quinta-feira, 31 de maio de 2012

A música ajuda no desempenho do corredor?

(Foto: Thinkstock)
Muitos corredores vêm utilizando tocadores de MP3 durante treinos e provas. E pelo visto, a legião dos usuários desses aparelhos só tende a crescer. Os adeptos buscam tornar a experiência de correr mais agradável ou então “disfarçar” a dificuldade imposta pelo exercício. Quanto ao aspecto motivacional, isso não se discute. Todavia, me pergunto se a música exerce alguma influência sobre o desempenho do corredor, seja ela positiva ou negativa.
Recentemente, um grupo de pesquisadores brasileiros comparou a performance na distância de 5km sob duas condições: com e sem música. Para isso, 15 corredores amadores do sexo masculino realizaram duas provas simuladas de 5km em um esteira, cada uma acontecendo em dias diferentes e com intervalo mínimo de 2 dias e máximo de 7 dias.
Os resultados?

Realmente a música influenciou positivamente o desempenho dos corredores. O teste de 5km realizado sem música foi em média 24 segundos mais lento. Além disso, a percepção do esforço com música também foi menor. Em outras palavras, os tocadores de MP3 melhoram o rendimento e ainda aliviam um pouco o sofrimento. E vale destacar que esse estudo também cita outras pesquisas que encontraram resultados semelhantes.
Particularmente, não sou adepto do MP3, pois prefiro escutar a “música” dos parques, mas a ciência vem demonstrando o seu valor para os corredores amadores.
Então podemos investir em tocadores de MP3? Parece que sim. Basta não esquecer dos cuidados com a segurança, evitando usar esses aparelhos em locais por onde circulam veículos, e sem abusar dos decibéis.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Estudo sugere que analgésicos podem reduzir risco de câncer de pele


Pesquisa mostrou que uso frequente de medicamentos como a aspirina pode diminuir em até 15% as chances de um dos tipos da doença

Aspirina e outros medicamentos da classe dos anti-inflamatórios não esteroides podem proteger contra alguns tipos de câncer de pele
Aspirina e outros medicamentos da classe dos anti-inflamatórios não esteroides podem proteger contra alguns tipos de câncer de pele (Thinkstock)
Um novo estudo feito no Hospital Universitário de Aarhus, na Dinamarca, sugere que fazer uso de aspirina e outros analgésicos pode proteger contra alguns tipos de câncer de pele. Segundo a pesquisa, uma pessoa que toma frequentemente algum anti-inflamatório não esteroides ao longo de sete anos chega a ter um risco 15% menor de desenvolver a doença. O trabalho foi publicado nesta segunda-feira no site do periódico Cancer, uma publicação da Sociedade Americana de Câncer.

Opinião do especialista

Veridiana Pires de Camargo
Oncologista clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e do Hospital Sírio-Libanês. É especialista em melanoma e sarcoma

"Associar analgésicos a um menor risco de câncer de pele é, definitivamente, algo novo e ainda inicial, embora o efeito protetor desse tipo de medicamento já tenha sido atribuído a outros tipos de câncer, especialmente ao de intestino.
Como o câncer está relacionado a muitos quandros de inflamação, esses resultados podem se mostrar verdadeiros, já que drogas como a aspirina funcionam como anti-inflamatórios muito potentes.
Como os três tipos de cânceres estudados apresentam mecanismos diferentes, a droga pode agir de maneiras diversas em cada tipo da doença, o que explica as diferenças da redução de risco demonstrada pelas substâncias.
É preciso que mais estudos sejam feitos, comparando pacientes com câncer de pele que fazem uso de analgésicos a pacientes que nunca tomam esses medicamento".
Anti-inflamatórios não esteroides são um grupo de medicamentos usados para controlar a dor, a febre e a inflamação. Nesse estudo, os pesquisadores buscaram descobrir os efeitos de alguns tipos de drogas dessa classe, como a aspirina, o ibuprofeno e o naproxeno, sobre três dos principais tipos de câncer de pele: o carcinoma basocelular, o carcinoma de células escamosas e o melanoma maligno. Eles analisaram dados de 6.532 pacientes que haviam sido diagnosticados com alguma dessas doenças e os compararam a outros 178.655 indivíduos que não tinham câncer.
Os resultados indicaram que as pessoas que seguiram ao menos duas prescrições de uso de algum desses medicamentos ao longo de sete anos ou mais tiveram 15% menos chances de desenvolverem carcinoma de células escamosas e 13% menos riscos de terem melanoma maligno em comparação com aquelas que seguiram menos do que duas prescrições. De maneira geral, no entanto, as drogas não protegeram os indivíduos contra o carcinoma basocelular. A diminuição de risco para esse tipo da doença foi de 15% a 21% apenas quando o paciente tomou a droga em grandes quantidades e durante muito tempo, e mesmo assim só ocorreu em relação a tumores em partes do corpo que não costumam ficar expostas ao sol.
Segundo os autores do estudo, pesquisas anteriores já haviam sugerido que essa classe de medicamentos pode diminuir o risco de uma pessoa desenvolver alguns tipos de câncer, mas essa é a primeira a olhar para o câncer de pele. “Esperamos que o efeito protetor dos anti-inflamatórios não esteroides em relação ao câncer demonstrado por nós inspire novos estudos em relação à doença de pele. Nossos resultados também devem contribuir com as discussões sobre benefícios e malefícios do uso dessas drogas”, afirma Sirgún Johannesdottir, que coordenou o trabalho.
Clique nas perguntas abaixo para saber mais sobre cuidados com a pele:

Denise Steiner é doutora em dermatologista, membro da Academia Americana de Dermatologia, presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo, chefe do Serviço de Dermatologia da Universidade Mogi das Cruzes e delegada brasileira do Comitê Científico do Colégio Ibero-Americano de Dermatologia.


*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.

Casos de meningite aumentam 84%-Ceara

O número de óbitos também preocupa. Foram contabilizados, até maio, 60% dos óbitos de todo o ano passado
O número de casos de meningite registrado neste ano já é 84% maior que o registrado em 2011. Foram 46 ocorrências contabilizadas até maio deste ano, enquanto, em igual período de 2011, elas somavam 25. Outro dado que chama atenção é o elevado índice de óbitos. O mês de maio ainda nem terminou e já foram contabilizados 60% (12) dos óbitos de todo o ano passado (20). As informações são do boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa).

