábado, 30 de outubro de 2010
Maioria dos brasileiros desconhece sintomas do AVC, alertam especialistas
Na maioria dos casos, o AVC, popularmente chamado de derrame, é causado pelo entupimento de uma artéria cerebral por um coágulo, impedindo o sangue de chegar a outras áreas do cérebro. "As pessoas esperam se vão melhorar e não procuram a emergência", alerta a integrante do Departamento de Doenças Cerebrovasculares da ABN, Sheila Martins.
Em 2008, uma pesquisa do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, da USP (Universidade de São Paulo), perguntou a 800 pessoas nas ruas das cidades de Ribeirão Preto, São Paulo, Salvador e Fortaleza quais os sintomas do AVC. Somente 15,6% dos entrevistados sabiam o significado da sigla. Ainda segundo a pesquisa, a maioria dos entrevistados confundiu a doença com paralisia, congestão, trombose ou nervosismo. Os sintomas de um AVC são fraqueza ou dormência súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar, entender ou enxergar, tontura repentina e dor de cabeça muito forte sem motivo aparente.
Para o neurologista e coordenador da pesquisa, Octávio Marques Pontes, o brasileiro não encara o AVC como uma doença que necessita de imediato atendimento médico, porque acha que não existe tratamento. "A doença está presente na vida das pessoas, mas a maioria vê como sem tratamento", disse. Pontes informou que, desde 2001, está disponível na rede pública e privada o tratamento trombolítico, que consiste na aplicação de remédios para desobstruir a artéria e restabelecer o fluxo sanguíneo, considerado o método mais eficaz.
A recomendação é que o paciente inicie o tratamento cinco horas após o aparecimento dos primeiros sintomas. O atendimento rápido aumenta em 30% as chances de sobrevivência, segundo Pontes. Um levantamento da Associção Internacional de AVC (ISS,em inglês) constatou que 15% dos pacientes que tiveram um acidente vascular cerebral podem morrer ou sofrer novo problema no prazo de um ano.
Os especialistas alertam ainda que é possível prevenir o acidente vascular, desde que sejam adotados cuidados no decorrer da vida entre eles praticar exercícios físicos, ter alimentação saudável e evitar o fumo, o consumo de álcool, além de ficar em alerta com as taxas de pressão e do colesterol. A doença incide na população com mais de 65 anos, mas pode ocorrer em jovens e até recém-nascidos.
Além da prevenção, os médicos apontam a necessidade de ampliar a rede com tratamento específico para o AVC. Atualmente, 62 hospitais públicos e privados oferecem o tratamento adequado, contra 35 em 2008, segundo a neurologista Sheila Martins. "Temos ainda muito a fazer", alertou.
Em um ranking nacional feito pela neurologista, o Rio Grande do Sul aparece com a maior taxa de mortalidade por AVC no país 75 mortes por 100 mil habitantes. Em segundo lugar está o Rio de Janeiro, com 68 mortes por 100 mil habitantes, seguido pelo Piauí, por Pernambuco e pelo Paraná. O cálculo é baseado em estatísticas do Ministério da Saúde de 2007.
A Organização Mundial de AVC estima que uma em cada seis pessoas no mundo terá um acidente vascular cerebral na vida.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Bayer pagará US$ 3,3 milhões aos EUA por propaganda enganosa de vitamina anticâncer
O grupo havia promovido essas vitaminas "One a Day Men's" como componentes que ajudariam na redução dos riscos de câncer de próstata, em publicidades usando jogadores da Liga Nacional de Baseball como modelos.
O laboratório 'sabia ou deveria saber que seu coquetel de vitaminas não reduz os riscos de desenvolver este câncer, e que grandes doses de certas vitaminas podem até mesmo aumentar o risco para alguns homens', escreveu a procuradora de Illinois Lisa Madigan no veredicto.
O grupo que inventou a aspirina deve pagar US$ 3,3 milhões aos estados de Illinois, Califórnia e Oregon, que serão destinados principalmente a propagandas contendo informações corretas para os consumidores, segundo um acordo judicial.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Lanchonete é condenada a pagar indenização a gerente que engordou-Mc Donald's
Segundo nota publicada pela assessoria de imprensa do Tribunal Regional do Trabalho 4ª Região (TRT4), o funcionário disse que, quando começou a trabalhar na lanchonete, pesava entre 70 e 75 quilos. Quando saiu, estava com 105 quilos e apresentava quadro de obesidade. O ex-gerente teria afirmado que era obrigado a degustar produtos como batata frita, refrigerante e sorvete.Na decisão, o desembargador João Ghisleni Filho reconhece que o sedentarismo e fatores hereditários podem ter contribuído para o agravamento de problemas de saúde, mas não isenta a empresa da responsabilidade.
Em primeiro grau, foi definida a indenização de R$ 48 mil, mas o valor foi reduzido.
Em nota, a assessoria de imprensa da rede Mc Donald's informou que a empresa Kalloponi Comércio de Alimentos, franqueada da marca, "está trabalhando para avaliar as medidas jurídicas em relação ao caso". O texto diz ainda que a lanchonete oferece "grande variedade de opções de alimentos e cardápios balanceados para atender às necessidades diárias de seus funcionários, de acordo com a legislação brasileira".
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
STJ antecipa quebra de patente de medicamento contra leucemia
O recurso impetrado pelo Inpi no STJ questionava o termo inicial do prazo de vigência da patente, que havia sido fixado pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região para 25 de março de 2013, após ação da empresa detentora da patente na Justiça Federal.
A alegação era que a expiração da patente deveria ser calculada tendo por base o registro depositado no Escritório Europeu de Patentes, o que ocorreu em março de 1993. Já para o INPI, esse cálculo deveria ser feito tendo como referência a data do primeiro depósito feito na Suíça, em 3 de abril de 1992.
De acordo com o relator do recurso, ministro Paulo de Tarso Sanseverino, até 1996 o direito de o inventor explorar substâncias, matérias e demais produtos obtidos por processos químicos não era reconhecido no Brasil. Mas, com a nova Lei de Propriedade Industrial, o direito dos inventores sobre esses produtos passou a ser reconhecido --o que foi estendido aos inventos patenteados no exterior por meio de um mecanismo provisório.
Brasil envia remédios para combater cólera no Haiti
O envio da ajuda ocorre a partir de Brasília, uma escala do voo que sai da base da FAB no Rio de Janeiro.
O envio da ajuda humanitária foi autorizado pelo Ministério da Defesa, atendendo solicitação do Ministério da Saúde.
