domingo, 31 de outubro de 2010

Iogurte e leite fermentado não têm ação comprovada

Comerciais de iogurtes funcionais e leites fermentados, que prometem regular o intestino e elevar a imunidade, vão bem além dos efeitos provados dos produtos. A discussão foi levantada pela EFSA (autoridade europeia para segurança alimentar). Depois de analisar mais de 800 pedidos da indústria, a agência declarou que não há comprovação científica suficiente para recomendar os produtos em larga escala.
A EFSA também não permitiu que a Yakult incluísse em sua publicidade resultados de pesquisas recentes que associam a bebida à melhora de sintomas da gripe.
Por aqui, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reconhece a eficácia do Yakult e demais probióticos (alimentos com bactérias benéficas) -como Activia e Actimel, da Danone.
A Anvisa, entretanto, não permite que a propaganda alardeie benefícios além de "contribuir para o equilíbrio da flora intestinal". No ano passado, a agência proibiu a propaganda do Actimel que atribuía ao produto o poder de aumentar as defesas naturais do organismo.
Faltam estudos que envolvam um grande número de pessoas. Também faltam marcadores para medir os efeitos dos produtos. "Não tem como saber se a imunidade não aumentou por outros motivos", diz Susana Marta Isay Saad, professora de tecnologia bioquímico-farmacêutica da USP.
Segundo a Yakult, os 12 estudos feitos pela empresa -três com animais e nove com humanos- comprovam que tomar a bebida diminui tosse e coriza. "O consumo frequente ajuda a prevenir a gripe e, em pessoas que já estão doentes, tomar Yakult ajuda a sarar mais rápido", diz Yasumi Ozawa Kimura, pesquisadora da Yakult.
A própria pesquisadora reconhece que há importantes diferenças individuais. "A capacidade de defesa das pessoas é diferente. Pessoas saudáveis podem não ter um estímulo imunológico significativo tomando a bebida." DIFERENÇAS
Segundo Franco Lajolo, professor da USP e membro do comitê científico do International Life Sciences Institute, é provado que os probióticos estimulam o equilíbrio das defesas intestinais.
Isso ajudaria a prevenir diarreias, a reconstruir a flora em pessoas que estão tomando antibióticos ou auxiliar no tratamento de doenças do intestino. "Em pessoas saudáveis há insegurança e controvérsia sobre o fato de esses produtos aumentarem a imunidade", diz.
Outro problema: cada micro-organismo tem um efeito diferente em cada pessoa.
A Danone afirma que os benefícios dos produtos são "comprovados por um robusto corpo de estudos científicos promovidos de acordo com os mais rígidos preceitos de ética, que foram devidamente avaliados e reconhecidos pela Anvisa desde 2004".

sábado, 30 de outubro de 2010

Maioria dos brasileiros desconhece sintomas do AVC, alertam especialistas

A cada cinco minutos, um brasileiro morre por causa de um AVC (acidente vascular cerebral), segundo dados da ABN (Academia Brasileira de Neurologia), com base em informações do Ministério da Saúde. São quase 100.000 mortes por ano no Brasil. Nesta sexta-feira, no Dia Mundial de Combate ao AVC, especialistas alertam que a maioria dos brasileiros desconhece os sintomas da doença e não procura o médico.
Na maioria dos casos, o AVC, popularmente chamado de derrame, é causado pelo entupimento de uma artéria cerebral por um coágulo, impedindo o sangue de chegar a outras áreas do cérebro. "As pessoas esperam se vão melhorar e não procuram a emergência", alerta a integrante do Departamento de Doenças Cerebrovasculares da ABN, Sheila Martins.
Em 2008, uma pesquisa do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, da USP (Universidade de São Paulo), perguntou a 800 pessoas nas ruas das cidades de Ribeirão Preto, São Paulo, Salvador e Fortaleza quais os sintomas do AVC. Somente 15,6% dos entrevistados sabiam o significado da sigla. Ainda segundo a pesquisa, a maioria dos entrevistados confundiu a doença com paralisia, congestão, trombose ou nervosismo. Os sintomas de um AVC são fraqueza ou dormência súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar, entender ou enxergar, tontura repentina e dor de cabeça muito forte sem motivo aparente.
Para o neurologista e coordenador da pesquisa, Octávio Marques Pontes, o brasileiro não encara o AVC como uma doença que necessita de imediato atendimento médico, porque acha que não existe tratamento. "A doença está presente na vida das pessoas, mas a maioria vê como sem tratamento", disse. Pontes informou que, desde 2001, está disponível na rede pública e privada o tratamento trombolítico, que consiste na aplicação de remédios para desobstruir a artéria e restabelecer o fluxo sanguíneo, considerado o método mais eficaz.
A recomendação é que o paciente inicie o tratamento cinco horas após o aparecimento dos primeiros sintomas. O atendimento rápido aumenta em 30% as chances de sobrevivência, segundo Pontes. Um levantamento da Associção Internacional de AVC (ISS,em inglês) constatou que 15% dos pacientes que tiveram um acidente vascular cerebral podem morrer ou sofrer novo problema no prazo de um ano.
Os especialistas alertam ainda que é possível prevenir o acidente vascular, desde que sejam adotados cuidados no decorrer da vida entre eles praticar exercícios físicos, ter alimentação saudável e evitar o fumo, o consumo de álcool, além de ficar em alerta com as taxas de pressão e do colesterol. A doença incide na população com mais de 65 anos, mas pode ocorrer em jovens e até recém-nascidos.
Além da prevenção, os médicos apontam a necessidade de ampliar a rede com tratamento específico para o AVC. Atualmente, 62 hospitais públicos e privados oferecem o tratamento adequado, contra 35 em 2008, segundo a neurologista Sheila Martins. "Temos ainda muito a fazer", alertou.
Em um ranking nacional feito pela neurologista, o Rio Grande do Sul aparece com a maior taxa de mortalidade por AVC no país 75 mortes por 100 mil habitantes. Em segundo lugar está o Rio de Janeiro, com 68 mortes por 100 mil habitantes, seguido pelo Piauí, por Pernambuco e pelo Paraná. O cálculo é baseado em estatísticas do Ministério da Saúde de 2007.
A Organização Mundial de AVC estima que uma em cada seis pessoas no mundo terá um acidente vascular cerebral na vida.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Bayer pagará US$ 3,3 milhões aos EUA por propaganda enganosa de vitamina anticâncer

O laboratório farmacêutico alemão Bayer deve pagar US$ 3,3 milhões a três Estados americanos por ter propagado sem provas científicas as propriedades anticancerígenas de um coquetel de vitaminas.
O grupo havia promovido essas vitaminas "One a Day Men's" como componentes que ajudariam na redução dos riscos de câncer de próstata, em publicidades usando jogadores da Liga Nacional de Baseball como modelos.
O laboratório 'sabia ou deveria saber que seu coquetel de vitaminas não reduz os riscos de desenvolver este câncer, e que grandes doses de certas vitaminas podem até mesmo aumentar o risco para alguns homens', escreveu a procuradora de Illinois Lisa Madigan no veredicto.
O grupo que inventou a aspirina deve pagar US$ 3,3 milhões aos estados de Illinois, Califórnia e Oregon, que serão destinados principalmente a propagandas contendo informações corretas para os consumidores, segundo um acordo judicial.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Lanchonete é condenada a pagar indenização a gerente que engordou-Mc Donald's

Uma franquia da rede Mc Donald's foi condenada, em segunda instância, a pagar indenização por danos morais de R$ 30 mil a um ex-funcionário que disse que engordou 30 quilos durante os 12 anos que trabalhou na empresa. Cabe recurso.
Segundo nota publicada pela assessoria de imprensa do Tribunal Regional do Trabalho 4ª Região (TRT4), o funcionário disse que, quando começou a trabalhar na lanchonete, pesava entre 70 e 75 quilos. Quando saiu, estava com 105 quilos e apresentava quadro de obesidade. O ex-gerente teria afirmado que era obrigado a degustar produtos como batata frita, refrigerante e sorvete.Na decisão, o desembargador João Ghisleni Filho reconhece que o sedentarismo e fatores hereditários podem ter contribuído para o agravamento de problemas de saúde, mas não isenta a empresa da responsabilidade.
Em primeiro grau, foi definida a indenização de R$ 48 mil, mas o valor foi reduzido.
Em nota, a assessoria de imprensa da rede Mc Donald's informou que a empresa Kalloponi Comércio de Alimentos, franqueada da marca, "está trabalhando para avaliar as medidas jurídicas em relação ao caso". O texto diz ainda que a lanchonete oferece "grande variedade de opções de alimentos e cardápios balanceados para atender às necessidades diárias de seus funcionários, de acordo com a legislação brasileira".

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

STJ antecipa quebra de patente de medicamento contra leucemia

Os portadores de leucemia tiveram uma boa notícia do STJ (Superior Tribunal de Justiça): a patente do medicamento Glivec vencerá em 3 de abril de 2012, conforme havia estabelecido o Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Os direitos da patente pertencem ao Laboratório Novartis, que detém a exploração exclusiva de derivados da pirimidina, substância utilizada para a preparação do Glivec.
O recurso impetrado pelo Inpi no STJ questionava o termo inicial do prazo de vigência da patente, que havia sido fixado pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região para 25 de março de 2013, após ação da empresa detentora da patente na Justiça Federal.
A alegação era que a expiração da patente deveria ser calculada tendo por base o registro depositado no Escritório Europeu de Patentes, o que ocorreu em março de 1993. Já para o INPI, esse cálculo deveria ser feito tendo como referência a data do primeiro depósito feito na Suíça, em 3 de abril de 1992.
De acordo com o relator do recurso, ministro Paulo de Tarso Sanseverino, até 1996 o direito de o inventor explorar substâncias, matérias e demais produtos obtidos por processos químicos não era reconhecido no Brasil. Mas, com a nova Lei de Propriedade Industrial, o direito dos inventores sobre esses produtos passou a ser reconhecido --o que foi estendido aos inventos patenteados no exterior por meio de um mecanismo provisório.

