quinta-feira, 30 de abril de 2015

Cinco maneiras de combater a obesidade infantil

Problema comum no Brasil pode desencadear nas crianças doenças consideradas de adultos, como diabetes, hipertensão e insônia

Obesidade infantil
Maiores vilões da obesidade infantil são alimentação inadequada e sedentarismo(Thinkstock/VEJA)
No passado, criança gordinha era sinônimo de criança saudável. Hoje, a obesidade infantil - como a adulta - é um problema de saúde pública. Quase metade (47,6%) das crianças brasileiras de 5 a 9 anos tem obesidade ou sobrepeso, de acordo com dados do IBGE. Na faixa etária de 10 a 19 anos, um em cada quatro (26,45) está acima do peso. Alimentação inadequada e sedentarismo são os principais vilões da obesidade infantil. Em menos de 5% dos casos, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o excesso de peso se deve a doenças endocrinológicas.
Para avaliar se crianças e adolescentes estão acima do peso, médicos se baseiam em um gráfico de índice de massa corpórea (IMC), método que divide o peso pela altura ao quadrado. A análise dos resultados, no entanto, é diferente daquela utilizada para adultos. A criança é considerada com sobrepeso quando seu IMC está acima da média de 85% das crianças saudáveis da mesma idade. Já a obesidade é diagnosticada se o resultado ultrapassa 97% da representação. Esse cálculo vale para crianças e adolescentes com mais de cinco anos.
A obesidade infantil pode causar nos pequenos problemas considerados de adultos, como diabetes, colesterol alto, insônia e hipertensão. "Essa criança também terá mais predisposição à obesidade no futuro", diz o médico nutrólogo Daniel Magnoni, da Divisão de Nutrição Clínica do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo.
Cuidados - De acordo com os médicos, em praticamente 100% dos casos, os culpados pela obesidade infantil são os pais. Afinal, o ambiente familiar determina o comportamento do filho até a idade adulta. "Será mais difícil uma criança ter um estilo de vida saudável se ela tem pais sedentários que comem junk food", diz Luiz Vicente Berti, endocrinologista do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, em São

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Os benefícios da vitamina D à saúde

Pesquisas mostram que o nutriente está relacionado não apenas ao fortalecimento dos ossos, mas também à prevenção de doenças como diabetes e câncer

Luz solar
A luz solar é a principal fonte de obtenção da vitamina D(Thinkstock/VEJA)
A vitamina D, exaustivamente estudada por cientistas ao redor do mundo, costuma dividir opiniões na comunidade médica. O nutriente pode ser encontrado em alimentos como bacalhau, salmão, leite e gema de ovo, mas sua fonte principal é o sol - o pivô da discordância. Enquanto alguns médicos defendem que a única maneira de garantir quantidades suficientes da vitamina é por meio do banho de sol sem o uso de protetor solar, outros defendem que a cota deve ser obtida com alimentos e suplementos.

Independentemente da fonte, a vitamina D traz diversos benefícios à saúde. O nutriente promove a absorção de cálcio e protege contra males ligados ao sistema ósseo, como fraturas e osteoporose. Mas não é só isso. Saiba o que mais a ciência já provou sobre a vitamina D.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Seu gato sofre com convulsões? A razão pode ser a 'síndrome de Tom e Jerry'



Ruídos agudos podem provocar crises em gatos mais velhos, de acordo com estudo publicado nesta segunda-feira. Amassar papel alumínio ou bater a colher contra o prato de comida do animal são alguns estopins




Gatos
Os pesquisadores investigaram as causas das convulsões e descobriram que são características da Crise Reflexa Audiogênica de Felinos (Fars, na sigla em inglês)(VEJA.com/Thinkstock)
Amassar papel alumínio, chacoalhar chaves ou bater a colher contra pratos ou copos pode levar gatos mais velhos a ter convulsões. Até o barulho de digitar no computador ou o clique do mouse seriam estopins para as crises dos animais, de acordo com um estudo feito por pesquisadores britânicos publicado nesta segunda-feira na revista Journal of Feline Medicine and Surgery, especializada em medicina animal. Os sons agudos desencadeiam um distúrbio conhecido como "síndrome de Tom e Jerry", nome dado por causa do gato Tom, personagem de desenho animado que exibe movimentos bruscos e atrapalhados em resposta a ruídos de seu rival, o rato Jerry.
Na pesquisa, os veterinários investigaram as causas da síndrome e das convulsões e a batizaram formalmente de Crise Reflexa Audiogênica de Felinos (Fars, na sigla em inglês). Os seres humanos também podem sofrer essas crises, em resposta a certos sons. De acordo com os veterinários, a idade média de início das crises nos gatos é de 15 anos, com idades variando entre 10 a 19 anos. "A expectativa é que a publicação do documento sensibilize os veterinários sobre esta síndrome", afirmam os pesquisadores no estudo.
Tom e Jerry - Relatos de donos de gatos começaram a se multiplicar nos últimos anos, depois que a imprensa internacional noticiou alguns casos da síndrome de Tom e Jerry. Como não havia qualquer investigação científica sobre o distúrbio, os pesquisadores do centro veterinário Davies Veterinary Specialists e da University College de Londres, ambos na Grã-Bretanha, decidiram elaborar um questionário online sobre esses casos incomuns e enviá-lo aos proprietários de gatos cadastrados pela International Cat Care, entidade britânica de bem-estar felino.
Nas respostas, muitos donos de animais se disseram frustrados, pois os veterinários eram incapazes de diagnosticar o problema. Eles relataram desde breves contrações musculares de seus animais de estimação a episódios mais sérios, em que o pet perde a consciência. Com base nos dados das informações de 96 gatos, os pesquisadores descobriram que os sons eram de fato o gatilho para as crises convulsivas. Animais mais velhos, com e sem pedigree, foram afetados. A raça Sagrado da Birmânia foi a que mais teve crises: 30 dos 96 gatos. Os pesquisadores afirmam que, como os gatos são mais velhos, os veterinários normalmente confundem a síndrome com outros problemas de saúde mais comuns.
No futuro, os autores do estudo pretendem explorar possíveis tratamentos para as convulsões, que muitos donos de animais disseram que podem ser evitadas, pelo menos uma parte do tempo, mantendo os gatos à distância de certos sons.