O avião da FAB que levará ajuda humanitária faz voos regulares ao Haiti com o objetivo de levar suprimentos para o batalhão brasileiro naquele país. Mas devido ao surto que já matou quase 300 pessoas, a ordem do governo foi dar prioridade ao embarque da carga para o atendimento médico da população haitiana.
Ao mesmo tempo em que o governo brasileiro envia ajuda para o combate à cólera no Haiti, o contingente de militares brasileiros presentes naquele país adota uma série de medidas para evitar o risco de contaminação das tropas.
Entre as medidas adotadas, as tropas que compõe os Batalhões 1 e 2 (Brabatt 1 e 2) e a Companhia de Engenharia vem ampliando a higienização das dependências dos quartéis e redobrando os cuidados com a purificação da água.
As mesmas medidas também vem sendo adotadas nas áreas de atuação das tropas em Porto Príncipe, capital do Haiti.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Vacina contra catapora está em falta em SP; doença já causou 15 mortes no ano.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, um novo lote deve chegar em novembro. A pasta afirma também que não existe razão para preocupação, pois não há surtos e a doença não é considerada grave. Neste ano, foram registrados 10.018 casos, com 15 mortes.
Os números, diz o Estado, não chegam a preocupar, apesar do crescimento em relação ao ano passado, quando houve 7.000 casos e 7 mortes, o menor número da década, conforme o governo.
A catapora é transmitida pelo ar e pela saliva. É a doença mais contagiosa que existe, explica o médico infectologista Vicente Amato Neto. "Mas é uma doença benigna, que muito raramente tem complicações", afirma.
"Ela oferece riscos quando a criança, que é a vítima mais comum, já está em uma situação de imunodepressão. Por exemplo, um tratamento contra câncer ou Aids."
DESABASTECIMENTO
São Paulo é o único Estado que oferece a vacina na rede pública, conforme a Secretaria de Saúde. Mas ela é direcionada a focos da doença.
Se há dois casos ou mais em uma escola ou creche, a prefeitura é orientada a notificar o governo estadual, que aplica a vacina nas pessoas que não foram imunizadas nem tiveram a doença antes.
Por ano, o Estado compra 200 mil doses de vacina. Em 2010, porém, 140 mil unidades ainda não foram entregues devido a um desabastecimento mundial.
As 60 mil doses que chegaram foram usadas, principalmente, em cidades como Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, que registraram aumento de 64% e 120%, respectivamente, nos casos em comparação com 2009.
QUALQUER IDADE
Quem contrai catapora deve procurar um médico. O tratamento inclui medicamentos e repouso.
É aconselhável que as pessoas que tenham entrado em contato diretamente com o doente sejam imunizadas.
Apesar de ser mais comum durante a infância, a doença pode atingir pessoas de qualquer idade. Entre os sintomas da catapora, estão: cansaço, febre, dor de cabeça e feridas, que causam coceira em todo o corpo.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Temporão não vê motivos de pânico - superbactéria KPC
A Anvisa afirma que o uso descontrolado dos medicamentos antibióticos é uma das causas da mutação que deu origem à KPC, bactéria transmitida em ambientes hospitalares, altamente resistente a antibióticos.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, pediu ontem tranquilidade em relação à proliferação da superbactéria KPC. “A população fique tranquila porque essa é uma situação que acontece apenas em ambiente hospitalar e em pacientes debilitados”, disse ele após participar de encontro em São Paulo.
Segundo o ministro, com a adoção de medidas pela Anvisa, “a situação vai ficar sob controle”. Entre as ações da agência, ele destacou a norma que determina a retenção da receita médica na compra de antibióticos. “[Isso] vai impedir muito o que hoje é um problema seríssimo, que é a automedicação, o uso abusivo e indiscriminado”, garantiu. Temporão afirmou que a importância de procedimentos simples de higiene, como lavar as mãos, diminuem muito o risco de contágio pela bactéria. “Isso serve para os profissionais de saúde e também para os visitantes ao entrar e ao sair [de um hospital]”.
Para o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal, Hélio José de Araújo, a iniciativa da Anvisa chega com atraso. “Essa ação de coibir o uso indiscriminado de antibióticos já vem tarde.” Segundo Hélio, o surgimento da superbactéria já vinha sendo anunciado há alguns anos, desde que outras bactérias como a MRSA passaram a fazer vítimas na última década. O presidente do conselho explica que é impossível dizer quantos antibióticos estão disponíveis no mercado, mas garante que o medicamento representa uma grande fatia das vendas da indústria farmacêutica. “Em alguma coisa deve interferir no mercado, mas não é algo que irá prejudicar o comércio. Em primeiro lugar vem a saúde da população”, assegura.
Hélio José também frisa que o uso indiscriminado de antibióticos não é culpa unicamente do paciente: “Às vezes os próprios profissionais de saúde prescrevem um antibiótico de terceira geração para combater uma bactéria que seria tratada com um de primeira geração. Também existe muita insistência da indústria farmacêutica em fazer propaganda em cima dos médicos”, critica. Para Hélio José de Araújo, o problema poderia ser amenizado se todos os pacientes fizessem os exames que ditam qual o antibiótico apropriado — o antibiograma é capaz de identificar o agente causador da doença e a qual medicamento ele é sensível ou resistente.
Somente no Distrito Federal, a superbactéria contaminou 183 pessoas, resultando em 18 mortes. Em entrevista ao Correio na semana passada, a secretária se Saúde do DF, Fabíola Nunes, garantiu que o quadro não é motivo para que a população evite os hospitais. A secretária anunciou que a erradicação da bactéria será alcançada com a capacitação de um número maior de servidores sobre as ações necessárias para evitar a contaminação.
Resistência às indicações
Sempre que Mary Medeiros, 45 anos, moradora de Sobradinho, apresenta os mesmos sintomas, não hesita em comprar por conta própria o velho medicamento de confiança. Por falta de paciência em consultar um profissional, a técnica em informática admite que tem o costume de adquirir antibióticos sem receita médica. “Eu não preciso ir até lá para o médico me dizer que eu tenho de tomar Amoxicilina”, critica. Com o surgimento da superbactéria, Mary conta que ficou mais apreensiva e que pretende mudar de hábitos para cuidar da própria saúde. “Vou ter de tomar mais cuidado e pedir todos os exames no médico.”
Pacientes como Mary são os principais responsáveis pela resistência adquirida pela KPC aos medicamentos comuns. “Se a bactéria se torna mais resistente, a pessoa sempre tem de tomar um antibiótico mais forte, e existe um limite”, ensina a farmacêutica Karla Regina de Madeiros. A profissional explica que, ao não apelar para substâncias mais poderosas, também é possível evitar efeitos colaterais perigosos, que vão além dos costumeiros mal estar, dor e náusea causados pelos antibióticos comuns. “Aprovo a medida da Anvisa. Assim as pessoas vão ver que antibiótico é um medicamento sério”, diz.
