segunda-feira, 30 de novembro de 2009

DENGUE EM 2010 -Mais gravidade com o retorno do Denv-1

O sorotipo Denv-1 do vírus da dengue está circulando nos Estados vizinhos ao Ceará. Diante da possibilidade de haver no próximo ano o aumento no números de casos, o seu retorno é considerado pelos gestores um dos principais alertas, uma vez que pode representar a manutenção ou até ampliação das formas graves da doença. Isso porque existe ainda um grande número de pessoas, como crianças, por exemplo, que ainda não foram expostas ao Denv-1.Entre 1986 e 2005, o vírus Denv-1 estava presente com regularidade no território cearense, mas, desde então, deixou de circular, predominando o Denv-2 e Denv-3. Para a assessora técnica do Núcleo de Controle de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Socorro Furtado, isso significa que, se não houver uma verdadeira operação de "guerra" para eliminar o mosquito do ambiente, pode acontecer novamente o cenário que o Estado, principalmente na Capital, viveu em 2008, quando 44.508 casos foram registrados, com 23 mortes pela doença, registrando a segunda maior epidemia de dengue no Estado."Nós estamos nas ruas todos os dias, mas a população também tem que estar alerta. A possibilidade de retorno do tipo 1 do vírus é uma realidade. Eliminar o mosquito antes das chuvas significa menos casos e menos mortalidade", aponta Furtado.Este ano, os casos diminuíram consideravelmente (4.624 casos), mas as mortes já chegam a 29, sendo 17 delas somente em Fortaleza. Diante dos números, a questão é complexa: porque os casos diminuíram, mas as mortes não? No ano de 2008, o Boletim Semanal Dengue explica que a explosão de casos ocorreu principalmente em virtude de elevadas infestações pelo Aedes aegypti, a circulação simultânea de três sorotipos virais com predomínio do Denv-2 e um grande contingente populacional susceptível à doença.Já este ano, o gerente da Célula de Vigilância Epidemiológica da SMS, Antônio Lima, explica que, apesar de cada vez mais casos com gravidade estarem ocorrendo, as 17 mortes confirmadas na Capital não representam a realidade da dengue em 2009. "A morte mais recente que foi investigada aconteceu na primeira semana de maio. As análises imunohistoquímicas são realizadas pelos Instituto Evandro Chagas, no Pará, e duram cerca de seis meses. Temos que fazer o detalhamento dos óbitos para avaliar melhor os fatores. Um desses casos, por exemplo, foi de uma pessoa que foi a óbito em casa, sem nem receber atendimento", disse.Conforme Lima, diante do retorno do Denv-1 e da chegada das chuvas, é preciso não baixar a guarda, tendência natural diante da diminuição dos casos. A SMS, segundo ele, está trabalhando para organizar a rede de assistência e reforçar a vigilância ambiental, a partir das novas Diretrizes Nacionais lançadas pelo Ministério da Saúde.Acesso à unidade de saúde, demora na procura pelo serviço ou no atendimento, falha no diagnóstico e estado de saúde do paciente são fatores interligados que podem contribuir para a ampliação da gravidade dos casos, conforme o infectologista Ronald Pedrosa. "Alterações imunológicas que acontecem no organismo causam complicações que, se não forem tratadas em condições adequadas, levam o paciente à morte. É importante deixar claro para a população que os sintomas não devem ser minimizados", alerta.Apesar de considerar que a rede está bem estruturada para atender a dengue, Pedrosa destaca que falhas como a que acontece quando se deixa passar aquele paciente que "vai e volta", sem melhora, contribuem para aumentar os casos de gravidade. "As pessoas tendem a encarar a dengue como uma doença simples, mas é grave e necessita de cuidados intensos".Cenário em 20094.624Casos de dengue já foram confirmados este ano em 110 municípios no Ceará, conforme o Boletim Semanal Dengue, divulgado pela Secretaria da Saúde no Estado3.828-É O TOTAL de casos registrados em Fortaleza, uma das 17 capitais consideradas de risco pelo Ministério da Saúde e um das quatro cidades em alerta no Estado do Ceará29 MORTES por dengue no Ceará já foram confirmadas, sendo 17 na Capital. São 7 casos por febre hemorrágica da dengue e 22 por dengue com complicação. Dois óbitos ainda são investigadasVIGILÂNCIA-Agentes buscam voluntários contra doença. A bandeira amarela no portão indica que aquela casa está recebendo a visita de agentes sanitaristas que atuam na vigilância ambiental contra o Aedes aegypti. Joveni Silva de Souza faz parte de um exército de agentes que atuam em Fortaleza realizando a visita domiciliar, na tentativa de fazer um trabalho de conscientização sobre o combate ao mosquito e também de eliminar focos já existentes.Sua missão não é simples, principalmente no bairro onde atua, o Panamericano. Lá, por problemas de abastecimento, a população armazena água.Além de necessitar de conhecimentos técnicos, olhar apurado e comprometimento, os agentes precisam ser também multiplicadores para conseguir ter êxito. No bairro Panamericano, cinco agentes dão conta de visitar 3.436 residências em ciclos de três meses. A supervisora técnica da Secretaria Executiva Regional IV, Ilma Maria Alves, explica que, em áreas onde há problemas de abastecimento, a população utiliza muitos reservatórios no interior das residências e não toma os cuidados para eliminar o mosquito. "A grande dificuldade é conseguir a adesão de uma ou mais pessoas da residência para atuar como agente voluntário e realizar esse monitoramento", disse.É por isso que, quando inicia a visita, o agente Joveni de Souza primeiramente convida o morador para acompanhá-lo nos cômodos da casa e, em cada um deles, buscam juntos os locais de risco para o mosquito. Na casa do aposentado Antônio Alves Ferreira, o agente encontrou um morador comprometido com o combate a dengue, mas que ainda tinha garrafas expostas e tijolos com buracos virados para cima no quintal. "A visita é importante porque ajuda as pessoas a despertarem".Fique por dentro Mudanças climáticas potencializarão dengueErradicar a dengue ainda é uma utopia no Brasil. De acordo com o estudo "Mudanças Climáticas, Migrações e Saúde: cenários para o Nordeste Brasileiro, 2000-2050", elaborado em conjunto pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, Universidade Federal do Minas Gerais e Fundação Oswaldo Cruz, a dengue ainda será um problema no ano 2050. Isso porque, de acordo com as projeções, o Ceará é o Estado com maior índice de vulnerabilidade à dengue, uma das doenças mais comuns no Nordeste.A previsão pessimista do estudo para 2050 é que a região Nordeste sofra um aumento da temperatura média entre dois e quatro graus Celsius, o que acarretará transformações ligadas ao desenvolvimento econômico, migrações, saúde e meio ambiente.Com relação à saúde, o estudo mostra que Maranhão, Bahia, Alagoas e Ceará são os Estados que apresentarão mais dificuldade para lidar com os efeitos das mudanças climáticas sobre as doenças infecciosas e a saúde infantil.Dados e estimativas de endemias como dengue, leptospirose, esquistossomose, doenças de chagas, leishmaniose tegumentar e visceral, além de problemas infantis como desnutrição e mortalidade por diarreia, entraram para o cáculo do Índice Geral de Vulnerabilidade (IGV), uma ferramenta desenvolvida pelo estudo que mostra que Ceará e Pernambuco são os mais suscetíveis à mudança climática do ponto de vista dos indicadores de saúde.O cálculo considerou ainda o risco de desertificação, a vulnerabilidade econômico-demográfica e o tamanho da conta na área de saúde que cada estado vai ter que pagar. No caso dos estados mais afetados, o Ceará, por exemplo, em 2030, deverá estar gastando R$ 149,6 milhões a mais em seus hospitais por causa do aquecimento da temperatura, dentro de um gasto hospitalar total previsto de R$ 295,9 milhões.

domingo, 29 de novembro de 2009

Esporões do calcanhar

Os esporões do calcanhar (ou do calcâneo) são excrescências ósseas no calcanhar que podem ser consequência de uma tensão excessiva do osso do calcanhar por parte dos tendões ou da fascia (o tecido conjuntivo que adere ao osso).
A dor na parte inferior do calcanhar pode ser causada por um esporão. O pé chato (uma forma anormal da planta e do arco do pé) e as perturbações em que a contractura do tendão do calcanhar é permanente, podem esticar excessivamente a fascia, aumentando o risco do crescimento de esporões.
Os esporões do calcanhar são quase sempre dolorosos enquanto se desenvolvem, especialmente quando a pessoa está a andar. Por vezes, desenvolve-se uma pequena acumulação de líquido (bolsa) por baixo do esporão, a qual se inflama. Esta afecção, chamada bursite calcânea inferior, costuma fazer com que a dor se torne pulsátil, e também pode aparecer sem que exista esporão. Por vezes o pé adapta-se ao esporão de tal modo que a dor diminui à medida que o esporão cresce. Por outro lado, um esporão indolor pode transformar-se em doloroso em consequência de uma pequena lesão na zona, como pode acontecer durante o exercício.
Habitualmente, os esporões costumam ser diagnosticados durante um exame físico. A pressão sobre o centro do calcanhar causa dor se o esporão estiver presente. Podem-se fazer radiografias para confirmar o diagnóstico, mas estas podem não detectar os esporões em formação.
O tratamento tem como objectivo aliviar a dor. Uma mistura de corticosteróides com um anestésico local pode ser injectada dentro da zona dorida do calcanhar. Envolver o arco com almofadas e usar elementos ortopédicos (palmilhas para o calçado) que ajudem a estabilizar o calcanhar, podem minimizar o estiramento da fascia e reduzir a dor. A maior parte dos esporões dolorosos resolvem-se sem intervenções cirúrgicas. Só se deve realizar uma intervenção cirúrgica para extrair o esporão quando a dor constante dificultar a marcha. Contudo, os resultados não são previsíveis e, por vezes, a dor persiste depois da operação.
O esporão do calcanhar é um crescimento ósseo no osso do calcanhar (calcâneo). Pode-se formar quando a fascia plantar, tecido conjuntivo que se estende desde o osso do calcanhar até à base dos dedos, puxa em demasia sobre o calcanhar. Em geral, o esporão é doloroso enquanto se forma, mas a dor diminui à medida que o pé se ajusta a ele. A maior parte dos esporões podem ser tratados sem intervenção cirúrgica.