Entenda o comportamento dos gatos


(Da redação)

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Com 222 mil casos, estado de SP bate recorde histórico de dengue

Número deste ano foi contabilizado até o dia 22 de abril pelo CVE.
Governo quer acelerar testes de vacina contra a dengue.

Do G1 São Paulo
O número de casos de dengue confirmados no estado de São Paulo em 2015 chegou a 222.044 e bateu o recorde histórico, segundo boletim divulgado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), vinculado à Secretaria da Saúde do Estado. Os dados, reunidos a partir de informações repassadas pelas 645 prefeituras, foram atualizados até o dia 22 de abril e estão disponíveis no site da CVE.
De acordo com o órgão, o número de casos deste ano é o maior desde o início da série, em 1987, superando 2013, que contabilizou 209.052 casos.
O número total é a soma de pessoas que contraíram a doença em municípios do estado (casos autóctones), e das pessoas que residem em cidades paulistas mas contraíram em outros estados (casos importados).
A secretaria estadual afirma que desde janeiro foram confirmados 212.904, pois só leva em consideração os casos autóctones. Por este critério, o número de casos de 2015 também supera os de 2013, quando foram registrados 201.498 casos autóctones, segundo o site do CVE.
De acordo com a secretaria, 98 pessoas morreram com a doença no estado até 13 de abril.
Cerca de 2/3 de todos os casos de dengue neste ano foram concentrados em apenas 30 municípios paulistas, entre elas a capital paulista.
As primeiras três semanas do mês de abril tiveram 10.902 novos casos confirmados, de um total de 32.472 notificações (suspeitas).
O governo de São Paulo e o governo federal querem acelerar os testes da vacina contra a dengue estudada pelo Instituto Butantan em 13 mil pessoas. Se os testes forem aprovados, a vacina pode ficar disponível em 2016 ou no máximo até 2017.
 A vacina, que começou a ser elaborada há dois anos, deu bons resultados em fases anteriores. Os pesquisadores do instituto e da Faculdade de Medicina da USP fizeram a vacina com o vírus da dengue enfraquecido. Ela foi fabricada para combater os quatro tipos de vírus que existem no país em uma única dose.
Na primeira fase, 50 voluntários foram vacinados e, na segunda fase, 130 pessoas. Os cientistas dizem que os resultados são promissores.
Capital
A Prefeitura de São Paulo diz ter registrado 20.764 casos confirmados de dengue nas 14 primeiras semanas do ano. O número corresponde ao contabilizado de 4 de janeiro a 11 de abril, e é quase três vezes maior que o de 2014, quando a cidade computou 7.126 casos. No mesmo período de 2013, foram registrados 1229 casos.
A incidência segue maior na Zona Norte, que apresenta 38,5% dos casos, sendo 2,384 mil registrados na Brasilândia, bairro com alta taxa e principal foco das ações de controle da administração municipal.
Os dados foram divulgados na tarde desta quinta-feira (23), pelo secretário-adjunto da Saúde, Paulo Puccini. “A incidência segue alta, mas dentro de um controle que a gente imaginava”, disse o secretário.

No total, a capital registra cinco mortes provocadas pela dengue, 22 ainda estão sendo investigadas e 19 já foram descartadas.
Infográfico detalha como a dengue age no corpo (Foto: G1)
 

sábado, 25 de abril de 2015

A crise mexe com a cabeça do brasileiro

Cresce o número de pessoas que procuram ajuda para tratar sintomas de ansiedade e de depressão causados por problemas como o desemprego, a dificuldade para pagar dívidas e a falta de confiança no futuro do País

Cilene Pereira (cilene@istoe.com.br) e Fabíola Perez (fabiola.perez@istoe.com.br)
O brasileiro anda vivendo dias difíceis. No trabalho, a pressão por bons resultados é intensa e a ameaça de perda do emprego, constante. Quem foi demitido sofre a angústia de tentar se recolocar profissionalmente e se deparar com portas cada vez mais fechadas. Nos jornais, a avalanche de más notícias econômicas e políticas desenha um cenário asfixiante, de perspectivas pouco animadoras para os próximos meses. Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria captou em números a sensação da maioria da população: o medo do desemprego cresceu 32% de dezembro a março e o Índice de Satisfação com a Vida caiu 8% em relação a dezembro. É o menor índice da série histórica.
01-01.jpg
 
