terça-feira, 10 de julho de 2012

Após 80 dias, cantor Pedro Leonardo tem alta de hospita


Ele sofreu um grave acidente de carro no fim de abril, ficou em coma por mais de um mês e chegou a sofrer duas paradas cardíacas, mas se recuperou

Marina Pinhoni
Cantor Pedro Leonardo deixa hospital em São Paulo, após 80 dias internado
Cantor Pedro Leonardo deixa hospital em São Paulo, após 80 dias internado - Diogo Moreira/Frame/Folhapress
O cantor Pedro Leonardo, filho do sertanejo Leonardo, teve alta nesta segunda-feira do hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde estava internado havia mais de dois meses. Ele sofreu um grave acidente de carro no final de abril, na fronteira entre Minas Gerais e Goiás, quando viajava para Goiânia depois de um show em Uberlândia. Ao deixar o hospital, mesmo com a voz debilitada por causa da recuperação, o músico fez questão de agradecer aos fãs e saiu pela porta da frente. "Muito obrigado a todos pelas orações, do fundo do coração. Agora, vamos para a rua. Vamos comer uma galinhada", brincou o cantor, sobre um prato que teria pedido à mãe.
O pai esteve no hospital para buscar o filho. Antes, falou com a imprensa e os fãs que aguardavam a saída do cantor na frente do Sírio. "Meu coração não está nem batendo, está apanhando", disse Leonardo. "Estou muito feliz. Foram dois meses de muita turbulência, mas a fé é mais forte", afirmou o cantor, antes de agradecer a todos os que estiveram envolvidos na recuperação, do motorista à equipe de médicos do Sírio Libanês. Também esteve presente o primo de Pedro, Thiago, que considerou a recuperação do cantor, sua dupla sertaneja, um "milagre". O cardiologista Roberto Kalil Filho, responsável pela equipe que cuidou de Pedro no Sírio, não soube precisar em quanto tempo o cantor voltará aos palcos, mas disse que nos próximos seis meses ele deve levar uma vida normal. O médico afirmou ainda que Pedro não tem sequelas do acidente e que fala e anda normalmente.
Pedro, que sofreu traumatismo craniano e lesão no peritônio, membrana que reveste os órgãos digestivos, ficou em coma induzido e levou um mês para acordar. Ao despertar, cumprimentou a mãe: “Oi, mãe”. No Sírio, foi submetido a traqueostomia e a uma cirurgia ortopédica para correção de uma fratura de fêmur. Antes, o cantor já havia passado por uma operação de emergência para a retirada do baço no hospital municipal de Itumbiara (GO), onde chegou desacordado logo após o acidente. Foi também em Itumbiara que o cantor sofreu uma parada cardíaca, três dias após o acidente, de dez minutos. Há duas semanas, o sertanejo completou 25 anos e recebeu a visita da mãe, da mulher e da filha. Durante a recuperação, o cantor perdeu 40 kg (entrou no hospital pesando 127 kg, saiu pesando 87 kg).
Biografia - Em 2002, Pedro lançou, junto com seu primo Thiago, o álbum Toque de Mágica. No mesmo ano, a dupla foi convidada por Marlene Matos para participar do projeto Jovens Tardes, da Globo, durante duas temporadas. Em 2004, o cantor fez uma participação no filme infantil Cine Gibi e, em 2005, atuou no filme Dois Filhos de Francisco, fazendo o papel de seu pai, o cantor Leonardo. Em 2009, Pedro participou do reality show A Fazenda, sendo eliminado na última semana do programa. Pedro é pai de Maria Sophia, nascida em maio de 2011. A menina é a primeira neta do cantor Leonardo.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Proteína pode proteger organismo de qualquer tipo de gripe


Pesquisa com camundongos mostrou que a EP67 deixa o sistema imunológico mais ativo apenas duas horas após sua aplicação