Foco na resistência

Abdome, braços e pernas durinhos e alongados. Em geral, este era o objetivo principal dos exercícios prescritos nas aulas das academias de ginástica. Agora, acaba de entrar na lista de prioridades também aumentar a resistência muscular e respiratória. Por isso, boa parte das novidades que estão chegando a esses estabelecimentos está voltada para essa finalidade.
A ênfase na melhora da resistência é a demonstração mais recente das mudanças pelas quais a malhação oferecida nas academias vem passando nos últimos anos. Depois da onda da aeróbica, por exemplo, veio a febre dos chamados exercícios zen, pontuados por movimentos de ioga e pilates. Ela foi absorvida pelos estabelecimentos porque havia - como ainda há - uma demanda por parte dos alunos, sedentos por atividades que garantissem um pouco mais de bem-estar.Desta vez, tornou-se muito claro que hoje as pessoas também precisam melhorar sua disposição e energia para enfrentar um cotidiano cada vez mais corrido e exigente. "E os exercícios formulados para aumentar a resistência respiratória e muscular acabam proporcionando isso aos alunos", explica o professor Bruno Lima, da academia A!Body Tech, do Rio de Janeiro. "As pessoas se cansam menos e ganham maior força nos músculos para enfrentar uma rotina cheia de compromissos."
Na academia carioca, as opções oferecidas foram as aulas feitas na areia fofa da praia. Durante as atividades, os alunos usam miniparaquedas acoplados nas costas e fazem pequenos circuitos de corrida utilizando uma banda elástica que os obriga a fazer mais força. E, por serem executados na areia, os movimentos exigem um esforço muscular e respiratório maior, aumentando o gasto calórico. Além disso, obrigam o aluno a desenvolver mais equilíbrio.
Em São Paulo, a academia Competition lançou o Sensation.comp. É uma modalidade praticada com auxílio de fitas resistentes que estão fixadas no teto da sala de aula. Os alunos se prendem a essas cordas e fazem movimentos dinâmicos que exigem equilíbrio, concentração e força.
O treino é intercalado com corridas dentro da sala e exercícios de pular corda. "Essa combinação também ajuda os praticantes a ganhar consciência corporal", afirma Ivo Moraes, coordenador de ginástica da Competition. Na Runner, também em São Paulo, há uma alternativa que combina os exercícios convencionais com gestos de artes marciais. Tudo para potencializar a força muscular tão necessária atualmente.

sábado, 28 de novembro de 2009

Hoje é o Dia Nacional de Combate à Dengue

Atenção! Hoje é o Dia Nacional de Mobilização contra a Dengue. Além disso, 17 pessoas já morreram em decorrência da doença em Fortaleza em 2009 e, segundo o Levantamento do Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) deste ano, a Capital está em estado de alerta, conforme noticiou o Diário do Nordeste esta semana.Diante desse cenário, o poder público municipal resolveu fazer uma grande mobilização de combate à doença em todas as Secretarias Executivas Regionais (SERs) neste fim de semana. Assim como estão fazendo outras capitais em estado de alerta, Fortaleza também tem uma campanha própria, cujo slogan é "Dengue na minha casa não", que busca sensibilizar os fortalezenses para a vigilância sobre o local onde moram.Vale lembrar que a maioria dos focos do mosquito são encontrados dentro dos imóveis, no quintal ou próximo das residências. Dos 116 bairros da Capital, apenas oito não possuem casos de doença.Messejana-As ações que fazem parte da mobilização começaram ontem, na Secretaria Executiva Regional II e continuam hoje nas demais Regionais. Em Messejana, bairro de Fortaleza com o maior número de casos este ano (164), vai ocorrer o Pré-Fortal da Dengue, na Praça da Igreja Matriz, das 8h às 11h30.Simultaneamente, devem acontecer pedágios, jogos, gincanas, distribuição de material informativo, prestação de serviços sociais às comunidades e apresentações de danças e bandas musicais por toda a cidade. Na SER IV, a mobilização acontece na praça do bairro Vila União, na Rua Almirante Rufino, s/n - ao lado da Igreja Jesus, Maria e José.Serrinha e Vila UniãoEntre as ações programadas, está a apresentação de peças teatrais, de grupos de dança e paródias sobre o tema da dengue. O evento vai mobilizar estudantes e usuários de escolas e unidades de saúde dos bairros Serrinha e Vila União.A campanha alerta para os cuidados dentro da residência como forma de diminuir, também, o número de crianças e idosos que contraem a dengue, pois esses grupos tendem a ficar mais tempo em casa e a apresentar um sistema imunológico mais vulnerável.Nas demais Regionais, a campanha começa no mesmo horário, das 8h às 11h30, centrando na eliminação dos focos. Nas SERs I e III, a mobilização acontece no Mercado São Sebastião, no Farias Brito. Na oportunidade, será exposto o ciclo evolutivo do mosquito Aedes aegypti. Já na SER V, será feita uma passeata com estudantes. A concentração será no Projeto Filho Rei, no Bom Jardim.A Regionais com os maiores registros de casos da dengue são SER VI (1.019), onde fica o bairro de Messejana, SER V (840) e SER III (573). Já os bairros onde a doença vem, a cada dia, aumentado o número de vítimas, depois de Messejana, são Bom Jardim (118), João XXII (117), Barra do Ceará (82), Vicente Pinzón (76) e Montese (73).Somente este ano, foram confirmados 8.828 casos da doença e 430 estão em investigação.FIQUE POR DENTRO-Prevenção-A dengue é uma patologia típica de ambientes onde falta saneamento, em que há um acúmulo de lixo e não existe poda de árvores em via pública ou terrenos desocupados. Esse cenário torna-se ideal para a multiplicação, de maneira preocupante, do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Além da importância de se alertar para a contínua limpeza de prédios e residências, e assim mantê-los livres de focos potenciais da dengue, são indispensáveis a limpeza urbana, a conscientização da população e o trabalho dos agentes sanitaristas. Uma das formas mais eficazes de combater os focos do mosquito é não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos e tampinhas de refrigerantes. Colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira bem fechada também ajuda no controle de casos da doença.

Minas Gerais faz vacinação infantil contra meningite neste sábado

Minas Gerais faz neste sábado sua primeira campanha de vacinação infantil em massa contra a meningite C. A doença fez três vítimas na cidade de Araguari, no Triângulo Mineiro, mas o governo estadual diz ainda não se tratar de surto --como ocorre no sul da Bahia.
Ao todo, 7.300 postos fixos e volantes vão trabalhar na campanha, atendendo das 8h às 17h, nos 853 municípios mineiros.
A vacina não tem contra-indicação. Crianças de 1 a 5 anos receberão uma única dose. Menores de 1 ano receberão duas doses e um reforço entre 12 e 24 meses.
O Estado é o pioneiro na vacinação gratuita de massa contra a meningite meningocócica C --outros Estados o fazem apenas em caso de surto. A inclusão dessa imunização no calendário nacional está prevista para 2011.
A expectativa da Secretaria de Estado da Saúde mineira é que em cinco anos todas as crianças de 3 meses a 5 anos (1,3 milhão) estejam protegidas.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Mutação de vírus da gripe suína mata dois na França

Duas pessoas portadoras de uma mutação do vírus da gripe H1N1 descoberta recentemente na Noruega morreram na França, anunciou nesta sexta-feira o Instituto Nacional de Vigilância Sanitária (InVS) em um comunicado.
Os dois pacientes não tiveram contato entre si e estavam em hospitais de cidades diferentes, informou a fonte. Além disso, em um dos casos foi registrada uma outra mutação conhecida por causar resistência ao oseltamivir (Tamiflu), indicou o InVS.
Trata-se da primeira cepa resistente na França entre as 1.200 analisadas até agora.
A epidemia de gripe H1N1 acelerou-se brutalmente na França, onde 30 novas mortes foram registradas em menos de dez dias, elevando a 76 o número de mortes na metrópole (isto é, sem contar os departamentos e territórios de ultramar) desde o início da epidemia.
O número de casos graves passou para 420, desde o início da epidemia.
A mutação do vírus "poderia aumentar sua capacidade de atingir as vias respiratórias baixas e, principalmente, o tecido pulmonar", informou o InVS.
No entanto, "a eficácia das vacinas atualmente disponíveis não foi questionada", informou.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) havia relatado a detecção, na Noruega, de uma mutação do vírus H1N1 em três casos.
Vítimas no mundo
Ao menos 7.826 morreram devido à gripe suína em todo o mundo, ou seja, mais de mil vítimas suplementares desde a semana passada, o que corresponde a um aumento de 16%, segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde divulgado nesta sexta-feira.
O número de vítimas disparou na Europa, chegando a ao menos 650, o que representa um aumento de mais de 85% em uma semana.
O continente americano ainda é o mais atingido pela pandemia com 5.360 mortos (554 só nesta semana), seguido pela Ásia-Pacífico com pelo menos 1.382 mortos (59 nessa semana).
O balanço anterior da OMS listava 6.750 mortos em 206 países e territórios.

Aids aumenta 44,3% na Capital em dez anos-Ce

O cenário da Aids no Brasil se divide em dois momentos: enquanto na maior parte dos grandes centros houve uma redução de novos casos, nos municípios menores, a doença avançou 23,7%, de 1997 a 2007. Apesar do trabalho de conscientização e de repetidas campanhas, Fortaleza não acompanhou a tendência brasileira e registrou um aumento de 44,3% no mesmo período. Os números fazem parte de um relatório divulgado, ontem, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Programa Conjunto das Nações Unidas para HIV/Aids.O Boletim Epidemiológico 2009, do Ministério da Saúde, também traz os resultados. São, em média, 350 novos casos da doença, em Fortaleza, por ano.A Capital cearense está entre os 15 municípios brasileiros com maiores aumentos. Ocupa a 14ª posição. Em último lugar, ficou Salvador, com índice de 41%. Ananindeua, no Pará, primeiro no ranking dos piores, marcou 380%. São Luís, no Maranhão, também tem muito a fazer contra o avanço da doença. Lá, foram 272,1% de aumento de novos casos.No lado positivo dos municípios com maiores quedas nos índices, São Paulo dá exemplo, com redução de 45%. Outra capital que conseguiu redução foi Curitiba, contabilizando menos 34,4%. Ribeirão Preto (SP) também tem o que comemorar: é o primeiro na lista dos melhores, com queda de 72,5% nos casos.Enquanto, no Rio de Janeiro, a taxa de incidência por 100 mil habitantes, em 2002, foi de 49,2 e, em 2007, caiu para 36,4; Fortaleza fez o caminho inverso. Em 2002, para cada 100 mil habitantes, havia 17,4 notificações da doença. Mas, em 2007, o número saltou para 22,3.O Ceará acompanha a tendência da sua Capital. Em 2002, essa taxa era de 8,5 e, há dois anos, subiu para 11,3. Os dados colocam o Estado na 18ª posição no ranking brasileiro. É o segundo no Nordeste. Fortaleza está na 16ª colocação, sendo a quarta Capital nordestina em taxa de incidência, segundo o boletim epidemiológico.A coordenadora de DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Renata Monte, não contesta os números, mas ressalta que o aumento se deveu ao trabalho realizado no sentido de estimular o diagnóstico precoce da infecção por HIV, como a implantação de quatro serviços ambulatoriais habilitados e a ampliação da rede de testes rápidos. "A subnotificação de casos é um problema em todo o Brasil. Mas, com esse trabalho, estamos conseguindo registrar os casos e, por consequência, acompanhá-los de forma bastante adequada. Quanto antes isso acontece, melhor para o paciente", diz Renata.O diretor do Hospital São José, Anastácio Queiroz, afirma, ainda, que as pessoas estão ignorando os graves riscos da doença e não se cuidam. "É preciso se prevenir sempre".