Essa atmosfera tão pesada começa a produzir repercussões na saúde mental dos brasileiros. Nos consultórios médicos, os últimos meses têm sido marcados pelo aumento no número de pessoas em busca de ajuda para lidar com sintomas de ansiedade e de depressão desencadeados pelas incertezas e aflições da crise que vive o País. “Só tinha visto algo parecido logo depois do 11 de setembro”, afirma o psiquiatra carioca Leonardo Gama Filho, que atende em sua clínica no Rio de Janeiro desde 1992. “O total de pessoas com queixas relacionadas à situação atual se elevou exponencialmente”, diz. Também no Rio de Janeiro, a psiquiatra Rita Jardim contabiliza maior busca por auxílio, inclusive no serviço público. “Desde o início do ano passei a atender no mínimo 16 pacientes por dia. Antes, eram 12”, conta a médica, que atende no Hospital Psiquiátrico Municipal Jurandyr Manfredini. A psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da seção brasileira da International Stress Management Association - associação internacional dedicada à pesquisa científica e à prevenção do estresse - observa panorama semelhante em seu consultório em Porto Alegre. “Nas últimas semanas houve acréscimo de 30% na busca por informações sobre o atendimento e de 15% nos novos pacientes por causa da crise”, conta.
02.jpg
A maioria dos indivíduos chega na frente do médico com queixas de insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, apatia, cansaço. Na origem dos sintomas estão o medo de perder o emprego, a ansiedade em saber se será possível encontrar um novo trabalho e a continuidade de notícias ruins sobre o País, sem perspectiva de que isso mude a curto prazo. “A crise traz uma situação de alerta a todos, que gera insegurança”, explica Ana Lúcia Mandelli de Marsillac, do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina. Além disso, o clima atual também pode recrudescer a manifestação da ansiedade e da depressão em pacientes já diagnosticados. “Nesses indivíduos, em tratamento e sabidamente predispostos, o noticiário negativo leva ao agravamento dos sintomas”, explica o psiquiatra Márcio Bernik, coordenador do Ambulatório de Ansiedade do Hospital das Clínicas de São Paulo. Não é à toa, portanto, que os pacientes que procuram o psiquiatra Leonardo Gama Filho, do Rio de Janeiro, saem com a recomendação de evitar assistirem aos telejornais.
A associação entre crises e doenças psiquiátricas é algo indiscutível aos olhos da ciência. A última grande lição sobre como uma coisa leva inexoravelmente à outra veio com o crash financeiro no qual os Estados Unidos e a Europa mergulharam em 2008, com consequências ainda desastrosas para muitos países. Nas nações mais fortemente afetadas, como Grécia e Espanha, boa parte da população sofreu pesadamente de ansiedade e pressão. Um levantamento realizado por pesquisadores espanhóis, por exemplo, demonstrou que entre os anos de 2006 e 2010 houve, na Espanha, 19% de aumento no número de casos de transtornos de humor, 8% no atendimento a crises de ansiedade e de 5% de doenças associadas ao abuso de álcool.
03.jpg
Ansiedade e depressão são enfermidades diferentes mas passíveis de serem desencadeadas em tempos complicados. Isso porque são resultado de uma combinação que inclui desde mecanismos desenvolvidos pelos homens ao longo de sua evolução até falhas na construção da resiliência – a capacidade de cada um de resistir às pressões. No caso da ansiedade, trata-se de um estado necessário à sobrevivência. É ela que ajuda o corpo a se preparar para uma situação adversa, ameaçadora. Por isso, vem marcada fisicamente por respostas que deixam o organismo pronto para reagir: aumentam a pressão arterial e o batimento cardíaco e deixam o cérebro em alerta.
O problema é quando esse estado de prontidão não se desarma. Desta forma, a possibilidade de haver um remanejamento na empresa ou de não conseguir pagar a próxima prestação do carro é capaz de acionar de novo e de novo o esquema, trazendo um sofrimento tão grande e tão freqüente que a pessoa tem dificuldade para viver sua vida normalmente. É o que os médicos chamam de ansiedade disfuncional. Ou seja, ela perdeu sua função principal, a de ajudar o corpo a responder, e passou a ser uma doença.
Na depressão, a reação é outra.
04.jpg
Duas das marcas da enfermidade são a apatia e a extrema dificuldade de enxergar novas perspectivas, a luz no fim do túnel. Circunstâncias difíceis – como as experimentadas atualmente no Brasil - engrossam o caldo propício à manifestação ou ao agravamento de ambas as características.
Um ponto comum no desencadeamento da ansiedade e da depressão é um processo fisiológico que tem por trás o estresse crônico – algo que tende a se acentuar em dias como os atuais. São cada vez mais evidentes as constatações científicas de que submeter a mente ao estresse durante períodos mais extensos promove mudanças no cérebro que deixam as pessoas mais vulneráveis às duas enfermidades. Uma delas é o aumento no surgimento de células produtoras de mielina (bainha que recobre as fibras nervosas) e menor produção de novos neurônios. Isso provoca uma quebra no delicado equilíbrio do sistema de transmissão de informação entre um neurônio e outro, predispondo o cérebro a apresentar falhas em seu funcionamento que podem resultar nas duas enfermidades.
05.jpg
Como não se tratam aqui de questões simples de serem resolvidas, para as quais exista apenas uma saída, o tratamento das duas doenças exige medidas diversas. Do ponto de vista médico, elas incluem o fornecimento de medicação e psicoterapia. Os remédios são os antidepressivos e os ansiolíticos. Os primeiros atuam sobre o sistema de serotonina, umas das substâncias que faz a comunicação entre os neurônios e que está envolvida, entre outras funções, no processamento das emoções. Eles não causam dependência e alguns são indicados também para casos de ansiedade. Já os ansiolíticos impedem a ação do GABA, substância presente no sistema nervoso central que também age na comunicação entre os neurônios. Desta maneira, reduz a velocidade do funcionamento do sistema, atenuando os efeitos da ansiedade. Alguns podem causar dependência de acordo com a dose e o tempo de uso. Por isso, o ideal é que sejam usados em baixa dosagem e por curto espaço de tempo (entre três e quatro meses).
A opção pelo medicamento é uma atitude que deve obedecer a critérios claros. “Há situações nas quais não é preciso remédio”, explica o psiquiatra Miguel Jorge, professor do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “O momento adequado de indicar um remédio é quando a pessoa está vivendo a situação com sofrimento intenso e/ou quando ela está afetando seu dia a dia”, completa.
06.jpg
É consenso entre os especialistas também que a abordagem psicoterápica é fundamental. “Não é incomum, por exemplo, que uma pessoa que tenha quadro de pânico, mesmo sem crise há dois anos, não consiga ir ao cinema. Esse medo não passa com remédio. É preciso trabalhar a parte psicológica”, explica Miguel Jorge.
A modalidade de terapia mais indicada é a cognitivo-comportamental. Como diz o nome, ela atua nas esferas cognitiva, dos pensamentos, e de suas manifestações comportamentais. O objetivo é ajudar o paciente a identificar pensamentos que estejam associados ao aparecimento de sintomas, encontrar formas de neutralizá-los ou de transformá-los e mudar os comportamentos que normalmente estão a ele vinculados. Na prática, significa, por exemplo, auxiliar um paciente a dar nova avaliação a uma situação que considera ameaçadora. “Muitas vezes a pessoa hiper valoriza os riscos mas não enxerga os recursos que tem para superá-los”, explica a psiquiatra Gisele Gus Manfro, professora do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
O terapeuta estimula o indivíduo a perceber que está focando apenas no lado mais sombrio e o incentiva a encontrar maneiras mais positivas de analisar a questão. “Muitos indivíduos se depreciam, com pensamentos do tipo ‘não sou bom o suficiente para o mercado atual’. Isso potencializa a chance de apresentar ansiedade e estresse”, diz Allessandra Ferreira, especialista em gestão de pessoas e coaching. Uma das formas de evitar armadilhas como esta é aumentar a resiliência. “Em uma situação na qual muita gente já está perdendo emprego e vai receber o fundo de garantia, o que a pessoa pode fazer? Pode mapear o que tem de melhor e começar uma nova carreira. Um momento terrível pode ser um momento de libertação. A pessoa pode desenvolver uma vocação”, explica a psicóloga Mônica Portella, do Rio de Janeiro.
07.jpg
Opções como a prática da ioga e da meditação também têm respaldo científico de eficácia. Na Unifesp, há o estudo do mindfulness, prática que, por meio de exercícios de respiração, ajuda as pessoas a voltar a atenção para o presente, reduzindo a ansiedade em relação ao futuro. “Na rotina de trabalho agitada, as pessoas focam a atenção nas expectativas, no futuro, e não o que fazer no momento presente”, explica a psicóloga Isabel Weiss, pesquisadora da instituição paulista.
Uma ampla análise feita pela Organização Mundial de Saúde a respeito do impacto da crise europeia sobre a saúde mental apontou que medidas sociais também são importantes para amenizar os efeitos. Entre elas estão a instalação de programas de assistência a desempregados, de apoio às famílias com portadores de ansiedade e depressão e serviços que ajudem na renegociação de dívidas. Além disso, a entidade sugere o aumento no preço das bebidas alcoólicas.
08.jpg
Fotso: Gustavo Luz, João Castellano/Istoé; Thiago Bernardes/Frame, Gabriel Chiarastelli; Marcos Nagelstein