H1N1
Vírus H1N1, causador da gripe Influenza A: proteína pode acelerar resposta do sistema imune contra a doença(Reprodução)
Combater o vírus da gripe é extremamente complicado. As vacinas protegem, mas apenas contra um tipo específico do vírus, e perdem sua eficácia assim que uma nova cepa surge. Os antivirais, como o Tamiflu, nem sempre funcionam a contento e, ainda por cima, os vírus podem se tornar resistentes a eles. Um pesquisa realizada por cientistas da San Diego State University, nos Estados Unidos, indica que a melhor saída pode ser ajudar o sistema imunológico a combater o vírus antes que ele se instale e cause a doença.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Innate Immune Induction and Influenza Protection Elicited by a Response-Selective Agonist of Human C5a

Onde foi divulgada: revista Plos ONE

Quem fez: Sam D. Sanderson, Marilyn L. Thoman, Kornelia Kis, Elizabeth L. Virts, Edgar B. Herrera, Stephanie Widmann, Homero Sepulveda, Joy A. Phillips

Instituição: Centro de Biociências Donald P. Shiley, da San Diego State University

Dados de amostragem: camundongos infectados com o vírus H1N1

Resultado: A proteína sintética EP67 é capaz de ativar o sistema imunológico apenas duas horas depois de ser administrada, característica que pode ser usada no combate ao vírus da gripe.
Em um estudo publicado nesta sexta-feira no periódico científico Plos ONE, os pesquisadores anunciaram a descoberta de que a proteína sintética EP67 é capaz de ativar o sistema imunológico apenas duas horas depois de ser administrada. A proteína já é usada junto com vacinas, graças a essa propriedade. Mas o estudo mostra, pela primeira vez, que ela tem potencial para ser administrada isoladamente.
"O vírus da gripe é bastante ardiloso e engana o sistema imune por dias antes da doença se manifestar", diz Joy Phillips, coordenadora do estudo e pesquisadora do Centro de Biociências Donald P. Shiley, da San Diego State University. "Nossa pesquisa mostra que a introdução da EP67 provoca uma reação quase imediata do sistema imunológico, bem antes do que o corpo normalmente teria."
Como a proteína funciona diretamente no sistema imunológico, ela poderia ser usada contra qualquer cepa do vírus da gripe ou mesmo contra variantes que ainda nem foram identificadas, como aconteceu em 2009, quando houve uma epidemia global de gripe suína. Também poderia ser usada, segundo os pesquisadores, como terapia de emergência contra infecções respiratórias ou causadas por fungos.
Os primeiros testes, feitos em camundongos, se mostraram promissores. Os animais que receberam a EP67 nas primeiras 24 horas após serem infectados pelo vírus H1N1 (gripe suína) não ficaram doentes, ou pelo menos não tão doentes, quanto os que não receberam a proteína. "E, mais importante, os camundongos tratados com a proteína um dia depois de receberem doses letais de H1N1 não morreram", afirma Joy.

sábado, 7 de julho de 2012

Apneia do sono é mais frequente e grave em dias mais frios


Estudo brasileiro observa que no inverno, número de paradas respiratórias por hora de sono é 20% maior

Sono
Apneia do sono: diabetes e obesidade são alguns dos problemas associados ao distúrbio (Stockbyte/Thinkstock)
Um estudo brasileiro concluiu que a apneia do sono, que ocorre quando a respiração é bloqueada e o indivíduo fica momentaneamente sem ar, é mais grave nos meses mais frios do ano. Em artigo publicado neste mês no periódico Chest, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) mostraram que dias mais frios aumentam a incidência do distúrbio e também a quantidade de paradas respiratórias por hora de sono.

