terça-feira, 31 de julho de 2012

Facebook passa a perguntar sobre doação de órgãos

O ministro da Saúde acredita que vai criar um burburinho sobre isso e vai dialogar com o público jovem
São Paulo Além de perguntar sobre filmes preferidos e locais de trabalho, desde ontem, o Facebook disponibiliza no Brasil o campo "doador de órgãos", para que o internauta possa deixar visível essa opção.

O ministro Alexandre Padilha, o vice-presidente do Facebook na América Latina, Alexandre Hohagen, e o coordenador do Comitê para Desenvolvimento de novos Centros de Transplantes, Silvano Raia, lançam a nova funcionalidade FOTO: AG. BRASIL
"Acreditamos que essa iniciativa vai aumentar ainda mais o número de doadores, vai facilitar para que qualquer indivíduo deixe clara sua opção, registre em vida (...) Acreditamos que vamos criar um burburinho sobre isso, vamos dialogar com um público jovem", afirmou ontem o ministro Alexandre Padilha (Saúde), que anunciou a nova funcionalidade ao lado do representante do Facebook, rede que agrega mais de 37 milhões de usuários no País.

Com a ferramenta, o ministério pretende ampliar a cultura da doação de órgãos no País. Funcionalidade semelhante foilançada nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha em maio deste ano. Nos Estados Unidos, segundo Padilha, a manifestação dos americanos em serem doadores aumentou 40% após a nova ferramenta do Facebook. O ministro já manifestou, em sua página pessoal, a vontade de ser doador ele mesmo.

No Brasil, cabe à família a palavra final sobre a doação. A ideia da funcionalidade é facilitar a manifestação da pessoa e, assim, incentivar a família na hora da decisão. "Acreditamos que essa parceria vai poder dar a possibilidade de as pessoas, de maneira muito simples, declararem sua intenção. No momento em que for necessário, a família e os amigos saberão da intenção da pessoa", afirmou Alexandre Hohagen, vice-presidente do Facebook para a América Latina.

José Osmar Pestana, presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, disse que a ferramenta pode, sim, ajudar a alavancar as doações. "O que decide se a família diz "sim" ou "não" é o fato de a pessoa ter dito em vida se queria ser doador. Toda vez que a família nega é porque o indivíduo não falou em vida". O ministro afirmou que a ferramenta não vai causar insegurança ou quebrar a ordem da fila de transplantes.

"Não estamos mudando nenhuma lei, não vai permitir criar qualquer mercado de órgãos no País, por ser um sistema nacional, público e gratuito", disse Padilha. Para declarar a intenção da doação, a pessoa deve fazer o "log in" no Facebook e clicar para atualizar seu "status", explica Hohagen. Em seguida deve clicar em "evento cotidiano", "saúde e bem estar" e, então, optar.

Hohagen explicou que a ferramenta permite aos usuários declararem a intenção de serem doadores de órgãos em apenas alguns minutos e compartilhar a informação com os amigos e membros da família que também têm perfil na rede social.

"Para doar órgãos, é fundamental que haja o conhecimento e o consentimento da família. No momento em que isso for necessário, a família e os amigos saberão da intenção das pessoas. Esta estratégia não substitui o caminho formal, mas ajuda a tornar a intenção mais clara", concluiu.

Aumento de transplantes

O ministério também divulgou ontem, dados sobre transplantes realizados nos primeiros quatro meses do ano. Eles indicam, de forma geral e na comparação a igual período do ano passado, aumento de 29% no número de doadores e de 37% no número de transplantes, com destaque para aumento no número de transplantes nas regiões Norte e Centro-Oeste e de transplantes de coração - um dos desafios do País.

Este ano, o país atingiu a marca de 13,6 doadores por milhão da população. Em 2003, o índice estava em 5. Segundo o ministério, com esse novo índice o País superou a meta estabelecida para o fim de 2013.

De acordo com Padilha, o SUS tem capacidade para absorver os novos potenciais doadores. "Temos uma carência de doadores. Com a estrutura que temos, temos estrutura para absorver um número cada vez maior de doadores no País: 13,6 é a média nacional, temos Estados que atingiram 20".

Diálogo

Padilha destacou que a estratégia consiste em usar as redes sociais para aumentar o diálogo com a população. Ele lembrou que, hoje, quase 180 milhões de brasileiros têm acesso a internet e quase 40 milhões usam Facebook. "Esta parceria facilita que qualquer indivíduo deixe clara a sua opção de ser doador, de registrar em vida que deseja ser um doador", disse. "Acreditamos que vamos criar um burburinho e dialogar com o público jovem para que, desde o começo, possa optar por registrar o desejo de ser doador", completou.