Britânico volta a enxergar com uso de 'olho biônico' pioneiro

Um homem britânico que havia perdido a visão na juventude se tornou uma das primeiras pessoas do mundo a voltar a enxergar com o uso de um "olho biônico" desenvolvido nos Estados Unidos.
Peter Lane, de 51 anos, da cidade de Manchester, é uma das 32 pessoas que estão sendo submetidas uma experiência internacional com o equipamento.
Ele recebeu um implante de um receptor eletrônico, instalado dentro do globo ocular e ligado ao nervo óptico e a óculos especiais.
Uma câmera colocada nesses óculos capta a imagem e a envia a um processador portátil, que transforma a imagem em sinais eletrônicos enviados ao receptor. Este, por sua vez, envia impulsos até retina e nervo óptico, fazendo a pessoa finalmente enxergar.
'Pequenas palavras'
Lane, por enquanto, consegue apenas ler palavras pequenas em uma tela especial.
"É um começo", disse ele. "Os médicos vão me dar uma dessas telas para eu ler em casa, e espero um dia poder voltar a ler cartas sozinho."
"Além disso, quando saio, o equipamento me dá mais segurança e mais independência."
Lane começou a perder a visão por volta dos 20 anos por causa de uma retinite pigmentosa, uma doença degenerativa da retina com origem genética.
O "olho biônico" foi desenvolvido pela empresa americana Second Sight e está sendo testado por apenas 11 médicos de todo o mundo.
Os especialistas, no entanto, acreditam que inicialmente o aparelho será útil apenas para as pessoas vítimas da retinite pigmentosa.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Estudo britânico confirma propriedade analgésica de hortelã brasileira

Uma xícara de chá de um tipo de hortelã tem propriedades analgésicas equivalentes às de alguns remédios vendidos comercialmente, concluiu um estudo feito na Grã-Bretanha por uma pesquisadora brasileira.
Há séculos, a erva Hyptis crenata, conhecida como hortelã-brava e salva-de-marajó, vem sendo utilizada na medicina popular no Brasil para tratar desde dores de cabeça e estômago até febre e gripe.
Liderada pela brasileira Graciela Rocha, a equipe da Universidade de Newcastle, no nordeste da Inglaterra, fez estudos com ratos e provou que a prática popular tem base científica. O estudo foi publicado na revista científica "Acta Horticulturae."
Graciela Rocha está apresentando seu trabalho no International Symposium on Medicinal and Nutraceutical Plants em Nova Déli, na Índia.
Tradição De forma a reproduzir os efeitos do tratamento da maneira mais precisa possível, a equipe fez uma pesquisa no Brasil para descobrir como a erva é preparada tradicionalmente e que quantidades devem ser ingeridas.
O método mais comum de uso é ferver a folha seca em água durante 30 minutos e deixar que o líquido esfrie entes de bebê-lo.
Os pesquisadores descobriram que quando a erva é ingerida em doses similares às indicadas na medicina popular, ela é tão efetiva em aliviar a dor como uma droga sintética, do tipo aspirina, chamada indometacina
A equipe pretende agora iniciar testes clínicos para descobrir quão efetiva a erva é no alívio da dor em humanos. "Desde que os homens começaram a andar na Terra, temos procurado plantas para curar nossas aflições", disse Graciela Rocha. "Na verdade, calcula-se que mais de 50 mil plantas sejam usadas no mundo com fins medicinais".
"Além disso, mais de a metade de todos os remédios vendidos com receita são baseados em uma molécula que ocorre naturalmente em alguma planta. O que fizemos foi pegar uma planta que é amplamente usada para tratar a dor com segurança e provar cientificamente que ela funciona tão bem como algumas drogas sintéticas", disse Rocha. "O próximo passo é descobrir como e por que a planta funciona".
Sabor da Infância Graciela disse que se lembra de ter tomado o chá como cura para todas as doenças da sua infância. "O sabor não é o que a maioria das pessoas na Grã-Bretanha reconheceriam como hortelã. Na verdade, ela tem um gosto mais parecido com o da sálvia, que é uma outra erva da família das mentas. Não é muito gostoso, mas remédios não tem de ser gostosos, não é?"A presidente da Chronic Pain Policy Coalition, entidade britânica que trabalha para combater a dor crônica, disse que a pesquisa é interessante. "São necessários mais estudos para identificar a molécula envolvida, mas este é um estudo interessante sobre um possível novo analgésico para o futuro", disse Beverly Collett.
"Os efeitos de substâncias semelhantes à aspirina são conhecidos desde que os gregos, na Antiguidade, relataram o uso da casca do salgueiro para cortar a febre".

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Cientistas usam choques no pênis para tratar impotência

Um estudo realizado em Israel e apresentado em um congresso de medicina sexual em Lyon, na França, indica que a impotência pode ser tratada com aplicação de choques elétricos no pênis.
Cientistas do Centro Medical Rambam, da cidade de Haifa, realizaram experiências com 20 voluntários que sofriam do problema há pelos menos três anos e conseguiram melhora em pelo menos 15 deles.
Segundo Yoram Vardi, chefe do Departamento de Neurourologia da instituição, o resultado do tratamento seria melhor do que o obtido com o uso de medicamentos como o Viagra e o Cialis.
"Remédios não são uma cura - os pacientes deixam de ter atividade normal quando param de tomar. Mas, com os choques, podemos fazer algo biológico contra o problema, e os pacientes conseguem ter atividade normal mesmo depois de terminarem o tratamento", explicou o cientista.
Novos vasos sanguíneos
Em estudo com animais, já havia sido provado que choques de baixa intensidade estimulam o crescimento de novos vasos sanguíneos a partir de outros já existentes. Foi a partir daí que Vardi e seus colegas tiveram a ideia de tentar ajudar homens cuja impotência decorre da redução de fluxo sanguíneo em seus pênis.
"Problemas cardiovasculares são responsáveis pela disfunção erétil em aproximadamente 80% dos pacientes", afirmou Vardi
Segundo o cientista, na pesquisa, foram aplicados choques de "baixíssima intensidade", sentidos como uma pequena pressão no pênis.
Em cada sessão dos testes, os voluntários receberam cerca de 300 choques em cinco pontos do órgão sexual, ao longo de três minutos
"Não tivemos registro de efeitos colaterais, nem mesmo dor", disse Vardi ao site LiveScience.
Os cientistas agora esperam realizar novos testes usando também um grupo de controle, que receberia um tratamento falso.
Apesar de otimista, Vardi alerta que o tratamento pode ser ineficaz nos casos de impotência causada por problemas musculares, de nervos ou outros.

Canadá registra alergias graves com a vacina H1N1 do GSK: OMS

GENEBRA, Suíça (AFP) - Um número incomum de reações alérgicas graves à vacina contra o vírus H1N1 da gripe suína foi registrado recentemente no Canadá, onde um lote do grupo farmacêutico GlaxoSmithKline foi recolhido, anunciou nesta terça-feira a Organização Mundial da Saúde.Segundo um porta-voz da organização, as autoridades canadenses estão investigando as causas da alergia. O número exato de casos de alergia não foi divulgado.
A OMS informou ainda que no momento não recomenda uma vigilância especial das vacinas, nem muda as recomendações a respeito, pois é preciso esperar os resultados das investigações do que ocorreu no Canadá.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Total de pessoas vivendo com Aids aumenta 20% em oito anos, diz pesquisa

Um relatório divulgado nesta terça-feira (24) pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) mostra que, entre 2000 e 2008, o número total de pessoas no mundo vivendo com o vírus cresceu 20%, mas o número de novas infecções caiu 17% no mesmo período.Segundo o órgão, essa diferença se dá por causa do sucesso dos tratamentos antirretrovirais. Ou seja: as pessoas com o vírus estão vivendo mais, mas cada vez menos gente adquire o vírus. “A epidemia no mundo, hoje, tende a se estabilizar, exceto na Europa Oriental e na Ásia Central”, afirma o coordenador do Unaids no Brasil, Pedro Chequer. Apesar da queda, para cada duas pessoas que começam o tratamento, cinco se infectam. “Isso é preocupante”, diz Chequer.
Cerca de 33,4 milhões de pessoas em todo o mundo estão infectadas com o vírus da Aids. Esse número significa um crescimento de 400 mil infectados, 1,2% mais que as 33 milhões de pessoas com a doença em 2007.
De acordo com a pesquisa, em 2008 foram registrados mais de 7.400 novos casos diários de infecções por HIV no mundo. Desse total, 40% das pessoas tinham entre 15 e 24 anos, concentrados principalmente em países pobres. A África subsaariana é o local onde há mais registros. Segundo Chequer, 60 milhões de pessoas já foram infectadas desde a descoberta do vírus. Para o coordenador, a epidemia está se “heterossexualizando”.O levantamento diz que 60% das pessoas que têm HIV não sabem que são portadoras do vírus. Além disso, 1/3 das pessoas que vivem com o vírus também têm tuberculose.
Cobertura
Somente 42% das pessoas que necessitavam tinham acesso ao tratamento contra a doença no mundo. Mesmo assim, ainda houve aumento no número de portadores que se trataram no ano passado, em comparação a 2007: cerca de 36%. Na América Latina e no Caribe, o número de pessoas que recebem tratamento contra o HIV chega a 54%.De acordo com a pesquisa, existe uma tendência à “feminilização” da doença. Cerca de 48% dos 7.400 novos casos diários ocorreram em mulheres. De acordo com a diretora do departamento de DST/Aids do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, 1/3 dos casos no Brasil são de mulheres. Na faixa etária de 13 a 19 anos, há dez casos de quadro de Aids em meninas para oito em meninos. Nesta semana, o ministério deve divulgar dados mais atualizados sobre a doença no país.Segundo a ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Nilcéa Freire, uma das estratégias de prevenção, no Brasil, é a distribuição de preservativos femininos. No próximo ano, disse, 9 milhões deles devem ser fornecidos; em 2011, esse número deve chegar a 10 milhões.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Morfina pode acelerar alastramento do câncer, diz estudo