Brasil envia remédios para combater cólera no Haiti

Um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) com quatro toneladas de medicamentos, luvas, pastilhas de purificação de água e outros materiais de prevenção ao surto de cólera e atendimento a doentes no Haiti, doados pelo governo brasileiro, sairá nesta quarta-feira (27), às 13h.
O envio da ajuda ocorre a partir de Brasília, uma escala do voo que sai da base da FAB no Rio de Janeiro.
O envio da ajuda humanitária foi autorizado pelo Ministério da Defesa, atendendo solicitação do Ministério da Saúde.
O avião da FAB que levará ajuda humanitária faz voos regulares ao Haiti com o objetivo de levar suprimentos para o batalhão brasileiro naquele país. Mas devido ao surto que já matou quase 300 pessoas, a ordem do governo foi dar prioridade ao embarque da carga para o atendimento médico da população haitiana.
Ao mesmo tempo em que o governo brasileiro envia ajuda para o combate à cólera no Haiti, o contingente de militares brasileiros presentes naquele país adota uma série de medidas para evitar o risco de contaminação das tropas.
Entre as medidas adotadas, as tropas que compõe os Batalhões 1 e 2 (Brabatt 1 e 2) e a Companhia de Engenharia vem ampliando a higienização das dependências dos quartéis e redobrando os cuidados com a purificação da água.
As mesmas medidas também vem sendo adotadas nas áreas de atuação das tropas em Porto Príncipe, capital do Haiti.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Vacina contra catapora está em falta em SP; doença já causou 15 mortes no ano.

A vacina contra catapora está em falta no Estado de São Paulo. Há três semanas acabaram as doses da rede pública. Ainda há vacinas em algumas clínicas e hospitais particulares, onde a imunização custa de R$ 60 a R$ 120. Mas o desabastecimento já atinge a maioria das unidades.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, um novo lote deve chegar em novembro. A pasta afirma também que não existe razão para preocupação, pois não há surtos e a doença não é considerada grave. Neste ano, foram registrados 10.018 casos, com 15 mortes.

Os números, diz o Estado, não chegam a preocupar, apesar do crescimento em relação ao ano passado, quando houve 7.000 casos e 7 mortes, o menor número da década, conforme o governo.

A catapora é transmitida pelo ar e pela saliva. É a doença mais contagiosa que existe, explica o médico infectologista Vicente Amato Neto. "Mas é uma doença benigna, que muito raramente tem complicações", afirma.

"Ela oferece riscos quando a criança, que é a vítima mais comum, já está em uma situação de imunodepressão. Por exemplo, um tratamento contra câncer ou Aids."

DESABASTECIMENTO

São Paulo é o único Estado que oferece a vacina na rede pública, conforme a Secretaria de Saúde. Mas ela é direcionada a focos da doença.

Se há dois casos ou mais em uma escola ou creche, a prefeitura é orientada a notificar o governo estadual, que aplica a vacina nas pessoas que não foram imunizadas nem tiveram a doença antes.

Por ano, o Estado compra 200 mil doses de vacina. Em 2010, porém, 140 mil unidades ainda não foram entregues devido a um desabastecimento mundial.

As 60 mil doses que chegaram foram usadas, principalmente, em cidades como Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, que registraram aumento de 64% e 120%, respectivamente, nos casos em comparação com 2009.

QUALQUER IDADE

Quem contrai catapora deve procurar um médico. O tratamento inclui medicamentos e repouso.

É aconselhável que as pessoas que tenham entrado em contato diretamente com o doente sejam imunizadas.

Apesar de ser mais comum durante a infância, a doença pode atingir pessoas de qualquer idade. Entre os sintomas da catapora, estão: cansaço, febre, dor de cabeça e feridas, que causam coceira em todo o corpo.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Temporão não vê motivos de pânico - superbactéria KPC

A venda indiscriminada de antibióticos está com os dias contados. Esse é o objetivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com a norma que pretende publicar até esta quarta-feira. Na tentativa de conter a evolução de superbactérias como a Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), a agência criou uma norma que torna obrigatória a apresentação de duas vias da receita médica na compra de qualquer antibiótico: uma cópia para o paciente e uma que deve ficar retida por um mês na farmácia.
A Anvisa afirma que o uso descontrolado dos medicamentos antibióticos é uma das causas da mutação que deu origem à KPC, bactéria transmitida em ambientes hospitalares, altamente resistente a antibióticos.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, pediu ontem tranquilidade em relação à proliferação da superbactéria KPC. “A população fique tranquila porque essa é uma situação que acontece apenas em ambiente hospitalar e em pacientes debilitados”, disse ele após participar de encontro em São Paulo.
Segundo o ministro, com a adoção de medidas pela Anvisa, “a situação vai ficar sob controle”. Entre as ações da agência, ele destacou a norma que determina a retenção da receita médica na compra de antibióticos. “[Isso] vai impedir muito o que hoje é um problema seríssimo, que é a automedicação, o uso abusivo e indiscriminado”, garantiu. Temporão afirmou que a importância de procedimentos simples de higiene, como lavar as mãos, diminuem muito o risco de contágio pela bactéria. “Isso serve para os profissionais de saúde e também para os visitantes ao entrar e ao sair [de um hospital]”.
Para o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal, Hélio José de Araújo, a iniciativa da Anvisa chega com atraso. “Essa ação de coibir o uso indiscriminado de antibióticos já vem tarde.” Segundo Hélio, o surgimento da superbactéria já vinha sendo anunciado há alguns anos, desde que outras bactérias como a MRSA passaram a fazer vítimas na última década. O presidente do conselho explica que é impossível dizer quantos antibióticos estão disponíveis no mercado, mas garante que o medicamento representa uma grande fatia das vendas da indústria farmacêutica. “Em alguma coisa deve interferir no mercado, mas não é algo que irá prejudicar o comércio. Em primeiro lugar vem a saúde da população”, assegura.
Hélio José também frisa que o uso indiscriminado de antibióticos não é culpa unicamente do paciente: “Às vezes os próprios profissionais de saúde prescrevem um antibiótico de terceira geração para combater uma bactéria que seria tratada com um de primeira geração. Também existe muita insistência da indústria farmacêutica em fazer propaganda em cima dos médicos”, critica. Para Hélio José de Araújo, o problema poderia ser amenizado se todos os pacientes fizessem os exames que ditam qual o antibiótico apropriado — o antibiograma é capaz de identificar o agente causador da doença e a qual medicamento ele é sensível ou resistente.
Somente no Distrito Federal, a superbactéria contaminou 183 pessoas, resultando em 18 mortes. Em entrevista ao Correio na semana passada, a secretária se Saúde do DF, Fabíola Nunes, garantiu que o quadro não é motivo para que a população evite os hospitais. A secretária anunciou que a erradicação da bactéria será alcançada com a capacitação de um número maior de servidores sobre as ações necessárias para evitar a contaminação.

Resistência às indicações
Sempre que Mary Medeiros, 45 anos, moradora de Sobradinho, apresenta os mesmos sintomas, não hesita em comprar por conta própria o velho medicamento de confiança. Por falta de paciência em consultar um profissional, a técnica em informática admite que tem o costume de adquirir antibióticos sem receita médica. “Eu não preciso ir até lá para o médico me dizer que eu tenho de tomar Amoxicilina”, critica. Com o surgimento da superbactéria, Mary conta que ficou mais apreensiva e que pretende mudar de hábitos para cuidar da própria saúde. “Vou ter de tomar mais cuidado e pedir todos os exames no médico.”
Pacientes como Mary são os principais responsáveis pela resistência adquirida pela KPC aos medicamentos comuns. “Se a bactéria se torna mais resistente, a pessoa sempre tem de tomar um antibiótico mais forte, e existe um limite”, ensina a farmacêutica Karla Regina de Madeiros. A profissional explica que, ao não apelar para substâncias mais poderosas, também é possível evitar efeitos colaterais perigosos, que vão além dos costumeiros mal estar, dor e náusea causados pelos antibióticos comuns. “Aprovo a medida da Anvisa. Assim as pessoas vão ver que antibiótico é um medicamento sério”, diz.
O hábito de escolher o próprio tratamento sem orientação é um costume que os profissionais da saúde atribuem especialmente aos brasileiros, mas em áreas mais privilegiadas como o Plano Piloto o costume é menos comum. “A maioria que compra antibióticos aqui é com receita. Mas ainda há os que têm o costume de pedir orientação direta do farmacêutico, principalmente em casos de infecção urinária e de garganta”, analisa Elidete Leite, farmacêutica e subgerente de uma farmácia no Sudoeste. Outro costume comum, segundo a profissional, é a preferência dos clientes por anti-inflamatórios, pois alguns pacientes têm receio de recorrer a antibióticos e ainda não sabem discernir os dois medicamentos — mais um engano que pode ser evitado se a prescrição médica sempre for seguida à risca.

O que diz a norma

O paciente deve receber duas
vias da receita do antibiótico.

A primeira via fica retida na farmácia por 30 dias, contados a partir da compra do remédio.

A segunda via é devolvida ao paciente, comprovando o atendimento.

Nas bulas e rótulos dos remédios deve constar, além da tarja vermelha, as inscrições “Venda sob prescrição médica” e “Só pode ser vendido com retenção de receita”.
Até quarta-feira a norma deve ser publicada no Diário Oficial, quando começa a contar o prazo de 30 dias para sua validade.

Resistência
O Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA, na sigla em inglês) é uma bactéria que resiste ao tratamento de muitos antibióticos, como a penicilina. Devido à mutação sofrida pelo Staphylococcus, ele atingiu grandes índices de contágio em escala mundial nos últimos dez anos. O MRSA é responsável por muitas infecções hospitalares e ainda pode levar à morte.

domingo, 24 de outubro de 2010

A dieta da água

A sabedoria popular ensina há séculos que beber água antes das refeições ajuda a emagrecer. Agora, pesquisadores americanos confirmam a crença. Um estudo provou que ingerir aproximadamente meio litro de água – o equivalente a dois copos –, duas horas antes de comer, três vezes ao dia, ajuda, sim, a perder peso.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas colocaram 48 adultos entre 55 e 75 anos numa dieta pouco calórica, mas os dividiram em dois grupos. Só um tomou água antes das refeições. Após três meses, tempo de duração do experimento, todas as pessoas emagreceram, mas as que consumiram a bebida antes do café da manhã, do almoço e do jantar perderam cerca de dois quilos a mais (em média, sete quilos, contra cinco de quem não bebeu). Em­bora tenham escolhido uma faixa etária mais adiantada, os responsáveis pelo estudo acreditam que esse costume possa ajudar pessoas de todas as idades. “Essa ideia popular parecia lógica, mas nunca havia sido realmente investigada”, disse à ISTOÉ a especialista em comida e nutrição Brenda Davy, uma das autoras da pesquisa.
A professora da Universidade Virginia Tech afirma que esse efeito emagrecedor pode ser explicado pela sensação de saciedade que a água provoca. “Nossos participantes relataram que se sentiam mais cheios e com menos fome quando começavam a comer. Isso pode ter permitido a eles ingerir menos calorias”, contou.
No entanto, parece haver outras razões para o benefício da dieta da água. O endocrinologista carioca Tércio Rocha explica que a água, especialmente gelada, pode ajudar no emagrecimento por outro caminho que não o da saciedade. Segundo ele, a temperatura fria provoca uma retração vascular no estômago que diminui a sensação de fome. “Outra coisa é que, quando estamos famintos, sentimos até uma dorzinha, provocada pelo ácido clorídrico (um dos componentes do suco gástrico) que vai se acumulando no estômago. A água ‘lava’ esse ácido, diminuindo uma urgência por comida que às vezes nos faz comer demais”, esclarece.
Além disso, sabe-se que a água, quando consumida cerca de meia hora antes das refeições, estimula os mecanismos da digestão, fazendo com que a comida tenha menos tempo para ser absorvida. O médico garante que tomar água pode realmente ser eficaz. “Mas beber mais do que 500 mililitros pode ser um problema porque meio litro já é um volume significativo de líquido no estômago”, ressalta a americana Brenda Davy. Segundo ela, bebidas de baixa caloria, como os refrigerantes light, poderiam ter efeitos semelhantes aos da água. Outros especialistas, no entanto, alertam que bebidas com adoçante podem causar vários tipos de problemas quando ingeridas em excesso. Água, como se sabe, não tem efeitos colaterais.