SAIBA MAIS
Como declarar que é doador de órgãos no Facebook?
Siga os passos:

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Clique em Evento cotidiano na parte superior da sua linha do tempo

1. Selecione Saúde ...e bem-estar

2. Selecione Doador de órgãos

3. Selecione seu público e clique em Salvar

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Se preferir, pode compartilhar a novidade usando #doeorgaos

Fonte: Facebook

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Sedentarismo mata tanto quanto cigarro


A poucos dias dos Jogos Olímpicos de Londres, a revista médica britânica "Lancet" publicou uma série de estudos que escancara os problemas do sedentarismo, responsável por 5,3 milhões de mortes por ano no mundo.
Segundo os pesquisadores, a falta de atividade física pode ser considerada uma pandemia e é tão grave que diminui a expectativa de vida da mesma forma que o tabagismo e a obesidade. Está no sedentarismo a causa para 10% das doenças não transmissíveis, como diabetes, câncer e problemas cardíacos.
Um dos estudos da série, coordenado por Pedro Hallal, da Universidade de Pelotas, aponta que cerca de 30% da população mundial adulta é fisicamente inativa, mas o quadro para os adolescentes é mais preocupante: 80% dos jovens entre 13 e 15 anos não se exercitam o suficiente.
No Brasil, 49% da população adulta não pratica atividades físicas, e o estilo de vida sedentário é responsável por 13% das mortes por infarto, diabetes e câncer de mama e do intestino.
SEM SUCESSO
Hallal afirmou que a tendência é que se pratique cada vez menos exercícios e, com algumas exceções, profissionais de saúde não têm tido sucesso em mobilizar o governo e a população para encarar a atividade física de maneira séria, como um problema de saúde pública.
A inatividade física é descrita no estudo como a falta de exercícios moderados (como uma caminhada) de 30 minutos, cinco vezes por semana, e práticas mais rigorosas durante 20 minutos, três vezes por semana, ou a combinação dos dois.
Mas, segundo os pesquisadores, identificar as causas do sedentarismo é importante para se pensar em intervenções eficazes e aumentar os níveis de atividade física.
Editoria de arte/Folhapress
Sedentarismo ao redor do mundo
Sedentarismo ao redor do mundo
Outros estudos mostram que ser do sexo masculino, jovem e com boa situação financeira tende a aumentar as chances de a pessoa ser fisicamente ativa.
Por outro lado, a obesidade e até uma predisposição genética ao sedentarismo, como novas evidências sugerem, tornam a pessoa propensa a se movimentar pouco.
Ciclovias, mais espaços verdes, melhora do transporte público e ruas mais bem iluminadas também são um bom incentivo, aponta um dos estudos da série.
"Todo mundo alega falta de tempo, mas é importante achar um espacinho na agenda. Se a pessoa não pode frequentar uma academia, o ideal é caminhar mais no dia a dia e subir escadas", diz Nabil Ghorayeb, médico do esporte do Hospital do Coração.

domingo, 29 de julho de 2012

'Polipílula' reduz risco de doenças cardíacas em maiores de 50 anos


Comprimido, que reúne quatro medicamentos para tratar problemas cardiovasculares, se mostrou eficaz em testes clínicos

coração
Coração: doenças relacionadas ao órgão podem ser evitadas com 'polipílula' (Thinkstock)
Um comprimido que concentra quatro medicamentos diferentes — um para colesterol, dois para hipertensão e uma aspirina, que previne o entupimento dos vasos sanguíneos — se mostrou eficaz para proteger pessoas com mais de 50 anos contra ataques cardíacos e acidente vascular cerebral (AVC), as principais causas de morte no mundo. Segundo pesquisadores da Universidade Queen Mary de Londres, na Grã-Bretanha, a polipílula, como é chamada, é capaz de reduzir a pressão sanguínea em 12% e o colesterol ‘ruim’ (LDL) em 39%, fazendo com que esses níveis atinjam os normalmente apresentados por um jovem de 20 anos de idade.

Saiba mais:

COLESTEROL
O colesterol é importante para o organismo para sintetizar vitaminas e hormônios, mas eles não circulam livremente pelo sangue. Para fazer isso, é preciso que se juntem às lipoproteínas, como a HDL (sigla para high density lipoproteins, ou lipoproteínas de alta densidade) e a LDL (low density lipoprotein, lipoproteínas de baixa densidade). O LDL, em altas quantidades, está relacionado com algumas condições médicas, como infarto, derrame a aterosclerose (entupimento arterial).
Para avaliar a eficácia do comprimido, os autores do estudo selecionaram 85 pacientes maiores de 50 anos que não tinham histórico de doença cardiovascular. Durante três meses, parte deles recebeu doses de placebo e o restante a polipílula. Os resultados da pesquisa foram publicados nesta semana no periódico PLoS One. De acordo com o artigo, a pílula evitou ou retardou em até onze anos os eventos cardiovasculares em 28% dos participantes.
"Agora, precisamos do apoio público para tornar a polipílula disponível sem demora. Os benefícios apresentados nos testes pelo medicamento são grandes demais para serem ignorados. Estimamos que, se apenas 50% das pessoas com 50 anos ou mais tomarem a pílula no Reino Unido, cerca de 94.000 ataques cardíacos e AVCs poderiam ser evitados a cada ano”, diz o especialista que desenvolveu o comrpimido, Nicholas Wald.
Brasil - Uma outra formulação da polipílula está sendo testada no Brasil por pesquisadores do Hospital do Coração, em São Paulo. De acordo com Otávio Berwanger, diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital do Coração e coordenador da pesquisa, a droga vem apresentado resultados promissores. "Acredito que dentro de dois anos os testes já tenham sido finalizados", diz.
A polipílula que vem sendo testada no Brasil, concomitantemente com Inglaterra, Holanda, Índia e Austrália, combina em um único comprimido os compostos da aspirina (que previne entupimento dos vasos sanguíneos do coração) em baixa dosagem, a sinvastatina (controlador de colesterol) e de dois medicamentos para controle da pressão arterial, o lisinopril e hidroclotiazida (ou beta-bloqueador).
Clique nas perguntas abaixo para saber mais sobre doenças cardíacas:

*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.