LONDRES - Testes com ratos em laboratório sugerem que a morfina teria o efeito de encorajar o alastramento do câncer, doença cujo tratamento com frequência envolve o uso de morfina para diminuir a dor resultante de cirurgias e tumores. Cientistas americanos dizem que opiáceos como a morfina promovem o crescimento de novos vasos sanguíneos que levam oxigênio e nutrientes aos tumores.
Em uma conferência da American Association for Cancer Research, em Boston, os pesquisadores também disseram ter identificado uma droga que teria a propriedade de anular esse efeito.
Comentando o anúncio pelos especialistas americanos, a entidade britânica de fomento a pesquisas sobre o câncer Cancer Research UK disse que são necessários mais testes antes de que sejam feitas mudanças nos tratamentos.
Estudo
O pesquisador Patrick Singleton, da University of Chicago, disse que testes mostraram que a morfina não apenas fortaleceu a circulação sanguínea como também pareceu facilitar a invasão de outros tecidos e o alastramento de câncer. Singleton disse, no entanto, que o efeito negativo da morfina poderia ser bloqueado com uma droga chamada metilnaltrexona, desenvolvida na década de 80 para combater a prisão de ventre associada ao uso da morfina.
Segundo o especialista, a metilnaltrexona, cujo uso só foi aprovado recentemente nos Estados Unidos, parece funcionar sem interferir com as propriedades analgésicas da morfina.
Nos testes em ratos com câncer de pulmão, a metilnaltrexona inibiu em 90% o alastramento do câncer supostamente encorajado pelo opiáceo - dizem os especialistas. "Se confirmado clinicamente, isto poderia mudar a maneira como fazemos anestesias cirúrgicas nos nossos pacientes com câncer", disse Singleton.
"(O estudo) também indica novas aplicações em potencial para essa nova classe de drogas", acrescentou, em referência à metilnaltrexona.
Os testes foram iniciados após um colega de Singleton ter notado que vários pacientes sendo tratados com a nova droga sobreviveram mais tempo após a cirurgia do que o esperado. Mas uma médica da entidade Cancer Research UK, Laura Bell, disse que a morfina apresenta um longo histórico de oferecer alívio efetivo para a dor.
Ela observou que as pesquisas sobre o assunto estão em fase inicial e, portanto, é muito cedo para que se possa afirmar que os analgésicos baseados em opiáceos possuem de fato um efeito sobre o crescimento do câncer. "Muitas pesquisas seriam necessárias para justificar mudanças na forma como os opiáceos são usados para tratar pessoas com câncer".

A mão artificial perfeita

Um projeto inovador traz esperança para a reabilitação de pessoas que tiveram um membro amputado. Cientistas europeus e israelenses anunciaram a criação de uma mão artificial capaz de executar os mesmos movimentos de uma mão verdadeira, como segurar e sentir a textura dos objetos e fazer gestos mais delicados - mexer os dedos, por exemplo.
Chamada de Smarthand (mão inteligente, em português), a prótese é resultado da combinação entre pesquisas de ponta feitas com biomaterias, tecnologia da informação e os avanços da neurociência. Seu funcionamento se baseia na informação de que pessoas que tiveram membros amputados geralmente mantêm intacto o circuito nervoso responsável pela transmissão dos sinais do cérebro à região atingida.
O que os cientistas fizeram foi aproveitar esse caminho para ligar a prótese ao cérebro. Por isso, as ordens enviadas chegam a ela da mesma maneira como chegariam à mão (mais detalhes no quadro).
Por enquanto, o protótipo foi testado em apenas uma pessoa, mas os resultados impressionaram. "O paciente pode sentir sensações muito parecidas com as experimentadas por mãos verdadeiras", afirma o pesquisador Fredrik Sebelius, da Universidade de Lund, na Suécia, instituição envolvida na criação da novidade. "Até agora, nenhuma outra prótese havia conseguido fazer isso com tanta eficiência." A meta agora é ampliar o número de pessoas que participarão dos testes. Os cientistas também querem aperfeiçoar o sistema de feedback sensorial da mão robótica. Uma das ideias é usar recursos da nanotecnologia para melhorar ainda mais essa capacidade. De acordo com o pesquisador Sebelius, a prótese poderá estar disponível em dois anos. Porém, a tecnologia só é adequada para amputações abaixo do cotovelo. "Pessoas que amputaram os braços não têm músculos suficientes para a colocação da prótese", explica.

domingo, 22 de novembro de 2009

DPOC atinge 180 mil pessoas

Embora muitas pessoas ainda desconheçam a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), ela é a quarta maior causa de morte do mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Em Fortaleza, estima-se que 180 mil tenham a doença, revelam pesquisadores da Liga do Pulmão da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).Na manhã de ontem, quem passou pela Praça do Ferreira teve a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a doença, realizar exames e também conversar com médicos para tirar possíveis dúvidas sobre os principais sintomas. O evento é uma iniciativa da Sociedade Cearense de Pneumologia e Tisiologia em parceria com a Liga do Pulmão da UFC.Segundo o pneumologista Janderson Matos, cerca de 25% dos fumantes possuem DPOC, e a maioria deles é jovem, já que apenas 6% do total têm mais de 40 anos. O tabagismo é um dos principais fatores de risco. A doença só é confirmada por espirometria, um método de diagnóstico que permite a avaliação de diversos parâmetros da função pulmonar.A DPOC prejudica a capacidade do indivíduo de respirar progressivamente. Portanto, o tratamento deve ser contínuo para tentar diminuir a progressão da doença. "Os medicamentos mais utilizados são os broncodilatadores, corticoides e antibióticos. Essa enfermidade pode ocasionar também outras doenças como trombose, cardiovasculares, diabetes e câncer de pulmão", revelou o pneumologista Janderson Matos.O presidente da Associação Cearense de Portadores de DPOC, Manoel Pereira Cruz, durante muitos anos, foi fumante passivo. Inclusive, tem a doença desde que nasceu, mas diz que sempre foi tratada como bronquite. Ainda de acordo com ele, por meio da associação, tem conseguindo conquistar uma série de ganhos ao longos dos últimos dois anos.Tratamento"Além do fornecimento gratuito de remédios, temos tido um maior diálogo com outras pessoas que vivem a rotina do tratamento", acrescenta Manoel. O tratamento dura, em média, três meses. Na Capital, as pessoas são tratadas no Centro de Reabilitação do Hospital do Coração, em Messejana.

sábado, 21 de novembro de 2009

Europa investiga mutação do H1N1

Cientistas europeus investigam a mutação do H1N1 e uma eventual transmissão entre pessoas de novos vírus da gripe suína. Eles seriam resistentes ao Tamiflu, antiviral utilizado no tratamento da doença. Na Noruega, o governo anunciou ontem que foi encontrada em três pacientes uma mutação considerada "substancial" do vírus, que poderia causar sintomas mais graves. A doença já matou 6,7 mil pessoas no mundo.Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há 57 casos de mutação do vírus da gripe suína em vários países, inclusive no Brasil. Em comunicado, a OMS minimizou ontem o impacto da nova descoberta e alertou que não há indicação de que o novo vírus tenha levado a um número maior de infectados. Uma mutação de vírus ocorre quando ele sofre alteração em seu material genético. Isso pode acontecer toda vez que ele entra em contato com uma célula, ou seja, infecta pessoas ou animais. Uma mutação foi a causa do próprio H1N1, que só atacava animais, passar a infectar humanos.A preocupação no Reino Unido é de que a mutação possa ser o início de uma proliferação de um novo vírus, resistente ao Tamiflu e à vacina. Em um hospital inglês já há nove casos de mutação. Cinco deles mostraram resistência ao oseltamivir - nome genérico do Tamiflu. "Ainda precisamos de mais investigações, mas parece provável que a transmissão de vírus H1N1 que resistem ao oseltamivir esteja ocorrendo", afirmou o governo britânico, em um comunicado. Os pacientes estariam se recuperando com outro antiviral, o Relenza. Para os noruegueses, a mutação poderia ser a explicação dos casos mais severos. Mas, ao contrário do Reino Unido, a Noruega não acredita que isso possa ter qualquer impacto no uso de vacinas e antivirais. "A mutação pode estar melhorando a habilidade do vírus de se aprofundar no sistema respiratório, causando doenças mais graves", afirmou o Instituto Norueguês de Saúde Pública. A mudança foi descoberta nos dois primeiros casos fatais no país e em um terceiro paciente que não morreu. Não foi confirmado se haveria uma transmissão de pessoa à pessoa.A OMS, diante dos anúncios, decidiu se pronunciar ontem mesmo. Segundo a entidade, não há indicações de que a mutação seja generalizada. O comunicado diz ainda que o vírus - mesmo após a mutação - continuou sendo sensível aos antivirais e à vacina. A OMS confirma que casos ocorreram também na China, Japão, Estados Unidos, México, Ucrânia, Estados Unidos e Brasil. A mesma mudança foi encontrada em casos fatais e nos menos graves. "O significado desse resultado na Noruega, portanto, não é claro", informa a OMS. "A mutação parece ocorrer de forma esporádica e espontânea e não parece se proliferar", disse a entidade. A OMS garante que vai estudar os casos e se manter "vigilante". REPERCUSSÃO-Para o infectologista e diretor do Hospital Emílio Ribas, David Uip, a nova mutação era esperada e ainda não há motivo de alarmismo. "Essas mutações ainda não geraram consequências clínicas, diagnósticas ou preventivas que justifiquem a mudança no tratamento com remédios ou vacinas." Uip diz que outras mutações devem ocorrer nos próximos meses, especialmente no Hemisfério Norte, onde é inverno. "Por isso, é absolutamente fundamental que ocorra um monitoramento constante do vírus em todo o mundo."Para a infectologista Nancy Bellei, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a mutação deve ser estudada em um maior número de casos. "O fato de o vírus ser mais resistente não significa que ele seja mais patogênico ou transmissível."