sábado, 23 de outubro de 2010

Cientistas descobrem marcador genético de tumores cancerosos

Cientistas americanos e franceses anunciaram na quarta-feira (20) a descoberta de um marcador genético presente em pelo menos 11 tipos de tumores cancerosos, o que poderia desencadear a implementação de novos exames e tratamentos para a doença.
Pesquisadores da Escola de Medicina Monte Sinai, dos EUA, e do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, da França, afirmaram ter descoberto o receptor do hormônio folículo estimulante (FSH) em mais de 1.300 pacientes com câncer.
No estudo, descobriu-se que o FSH, originalmente encontrado apenas nos órgãos reprodutivos humanos, está presente em células dos vasos sanguíneos de todos os tumores pesquisados, independente do tipo ou do estágio de crescimento.
"Este novo marcador tumoral pode ser usado para melhorar a detecção do câncer. Contrastes que se ligam ao novo marcador poderiam ser injetados no sistema vascular, tornando visíveis tumores iniciais situados em qualquer parte do corpo", explicou o chefe da pesquisa, doutor Aurelian Radu, da Escola Monte Sinai.
Os cientistas reforçaram que são necessários testes complementares para confirmar suas descobertas e descobrir se o marcador está presente em tumores relacionados com outros tipos de câncer.
Mas disseram que a descoberta é "muito promissora" e poderia "resultar em um novo objetivo de diagnóstico ou de tratamento para detectar o câncer no início ou deter seu desenvolvimento".
Na pesquisa, que será publicada na edição desta quinta-feira do "New England Journal of Medicine", foram avaliadas amostras de tecido dos tumores de 1.336 pacientes com 11 tipos de câncer: próstata, mama, cólon, pâncreas, bexiga, rins, pulmões, fígado, estômago, testículos e ovários.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Surto de cólera que já matou 138 no Haiti "é do pior tipo", diz ministro da Saúde

O surto de cólera que já matou 138 pessoas no Haiti é do tipo mais perigoso, afirmou nesta sexta-feira o ministro da Saúde, Ariel Henry, após reunião de crise mantida com o presidente René Préval para adotar medidas para conter a propagação da doença.
Larsen informou que a cepa é do tipo "01", que, segundo a OMS, está na origem da maioria das epidemias desta doença no mundo.
As autoridades estão preocupadas ante a possibilidade de que a epidemia se propague em consequência da mobilização da população nos acampamentos improvisados depois do terremoto de 12 de janeiro e onde moram milhares de pessoas.
Hoje pela manhã, Préval já havia confirmado que o surto de diarreia que aflige o país é decorrente do cólera e que ao menos 138 já morreram, na maior crise sanitária desde o terremoto de 12 de janeiro. "Posso confirmar que é cólera", afirmou.
De acordo com a ONU, o governo haitiano já notificou à Organização Mundial da Saúde (OMS) as 138 mortes e 1.526 casos do surto, principalmente na região de Baixa Artibonite, mas também no Planalto Central, ambas ao norte da capital, Porto Príncipe.
Os hospitais locais estão superlotados de pacientes com diarreia, e as vítimas morrem por causa de uma rápida desidratação, às vezes em questão de horas, segundo as autoridades.
SUPERLOTAÇÃO
Equipes médicas que ainda estão no Haiti para a operação de ajuda pós-terremoto foram enviadas à região do surto, ao redor da localidade de Saint-Marc, uma zona agrícola que recebeu muitos sobreviventes do terremoto.
Segundo rádios locais, a situação mais grave ocorre em Saint-Marc, 100 km ao norte de Porto Príncipe, onde há 26 óbitos e mais de 400 hospitalizados. Em Verette, na mesma zona, a cólera matou 18 pessoas, e outras três faleceram em Mirebalais, no centro do país.
Segundo o chefe do Departamento de Saúde do governo, Gabriel Thimote, as vítimas são de várias idades, mas que jovens e velhos aparentemente são mais afetados. Thimote disse que não há por enquanto relatos dos casos de diarreia em Porto Príncipe.
A OMS e a ONU, no entanto, ainda não confirmam que se trata de uma epidemia de cólera, pois aguardam resultados de exames laboratoriais.
O cólera é uma doença aguda transmitida por meio de água e alimentos contaminados. Ela causa diarreia aquosa e uma desidratação severa, que pode matar em questão de horas se não for tratada.
Especialistas dizem que até 80% dos casos de cólera podem ser tratados satisfatoriamente com sais orais de reidratação. Água limpa e saneamento básico são cruciais para reduzir o impacto do cólera e de outras doenças transmitidas pela água. TERREMOTO
O terremoto de janeiro matou até 300 mil pessoas e deixou outras cerca de 1,5 milhão vivendo em acampamentos superlotados de Porto Príncipe e arredores.
Apesar dos temores iniciais de epidemias nessas condições, a enorme operação humanitária internacional evitou surtos graves de doenças contagiosas na devastada capital do Haiti, país mais pobre das Américas.
Agências de ajuda humanitária têm manifestado durante meses seu receio de surtos de doenças que poderiam se espalhar rapidamente no Haiti devido às precárias condições sanitárias nos acampamentos de desabrigados, com pouco acesso à água potável.
O empobrecido país do Caribe tem sido atingido nos últimos dias por grandes inundações, piorando a miséria daqueles que lutam para sobreviver em barracas e acampamentos que agora permeiam o país.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Chega ao Brasil nova cirurgia de hemorroidas, sem corte nem dor

Por medo ou vergonha, metade dos pacientes com queixa de hemorroidas não procura o médico. Muitos evitam o quanto podem o bisturi, quando há indicação. Parte disso se deve ao temido pós-operatório, um dos mais doloridos.
Uma nova cirurgia, disponível em países da Europa e agora no Brasil, promete acabar com o problema sem corte, sem dor e com rápida recuperação. Entre os especialistas, porém, não há consenso sobre os benefícios.
Chamada de Dearterialização Hemorroidária Transanal guiada por Doppler, ou THD, a técnica é relativamente simples. Com o paciente anestesiado (peridural), o cirurgião insere um anuscópio (equipamento para visualizar o canal retal) com um ultrassom (doppler) na ponta.
O aparelho mede o fluxo sanguíneo pelo som. Identificado o "pulso", é acionada uma agulha que fica no aparelho. A veia é então costurada, reduzindo o fluxo que alimenta a hemorroida. Sem sangue, ela murcha, diminuindo muito o tamanho. "LIFTING"
O tecido que sobra também é costurado no lado interno do reto. "Fazemos uma espécie de "lifting" da mucosa para que ela suba em direção ao reto. É o que a gente faz quando a pálpebra está caída", exemplifica Sidney Klajner, proctologista e cirurgião do Hospital Albert Einstein, que introduziu a técnica no Brasil.
A Anvisa autorizou a cirurgia em junho. Desde então foram feitas 16 operações em São Paulo e em Porto Alegre.
"É dor zero desde o primeiro dia. Tenho pacientes que voltaram a trabalhar no dia seguinte", diz Klajner. Ele diz que, por precaução, tem feito o procedimento com anestesia peridural, mas que, na Itália, os médicos o fazem só com uma sedação.
As hemorroidas são resultado da dilatação das artérias que ficam na região do ânus. Predisposição genética, dificuldades para evacuar e esforço físico excessivo podem deflagrar a doença.
Em geral, nos graus iniciais, o tratamento das hemorroidas é clínico, à base de pomadas anestésicas, reguladores intestinais e orientação para mudança de hábitos alimentares. Nos graus mais avançados, especialmente quando as hemorroidas saem para fora do canal retal (prolapso), a indicação é quase sempre cirúrgica.
"A decisão [de fazer a cirurgia] é tomada junto com o paciente. Não é uma doença que vai virar câncer, por exemplo. Mas, às vezes, a gente opera paciente com anemia intensa por causa do sangramento que ela provoca. E quanto mais tempo esperar, maior será a cirurgia", diz Klajner.
Na avaliação da proctologista Margareth Fernandes, do Hospital do Servidor Estadual, a THD tem limitações e não é indicada quando há prolapso da mucosa para fora do reto. Ainda que haja fixação desse tecido por meio de pontos durante o procedimento, ela não acredita que isso resolva o problema. "Os pontos não garantem a sustentação das fibras elásticas", diz a médica.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Pacientes com superbactéria são isolados em hospitais de São Paulo