O hábito de escolher o próprio tratamento sem orientação é um costume que os profissionais da saúde atribuem especialmente aos brasileiros, mas em áreas mais privilegiadas como o Plano Piloto o costume é menos comum. “A maioria que compra antibióticos aqui é com receita. Mas ainda há os que têm o costume de pedir orientação direta do farmacêutico, principalmente em casos de infecção urinária e de garganta”, analisa Elidete Leite, farmacêutica e subgerente de uma farmácia no Sudoeste. Outro costume comum, segundo a profissional, é a preferência dos clientes por anti-inflamatórios, pois alguns pacientes têm receio de recorrer a antibióticos e ainda não sabem discernir os dois medicamentos — mais um engano que pode ser evitado se a prescrição médica sempre for seguida à risca.
O que diz a norma
O paciente deve receber duas
vias da receita do antibiótico.
A primeira via fica retida na farmácia por 30 dias, contados a partir da compra do remédio.
A segunda via é devolvida ao paciente, comprovando o atendimento.
Nas bulas e rótulos dos remédios deve constar, além da tarja vermelha, as inscrições “Venda sob prescrição médica” e “Só pode ser vendido com retenção de receita”.
Até quarta-feira a norma deve ser publicada no Diário Oficial, quando começa a contar o prazo de 30 dias para sua validade.
Resistência
O Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA, na sigla em inglês) é uma bactéria que resiste ao tratamento de muitos antibióticos, como a penicilina. Devido à mutação sofrida pelo Staphylococcus, ele atingiu grandes índices de contágio em escala mundial nos últimos dez anos. O MRSA é responsável por muitas infecções hospitalares e ainda pode levar à morte.
domingo, 24 de outubro de 2010
A dieta da água
Para chegar a essa conclusão, os cientistas colocaram 48 adultos entre 55 e 75 anos numa dieta pouco calórica, mas os dividiram em dois grupos. Só um tomou água antes das refeições. Após três meses, tempo de duração do experimento, todas as pessoas emagreceram, mas as que consumiram a bebida antes do café da manhã, do almoço e do jantar perderam cerca de dois quilos a mais (em média, sete quilos, contra cinco de quem não bebeu). Embora tenham escolhido uma faixa etária mais adiantada, os responsáveis pelo estudo acreditam que esse costume possa ajudar pessoas de todas as idades. “Essa ideia popular parecia lógica, mas nunca havia sido realmente investigada”, disse à ISTOÉ a especialista em comida e nutrição Brenda Davy, uma das autoras da pesquisa.
A professora da Universidade Virginia Tech afirma que esse efeito emagrecedor pode ser explicado pela sensação de saciedade que a água provoca. “Nossos participantes relataram que se sentiam mais cheios e com menos fome quando começavam a comer. Isso pode ter permitido a eles ingerir menos calorias”, contou.
No entanto, parece haver outras razões para o benefício da dieta da água. O endocrinologista carioca Tércio Rocha explica que a água, especialmente gelada, pode ajudar no emagrecimento por outro caminho que não o da saciedade. Segundo ele, a temperatura fria provoca uma retração vascular no estômago que diminui a sensação de fome. “Outra coisa é que, quando estamos famintos, sentimos até uma dorzinha, provocada pelo ácido clorídrico (um dos componentes do suco gástrico) que vai se acumulando no estômago. A água ‘lava’ esse ácido, diminuindo uma urgência por comida que às vezes nos faz comer demais”, esclarece.
Além disso, sabe-se que a água, quando consumida cerca de meia hora antes das refeições, estimula os mecanismos da digestão, fazendo com que a comida tenha menos tempo para ser absorvida. O médico garante que tomar água pode realmente ser eficaz. “Mas beber mais do que 500 mililitros pode ser um problema porque meio litro já é um volume significativo de líquido no estômago”, ressalta a americana Brenda Davy. Segundo ela, bebidas de baixa caloria, como os refrigerantes light, poderiam ter efeitos semelhantes aos da água. Outros especialistas, no entanto, alertam que bebidas com adoçante podem causar vários tipos de problemas quando ingeridas em excesso. Água, como se sabe, não tem efeitos colaterais.
sábado, 23 de outubro de 2010
Cientistas descobrem marcador genético de tumores cancerosos
Pesquisadores da Escola de Medicina Monte Sinai, dos EUA, e do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, da França, afirmaram ter descoberto o receptor do hormônio folículo estimulante (FSH) em mais de 1.300 pacientes com câncer.
No estudo, descobriu-se que o FSH, originalmente encontrado apenas nos órgãos reprodutivos humanos, está presente em células dos vasos sanguíneos de todos os tumores pesquisados, independente do tipo ou do estágio de crescimento.
"Este novo marcador tumoral pode ser usado para melhorar a detecção do câncer. Contrastes que se ligam ao novo marcador poderiam ser injetados no sistema vascular, tornando visíveis tumores iniciais situados em qualquer parte do corpo", explicou o chefe da pesquisa, doutor Aurelian Radu, da Escola Monte Sinai.
Os cientistas reforçaram que são necessários testes complementares para confirmar suas descobertas e descobrir se o marcador está presente em tumores relacionados com outros tipos de câncer.
Mas disseram que a descoberta é "muito promissora" e poderia "resultar em um novo objetivo de diagnóstico ou de tratamento para detectar o câncer no início ou deter seu desenvolvimento".
Na pesquisa, que será publicada na edição desta quinta-feira do "New England Journal of Medicine", foram avaliadas amostras de tecido dos tumores de 1.336 pacientes com 11 tipos de câncer: próstata, mama, cólon, pâncreas, bexiga, rins, pulmões, fígado, estômago, testículos e ovários.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Surto de cólera que já matou 138 no Haiti "é do pior tipo", diz ministro da Saúde
Larsen informou que a cepa é do tipo "01", que, segundo a OMS, está na origem da maioria das epidemias desta doença no mundo.
As autoridades estão preocupadas ante a possibilidade de que a epidemia se propague em consequência da mobilização da população nos acampamentos improvisados depois do terremoto de 12 de janeiro e onde moram milhares de pessoas.
Hoje pela manhã, Préval já havia confirmado que o surto de diarreia que aflige o país é decorrente do cólera e que ao menos 138 já morreram, na maior crise sanitária desde o terremoto de 12 de janeiro. "Posso confirmar que é cólera", afirmou.