Uganda: Surto do vírus Ebola mata ao menos 14 pessoas


Governo pediu para que habitantes se acalmem. Pior surto no país ocorreu em 2000, quando 450 pessoas foram infectadas, das quais mais da metade morreu

Vírus causador da ebola
Vírus causador da ebola (Reprodução)
Um novo surto do vírus Ebola já deixou pelo menos 14 pessoas mortas em Uganda neste mês, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS), a partir da capital, Kampala. O surto da febre hemorrágica mortal foi identificado no oeste do país, no distrito de Kibale, de acordo com informação divulgada pela OMS em conjunto com o governo da Uganda.

Segundo as autoridades de saúde, das 20 pessoas que foram identificadas com o vírus, 14 morreram. Duas das pessoas infectadas foram isoladas para exames de pesquisadores. O governo pediu para que os habitantes de Uganda se acalmem, dizendo que uma força nacional de emergência foi criada para evitar que o vírus se espalhe.
Histórico - Kibale fica perto da República Democrática do Congo (RDC), onde o vírus surgiu em 1976 e foi batizado com o nome do Rio Ebola. O Ebola havia sido identificado pela última vez em Uganda em maio do ano passado, tendo causado a morte de uma menina de 12 anos. O pior surto no país ocorreu em 2000, quando 450 pessoas foram infectadas, das quais mais da metade morreu.
Não existe vacina ou tratamento contra o Ebola, que é transmitido por contato pessoal e, dependendo do caso, mata até 90% dos que contraem o vírus. Os sintomas incluem febre súbita intensa, fraqueza, dor muscular, de cabeça e de garganta, seguida de vômitos, diarreia, erupções cutâneas, prejuízo às funções renais e hepáticas e hemorragia interna e externa. O Ebola é altamente infeccioso e mata rapidamente.

sábado, 28 de julho de 2012

Biotecnologia brasileira pode trazer substituto da heparina animal em menos de dez anos


Composto foi encontrado em algas vermelhas no litoral do Ceará. Empresa brasileira vai financiar viabilização da produção em massa

Marco Túlio Pires, São Luís
As algas vermelhas possuem um composto que poderá substituir a heparina animal
As algas vermelhas possuem um composto que poderá substituir a heparina animal (Divulgação)
Uma substância encontrada em algas brasileiras poderá substituir a heparina animal -- principal composto anticoagulante usado em cirurgias -- em menos de dez anos. A  Universidade Federal do Ceará (UFC) deve receber nos próximos meses o apoio de uma farmacêutica brasileira para viabilizar a produção em massa de uma alga marinha cuja composição apresenta uma substância natural com os mesmos efeitos da heparina animal. A informação foi divulgada durante a 64ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O evento ocorre na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em São Luís, e termina nesta sexta-feira.

Saiba mais

A MEDICINA DAS ALGAS
As algas marinhas (existem vermelhas, verdes, azuis e até marrons) representam um território ainda pouco explorado pela biotecnologia. Pesquisadores de diversas partes do mundo, incluindo o Brasil, já encontraram compostos capazes de combater o vírus do HIV, tumores, processos inflamatórios, venenos e a coagulação do sangue. Encontrar as substâncias é relativamente fácil em comparação com a sua produção em escala. Agora, grupos de pesquisa correm atrás do tempo para desenvolver 'fazendas de algas', a maneira do que já ocorre com peixes e camarões.
A heparina é uma substância encontrada no intestino de animais, como porcos e bois, e muito utilizada pela medicina como anticoagulante e no combate da trombose. Sem ela, seria praticamente impossível realizar cirurgias. Dificílima de ser fabricada em laboratório, foi introduzida ao mercado na década de 1930 e atualmente só possui produção em escala porque aproveita o abate de animais da indústria alimentícia. Contudo, não se trata de um bom negócio. A fabricação de uma dose de heparina para seres humanos necessita de dez intestinos suínos. A extração da substância é feita pela raspagem e desidratação dos tecidos animais, um processo caro e que pode contaminar o produto final com bactérias e outras substâncias.

A dificuldade de produção e o risco de contaminação tornaram a procura por um substituto da heparina animal obsessão de alguns grupos científicos e da indústria farmacêutica. Em laboratório, já é possível produzir o composto, mas em quantidades ínfimas, alguns miligramas. A humanidade, por outro lado, precisa de cem toneladas de heparina todos os anos para abastecer laboratórios e mesas de cirurgia. Sem alternativas para a produção em larga escala da substância, alguns grupos voltaram seus olhos para a natureza.