Com aumento de casos da superbactéria KPC em São Paulo, hospitais estão isolando mesmo pacientes que têm o micro-organismo mas não apresentam sintomas. Ontem, em comunicado aos hospitais, a Secretaria Municipal da Saúde solicitou que surtos da bactéria superresistente aos antibióticos sejam notificados imediatamente ao núcleo de controle de infecção hospitalar.A Secretaria Estadual de Saúde informa que não foi notificado nenhum surto de Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC) e que desconhece casos isolados porque o problema ainda não é de notificação compulsória.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve tornar a notificação obrigatória a partir de sexta.
A Folha apurou que em dez hospitais públicos e privados de São Paulo houve o registro de ao menos 90 casos da KPC, desde o início do ano. No Edmundo Vasconcellos, por exemplo, houve nove casos, com três mortes. No Sírio-Libanês, foram cinco casos, no Oswaldo Cruz, três, e no Albert Einstein três.
No momento, o maior foco de infecção está no Distrito Federal, que contabiliza 15 mortes e 135 casos confirmados. Ontem, o ministro José Gomes Temporão disse que, pelas informações da sua pasta, só havia casos em hospitais de Brasília.
No comunicado, a secretaria reforçou as medidas de prevenção para evitar a proliferação dos casos não só da KPC mas de outras bactérias superresistentes. Entre elas, está o isolamento de pacientes sem os sintomas da infecção, medida já tomada por alguns hospitais, como Albert Einstein, Sírio-Libanês e Oswaldo Cruz.
ISOLAMENTO
A regra é clara: pacientes que estão internados há muito tempo (dentro e fora da UTI) ou que usam vários tipos de antibiótico devem fazer exames para a detecção da KPC, mesmo sem sintomas da infecção.
Se a KPC estiver presente, o paciente é isolado em um quarto até obter alta. Sem os sintomas, não há recomendação de tratamento com antibióticos, basta monitorar o paciente, diz o infectologista Luiz Fernando Aranha Camargo, do Einstein.
No Oswaldo Cruz, se o paciente vem de outro hospital, ele é automaticamente isolado. "Ele entra em isolamento independentemente da condição de portar ou não a bactéria. Depois, a gente avalia a necessidade de manter o isolamento", afirma Gilberto Turcatto, infectologista.
O paciente permanece "fichado" mesmo depois da alta hospitalar. Se ele voltar a ser internado, ficará isolado até que novos exames comprovem a ausência da KPC.
Segundo Maria Beatriz Souza Dias, infectologista do Sírio, além do isolamento, há uma série de precauções adotadas, entre elas a sinalização de quartos e objetos usados pelo paciente, para evitar que profissionais da saúde levem a bactéria para outros locais do hospital.
Para o infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcelos, a grande preocupação reside na maioria dos hospitais públicos que não têm nem comissões de infecção estruturadas nem laboratórios de microbiologia capazes de isolar a bactéria. "Tem muito lugar que nem sabe se a bactéria está circulando ou não."

terça-feira, 19 de outubro de 2010

EUA aprovam Botox para tratar enxaqueca crônica

O FDA, órgão que regulamenta o uso medicamentos nos EUA, aprovou o uso de de Botox para tratar casos crônicos de enxaqueca.
Segundo o comunicado divulgado pela agência americana, as injeções poderão ser aplicadas a cada 12 semanas nas regiões da cabeça e do pescoço em adultos que sofrem da doença.
O órgão afirmou que o Botox se mostrou eficaz apenas para casos em que a dores de cabeça são crônicas, isto é, quando acometem as pessoas em mais do que14 dias por mês.
O Reino Unido foi o primeiro país a aprovar esse uso do Botox, em julho deste ano.
A decisão foi tomada um pouco mais de um mês após o laboratório Allergan, que fabrica as injeções antirrugas, ter concordado em pagar US$ 600 milhões por ter vendido a medicação para usos ainda não aprovados, como o tratamento de dores de cabeça.

PF prende três em operação contra venda irregular de remédios pela internet

Três pessoas foram presas na manhã desta terça-feira em uma operação desencadeada pela Polícia Federal contra a venda de medicamentos proibidos ou irregulares pela internet. Até as 12h, a corporação ainda não tinha informado em quais Estados ocorreram as prisões. A assessoria da PF informou ainda que a operação --chamada Panaceia-- acontece nos Estados de São Paulo, Rio, Minas, Santa Catarina, Maranhão, Paraíba e Ceará. Com a participação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a operação tem o objetivo de cumprir 20 mandados de busca e apreensão.
Ainda de acordo com a polícia, eram comercializados pela quadrilha remédios de venda proibida e falsificados. Entre eles anabolizantes, abortivos, inibidores de apetite, entre outros. O balanço completo da operação deve ser divulgado apenas no final da tarde.
A Polícia Federal afirmou que a operação acontece ainda em mais 44 países associados a Interpol (polícia internacional).

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Caminhadas ajudam a preservar o cérebro na velhice, indica pesquisa

Caminhar por pelo menos 10 km por semana pode ser uma das coisas que as pessoas podem fazer para impedir o encolhimento do cérebro e combater a demência, disseram pesquisadores dos EUA. O estudo fui publicado na revista "Neurology".
A pesquisa analisou cerca de 300 pessoas em Pittsburgh, que registraram quanto caminharam a cada semana, e mostrou que aqueles que andavam pelo menos 10 km tinham redução cerebral relacionada à idade menor que a das pessoas que caminhavam menos.
"O cérebro encolhe na fase mais avançada da idade adulta, o que pode causar problemas de memória. Nossos resultados devem incentivar experimentos que verificam se o exercício físico em idosos é uma abordagem promissora para prevenir a demência e o Alzheimer", disse Kirk Erickson, da Universidade de Pittsburgh.
A equipe de Erickson realizou a pesquisa para averiguar se as pessoas que andam muito poderiam estar mais preparadas para combater as doenças da idade.
Eles analisaram 299 voluntários que começaram o estudo livres de demência, e que registraram seus hábitos de caminhadas.
Nove anos depois, os cientistas fizeram varreduras nos cérebros para medir o volume dos órgãos. Após quatro anos, eles realizaram testes para ver se algum participante sofreu prejuízo cognitivo ou demência.
Os pesquisadores descobriram que as pessoas que caminhavam cerca de dez quilômetros por semana tinham metade do risco de desenvolver problemas de memória em comparação aos demais.
Eles disseram que mais estudos precisam ser realizados sobre os efeitos do exercício e a demência, mas na ausência de tratamentos eficazes para o Alzheimer, a caminhada pode ser uma alternativa.
Nenhuma droga atual pode alterar a progressão da doença de Alzheimer, que afeta mais de 26 milhões de pessoas no mundo.

domingo, 17 de outubro de 2010

Apêndice já pode ser extraído pelo umbigo sem deixar cicatriz

Uma nova técnica para a cirurgia de apendicite permite a retirada do órgão pelo umbigo sem deixar cicatriz. O procedimento é feito com uma só incisão e é mais simples do que a videolaparoscopia tradicional - com três orifícios- ou mesmo do que as chamadas cirurgias de porta única, mais recentes, feitas com apenas uma incisão, mas que usam equipamentos específicos.
A apendicite é a inflamação e infecção do apêndice -órgão em forma de dedo entre o intestino grosso e o delgado. Quando acontece a inflamação, o apêndice precisa ser extraído.
"Além de ser minimamente invasiva, a técnica é simples e barata. Pode ser feita em larga escala", diz o cirurgião Sylvio Avilla, do Hospital Infantil Pequeno Príncipe, em Curitiba.
Desde o começo de setembro a técnica já foi aplicada em 15 crianças e adolescentes de 4 a 16 anos. Os pacientes têm alta em até dois dias.
A cirurgia é uma mistura entre a videolaparoscopia e a operação tradicional (corte de quatro centímetros).
"Fazemos a incisão de aproximadamente dois centímetros dentro do umbigo e o apêndice é puxado para fora da barriga. A extração é externa, como no procedimento tradicional", explica o cirurgião pediátrico.
Apesar de até agora a cirurgia só ter sido feita em crianças, o médico não vê impedimentos em usá-la em adultos. "Adolescentes que operamos já têm estrutura física de um adulto.""PORTA ÚNICA"
Para o médico Marco Aurélio Santo, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital das Clínicas de São Paulo, a técnica é novidade.
"Fala-se em cirurgia por um único orifício, mas fazendo a extração internamente, e com pinças adaptadas. Não conheço a técnica, mas vejo com cautela. Talvez em criança seja mais aplicável."
A cirurgia externa pelo umbigo é possível, de acordo com Avilla, porque o apêndice fica em uma região maleável. "Tem como puxar os órgãos para fora do umbigo e depois retornar à posição."
Outra vantagem, segundo ele diz, é que, com menos incisões, há menor risco de complicações. A indicação da cirurgia, porém, é para pacientes que não estejam em um estágio avançado de inflamação ou em fase de suporação do apêndice.
Segundo o médico Alexandre Miranda Duarte, membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, procedimentos de porta única, de forma geral, ainda estão em avaliação. "Desconheço essa técnica, mas cirurgias por um único orifício não são regra geral. Cada apendicite é de uma forma", afirma.
Mariana Benfica da Silveira, 13, foi a primeira a passar pela cirurgia. Quando soube que estava com apendicite, seu medo foi ter de parar de nadar por muito tempo.
A menina pratica natação duas horas por dia e participa de campeonatos. "Pensei que demoraria, mas foi rápido. Não faltei na escola nenhum dia e voltei a treinar em três semanas."
Cirurgias de apêndice são mais comuns em crianças e jovens do que em adultos. "É a época de maior incidência da doença", afirma o cirurgião Marco Aurélio Santo.

Hambúrguer "indestrutível" do McDonalds causa polêmica nos EUA

Uma mulher que comprou há seis meses em Nova York um hambúrguer com batatas fritas na rede de fast-food McDonald's afirma que a comida está praticamente idêntica desde quando foi comprada.
A denúncia do quase indestrutível "McLanche Feliz" no apartamento de Manhattan da fotógrafa Sally Davies surpreendeu aqueles que acompanham o caso. O hambúrguer já apareceu na TV e é tema de intensas especulações, por exemplo, de como pode o alimento mostrar apenas vestígios de deterioração, após passar seis meses em um prato.
"Tudo começou com uma aposta com um amigo", contou Davies à AFP. "Então, em 10 de abril, comprei um hambúrguer e começei a fotografá-lo, e nada aconteceu realmente. Um dia ele começou a cheirar mal, e depois o odor sumiu".
O hambúrguer murchou um pouco, mas não mofou e, visualmente, está igual a qualquer hambúrguer entregue em um dos famosos McDonalds.
Segundo contou Davies, não há qualquer odor. Seus dois cães passam em frente ao hambúrguer sem demonstrar o menor interesse.
A durabilidade do "McLanche Feliz" intriga e preocupa muitas pessoas. A principal pergunta é: como pode um alimento que dura tanto tempo ser saudável?
O McDonald's recusou-se a dar entrevistas sobre o caso, mas disse, em um comunicado, que "não é possível explicar a alegação sem saber quais foram as condições em que o alimento foi mantido. Por isso, as conclusões "são precipitadas."
Alguns acusam Davies de tentar montar um golpe publicitário.