Campinas registra mais uma morte por gripe suína

Campinas - A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas informou nesta terça-feira que foi registrado um novo óbito causado pelo vírus Influenza H1N1. Trata-se de um homem de 48 anos, que já possuía doença de risco.Ele recebeu assistência médica em um hospital da rede privada municipal no dia 22 de outubro, quando foi internado. O homem morreu no dia 25 do mesmo mês. O resultado foi informado à Vigilância em Saúde municipal nesta segunda-feira. Com este novo óbito, Campinas acumula 17 mortes causadas pelo vírus Influenza H1N1, sendo nove mulheres e oito homens.Segundo a Secretaria de Saúde, até o dia 16, foram confirmados 206 casos de infecção pelo vírus. No último boletim, em 3 de outubro, o total era de 202. Dos 206 casos na cidade, 16 foram de gestantes, sendo que uma delas morreu em decorrência da doença. Tratava-se de uma grávida de gêmeos. Os bebês sobreviveram.A faixa etária mais acometida em Campinas é a de 20 anos a 49 anos, com 63,5% das ocorrências. Na faixa etária de 15 a 19 anos, estão confirmados 25 casos. Entre 50 e 59 anos, 14. Também há dez casos em menores de 1 ano. Quanto ao sexo, as mulheres representam a maioria, com 119 casos ou 57,7% dos registros.O último balanço do Ministério da Saúde, de 19 de outubro, mostra que foram registrados, entre 25 de abril e 10 de outubro, 1.368 óbitos por influenza A (H1N1), o que corresponde a uma taxa de mortalidade de 0,7 por 100 mil habitantes.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Mortalidade infantil causada por diarreia cai 93,9% em 25 anos no país

Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (19) pelo Ministério da Saúde, a Saúde Brasil 2008, mostra que o número de crianças com menos de um ano que morreram por diarreia no Brasil caiu 93,9% entre 1980 e 2005. Nesse ano, foram 1.988 mortes, contra 32.704 em 1980. Em 2000, foram 3.004 óbitos.
De acordo com o ministério, essa redução fez com que a diarreia passasse da segunda para quarta posição em número de mortes de crianças com menos de um ano. A primeira causa de morte entre bebês são as afecções perinatais, que afetam as crianças até os sete dias de vida. Todas as causas, diz o ministério, sofreram redução no mesmo período.
No país, a taxa global também caiu no período entre 1990 (47,1 mortos por mil bebês nascidos vivos) e 2007 (19,3), em uma redução média de 59,7%. A meta é chegar a 14,4 mortes por mil vivos até 2015.
As regiões Norte e Nordeste, entre 2000 e 2007, foram responsáveis por mais de 50% dos óbitos do país. A meta do ministério é reduzir em 5% ao ano o número de mortes de crianças com menos de um ano de idade no Nordeste e na região da Amazônia Legal.
Grávidas
O número de grávidas que fizeram sete ou mais consultas de pré-natal também subiu, de acordo com o Ministério da Saúde – de 47,5% em 1996 para 63,7% dez anos depois. O número de partos ocorridos em hospitais passou de 84,5% para 97,9% no mesmo período

Estudo revela que pipoca de cinema é filme de terror para saúde

Esqueça Freddy Krueger e os zumbis comedores de gente: o vilão mais horripilante de uma noite no cinema pode estar escondido em um inocente saco de pipocas, de acordo com um novo estudo americano divulgado nesta quinta-feira (19). Análises nutricionais de porções de pipoca servidas em alguns dos maiores e mais populares cinemas dos Estados Unidos encontrou quantidades assustadoras de calorias, que certamente darão um susto nos consumidores que veem o lanche como relativamente saudável. O Center for Science in the Public Interest (CSPI), instituto sem fins lucrativos, comparou algumas porções de pipoca e bebida oferecidas nos cinemas ao consumo de três sanduíches 'Quarteirão' da rede de fast-food Mc Donald's, acrescidos de 12 camadas de manteiga. Em um comunicado, o CSPI explica que o 'combo' de pipoca média com refrigerante vendido na Regal, maior cadeia de cinemas dos Estados Unidos, contém absurdas 1.610 calorias e cerca de 60 gramas de gordura saturada. Nos cinemas da rede AMC, a segunda maior, uma pipoca grande contém 1.030 calorias e 57 gramas de gordura saturada - quantidade semelhante à encontrada em pouco menos de meio quilo de costeleta coberta de sorvete, segundo comparação do CSPI. O grupo de pesquisas indica que a análise da pipoca vendida nos cinemas Regal e AMC revelou uma quantidade de calorias maior do que a estimada pelas próprias empresas.
'Combos' "Regal e AMC são nossos indicados ao prêmio de Melhor Ator Coadjuvante da Obesidade Epidêmica", brincou Jayne Hurley, nutricionista chefe do CSPI. "Quem espera cerca de 1.500 calorias e o equivalente a três dias de gordura capaz de fazer um coração parar em um combo de pipoca e refrigerante? Esta é a quantidade de gordura saturada encontrada em um pacote de manteiga e as calorias de dois pacotes de manteiga", destacou. "Você pode achar que está comprando Bambi, mas na verdade está levando Godzilla", acrescentou a nutricionista. O estudo aponta que a causa de quantidades tão altas de gordura e calorias se deve ao fato de o milho de pipoca ser estourado em óleo de coco. Segundo o CSPI, quando a pipoca é feita com óleos mais saudáveis, como canola ou girassol, apresenta quantidade menor de calorias - mas níveis mais altos de sódio, por outro lado.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Camaçari: mortes pela meningite colocam tratamento em xeque

O surgimento de sucessivos casos de meningite nas últimas semanas no município de Camaçari, na região metropolitana de Salvador, vem assustando moradores e preocupando a comunidade com relação ao tratamento adequado da doença. A creche Estiva dos Buris, na localidade de Vilas de Abrantes, está com aulas suspensas desde segunda-feira, depois de ter três crianças diagnosticadas com meningite- sendo que duas delas morreram.
“Não achamos que houvesse motivo de fechar a creche antes porque a Vigilância Sanitária (de Camaçari) afirmou que não precisava”, explica a coordenadora da creche, Eliete Faustina.
O primeiro caso a surgir na creche foi o de Lucas Oliveira, 5 anos, que segundo a coordenação foi diagnosticado com a doença no dia 3 de outubro. Dois dias depois, Camile Fagundes, 5, morreu no hospital Couto Maia, com diagnóstico de meningite do tipo C.
Ainda assim as aulas prosseguiram e, no último dia 12, Emanuel Oliveira dos Santos, 4, também morreu com diagnóstico de meningite do tipo C. Entre uma morte e outra, a coordenação da creche disse ter seguido orientação do Ministério da Saúde e ministrou quatro doses de antibióticos de 12 em 12 horas. “Achei que depois dos antibióticos as crianças não corriam mais risco”, afirmou Eliete.
Cinco dias depois, também em Camaçari, o adolescente Taciano Santos Falcão, de 16 anos, morreu diagnosticado com meningite meningocócica - a forma mais grave. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), no entanto, a morte não tem a ver com os casos da creche. Tratamento-A meningite é uma inflamação na membrana que cobre o cérebro, a meninge. De acordo com o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e professor de infectologia, José Tavares Neto, a doença é complexa: pode ser causada por fungos, vírus ou bactérias.
Cada agente é tratado de forma específica. Para as meningites virais não há tratamento e, geralmente, elas não têm muita gravidade, sendo combatidas pelo próprio organismo. As formas mais graves são as bacterianas e as mais importantes são as dos sorogrupos A, B e C. Segundo o Ministério da Saúde o uso de antibióticos é o tratamento mais indicado. “Atualmente, há vacina específica apenas para as meningites bacterianas do sorogrupo B, que são produzidas em Cuba”, diz Tavares Neto.
Na creche Estiva dos Buris foram aplicadas 200 doses da vacina em alunos e professores, na sexta-feira passada. Porém, ela não é disponibilizada para toda a comunidade e só é usada em caso de surto. O custo é um dos motivos -a dose custa entre R$85 e R$200.
Ar livreEnquanto não surge uma vacina eficaz e segura para todos os casos, a saída é investir em prevenção. “Para prevenir a meningite o importante é evitar locais fechados aglomerações”, esclarece Tavares Neto, destacando que a vacina contra BCG (disponibilizada no calendário básico contra a tuberculose)também pode garantir cobertura contra a doença.
Punção identifica gravidade A infecção causada pela meningite gera um aumento da pressão dentro da cabeça (pressão intracraniana). Esse quadro se manifesta através de sintomas como dor de cabeça, febre alta, vômitos, incômodo com luz forte, irritabilidade, delírios e convulsões.
Para que a doença possa ser diagnosticada e o agente causador seja identificado, é fundamental a realização de exames de sangue e coleta de líquido cefalorraquidiano (LCR), que é retirado da medula.
Para isso, é feita uma punção lombar - uma agulha fina é utilizada para coletar da coluna vertebral o líquido, que é examinado em busca de bactérias. O LCR do paciente com meningite bacteriana é mais turvo, geralmente num estado purulento (com pus), com taxa de glicose reduzida e contagem celular aumentada.
Para garantir o controle da meningite e a cura, o tratamento deve ser específico para o agente causador envolvido. Para identificar as bactérias que causam a infecção, uma amostra do líquido é encaminhada ao laboratório para a realização de cultura e a identificação de microrganismos.
Quando estão na circulação sanguínea, as bactérias - como os meningococos ou estreptococos - podem atravessar a barreira de proteção natural do organismo. Além disso, elas também podem entrar diretamente pelo aparelho respiratório. Para as infecções bacterianas, o tratamento deve ser o mais rápido possível, pois a doença pode matar ou provocar seqüelas neurológicas

Amil compra controle da Medial Saúde

Amil Participações fechou acordo para adquirir o controle da Medial Saúde por 612,5 milhões de reais em dinheiro, em meio à recente onda de fusões e aquisições no setor segurador que até agora sempre envolveram um banco de grande porte na ponta compradora.
A operação consolida a posição de líder da Amil no mercado brasileiro de planos de saúde. Com o negócio, a fatia de mercado da Amil no Estado de São Paulo, o mais rico do país, quase dobra, dos atuais 7,9 para 15,1 por cento. Em todo o Brasil, o market share salta de 6,2 para 10,1 por cento, atingindo 4,2 milhões de beneficiários em saúde e outros 986 mil em planos dentais.
Pelo acordo firmado nesta quinta-feira, a Amil comprará, direta e indiretamente, 36,22 milhões de ações ordinárias da Medial Saúde nas mãos de seus controladores, equivalentes a 51,9 por cento do capital total da companhia.
A Amil está comprando ações da Medial Participações, que detém 49,5 por cento da Medial Saúde, e diretamente da Medial Saúde representativas de outros 2,4 por cento do capital da empresa.
Conforme a Amil, o valor atribuído por ação da Medial Saúde na operação é de 17,2 reais -o que embute um prêmio de 17 por cento sobre o fechamento do papel na bolsa na quarta-feira, de 14,70 reais. O preço por ação da Medial Participações no acordo com os controladores é de cerca de 8,4 reais.
A Amil utilizará recursos em caixa para pagar os controladores da Medial.
Oferta pública
A Amil informou ainda que fará uma oferta pública de aquisição (OPA) das ações da Medial Saúde em circulação no mercado "em igualdade de condições, inclusive preço, àquelas acordadas com os acionistas controladores".
Em seguida, a Amil pretende cancelar o registro de companhia aberta da Medial Saúde, com saída da empresa do Novo Mercado da Bovespa.
Só então a Amil implantará uma reorganização societária que pode envolver a cisão ou incorporação.
O negócio será submetido à aprovação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), assim como de órgãos antitruste.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