De acordo com a ONU, o governo haitiano já notificou à Organização Mundial da Saúde (OMS) as 138 mortes e 1.526 casos do surto, principalmente na região de Baixa Artibonite, mas também no Planalto Central, ambas ao norte da capital, Porto Príncipe.
Os hospitais locais estão superlotados de pacientes com diarreia, e as vítimas morrem por causa de uma rápida desidratação, às vezes em questão de horas, segundo as autoridades.
SUPERLOTAÇÃO
Equipes médicas que ainda estão no Haiti para a operação de ajuda pós-terremoto foram enviadas à região do surto, ao redor da localidade de Saint-Marc, uma zona agrícola que recebeu muitos sobreviventes do terremoto.
Segundo rádios locais, a situação mais grave ocorre em Saint-Marc, 100 km ao norte de Porto Príncipe, onde há 26 óbitos e mais de 400 hospitalizados. Em Verette, na mesma zona, a cólera matou 18 pessoas, e outras três faleceram em Mirebalais, no centro do país.
Segundo o chefe do Departamento de Saúde do governo, Gabriel Thimote, as vítimas são de várias idades, mas que jovens e velhos aparentemente são mais afetados. Thimote disse que não há por enquanto relatos dos casos de diarreia em Porto Príncipe.
A OMS e a ONU, no entanto, ainda não confirmam que se trata de uma epidemia de cólera, pois aguardam resultados de exames laboratoriais.
O cólera é uma doença aguda transmitida por meio de água e alimentos contaminados. Ela causa diarreia aquosa e uma desidratação severa, que pode matar em questão de horas se não for tratada.
Especialistas dizem que até 80% dos casos de cólera podem ser tratados satisfatoriamente com sais orais de reidratação. Água limpa e saneamento básico são cruciais para reduzir o impacto do cólera e de outras doenças transmitidas pela água. TERREMOTO
O terremoto de janeiro matou até 300 mil pessoas e deixou outras cerca de 1,5 milhão vivendo em acampamentos superlotados de Porto Príncipe e arredores.
Apesar dos temores iniciais de epidemias nessas condições, a enorme operação humanitária internacional evitou surtos graves de doenças contagiosas na devastada capital do Haiti, país mais pobre das Américas.
Agências de ajuda humanitária têm manifestado durante meses seu receio de surtos de doenças que poderiam se espalhar rapidamente no Haiti devido às precárias condições sanitárias nos acampamentos de desabrigados, com pouco acesso à água potável.
O empobrecido país do Caribe tem sido atingido nos últimos dias por grandes inundações, piorando a miséria daqueles que lutam para sobreviver em barracas e acampamentos que agora permeiam o país.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Chega ao Brasil nova cirurgia de hemorroidas, sem corte nem dor
Uma nova cirurgia, disponível em países da Europa e agora no Brasil, promete acabar com o problema sem corte, sem dor e com rápida recuperação. Entre os especialistas, porém, não há consenso sobre os benefícios.
Chamada de Dearterialização Hemorroidária Transanal guiada por Doppler, ou THD, a técnica é relativamente simples. Com o paciente anestesiado (peridural), o cirurgião insere um anuscópio (equipamento para visualizar o canal retal) com um ultrassom (doppler) na ponta.
O aparelho mede o fluxo sanguíneo pelo som. Identificado o "pulso", é acionada uma agulha que fica no aparelho. A veia é então costurada, reduzindo o fluxo que alimenta a hemorroida. Sem sangue, ela murcha, diminuindo muito o tamanho. "LIFTING"
O tecido que sobra também é costurado no lado interno do reto. "Fazemos uma espécie de "lifting" da mucosa para que ela suba em direção ao reto. É o que a gente faz quando a pálpebra está caída", exemplifica Sidney Klajner, proctologista e cirurgião do Hospital Albert Einstein, que introduziu a técnica no Brasil.
A Anvisa autorizou a cirurgia em junho. Desde então foram feitas 16 operações em São Paulo e em Porto Alegre.
"É dor zero desde o primeiro dia. Tenho pacientes que voltaram a trabalhar no dia seguinte", diz Klajner. Ele diz que, por precaução, tem feito o procedimento com anestesia peridural, mas que, na Itália, os médicos o fazem só com uma sedação.
As hemorroidas são resultado da dilatação das artérias que ficam na região do ânus. Predisposição genética, dificuldades para evacuar e esforço físico excessivo podem deflagrar a doença.
Em geral, nos graus iniciais, o tratamento das hemorroidas é clínico, à base de pomadas anestésicas, reguladores intestinais e orientação para mudança de hábitos alimentares. Nos graus mais avançados, especialmente quando as hemorroidas saem para fora do canal retal (prolapso), a indicação é quase sempre cirúrgica.
"A decisão [de fazer a cirurgia] é tomada junto com o paciente. Não é uma doença que vai virar câncer, por exemplo. Mas, às vezes, a gente opera paciente com anemia intensa por causa do sangramento que ela provoca. E quanto mais tempo esperar, maior será a cirurgia", diz Klajner.
Na avaliação da proctologista Margareth Fernandes, do Hospital do Servidor Estadual, a THD tem limitações e não é indicada quando há prolapso da mucosa para fora do reto. Ainda que haja fixação desse tecido por meio de pontos durante o procedimento, ela não acredita que isso resolva o problema. "Os pontos não garantem a sustentação das fibras elásticas", diz a médica.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Pacientes com superbactéria são isolados em hospitais de São Paulo
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve tornar a notificação obrigatória a partir de sexta.
A Folha apurou que em dez hospitais públicos e privados de São Paulo houve o registro de ao menos 90 casos da KPC, desde o início do ano. No Edmundo Vasconcellos, por exemplo, houve nove casos, com três mortes. No Sírio-Libanês, foram cinco casos, no Oswaldo Cruz, três, e no Albert Einstein três.
No momento, o maior foco de infecção está no Distrito Federal, que contabiliza 15 mortes e 135 casos confirmados. Ontem, o ministro José Gomes Temporão disse que, pelas informações da sua pasta, só havia casos em hospitais de Brasília.
No comunicado, a secretaria reforçou as medidas de prevenção para evitar a proliferação dos casos não só da KPC mas de outras bactérias superresistentes. Entre elas, está o isolamento de pacientes sem os sintomas da infecção, medida já tomada por alguns hospitais, como Albert Einstein, Sírio-Libanês e Oswaldo Cruz.
ISOLAMENTO
A regra é clara: pacientes que estão internados há muito tempo (dentro e fora da UTI) ou que usam vários tipos de antibiótico devem fazer exames para a detecção da KPC, mesmo sem sintomas da infecção.