Saiba mais

APNEIA DO SONO
É a forma mais comum dos distúrbios respiratórios, e acontece quando a respiração é bloqueada, deixando a pessoa sem ar. Isso provoca ronco e a interrupção do sono. O problema é geralmente associado a obesidade, diabetes, pressão alta, ataques cardíacos e derrames. Pesquisas anteriores já associaram esse tipo de desordem também a doenças cardiovasculares, depressão e câncer.
Após acompanharem 7.500 pacientes de uma clínica de sono ao longo de dez anos, os autores observaram que, nos períodos do ano em que a temperatura era mais baixa, 34% das pessoas que procuraram a clínica sofriam apneia do sono. Essa taxa foi de 28% nos dias mais quentes. Além disso, no inverno, os indivíduos sofriam, em média, 18 paradas de respiração em uma hora enquanto dormiam, um número 20% maior do que o registrado no calor.
Segundo os pesquisadores, há diversos fatores que podem explicar esses achados. No inverno, eles explicam, aumentam os problemas associados às vias aéreas, que intensificam a gravidade dos sintomas da apneia do sono. Além disso, algumas condições meteorológicas, como maior pressão atmosférica e níveis elevados de poluentes concentrados no ar, também estão relacionados ao distúrbio.

Clique nas perguntas abaixo para saber mais sobre os distúrbios do sono:


*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.

Crescem 44,2% exames de mamografias no SUS-Ce

Apesar do aumento de procedimentos, a mortalidade pelo câncer de mama subiu 102%, entre 2000 e 2010 
O Ceará teve um aumento de 44,2% no número de mamografias realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS), se comparado o primeiro trimestre de cada ano, desde 2010. Nos últimos três anos, foram feitos 18.182 exames desta natureza. Já em 2011, esse valor foi para 19.265 e, em 2012, o quantitativo soma 26.228 mamografias.


O Estado tem, atualmente, 114 mamógrafos funcionando, dos quais 79 são de comando simples, e apenas 35 permitem melhor diagnóstico FOTO: ALEX PIMENTEL 

O crescimento detectado no Estado foi maior que a média nacional. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o País registrou, em 2012, um aumento de 19% no total destes procedimentos.

Apesar da variação, o Ceará ainda vive em estado de epidemiologia para este câncer. Isso porque, há dez anos, a mortalidade para esta neoplasia só cresce. De acordo com o Departamento de Informática do SUS (Datasus), no intervalo de 2000 para 2010, houve um aumento de 102% na mortalidade por neoplasias malignas de mama.

Para se ter uma ideia, em 2000 morreram 243 mulheres por esse tipo de tumor. Já em 2010, esses óbitos subiram para 493. Para o mastologista do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), Fernando Melo, só haverá uma redução na mortalidade daqui há alguns anos, com a disseminação das mamografias.

O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES Net), do Ministério da Saúde, aponta que, hoje, o Ceará possui, em uso, exatos 114 mamógrafos. Destes, 79 são de comando simples e 35 são com estereotaxia, que permite um melhor diagnóstico de imagem.

Para Fernando Melo, esse quantitativo é louvável, porém, três obstáculos têm que ser transpostos para que consigamos reduzir a mortalidade pelo câncer de mama em mulheres.

Qualidade

"Primeiro de tudo, temos que melhorar a qualidade destes equipamentos. Muitos, sequer, possuem o selo do Colégio Brasileiro de Radiologia. Depois, temos que redistribuir melhor estes equipamentos e, por último, tem que haver uma sensibilização maior por parte das secretarias municipais na liberação de exames de biopsia estereotaxia", disse o mastologista do ICC.

Segundo Melo, a maior parte destes equipamentos estão na Capital. O CNES Net ratifica o que o médico diz. Segundo o sistema, 60% dos mamógrafos do Estado estão em Fortaleza, ou seja, exatos 69 equipamentos. "Não faltam aparelhos, muitos estão ociosos e mal distribuídos. É preciso consertar o erro e melhor redistribuir", diz Melo.

Em março de 2011, o governo federal lançou o Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo de Útero e de Mama. O programa prevê o fortalecimento da rede de prevenção, diagnóstico e tratamento destas neoplasias.