sábado, 16 de outubro de 2010

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) divulgou, ontem, nota técnica recomendando intensificação da vigilância epide-miológica do sarampo no Estado. De acordo com o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Manoel Fonseca, a medida é consequência de um alerta feito pelo Ministério da Saúde, em todo o Brasil. O documento, emitido pelo Núcleo de Vigilância Epide-miológica (Nuvep), atualiza os dados dos casos suspeitos em investigação no Brasil e renova a convocação para que sejam intensificadas as ações de prevenção a doença.Segundo Fonseca, a decisão é decorrente do atual cenário mundial, no qual vários países da Europa e da África estão enfrentando surtos da doença. Os casos de sarampo estão em análise pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que avalia a situação de erradicação da doença. No Brasil, em 2010, já foram confirmados 43 casos de sarampo, entre eles, dois no Rio Grande do Sul com o genótipo B3, similar ao que está circulando na África do Sul.Outros três casos foram confirmados em Belém do Pará, com o genótipo D4, vírus similar aos que foram identificados em casos na Inglaterra, França, Itália e Holanda. Mais 38 casos foram confirmados na Paraíba (PB), cujo genótipo era similar ao encontrado no RS. Outros dez seguem em investigação, aguardando o resultado de análises laboratoriais. No Ceará, o último caso de sarampo confirmado foi em 1999.O Ministério da Saúde avisou que, como em todas as investigações de casos suspeitos de sarampo no País, a conclusão de todas as notificações somente será divulgada após os exames confirmatórios realizados no laboratório de referência nacional (Fiocruz), sem nenhum prejuízo às medidas preventivas assistenciais a serem adotadas.Conforme Fonseca, a maior preocupação é com os casos registrados na Paraíba, pela proximidade com o Ceará. "O surto ocorreu há cerca de 15 dias e foi muito perto daqui", disse. "Por isso, entramos em contato com os secretários de Saúde de 53 municípios cearenses onde a cobertura vacinal é inferior a 95% da população".Coleta-Entre as recomendações feitas aos municípios, Fonseca destacou a detecção de novos casos e a notificação de suspeitas em até 24 horas. Ele informou também que o material coletado para identificação viral deve ser enviado ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) em, no máximo, 48 horas. Fonseca ressaltou, conforme consta na nota técnica, que é preciso avaliar mensalmente as coberturas vacinais de rotina em todos os municípios, realizar a busca ativa de casos suspeitos não notificados nas unidades de saúde públicas e privadas (hospitais, unidades básicas, laboratórios, clínicas etc), enviar aos órgãos responsáveis a planilha de atualização semanal de notificação negativa/positiva de casos suspeitos de doenças exantemáticas (doenças infecciosas sistêmicas em que manifestações cutâneas acompanham o quadro clínico) e identificar municípios silenciosos com o objetivo de realizar busca ativa de casos não notificados em caráter de urgência.Ao mesmo tempo, a nota ressalta a necessidade de realizar busca ativa de não vacinados (casa a casa; nos locais de trabalho; instituições; empresas; hospitais; bancos; e locais de ajuntamento, como feiras e eventos), na faixa etária de um a 39 anos para a vacinação e/ou atualização do esquema vacinal.A vacina tríplice viral, que imuniza contra sarampo, rubéola e caxumba, está incluída no calendário nacional de vacinação. Ela é aplicada em duas doses: no primeiro ano de vida e aos quatro anos de idade.O sarampo é uma doença viral aguda, com elevada transmissibilidade e que pode acometer pessoas de qualquer idade não vacinadas.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

OMS quer controlar até 2015 doenças tropicais

A Organização Mundial da Saúde quer controlar as doenças tropicais até 2015, revertendo décadas de abandono na pesquisa de problemas que matam 534 mil pessoas por ano. Ontem, no lançamento da nova estratégia, o Brasil alertou a OMS de que doações de remédios de multinacionais não resolverão o problema.
Para a diretora da OMS, Margaret Chan, desde meados do século 20 "a indústria esteve pouco inclinada a investir em novos produtos contra essas doenças ligadas a populações pobres, que não têm como pagar."
A entidade pretende lidar com 17 doenças consideradas negligenciadas, iniciando uma campanha com entidades internacionais, governos e grandes empresas para que desenvolvam tratamentos.
Outra meta é criar condições de investimentos para mecanismos de diagnóstico dessas doenças. Alguns dos instrumentos foram descobertos na primeira metade do século 20 e até hoje não houve novas descobertas.
Para a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, a OMS precisará desenvolver uma estratégia para reduzir os preços desses remédios. A diplomata pede mecanismos financeiros para estimular a pesquisa nessas áreas negligenciadas.

Surto de conjuntivite na Capital-CE

Vermelhidão nos olhos, irritação, coceira, secreção amarelada e sensação de areia na vista. Esses sintomas, na maioria das vezes, são sinais claros de conjuntivite. A doença é comum no período chuvoso, no entanto, engana-se quem pensa que em tempos de muito calor está imune à infecção.O Hospital de Olhos Leiria de Andrade, referência em urgência oftalmológica no Estado, tem registrado um aumento no número de casos da doença nos últimos 30 dias. Segundo a médica Jusvânia Patrícia Leal, "de cada 100 pacientes que atendemos diariamente, 30 correspondem a casos da doença, o que não é normal para o período. Já no primeiro semestre, os registros foram inferiores".Conforme o médico oftalmologista Evânio Martins, os pacientes são acometidos pelo tipo viral da doença, que segundo ele não tem uma razão de ser. "Se fosse a conjuntivite do tipo alérgica poderíamos associar a floração do caju".Para o presidente da Sociedade de Oftalmologia do Ceará (SOC), David Lucena, as mudanças climáticas propiciam o surgimento de grandes infecções e o calor altera o sistema imunológico da população, que fica predisposta a contrair doenças. "As altas temperaturas fazem com que as pessoas fiquem em ambientes fechados como com ar condicionado, perto de ventiladores, o que facilita a transmissão da doença. Fora que o calor, em demasia, facilita as infecções".No ano passado, o surto de conjuntivite na Capital começou em março. Somente no Hospital de Olhos Leria de Andrade, foram registrados 900 casos da doença. Em abril, o número aumentou para mil casos e, em junho, último mês da quadra invernosa, o hospital registrou o maior número de pessoas infectadas, 3.700. Para 2010, os números ainda não foram contabilizados estatisticamente, porém a equipe do hospital afirma também se tratar de um surto.Lucena acrescenta que o mau hábito dos cidadãos em não higienizarem as mãos regularmente, também propiciam a propagação da doença. "No Brasil costumamos abrir as portas de banheiros coletivos e estabelecimentos sem sequer usar um papel, quando na verdade essa prática deveria mudar". De acordo com o oftalmologista, além da conjuntivite viral, existe a alérgica e a bacteriana.Ele explica que nem todo olho vermelho é conjuntivite, o sintoma pode estar relacionado a infecções mais graves como glaucoma, inflamação na córnea, entre outros problemas. Por isso o médico recomenda que o doente procure imediatamente um oftalmologista, e faça o tratamento adequado."Para a conjuntivite viral geralmente usamos colírio lubrificantes, compressa gelada, e em alguns casos anti-inflamatório. A pessoa que suspeitar estar com a doença deve lavar as mãos regularmente e procurar o especialista o mais rápido possível", alertou Lucena.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Hospital São José interna 89 por catapora em 2010