O alerta é para a Capital, que concentra 73,91% das confirmações da doença no Estado. Foram, ao todo, 46 casos. Desses, 34 estão em Fortaleza, onde ocorreu também o maior número de óbitos (11).

No Interior, 12 casos foram confirmados em 11 municípios, entre eles, Chorozinho (2), Horizonte (1), Caucaia (1), Tejuçuoca (1), Pentecoste (1) São Luís do Curu (1), Maranguape (1), Maracanaú (1), Boa Viagem (1), Aracati (1) e Hidrolândia (1). O único óbito registrado no Interior ocorreu em Pentecoste, região Norte do Ceará.

Ocorrência

Manoel Fonsêca, coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, explica que, apesar das meningites ocorrerem durante o ano inteiro, elas são mais comuns até o mês de julho, por causa do período chuvoso.

O especialista esclarece que a meningite consiste num processo inflamatório das leptomeninges - conjunto das membranas pia-máter e aracnoide que envolvem o cérebro - e, em geral, é transmitida através de gotículas e secreções da nasofaringe, havendo necessidade de contato íntimo ou direto com as secreções respiratórias da pessoa.

Como a evolução da doença ocorre rapidamente, Fonsêca destaca que é imprescindível o diagnóstico precoce, pois, em 48 horas, a meningite pode levar o paciente a óbito. Neste ano, o que predomina no Ceará é a meningite meningocócica tipo C.

Desde 2010, foi introduzida vacina para esse tipo da doença, mas só para menores de um ano. Por isso, a predominância é em adolescentes e adulto-jovens, com até 49 anos. Também foram registrados casos em crianças, mas sem óbitos.

São José

No Hospital São José, referência no tratamento de doenças infecciosas, até ontem, dez pessoas estavam internadas vítimas da doença. Em todo o ano passado, foram registrados 16 casos de meningite meningocócica na unidade, enquanto, neste ano, até o dia 20 de maio, foram 13 casos da doença.

Anastácio Queiroz, diretor do hospital, comenta que o número de casos está dentro do esperado, entretanto, ressalta que é uma doença que sempre preocupa, porque, além de ser contagiosa e poder matar, pode deixar sequelas no paciente.

O gestor informa que 87 casos de meningite de vários tipos foram registrados neste ano no São José. Desses, 22 de meningites virais. O número é parecido com o do ano passado, quando foram registrados 21 casos. Com exceção da meningoencefalite, o especialista destaca que o único tipo que não é grave é o viral. Contudo, o que mais preocupa é a bacteriana, também chamada meningocócica, pois poder matar rapidamente.

Por isso, é preciso estar atento aos sintomas. A meningite caracteriza-se por febre, dor de cabeça intensa, vômitos, sem ter náusea, chamados a jato, rigidez na nuca e manchas sanguíneas na pele, que podem ser confundidas com alergias ou dengue. Queiroz esclarece que, por causa do aumento da pressão intracraniana, o indivíduo pode chegar no hospital desorientado, com uma dor de cabeça insuportável ou em coma.

"Se a febre não melhorar e aparecerem manchas avermelhadas, hemorrágicas, no corpo, é importante que as pessoas lembrem da possibilidade da meningite meningocócica. Nesses casos, deve-se procurar um hospital imediatamente", frisa.

Vacinas

Existem vacinas para prevenir alguns tipos de meningite. Entre elas, está disponível no calendário básico de vacinação da criança a BCG, que protege contra formas de tuberculose.

Situação
73% dos casos confirmados no Ceará estão concentrados na Capital, o que representa 34, dos 46 contabilizados pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa)

11 dos 12 óbitos ocorreram na Capital. O único registrado no Interior foi em Pentecoste, região Norte. Ao todo, 12 municípios cearenses apresentaram a doença

LUANA LIMAREPÓRTER

terça-feira, 29 de maio de 2012

'Defeito' em cromossomo sexual está ligado ao câncer de intestino, diz estudo


Variação na região do cromossomo X, presente no DNA de ambos os sexos, diminui níveis de gene que controla desenvolvimento celular e pode elevar risco da doença

Câncer de intestino: variação no cromossomo X pode estar associada a um maior risco da doença
Câncer de intestino: variação no cromossomo X pode estar associada a um maior risco da doença (Thinkstock)
Pela primeira vez, uma pesquisa mostrou que alterações em um dos cromossomos sexuais podem elevar o risco de câncer de intestino. Segundo o estudo, que foi publicado nesta segunda-feira na revista Nature Genetics, pessoas com essa doença são mais propensas a apresentar um defeito no cromossomo X que reduz os níveis de um gene associado ao bom desenvolvimento das células.
De acordo com os autores da pesquisa, essas descobertas podem ajudar a entender o motivo pelo qual o câncer de intestino atinge mais o sexo masculino do que o feminino. Eles explicam que, como as mulheres têm duas cópias do cromossomo X, a que não apresenta o defeito e que, portanto, tem função normal, pode mascarar a outra que leva a mutação. Diferentemente dos homens, que apresentam somente uma cópia do cromossomo e que, portanto, não tem uma 'cópia reserva' para mascarar o defeito.
Esse trabalho foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Pesquisa em Câncer do Reino Unido e das universidades de Oxford e de Edimburgo. Com base em cinco estudos anteriores sobre genética e câncer de intestino, eles buscaram descobrir novas alterações no código genético que pudessem elevar o risco de câncer de intestino. Antes dessa pesquisa, quase 20 variantes no genoma humano já haviam sido associadas à doença.
A equipe descobriu que pessoas com câncer de intestino tendem a ter um defeito na região do cromossomo X que leva a menores níveis de um gene chamado SHROOM2. Esse gene controla o desenvolvimento das células, garantindo que elas cresçam e adquiram forma correta. Alterações nesse mesmo gene já foram associadas a outros cânceres anteriormente.
"Essa é a primeira vez em que um estudo demonstra que defeitos em um dos cromossomos sexuais estão relacionados a um câncer que pode atingir os dois sexos. Essas descobertas podem nos ajudar e entender as diferenças da doença entre homens e mulheres, além de identificar os indivíduos que correm mais risco de terem câncer de intestino", diz Richard Houlston, um dos autores da pesquisa.
*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Brasil terá açúcar que não engorda e não provoca cáries

Já usado no exterior, poderá agora ser produzido nacionalmente graças a tecnologia desenvolvida pela Unicamp

Açúcar saudável: o produto criado pela Unicamp não engorda porque é formado por uma molécula grande que não pode ser degradada pelo organismo Açúcar saudável: o produto criado pela Unicamp não engorda porque é formado por uma molécula grande que não pode ser degradada pelo organismo (Antoninho Perri / Divulgação)
Ele não engorda, não provoca cáries e pode ser usado por diabéticos. É o açúcar FOS (sigla para fruto-oligossacarídeos), que passará a ser fabricado no Brasil graças a um novo modo de fabricação, desenvolvido por uma pesquisadora da Universidade de Campinas (Unicamp).