Algas cearenses - A alternativa mais promissora pode estar nas algas marinhas, organismos vegetais que existem em grande abundância nos oceanos. O engenheiro de pesca Wladimir Farias, da UFC, encontrou um composto em algas vermelhas (Botryocladia occidentalis) do Ceará que funciona como a heparina, mas sem os efeitos indesejáveis. Em altas doses, a substância animal causa hemorragia e pode provocar a morte do paciente. Em laboratório, Wladimir conseguiu produzir a substância (mas também em pequenas quantidades) e percebeu que ela consegue descoagular o sangue e diminuir a trombose em ratos, mesmo em doses altas.
Agora, Farias receberá o apoio de uma empresa brasileira da indústria farmacêutica para viabilizar o passo que falta para a substituição definitiva da heparina animal: a produção em larga escala. "O Japão é o único país no mundo que sabe como produzir algas em massa, por causa de sua culinária", diz Farias em entrevista exclusiva ao site de VEJA. "No Brasil, temos tecnologia para cultivar camarões e alguns peixes em ambiente marinho, mas a produção de algas está na idade da pedra". Com o apoio da empresa brasileira, cujo nome o pesquisador prefere não divulgar por enquanto, a substituição da heparina animal deve ocorrer nos próximos anos. "Como serão preciso testes clínicos, acredito que em menos de dez anos teremos o novo composto no mercado."

Segundo Farias, o processo de extração da molécula que substituirá a heparina é fácil. "O difícil será reproduzir as condições de nascimento e desenvolvimento do vegetal em laboratório, e levar isso para o ambiente marinho", diz o engenheiro. A dificuldade existe porque cada alga possui uma série de particularidades durante o desenvolvimento, como temperatura da água, profundidade, quantidade de luz e nutrientes e longevidade. "Todos esses parâmetros precisam estar documentados e muito bem compreendidos para a produção em larga escala."

Outras aplicações - A molécula que Farias descobriu nas algas vermelhas do Ceará também podem servir como soro antiofídico, que combate os efeitos do veneno de cobras. Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) descobriu em 2011 que a substância consegue neutralizar a enzima que causa a morte dos tecidos (necrose) das vítimas. O trabalho é coordenado pelo médico Marcos Toyama, da Unesp.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Vacina contra dengue tem êxito em teste


A ciência parece finalmente ter conseguido uma vitória contra a dengue. Pela primeira vez, uma vacina contra a doença foi eficaz em testes com humanos.
Em um teste clínico com mais de 4.000 pacientes na Tailândia, uma vacina experimental produzida pela farmacêutica francesa Sanofi Pasteur conseguiu se mostrar eficiente contra três dos quatro sorotipos da dengue.
Segundo a empresa, os experimentos mostraram que houve uma resposta imune para os quatro tipos, mas ainda não foi possível bater o martelo quanto à eficiência de um deles.
Editoria de arte/folhapress
Nova vacina conseguiu um feito inédito: ser eficaz contra a dengue
Nova vacina conseguiu um feito inédito: ser eficaz contra a dengue
O objetivo da fabricante é criar uma vacina que consiga imunizar contra todas as cepas virais.
Os testes com a imunização nesse sentido continuam, e há um estudo ainda mais abrangente, com cerca de 31 mil pessoas de vários países, inclusive do Brasil, em andamento.
A nova vacina usa um vírus atenuado, mas ainda vivo. Uma vez no corpo, ele não chega a provocar a doença, mas gera uma resposta do sistema imunológico, que começa a produzir anticorpos.
Se, no futuro, a pessoa for de fato infectada pela dengue, seu organismo já terá a defesa "memorizada", o que evitará o avanço do vírus.
Nos testes, a imunização é feita em três doses, que devem ser tomadas com seis meses de intervalo.
Os resultados ainda são preliminares, mas já animaram os pesquisadores.
"A dengue não tem tratamento específico ou remédio que consiga eliminar o vírus. Basicamente, são feitos cuidados para manter o paciente bem até que o ciclo da doença termine", diz a médica Rosana Richtmann, presidente da SPI (Sociedade Paulista de Infectologia).
"Por isso a vacina tem uma importância tão grande. Ela é algo que definitivamente nós estamos esperando há muito tempo", completa ela.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 220 milhões de pessoas --mais do que as populações de Brasil e Portugal juntas-- são infectadas por ano pelo vírus.
Dessas, quase 2 milhões, a maioria crianças, desenvolvem a forma hemorrágica, que é a mais grave e letal da dengue.
CAUTELA
Por enquanto, os dados do estudo foram apenas divulgados pela fabricante, e não estão publicados em revista especializada. Segundo a Sanofi, isso deve acontecer até o fim deste ano.
A empresa também não informou quais foram os sorotipos com imunização eficaz.
"A vacina é um grande passo, mas é preciso que ela funcione para os quatro sorotipos", diz Alberto Chebabo, infectologista do hospital universitário da UFRJ.
"O resultado, teoricamente falando, pode ser um risco aumentado de dengue hemorrágica, que acontece em geral quando a pessoa é infectada após já ter tido um outro sorotipo da doença. Se o paciente for contaminado pelo pelo vírus para o qual não houve imunização e já tiver os anticorpos por conta da vacina, o efeito pode ser semelhante", avalia.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Droga de alto custo para tratar câncer de mama será fornecida pelo SUS