A jovem Ana Caroline Benevides, de 24 anos, estudante do Curso de Farmácia, teve de passar, em pleno semestre letivo, 16 dias em casa em total repouso. O motivo? Adquiriu varicela, a conhecida catapora.De janeiro a outubro deste ano, 89 pessoas foram internadas somente no Hospital São José, unidade referência em doenças infecto-contagiosas, vítimas da doença. Quase o mesmo número registrado em todo o ano de 2009, quando 92 internamentos foram realizados, naquele hospital. O que significa dizer que já alcançamos, neste mês, 96,7% dos casos registrados em todo o ano passado.Em 2010, dos 89 casos diagnosticados, 60 são referentes a catapora e 29 a herpes zoster, o popular cobreiro - doença decorrente da reativação do vírus da varicela, em latência, que afeta adultos e pacientes com a imunidade comprometida. As mortes, no entanto, apesar de aparecerem em menor número, se comparado ao ano passado, também já possui registros. Até a semana passada, foram dois óbitos no Hospital São José.O primeiro, em fevereiro, acometeu uma criança de sete anos que sofreu uma varicela mais grave. O segundo, em março, vitimou um senhor de 78 anos, que sofreu septicemia - infecção bacteriana generalizada grave do organismo, causada por germes patogênicos. Em 2009, foram cinco mortes, das quais um adulto e quatro crianças. Alta-Atualmente quatro pessoas estão internadas no Hospital São José vítimas da doença: uma criança, com varicela; e três adultos, acometidos pelo herpes zoster. A pequena Maria Quetsia Nascimento, passou seis dias internada naquela unidade de saúde por causa da catapora. A pequenina deu entrada em 29 de setembro e teve alta no último dia 4.A sua mãe, a trabalhadora autônoma Claudenir Nascimento Correia, 34 anos, relatou que inicialmente nasceram algumas "bolinhas" na testa da filha. No dia seguinte, as "bolinhas" aumentaram. Já no terceiro dia, ela piorou ainda mais. E, para piorar a situação, teve uma febre muito alta, que insistia em não passar. No Hospital de Messejana, a médica diagnosticou que se tratava de catapora, com infecção secundária, e a encaminhou para o Hospital São José."Agora estou mais calma, mas no início fiquei bastante nervosa. Eu não podia pegar nela, porque não tinha onde segurar, o corpo estava cheio de bolinhas. Algumas ela estourava e ficavam em carne viva. Ela não conseguia sentava, nem deitar", relatou a mãe.Durante a entrevista, quando a pequena Quetsia ainda estava internada, enquanto ela brincava com os brinquedos, mantinha-se inquieta com a coceira. Para evitar que a menina arrancasse as casquinhas e machucasse os ferimentos, a mãe colocou meias em suas mãos.A universitária Ana Caroline não sabe como adquiriu o vírus, já que acredita não ter tido contato com ninguém que estava com a doença, mas relatou que é enorme o desconforto. "Além da coceira ainda tem a parte física, o rosto fica cheio de feridas. É incômodo para dormir, para sentar, para tudo".ENTREVISTA-Vacina garante a imunização de crianças contra a enfermidade contagiosa.O que é a catapora?Doença causada pelo vírus Varicella Zoster que provoca o surgimento de pequenas vesículas na pele de todo o corpo e nas mucosas, como por exemplo, a boca, que ao curar se transformam, na pele, em crostas acompanhadas de coceira de intensidade variável.Como ocorre a transmissão?É doença altamente contagiosa transmitida pelos doentes através da fala ou tosse ou pelo contato com as lesões de pele. O paciente pode transmitir até 48h antes dos sintomas da pele e termina a transmissão quando as lesões estão todas em crostasEm qual período do ano o vírus da doença é mais propício para se disseminar?Durante o período chuvoso, quando ocorre mais frequentemente as aglomerações. Condições do clima que favoreçam as pessoas a permanecer por mais tempo em locais fechados, facilitando o contágio.Uma vez adquirida a doença, a pessoa corre o risco de ser acometida novamente pelo vírus?Na doença são formados anticorpos que causam proteção duradoura, impedindo outro episódio de catapora. É possível, no entanto, ocorrer no futuro outra manifestação desse vírus que é o cobreiro.Já existe vacina?Sim e eficaz. As pessoas, especialmente as crianças, devem buscar a imunização.Qual é a real importância de tomar a vacina?Diminuir a transmissão. É importante vacinar as crianças por serem fontes de infecção para aqueles que podem desenvolver formas mais graves da doença e também evitar que um dia elas próprias venham a ser acometidas quando adultas. Vacinar profissionais de saúde também é uma boa medida pela exposição que eles têm aos doentes, já que a doença é transmita pelo vírus e pode atingir qualquer pessoa.Teresinha LeitãoMédica infectologista.PERIGO-Complicações levam pacientes à morte.O médico infectologista Anastácio Queiroz, diretor do Hospital São José, disse que apesar da catapora ser uma doença benigna, todos os anos ela provoca óbitos, em decorrência das complicações. "A varicela atinge a pele, que é a porta de entrada para uma infecção secundária, por isso existem uma série de cuidados a serem tomados".Dentre eles, cita Anastácio Queiroz, está não estourar as vesículas; não coçar a pele onde tem lesão, para não agravar; lavar bem as mãos, para não infeccionar; tomar vários banhos ao dia, deixando apenas a água escorrer e se enxugar com toalhas limpas, de maneira que não abra as lesões existentes", alertou o infectologista.Teresinha do Menino Jesus Silva Leitão, também médica infectologista e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), destacou que a catapora não é considerada uma doença grave. Contudo, nos grupos chamados imunossuprimidos - de pessoas que têm as defesas baixas por transplante de órgãos, tratamento de cânceres, uso de corticoides por longo tempo, portadores de HIV e nas grávidas que podem evoluir, se não tratadas precocemente, para as formas graves da doença - pode ser considerada uma doença grave, conforme Teresinha."Nos doentes com deficiência de imunidade que demoram a iniciar o tratamento, pode ocorrer a disseminação da doença para outros órgãos, como o pulmão, e provocar uma pneumonia viral grave", explicou Teresinha do Menino Jesus, sobre as situações da doença que podem levar ao óbito. Nesses casos, ela recomenda que o doente procure uma assistência médica e inicie o tratamento o mais precocemente possível.SurtoEm crianças saudáveis, não há indicação de tratamento com antivirais, devendo ser utilizados apenas os antitérmicos e banhos com substâncias antissépticas, para prevenir infecção da pele por bactérias.De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, 12.091 casos de catapora foram registrados, de janeiro a setembro deste ano, em todo o Brasil. O Estado de São Paulo é o que lidera o ranking, com 84,5% dos casos. Ao todo, são 10.218 pessoas infectadas.O foco está nas cidades interioranas, que enfrentam um surto da doença. Em São José do Rio Preto, o número de ocorrências, de janeiro a setembro, é cinco vezes maior do que o registrado em 2009. Foram 260 no ano passado, contra 1.300 em 2010. O tempo seco é a principal causa para o surto.Até o momento, duas crianças já morreram vítimas da doença no Estado e uma está internada em estado grave por conta de complicações da doença. Os especialistas alertam para que as famílias tomem cuidados com as criança.

Desenganados" vivem muito bem com coração biônico

Há três anos, Verna Schrombeck, 78, tinha sido desenganada depois de tentar vários tratamentos para insuficiência cardíaca. O último foi o implante de um coração mecânico a bateria, que ajuda a bombear o sangue do ventrículo esquerdo para o resto do corpo.
O mecanismo, chamado de LVAD, foi aprovado nos EUA em 2008, para uso provisório em quem aguardava um transplante. Mas, em janeiro, o uso permanente foi aprovado para quem não pode fazer transplante.
Para sobreviver, os pacientes ficam ligados 24 horas a uma fonte de energia com baterias, que pesa seis quilos.
Daniel Roth, 23, recebeu um LVAD há um ano, depois de um derrame. Nem por isso abandonou a rotina agitada: trabalha em um hospital e toca em uma banda de rock.
Geri Norris, 63, vive com o aparelho indefinidamente.O único incoveniente, diz, é não poder usar roupas "fashion", por causa do colete que abriga as baterias.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Droga anti-impotência é ligada a tumor na próstata, sugere pesquisa

Uma pesquisa inédita da PUC do Paraná em parceria com os NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos EUA) sugere que o uso de medicamentos contra a impotência sexual pode aumentar as chances de câncer de próstata.
Esse é o segundo tumor mais frequente entre homens -o primeiro é o câncer de pele que não o melanoma.
Os pesquisadores avaliaram tumores de próstata de 50 pacientes do Hospital AC Camargo, de São Paulo, e descobriram que, em 30%, há uma redução da função de uma proteína do gene PDE11A, que estaria associada ao câncer de próstata.
Acontece que drogas contra impotência (em especial as de longa duração e uso contínuo) também causam, de forma indireta, a diminuição da função dessa proteína, segundo Fábio Rueda Faucz, professor de genética molecular pela PUC e um dos autores do trabalho.
"A gente encontrou na pesquisa uma simulação do que o medicamento faz. O problema maior estaria nos medicamentos de longa duração, que são administrados a cada 36 horas. Eles podem criar uma condição de suscetibilidade ao câncer."
Segundo Faucz, pacientes que fazem uso constante desses medicamentos devem ser submetidos a exames preventivos regulares, como o toque retal e o PSA.
"É preciso atenção especial, já que os pacientes que normalmente buscam o tratamento para a impotência sexual são aqueles que já se enquadram no grupo de risco do câncer de próstata, que é idade superior a 50 anos."
A pesquisa foi publicada no "Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism", a principal publicação mundial da especialidade. CAUTELA
Desde a descrição do genoma humano, há uma década, vários estudos têm sido feitos para identificar alterações moleculares que possam se relacionar a uma maior suscetibilidade ao câncer de próstata.
Com isso, genes expressos no tecido da próstata passaram a ser testados isoladamente ou em conjunto como potenciais marcadores de diagnóstico do câncer.
Segundo o urologista Alberto Azoubel Antunes, do Hospital Sírio-Libanês, a grande dificuldade desses estudos tem sido reproduzir os resultados -condição fundamental na medicina baseada em evidência.
Por isso, embora considere o estudo "interessante" por descrever alterações novas do gene PDE11, Antunes ressalva que os resultados precisam ser vistos com cautela.
"A amostra estudada é relativamente pequena para uma doença tão prevalente e alguns pacientes do grupo controle [sem a doença] apresentam alterações nos genes mesmo sem ter o câncer."
O professor titular de urologia da USP, Miguel Srougi, concorda. Para ele, o estudo é importante para a "ciência", mas não tem aplicação prática imediata.
Isso significa que até que os resultados possam ser confirmados por outros autores, ainda não é possível afirmar com certeza que as alterações genéticas no PDE11 estejam associadas de forma significativa a uma maior predisposição ao câncer.
Fábio Faucz também reconhece a limitação do trabalho, mas considera que seja um indício importante e um alerta para os homens de meia-idade.
"Não queremos impedir a utilização do medicamento. Sabemos que o sol causa câncer de pele, mas nem por isso deixamos de tomar sol. A intenção é reforçar as medidas preventivas", diz ele.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Hipertensão: mal que avança entre as crianças

Rio - Cerca de 30 milhões de brasileiros são hipertensos. Desses, 19% são crianças, adolescentes e adultos com menos de 34 anos. A doença, antes associada ao envelhecimento, está atingindo faixas etárias cada vez mais jovens — estima-se que cerca de 5% das crianças sofram do mal. Segundo especialistas, o problema dessa ‘precocidade’ é o aumento do tempo de convivência com a doença. Em média, o brasileiro convive por 24 anos com a hipertensão. Em 2030, essa duração pode chegar a 35 anos.“Quanto mais cedo a hipertensão se desenvolve, mais tempo a pessoa fica exposta às alterações no organismo, se tornando propenso a complicações em órgãos como rins, cérebro, coração e vasos sanguíneos”, explica Andrea Brandão, membro do Conselho de Administração da Sociedade Brasileira de Hipertensão.Brandão afirma que a migração da doença para os jovens acontece, principalmente, pelos maus hábitos de vida. “A criança de hoje se alimenta mal, não pratica atividades físicas, fica muito tempo no computador ou na TV e come muito sal, principalmente em alimentos prontos. Logo, não só hipertensão, mas também a obesidade, começa a aparecer mais cedo”, destaca a profissional, ressaltando que crianças devem começar a aferir a pressão arterial aos 3 anos de idade, ao menos uma vez por ano. O alerta foi feito pelo laboratório Novartis em um evento sobre cardiologia.Livre seu filho do problema Não é tão difícil evitar a hipertensão. De acordo com Brandão, o primeiro passo é controlar como a criança gasta o tempo de lazer. “Elas não devem ficar por mais de duas horas usando computador, vendo televisão e jogando videogame”, explica. Segundo a médica, também é importante evitar o excesso de sal nos alimentos e fazer com que elas pratiquem atividades físicas diárias, por pelo menos 30 minutos. “Isso também vale para os adultos”, diz, ressaltando que toda a família deve se alimentar de frutas, verduras e legumes todos os dias.