Saiba mais

NIÓBIO
Minério usado em alguns tipos de aços inoxidáveis. O Brasil é o maior produtor desse minério no mundo. As suas jazidas estão mais concentradas no estado de Minas Gerais, na Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, próxima da região de Araxá, e no Estado do Rio de Janeiro, na Companhia Fluminense.
FOS
O esse tipo de açúcar é um fruto-oligossacarídeo, que não consegue ser metabolizado pelos seres humanos, como acontece com o açúcar comum, por ser formado por uma molécula muito grande e que precisa ser quebrada em partículas menores com enzimas específicas, não existentes no organismo humano. Os FOS não são tão doces quanto o açúcar de mesa (têm cerca de 60% da doçura da sacarose), porém são mais finos e mais brancos.
O açúcar FOS não engorda porque sua molécula é muito grande para ser quebrada pelo organismo. Ele é absorvido apenas pelos micro-organismos que vivem na parte final do intestino, daí seu papel probiótico. Ao ingerirem o açúcar, esses organismos crescem e ajudam no tratamento de algumas enfermidades, como problemas de absorção de cálcio, diabetes e câncer. Por causa do seu tamanho, o FOS também não consegue ser metabolizado pelos organismos que ficam alojados na boca e que causam a cárie e as placas dentárias.
O FOS já é conhecido e usado com maior frequência em países do hemisfério norte, inclusive em produtos voltados para diabéticos. No Brasil, seu consumo ainda é restrito. De acordo com Elizama Aguiar de Oliveira, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp e autora do estudo, é possível encontrar no Brasil alguns produtos que já contenham FOS. A variabilidade, no entanto, é pequena em função dos custos. Uma lata de leite em pó com FOS, por exemplo, tem preços entre 20 reais e 40 reais. "Se produzido nacionalmente, esses custos podem ser reduzidos", diz.
Tecnologia nacional — A metodologia desenvolvida por Elizama emprega uma liga de nióbio (um minério usado em alguns tipos de aços inoxidáveis) e de grafite para imobilizar a enzima que irá produzir o açúcar. Imobilizando a enzima nesse minério, evita-se que ela se dissolva e o resultado obtido é um xarope rico em oligossacarídeos, sacarose, frutose e glicose. Em seguida é feita a purificação, na qual os subprodutos são separados e os oligossacarídeos são encaminhados para o setor industrial, quando vários produtos com FOS poderão ser processados – como chicletes, balas, sorvetes e pães.
"Não existe contraindicação, o único cuidado é evitar o exagero no consumo, que pode causar cólicas e diarreias", diz Elizama. Segundo a pesquisadora, alguns estudos estimam que o ideal será um consumo máximo de 6 a 10 gramas do FOS por dia. "Mas essa quantia varia muito, depende da maneira que o organismo da pessoa responde ao produto", diz.
Matéria-prima — De acordo com a engenheira, mesmo com a riqueza de matéria-prima para o FOS no país, eles são pouco processados no Brasil. A maioria do que é hoje comercializado vem da Europa, do Japão e dos Estados Unidos, regiões onde os fruto-oligossacarídeos são ingeridos de maneira mais variada. Nesses lugares, ele é empregado em produtos como chicletes, sorvetes, biscoitos, doces, sucos e na linha de alimentação infantil e animal.

domingo, 27 de maio de 2012

Raio laser contra a celulite

Já aprovado nos EUA e na Europa, aparelho faz sucesso entre médicos e pacientes com a promessa de acabar com o problema

Tamara Menezes
Toda mulher que tentou algum tratamento contra a celulite sabe quanto é difícil combatê-la. Por isso, está causando tanta expectativa o anúncio de um novo aparelho criado nos Estados Unidos que promete acabar com o efeito de “casca de laranja” na pele. Chamado Cellulaze, o equipamento foi aprovado pelo Food and Drug Administration, órgão americano responsável pela liberação de recursos da área de saúde, com eficácia reconhecida para um período de três meses. O aparelho também obteve o CE Mark, selo que atesta conformidade com as regras europeias. A previsão é que chegue ao Brasil no ano que vem.

O equipamento realiza disparos de raio laser dentro da derme, nos pontos em que existem os nódulos e fibroses responsáveis pelas depressões na pele. A explicação é a de que o laser romperia as fibras. “O aspecto da região tratada muda imediatamente”, afirma o dermatologista Samir Arbache, de São José dos Campos, em São Paulo. Ele assistiu a uma aplicação nos Estados Unidos e pretende trazer a novidade. O Cellulaze também estimularia a produção de colágeno – proteína que ajuda na sustentação da pele – e ajudaria a cauterizar microvasos sanguíneos aparentes.

Apesar do sucesso – até agora, cerca de 200 médicos nos EUA já estão usando o aparelho – e do aval do FDA atestando sua capacidade de sumir com a celulite por pelo menos três meses, há dúvidas sobre o verdadeiro potencial do Cellulaze. Hoje, já existe a técnica de laser lipólise, que quebra as células de gordura por meio do calor emitido pelo raio. “Mas ela não costuma ser indicada para celulite”, diz Roberto Adilson de Mattos, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O equipamento, porém, atingiria mais as fibroses, sem necessariamente destruir as células de gordura.