Se a KPC estiver presente, o paciente é isolado em um quarto até obter alta. Sem os sintomas, não há recomendação de tratamento com antibióticos, basta monitorar o paciente, diz o infectologista Luiz Fernando Aranha Camargo, do Einstein.
No Oswaldo Cruz, se o paciente vem de outro hospital, ele é automaticamente isolado. "Ele entra em isolamento independentemente da condição de portar ou não a bactéria. Depois, a gente avalia a necessidade de manter o isolamento", afirma Gilberto Turcatto, infectologista.
O paciente permanece "fichado" mesmo depois da alta hospitalar. Se ele voltar a ser internado, ficará isolado até que novos exames comprovem a ausência da KPC.
Segundo Maria Beatriz Souza Dias, infectologista do Sírio, além do isolamento, há uma série de precauções adotadas, entre elas a sinalização de quartos e objetos usados pelo paciente, para evitar que profissionais da saúde levem a bactéria para outros locais do hospital.
Para o infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcelos, a grande preocupação reside na maioria dos hospitais públicos que não têm nem comissões de infecção estruturadas nem laboratórios de microbiologia capazes de isolar a bactéria. "Tem muito lugar que nem sabe se a bactéria está circulando ou não."
terça-feira, 19 de outubro de 2010
EUA aprovam Botox para tratar enxaqueca crônica
Segundo o comunicado divulgado pela agência americana, as injeções poderão ser aplicadas a cada 12 semanas nas regiões da cabeça e do pescoço em adultos que sofrem da doença.
O órgão afirmou que o Botox se mostrou eficaz apenas para casos em que a dores de cabeça são crônicas, isto é, quando acometem as pessoas em mais do que14 dias por mês.
O Reino Unido foi o primeiro país a aprovar esse uso do Botox, em julho deste ano.
A decisão foi tomada um pouco mais de um mês após o laboratório Allergan, que fabrica as injeções antirrugas, ter concordado em pagar US$ 600 milhões por ter vendido a medicação para usos ainda não aprovados, como o tratamento de dores de cabeça.
PF prende três em operação contra venda irregular de remédios pela internet
Ainda de acordo com a polícia, eram comercializados pela quadrilha remédios de venda proibida e falsificados. Entre eles anabolizantes, abortivos, inibidores de apetite, entre outros. O balanço completo da operação deve ser divulgado apenas no final da tarde.
A Polícia Federal afirmou que a operação acontece ainda em mais 44 países associados a Interpol (polícia internacional).
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Caminhadas ajudam a preservar o cérebro na velhice, indica pesquisa
A pesquisa analisou cerca de 300 pessoas em Pittsburgh, que registraram quanto caminharam a cada semana, e mostrou que aqueles que andavam pelo menos 10 km tinham redução cerebral relacionada à idade menor que a das pessoas que caminhavam menos.
"O cérebro encolhe na fase mais avançada da idade adulta, o que pode causar problemas de memória. Nossos resultados devem incentivar experimentos que verificam se o exercício físico em idosos é uma abordagem promissora para prevenir a demência e o Alzheimer", disse Kirk Erickson, da Universidade de Pittsburgh.
A equipe de Erickson realizou a pesquisa para averiguar se as pessoas que andam muito poderiam estar mais preparadas para combater as doenças da idade.
Eles analisaram 299 voluntários que começaram o estudo livres de demência, e que registraram seus hábitos de caminhadas.
Nove anos depois, os cientistas fizeram varreduras nos cérebros para medir o volume dos órgãos. Após quatro anos, eles realizaram testes para ver se algum participante sofreu prejuízo cognitivo ou demência.
Os pesquisadores descobriram que as pessoas que caminhavam cerca de dez quilômetros por semana tinham metade do risco de desenvolver problemas de memória em comparação aos demais.
Eles disseram que mais estudos precisam ser realizados sobre os efeitos do exercício e a demência, mas na ausência de tratamentos eficazes para o Alzheimer, a caminhada pode ser uma alternativa.
Nenhuma droga atual pode alterar a progressão da doença de Alzheimer, que afeta mais de 26 milhões de pessoas no mundo.
domingo, 17 de outubro de 2010
Apêndice já pode ser extraído pelo umbigo sem deixar cicatriz
A apendicite é a inflamação e infecção do apêndice -órgão em forma de dedo entre o intestino grosso e o delgado. Quando acontece a inflamação, o apêndice precisa ser extraído.
"Além de ser minimamente invasiva, a técnica é simples e barata. Pode ser feita em larga escala", diz o cirurgião Sylvio Avilla, do Hospital Infantil Pequeno Príncipe, em Curitiba.
Desde o começo de setembro a técnica já foi aplicada em 15 crianças e adolescentes de 4 a 16 anos. Os pacientes têm alta em até dois dias.
A cirurgia é uma mistura entre a videolaparoscopia e a operação tradicional (corte de quatro centímetros).
"Fazemos a incisão de aproximadamente dois centímetros dentro do umbigo e o apêndice é puxado para fora da barriga. A extração é externa, como no procedimento tradicional", explica o cirurgião pediátrico.
Apesar de até agora a cirurgia só ter sido feita em crianças, o médico não vê impedimentos em usá-la em adultos. "Adolescentes que operamos já têm estrutura física de um adulto.""PORTA ÚNICA"
Para o médico Marco Aurélio Santo, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital das Clínicas de São Paulo, a técnica é novidade.
"Fala-se em cirurgia por um único orifício, mas fazendo a extração internamente, e com pinças adaptadas. Não conheço a técnica, mas vejo com cautela. Talvez em criança seja mais aplicável."
A cirurgia externa pelo umbigo é possível, de acordo com Avilla, porque o apêndice fica em uma região maleável. "Tem como puxar os órgãos para fora do umbigo e depois retornar à posição."
Outra vantagem, segundo ele diz, é que, com menos incisões, há menor risco de complicações. A indicação da cirurgia, porém, é para pacientes que não estejam em um estágio avançado de inflamação ou em fase de suporação do apêndice.
Segundo o médico Alexandre Miranda Duarte, membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, procedimentos de porta única, de forma geral, ainda estão em avaliação. "Desconheço essa técnica, mas cirurgias por um único orifício não são regra geral. Cada apendicite é de uma forma", afirma.
Mariana Benfica da Silveira, 13, foi a primeira a passar pela cirurgia. Quando soube que estava com apendicite, seu medo foi ter de parar de nadar por muito tempo.