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Cuidado: seu pet pode transmitir infecções

Uma pesquisa publicada no 'Canadian Medical Association Journal' mostra que pessoas com o sistema imunológico enfraquecido são as mais vulneráveis a doenças transmitidas por animais de estimação

Animais de estimação: Cães, gatos e outros bichos são benéficos para o comportamento de crianças autistas
Raiva, salmonela, doença da mordida e da arranhadura do gato, toxoplasmose e giárdia são algumas das doenças que podem ser transmitidas pelos pets(VEJA.com/Thinkstock)
Muitas pesquisas já revelaram o apoio social e emocional proporcionado pelos animais domésticos. No entanto, além de benefícios, os bichos de estimação podem transmitir infecções, principalmente para pessoas com o sistema imunológico enfraquecido. Sabemos que eles podem nos passar raiva, toxoplasmose ou salmonela. Mas cachorros, gatos ou répteis também podem ser vetores de bactérias multirresistentes ou de moléstias pouco conhecidas e perigosas, como a doença da mordida do gato (causada pela bactéria Pasteurella multocida), doença da arranhadura do gato (bactérias do gênero Bartonella), gastroenterite (bactéria C. jejuni), ancilostomose (amarelão) ou ascaridíase. O alerta foi publicado nesta segunda-feira no periódico Canadian Medical Association Journal.
​Alexandre Barbosa, professor de infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp - Botucatu), explica que o risco de pessoas saudáveis adquirirem doenças transmitidas por animais de estimação é baixo, pois seu sistema imunológico consegue lutar contra as infecções. No entanto, pessoas vulneráveis como recém nascidos, crianças com leucemia, idosos, pessoas com aids ou que fazem tratamento com corticoides e adultos com câncer estão em risco.
Estudo - Os pesquisadores fizeram uma revisão de 500 artigos para explicar quais são os tipos de infecções transmitidas por animais de estimação, como ocorre a transmissão, quais são as formas de prevenção e qual é o papel dos profissionais de saúde nestes casos. De acordo com eles, o problema é que maioria das pessoas não está ciente dos riscos das doenças transmitidas ou causadas por animais e nem das práticas e recomendações para reduzir as chances dessa transmissão.
"Por exemplo, 77% das famílias que adquiriram um novo animal logo após um diagnóstico de câncer, optaram por um pet considerado de alto risco, como répteis ou filhotes", afirma Jason Stull, professor da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos.
Outro alerta dos pesquisadores é para o fato de que os médicos não costumam perguntar aos pacientes sobre o contato com animais de estimação, nem falam sobre os riscos de zoonoses, mesmo para pacientes com o sistema imunológico debilitado.
Prevenção - Todos os animais de estimação (cães, gatos, roedores, répteis e anfíbios) podem transmitir doenças para as pessoas e isso pode ser feito de diferentes formas. As mais comuns são mordidas, arranhões, contato com a saliva ou com as fezes do animal. Répteis e anfíbios são mais ardilosos e conseguem transmitir doenças indiretamente, ao contaminar as superfícies por onde passam.
Diante disso, os pesquisadores sugerem algumas medidas simples de serem aplicadas no dia a dia para ajudar na prevenção da transmissão destas doenças, como usar luvas de proteção ao limpar urina e fezes de animais, lavar as mãos após o contato com o pet e não permitir que o bichinho lamba sua face. Outras precauções como limpar regularmente o local onde o animal fica ou deixar caixas de areia longe da cozinha também são boas formas de evitar a doença. Além disso, adquirir um novo animal de estimação somente quando o sistema imunológico estiver mais resistente e levar seu bichinho regularmente ao veterinário também ajudam a minimiziar as chances de infecções causadas pela convivência com estes animais.
Barbosa recomenda que as pessoas não hesitem em procurar um médico em casos de acidentes com animais de estimação ou de infecções possivelmente associadas ao contato com os pets. "Toda mordida de animal, sem exceção, deve ser tratada em um pronto-socorro, pois podem causar infecções fatais. Arranhões negligenciados também podem causar graves de infecções de pele. Por isso, é bom ficar atento e sempre procurar um hospital" recomenda.
(Da redação)