Especialistas também argumentam que a tecnologia não trata as causas do problema, associadas aos hormônios femininos. “Por isso não acredito no resultado definitivo”, diz Valcinir Bedin, presidente da regional paulista da Sociedade Brasileira de Medicina Estética. De fato, há poucos estudos científicos que apontam quanto tempo dura o efeito. Pesquisa do médico americano Barry DiBernardo, publicado na revista “Aesthetic Surgery Journal” mostrou permanência do resultado por seis meses. Foi o melhor resultado cientificamente comprovado. Outro obstáculo é o preço. O tratamento de uma região equivalente à palma de uma mão não sai por menos de US$ 2,5 mil (cerca de R$ 5 mil).
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sábado, 26 de maio de 2012

Aparelhos mudam a vida de diabéticos

Maria Eduarda passou a ter uma nova vida depois da bomba de insulina. Devido ao preço alto, Justiça determinou que Estado cubra os custos do seu
Daniel Caron/ Gazeta do Povo / Maria Eduarda passou a ter uma nova vida depois da bomba de insulina. Devido ao preço alto, Justiça determinou que Estado cubra os custos do seu tratamentoApesar do desenvolvimento acelerado de novas formas de tratamento da doença, preço alto impede acesso dos pacientes aos equipamentos
Invenções
Veja algumas inovações que auxiliam os diabéticos no cotidiano:
• Smart pumps: essas bombas chamadas de “inteligentes” têm sensor subcutâneo em tempo real, o que possibilita a correção da hiperglicemia e da hipoglicemia. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve autorizar o equipamento para venda no Brasil em 2013, mas brasileiros já usam graças à liberação na Argentina. A bomba custa R$ 15 mil e a manutenção chega a R$ 1 mil por mês.
• Bombas patch: o aparelho não tem fio. O dispositivo grudado ao corpo mantém o reservatório de insulina próximo à mão do paciente. O controle se dá por aparelho externo ou celular, com um software que pode ser facilmente baixado. Não há previsão para o produto chegar ao Brasil.
• Medidores ligados ao smart­­phone: Europa e EUA já têm medidor de glicemia que pode ser conectado ao iPhone e passa o resultado para o smartphone. Gráficos mostram como a glicemia estava em diversos dias, além de enviar relatórios para o médico. Produto pode chegar ao Brasil em 2013.
• Sensores sem agulha: sensores de glicose já existem há mais de seis anos, mas ainda há problemas. Próximo passo são os sensores sem agulha, com medição em tempo real sem que o paciente precise se furar. Tecnologia ainda está sendo desenvolvida.
• Tatuagem: estudo do Massachusetts Institute of Technology pretende revolucionar a medição de glicose. Uma espécie de tatuagem, feita com nanopartículas que reagem à glicose emitindo luz, serviria de sensor para medir a glicemia. A luz emitida pela tatuagem seria contabilizada. A tatuagem teria de ser retocada a cada seis meses.
Fonte: Mauro Scharf, chefe do serviço de endocrinologia pediátrica do Hospital Nossa Senhora das Graças, e Marcio Krakauer, editor de tecnologia do portal da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Uma vida antes e outra depois da bomba
Prestes a completar 13 anos, a estudante Maria Eduarda Mocelin Crimanácio afirma que a bomba de insulina mudou sua vida. Ela, que descobriu a diabete tipo 1 aos 8 anos, já é craque nas trocas de cateter e agulhas, apesar de usar o aparelho há apenas dois meses. O equipamento foi indicado porque sua diabete é de difícil controle. O aparelho possui controle por bluetooth onde ela digita a quantidade de carboidratos que pretende comer.
A máquina faz a conta de quantas unidades de insulina ela precisa, de acordo com a programação do médico, e envia a informação para a bomba mantida no corpo. “Costumo dizer que tivemos uma vida antes e outra após a bomba de insulina”, diz a mãe dela, a pedagoga Juliana Valli Mocelin Criminácio.
Os hábitos da família mudaram. Tabelas de contagem de carboidrato estão presentes em diversos lugares, incluindo o carro e a casa da avó. “Em comidas do dia a dia, eu já sei de cor o número de carboidratos presente. Você acaba se acostumando”, conta Maria Eduarda.
Antes da bomba, Maria Eduarda usava as canetas aplicadoras, mas por sua diabete ser considerada hiperlábil, ela convivia com internações. Em casos como esse, a bomba é a forma de tratamento mais indicada. Mas os custos são altos. “Se fosse só a bomba, nós íamos atrás do dinheiro. Porém, há custos de manutenção, que são para o resto da vida.” A bomba custa no mínimo R$ 12 mil e uma caixa com dez cateteres, que dura um mês, custa R$ 600. Além disso, há os gastos com a insulina, trocada a cada três dias, juntamente com o cateter.
Os pais conseguiram uma liminar na Justiça que obriga o Estado a arcar com o tratamento em função do histórico de internações de Maria Eduarda. A bomba e as manutenções são pagas pelo Estado por prazo indefinido, que deve ser prorrogado a cada ano.
Novas tecnologias – que vão de bombas de insulina com controle bluetooth a medidores de glicemia que se conectam a smartphones – têm mostrado que há maneiras mais confortáveis do que as velhas picadas de agulha para controlar a diabete, cujo tratamento dura a vida toda. Os novos equipamentos foram apresentados dia 23 de março no 2.º Congresso La­­tino-Americano sobre Controvérsias e Consensos em Diabete, Obesidade e Hi­pertensão, no Rio de Janeiro.

Um exemplo das novidades é a evolução rápida das bombas de infusão de insulina. Elas substituem as injeções, com uma bomba ligada ao corpo por um cateter e uma agulha, inserida na região subcutânea. O equipamento tenta imitar o funcionamento de um pâncreas comum, mas a cada refeição o paciente é responsável por informar a contagem de carboidratos e programar o aparelho.

O endocrinologista e editor de tecnologia do portal da Sociedade Brasileira de Diabetes, Marcio Krakauer, afirma que as bombas já são usadas há dez anos no Brasil, mas o número de pacientes que optam por ela é pequeno. “Temos mais ou menos 3 mil bombas sendo utilizadas no país, mas o ideal seria que esse equipamento atingisse 10% dos pacientes com diabete tipo 1, o que equivale a 10 mil pessoas.”

O chefe do serviço de en­­docrinologia pediátri­ca do Hospital Nossa Senhora das Graças, Mauro Scharf, se considera um entusias­ta das tecnologias. Ele esteve presente na 5.ª Conferência Internacional para Tecnologias Avançadas e Tratamento para Diabete, em Barcelona, em fevereiro, e voltou com várias novidades (leia mais ao lado). “A nova geração já nasce com essa facilidade de lidar com as novas tecnologias, o que possibilita uma autonomia maior”, diz.

Mas Scharf considera que o grande problema é a falta de acesso dos diabéticos a essas novidades. “Eles ficam felizes com as evoluções, mas para muitos o preço é inacessível. O maior problema não é o valor do aparelho, e sim as constantes manutenções”, diz.