A menina pratica natação duas horas por dia e participa de campeonatos. "Pensei que demoraria, mas foi rápido. Não faltei na escola nenhum dia e voltei a treinar em três semanas."
Cirurgias de apêndice são mais comuns em crianças e jovens do que em adultos. "É a época de maior incidência da doença", afirma o cirurgião Marco Aurélio Santo.
Hambúrguer "indestrutível" do McDonalds causa polêmica nos EUA
A denúncia do quase indestrutível "McLanche Feliz" no apartamento de Manhattan da fotógrafa Sally Davies surpreendeu aqueles que acompanham o caso. O hambúrguer já apareceu na TV e é tema de intensas especulações, por exemplo, de como pode o alimento mostrar apenas vestígios de deterioração, após passar seis meses em um prato.
"Tudo começou com uma aposta com um amigo", contou Davies à AFP. "Então, em 10 de abril, comprei um hambúrguer e começei a fotografá-lo, e nada aconteceu realmente. Um dia ele começou a cheirar mal, e depois o odor sumiu".
O hambúrguer murchou um pouco, mas não mofou e, visualmente, está igual a qualquer hambúrguer entregue em um dos famosos McDonalds.
Segundo contou Davies, não há qualquer odor. Seus dois cães passam em frente ao hambúrguer sem demonstrar o menor interesse.
A durabilidade do "McLanche Feliz" intriga e preocupa muitas pessoas. A principal pergunta é: como pode um alimento que dura tanto tempo ser saudável?
O McDonald's recusou-se a dar entrevistas sobre o caso, mas disse, em um comunicado, que "não é possível explicar a alegação sem saber quais foram as condições em que o alimento foi mantido. Por isso, as conclusões "são precipitadas."
Alguns acusam Davies de tentar montar um golpe publicitário.
sábado, 16 de outubro de 2010
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
OMS quer controlar até 2015 doenças tropicais
Para a diretora da OMS, Margaret Chan, desde meados do século 20 "a indústria esteve pouco inclinada a investir em novos produtos contra essas doenças ligadas a populações pobres, que não têm como pagar."
A entidade pretende lidar com 17 doenças consideradas negligenciadas, iniciando uma campanha com entidades internacionais, governos e grandes empresas para que desenvolvam tratamentos.
Outra meta é criar condições de investimentos para mecanismos de diagnóstico dessas doenças. Alguns dos instrumentos foram descobertos na primeira metade do século 20 e até hoje não houve novas descobertas.
Para a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, a OMS precisará desenvolver uma estratégia para reduzir os preços desses remédios. A diplomata pede mecanismos financeiros para estimular a pesquisa nessas áreas negligenciadas.
Surto de conjuntivite na Capital-CE
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Hospital São José interna 89 por catapora em 2010
Desenganados" vivem muito bem com coração biônico
O mecanismo, chamado de LVAD, foi aprovado nos EUA em 2008, para uso provisório em quem aguardava um transplante. Mas, em janeiro, o uso permanente foi aprovado para quem não pode fazer transplante.
Para sobreviver, os pacientes ficam ligados 24 horas a uma fonte de energia com baterias, que pesa seis quilos.
Daniel Roth, 23, recebeu um LVAD há um ano, depois de um derrame. Nem por isso abandonou a rotina agitada: trabalha em um hospital e toca em uma banda de rock.
Geri Norris, 63, vive com o aparelho indefinidamente.O único incoveniente, diz, é não poder usar roupas "fashion", por causa do colete que abriga as baterias.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Droga anti-impotência é ligada a tumor na próstata, sugere pesquisa
Esse é o segundo tumor mais frequente entre homens -o primeiro é o câncer de pele que não o melanoma.
Os pesquisadores avaliaram tumores de próstata de 50 pacientes do Hospital AC Camargo, de São Paulo, e descobriram que, em 30%, há uma redução da função de uma proteína do gene PDE11A, que estaria associada ao câncer de próstata.
Acontece que drogas contra impotência (em especial as de longa duração e uso contínuo) também causam, de forma indireta, a diminuição da função dessa proteína, segundo Fábio Rueda Faucz, professor de genética molecular pela PUC e um dos autores do trabalho.
"A gente encontrou na pesquisa uma simulação do que o medicamento faz. O problema maior estaria nos medicamentos de longa duração, que são administrados a cada 36 horas. Eles podem criar uma condição de suscetibilidade ao câncer."
Segundo Faucz, pacientes que fazem uso constante desses medicamentos devem ser submetidos a exames preventivos regulares, como o toque retal e o PSA.
"É preciso atenção especial, já que os pacientes que normalmente buscam o tratamento para a impotência sexual são aqueles que já se enquadram no grupo de risco do câncer de próstata, que é idade superior a 50 anos."
A pesquisa foi publicada no "Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism", a principal publicação mundial da especialidade. CAUTELA
Desde a descrição do genoma humano, há uma década, vários estudos têm sido feitos para identificar alterações moleculares que possam se relacionar a uma maior suscetibilidade ao câncer de próstata.
Com isso, genes expressos no tecido da próstata passaram a ser testados isoladamente ou em conjunto como potenciais marcadores de diagnóstico do câncer.
Segundo o urologista Alberto Azoubel Antunes, do Hospital Sírio-Libanês, a grande dificuldade desses estudos tem sido reproduzir os resultados -condição fundamental na medicina baseada em evidência.
Por isso, embora considere o estudo "interessante" por descrever alterações novas do gene PDE11, Antunes ressalva que os resultados precisam ser vistos com cautela.
"A amostra estudada é relativamente pequena para uma doença tão prevalente e alguns pacientes do grupo controle [sem a doença] apresentam alterações nos genes mesmo sem ter o câncer."
O professor titular de urologia da USP, Miguel Srougi, concorda. Para ele, o estudo é importante para a "ciência", mas não tem aplicação prática imediata.
Isso significa que até que os resultados possam ser confirmados por outros autores, ainda não é possível afirmar com certeza que as alterações genéticas no PDE11 estejam associadas de forma significativa a uma maior predisposição ao câncer.
Fábio Faucz também reconhece a limitação do trabalho, mas considera que seja um indício importante e um alerta para os homens de meia-idade.
"Não queremos impedir a utilização do medicamento. Sabemos que o sol causa câncer de pele, mas nem por isso deixamos de tomar sol. A intenção é reforçar as medidas preventivas", diz ele.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Hipertensão: mal que avança entre as crianças
Enfim, células embrionárias em teste
O teste, inédito em seres humanos, vem sendo apontado como um marco, que pode revolucionar a história da medicina.