Enfim, células embrionárias em teste

Um experimento histórico acaba de sair do papel. A Geron Corp, única empresa com aval do governo americano para testar terapias de células-tronco embrionárias em seres humanos, anunciou o início da primeira experiência clínica com o material em um paciente.
O teste, inédito em seres humanos, vem sendo apontado como um marco, que pode revolucionar a história da medicina.
A única informação divulgada sobre o paciente é de que se trata de um portador de lesão recente na medula espinhal, ocorrida há, no máximo, duas semanas. A Geron investiu, em pouco mais de uma década, US$ 170 milhões no uso de célulastronco embrionárias em lesões na medula.
Antes de ser levado a humanos, centenas de ratos paralíticos foram submetidos ao experimento. Alguns conseguiram recuperar parcialmente os movimentos.
As células usadas, provenientes de embriões humanos excedentes de tratamentos de fertilidade, foram manipuladas para se tornarem precursoras de certos tipos de células nervosas. No teste clínico, dois milhões de células serão injetadas diretamente na medula espinhal do paciente. Os pesquisadores esperam que elas lancem compostos que contribuam para a regeneração de nervos danificados. Dez pessoas participarão do teste. As outras nove ainda não foram selecionadas.
O experimento será realizado no Shepherd Center, em Atlanta, dedicado a lesões cerebrais e de medula espinhal. Além da instituição, outros sete centros dos EUA participam da pesquisa.
Os testes clínicos não têm como objetivo a cura dos participantes, mas sim averiguar o quanto é seguro aplicar células-tronco embrionárias na medula. “Quando começamos a trabalhar com células-tronco embrionárias humanas, em 1999, muitos previram que demoraria décadas até que a terapia celular fosse aprovada para testes clínicos em pessoas”, lembrou o presidente da Geron, Thomas Okarma, em comunicado divulgado à imprensa.
As lesões de medula espinhal são consideradas extremamente imprevisíveis. Em alguns casos, os pacientes costumam melhorar por conta própria, o que dificulta a avaliação de qual teria sido o efeito da injeção de células.
Alguns pesquisadores temem que os riscos da terapia piorem as condições dos pacientes, fazendo com que paralisias parciais progridam para o corpo inteiro.
As empresas envolvidas no tratamento, porém, estão confiantes. Okarma assegura que, mesmo havendo alguma reação inesperada, as células injetadas não abandonam o local da lesão, o que protegeria os pacientes de efeitos adversos.
O teste clínico no Shepherd Center é um “fato histórico”, segundo Tatiana Coelho Sampaio, coordenadora do Programa de Bioengenharia do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ.
— É uma técnica revolucionária — ressalta.
— As células-tronco embrionárias já terão sido diferenciadas em laboratório. Certamente existe um risco, mas o paciente que vai se submeter a isso será devidamente alertado de que se trata de um tratamento experimental. É um trabalho planejado há mais de dez anos e que tem passado por diversos controles para minimizar qualquer adversidade. Outra novidade é que o tratamento será feito de forma aguda, ou seja, com injeção diretamente na medula. Essa iniciativa abre uma nova janela de pesquisas, já que, hoje, a maioria dos tratamentos para esta lesão não tem intervenção local.
A Geron Corp conseguiu, em julho, a primeira licença expedida pelo FDA (Administração de Drogas e Alimentos dos EUA) para usar células-tronco embrionárias humanas em testes clínicos.
Sua pesquisa é voltada para lesões de medula espinhal, um problema que atinge 12 mil pessoas por ano nos EUA. As causas mais comum são acidentes de carro, quedas, ferimentos provocados por tiros ou pela prática de esportes.
Todo o estudo da empresa foi conduzido com verbas próprias; a Geron, portanto, não está sujeita a limitações de fundos federais. É uma vantagem considerável, dada a batalha jurídica enfrentada pela Casa Branca por causa das células-tronco.
Logo que assumiu a Presidência, no início do ano passado, Barack Obama baixou uma ordem executiva facilitando o financiamento público de pesquisas com o material. A iniciativa provocou a ira dos opositores ao uso de embriões humanos na produção destas células. Dois pesquisadores chegaram a processar os Institutos Nacionais de Saúde, mas uma corte federal de apelações aceitou que os investimentos continuassem liberados até que o caso seja julgado.
Além da Geron, uma outra empresa, a Advanced Cell Technology (ACT), está próxima de conseguir aval do FDA para realizar pesquisas com células-tronco embrionárias humanas.
O foco, no entanto, seria diferente: as células da ACT seriam manipuladas para converterem-se em células da retina. A companhia quer permissão para realizar testes clínicos em pacientes com distrofia macular de Stargardt, uma doença genética ocular que provoca a redução progressiva da visão, podendo resultar em cegueira.

50% das cidades estão com risco alto de dengue-CEARÁ

O quadro de Risco Dengue incluindo os 184 municípios do Ceará, divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado(Sesa) classifica 46,7% das cidades com risco Alto e Muito Alto de transmissão da doença para 2011. Considerando a população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas para o ano de 2009, que era de 8.547.809 habitantes, desse total 65,7% estão localizadas nas cidades onde o risco de se contrair a doença é elevado.A população que está mais exposta está distribuída em 86 localidades do Estado, das quais 45 possuem o risco Muito Alto, ou seja, onde moram 50,5% dos cidadãos cearenses, o que representa mais de 4,3 milhões de habitantes. As outras 41 cidades, foram classificadas com risco Alto, e nelas residem 15,2% da população, ou seja, 1.2 milhão pessoas.Quanto aos demais municípios, o quadro da Sesa os classifica 57 com risco baixo, totalizando aproximadamente 1,2 milhão de moradores. Já o restante, as 41 cidades, o risco moderado. Nessas localidades estão 1,6 milhão de habitantes. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado, essa classificação reflete a maior vulnerabilidade de circulação da dengue em cada região no fim de 2010 e início de 2011.O coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Manoel Fonseca, explicou que, diante deste quadro, será mais fácil direcionar as políticas para controle tanto da doença quanto do mosquito. "Não podemos erradicar com o Aedes aegypti, pois ele já faz parte da nossa ecologia. Mas ações como as de capacitação da rede de saúde e assistência aos municípios podem ser feitas".Quanto aos altos índices da doença, que hoje já somam-se 9.440 casos confirmados somente de dengue clássico, Fonseca os atribuiu a volta do tipo 1 da doença, como também ao período de poucas chuvas. "Nessas épocas é de costume o abastecimento de água com carros pipas; a população também costuma acumular água em potes, o que favorece a surgimento da larva", explicou.Além disso, o médico informou que, justamente pelo período de escassez de água, é que os focos do mosquito estão dentro das residências. "A população tem que ter consciência do seu papel no combate a proliferação do Aedes. Do que adianta ações educativas se a população não faz o dever de casa?", indagou.Capacitação-Manuel Fonseca informou também que foi solicitado a cada município o seu quadro de risco. "Até o momento somente Fortaleza possui esse mapa. Mas vamos dar uma capacitação afim de que cada cidade possa elaborar o seu quadro de risco por bairros", disse.A Sesa promoverá, na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP), o curso de Atualização em Vigilância Epidemiológica e Acompanhamento de Casos Clínicos de Dengue Clássico e Hemorrágico, destinado a médicos e enfermeiros. O objetivo é aprofundar conhecimentos sobre os conceitos envolvidos na compreensão e comportamento epidemiológico, das atividades de controle e tratamento da dengue no Estado.O primeiro curso será realizado de 20 a 22 próximos, no Magna Praia Hotel, para médicos que atuam nos hospitais, unidades básicas de saúde e Programa de Saúde da Família (PSF) dos municípios das microrregiões de saúde de Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Baturité, Canindé, Itapipoca, Aracati, Quixadá, Russas, Limoeiro do Norte. Uma segunda turma, destinada a 50 médicos, será formada para o período de 17 a 19 de novembro. Em dezembro, do dia 8 10, o curso será exclusivo para 50 enfermeiros.INFESTAÇÃO-Áreas oeste e sul da Capital são as mais preocupantesQuanto à situação de vulnerabilidade de Fortaleza, isso no que se refere à transmissão da dengue tipo 1, os bairros com risco "muito alto" estão dispersos principalmente na área oeste da Cidade, ou seja, nas Secretarias Executivas Regionais (SERs) III, IV, e V; e na SER VI, localizada na parte sul da Capital.Considerando a população estimada em 2010 para o município, de 2.505.650 de habitantes, observa-se que os residentes nos bairros em situação de risco "alto" e "muito alto" representam 51% dos habitantes. Dos quais, 35%, ou 876.977 pessoas, moram em bairros onde o risco é alto. Já 16% da população (400.904), nos bairros em situação de risco muito alto.O responsável pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Alex Mont´Alverne, informou que os pontos críticos estão localizados nas SERs III e V e que, nas Regionais IV e VI, apenas alguns bairros estão em situação preocupante. Ele disse, ainda, que as ações de educação e controle de focos do mosquito já foram intensificadas pela SMS.Parceria"Para isso, grupos de trabalho já foram formados a fim de reduzir o risco. Para se ter uma ideia, está envolvida a Secretaria de Educação, no sentido de formar professores e alunos para ajudar no combate ao mosquito", explicou o secretário.Mont´Alverne informou também que a situação de risco da dengue aumenta ao longo do rio Maranguapinho. Isso devido à irregularidade no abastecimento de água naquela região, o que induz os cidadãos a acumularem água de maneira a favorecer o surgimento do mosquito. "Para tentarmos regularizar essa situação, uma reunião foi agendada com a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece)", acrescentou.O secretário também inseriu, nos grupos de trabalho, a participação da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), assim como da Ecofor, que é a concessionária responsável pela gestão de resíduos sólidos urbanos de Fortaleza. "Além do esforço conjunto dos diversos setores administrativos públicos, também necessária a ajuda da população". Segundo o último boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), somente a Capital é responsável por 2.481 casos de dengue. Dos 45 casos de dengue hemorrágica, 22 são do município. Existem hoje, dois óbitos em investigação.Os bairros com os maiores registros de dengue, isso na Regional III, onde o problema é mais crítico, são João XXIII (56), Jockey Club (55) e Antônio Bezerra (44). Na região, a incidência é tão alta que chega a índices de 428,5. Muito acima do que é permitido pelo Ministério da Saúde, que é de 95,9 casos. No restante da Cidade, 26% da população (651.469) residem nos bairros classificados como de baixo risco e 23% (576.299) nos bairros do chamado "risco moderado".Avaliação-O Risco Dengue é uma nova ferramenta feita para avaliar as probabilidades de epidemias da doença nos estados e municípios brasileiros. De acordo com ela, o Ceará está entre as dez unidades da Federação que possuem o mais alto risco de epidemia. Segundo o balanço parcial do Ministério da Saúde, feito de janeiro a julho, o Ceará é o quarto em maior número de casos da doença. Isso comparado a outros dez lugares classificados como de alto risco.Já com relação à taxa de incidência, o valor é de 95,9 casos por 100 mil habitantes, o que é considerado baixo pelo Ministério da Saúde, pois possui menos de 100 casos por 100 mil habitantes. Porém, fica em quinto lugar entre os dez estados com maiores taxas.Os fatores levados em conta para a avaliação foram cinco. São eles, três do setor saúde - incidência de casos nos anos anteriores, índices de infestação pelo mosquito transmissor Aedes aegypti e tipos de vírus da dengue em circulação; um ambiental (cobertura de abastecimento de água e coleta de lixo); e um demográfico (densidade populacional).

domingo, 10 de outubro de 2010

Maracujá é eficaz contra a ansiedade, dizem pesquisadores

Uma revisão de estudos sobre o uso de suplementos nutricionais para tratar ansiedade encontrou evidências da eficácia de substâncias como extratos de maracujá e de kava e em combinações de aminoácidos.Em artigo publicado no "Nutrition Journal", os pesquisadores afirmam que esses suplementos são eficazes e apresentam pouco risco de efeitos colaterais.
Na revisão, foram comparados dados de 24 estudos, envolvendo um total de mais de 2.000 pessoas.
No trabalho também foi observado que a popular erva de São João e os suplementos de magnésio não têm bons resultados contra ansiedade.
Para os autores, é preciso fazer mais pesquisas para estabelecer as doses mais eficazes das substâncias que apresentaram resultados satisfatórios.
A pesquisa foi realizada por uma equipe da Global Neuroscience Initiative Foundation.