Para Krakauer, da So­­cie­­dade Brasileira de Diabetes, o preço é uma das razões para que as bombas de insulina não sejam tão difundidas, mas afirma que existem barreiras dos próprios médicos. “É complexo o aprendizado de todos os parâmetros, por isso muitos médicos acabam nem indicando”, diz. Ele observa que a situação nos Estados Unidos é diferente, pois os seguros pagam o material. Lá, há cerca de 400 mil bombas sendo usadas por diabéticos do tipo 1.

Educação

As novidades não são apenas no controle da diabete. A educação também já entrou na era da tecnologia. “Temos vários aplicativos, tanto para o sistema iOS quanto para o Android, explicando o que é a doença, passando dietas e receitas”, conta Krakauer. Uma barreira para muitos brasileiros é o fato de a grande maioria desses aplicativos ser em inglês, mas já existem alguns em português.

Um desses aplicativos foi lançado na semana passada na Apple Store brasileira. O Diamigo, que foi idealizado com apoio de Scharf, promete ajudar em uma das tarefas mais corriqueiras dos diabéticos: a contagem de carboidratos. Com tabelas do De­­partamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes, o paciente pode digitar o que vai comer e o aplicativo dirá a dose sugerida de insulina, de acordo com as recomendações médicas e a quantidade de carboidratos ingerida. O grande diferencial é que o programa é todo em português e gratuito, porém, por enquanto, só está disponível para o sistema iOS.

*A jornalista viajou a convite da Sanofi Brasil.

Cientista americano afirma ter encontrado ponto G feminino

Cientista americano garante ter finalmente achado o ponto G na área genital da mulher – aquele ponto famoso por provocar grande prazer sexual quando estimulado. Em pesquisa publicada nesta quarta-feira (25) no periódico The Journal of Sexual Medicine, o diretor do Instituto de Ginecologia de São Petersburgo, nos Estados Unidos, Adam Ostrzenski, descreve tamanho e local exato do ponto. A afirmação, porém, é controversa.
Ponto G (Foto: SXC) Ostrzenski garante que encontrou uma estrutura claramente definida, nunca antes descrita cientificamente, que ele acredita ser o ponto G da mulher. Para confirmar a teoria – idealizada primeiramente a partir de procedimentos ginecológicos de rotina em suas pacientes no consultório –, o pesquisador dissecou a parede vaginal do cadáver de uma mulher de 83 anos de idade.
A análise levou Ostrzenski a encontrar uma região entre a vagina e a uretra, perto da membrana perianal, a 16 milímetros da entrada do canal vaginal. O ponto G teria 8,1 milímetros de comprimento, de 1,5 a 3,6 milímetros de largura e 0,4 milímetros de altura.
De acordo com ele, ninguém nunca havia encontrado tal estrutura antes por causa de seu pequeno tamanho e localização profunda dentro do tecido vaginal. “Este estudo confirmou a existência anatômica do ponto G, que pode levar a um melhor entendimento e ao desenvolvimento da função sexual feminina”, diz o cientista em comunicado à imprensa.
A existência de uma área sensível na vagina foi abordada já no século XI, em antigos textos indianos. Pesquisas científicas posteriores também confirmaram diferenças anatômicas no tecido genital de mulheres que afirmaram chegar ao orgasmo. Porém, um estudo recente, de janeiro de 2012, sugeriu que não há evidências plausíveis e consistentes para a existência de uma região semelhante ao ponto G na anatomia feminina. Agora, novas pesquisas devem ser realizadas para comprovar a descoberta do americano.
EK

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Fraturas no quadril devem aumentar 32% até 2050


A osteoporose, doença que enfraqueça os ossos, é a principal causa no aumento de fraturas entre idosos no Brasil

As fraturas ósseas em idosos são causadas, em sua maioria, pela osteoporose
As fraturas ósseas em idosos são causadas, em sua maioria, pela osteoporose (Thinkstock)
O número de fraturas no quadril, causadas por fragilidade óssea, deve aumentar em 16% até 2020 e em 32% até 2050 no Brasil. A previsão está em relatório divulgado nesta quinta-feira pela Fundação Internacional para Osteoporose (IOF, sigla em inglês). Atualmente estima-se que ocorram cerca de 121.700 dessas fraturas todos os anos no país. O aumento da incidência do problema, informa o documento, é provocado pela osteoporose em idosos.

Saiba mais

OSTEOPOROSE
A doença progressiva causa a redução da densidade dos ossos do corpo, facilitando a ocorrência de fraturas. Acredita-se que ela afete 33% das mulheres na pós-menopausa no Brasil. As fraturas afetam, principalmente, idosos, sendo as lesões mais frequentes na coluna vertebral e no quadril. Entre os fatores de risco estão: déficit de cálcio na dieta, sedentarismo, constituição magra, consumo excesso de álcool, tabagismo e genética. A osteoporose é prevenida com o aumento da densidade óssea pelo consumo adequado de cálcio e de vitamina D.
Cerca de 20% da população brasileira tem 50 anos ou mais, e 4,3% tem 70 anos ou mais. Acredita-se que, todos os anos, de 153 a 343 fraturas no quadril ocorram em um grupo de 100.000 pessoas com 50 anos ou mais. Até 2050, com o aumento da expectativa de vida para 80 anos, estima-se que 37% da população terá mais de 50 anos, e que 14% terá 70 anos ou mais.
"Dadas as projeções futuras, a osteoporose e as fraturas por fragilidade se tornaram um problema de saúde de preocupação imediata. Devemos implementar medidas nacionais para prevenção, enquanto asseguramos que pessoas em risco são apropriadamente diagnosticadas e tratadas", diz Bruno Muzzi Camargos, presidente da Associação Brasileira da Avaliação da Saúde Óssea e Osteometabolismo (ABrASSO).
As fraturas de quadril são a principal causa de sofrimento, incapacitação e morte precoce em idosos. Estudos internacionais mostram que cerca de 20% das pessoas que sofrem fratura no quadril morrem até um ano após a lesão. Uma pesquisa que analisou pacientes em um hospital no Rio de Janeiro, no entanto, mostrou que 35% haviam morrido no hospital ou logo após terem recebido alta. Os pacientes que sobrevivem à fratura, geralmente ficam deficientes e perdem a capacidade de ter uma vida produtiva e independente.
O lado positivo, no entanto, é que o Brasil é uma das poucas nações da América Latina que declarou a osteoporose uma prioridade nacional.
Números — O levantamento da IOF, que analisou dados de catorze países da América Latina, revelou que no Brasil, segundo estudo de 2010, com mais de 4.300 mulheres com 50 anos ou mais, 11,5% tinham algum tipo de fratura em função da osteoporose, e que 33% tinham osteoporose.
Também estima-se que 2,9 milhões de brasileiras com idades acima de 50 anos têm fraturas vertebrais, na maioria dos casos ainda não diagnosticadas. As fraturas vertebrais podem causar dor e incapacidade, levando à curvatura da coluna.
Custos — O custo do tratamento de fraturas é grande e cresce cada vez mais. O custo direto aproximado para o tratamento da fratura de quadril no Brasil varia de 3.900 dólares a 12.000 dólares em hospitais privados, ficando o paciente internado 11 dias, em média. Isso não inclui os custos indiretos associados com os cuidados pós-operatórios, reabilitação, perda de produtividade e necessidade de cuidados por um longo período de tempo.
Diagnóstico — Como em outros países ao redor mundo, existe um problema generalizado de falta de diagnóstico e de tratamento. Uma fratura por fragilidade indica um risco alto de fraturas posteriores e deve imediatamente levar a uma avaliação para osteoporose. Entretanto, um estudo mostrou que de 123 pessoas hospitalizadas por fratura no quadril, nenhuma havia feito exame para densidade óssea durante a internação;
Há uma maior incidência de fraturas entre as mulheres que vivem nas cidades do que nas áreas rurais. Por outro lado, as pessoas que vivem em áreas rurais muitas vezes não têm acesso à densitometria óssea para o diagnóstico.
Clique nas perguntas abaixo para saber mais sobre a osteoporose:
(Com reportagem de Nana Queiroz)