Fernanda Bassete - O Estado de S.Paulo
O Ministério da Saúde vai incorporar o medicamento Trastuzumabe (Herceptin), uma das principais armas no combate ao câncer de mama, na lista de remédios distribuídos gratuitamente pelo SUS. A inclusão será publicada nesta semana no Diário Oficial da União.
A artesã Maria de Fátima, de Florianópolis, conseguiu receber o medicamento por decisão judicial - Guilherme Ternes/AE
Guilherme Ternes/AE
A artesã Maria de Fátima, de Florianópolis, conseguiu receber o medicamento por decisão judicial
O câncer de mama é o segundo mais comum no mundo e o mais frequente entre as mulheres. Estima-se que entre 20% e 25% das pacientes diagnosticadas com câncer de mama têm indicação para receber essa medicação - que tem como alvo a mutação genética que leva ao HER-2 positivo, um dos tipos mais agressivos de tumor.
O Trastuzumabe é considerado uma das drogas mais avançadas na terapia contra o câncer de mama porque é um anticorpo monoclonal que promove uma "terapia-alvo", já que ele tem a capacidade de atingir exclusivamente as células doentes, preservando as sadias. O medicamento é fabricado pela Roche.
"Esse é um grande avanço para as mulheres que dependem do SUS. É uma medicação essencial para as pacientes que são positivo para o HER-2 porque ela consegue controlar o avanço da doença e evitar metástases", diz o mastologista Waldemir Rezende.
A droga será oferecida no SUS por decisão da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia (Conitec), criada dentro do ministério por força de lei. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a comissão analisou o custo-efetividade da droga por mais de um ano, colocou o assunto em consultas públicas e não levou em consideração a pressão das demandas judiciais.
"A Conitec é um aprimoramento das regras de incorporação de novas drogas no SUS. O principal critério para a tomada de decisão desse grupo é a existência de estudos que comprovem a eficácia do uso de determinado remédio", afirmou.
Padilha acrescentou que os estudos demonstram que o uso do Trastuzumabe reduz o risco de reaparecimento da doença, além de diminuir em 22% o risco de morte. "A droga pode ser usada em casos iniciais ou avançados de câncer. Só não tem eficácia comprovada em casos de tumores com metástase", diz.
Preço. A droga é administrada na veia e é de uso hospitalar. Por ser um medicamento de alto custo - cada frasco custa, em média, R$ 7 mil -, ela estava restrita a mulheres que conseguiam o direito de recebê-la do governo por meio de ações judiciais.
O Trastuzumabe é o sétimo medicamento mais demandado judicialmente ao Ministério da Saúde, que em 2011 gastou R$ 266 milhões na compra de remédios determinados por decisões judiciais - sendo R$ 4,9 milhões para atender a 61 ordens de compra do Trastuzumabe.
Neste ano, o governo federal já recebeu 98 determinações judiciais para compra do medicamento e gastou R$ 12,6 milhões. Só uma compra para atender uma ação civil pública movida pelo Estado de Santa Catarina, por exemplo, consumiu R$ 9,8 milhões dos cofres públicos (leia mais nesta página).
Segundo o ministro, a incorporação da droga no SUS exige que o preço praticado pela indústria seja compatível com o que ela aplica no mercado internacional. O governo estima gastar até R$ 150 milhões por ano para fornecer a medicação. Por se tratar de uma compra em massa, há uma negociação com o laboratório fabricante e o preço pode ser reduzido em até 50%.
A partir da publicação no Diário Oficial, a oferta na rede ocorrerá em, no máximo, 180 dias.

Dormir em frente à televisão aumenta risco de depressão, diz estudo


Exposição à luz artificial da TV e do computador à noite provoca alterações no cérebro semelhantes às desencadeadas pelo transtorno

Dormindo com a TV ligada
Televisão à noite pode ser inimiga da boa saúde mental (Thinkstock)
Ficar exposto muito tempo à luz artificial da televisão ou do computador durante a noite pode aumentar as chances de um indivíduo ter depressão. Essa é a conclusão de um estudo desenvolvido no Centro Médico da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, e publicado nesta terça-feira no periódico Molecular Psychiatry, uma publicação da Nature. De acordo com a pesquisa, o hábito desencadeia alterações físicas no cérebro que se assemelham às mudanças que ocorrem quando uma pessoa apresenta o transtorno.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Chronic dim light at night provokes reversible depression-like phenotype: possible role for TNF

Onde foi divulgada: revista Molecular Psychiatry

Quem fez: Tracy Bedrosian e Randy Nelson

Instituição: Universidade de Ohio, Estados Unidos

Resultado: Muito tempo exposto à luz artificial da televisão ou do computador provoca mudanças de comportamento e alterações físicas no cérebro semelhantes àquelas apresentadas por pessoas com depressão. Mudar esse tipo de hábito pode evitar o transtorno ou reduzir os seus efeitos nocivos.
Segundo os autores do trabalho, houve, nos últimos 50 anos, um aumento significativo do tempo em que os indivíduos passam em frente à luz artificial no período noturno, e esse quadro coincide com o crescimento das taxas de depressão entre a população, especialmente entre as mulheres, que têm o dobro de chances de apresentarem o problema. No artigo, os pesquisadores explicam que, embora a luz artificial da televisão e do computador já tenha sido associada a outras doenças, como câncer de mama e obesidade, pouco se sabe sobre a relação entre o hábito e transtornos de humor.
Os autores do estudo chegaram a essa conclusão após realizarem testes com hamsters, que foram expostos a uma luz artificial fraca em uma sala escura — simulando a luz de uma televisão à noite — por quatro semanas seguidas. Os pesquisadores comparam, então, as mudanças que ocorreram no cérebro e no comportamento desses animais às alterações apresentadas por hamsters que permaneceram em salas escuras, mas sem a luz artificial.
De acordo com o estudo, as alterações físicas no hipocampo, região do cérebro, dos animais expostos à luz eram muito parecidas com as que seres humanos apresentam quando sofrem depressão. Além disso, esses animais se mostraram menos ativos do que os outros e apresentaram um interesse menor do que o habitual em atividades como beber água com açúcar. Segundo os pesquisadores, esses sintomas são equivalentes aos de depressão em seres humanos. Para os especialistas, esses resultados podem ser encarados como uma boa notícia se for levado em conta que uma simples mudança de hábito, como reduzir o tempo de exposição à televisão na madrugada, pode diminuir os efeitos nocivos e os riscos da depressão.
 