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Menina faz parto de irmã após assistir a procedimento em série de TV

Trinity Culley acompanhava seriado escondido em seu quarto; caso ocorreu na Inglaterra.

Da BBC
Trinity Culley, de dez anos, pegou toalhas e ajudou mãe a dar a luz à irmã enquanto a família esperava uma ambulância para a maternidade  (Foto: BBC)Trinity Culley, de dez anos, pegou toalhas e ajudou mãe a dar à luz enquanto a família esperava uma ambulância para a maternidade (Foto: BBC)
Uma menina britânica fez o parto de sua irmã depois de ver o procedimento explicado em uma série de TV.
Trinity Culley, de 10 anos, pegou toalhas e ajudou sua mãe a dar à luz sua irmã enquanto a família esperava uma ambulância para a maternidade.
O caso ocorreu em Fringringhoe, em Essex, no sudeste da Inglaterra.
Dee Culley, mãe de Trinity, diz ter ficado "maravilhada com a atitude da filha", mas ao mesmo tempo "constrangida dela ter visto tudo".
"Nós certamente não vamos precisar ter o papo do tipo 'de onde vêm os bebês' depois disso", brincou ela.
Dee, de 28 anos, contou que entrou em trabalho de parto duas semanas mais cedo do que o previsto, no último dia 31 de março.
"Trinity desceu as escadas e pegou toalhas para me cobrir", disse ela.
"Ela disse apenas, 'Está tudo bem, mãe, eu vi como se faz (o parto) no One Born Every Minute (série de TV)'".
 Dee Culley, mãe de Trinity, diz estar "maravilhada" com atitude da filha  (Foto: BBC) Dee Culley, mãe de Trinity, diz estar "maravilhada" com atitude da filha (Foto: BBC)
A mãe afirmou estar "extremamente orgulhosa" depois que sua filha fez seu parto na casa da família.
Segundo Dee, Trinity não tinha a permissão de assistir à série de TV, mas vinha acompanhando o desenrolar do programa "secretamente" em seu quarto.
Jasmin Elizabeth-Rose nasceu com 3,2 quilos. O parto durou aproximadamente "cinco minutos".
Culley disse que ela e seu marido, Terry, de 34 anos, estavam "extremamente orgulhosos" de sua filha mais velha.
Trinity recebeu um castigo por ter assistido à série na TV dentro de seu quarto que, de acordo com seus pais, "aquele tipo de coisa não era para ela".
"Ela (Trinity) virou-se para mim e disse, 'Bem, mãe, se eu não tivesse assistido à série, eu não teria como saber o que fazer, certo?'", contou Dee.

sábado, 18 de abril de 2015

Cientistas revelam o que acontece ao estalar os dedos

Ao descobrir o que provoca o som das juntas estalando, pesquisadores canadenses sugerem que, provavelmente, o ato não causa nenhum mal às articulações

Estalar de dedos
Estudo revela que estalar os dedos pode indicar a saúde das articulações(iStockphoto/Getty Images)
Pode estalar os dedos sossegado. Provavelmente nenhum dano será feito às articulações e o som pode até indicar a saúde das juntas. A descoberta é de uma equipe de pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, que revelou pela primeira vez com método científico o que acontece quando estalamos as juntas. Passando os dedos de um participante do estudo por uma máquina de resssonância magnética, o grupo descobriu que é a criação de uma "bolha" na substância que lubrifica as articulações que causa o barulho - e não o atrito entre os ossos. O estudo foi publicado nesta quarta-feira na revista Plos One.
"É como a criação de um vácuo", explica Greg Kawchuk, professor do departamento de fisioterapia da Universidade e líder do estudo. "Uma vez que as superfícies das articulações se separam rapidamente, não há mais fluido disponível para preencher o volume crescente do conjunto, uma cavidade é criada, e esse evento é o que está associado ao som."