*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Crianças podem fazer musculação?

(Foto:Thinkstock)
Notei em algumas academias e clubes uma frequência de praticantes cada vez mais jovens, alguns ainda no início da adolescência. Isso me fez lembrar toda a controvérsia a respeito do tema, pois muitos médicos são contrários à prática de musculação nessa faixa etária. Mas afinal, o que os estudos têm a dizer a respeito?
Uma revisão feita por dois médicos de Salvador (BA) e publicada na Revista Paulista de Pediatria traz informações importantes para pais que querem estimular a prática da atividade física sem provocar efeitos negativos sobre o crescimento e o desenvolvimento de seus filhos.
Abaixo, cito as principais recomendações dos pesquisadores:
1 – O exercício físico leve a moderado, de forma geral estimula, o crescimento e deve ser incentivado. A atividade física extenuante, principalmente quando associada à restrição dietética, afeta o crescimento, o desenvolvimento do adolescente na fase puberal, a função reprodutiva e a mineralização óssea. O treinamento de alto rendimento deveria acontecer somente para os adolescentes mais velhos, que já apresentam estágio de maturação óssea finalizado.
2- Quanto à prática de musculação por crianças e no início da ado­lescência, algumas pesquisas a consideram prejudicial. Outras, porém, sustentam que ela pode ser benéfica, desde que seja bem supervisionada. Aqueles que são contrários à prática alertam sobre o potencial risco de lesão da cartilagem de crescimento e de fechamento precoce dessas estruturas, como resultado de sobrecarga excessiva. Isto é particularmente importante em crianças com baixa estatura que, na tentativa de compensar a baixa altura com o aumento da massa muscular, podem prejudicar ainda mais seu potencial de crescimento.
O efeito benéfico e seguro da musculação em crianças se observa em progra­mas experimentais que utilizam pesos sob supervisão de instrutores, com freqüência de duas a três vezes por semana. Nesses casos, mesmo em crianças pré-adolescentes, ocorre um aumento de força e resistência muscular em resposta a adaptações neuromusculares, na ausência de hipertrofia muscular, com baixo risco de lesão e sem afetar negativamente o crescimento.
Em resumo, é preciso muito cuidado ao permitir que pré-adolescentes façam musculação. Apenas cargas moderadas, com dois ou no máximo três treinos semanais, e sempre supervisionados por profissionais qualificados. Na ausência destas condições, o ideal é esperar pelo término da fase de crescimento dos filhos, para evitar danos aos jovens esportistas.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Cantor Pedro acorda após cirurgia em SP

Jovem sofreu fratura no fêmur durante acidente no interior de MG.
Segundo assessora, procedimento ortopédico correu bem.