terça-feira, 24 de julho de 2012

Mulheres que trabalham durante muitas horas engordam mais, diz estudo



Mulher pesando balança
Peso a mais: quanto mais horas uma mulher trabalho, maior o risco de engordar (Creatas)
Mulheres adultas que trabalham durante muitas horas seguidas têm mais chances de engordar e de apresentar doenças associadas ao excesso de peso, concluiu uma nova pesquisa feita na Universidade Monash, em Melbourne, na Austrália. Segundo o estudo, publicado no periódicoInternational Journal of Obesity, o maior risco é apresentado por aquelas cuja jornada de trabalho é de ao menos 35 horas por semana.
Ao todo, participaram da pesquisa 9.276 mulheres entre 40 e 50 anos de idade que estavam inscritas no Estudo Longitudinal Australiano sobre Saúde da Mulher. Após dois anos, 55% das participantes haviam engordado — em média, elas ganharam 1,5% do peso inicial.
Os autores concluíram que o fato de estar empregada já é um fator de risco para um maior ganho de peso entre mulheres dessa faixa-etária. Além disso, eles indicaram que aquelas que trabalhavam por ao menos 49 horas por semana eram também mais propensas a fumar, consumir bebida alcoólica e a praticar pouca ou nenhuma atividade física — sugerindo uma forte associação entre horas de trabalho e estilo de vida sedentário. Para a coordenadora da pesquisa, Nocole Au, esses resultados devem incentivar novas políticas públicas que busquem reduzir a jornada de trabalho da mulher, assim como aumentar a prática de exercícios físicos, a fim de melhorar a saúde daquelas com mais de 40 anos.
Clique nas perguntas abaixo para saber mais sobre obesidade e dietas:
Alfredo Halpern

Médico endocrinologista, professor da Faculdade de Medicina da USP e autor dos livros Pontos para o gordo e, em co-autoria com Claudir Franciatto, Desta vez eu emagreço! e Magro para sempre!



*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Contra pirataria, remédios vão ganhar seu próprio 'RG'


Para conter o comércio de medicamentos falsificados e estancar um prejuízo anual de 13 bilhões de reais, uma lei de 2009 deve finalmente sair do papel e permitir o monitoramento de remédios desde a fábrica até o balcão da farmácia

Guilherme Rosa
Polícia Federal apreende anabolizantes e remédios ilegais na Ponte da Amizade em março de 2012
Polícia Federal apreende anabolizantes e remédios contra impotência ilegais na fronteira com o Paraguai em março de 2012 (PF/Divulgação)
A Organização Mundial da Saúde estima que 10% dos remédios consumidos no mundo sejam falsificados. Em países em desenvolvimento, como o Brasil, a taxa sobe até 30%. Para conter a pirataria e estancar um prejuízo estimado em 13 bilhões de reais ao país por ano, uma lei de 2009 deve finalmente sair do papel no segundo semestre deste ano. O texto cria o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos e deve permitir que os remédios sejam rastreados desde a fabricação até o balcão da farmácia. A norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confere a cada medicamento um identificador único – uma espécie de RG do remédio.
O comércio de medicamentos falsificados é considerado crime hediondo, com pena de 10 a 15 anos de prisão. Para enganar o consumidor, os piratas copiam as caixas, as embalagens e até mesmo as cores e formatos dos comprimidos. Na melhor das hipóteses, as vítimas estarão consumindo uma pílula de farinha e correrão, sem saber, todos os riscos de quem interrompe ou nem inicia o tratamento médico. Na pior das hipóteses, estarão consumindo outra substância qualquer, potencialmente prejudicial, às vezes letal.
Em 2006, mais de 100 pacientes morreram no Panamá por conta de medicamentos feitos com glicerina falsificada. Em 2008, versões contaminadas do anticoagulante Heparina, importadas da China, mataram 62 pessoas nos Estados Unidos. Em 2011 foram apreendidas na Inglaterra versões piratas dos remédios Truvada e Viread, contra a aids. Estimativas da International Policy Network, organização sediada em Londres, mostram que o consumo de remédios falsos contra tuberculose e malária foi responsável por mais de 700.000 mortes até hoje.
Segundo o diplomata Roberto Abdenur, atual presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), a falsificação de remédios é a forma mais cruel de pirataria. Enquanto na maioria das vezes o consumidor de eletrônicos, CDs e DVDs piratas sabe que está comprando produtos falsos, aquele que compra os medicamentos frequentemente está agindo de boa-fé. 'E os mais pobres, em busca de preços acessíveis, são os mais afetados', afirma.