Baixos níveis de testosterona são ligados a Alzheimer

Baixos níveis do hormônio masculino testosterona podem estar associados com uma predisposição ao Alzheimer, diz estudo da Universidade de Hong Kong em parceria com a Universidade de Saint Louis, nos EUA.
Foram analisados na pesquisa os níveis do hormônio em 153 chineses com mais de 55 anos e sem sinais de demência. Do total de voluntários, 47 tinham queixas de perda de memória e dificuldade na clareza de pensamento.
Em um ano, dez homens desse grupo apresentaram os primeiros sintomas de Alzheimer. Os mesmos voluntários tiveram baixos níveis de testosterona e altos níveis de uma proteína relacionada com o maior risco da doença.
O estudo saiu no "Journal of Alzheimer's Disease".
Para os pesquisadores, a conclusão mostra que a falta do hormônio pode ser considerada um fator de risco.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Superbactéria matou 18 este ano no Distrito Federal

Um surto de infecção hospitalar causado por uma superbactéria, resistente à maior parte de antibióticos disponíveis no mercado, provocou 18 mortes e é suspeito de contaminar 108 pacientes no Distrito Federal neste ano. Os casos são registrados em dez hospitais, públicos e particulares. Entre os pacientes contaminados há pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e em leitos gerais.
Dado divulgado ontem pela Secretaria de Saúde do DF informa que em 1.º de outubro havia 58 casos de pacientes com infecção em tratamento no DF. O restante havia superado a infecção ou morrido - não necessariamente por problemas relacionados à bactéria. Até há três semanas, a maior parte dos casos estava concentrada em duas instituições: Hospital de Base e Hospital Santa Maria.
De lá para cá, no entanto, a contaminação se espalhou para outras instituições. "É um problema grave, estamos bastante preocupados", afirmou o gerente de tecnologia em serviços de saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Heder Murari Borba.
O surto relacionado em Brasília não tem relação com a nova superbactéria, originária do Sul da Ásia e que provocou a primeira vítima em agosto, embora as duas tenham a mesma origem. São mutações de uma bactéria conhecida há tempos, a Klebsiella pneumoniae. "No caso do DF, ela passou a produzir uma enzima, que a torna resistente aos tratamentos comumente usados", disse Borba.
A secretaria de Saúde afirmou que cirurgias continuam sendo feitas nos hospitais. As medidas de vigilância foram reforçadas e pacientes com suspeita da doença passaram a ser cuidados exclusivamente por um grupo reservado de profissionais.

Novo exame não invasivo substitui biópsia no fígado

Um novo equipamento poderá substituir biópsias de fígado, em especial nos casos de hepatites. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acaba de dar o aval para sua importação.
O exame, cujo nome é elastografia hepática transitória, permite diagnosticar a fibrose no fígado (grau de cicatrização do órgão) com mais precisão do que a biópsia.
A formação dessas cicatrizes decorre de agressões por doenças crônicas, por exemplo as hepatites.
O exame capta as imagens do fígado por ultrassom, e também transmite uma onda de baixa frequência.
A vibração se propaga e mede a elasticidade do tecido hepático. Quanto mais endurecido, mais veloz é a propagação da onda. O resultado sai em cinco minutos.
Avaliar o grau de fibrose é crucial no tratamento de doenças do fígado. É isso o que vai determinar uso de um ou outro medicamento.
"É um avanço enorme. É possível que o exame substitua a biópsia hepática, não somente no diagnóstico, mas no acompanhamento das hepatites crônicas em futuro próximo", diz o médico hepatologista Hoel Sette Júnior, pesquisador do hospital Oswaldo Cruz.
A biópsia é um procedimento invasivo que requer hospitalização. Ela é feita com a inserção de uma agulha para a retirada de um pedaço de tecido, o que aumenta o risco de sangramentos.
Além disso, o fragmento colhido em biópsia pode não ser adequado para análise -que depende da interpretação do patologista. CUSTO
Ainda não se sabe quanto custará uma elastografia, mas os especialistas acreditam que o valor deverá ser menor do que o da biópsia.
Exames convencionais de imagem, como tomografia e ressonância magnética, são mais utilizados só nas fases avançadas da doença.
"Acho que a grande indicação é para pacientes com hepatite C que já estão diagnosticados. Pode ser útil para acompanhar o tratamento", diz Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia.
As estimativas oficiais apontam três milhões de brasileiros infectados pela hepatite C - mas os médicos afirmam que essa população é subestimada. Quase a metade dos transplantes de fígado está relacionada à doença.
Embora a maioria das pesquisas tenham sido feitas com portadores de hepatites, o exame vem sendo estudado para outras doenças.
O aparelho também poderá ser útil nos casos de cirrose por excesso de álcool ou nos pacientes que passaram por transplante hepático.
Desenvolvido na França, o equipamento já vem sendo usado na Europa e está em processo de aprovação pelo FDA (órgão americano que regulamenta remédios).
No entanto, a elastografia não vai significar o fim das biópsias de fígado, porque em alguns casos ela não pode ser feita: "Quando há acúmulo de água na barriga ou excesso de gordura no fígado, o exame não se aplica", ilustra a médica gastroenterologista Bianca Della Guardia, do Hospital Israelita Albert Einstein.
O aparelho já está disponível em algumas clínicas e hospitais do país -até aqui era usado apenas para pesquisa, em várias instituições.

Massagem cardíaca é mais eficaz sem respiração boca a boca

A massagem cardíaca realizada durante um ataque do coração é mais eficiente sem a respiração boca a boca, revela um estudo publicado nesta terça-feira pelo JAMA ("Journal of the American Medical Association").
Nos Estados Unidos há anualmente cerca de 300.000 ataques cardíacos longe dos centros médicos.
As possibilidades de sobrevivência podem ser significativamente melhoradas com a RCP (reanimação cardiopulmonar), e a massagem cardíaca deve ser realizada sem a respiração boca a boca, porque isto aumenta as chances da vítima, destaca o estudo.
A conclusão faz parte de um programa iniciado no Arizona, em 2005, com o objetivo de melhorar as chances de sobrevivência das vítimas de ataque cardíaco.
"Este programa analisou a ação de pessoas comuns e de membros dos serviços de emergência médica e concluiu que é preferível limitar as interrupções (necessárias para se realizar o boca a boca) durante as compressões no peito."
O estudo foi realizado entre janeiro de 2005 e dezembro de 2009, com 4.415 pessoas com ao menos 18 anos que sofreram ataque cardíaco longe do hospital.
Deste total, 2.900 (65,6%) não receberam qualquer auxílio durante o ataque, 666 (15,1%) foram submetidos à RCP convencional e 849 (19,2%), apenas à massagem cardíaca.
A taxa de sobrevivência com alta hospitalar foi de 5,2% para quem não recebeu RCP, de 7,8% para os submetidos à RCP convencional (com respiração boca a boca) e de 13,3% para quem obteve apenas massagem cardíaca.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Montaria reabilita vítimas de derrame, mostra estudo da Unicamp

Quando perdeu os movimentos do lado esquerdo do corpo, o mestre de obras João Batista Cerqueira Viana não sabia se iria voltar a andar a pé. Muito menos a cavalo. Mas foi em cima da montaria que ele recuperou sua capacidade motora, comprometida por um derrame.
Viana, 61, foi um dos pacientes avaliados em uma pesquisa sobre o uso da equoterapia na recuperação de vítimas de AVC (acidente vascular cerebral).
A pesquisa, apresentada na Unicamp como tese de mestrado da fisioterapeuta Fernanda Beinotti, mostrou que o uso terapêutico da montaria em cavalos, além de ser eficaz, pode dar resultados mais rápidos do que a fisioterapia convencional.
Segundo Beinotti, não há na literatura científica nenhum trabalho controlado sobre o uso em adultos que sofreram derrame. "Já vi relatos de casos isolados mostrando melhoras. Quis fazer um estudo com mais pessoas e um grupo controle."
A fisioterapeuta selecionou pacientes que tinham tido derrame havia mais de um ano e que não apresentavam outras doenças, como hipertensão ou diabetes. Todos tinham grau de comprometimento motor semelhante: já conseguiam andar, embora não com marcha normal.
Durante 16 semanas, metade dos voluntários recebeu três sessões de 30 minutos semanais de fisioterapia convencional. A outra metade realizou, na mesma duração, duas sessões de fisioterapia e uma de equoterapia.
Foram dez participantes em cada grupo. "Não é um número grande, mas, pela primeira vez, foi usado grupo de controle. Além disso, a padronização [das condições dos pacientes e dos tratamentos] permite algumas conclusões mais objetivas."
RESULTADOS
Segundo Beinotti, os resultados mais significativos foram a recuperação da habilidade de contrair e relaxar os flexores plantares (músculos dos pé), a melhora nos movimentos da perna, a melhora no equilíbrio e no padrão da marcha (forma de andar).
O neurologista Eduardo Mutarelli, do hospital Sírio-Libanês, vê lógica nesse processo de reabilitação, mas desconhece outros trabalhos sobre a ação da equoterapia em casos de derrame. "Essa é uma pesquisa pequena."
Para Mirto Prandini, chefe do departamento de neurologia e neurocirurgia da Unifesp, a pesquisa mostra boas possibilidades. "Como no estudo, vítimas de derrame que não têm outras doenças podem ser beneficiadas."