Do G1 SP
O cantor Pedro Leonardo já estava acordado por volta das 13h50 desta terça-feira (22) após a cirurgia a que foi submetido nesta manhã no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, segundo informou o Jornal Hoje. O cantor, inclusive, conversou com os médicos. Depois disso, ele recebeu um remédio para dormir e só deve acordar de novo no fim do dia.
O procedimento terminou por volta das 11h15. Segundo a assessora de imprensa do cantor Leonardo, Ede Cury, a cirurgia na perna esquerda para corrigir uma fratura no fêmur transcorreu bem. Pedro acordou no domingo (20) após passar um mês em coma depois de um acidente de carro em Minas Gerais. No início desta tarde, Pedro já havia retornado para seu quarto na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A cirurgia durou pouco mais de três horas, tendo começado por volta das 7h45. A operação ocorreu para resolver uma fratura na cabeça do fêmur da perna esquerda. O osso havia se quebrado em vários pedaços, que puderam ser reunidos sem a colocação de placas.
Recuperação
Pedro abriu os olhos por volta das 20h de domingo, um mês depois do acidente que sofreu. Segundo boletim divulgado nesta segunda-feira (21) pelo hospital, Pedro Leonardo apresenta melhora progressiva. Ele já passa por sessões de fisioterapia e fonoaudiologia e por testes neurológicos.
Arte Pedro - 22/05 às 15h50 (Foto: Arte/G1)
Após acordar do coma, o cantor reclamou de dores na perna esquerda. No acidente, ele também sofreu traumatismo craniano e lesões na outra perna, que teve ligamentos rompidos. Por isso, segundo Ede Cury, ele terá que passar por uma segunda cirurgia na perna direita, mas o procedimento ainda não tem data para ocorrer. Após o procedimento desta terça, o cantor poderá voltar a ficar sentado.
Leonardo
Pedro recebeu diversas visitas nesta segunda e reconheceu todas as pessoas. “Ele está respondendo às perguntas, tudo direitinho. Matei a vontade de ouvir a voz dele. Saio daqui renovado, ele está com uma cara boa, está entendendo tudo direitinho. Vê-lo como a gente via, sorrindo, mostrando até os dentes, foi uma alegria muito grande”, afirmou Leonardo.
Sobre o futuro de Pedro, o cantor se mostrou confiante. "A gente sabe que ainda tem um pedaço para ser vencido ainda, mas para quem viu ele como eu vi, hoje é uma vitória".
Visita de Thiago
Por volta das 11h desta segunda-feira, o cantor Thiago chegou ao Hospital Sírio-Libanês para visitar o primo Pedro Leonardo. "Estou feliz demais, foi uma das maiores alegrias que a gente pode ter depois do que aconteceu. Hoje é um dia maravilhoso, um dia muito feliz", disse o cantor ao chegar ao hospital.
Na semana passada, Thiago informou que retomaria a agenda de shows em mensagens publicadas em sua página pessoal no Twitter. Nesta segunda-feira, Thiago afirmou que, agora que Pedro acordou, será mais fácil definir a retomada dos shows. “É um sonho meu e do Pedro levar nossa música para todo o Brasil. A gente já estava decidindo tudo em família, mas agora com ele de volta, fica mais fácil a conversa e [saber] o que ele sente em relação a isso”.
Acidente
Segundo Ede Cury, a família não falou efetivamente com o cantor sobre a colisão após ele ter acordado. “Começou-se a se falar um pouco do acidente. Ele desconversou, falou uma coisa totalmente diferente e achou-se melhor não continuar”, conta.
Pedro sofreu um acidente de carro há um mês, em 20 de abril, próximo ao município de Tupaciguara, em Minas Gerais, quando voltava de um show. Ele foi inicialmente levado ao Hospital Municipal de Itumbiarax, em Goiás, onde passou por cirurgia para conter hemorragia abdominal, e foi transferido no mesmo dia para Goiânia. Depois, foi de avião ao hospital em São Paulo.
Horas após o acidente, ainda no interior de Goiás, Pedro foi submetido a uma cirurgia para retirada do baço. Ele sofreu traumatismo craniano e trauma abdominal e teve de ser colocado em coma induzido. No mesmo dia, foi transferido para hospital de Goiânia.
Em 23 de abril, Pedro Leonardo sofreu uma parada cardiorrespiratória. No dia 26, o sertanejo foi transferido para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Em 29 de abril, a equipe médica decidiu suspender a sedação do cantor, para verificar como ele reagiria sem a medicação. Ele permaneceu em coma.
Nos últimos dois dias antes de acordar, parentes relataram que ele vinha reagindo, mesmo inconsciente, cada vez mais aos estímulos provocados por amigos e familiares.

EUA divulgam recomendação contra exame preventivo para câncer de próstata

Levantamento publicado em periódico afirma que os prejuízos da triagem são maiores do que os reais benefícios

Câncer de próstata: dados do Instituto Nacional de Câncer estimam que, apenas em 2012, o Brasil terá 60.180 novos casos desse tipo de câncer Câncer de próstata: dados do Instituto Nacional de Câncer estimam que, apenas em 2012, o Brasil terá 60.180 novos casos desse tipo de câncer (Thinkstock)
Fazer exames periódicos para a prevenção do câncer de próstata pode não trazer benefício algum. É o que afirma a mais nova recomendação da Força Tarefa para Serviços Preventivos dos Estados Unidos (USPSTF, sigla para United States Preventive Services Task Force), um órgão do governo americano formado por um grupo independente de especialistas em saúde preventiva. Em artigo publicado no periódico Annals of Internal Medicine, a USPSTF afirma que os prejuízos da triagem, independentemente da idade do homem, são maiores do que os seus reais benefícios.
Em sua última recomendação, publicada em 2008, os pesquisadores da Força Tarefa haviam concluído que não havia evidências que apoiassem a triagem para homens acima dos 75 anos de idade. Um painel independente de especialistas revisou, no entanto, as evidências usadas à época e concluiu que os danos da triagem com o antígeno específico de próstata (PSA) são maiores do que os benefícios. Na avaliação, foi levada em consideração apenas danos e benefícios à saúde, mas não custos.

Saiba mais

PSA
PSA é a sigla em inglês para antígeno prostático específico, uma proteína produzida pelas células da próstata e considerada um importante marcador biológico para determinar quais homens precisam de biópsia e quais deles têm menor risco de desenvolver o câncer de próstata. O exame de PSA sozinho, no entanto, não é capaz de fornecer informações suficientes para determinar se o paciente tem ou não a doença.
Prejuízos – Nos dois grandes testes usados pela Força Tarefa, os homens eram assintomáticos. O primeiro, conduzido nos Estados Unidos, não demonstrou redução alguma na mortalidade pelo câncer como um resultado da triagem. O segundo, feito em sete países europeus, descobriu uma redução de cerca de uma morte para cada 1.000 homens – em um subgrupo de homens com idades entre 55 e 69 anos. Os resultados, no entanto, foram evidentes apenas em dois países. Nos outros cinco, não houve uma redução significativa nas mortes.
Segundo a USPSTF, fortes evidências mostram que a triagem está associada a danos significativos. Aproximadamente 90% dos homens que tiveram a doença detectada pela triagem passaram por tratamentos precoces com cirurgia, radiação ou terapia de privação de hormônios masculinos. Algumas evidências apontam, no entanto, que mais de cinco em 1.000 homens morrem cerca de um mês após a cirurgia para o câncer. Entre 10 e 70 sobrevivem, mas sofrerão ao longo da vida de efeitos colaterais, como incontinência urinária e disfunção erétil e intestinal.
Conclusão precipitada — De acordo com William J. Catalona, diretor médico da Fundação para Pesquisa Urológica e autor de um editorial que acompanha a pesquisa, a recomendação da Força Tarefa tem subestimado os benefícios e superestimado os danos da triagem. Ele e seus coautores argumentam que a Força Tarefa – cujo painel não inclui urologistas ou especialistas em câncer – baseia sua recomendação em estudos. Além disso, as recomendações focam apenas na mortalidade e não levam em consideração a dificuldade em se viver com um câncer avançado.
De acordo com Otis W. Brawley, diretor da Sociedade Americana de Câncer e autor de um segundo comentário que acompanha a publicação, o diagnóstico em demasia faz a triagem parecer salvar vidas quando ela verdadeiramente não o faz. Isso porque muitos homens são diagnosticados com câncer de próstata que poderia nunca progredir. Mas como são tratados, eles pensam que a triagem salvou suas vidas. "Muitas pessoas têm uma fé cega na detecção precoce do câncer", diz Brawley.