Os investimentos giram em R$ 4,5 bilhões até 2014. No ano passado, o SUS ampliou em 22% os recursos para assistência oncológica no Brasil. O Ministério da Saúde fechou 2011 com um investimento de R$ 2,2 bilhões no setor - em 2010, foi R$ 1,8 bilhão. Esse aumento de investimento serviu para ampliar e qualificar a assistência aos pacientes em hospitais públicos e privados que compõem o SUS, incluindo o câncer de mama.

THAYS LAVORREPÓRTER

quinta-feira, 5 de julho de 2012

CE é o 5º em número de casos de H1N1 no País

No Nordeste, o Estado ocupa ainda o primeiro lugar com relação ao registro de casos confirmados e óbitos
O período de chuvas já passou, contudo, a preocupação com o vírus H1N1 permanece. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde revelam que o Ceará, até 28 de junho deste ano, está em quinto lugar entre todos os Estados do País em relação ao número de casos confirmados da manifestação mais complexa da doença, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), e de óbitos, neste empatado com Goiás.

Segundo o órgão, o Ceará já contabiliza 46 ocorrências da doença e cinco óbitos. No Nordeste, as estatísticas envolvendo o Ceará também são negativas. O Estado está em primeiro lugar tanto no total de casos registrados quanto em mortes causadas pela gripe A. Santa Catarina, com 458 ocorrências, São Paulo, 92, Rio Grande do Sul, 65, e Paraná, 63, são aqueles com a maior quantidade de casos confirmados no Brasil. Apenas em Santa Catarina, 35 pessoas morreram em decorrência do H1N1. Em todo o País, o Ministério da Saúde já confirma 790 casos e 85 mortes.

De acordo com a Secretaria da Saúde, depois da campanha de vacinação contra a gripe, praticamente não houve mais casos da doença Foto: Rodrigo Carvalho

Informações contidas no último boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) relatam que o Ceará, até 29 de junho, já confirmou uma quantidade ainda maior de casos de H1N1. Conforme o levantamento, 138 cearenses foram infectados pelo vírus e oito pessoas morreram por conta da doença, tendo sido notificados 511 casos suspeitos. Somente de SRAG, foram confirmadas, neste ano, 47 ocorrências.

Expectativa de redução
Apesar deste cenário, o coordenador de Proteção e Promoção à Saúde da Sesa, Manoel Fonsêca, considera que a tendência é que a ocorrência de H1N1 no Ceará diminua, tendo em vista a redução das chuvas. "Depois da campanha de vacinação contra a gripe, praticamente não tivemos mais casos. A expectativa é que em um mês tenhamos um ou dois registros. Mesmo com muitos casos, a letalidade foi baixa".

Para Fonsêca, o número expressivo de confirmações acontece devido ao trabalho de investigação por meio de exames clínicos que possibilitou detectar pessoas doentes assim que as mesmas apresentaram os sintomas, como febre alta e falta de ar.

Segundo conta, os testes permitiram que os números aparecessem e, assim, o Estado se preparasse para combater e prevenir a doença. "A alta incidência está ligada também ao fato de, no ano passado, ter acontecido um surto em Pedra Branca. O episódio disseminou ainda mais o vírus e, consequentemente, o esperado é que se tenha mais casos no ano seguinte".

O coordenador explica, ainda, que "agora a situação não é de alarde. Deste mês até outubro, a transmissão de doenças respiratórias diminui".

De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, a campanha de vacinação contra a gripe A, em 2012, atingiu cobertura acima de 80%. O órgão informa também que o Tamiflu, medicamento indicado para tratar a doença, está à disposição em todos os Estados.

JÉSSICA PETRUCCIREPÓRTER

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Pesquisadores desenvolvem pomada capaz de combater o câncer de pele


Por meio da nanotecnologia, produto atinge todas as camadas da pele e desativa genes responsáveis pelo surgimento dos tumores

Médico examina paciente com melanoma
Médico examina paciente com melanoma: pomada pode ser alternativa para combate ao câncer de pele (Peter Dazeley/Getty Images)
Pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, desenvolveram uma pomada capaz de tratar o câncer em todas as camadas da pele. Segundo o estudo, o produto consegue penetrar nas células, ‘desligando’ apenas os genes específicos responsáveis pelo surgimento dos tumores. Os resultados foram publicados nesta segunda-feira no periódico Proceedings of National Academy of Sciences (PNAS).