Vácuo - Para saber como as juntas estalam, os cientistas inseriram os dedos - um de cada vez - em um tubo conectado a um cabo e o puxaram devagar até a junta estalar. Foram feitas imagens de todas as etapas e de todos os dedos. "Ao fazer isso, foi possível ver claramente o que realmente acontece dentro das juntas" explica Kawchuk.
As ressonâncias mostraram que a separação das articulações causou a rápida criação de uma cavidade de gás dentro do fluido sinovial - uma substancia que lubrifica as juntas. É a criação desse espaço vazio que provoca o barulho.
Não faz mal - "As pessoas não gostam do barulho do dedo sendo estalado porque acham que há algum dano sendo feito" comenta Richard Thompson, outro cientista envolvido no estudo. No entanto, de acordo com os pesquisadores, não há evidências de que o barulho signifique que algum mal está sendo feito ao corpo.
Essa pesquisa dá suporte científico a uma teoria dos anos 1940 que usou radiografias para afirmar que era a criação de uma "bolha" que fazia as juntas estalar. No entanto, um estudo dos anos 1970, também com raios X, questionou o achado, propondo que era o estouro da bolha na articulação que criava o barulho.
"Por que podemos estalar algumas articulações e outras não? Ainda está em aberto a questão se a habilidade de estalar os dedos pode estar relacionada à saúde das juntas e a incapacidade de fazer isso pode ser um sinal de problemas", comenta Kawchuck.
Os autores acreditam também que o experimento pode ajudar a descobrir problemas nas juntas antes de os sintomas aparecerem. Além disso, pode ajudar a revelar por que as articulações desenvolvem a artrite ou se machucam.
(Da redação)

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Exercício de alta intensidade faz bem a pacientes com problemas cardíacos, diz estudo

Resultado da pesquisa brasileira contradiz norma atual, que recomenda prática de atividade física moderada a cardiopatas

- Atualizado em
Corrida ao ar livre é uma das atividades que, segundo estudo de Harvard, pode ajudar a melhorar a fertilidade masculina
O estudo mostrou que pacientes com doença arterial coronariana que realizam treino de alta intensidade têm eficiência cardiorrespiratória superior àqueles que realizam atividade física moderada(Thinkstock/VEJA)
Um estudo brasileiro mostrou que fazer treinamento intervalado de alta intensidade pode melhorar a eficiência cardiovascular e respiratória em pacientes com problemas cardíacos. Os resultados foram apresentados nesta quarta-feira, durante o 32.º Congresso de Cardiologia da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj).
Participaram do estudo 71 pacientes com doença arterial coronariana que foram divididos em três grupos: aqueles que realizaram exercício moderado durante 16 semanas, um grupo que não realizou exercício físico no mesmo período e um terceiro, que praticou atividade física de alta intensidade. A pesquisa foi realizada pelo Programa Total Care da Amil Rio de Janeiro, em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Os voluntários que realizaram o treino de alta intensidade passaram a ter uma eficiência cardiorrespiratória melhor do que o grupo que praticou atividade moderada. Por sua vez, os participantes que não fizeram nenhuma atividade física sofreram uma queda no rendimento cardíaco e respiratório.
Gustavo Cardozo, educador físico e um dos autores do estudo, afirma que essa é uma novidade e contradiz as recomendações existentes atualmente. "Pacientes cardiopatas são orientados a não realizar atividade física ou praticá-la de forma moderada, para não sobrecarregar o coração", diz. "Contrariando essa norma, o estudo mostrou que o treinamento intervalado de alta intensidade pode aumentar a eficiência cardiovascular e respiratória, melhorando a qualidade de vida destas pessoas."
Cardozo ressalta que indivíduos com cardiopatias precisam passar por uma avaliação clínica e física antes de iniciar qualquer atividade física. "Eles também devem treinar com a supervisão de um educador físico para ministrar a intensidade dos esforços", afirma.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Dengue causa superlotação e altera rotina de hospitais particulares de SP

Muitos pacientes relatam horas de espera por atendimento e centros médicos confirmam que têm registrado crescimento na demanda e até fizeram contratações

AE
dengue-hosp-div-483x303.jpg
 
O avanço dos casos de dengue na capital paulista já superlota hospitais particulares e causa o redimensionamento de equipes médicas. Muitos pacientes relatam horas de espera por atendimento e centros médicos confirmam que têm registrado crescimento na demanda e até fizeram contratações.

O processo de atendimento da analista financeira Thaís Pinheiro, de 32 anos, demorou seis horas na terça-feira, 14, no Hospital Samaritano, em Higienópolis, na região central. O marido dela, o designer gráfico Reinaldo Peticor, de 37 anos, também está com a doença e segue internado no local.

"Demorei seis horas entre pegar senha, ir para a triagem, ser atendida e tomar o soro. Fui liberada, mas meu marido estava com as plaquetas baixas e precisou ficar internado. Mas está tudo tomado por pessoas com dengue. Ele está em um boxe no pronto-socorro porque não tem quarto (disponível)."

Thaís relata que no domingo, quando os sintomas começaram, procurou outro hospital, que também estava lotado. "Tem muita gente com suspeita de dengue. Os lugares estão todos cheios." Procurado, o Hospital Samaritano informou que Peticor foi transferido para um quarto na tarde de quarta-feira, 15. E destacou que oferece "suporte e atendimento" aos casos de suspeita de dengue.