Saiba como identificar os remédios falsificados

Segundo uma pesquisa encomendada pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), 6% dos brasileiros compram remédios em camelôs, e 1%, em sites não autorizados. A Interfarma dá algumas dicas para o consumidor reconhecer os produtos piratas:

  1. • Raspadinha - Todos os medicamentos têm na embalagem uma espécie de “raspadinha”. Com qualquer objeto metálico é possível raspar e encontrar um código de segurança do produto.
  2. • Selo de segurança - Medicamentos mais caros também têm selos de segurança na parte interna. Na dúvida, entre em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) do fabricante.
  3. • Formas e cores - Farmacêuticas investem para variar a forma de seus comprimidos. Alguns são triangulares, outros em forma de balão. Outro diferencial são as cores, texturas e logomarcas fixados na pílula. Prestar atenção nestes detalhes também ajuda a evitar produtos pirateados.
  4. • Confiança na venda - Por fim, outra forma de evitar a falsificação é sempre recorrer a pontos de venda de confiança e exigir nota fiscal da venda.
Pirataria on-line – Segundo a Anvisa, os pontos de venda tradicionais de remédios piratas são camelôs e feiras livres. Mas medicamentos falsos também podem ser encontrados em farmácias, principalmente fora dos grandes centros do país. "O mercado brasileiro é muito grande. Temos muitos municípios onde a fiscalização é tênue, e a informalidade, alta", afirma Sérgio Mena Barreto , presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).
Na última década, o avanço tecnológico abriu mais uma rota para esse comércio ilegal: a internet. Segundo uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde e divulgada pelo jornal O Globo, existem cerca de 1.200 sites ilegais que vendem remédios no país.
A Anvisa informa que as farmácias on-line só podem funcionar se também existirem fisicamente, com endereço comprovado, e com a autorização da agência. Segundo o delegado Paulo Alberto Mendes Pereira, da 2ª Delegacia de Saúde Pública e Crimes Envolvendo Medicamentos, de São Paulo, o combate a essas farmácias não é fácil. “Muitos desses sites estão registrados em outros países, o que dificulta o trabalho. No entanto, há 40 dias realizamos uma operação onde apreendemos 4 mil remédios comercializados ilegalmente pela internet”, conta.
Armas e drogas – Segundo o Centro para Medicina de Interesse Público, grupo de pesquisa americano financiado pela indústria farmacêutica, o mercado mundial de medicamentos falsos cresce anualmente 13%. A pirataria é praticada em escala global e assim se liga a outras máfias, ao tráfico de drogas e ao de armas.
"Já foram apreendidos carregamentos de remédios piratas nos mesmos contêineres que eletrônicos falsos e munições”, diz Edson Vismona,  presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria (FNCP), entidade formada por empresas brasileiras com o objetivo de combater a falsificação de produtos. Só no Brasil, Vismona calcula que os prejuízos alcancem 13 bilhões de reais, dos quais cinco bilhões só em sonegação de impostos.
O RG do remédio – Atualmente, os mecanismos de certificação dos medicamentos no Brasil são frágeis. 'Não há como controlar os lotes de remédio', diz Sérgio Mena Barreto, da Abrafarma. Já a nova tecnologia a ser implantada pela Anvisa tornará possível monitorar todo medicamento produzido e vendido no Brasil ao longo de toda cadeia produtiva.
Quando a lei foi foi aprovada, em 2009, estipulou-se que a Anvisa teria três anos para estabelecer as normas a serem usadas. Por fim, a agência decidiu adotar uma tecnologia conhecida como Datamatrix, parecida com o código de barras. Mas, enquanto este último permite o armazenamento de apenas um número de vários algarismos, o Datamatrix possibilita a leitura de vários dados, pois as informações são guardadas tanto em linhas quanto em colunas. O código deve conter o número de registro da droga, lote, validade e um identificador único do medicamento, que funcionaria como uma espécie de RG.
Segundo a Anvisa, os detalhes sobre o sistema de identificação ainda estão sendo fechados e devem ser anunciados no segundo semestre. Espera-se que a lei enfim saia do papel. Nesses três anos de discussões, foram apreendidos no Brasil mais de 153.000 comprimidos de remédios falsos. Só no ano passado, foram realizadas 40 operações conjuntas, durante as quais foram interditados 177 estabelecimentos e presas 156 pessoas.

Veja quais remédios foram falsificados nos últimos três anos

"Os remédios mais pirateados são aqueles que vendem muito e são caros”, diz João Fittipaldi, diretor médico da Pfizer Brasil. “Ninguém vai falsificar a aspirina.” Entre os principais alvos dos falsários estão remédios contra disfunção sexual (como o Viagra, da Pfizer), emagrecedores e anabolizantes. Mas já houve apreensões de medicamentos contra o câncer e até de vacinas contra a gripe. Confira abaixo:

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Desobesi M

Uso: Emagrecedor
Fabricante: Aché

domingo, 22 de julho de 2012

Chá, um amigo da dieta e da juventude


Chá de camomila acalma quem o toma e o de marcela acaba com a dor de estômago. Muitos não se esquecem das dicas das avós sobre qual erva é boa para cada problema de saúde. Mas ultimamente certos chás têm chamado a atenção por suas propriedades emagrecedoras, entre eles os da planta Camellia sinensis e o mate (veja abaixo).
Os quatro chás da Camellia sinensis são conhecidos pelos agentes antioxidantes que possuem. “Eles eram utilizados há milhares de anos na China e posteriormente foram trazidos para a América”, explica a professora do curso de Fármacia da PUCPR Joceline Franco. Para a farmacêutica, a grande diferença entre cada um é o sabor. “Eles possuem os mesmos compostos, em concentrações maiores ou menores. Mas o chá branco é o preferido por ser menos amargo.”
Os outros chás que são obtidos da mesma planta são o verde, o preto e o vermelho. Todos apresentam grande quantidade de tanino, substância química que tem características antioxidantes, mas que diminui a capacidade de absorção de ferro.
A cafeína também está pre­­sente em grande quantidades nessas infusões, o que acende o sinal vermelho para pessoas com hipertensão e gastrite. “É bom tomar cuidado e não consumir volumes exagerados. Até um litro por dia é um valor aceitável”, diz Joceline.
Um velho conhecido dos paranaenses, o chá mate tem ganho destaque. “Ele tem revolucionado”, diz a fitoterapeuta Mariza Treis. “Já se tinha o costume de usar, mas recentemente foi descoberto que ele também é antioxidante e ajuda na digestão e no controle do colesterol”, completa.
Preparo
Mariza conta que, ao contrário do se pensa, o chá verde não é tão amargo. De acordo com a fitoteapeuta, ele fica com o sabor desagradável ao paladar porque as pessoas não sabem prepará-lo. “O tempo de infusão não deve passar dos três minutos, e a temperatura deve estar em 70° C”, explica.
A professora da PUCPR Jo­­celine lembra como devem ser preparados os chás vendidos a granel. “A planta deve ser aquecida com a água e, quando começar a ferver, o fogo deve ser desligado. O cuidado deve ser grande, pois as folhas de chá são bastante sensíveis”, afirma.

CHÁ BRANCO
Fotos: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
• Características – É feito da primeira colheita da planta Camellia sinensis, enquanto ainda está em forma de broto. É o de mais fácil obtenção.
• Vantagens– É o menos amargo dos quatro chás dessa planta e possui características que os outros não têm por conta do processo de obtenção. É antioxidante e ajuda a retardar o envelhecimento, além de diminuir as taxas de colesterol ruim.
• Desvantagens – Não possui grandes desvantagens, mas não deve ser tomado em excesso, por causa da cafeína. A indicação é de cerca de um litro por dia.
• Preço – R$ 20 (100 g)

CHÁ VERDE
• Características – É colhido quando a folha da Camellia sinensis já está madura, então é secado rapidamente. Isso rompe processos metabólicos e impede a fermentação.
• Vantagens –Tem ação rejuvenescedora e, após refeições, ajuda na absorção de gordura. Ele também pode diminuir risco de doenças cardiovasculares. É rico em antioxidantes e aumenta a diurese, eliminando mais toxinas do organismo
• Desvantagens – É o mais amargo e, por possuir grande quantidade de cafeína, deve ser utilizado com cuidado por hipertensos, gestantes e lactantes.
• Preço – R$ 9,80 (100g)

CHÁ VERMELHO
• Características – Passa por um processo de fermentação de 60 anos em barris de carvalho, que causam sua coloração avermelhada. Possui um forte aroma por ser preparado com uma mistura das folhas.
• Vantagens – Ele é famoso por acelerar o metabolismo e, assim, ajudar na perda de calorias. Ele contribui na redução de colesterol e facilita a digestão. Por causa da cafeína, consegue manter a pessoa acordada.
• Desvantagens –Como os outros chás da Camellia sinensis, é rico em cafeína, portanto hipertensos, gestantes, lactantes e pessoas com gastrite devem usá-lo em menores quantidades. Por seu longo processo de obtenção, é o mais caro dos chás.
• Preço – R$ 35 (100g)

CHÁ PRETO
• Características– Passa por uma oxidação que o deixa mais cafeinado e depois é secado para barrar a fermentação. É o com sabor mais forte.
• Vantagens – É mais adocicado e age como estimulante por causa da alta concentração de cafeína. Além disso, é o mais barato entre os chás pesquisados.
• Desvantagens – É o mais rico em cafeína e deve ser evitado por hipertensos, gestantes, lactantes e pessoas com gastrite.
• Preço – R$ 3,50 (100g)

CHÁ MATE
• Características – Após a colheita, as folhas da erva mate são secas, o que faz com que os açúcares passem por um processo de metabolização que dá o sabor característico de mate. O chá é geralmente feito com mate tostado, que passa por torrefação e altera o sabor.
• Vantagens – Ajuda a inibir a absorção do colesterol e possui propriedades antioxidantes, que combatem os radicais livres. Também contribui para uma menor produção de glicose. É um dos mais baratos.
• Desvantagens – É bastante amargo e pode ter efeitos colaterais em pessoas mais sensíveis a erva. Entre eles, dor de estômago, irritação, insônia e taquicardia.
• Preço – R$ 4,40 (100g)

Fontes: As informações sobre os chás foram passadas por Joceline Franco, professora do curso de Farmácia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, e Mariza Treis, fitoterapeuta e proprietária da Chá e Arte.
*Os preços foram levantados a granel na Chá e Arte. As fotos também foram feitas no local.