Saiba mais

NANOTECNOLOGIA
É a parte da ciência que estuda o controle da matéria em escala atômica e molecular, entre um e 100 nanômetros. Um nanômetro equivale a um milímetro dividido em um milhão de partes. Para se ter uma ideia, o fio de cabelo possui uma espessura média de 75.000 nanômetros. Com a nanotecnologia, os cientistas conseguem produzir materiais com propriedades especiais, controlando a forma como eles absorvem e espalham a luz e conduzem eletricidade e calor, por exemplo.
De acordo com os autores, é muito difícil fazer com que um produto de uso tópico atinja as camadas mais profundas da pele devido ao sistema de defesa do nosso corpo contra agentes externos. Mas isso foi possível com o uso de substâncias de espessura mil vezes menor do que a de um fio de cabelo, desenvolvidas por meio da nanotecnologia.
O material utilizado pelos pesquisadores foi um RNA (ácido núcleico) modificado. Ácidos nucleicos normais não conseguem penetrar nas células. Os que foram usados pelos pesquisadores ficam em volta de uma nanopartícula de ouro, como uma concha, programados para atacar os genes que provocam o câncer de pele. Após um mês de aplicação da pomada na pele de camundongos e em amostras de epiderme humana, os cientistas observaram que os testes foram bem-sucedidos e não demonstraram efeitos secundários negativos.

Leia também: FDA autoriza nova droga que combate câncer de pele
A pomada, explicam os pesquisadores, tem como objetivo inicial tratar o melanoma e o carcinoma de células escamosas, os dois tipos mais comuns de câncer de pele. Porém, eles acreditam que a abordagem possa ser utilizada em outras doenças de pele com causas genéticas e até mesmo outros problemas de pele, como as rugas que surgem naturalmente com a idade. "Esse é um marco na área de regulação dos genes. Concluímos que é possível tratar um problema de pele com precisão e riscos minimizados. Nós, agora, também podemos ir atrás de tratamentos para outros conjuntos de doenças", afirmam os autores.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Nascidos por reprodução assistida chegam a 5 milhões


Dados foram calculados para uma apresentação do Comitê Internacional para Monitoramento de Tecnologias de Reprodução Assistida