A única informação divulgada sobre o paciente é de que se trata de um portador de lesão recente na medula espinhal, ocorrida há, no máximo, duas semanas. A Geron investiu, em pouco mais de uma década, US$ 170 milhões no uso de célulastronco embrionárias em lesões na medula.
Antes de ser levado a humanos, centenas de ratos paralíticos foram submetidos ao experimento. Alguns conseguiram recuperar parcialmente os movimentos.
As células usadas, provenientes de embriões humanos excedentes de tratamentos de fertilidade, foram manipuladas para se tornarem precursoras de certos tipos de células nervosas. No teste clínico, dois milhões de células serão injetadas diretamente na medula espinhal do paciente. Os pesquisadores esperam que elas lancem compostos que contribuam para a regeneração de nervos danificados. Dez pessoas participarão do teste. As outras nove ainda não foram selecionadas.
O experimento será realizado no Shepherd Center, em Atlanta, dedicado a lesões cerebrais e de medula espinhal. Além da instituição, outros sete centros dos EUA participam da pesquisa.
Os testes clínicos não têm como objetivo a cura dos participantes, mas sim averiguar o quanto é seguro aplicar células-tronco embrionárias na medula. “Quando começamos a trabalhar com células-tronco embrionárias humanas, em 1999, muitos previram que demoraria décadas até que a terapia celular fosse aprovada para testes clínicos em pessoas”, lembrou o presidente da Geron, Thomas Okarma, em comunicado divulgado à imprensa.
As lesões de medula espinhal são consideradas extremamente imprevisíveis. Em alguns casos, os pacientes costumam melhorar por conta própria, o que dificulta a avaliação de qual teria sido o efeito da injeção de células.
Alguns pesquisadores temem que os riscos da terapia piorem as condições dos pacientes, fazendo com que paralisias parciais progridam para o corpo inteiro.
As empresas envolvidas no tratamento, porém, estão confiantes. Okarma assegura que, mesmo havendo alguma reação inesperada, as células injetadas não abandonam o local da lesão, o que protegeria os pacientes de efeitos adversos.
O teste clínico no Shepherd Center é um “fato histórico”, segundo Tatiana Coelho Sampaio, coordenadora do Programa de Bioengenharia do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ.
— É uma técnica revolucionária — ressalta.
— As células-tronco embrionárias já terão sido diferenciadas em laboratório. Certamente existe um risco, mas o paciente que vai se submeter a isso será devidamente alertado de que se trata de um tratamento experimental. É um trabalho planejado há mais de dez anos e que tem passado por diversos controles para minimizar qualquer adversidade. Outra novidade é que o tratamento será feito de forma aguda, ou seja, com injeção diretamente na medula. Essa iniciativa abre uma nova janela de pesquisas, já que, hoje, a maioria dos tratamentos para esta lesão não tem intervenção local.
A Geron Corp conseguiu, em julho, a primeira licença expedida pelo FDA (Administração de Drogas e Alimentos dos EUA) para usar células-tronco embrionárias humanas em testes clínicos.
Sua pesquisa é voltada para lesões de medula espinhal, um problema que atinge 12 mil pessoas por ano nos EUA. As causas mais comum são acidentes de carro, quedas, ferimentos provocados por tiros ou pela prática de esportes.
Todo o estudo da empresa foi conduzido com verbas próprias; a Geron, portanto, não está sujeita a limitações de fundos federais. É uma vantagem considerável, dada a batalha jurídica enfrentada pela Casa Branca por causa das células-tronco.
Logo que assumiu a Presidência, no início do ano passado, Barack Obama baixou uma ordem executiva facilitando o financiamento público de pesquisas com o material. A iniciativa provocou a ira dos opositores ao uso de embriões humanos na produção destas células. Dois pesquisadores chegaram a processar os Institutos Nacionais de Saúde, mas uma corte federal de apelações aceitou que os investimentos continuassem liberados até que o caso seja julgado.
Além da Geron, uma outra empresa, a Advanced Cell Technology (ACT), está próxima de conseguir aval do FDA para realizar pesquisas com células-tronco embrionárias humanas.
O foco, no entanto, seria diferente: as células da ACT seriam manipuladas para converterem-se em células da retina. A companhia quer permissão para realizar testes clínicos em pacientes com distrofia macular de Stargardt, uma doença genética ocular que provoca a redução progressiva da visão, podendo resultar em cegueira.
50% das cidades estão com risco alto de dengue-CEARÁ
domingo, 10 de outubro de 2010
Maracujá é eficaz contra a ansiedade, dizem pesquisadores
Na revisão, foram comparados dados de 24 estudos, envolvendo um total de mais de 2.000 pessoas.
No trabalho também foi observado que a popular erva de São João e os suplementos de magnésio não têm bons resultados contra ansiedade.
Para os autores, é preciso fazer mais pesquisas para estabelecer as doses mais eficazes das substâncias que apresentaram resultados satisfatórios.
A pesquisa foi realizada por uma equipe da Global Neuroscience Initiative Foundation.
Baixos níveis de testosterona são ligados a Alzheimer
Foram analisados na pesquisa os níveis do hormônio em 153 chineses com mais de 55 anos e sem sinais de demência. Do total de voluntários, 47 tinham queixas de perda de memória e dificuldade na clareza de pensamento.
Em um ano, dez homens desse grupo apresentaram os primeiros sintomas de Alzheimer. Os mesmos voluntários tiveram baixos níveis de testosterona e altos níveis de uma proteína relacionada com o maior risco da doença.
O estudo saiu no "Journal of Alzheimer's Disease".
Para os pesquisadores, a conclusão mostra que a falta do hormônio pode ser considerada um fator de risco.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Superbactéria matou 18 este ano no Distrito Federal
Dado divulgado ontem pela Secretaria de Saúde do DF informa que em 1.º de outubro havia 58 casos de pacientes com infecção em tratamento no DF. O restante havia superado a infecção ou morrido - não necessariamente por problemas relacionados à bactéria. Até há três semanas, a maior parte dos casos estava concentrada em duas instituições: Hospital de Base e Hospital Santa Maria.
De lá para cá, no entanto, a contaminação se espalhou para outras instituições. "É um problema grave, estamos bastante preocupados", afirmou o gerente de tecnologia em serviços de saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Heder Murari Borba.
O surto relacionado em Brasília não tem relação com a nova superbactéria, originária do Sul da Ásia e que provocou a primeira vítima em agosto, embora as duas tenham a mesma origem. São mutações de uma bactéria conhecida há tempos, a Klebsiella pneumoniae. "No caso do DF, ela passou a produzir uma enzima, que a torna resistente aos tratamentos comumente usados", disse Borba.