Levantamentos dos grupos particulares também mostram esse quadro. O jornal O Estado de S. Paulo consultou nove hospitais e o aumento no número de pacientes com suspeita de dengue foi verificado na maioria. O 9 de Julho, em Cerqueira César, por exemplo, registrou 474 casos de suspeita nos três primeiros meses deste ano, ante 227 em 2014.

A infectologista e diretora técnica do centro médico, Regina Tranchesi, explicou que a instituição colocou um médico a mais no período da noite. "A gente fica monitorando, caso precise de mais médicos. Mas, com essa estrutura, está dando para atender a demanda."

O Hospital Infantil Sabará também já opera com acréscimo de equipe de médicos e de triagem. O número de casos até março supera todo o ano de 2014, quando foram confirmados 50 casos no local. Neste ano, 80 pacientes foram diagnosticados com a doença. No Hospital Santa Catarina, somente no mês de março, o atendimento da ala infantil dobrou em relação a fevereiro de 2015.

Já no Hospital Santa Isabel, o aumento de pacientes começou a ser notado em fevereiro. Por dia, em média, sete pessoas são internadas com a doença.

O Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos informou que, hoje, cerca de 70% das pessoas que procuram o pronto-atendimento da unidade, na Vila Clementino, zona sul, relatam sintomas de dengue. Um fluxo de atendimento específico foi organizado para atender a demanda.

Na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo houve um aumento de quatro vezes no número de casos suspeitos de dengue no primeiro trimestre deste ano, em relação a igual período de 2014. O Hospital Alvorada registrou aumento semelhante: nos três primeiros meses deste ano, acolheu 55 pacientes. No mesmo período de 2014, foram 13. Os Hospitais Albert Einstein e São Luiz também relataram aumentos.

Rede pública
A lotação já virou rotina nas unidades municipais e nas tendas instaladas pela Prefeitura. Na tarde de quarta-feira, a cabeleireira Helena Soares, de 49 anos, deparou-se com o Hospital Geral Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte, lotado. "Cheguei às 11 horas e tinha muita gente. O problema mesmo é a dengue." Ela só foi liberada por volta das 16 horas.

Igreja do interior de SP vira centro de atendimento à doentes
Sorocaba, no interior de São Paulo, chegou a 42,3 mil casos de dengue confirmados por exame de laboratório ou diagnóstico clínico, segundo boletim divulgado na quarta-feira, 15, pela Secretaria de Saúde do município. Com 15 mortes confirmadas - 4 a mais que na semana anterior - e outras 15 sob investigação, a cidade enfrenta a maior epidemia de dengue no Estado de São Paulo. Unidades de atendimento aos doentes estão sendo instaladas até em igrejas.

O Centro de Monitoramento Norte começou a receber pacientes no salão principal da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Além das instalações, o templo dos mórmons cedeu voluntários. Estudantes das escolas de enfermagem de três universidades locais também prestam serviços voluntários sob a coordenação da equipe médica. O local, com 15 poltronas para hidratação, tem capacidade para 250 pacientes por dia e só não vai funcionar aos domingos.

Sorocaba já atingiu média de 530 casos de dengue a cada 100 mil habitantes, mas o secretário Francisco Fernandes acredita que a epidemia se estabilizou. Mesmo assim, as unidades de saúde estarão abertas no fim de semana e no feriado de terça. No último fim de semana, as duas unidades principais atenderam 1.130 pacientes.

Entre as cidades que atualizaram os números da dengue, Campinas passou a ter 26,9 mil casos, dos quais 22,5 mil confirmados, e quatro mortes confirmadas, além de cinco óbitos em investigação. Limeira, na mesma região, relatou 21,9 mil casos - 6,8 mil confirmados por exames e 12 mortes com a causa confirmada, além de 4 suspeitas. Em Marília, centro-oeste do Estado, são 13,4 mil casos confirmados, além de 8 mortes.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Excesso de peso atinge 52% dos brasileiros, aponta Ministério da Saúde

De acordo com levantamento, índice aumentou 23% nos últimos nove anos. Pesquisa mostrou também que 17,9% da população é obesa

Por: Marcela Mattos, de Brasília
Osteoporose: Estudo descobre que acúmulo de gordura é fator de risco para osteoporose em homens obesos
Sobrepeso: prevalência é maior entre homens do que entre mulheres(Thinkstock/VEJA)
Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira mostra que metade da população brasileira está acima do peso. Conforme dados coletados pelo Vigitel de 2014, 52,5% da população adulta do país está acima do peso ideal, um aumento de 23% nos últimos nove anos, quando a taxa era de 43%. Já o índice de obesidade - caracterizada quando a pessoa tem índice de massa corpórea acima de 30 - apresentou uma estabilização nos últimos três anos. No entanto, ele ainda é considerado alto: atinge 17,9% dos brasileiros.
Ao traçar o perfil da população com sobrepeso, a pesquisa constatou que o índice é maior entre a população masculina, que registrou uma taxa de 56,5%. Entre as mulheres, o índice cai para 49,1%. Já quando avaliado o colesterol, os dados se invertem: 22,2% da população feminina disseram ter diagnóstico médico alto da taxa, ante 17,6% dos homens. No país, 20% da população afirma ter colesterol alto. Os dados mostram ainda que o sobrepeso é maior em pessoas de 45 a 64 anos e com menor escolaridade.
O levantamento também traz dados detalhados das capitais: São Luís (MA) é a que apresenta menor índice de excesso de peso (46%), enquanto Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Fortaleza (CE) lideram o ranking (56%). Já Florianópolis (SC) destaca-se como a capital com menor índice de obesidade (14%). No topo da lista está Campo Grande (MS).
Maior cidade brasileira, São Paulo é a capital onde menos se pratica atividade física: apenas 30% dos adultos se exercitam. Em Florianópolis, o índice chega a 47%. Conforme a avaliação do Ministério da Saúde, a taxa paulistana pode ser justificada pela falta de espaço para a prática de atividades e um longo período de tempo em deslocamento dentro de veículos.
Nacionalmente, a frequência de adultos que praticam atividade física no tempo livre aumentou 18% nos últimos seis anos. De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, se não fosse esse dado, o sobrepeso da população brasileira seria ainda maior. "O excesso de peso também é determinado pela alimentação. Enfrentar os fatores de risco é decisivo para uma vida mais saudável e para poder evitar complicações, mortes e sequelas. Todos nós temos ganhos imediatos na medida em que enfrentamos fatores de risco e transformamos a promoção da saúde em um elemento constitutivo da sociedade", disse.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 150 minutos semanais para a prática da atividade física. Ainda conforme a entidade, 3,2 milhões de mortes por ano no mundo são atribuídas à atividade física insuficiente.
Para a elaboração da pesquisa, foram ouvidas, via contato telefônico, 40 853 pessoas com mais de 18 anos nas 27 unidades da federação.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Diabetes gestacional pode aumentar o risco de autismo no bebê, diz estudo