Reprodução assistida: as taxas de sucesso do procedimento estão em cerca de 30% por embrião transferido
Reprodução assistida: as taxas de sucesso do procedimento estão em cerca de 30% por embrião transferido
O número de bebês nascidos por reprodução assistida chegou a 5 milhões desde 1978, quando nasceu o primeiro bebê de proveta, a inglesa Louise Brown. Os dados do levantamento mundial serão apresentados nesta semana durante o Encontro Anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE, sigla em inglês), que teve início neste domingo em Istambul, na Turquia.
Os dados foram calculados para uma apresentação do Comitê Internacional para Monitoramento de Tecnologias de Reprodução Assistida (ICMART). Os dados finais têm como base os números de fertilização in vitro (IVF, sigla em inglês) e de ciclos de tratamento de microinjeção intracitoplasmática (ICSI, sigla em inglês, é a injeção de um espermatozoide dentro do óvulo) registrados no mundo até 2008 — com estimativa também para os três anos posteriores a essa data.
"Isso significa que a tecnologia tem sido muito bem sucedida no tratamento de pacientes inférteis", diz David Adamson, presidente do ICMART. De acordo com o especialista, a tecnologia para fertilização in vitro melhorou muito nos últimos anos. “As maiores barreiras de acesso às técnicas são econômicas ou sociais", diz Adamson.
Segundo os dados, os dois países mais ativos são Estados Unidos e Japão, mas a região mais ativa, de longe, é a Europa. Atualmente, nascem a cada ano cerca de 350.000 bebês por reprodução assistida.
Arte: Luciana Martins Souza
Fertilização arte
Europa — O dado europeu mais recente que será apresentado no Congresso é de 2009, e mostra que a demanda por tratamento continua a crescer — de 532.260 em 2008 para 537.287 em 2009. A média de disponibilidade de tecnologia para reprodução assistida na Europa está perto de 1.000 ciclos por milhão de habitantes. Isso varia, no entanto, entre os países e depende muito das políticas de financiamento locais. A disponibilidade na Europa é maior do que nos EUA, mas menor do que na Austrália.
Anna Pia Ferraretti, presidente do Consórcio para Monitoramento de IVF do Congresso, disse que a necessidade global de tecnologias para a reprodução assistida está estimada para ser de, ao menos, 1.500 ciclos por milhão de habitantes por ano. Isso é visto na Dinamarca (2.726 ciclos/milhão), Bélgica (2.562), República Tcheca (1.851), Eslovênia (1.840), Suécia (1.800), Finlândia (1.701) e Noruega (1.780).
As taxas de sucesso de um único ciclo de tratamento de IVF e ICSI — dados relativos a 2008 — aparentam ter estabilizado num índice de gravidez de cerca de 30% por embrião transferido. De acordo com Ferraretti, houve uma redução significativa no número de embriões transferidos. "A tendência geral na Europa de transferir menos embriões continua. Descobrimos que, em 2009, comparado com anos anteriores, foram realizados mais procedimentos com menos de três embriões ou com apenas um. Como resultado, os casos de trigêmeos caíram para menos de 1% e, pela primeira vez, os índices de gêmeos ficaram abaixo de 20% (19,6%)."
Clique nas perguntas abaixo para saber mais sobre a reprodução assistida: 

Renato Fraietta

Médico urologista com especialização em reprodução humana. Coordenador do Setor Integrado de Reprodução Humana da Unifesp, chefia uma equipe que atende 1.000 casais e realiza cerca de 500 ciclos de fertilização in vitro anualmente.



*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Novo dispositivo permite que pessoas paralisadas se comuniquem com a mente

Aparelho de ressonância magnética registra atividade cerebral e pacientes 'digitam' mentalmente letras em uma tela de computador

cérebro comunicação Comunicação pelo cérebro: aparelho de ressonância reconhece padrões cerebrais para reproduzir letras na tela de um computador (Thinkstock)
Pessoas que por algum motivo — acidente, derrame cerebral ou outras doenças — não conseguem falar terão uma nova chance de se comunicar. Pesquisadores desenvolveram uma técnica para que pessoas completamente conscientes, mas incapazes de se mover ou falar, consigam soletrar mentalmente com a ajuda de um aparelho de ressonância magnética. A pesquisa foi publicada no periódico Current Biology.

Saiba mais

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
A ressonância magnética é uma técnica que médicos usam para ter uma representação visual dos órgãos. Os pacientes deitam em uma cama que entra em um campo magnético altíssimo. Um segundo campo magnético é aplicado por um breve período de tempo em uma direção diferente. Essa mudança faz com que as imagens possam ser geradas. No experimento descrito nesta reportagem, os cientistas usaram um tipo especial de ressonância magnética que permite observar diferentes áreas do cérebro enquanto os pacientes executam tarefas.
A nova técnica foi desenvolvida pela equipe da pesquisadora Bettina Sorger, da Universidade Maastricht, na Holanda. O processo consiste em ler a mente do paciente por meio da ressonância magnética em busca de padrões cerebrais específicos que representem cada uma das letras do alfabeto e um que sirva para dar espaço entre as palavras.

Tudo que os pacientes precisam fazer é realizar uma tarefa mental que gere uma atividade cerebral específica para cada um dos 26 caracteres. É assim que os médicos conseguem codificar o alfabeto. No estudo, seis adultos saudáveis aprenderam a responder perguntas ao 'digitar' mentalmente letras em uma tela de computador.