NO CEARÁ -Câncer de próstata matou 542 homens

O preconceito dos homens em procura o urologista parece ter diminuído. A mudança de comportamento deve-se, em grande parte, as mulheres, segundo o chefe do setor de Urologia do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Fábio Dantas.Apesar da busca pela prevenção, ainda é considerável o número de homens com câncer de próstata. Segundo dados do Sistema de Informação Sobre Mortalidade (Sim- Datasus), da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), no ano passado, 542 homens morreram no Ceará vítimas do câncer da doença, e estima-se que tenham ocorrido 2.010 novos casos no mesmo ano. "Esses números tendem a baixar com os novo hábitos masculinos, o que refletirá positivamente com a queda no número de mortes causadas por este tipo de câncer", informou."Na vida adulta as parceiras são as maiores responsáveis pelo aumento na procura dos urologistas. Elas querem se cuidar e cuidar da saúde sexual dos companheiros. Isso é muito importante, pois incentiva a procura pelo urologista, e assim diagnosticamos cedo a doença, já que ela é silenciosa, podendo passar vários anos sem apresentar sintomas", explicou Fábio Dantas.Faz parte deste grupo de mulheres a técnica em enfermagem, Iracilda Sousa Freitas, 38 anos, que desde muito cedo explica ao filho Alan de Sousa, 17 anos, o quanto é necessário se prevenir."Como trabalho em hospital tenho essa consciência, então conto casos para ele, o levo ao médico para esclarecer as dúvidas que são comuns na idade de dele, e assim meu filho tem uma outra impressão do que ir ao Urologista", informou a mãe.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

País receberá R$ 100 milhões para combater malária

O Brasil vai receber cerca de R$ 100 milhões para combater a malária. Comunidades que vivem em 47 municípios de seis Estados da região amazônica serão beneficiadas pelo investimento, que tem por objetivo realizar ações de prevenção e tratamento da doença pelos próximos cinco anos.
O projeto de Controle da Malária será financiado pelo Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária, aprovado em 2008 e que começará a ser executado no próximo ano, segundo o Ministério da Saúde. O repasse será feito em cinco parcelas e representa um incremento de 14% em relação aos investimentos previstos pela pasta para o período.
A meta é reduzir em 50% os registros de malária nesses 47 municípios, que foram responsáveis pela transmissão de quase 70% dos casos da doença no Brasil em 2007. Naquele ano, dos 458.624 casos registrados em todo o País, esse conjunto de municípios concentrou 311.279. O plano estima uma diminuição gradativa desse número, com a previsão de que eles caiam para pouco mais de 150 mil em 2014.
O projeto visa ainda a colaborar na diminuição da morbidade e mortalidade na Amazônia, região que concentra 99% da transmissão da malária no Brasil. Para isso, traçou estratégias a fim de garantir diagnóstico rápido, tratamento precoce e efetivo e distribuição de mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração, para controle vetorial.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ministério da Saúde fará campanha de vacinação contra gripe suína

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, calculou que em 2010 serão vacinados contra a gripe suína cerca de 110 milhões de brasileiros, 60% da população. Uma nova onda de gripe suína deve atingir fortemente o país no inverno. A campanha de vacinação, segundo o ministro, deve começar em março ou abril e se estender até o meio do ano. O Ministério, com apoio de especialistas, trabalha para estabelecer critérios sobre quem terá direito a receber a dose.
Ao GLOBO, Temporão disse que serão definidos grupos com maior risco de contrair a doença. A vacinação deverá começar pelos profissionais de saúde, que terão de atender doentes nos hospitais e postos. Depois, devem receber prioridade crianças pequenas, grávidas, portadores de determinadas patologias e, talvez, adultos jovens, nos quais a doença se manifestou com mais gravidade.
- É um problema que está angustiando o mundo todo. Temos uma vantagem: vamos ter a vacina em 2010. E o Brasil será o único país em desenvolvimento do mundo a produzir a vacina. O Instituto Butantan vai produzir 18 milhões de doses, talvez, chegue a 33 milhões. Vamos comprar diretamente dos laboratórios e do fundo rotatório da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Calculo algo em torno de 110 milhões de doses.
A estratégia será começar gradualmente a vacinação. Os profissionais de saúde já devem ser imunizados em março. Temporão anunciou outra novidade: diferentemente deste ano, quando o governo praticamente fez desaparecer das farmácias o remédio Tamiflu, capaz de combater o vírus da gripe suína, ano que vem o ministério permitirá que os brasileiros tenham acesso direto ao medicamento.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai mudar a classificação do Tamiflu, para que a venda nas farmácias seja com retenção obrigatória da receita, como ocorre hoje com os remédios psicotrópicos. O Tamiflu não ganhará tarja preta, mas só poderá comprá-lo quem receber a prescrição. É a forma encontrada pelo ministério para evitar uma corrida às farmácias e desabastecimento.
- O acesso ao Tamiflu foi grande polêmica este ano. Estamos acertando com o laboratório para garantir nossa necessidade de distribuição gratuita e, ao mesmo tempo, nas farmácias - disse Temporão, ao responder a pergunta do leitor do GLOBO José Márcio Cuconato.
Temporão disse que o ministério também já se prepara para ter leitos de UTI específicos para vítimas de gripe suína. O governo promete comprar equipamentos, treinar médicos e profissionais e fortalecer o Programa de Saúde da Família, para que o diagnóstico da doença na população seja precoce e se evite o agravamento do quadro.
O ministro não concorda com a avaliação de que errou ao recomendar que os brasileiros não viajassem para Chile e Argentina, países em que a gripe se instalou mais rapidamente. Apesar dos protestos diplomáticos de ambos os países, ele disse que recebeu o apoio irrestrito da comunidade médica.
- Na gripe suína minha avaliação é que fomos muito bem. Conseguimos adiar por 85 dias a circulação do vírus no país.

domingo, 15 de novembro de 2009

O mal das pernas inquietas

Quase um quarto da população sofre de uma doença que causa movimento incontrolável dos membros inferiores.Os incômodos surgem quase sempre à noite, durante o repouso. A queixa recorrente é de pequenos choques nas pernas, sensação de picadas e comichões que provocam um desejo incontrolável de mexer as pernas para obter alívio. Trata-se de uma situação tão desconfortável que os pacientes ficam impedidos de participar até de programas corriqueiros, como ir a uma sessão de cinema. É com essa angústia que convivem os portadores da síndrome das pernas inquietas, uma desordem neurológica que começa a receber mais atenção dos médicos. Isso ocorre em razão de sua gravidade e também de sua incidência, surpreendentemente alta, segundo estudo apresentado na última semana no Congresso do Colégio Americano de Pneumologistas, em San Diego, nos EUA.
Até hoje as estatísticas indicavam que a enfermidade atingia cerca de 10% da população. Pesquisadores da Universidade de Missouri afirmam, porém, que o índice pode chegar a 23%. Para piorar, ainda há falta de conhecimento da doença por parte de médicos, o que favorece o subdiagnóstico. "Por isso, é preciso educar clínicos e pacientes sobre os sinais", diz o pesquisador Ammar Alkhazna, um dos responsáveis pelo trabalho. "Dessa forma será possível diagnosticar e oferecer uma terapia que melhore a qualidade de vida dos doentes."
Algumas informações sobre a doença estão disponíveis. Sabe-se, por exemplo, que ela está relacionada a um desequilíbrio no processo de regulação da dopamina. Esta é uma das substâncias que fazem parte da bioquímica cerebral e, entre suas funções, está a participação nos processos que levam ao controle motor. No entanto, há outros fatores em investigação. Entre eles estão a ausência de ferro no organismo, a diabetes e artrite reumatoide.Também já está claro que os movimentos causados pela síndrome não têm nenhuma relação com o balançar de pernas e mãos, sintomas muito comuns durante situações de tensão ou de ansiedade. "São coisas bem diferentes", afirma o neurofisiologista Flávio Aloé, do Centro do Sono do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Na síndrome, o desconforto aparece quando a pessoa se deita e aumenta de intensidade ao longo da noite. "Isso pode acontecer uma vez por semana ou todas as noites, prejudicando demais o sono", afirma Aloé. O mal-estar é tamanho que muitos pacientes precisam sair da cama e ficar caminhando pela casa ou começam a fazer massagens nas pernas. O resultado é que o portador não consegue descansar e, no dia seguinte, sofre com dificuldade de concentração e irritabilidade, por exemplo.
Embora não exista exame específico que leve a um diagnóstico, é possível identificar alterações e tratá-las com bom resultado. "Quando existe uma deficiência de ferro, por exemplo, a terapia de reposição desse mineral pode ajudar a controlar os sintomas", esclarece Aloé.