Opinião do especialista

Gustavo Cardoso GuimarãesCirurgião oncologista e diretor do Departamento de Urologia do Hospital A.C. Camargo.

"Hoje, acredita-se que 90% dos cânceres de próstata são diagnosticados em fases iniciais por causa dos exames preventivos. Desses, cerca de 70% não progridem. Por isso, toda essa controvérsia sobre os testes para triagem.
Mas os resultados estão ainda muito aquém do que gostaríamos de verdade, o que se tem de ainda é muito prematuro. O que nós precisamos é melhorar o método de diagnóstico com novos marcadores e novos exames e não crucificar o único exame eficiente que existe hoje. Parar de usar esse teste para fazer as triagens é o mesmo que voltar à década de 1980."

terça-feira, 22 de maio de 2012

Cientistas descobrem relógio biológico primitivo comum aos seres vivos

Descoberta de um sistema regulador presente em quase todo organismo indica que ele evoluiu de forma semelhante e ao mesmo tempo em diferentes formas de vida

Relógio Relógio biológico, ou circadiano é responsável por regular uma série de funções nos organismos (Mipan/iStockphoto/Getty Images)
Um grupo de cientistas da Universidade de Cambridge descobriu uma espécie de relógio biológico primitivo que está presente em praticamente todos os organismos. O resultado, divulgado em estudo publicado na edição desta semana da revista Nature, indica que o sistema que regula o ritmo biológico dos organismos a cada 24 horas pode ter evoluído de forma semelhante em todos os seres vivos.
Este relógio biológico descrito no estudo liderado pelo bioquímico Akhilesh Reddy se baseia na variação da peroxirredoxina. De acordo com os autores, essa substância está presente em praticamente todos os organismos vivos e é responsável por absorver substâncias tóxicas resultantes da respiração, como o peróxido de hidrogênio (H2O2, popularmente conhecido como água oxigenada). O grupo encontrou nos organismos uma variação cíclica dessa enzima entre dois estados químicos - conforme haja ou não reação com a água oxigenada - e descobriu que esse ciclo acontece aproximadamente a cada 24 horas.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Peroxiredoxins are conserved markers of circadian rhythms

Onde foi divulgada: revista Nature

Quem fez: Rachel S. Edgar, Edward W. Green,
Yuwei Zhao, Gerben van Ooijen, Maria Olmedo,
Ximing Qin, Yao Xu, Min Pan, Utham K. Valekunja, Kevin A. Feeney, Elizabeth S. Maywood, Michael H. Hastings, Nitin S. Baliga,
Martha Merrow, Andrew J. Millar, Carl H. Johnson,
Charalambos P. Kyriacou, John S. O’Neill
e Akhilesh B. Reddy

Instituição: Universidade de Cambridge

Dados de amostragem: presença da enzima
peroxirredoxina em vários organismos

Resultado: relógios biológicos evoluíram de forma semelhante em todos os organismos
A variação cíclica dessa enzima foi encontrada em células de sangue humano e em algas marinhas, em estudo publicado pela mesma equipe em 2011. No artigo atual, eles descrevem esse mesmo fenômeno em organismos como ratos, moscas-da-fruta, plantas e bactérias. Reddy explica que o fato de o ciclo da peroxirredoxina ter se mantido mesmo na falta de luz indica tratar-se de um relógio interno - ou circadiano.
O professor do Departamento de Bioquímica da USP, Carlos Takeshi Hotta, que não participou do estudo, explica: "Ritmos circadianos são gerados por um relógio interno que os organismos possuem. Sabemos disso porque estes ritmos continuam mesmo na escuridão e sob temperaturas constantes. Isso indica que os ritmos não são uma resposta aos ritmos ambientais, mas gerados pelos nossos relógios internos."
Reddy acrescenta que o relógio biológico tem um ciclo de aproximadamente 24 horas e independe de fatores do ambiente externo, como a luz do dia. Eventualmente, esse sistema pode ser reiniciado por fatores externos, como a mudança de fuso horário. "Para um viajante se recuperar de um jet lag, por exemplo, ele deve zerar ou atrasar seu relógio biológico".
Respostas incompletas — O estudo não encontrou relações entre o relógio circadiano já conhecido e esse "sistema primitivo", controlado pela peroxirredoxina. Eles perceberam que mutações, que incapacitam os tradicionais relógios biológicos em moscas-da-fruta, plantas, fungos e algas, não impedem o ciclo de peroxirredoxina entre seus dois estados ao longo do dia.
Funções semelhantes, engrenagens distintas — Apesar da importância e da universalidade, os genes que controlam os relógios circadianos nos organismos distintos não têm muito em comum, explica Reddy. Os genes da Arabidopsis thaliana (espécie de planta como a da mostarda), por exemplo, são muito diferentes dos que regulam o organismo de moscas-da-fruta e dos mamíferos. Isso indica que os relógios não evoluíram de um ancestral em comum. “Parece que inventamos a roda cinco vezes”, diz Reddy.
Tudo começou há 2,5 bilhões de anos — Reddy acredita que a peroxirredoxina é uma forte candidata a ser a avó de todos os relógios biológicos. Ele e sua equipe defendem a hipótese de que esse sistema surgiu há cerca de 2,5 bilhões de anos em resposta ao surgimento da fotossíntese nas bactérias, fenômeno que levou a uma gradual acumulação de oxigênio na atmosfera terrestre.

Saiba mais

RELÓGIO BIOLÓGICO OU CIRCADIANO
O relógio circadiano, responsável da regulação de um grande número de processos biológicos como o apetite, o sono e a vigília, está presente em todas as células, menos nas cancerígenas.
PEROXIRREDOXINA
É a enzima responsável por absorver os subprodutos tóxicos gerados no processo respiratório, como peróxido de hidrogênio H2O2, popularmente conhecido como água oxigenada. Os estudos conduzidos pela equipe de Reddy descobriu que essa substância está presente em todos os organismos.
(Com Agência EFE)