Experimento — Os voluntários passaram por uma hora treinando padrões de pensamento para cada uma das letras. Tudo era monitorado por um aparelho de ressonância magnética especial, que media precisamente a atividade em diferentes partes do cérebro ao detectar a quantidade do fluxo de sangue.

As letras foram dispostas em três fileiras associadas a um tipo diferente de tarefa mental: desenhar uma forma com a mente, realizar um cálculo matemático ou repetir silenciosamente um trecho de algum texto. Os participantes conseguiram digitar letras para responder várias perguntas, como "Qual é o seu nome?" e "Qual foi o último filme que viu?"

O sistema conseguiu determinar a primeira letra de cada resposta 82% das vezes, mas um algoritmo de correção — o mesmo usado em smartphones para autocorrigir o texto digitado — elevou a taxa para 95% quando a segunda letra era levada em consideração. Quando a terceira era 'digitada', a taxa de acerto foi de 100%. O processo é lento. Em média, os voluntários levaram 50 segundos para selecionar cada caractere.

Outros projetos – Não é a primeira vez que cientistas desenvolvem um dispositivo para ajudar pacientes com paralisia a se comunicarem. O físico Stephen Hawking, que sofre de esclerose lateral amiotrófica, participa de um projeto chamado iBrain, que busca ler a mente com ajuda de um gravador de ondas cerebrais. Niels Birbaumer, da Universidade de Tübingen (Alemanha), em 2000, criou um dispositivo de tradução da mente que permite soletrar palavras e escolher imagens. O aparelho interpreta a atividade elétrica do cérebro em vez do fluxo sanguíneo. Outros experimentos incluem mover o ponteiro do mouse com a mente ou converter pensamentos em sons de vogais.
 
info-cerebro-comunicação

Confira primeira imagem de Pedro Leonardo após o acidente

Fotografia foi tirada neste sábado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Jovem cantor deve receber alta nas próximas semanas.

Do G1 SP, com informações do Fantástico
O Fantástico mostrou neste domingo (1º) a primeira imagem do cantor Pedro Leonardo após o acidente de carro que ele sofreu, em 20 de abril, em uma rodovia na divisa de Minas Gerais com Goiás. O jovem, que completou 25 anos na sexta-feira (29), deve ter alta nas próximas semanas.
A foto, obtida com exclusividade pelo programa dominical, mostra Pedro mais magro e sorridente. A recuperação impressiona a equipe médica que o assiste. “Ele estava em coma até uns dias atrás. Hoje fala normalmente, conversa, brinca, canta”, disse o médico Roberto Kalil Filho.
A imagem foi tirada no sábado (30), um dia após a festa de aniversário em que ele, enfim, matou a saudade da filha Sofia. O reencontro com a menina e os beijos dela foram seu principal presente de aniversário.
Festa
De acordo com Ede Cury,  assessora do sertanejo Leonardo, pai de Pedro, a pequena Sofia entrou no quarto mandando beijos para todos os lados. A filha, que tem um ano, foi levada ao Sírio-Libanês, em São Paulo, pela mãe, a arquiteta Thaís Gebelein.

Ao receber a garotinha, Pedro ficou emocionado, abraçou a filha, a beijou muito e a pegou no colo. Em seguida, chorou, segundo a assessora. Sofia já havia estado no hospital durante a internação, mas Pedro não tinha recobrado a consciência.
Pedro Leonardo está mais magro (Foto: Reprodução/Fantástico)Pedro Leonardo está mais magro (Foto:
Reprodução/Fantástico)
Uma das irmãs do cantor, Thaís Miziara lembrou ao chegar ao hospital que o tema da festa foi o super-herói Batman. “Ele desde pequeno é apaixonado pelo Batman, entre todos os heróis, é o que ele mais gosta”, contou Thaís. “A cada dia ele está melhor, é surpreendente a melhora.”
Ede Cury contou que Pedro pensou que poderia receber alta ainda na sexta. “O doutor Roberto Kalil brincou: ‘Vai sair logo, né?’ Pedro respondeu: ‘Vou sair hoje? “, contou Ede. Pedro chegou a comentar que pensou que poderia assistir ao jogo do Corinthians fora do hospital.

Fanático pelo time, o cantor reclamou ao encontrar, no quarto do hospital, balões amarelos e azuis. “São as cores do Boca”, disse Pedro, segundo Ede.

O cantor recebeu muitos telefonemas, inclusive do pai, que fez show no Nordeste. Segundo Ede, ele não ficou chateado com a ausência de Leonardo. Outra ausência perdoada foi a do primo Thiago, que compõe a dupla sertaneja com Pedro. Naquela noite, ele se apresentou sozinho em Pernambuco pela primeira vez e cantou com o público "Parabéns" ao primo.

domingo, 1 de julho de 2012

Pílula que concentra quatro drogas diferentes anti-HIV se mostra eficaz e segura em testes clínicos


Comprimido pode melhorar adesão dos pacientes ao tratamento da aids, reduzindo as chances de o vírus se tornar resistente aos antirretrovirais

Vírus HIV
Vírus HIV: tratamento que concentra quadro drogas que tratam a aids em uma se mostra seguro e eficaz nos testes clínicos (Thinkstock)
Testes clínicos envolvendo um comprimido que combina quatro drogas para o tratamento da aids mostraram que essa é uma alternativa segura e eficaz para pacientes recém diagnosticados com a doença. Segundo a pesquisa, publicada na edição desta semana da revista The Lancet, a pílula 'quatro em um', chamada Quad, tem uma atuação mais rápida, não apresenta efeitos colaterais neuropsiquiátricos e pode melhorar a adesão das pessoas ao tratamento.

Saiba mais

ANTIRRETROVIRAIS
Esse grupo de medicamentos surgiu na década de 1980 e atua no organismo impedindo a multiplicação do vírus. Eles não matam o HIV, mas ajudam a evitar que ele se reproduza e enfraqueça o sistema imunológico da pessoa infectada. Por isso, seu uso é fundamental para prolongar o tempo e a qualidade de vida do portador de Aids. Desde 1996 o Brasil distribui gratuitamente o coquetel antiaids para todos que necessitam de tratamento. Atualmente, existem 19 medicamentos, divididos em cinco classes diferentes. Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais combinados, sendo dois medicamentos de classes diferentes.
O pilar do tratamento destinado a um paciente infectado pelo vírus HIV é a combinação de ao menos três antirretrovirais. Essas drogas, embora reduzam drasticamente a presença do vírus no sangue, não conseguem agir nos vírus que estão inativos no organismo, e, portanto, não são capazes de curar a doença.
Os autores do estudo, que são do Hospital Brigham and Women, ligado à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, explicam que a adesão do paciente à terapia contra a aids é vital, e que deixar de tomar algum medicamento pode fazer com que o vírus HIV passe a ser resistente às drogas. “Trabalhos têm demonstrado que tratamentos com uma única pílula melhoram a adesão e a satisfação do paciente, além de ajudar a evitar erros de prescrição e reduzir a probabilidade de falha do tratamento e a resistência à droga”, diz o coordenador da pesquisa, Paul Sax.
Eficácia e segurança — Nos testes, os cientistas compararam, em 700 pacientes infectados pelo vírus HIV, o efeito do tratamento com a pílula Quad ao do melhor tratamento contra aids que está disponível atualmente. Após 48 semanas, os pesquisadores concluíram que o comprimido é tão eficaz e seguro quanto as opções disponíveis, com a vantagem de concentrar em apenas uma cápsula quatro drogas. No entanto, os pacientes que fizeram uso da cápsula apresentaram um maior índice de problemas renais.
“Se a pílula for aprovada pelas agências reguladoras dos países, essa seria a primeira vez em todos os medicamentos utilizados no tratamento da aids se concentrariam em apenas um comprimido, o que é um grande avanço. Seria mais uma opção de tratamento para pacientes com essa doença”, diz Brian Kearney, que também participou da pesquisa.
 

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