sábado, 14 de novembro de 2009

O poder maligno do colesterol

Neste momento, cientistas de todo o mundo estão empenhados em uma potente contra-ofensiva ao colesterol, a conhecida gordura que, em desequilíbrio, é um dos principais inimigos do coração. Há esforços para controlar não apenas sua fração ruim, o LDL, responsável pelo entupimento das artérias. Muito está se descobrindo também para elevar a parte boa, o HDL, cuja função é tirar de dentro das células a gordura depositada. Esses avanços serão apresentados no congresso da Associação Americana de Cardiologia (a sigla em inglês é AHA), que reunirá nesta semana milhares de médicos em Orlando, nos Estados unidos.
A concentração de forças contra o colesterol se torna mais urgente por causa das descobertas recentes sobre os prejuízos que o composto apresenta em outras partes do corpo, além do coração. Os trabalhos têm mostrado a existência de conexões entre o colesterol e o surgimento ou evolução da demência senil, mal de Alzheimer, câncer, artrite reumatoide e problemas na mucosa bucal. Trata-se de uma questão nova, excitante e complexa para a medicina.
Boa parte dos estudos do gênero se dedica a investigar a relação com o funcionamento do cérebro. uma pesquisa publicada no jornal da AHA, por exemplo, identificou ligações entre os baixos níveis do HDL na meia-idade e a perda da memória. A conclusão foi tirada a partir da avaliação de 3,6 mil pessoas com 55 e 61 anos. Entre o primeiro grupo, as que tinham baixo HDL estavam 27% mais vulneráveis ao problema do que quem tinha níveis adequados. Para os indivíduos com 61 anos, o risco foi de 53%. Atualmente, a medicina define que o HDL deve estar acima de 50 mg/dl (miligramas por decilitro de sangue) para mulheres e 40 mg/dl para homens. Para os diabéticos, a recomendação é de 50 mg/dl.
No ano passado, os resultados de um estudo que durou 30 anos começaram a delinear também as relações entre o excesso do colesterol total (a soma das suas frações, boa e má) e as chances de ter mal de Alzheimer, doença degenerativa caracterizada pela perda de memória e demência. Por nove anos, de 1964 a 1973, os pesquisadores acompanharam 9,7 mil pessoas com idades entre 40 e 45 anos. Depois, entre 1994 e 2007, o grupo foi novamente examinado. "Aqueles com colesterol entre 249 mg/dl e 500 mg/dl tiveram uma vez e meia mais chances de desenvolver Alzheimer do que os que mantiveram níveis abaixo de 198 mg/dl", disse à ISTOÉ Alina Solomon, que liderou o trabalho. Mais informações fortalecem esse raciocínio. Divulgada em março, uma pesquisa da universidade Colúmbia (EuA) constatou um declínio mais rápido do raciocínio em pessoas com histórico de diabetes e colesterol alto.Uma das hipóteses para resultados como esses é a de que o colesterol provocaria no cérebro danos semelhantes aos causados no coração. "O alto nível de gorduras no sangue pode acarretar o depósito dessas substâncias e o estreitamento dos vasos sanguíneos", explica o cardiologista Marcelo Bertolami, diretor do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo. Por isso, o órgão afetado pode deixar de receber sangue suficiente para oxigenar os seus tecidos."
Nos EuA, um experimento da Clínica Mayo apontou outra implicação: pessoas que apresentaram artrite reumatoide, uma doença inflamatória crônica, manifestaram níveis totais de colesterol muito baixos nos cinco anos que precederam o aparecimento do problema. Agora, procura-se decifrar o significado dessa ocorrência.
No campus da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, uma investigação feita com ratos nos laboratórios da Faculdade de Odontologia constatou que o colesterol elevado prejudica a mucosa bucal. "A cicatrização é mais difícil, o que facilita a formação de lesões que podem ser a porta de entrada para infecções", diz Gilberto Silva, autor do trabalho. "Essa relação é tão intrigante que iniciaremos um estudo para investigar possíveis implicações no câncer bucal", diz Marilena Komesu, orientadora da pesquisa.A relação entre o colesterol e os tumores de fato tem instigado os cientistas. Eles querem saber quando e como ela se dá. Por enquanto, há indicações da influência em alguns tipos. um trabalho avaliou 5.586 homens com mais de 55 anos, sendo que 1.251 tinham câncer de próstata. "Homens com colesterol total abaixo de 200 mg/dl tiveram 59% menos risco de apresentar tumores mais agressivos de próstata", disse à ISTOÉ Elizabeth Platz, coordenadora do estudo e codiretora do Johns Hopkins Kimmel Cancer Center. "Agora temos mais evidências de que entre os benefícios do baixo colesterol está a redução do risco de tumores de próstata mais fatais."
Divulgado esta semana no jornal "Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention", outro estudo assinalou o papel benéfico do HDL. O acompanhamento de 29 mil homens fumantes durante 18 anos pelo National Cancer Institute dos Eua gerou o dado de que os indivíduos com HDL acima de 55 mg/dl tinham 11% menos chances de ter câncer, incluindo tumores de pulmão e fígado. Foi o maior estudo mostrando a relação entre HDL e câncer. Mas é preciso avançar para ter respostas mais claras. "Muitos desses trabalhos são controversos, mas indicam novos caminhos de pesquisa que precisam ser trilhados", diz o cardiologista Bertolami.No rastro desses estudos, ampliam-se também as indicações das estatinas, o principal remédio para baixar o LDL. Um estudo publicado na revista científica "Neurology" mostrou que quem toma estatina depois de um acidente vascular cerebral tem 35% menos risco de sofrer outro problema semelhante e 57% menos chance de morrer nos próximos dez anos vitimado por problemas nos vasos sanguíneos cerebrais. Elas também melhoram a condição de pacientes internados por gripe, de acordo com uma pesquisa patrocinada pelo Centro de Prevenção de Controle de Doenças americano. A investigação avaliou 2,8 mil pessoas hospitalizadas entre 2007 e 2008. As que tomavam estatinas por algum motivo tiveram duas vezes mais possibilidades de sobreviver.
Porém falta muito para domar o colesterol. "A medicina ainda está devendo na prevenção", diz o cardiologista Raul Dias dos Santos, diretor da Unidade Clínica de Lípides do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo, e um dos principais pesquisadores internacionais da área. "Hoje, com os recursos existentes, apenas 30% dos pacientes que já tiveram algum problema cardiovascular mantêm o LDL em torno de 70 mg/dl, o que é ideal."Isso mostra que é preciso abrir novas frentes de batalha. E é o que está sendo feito. Para baixar o LDL, estuda-se a eficácia de uma substância, a ser tomada em uma única dose semanal injetável.
Seus primeiros resultados serão apresentados no encontro americano de cardiologia. Chamada de mipomersen, ela está sendo testada em seis pacientes do InCor com alterações genéticas que fazem o LDL atingir níveis muito altos, em torno de 500 mg/dl. A substância tem um mecanismo de ação completamente diferente dos remédios disponíveis e pode reduzir o LDL em mais 25% além da diminuição promovida pelas estatinas. "Em cerca de seis semanas, diminuímos o colesterol de alguns pacientes de 500 para 140 mg/dl. Mas, em outros, a droga não teve efeito", conta Santos, coautor do estudo.
Ainda no InCor, o pesquisador Carlos Eduardo Negrão, diretor da Unidade Ainda no InCor, o pesquisador Carlos Eduardo Negrão, diretor da Unidade retardam sua oxidação. Quando essa oxidação acontece, o LDL se torna mais nocivo. "O exercício o torna menos lesivo", explica Negrão. O trabalho foi publicado na revista da Sociedade Americana de Fisiologia. Atento aos avanços da medicina, o executivo Fábio Beltrão, 39 anos, está entre os que apostam nos poderes do exercício para baixar as gorduras no sangue. "Descobri que o LDL estava alto quando fiz exames para entrar no time de corrida da empresa. Agora, treino sob monitoramento", diz ele.
Há investimentos também para elevar o HDL. Com exercícios e dieta, por exemplo, é possível melhorar até 15% o padrão desse colesterol bom. Mas o benefício dessa ordem só vale para quem tem barriguinha ou possui triglicérides - outro tipo de gordura - alto.
Quem é magro não tem resultados tão expressivos. Por isso, há uma corrida das companhias farmacêuticas em busca de alternativas. Hoje, a principal opção disponível é o ácido nicotínico.
O problema é que ele dá efeitos colaterais desconfortáveis - vermelhidão no rosto e suor excessivo. No ano que vem chegará ao Brasil um remédio que deve acabar com o problema. Ele combina o ácido ao laropipranto, substância que impede as complicações. Também estão em estudo dois novos remédios, o dalcetrapibe e o anacetrapibe, que prometem subir em torno de 40% o HDL.
Outro foco é o conhecimento de frações pouco estudadas, como o oxicolesterol. Ele é produzido, por exemplo, quando alimentos ricos em gordura são esquentados, como frango frito ou hambúrgueres.
Em estudo com cobaias na universidade de Hong Kong, o colesterol total dos animais alimentados com oxicolesterol subiu 22% mais do que o daqueles que não o ingeriram.
Discutem-se ainda formas mais eficientes de avaliar o risco. uma delas é dosar, no exame de sangue, a quantidade de PCR (proteína C reativa) de pessoas com LDL normal, como já se faz de rotina no Canadá. Por quê? Trata-se de um marcador de risco de inflamação que, quando elevado, indica que o LDL pode se tornar mais perigoso. Mais um trabalho, publicado em junho na revista "Circulation", sugere dar maior atenção ao colesterol não HDL. Ou seja, a fração total menos o HDL. O que isso indica? uma mistura de todas as outras partículas de gordura circulantes no sangue que podem de fato entupir as artérias. "Além do LDL, outras gorduras são prejudiciais. Verificamos que 20% dos pacientes que tinham o LDL nos níveis certos possuíam alguma outra gordura ruim fora de controle, o que é um risco", diz Raul dos Santos.Mas pelo menos fazer o exame que mede o colesterol vai ficar mais fácil. Pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, afirmam que não é preciso jejuar antes de testar o colesterol. Fundamentada em dados de exames de 300 mil pessoas, a pesquisa coordenada pelo pesquisador John Danesh indica que os resultados sem jejum são iguais aos dos exames convencionais. Muitos outros estudos endossam esses resultados. É uma dificuldade a menos para ajudar na batalha para conservar a saúde.O duplo desafio das mulheres-
Elas têm mais dificuldades para controlar o mau colesterol e ao mesmo tempo elevar o bom
Um estudo coordenado pelo cardiologista Raul dos Santos, de São Paulo, revelou que os homens que já sofreram infarto ou acidente vascular cerebral tinham mais sucesso em atingir os níveis adequados de LDL do que as mulheres nas mesmas condições. Dados inéditos do trabalho serão publicados na edição de novembro da revista "American Heart Journal". Eles mostram que, além da dificuldade de controlar o LDL, as mulheres costumam apresentar níveis menores de colesterol protetor, o HDL. Em 9,9 mil pacientes, o HDL baixo foi encontrado em 32% das mulheres, contra 27% dos homens. Para eles, os inimigos que se revelaram mais atuantes na derrubada do bom colesterol foram a diabetes e o cigarro. Para elas, a lista inclui a diabetes, a pressão alta, o cigarro e a obesidade abdominal. As mulheres da família Cruz Antônio - a mãe, Guiomar, suas filhas Gisele e Fernanda, e sua neta Marcela, 9 anos - sabem bem o que é lutar para manter os níveis da gordura equilibrados. Por causa de uma tendência genética, todas têm dificuldade, mesmo com remédios. "Mas continuamos firmes nos cuidados", diz Fernanda.A LIÇÃO DA BACTÉRIA-Cientistas descobrem micro-organismo que destrói o colesterol
Um grupo de cientistas da Universidade Complutense de Madrid, na Espanha, encontrou, entre tantos tipos de bactérias que vivem no esgoto, uma espécie que tem a capacidade especial de degradar muito rapidamente resíduos de colesterol. Deram a ela o nome de Gordonia cholesterolivorans. "Nós acabamos de isolar os genes dessa bactéria para conhecer seus mecanismos de funcionamento", disse à ISTOÉ o pesquisador Oliver Drzyzga, que liderou o trabalho. O que eles querem é entender como o microorganismo metaboliza a gordura de modo tão eficiente, na esperança de encontrar no processo mais uma forma de controle do colesterol no organismo humano. "Pretendemos modificá-la geneticamente para criar compostos que possam ser usados no setor farmacêutico e médico."

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Pesquisa testa nova técnica para regenerar mama após câncer

Pesquisadores australianos estão testando uma nova técnica para estimular o crescimento natural de tecidos da mama para reconstruir os seios após cirurgias de mastectomia em pacientes de câncer.
A técnica, já testada em porcos, consiste em implantar uma espécie de "molde" em forma de seio sob a pele do peito da mulher, sob o qual seriam injetadas células musculares da própria paciente para estimular a produção natural de gordura no local.
Os cientistas do Instituto de Microcirurgia Bernard O'Brien, de Melbourne, pretendem começar os testes em humanos no próximo ano, inicialmente com seis mulheres.
Segundo eles, a nova técnica seria capaz de criar novos seios mais naturais do que com os métodos atuais de reconstrução, além de reduzir a quantidade de cicatrizes.
O estudo foi apresentado nesta semana em uma conferência sobre cirurgias plásticas em Sydney.
Gel de células
Segundo os cientistas, após a implantação do molde, a gordura cresceria naturalmente para formar um novo seio no formato determinado.
O molde conteria um gel feito a partir de células musculares da própria paciente para estimular a produção de novos tecidos.
Para Anthony Hollander, especialista em engenharia de tecidos da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, o principal atrativo da nova técnica é sua simplicidade e o fato de o crescimento do tecido ocorrer dentro do próprio corpo.
Segundo ele, o avanço tecnológico da nova técnica é a utilização do molde feito de material biológico para manter as células novas em seu lugar.
No futuro, os cientistas australianos pretendem desenvolver o material do molde para que ele se torne biodegradável e não necessite de uma intervenção cirúrgica para retirá-lo após o crescimento do novo tecido.
Mas Hollander adverte que, para que a técnica tenha sucesso, os cientistas precisam garantir primeiro que as células cancerosas sejam totalmente removidas e que novas células cancerosas não cresçam no processo de reconstrução do seio.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O melhor amigo das mulheres

Pesquisa revela que os exercícios físicos são mais benéficos à população feminina que à masculina. Em compensação, elas sofrem mais para conseguir começar a praticá-los.Caminhadas, corridas, natação, tênis, musculação, pilates, yoga ou hidroginástica: não importa qual atividade física a mulher escolha, todas valem a pena. E mais: um recente estudo mostrou que os exercícios podem ter um impacto mais positivo nas mulheres do que nos homens. Eles têm, por exemplo, a capacidade de diminuir mais o nível de LDL, o chamado colesterol “ruim”, entre elas — em relação ao resultado obtido pelos homens. Se os resultados são melhores, por outro lado, dar o primeiro passo ou mesmo continuar no caminho para uma vida saudável é mais difícil para elas. O segredo, de acordo com os cientistas, é esquecer quantas calorias se vai perder e pensar mais na saúde e no bem-estar que o esforço físico pode trazer.
Durante nove anos, uma equipe da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, fez um estudo com 9 mil voluntários, completamente sedentários e de meia idade, de 45 a 64 anos. O resultado foi surpreendente. As mulheres conseguiram abaixar consideravelmente os níveis de colesterol LDL, e melhoraram o quadro geral da saúde. Para os homens, contudo, a atividade física não fez diferença nos exames periódicos. “O nosso objetivo não era entender a questão biológica, mas acreditamos que as mulheres tiveram um resultado melhor do que os homens por causa de uma questão hormonal”, disse ao Correio Keri Monda, uma das coordenadoras do programa de pós-graduação do Departamento de Epidemiologia da universidade.
Para cada 60 minutos de exercício moderado e cada 30 minutos de atividade intensiva por semana, o resultado foi uma redução de 3,97mg/dL em mulheres brancas, e 10,55mg/dL em mulheres negras. Segundo a cientista, exemplos de exercício moderados são caminhadas leves, musculação ou boliche, e de exercício intensivo são basquete, caminhadas em trilhas ou dança moderna. A perda do colesterol foi ainda maior para mulheres que já tinham passado pela menopausa: 5,91mg/dL L em mulheres brancas e 14,68 mg/dL em mulheres negras.
Dificuldades
A lição é antiga: atividade física faz bem para a saúde física e mental. Segundo Michelle Segar, pesquisadora do Instituto de Pesquisa de Mulheres e Gênero da Universidade de Michigan e fundadora do site Essential Steps, para mulheres, contudo, é mais difícil começar e fazer exercícios físicos durante toda a vida do que para os homens. E os dois principais motivos femininos para não se exercitarem é “falta de tempo” e “falta de motivação”. “São motivos verdadeiros e não desculpas, mas eles podem estar escondendo um problema”, explica a psicóloga.
As mulheres têm dificuldade de priorizar o seu próprio bem-estar, porque elas têm a cultura e sofrem a pressão de cuidar sempre dos outros primeiro. “É difícil ter tempo para fazer exercícios se você não se sente confortável em arrumar tempo para se cuidar. A falta de motivação é por causa do jeito que as mulheres enxergam a atividade física — como apenas uma forma de perder peso, e não para se sentir bem”, esclarece Michelle.
Para começar, é preciso mudar de atitude e pensamento. Se a motivação para caminhar, correr, nadar ou ir para uma academia for apenas perder peso, as chances de desistir são maiores. Segundo a psicóloga, as mulheres estão culturalmente acostumadas a pensar apenas nos aspectos negativos do exercício. O estigma de que é preciso sofrer para ter algum resultado, ou de que a malhação só funciona depois de muita dor, não ajuda ninguém a gostar do exercício físico.
Sandra Starling, 65 anos, foi sedentária até chegar aos 50. Com a maturidade, também veio a vontade de se movimentar e se cuidar. A deputada federal aposentada começou com caminhadas e ficou viciada em exercícios, até ter um problema na coluna por causa do esforço. “Foi quando eu caí na real, e vi que tinha que saber até onde eu poderia ir”, conta. Depois de passar também por um enfisema pulmonar e sofrer com a pressão alta, ela encontrou o equilíbrio. Faz musculação e atividades aeróbicas, inclusive caminhadas de costas, que, segundo ela, “fazem bem para o cérebro”. Tudo com a ajuda de um personal trainer. “Na minha idade, o prazer mental de fazer exercícios é muito maior do que o meu prazer físico”, revela Sandra.
Prazer
A primeira dica para mudar é esquecer o sofrimento e procurar uma atividade física prazerosa. “Relembre aquela atividade que você gostava de fazer quando era criança. Também tente não exagerar na dose e fazer com que o exercício se torne um fardo. Ele tem que fazer parte da sua vida, sem estresse”, aconselha Michelle.
Para Ludmila Faria Guedes Coelho, 29 anos, essa é uma realidade. A funcionária pública aprendeu a gostar de praticar esportes na infância, e hoje tenta equilibrar a vida atribulada com o exercício físico. “Quando eu posso, vou nadar no clube na hora do almoço. À noite, faço pilates, capoeira ou spinnig. Tento variar, para não virar rotina e enjoar”, conta.
A família também teve um papel importante na hora de encarar a atividade física como uma oportunidade de bem-estar, e não obrigação. “Meu pai sempre me estimulou a praticar esporte. E até hoje a família costuma caminhar junta domingo de manhã. É um momento para a gente ficar junto também”, observa Ludmila. A flexibilidade de fazer o que mais gosta também é importante. Ela não se sente culpada se não consegue ir à academia, e é justamente quando está cansada ou estressada que a funcionária pública acredita que seja a hora de colocar o tênis para ir à luta.
Para as mulheres com mais de 30 anos, a atividade física é essencial, segundo a pesquisadora norte-americana. Quanto antes a mulher mudar de atitude em relação ao exercício, melhor, mas nunca é tarde para começar. “Depois dos 25 anos, é importante levar seu corpo a sério, porque, caso contrário, a perda de funcionabilidade e fraturas são possibilidades reais no futuro”, indica Michelle.
Mônica Gusmão Barcellos, 52 anos, só abriu os olhos para o exercício quando precisou. Depois de levar um tombo em casa, fraturar o tornozelo e ficar dois meses sem andar, ela se viu obrigada a cuidar mais do corpo. Depois da fisioterapia, era necessário recuperar a massa muscular. As recomendações médicas a levaram para os aparelhos de musculação. “Eu era sedentária, então, no início, parecia que eu estava em outro planeta: não me reconhecia lá no meio dos aparelhos, e todas aquelas pessoas muito focadas no exercício”, conta.
Desde então, muito mudou. Agora, a empresária chega a ir duas vezes por dia à academia. Faz um pouco da série de manhã e volta à noite para finalizar. Só descansa nos fins de semana. “Eu nunca gostei de exercício, mas agora deixou de ser um sacrifício. Acho que, pelo resultado que tive, em apenas seis meses, teve um efeito fantástico na minha saúde”, confessa.
Para ir à luta
Veja as dicas da psicóloga americana Michelle Segar para mudar de atitude e começar a se movimentar para ter mais saúde e bem-estar:
Tome uma decisão consciente: você quer começar a ter os benefícios que a atividade física traz, como melhora do humor, redução do estresse, mais energia e qualidade do sono
Analise o que você quer de uma atividade física e tome uma atitude: quer se livrar do estresse? Faça atividades ao ar livre. Quer melhorar sua vida social? Matricule-se na academia ou chame algum amigo ou membro da sua família para caminhar
Planeje o seu dia. O exercício tem que fazer parte dele. Permita-se deixar um compromisso de lado para ir à academia
Avalie se a atividade física que você escolheu lhe proporciona a experiência que você queria ter. Se não foi positivo, tente um novo tipo de atividade física, um professor diferente, uma outra hora do dia, mas não desista
Sua saúde e seu bem-estar devem ser sua prioridade. Lembre-se de que, por você, vale a pena gastar seu tempo
Para praticar
Escolha uma atividade física e faça meia hora de exercícios intensos ou uma hora de exercícios moderados para fazer diferença na sua saúde:
Exercícios moderados
Caminhada, musculação, dança de salão e hidroginástica
Exercícios intensos
Corrida, judô, natação e ciclismo