A secretaria de Saúde afirmou que cirurgias continuam sendo feitas nos hospitais. As medidas de vigilância foram reforçadas e pacientes com suspeita da doença passaram a ser cuidados exclusivamente por um grupo reservado de profissionais.
Novo exame não invasivo substitui biópsia no fígado
O exame, cujo nome é elastografia hepática transitória, permite diagnosticar a fibrose no fígado (grau de cicatrização do órgão) com mais precisão do que a biópsia.
A formação dessas cicatrizes decorre de agressões por doenças crônicas, por exemplo as hepatites.
O exame capta as imagens do fígado por ultrassom, e também transmite uma onda de baixa frequência.
A vibração se propaga e mede a elasticidade do tecido hepático. Quanto mais endurecido, mais veloz é a propagação da onda. O resultado sai em cinco minutos.
Avaliar o grau de fibrose é crucial no tratamento de doenças do fígado. É isso o que vai determinar uso de um ou outro medicamento.
"É um avanço enorme. É possível que o exame substitua a biópsia hepática, não somente no diagnóstico, mas no acompanhamento das hepatites crônicas em futuro próximo", diz o médico hepatologista Hoel Sette Júnior, pesquisador do hospital Oswaldo Cruz.
A biópsia é um procedimento invasivo que requer hospitalização. Ela é feita com a inserção de uma agulha para a retirada de um pedaço de tecido, o que aumenta o risco de sangramentos.
Além disso, o fragmento colhido em biópsia pode não ser adequado para análise -que depende da interpretação do patologista. CUSTO
Ainda não se sabe quanto custará uma elastografia, mas os especialistas acreditam que o valor deverá ser menor do que o da biópsia.
Exames convencionais de imagem, como tomografia e ressonância magnética, são mais utilizados só nas fases avançadas da doença.
"Acho que a grande indicação é para pacientes com hepatite C que já estão diagnosticados. Pode ser útil para acompanhar o tratamento", diz Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia.
As estimativas oficiais apontam três milhões de brasileiros infectados pela hepatite C - mas os médicos afirmam que essa população é subestimada. Quase a metade dos transplantes de fígado está relacionada à doença.
Embora a maioria das pesquisas tenham sido feitas com portadores de hepatites, o exame vem sendo estudado para outras doenças.
O aparelho também poderá ser útil nos casos de cirrose por excesso de álcool ou nos pacientes que passaram por transplante hepático.
Desenvolvido na França, o equipamento já vem sendo usado na Europa e está em processo de aprovação pelo FDA (órgão americano que regulamenta remédios).
No entanto, a elastografia não vai significar o fim das biópsias de fígado, porque em alguns casos ela não pode ser feita: "Quando há acúmulo de água na barriga ou excesso de gordura no fígado, o exame não se aplica", ilustra a médica gastroenterologista Bianca Della Guardia, do Hospital Israelita Albert Einstein.
O aparelho já está disponível em algumas clínicas e hospitais do país -até aqui era usado apenas para pesquisa, em várias instituições.
Massagem cardíaca é mais eficaz sem respiração boca a boca
Nos Estados Unidos há anualmente cerca de 300.000 ataques cardíacos longe dos centros médicos.
As possibilidades de sobrevivência podem ser significativamente melhoradas com a RCP (reanimação cardiopulmonar), e a massagem cardíaca deve ser realizada sem a respiração boca a boca, porque isto aumenta as chances da vítima, destaca o estudo.
A conclusão faz parte de um programa iniciado no Arizona, em 2005, com o objetivo de melhorar as chances de sobrevivência das vítimas de ataque cardíaco.
"Este programa analisou a ação de pessoas comuns e de membros dos serviços de emergência médica e concluiu que é preferível limitar as interrupções (necessárias para se realizar o boca a boca) durante as compressões no peito."
O estudo foi realizado entre janeiro de 2005 e dezembro de 2009, com 4.415 pessoas com ao menos 18 anos que sofreram ataque cardíaco longe do hospital.
Deste total, 2.900 (65,6%) não receberam qualquer auxílio durante o ataque, 666 (15,1%) foram submetidos à RCP convencional e 849 (19,2%), apenas à massagem cardíaca.
A taxa de sobrevivência com alta hospitalar foi de 5,2% para quem não recebeu RCP, de 7,8% para os submetidos à RCP convencional (com respiração boca a boca) e de 13,3% para quem obteve apenas massagem cardíaca.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Montaria reabilita vítimas de derrame, mostra estudo da Unicamp
Viana, 61, foi um dos pacientes avaliados em uma pesquisa sobre o uso da equoterapia na recuperação de vítimas de AVC (acidente vascular cerebral).
A pesquisa, apresentada na Unicamp como tese de mestrado da fisioterapeuta Fernanda Beinotti, mostrou que o uso terapêutico da montaria em cavalos, além de ser eficaz, pode dar resultados mais rápidos do que a fisioterapia convencional.
Segundo Beinotti, não há na literatura científica nenhum trabalho controlado sobre o uso em adultos que sofreram derrame. "Já vi relatos de casos isolados mostrando melhoras. Quis fazer um estudo com mais pessoas e um grupo controle."
A fisioterapeuta selecionou pacientes que tinham tido derrame havia mais de um ano e que não apresentavam outras doenças, como hipertensão ou diabetes. Todos tinham grau de comprometimento motor semelhante: já conseguiam andar, embora não com marcha normal.
Durante 16 semanas, metade dos voluntários recebeu três sessões de 30 minutos semanais de fisioterapia convencional. A outra metade realizou, na mesma duração, duas sessões de fisioterapia e uma de equoterapia.
Foram dez participantes em cada grupo. "Não é um número grande, mas, pela primeira vez, foi usado grupo de controle. Além disso, a padronização [das condições dos pacientes e dos tratamentos] permite algumas conclusões mais objetivas."
RESULTADOS
Segundo Beinotti, os resultados mais significativos foram a recuperação da habilidade de contrair e relaxar os flexores plantares (músculos dos pé), a melhora nos movimentos da perna, a melhora no equilíbrio e no padrão da marcha (forma de andar).
O neurologista Eduardo Mutarelli, do hospital Sírio-Libanês, vê lógica nesse processo de reabilitação, mas desconhece outros trabalhos sobre a ação da equoterapia em casos de derrame. "Essa é uma pesquisa pequena."
Para Mirto Prandini, chefe do departamento de neurologia e neurocirurgia da Unifesp, a pesquisa mostra boas possibilidades. "Como no estudo, vítimas de derrame que não têm outras doenças podem ser beneficiadas."