Crianças cujas mães tiveram a doença na 26ª semana de gravidez apresentaram um risco 42% maior de desenvolver o distúrbio

Grávida
Além de aumentar os riscos de a criança desenvolver autismo, a diabetes gestacional pode levar a outros problemas de saúde para a mãe, como maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 e maior probabilidade de dar à luz a um bebê grande(Thinkstock/VEJA)
Um estudo publicado nesta terça-feira no periódico Jama mostrou que crianças cujas mães tiveram diabetes gestacional na 26ª semana de gravidez apresentaram um risco 42% maior de desenvolver algum tipo de transtorno do espectro autista.
Os pesquisadores examinaram os registros eletrônicos de saúde de mais de 322 000 crianças nascidas nos centros médicos da Califórnia, nos Estados Unidos, entre janeiro de 1995 e dezembro de 2009. Elas foram acompanhadas por aproximadamente 5,5 anos e, após o ajuste de fatores como idade, escolaridade, etnia, renda familiar da mãe, entre outros, o aumento no risco de desenvolver autismo associado à diabetes gestacional foi de 42%, quando comparadas a crianças cujas mães não tiveram a doença.
Os autores afirmam que ainda são necessários mais estudos para provar uma relação de causa e efeito entre diabetes gestacional e o aumento do risco de autismo nos bebês. "Estudos futuros também deverão avaliar se o diagnóstico precoce e o tratamento do diabetes gestacional pode reduzir o risco da doença", disse Anny H. Xiang, principal autora do estudo.
Autismo e diabetes - Transtorno do espectro autista é um grupo de deficiências marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicação, de interação, de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
A diabetes gestacional é um tipo de diabetes desenvolvida ou diagnosticada durante a gravidez e que pode levar a outros problemas de saúde para a mãe, como maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 e maior probabilidade de dar à luz a um bebê grande.
(Da redação)

segunda-feira, 13 de abril de 2015

10 sinais de alerta para os idosos

Alguns sintomas comuns após os 60 anos precisam de cuidados de um especialista. Fique atento a eles, pois nem sempre são facilmente percebidos e podem causar danos com o passar do tempo
Male doctor discussing reports with senior patient suffering fro
Muitos remédios
Tomar mais do que cinco medicamentos diferentes por dia é considerado um fator de risco pelos efeitos colaterais das drogas. Evite a automedicação.
Visão ruim
A redução da capacidade de visão é natural no envelhecimento. De repente os óculos antigos não atendem mais. O problema pode ser controlado e requer a intervenção médica.
Dores articulares
São corriqueiras com a idade quando suportáveis. Merecem atenção caso comprometam a qualidade de vida, limitem movimentos ou as articulações apresentem inflamações.
Tristeza
A idade avançada não é razão para desânimo, isolamento, fuga das aglomerações e falta de interesse pela vida. Vale investigar pois pode ser sintoma de depressão.
Insônia e hipersonia
Problemas com o sono como a falta dele (insônia) ou o excesso (hipersonia), além de alterações do ciclo do sono, podem ocorrer devido àquele cochilinho no meio da tarde. Para evitá-los, pratique atividades físicas e sociais.
Doenças crônicas
Doenças como diabete, colesterol, hipertensão, enfarte surgem ou se agravam após os 60 anos. Merecem ser diagnosticadas e são controladas com medicamentos que permitem uma vida normal.
Incontinência urinária
Consequência natural da idade, é gerada pela deficiência dos órgãos. Muitas vezes é escondida, mas quando identificada é tratável e controlada
Quedas
Quando se torna constante é um sinal de que algo não vai bem. Podem ser geradas por tonturas ou problemas musculares. A causa precisa ser investigada e merece uma intervenção específica.
Esquecimento
Leves lapsos de memória são normais. A não ser que ocorram numa evolução progressiva e gerem dificuldades no dia a dia, quando atividades de rotina passam a ser esquecidas.
Problemas de audição
Ruídos e dificuldade de ouvir são comuns após os 60. Quando o volume da tevê está alto demais e a necessidade de repetir uma conversa é constante, é necessário o acompanhamento de um especialista.
Fontes | Débora Alcântara Lopes, geriatra, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – PR (SBGG/ PR). Rosecler Vendruscolo, mestre em Educação Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR).