sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Não há cura, mas dá para ter dia com menos ressaca

"Eu aproveitei mais o álcool do que ele se aproveitou de mim", disse o estadista britânico Winston Churchill, que liderou seu país na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) bebendo todos os dias dos seis anos do conflito.

O líder britânico era a prova de que a genética afeta a capacidade do organismo de processar o álcool. Cada um tem sua tolerância máxima.

Por exemplo, seu amigo de ascendência japonesa fica logo vermelho depois que bebe? Ele tem uma mutação no gene responsável pela enzima que converte álcool em acetaldeído no fígado; e o acúmulo do acetaldeído deixa o rosto avermelhado.

Seres humanos normais não poderiam beber como o "profissional" Churchill. São esses, os "amadores", que se embebedam nas festas de fim de ano e acordam com uma paquidérmica ressaca.

Infelizmente, a medicina pouco tem a dizer sobre como "curar" a ressaca.

Uma análise da literatura médica sobre o tema, publicada em 2005 no "British Medical Journal", mostrou que são escassos os artigos tratando de curas da ressaca.

Os pesquisadores europeus vasculharam revistas médicas desde 1951 e acharam só 15 estudos sobre o tema. Alguns usavam remédios ou açúcares como glicose ou frutose; outros avaliavam suplementos alimentares. Nada funcionou.

CUIDADO, TÓXICO

No fundo, o que deixa a pessoa embriagada é a quantidade de álcool; dá para ficar tão bêbado tomando cerveja com 4% de álcool quanto vodca (40%); basta tomar dez vezes mais cerveja.

Misturar bebidas também não dá problema, se feito com moderação.

Em compensação, a mistura pode aumentar no organismo as substâncias "congêneres", subprodutos da fabricação da bebida, como a acetona e o tanino, mais comuns em vinho tinto, conhaque e uísque do que nas mais bebidas claras, como vodca.

Uma equipe liderada por Damaris Rohsenow, da Universidade Brown (EUA), testou os efeitos do bourbon e da vodca em 95 homens e mulheres, com idades entre 21 e 35 anos.

Cada bebida era misturada com refrigerante, para mascarar o gosto.

Eles não bebiam até cair, claro; seria difícil justificar um estudo assim para um comitê de ética. Mas chegavam a ficar embriagados. Rohsenow declarou que houve até casos de vômito para os pobres funcionários do laboratório limparem...

Resultado: "os congêneres de bebida aumentaram a intensidade da ressaca", escreveram os autores na revista "Alcoholism: Clinical and Experimental Research". O bourbon tem 37 vezes mais congêneres do que a vodca.

Repetindo, ressaca não tem cura comprovada. O jeito é controlar os sintomas no dia seguinte. E não tentar imitar Churchill.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Chega a 105 número de casos de cólera na República Dominicana

SANTO DOMINGO- Os casos de cólera na República Dominicana chegaram a 105 com a confirmação de 23 novos doentes, informou o governo à agência de notícias AFP . Não houve mortes e a maioria dos contagiados teve alta, segundo o Ministério da Saúde.
"Tivemos crescimento inusitado em San Juan e Azua", no sul do país, declarou o ministro da Saúde, Baustista Rojas.
De acordo com Rojas, dos 23 novos casos, 11 estão internados em hospitais e o restante já teve alta.
O funcionário garantiu que até agora a doença não provocou mortes, mas um caso está sendo examinado no sul do país. O primeiro contágio na República Dominicana foi confirmado há pouco mais de um mês.
A cólera apareceu pela primeira vez em outubro passado, na cidade haitiana de Mirebalais, região central do país onde a doença já fez mais de 2.500 mortos.
A ONU lançou recentemente uma comissão científica internacional para investigar a fonte do surto. Especula-se com insistência que a doença foi causada por soldados nepaleses da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Pesquisador identifica proteínas que podem diagnosticar câncer de tireoide

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) identificaram um conjunto de proteínas que pode ajudar no diagnóstico do câncer de tireoide. A ideia é criar um exame capaz de diferenciar com precisão os nódulos benignos dos malignos, evitando intervenções cirúrgicas desnecessárias. Os testes clínicos começam em janeiro.Até a década passada, quando a apalpação era a principal forma de detectar nódulos na tireoide, as anomalias eram verificadas em 7% dos adultos. À medida que o exame de ultrassom se tornou comum, nódulos pequenos passaram a ser identificados em mais de 60% dos pacientes.
O desafio hoje é identificar quais lesões são, de fato, perigosas. O método mais usado atualmente é a punção aspirativa por agulha fina (Paaf), que consiste na retirada de células da região para análise no microscópio. O problema é que em 30% dos casos o resultado desse exame é inconclusivo e os pacientes precisam ser submetidos à cirurgia para confirmação do diagnóstico.
"Apenas de 5% a 10% dos casos submetidos à cirurgia têm resultado de tumor maligno. A maioria das intervenções é desnecessária, só onera o sistema de saúde", diz a geneticista Janete Cerutti, principal autora do estudo.
Em parceria com a John Hopkins University Medical School, dos EUA, Janete descobriu que a existência ou não de determinadas proteínas no material obtido da biópsia cirúrgica estava associada à presença de tumores malignos. Em testes feitos entre 2002 e 2010, mais de mil possíveis bio-marcadores foram identificados. Os melhores candidatos foram testados em 300 amostras, que representam os diferentes grupos de tumores benignos e malignos de tireoide.
O desenvolvimento do exame passou por várias etapas. A mais recente, publicada no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, apresenta o conjunto de proteínas que, segundo os autores, poderiam determinar com 97% de precisão a presença de um tumor maligno.
Os testes clínicos para o desenvolvimento de um exame pré-cirúrgico serão feitos com amostras coletadas de pacientes do Hospital São Paulo. Além de identificar o câncer, o exame pode indicar a sua agressividade.
Medo. O exame pré-cirúrgico poderia ter evitado a retirada da tireoide da paisagista Valziria Peloia, de 54 anos. Há seis anos, exames de rotina indicaram dois nódulos e a punção de um deles foi inconclusiva. Por causa do histórico familiar, ela optou pela extração da tireoide. Análises após a operação mostraram que os dois nódulos eram benignos. "Tinha perdido um irmão por causa de um câncer. Não quis conviver com a dúvida."
Segundo a endocrinologista Laura Ward, apenas 20% dos pacientes submetidos a cirurgias realmente precisariam ser operados. "Quando há dúvida, costuma-se extrair a tireoide inteira. A reposição hormonal e a cicatriz são iguais, mas o risco de a lesão espalhar, se for maligna, é maior quando se tira apenas a metade que contém o nódulo." Há lesões benignas que podem ter indicação cirúrgica.
SAIBA MAIS
A tireoide-É a maior glândula do corpo humano e produz hormônios que regulam o funcionamento de todas as células.
Hipertireoidismo-Quando os hormônios são produzidos em excesso ocorre uma aceleração do metabolismo, podendo ocorrer agitação, diarreia, taquicardia, perda de peso, sudorese aumentada e irregularidade menstrual.
Hipotireoidismo-Quando os hormônios são produzidos em quantidade insuficiente são comuns sintomas como cansaço, intestino preso, ganho de peso, depressão, dor muscular e nas articulações, unhas finas e quebradiças e enfraquecimento do cabelo.
Câncer-A incidência de nódulos malignos na tireoide quintuplicou nas últimas décadas. A melhora no diagnóstico, o envelhecimento da população e o excesso de iodo no sal podem ser causas. 

domingo, 26 de dezembro de 2010

Efeitos das noites maldormidas

Que uma noite maldormida nos deixa com pouca atenção e cansados no dia seguinte, todo mundo sabe. Imagine então quando a situação se estende por duas, três ou várias noites seguidas. Um mês com dificuldades para pegar no sono e dormir pouco já configura insônia crônica, problema que atinge 30% da população mundial. E, a propósito, o tempo médio de sono vem diminuindo em todo o mundo. No início do século 20, a média era de nove horas. Atual­mente, fica em sete horas.
Dificuldade para emagrecer, prejuízos para a memória e comprometimento no crescimento são alguns dos efeitos da insônia. Há ações preventivas que podem ser adotadas (veja infográfico), mas quando elas não funcionam é necessário buscar ajuda.
O primeiro passo para recuperar o sono é fazer uma análise do que pode estar atrapalhando. Alguns inimigos comuns de uma boa noite de sono são conhecidos: assistir à televisão ou ficar no computador até tarde, praticar exercícios físicos durante a noite, deixar o quarto com uma temperatura muito elevada ou muito baixa, ingerir de alimentos e bebidas estimulantes depois das 18 horas (café, chocolate e refrigerantes com cafeína) e dormir em horários muito distintos durante a semana.
“O quarto não deve ser vinculado com outras atividades. É para dormir e relaxar”, ressalta a neurologista Patrícia Coral. Compensar noites maldormidas não é indicado, diz a também neurologista Luciana Palombini. “Só vai contribuir para desregular mais o sono.”
Depois, é necessário incorporar medidas de “higiene do sono”, evitando todos os maus hábitos citados. Terapia cognitivo-comportamental é um tratamento eficaz, caso o problema seja ansiedade. Outras técnicas de relaxamento, que envolvem respiração, ajudam. Quando a insônia não tem causa aparente, são utilizados medicamentos, desde indutores do sono até antidepressivos. Porém devem ser evitados. Os benzodiazepínicos (ansiolíticos, utilizados como sedativos) têm um risco elevado de dependência. “O acompanhamento médico deve ser minucioso, e o paciente não pode utilizar por tempo prolongado”, orienta a neurologista Márcia Assis. Patrícia Coral lembra que esses remédios geram tolerância e, com o tempo, só um comprimido não traz mais resultado. “Por isso deve se evitar a cultura de que é preciso tomar remédio faixa preta para dormir.”
Luciano Ribeiro, da Academia Brasileira de Neurologia, lembra que insônia não significa privação de sono. “Noites de insônia situacionais, por causa de um problema mais sério e que se resolve depois, não devem gerar preocupação. Se persistir por mais de 30 dias, é necessária avaliação médica.”

sábado, 25 de dezembro de 2010

Hospitais universitários têm contratos irregulares

Termina no dia 31 o prazo dado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para que hospitais universitários mudem o regime de contratação de cerca de 22 mil profissionais que trabalham nas instituições.
Os funcionários foram contratados ao longo de vários anos por meio das fundações de apoio das universidades, algo que TCU considera ilegal. Foram quatro anos de prazo para que algo fosse feito. Mas nada foi decidido.
"Estamos apreensivos. Não sabemos ainda se o governo pedirá a prorrogação, se apresentará uma proposta. A dúvida é o que fazer depois do dia 31", afirmou o presidente da Associação Brasileira de Hospitais Universitários e de Ensino (Abrauhe), Carlos Alberto Justo da Silva.
Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério do Planejamento afirmou que está atento ao prazo determinado pelo TCU e, caso necessário, um pedido de prorrogação de prazo será feito. Algo que, para a secretária de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Maria Paula Dallari talvez nem seja preciso. A secretária afirmou que uma proposta de solução será apresentada nos próximos dias.
Sem solução para o caso, profissionais passarão a trabalhar na ilegalidade. "Meu receio somente não é maior porque quem trabalha em hospital universitário enfrenta dificuldades históricas", afirma Justo da Silva.
Há no País 46 hospitais federais, que respondem por 30% dos tratamentos de média e alta complexidade. "Não estamos falando apenas em condições precárias. Esses hospitais formam os profissionais que vão trabalhar no País."
Segundo Maria Paula, alternativas começaram a ser discutidas durante o Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários, lançado em janeiro. O decreto definia que o Ministério da Saúde faria aporte de R$ 300 milhões neste ano, mas até agora foram repassados R$ 100 milhões.

Nova técnica recupera pulmões para transplante

Uma técnica aprendida na Suécia pela equipe de cirurgia torácica do Instituto do Coração (Incor) pode ajudar a diminuir a fila de espera por um transplante de pulmão. Com o método é possível recuperar órgãos que hoje não podem ser transplantados. Apesar dos bons resultados, a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) ainda não autorizou o transplante de pulmões tratados.
O transplante de pulmão é dos mais difíceis de serem realizados - no primeiro semestre deste ano foram transplantados 99 corações e 34 pulmões no País (os dados do segundo semestre não estão fechados). Isso ocorre porque o órgão sofre com os traumas que levam à morte cerebral (condição que permite o transplante) e com o tratamento para tentar salvar o paciente.
O soro injetado para estabilizar a pressão arterial e manter os rins em funcionamento entra nos pulmões, congestionando-os. Como consequência, perdem a capacidade de oxigenar o sangue e têm de ser descartados.
"A técnica desenvolvida por Steen (o médico sueco Stig Steen) facilita a redução do edema. Ele criou uma solução que circula pelos vasos pulmonares e "atrai" o líquido que está nas células", diz o diretor do Serviço de Cirurgia Torácica do Incor, Fabio Jatene. Nos testes feitos no instituto, o nível de oxigenação no sangue que circula pelos pulmões tratados melhorou em média 150%.
Segundo Jatene, a técnica poderia dobrar o número de cirurgias realizadas no País. Em um ano, só o Incor realizou 30 transplantes de pulmão e recondicionou 24 órgãos. O Canadá, que também aprendeu o método sueco, transplantou 25 pulmões graças à técnica ao longo de um ano.
Procurada pelo Estado, a coordenadora da Conep, Gysélle Saddi Tannous, informou por e-mail que não teve tempo hábil para localizar o parecer sobre o trabalho do Incor. Mas relatou que a comissão "considerou de extrema relevância a nova técnica, pois, se fosse bem sucedida, poderá encurtar em muito a fila de espera por um pulmão".
Fila. É o caso de Isabela Hawthorne Matuck, de 14 anos, que espera por um pulmão há um ano e quatro meses. Portadora de fibrose cística, ela teve seu estado de saúde agravado em junho de 2009. Parou de frequentar a escola, deixou o balé e depende cada vez mais de um balão de oxigênio. Em setembro, foi avisada de que receberia um pulmão. Chegou a ir para o centro cirúrgico, mas o órgão tinha um edema e foi descartado. "É frustrante pensar que a nova técnica permitiria a cirurgia, mas é tudo tão lento", lamenta a mãe, a artista plástica Ana Lúcia Matuck.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Chupar laranja é melhor que tomar cápsula de vitamina C, defendem cientistas

Cientistas do setor alimentício identificaram que chupar uma laranja é muito melhor do que simplesmente tomar vitamina C e outras pílulas. A informação foi publicada no site do jornal britânico "The Telegraph".A combinação única de antioxidantes da fruta trabalham com mais eficiência juntas do que separadamente, segundo os pesquisadores da Universidade Brigham Young, em Utah.
Os antioxidantes retardam o envelhecimento das células, protegem contra o câncer e ajudam a prevenir doenças do coração, embora a última evidência seja contestada.
De acordo com Tory Parker, professor de nutrição e ciência dos alimentos, "há algo relacionado à ingestão de uma laranja que é melhor do que tomar uma cápsula de vitamina C, e é isso que estamos tentando descobrir. Nós pensamos que é a mistura de antioxidantes exclusiva da fruta que a torna tão boa."

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Após acordo com governo, fast food passa a exibir tabela nutricional

Mais de 60 das principais redes de lanchonetes e restaurantes do país passarão, em 2011, a divulgar as informações nutricionais dos alimentos que vendem.Os estabelecimentos deverão informar em local visível dados como valor energético e quantidade de carboidratos, proteínas, gorduras e sódio de cada alimento.
Essas informações serão dispostas em tabelas e impressas em embalagens (se houver), cartazes, cardápios ou folhetos. Se a empresa tiver site, também deve divulgar ali os dados nutricionais.
As empresas têm seis meses para cumprir o acordo, que saiu depois de mais de um ano de discussões entre as partes e que foi firmado no começo deste mês com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ministério Público Federal de Minas Gerais.
O pacto proposto pelo ministério é um "termo de ajustamento de conduta". A adesão é voluntária, mas funciona como ultimato para que a resolução de 2003 (que prevê a rotulagem obrigatória de alimentos) seja obedecida antes da instauração de um processo.
Para aumentar a adesão, fizeram a ponte entre o poder público e os estabelecimentos a ANR (Associação Nacional de Restaurantes) a ABF (Associação Brasileira de Franchising).
"Esperamos que, assim, o consumidor faça escolhas mais saudáveis e o número de casos de doenças crônicas, como hipertensão, diminua", disse ontem Denise de Oliveira Resende, gerente de alimentos da Anvisa. LISTA DE LOJAS
Anvisa e ANR não divulgaram a lista das 62 empresas, mas disseram à reportagem da Folha que, entre as principais redes do país que assinaram o acordo estão: Amor aos Pedaços, Bob's, Café do Ponto, Giraffa's, Kopenhagen, Rei do Mate, Spoleto e Vivenda do Camarão.
A rede de lanchonetes McDonald's não entrou no pacto porque em 2005 uma liminar, também do Ministério Público Federal de Minas Gerais, determinou que as informações nutricionais da empresa fossem divulgadas.
Outras redes que foram citadas pela Anvisa e pela ANR como integrantes do acordo afirmaram já exibir informações nutricionais em suas lojas, como a Salad Creations e a China in Box.
De acordo com João Baptista, diretor da ANR e coordenador do grupo setorial de redes de alimentação da ABF, no total são 4.671 pontos de venda que se adaptarão às regras propostas.
Esse número envolve todas as franquias no país de uma rede, caso a empresa tenha assinado o acordo. No entanto, a responsabilidade final pelo cumprimento das exigências cabe ao franqueado, segundo Baptista.
"O mérito desse acordo foi a possibilidade de todos poderem determinar, em conjunto, ações que serão benéficas ao consumidor", disse o diretor da entidade que representa os restaurantes.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Entender os caminhos da dor ajuda a lidar com ela, diz reumatologista

Cada um sabe onde o seu calo dói. Ou acha que sabe. A dor é uma experiência muito mais complexa do que pode imaginar alguém que, por exemplo, acabou de dar uma simples topada.
A Associação Internacional para o Estudo da Dor a define como uma experiência sensorial e emocional associada a uma lesão real ou potencial (que não ocorre no momento da percepção).
Trocando em miúdos, o que nos faz sentir dor não é só o estímulo -a lesão-, mas as informações levadas pelas fibras nervosas a diferentes áreas do cérebro, que percebem que aquilo é dor.
"A percepção da dor é muito mais próxima da memória do que do tato", afirma o neurologista Daniel Ciampi, do Grupo de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Onde quer que ela esteja, merece atenção. "A dor indica dano, doença ou perigo. É um mecanismo de alerta do nosso organismo", diz a fisiatra Lin Tchia Yeng, do Grupo da Dor do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Segundo o reumatologista José Carlos Szajubok, professor da Faculdade de Medicina do ABC, entender os caminhos da dor não é solução, mas ajuda a lidar com ela.
"Para quem tem dor sem uma causa "física" identificável, como na fibromialgia, perceber que sua dor é tão real quanto a de quem queimou a mão, por exemplo, é o primeiro passo para tratar o problema", diz Szajubok.

Medicamento pode ter causado 2 mil mortes na França

O Mediator, um medicamento utilizado para tratamento de diabéticos com problemas de peso, pode ter causado até 2 mil mortes na França, além das 500 mortes reconhecidas pela Segurança Social.
O jornal Le Figaro publicou neste sábado (18) um outro estudo encomendado pela Segurança Social, que considera um prazo maior e estabelece o número de falecimentos entre mil pessoas, no mínimo, e duas mil. Além disso, o relatório revela uma carta destinada à Agência Nacional de Medicamento (ANF) que alertava os riscos do medicamento em 1998, mas o produto não foi retirado do mercado até novembro de 2009.
O relatório, assinado por três médicos, pedia ao presidente da ANF da época, Jean-René Brunetiere, que reavaliasse os efeitos do produto na saúde e, portanto, sua livre prescrição facultativa. Os três médicos que enviaram o documento, de reconhecido prestígio na França, compararam o Mediator com o Isoméride, um produto de características similares e que foi retirado do mercado mundial em 1997 porque aumentava a hipertensão arterial pulmonar e o risco de enfermidades nas válvulas cardíacas.
O medicamento, produzido pelo laboratório francês Servier, foi objeto de outras investigações, tanto na França como na Europa, e foi retirado do mercado na Itália e Espanha em 2003, assim como foi feito com outros produtos que, como o Mediator, eram destinados a controlar o apetite dos pacientes.
No entanto, na França as autoridades sanitárias o mantiveram por considerar que os sinais de risco eram pequenos. Até que um último estudo, lançado em 2007, acabou por retirar o Mediator das farmácias dois anos mais tarde.
A Segurança Social reconheceu em meadosdo mês passado que o Mediator foi a causa de, pelo menos, 500 mortes. Mas o Le Figaro revelou que outro estudo eleva o número de falecidos, e reconhece o risco de valvuloparia derivado do consumo do produto. É uma patologia que levou 597 pacientes ao hospital apenas em 2006. Destes, 64 faleceram, uma projeção que levou a os autores do primeiro estudo a estimarem em 500 o número de mortos. Mas o novo estudo leva em conta também o grau de sobremortalidade registrado entre os sobreviventes ao longos dos anos seguintes. Mostra que o risco de problemas cardíacos se multiplicam por três entre os pacientes que tomam Mediator.
Desenvolvido inicialmente para diabéticos, o Mediator começou a ser comercializado em 1976 para aqueles pacientes que tinham problemas de excesso de peso e gordura no sangue. Com o tempo, suas propriedades para inibir o apetite fizeram com que ele fosse prescrito também como emagrecedor. Calcula-se que na França o medicamento foi consumidor por dois milhões de pessoas. Em 2006, ano do estudo divulgado neste sábado, 303 mil pessoas o consumiram, dos quais 70% eram diabéticos.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Cigarro é responsável por um terço de casos mais graves de artrite reumatoide

O consumo de cigarro é responsável por mais de um terço dos casos mais graves de artrite reumatoide, segundo um estudo divulgado em uma publicação do BMJ (British Medical Journal). De acordo com o estudo, o fumo também está por trás de mais da metade dos casos de artrites em pessoas geneticamente predispostas a desenvolver a doença.
A pesquisa, realizada na Suécia, confirma que o cigarro é um dos principais fatores de risco para a artrite.
Os pesquisadores basearam suas conclusões na análise de 1,2 mil pessoas, de 18 a 70 anos, com artrite reumatoide e registradas em 19 clínicas da Suécia.
Depois compararam estas análises com as de 871 voluntários com as mesmas características, mas sem a doença.
Todos foram questionados sobre seus hábitos com o cigarro e a partir das respostas foram divididos em três categorias de acordo com o tempo em que fumavam.
Além disso, foi feito um exame de sangue para determinar se tinham predisposição genética a artrite e avaliar a gravidade da doença.
Dos que sofriam de artrite reumatoide, 61% tinha a forma mais grave da doença, que é também a mais comum.
As pessoas que mais fumavam --cerca de 20 cigarros ao dia durante pelo menos 20 anos-- tinham 2,5 vezes mais probabilidade de desenvolver a doença.
O risco se reduziu no caso dos ex-fumantes de forma proporcional aos anos de afastamento do cigarro.
No entanto, entre esse grupo, os que fumaram muito continuam apresentando um risco relativamente alto de desenvolver a doença, mesmo para os que largaram o cigarro há 20 anos.
Em função destes dados, os especialistas concluíram que 35% dos casos de artrites graves podiam ser atribuídos ao tabaco.
Entre as pessoas com predisposição genética, a relação com o tabaco era de 55%, com maior risco quanto mais alta era a dependência.
Os autores do estudo destacam que há outros fatores que podem contribuir para a artrite reumatoide, incluindo a poluição do ar e hormônios.
No entanto, ressaltaram que a pesquisa apresenta provas suficientes para a necessidade das pessoas com histórico familiar de artrite reumatoide deixar de fumar.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

86 municípios em alerta de epidemia-DENGUE NO CEARÁ

Indicadores do Ministério da Saúde apontam que 86 dos 184 municípios cearenses estão com risco alto ou muito alto de sofrerem uma epidemia da dengue em 2011. Este ano, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), 11.996 casos da doença e 19 óbitos foram confirmados no Ceará.Preocupados com os números, o Comitê Estadual de Mobilização Contra a Dengue, formado por 20 instituições, se reuniu ontem na Sesa para reforçar ações de prevenção e controle da doença. Com esse intuito foi criada a Caravana Estadual de Combate a Dengue.Amanhã, a Caravana estará no Cariri, e na segunda-feira em Sobral, região Norte do Estado. "O período para fazer esse trabalho preventivo é agora. Se esse trabalho for feito no restante de dezembro, janeiro e até fevereiro, vamos conseguir evitar uma epidemia em 2011", garante o titular da Sesa, Arruda Bastos. Entretanto, o secretário alerta que é fundamental que os prefeitos e o secretários de Saúde sejam as principais lideranças dos municípios.Crianças"A bola da vez são crianças e adolescentes de zero a 15 anos". O alerta é do biólogo da Sesa, Luciano Pamplona. Ele explica que há oito anos a Dengue tipo 1 não circulava no Ceará. Durante esse intervalo, as crianças se contaminaram com outros sorotipos - existem quatro. O tipo 4 presente somente em Roraima.No entanto, com retorno do tipo 1 da doença, essas crianças vão estar expostas a uma nova infecção, podendo evoluir para uma quadro grave. O que justifica o aumento de crianças com quadro hemorrágico.Para o coordenador do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Ceará (UFC), Ivo Castelo Branco, a preocupação maior é com o risco de infestação do novo sorotipo - dengue tipo 4, em pessoas acima de 35 anos. "Cerca de 70% das pessoas desse grupo já foram infectadas com a dengue 1,2 e 3. Então, temos que reforçar o isolamento do vírus. Os municípios têm que estar atentos para detectar esse novo sorotipo, que já está em Roraima. Se ele chegar aqui, não vamos ter estrutura para atender toda essa demanda". Ivo acrescenta que serão menos casos, porém, casos mais graves da doença.O orçamento previsto pelo Ministério da Saúde para a saúde de todo Brasil em 2011 é de R$ 68 bilhões. No entanto, Arruda Bastos alerta para a necessidade de se ampliar esse recurso em mais R$ 32 bilhões, para que se complete os R$ 100 bilhões, valor ideal para atender a demanda de todos os Estados.Até o momento, o que conseguiram foi um acréscimo de R$ 1,5 bilhão, que vai servir para que o Estado aumente o teto de média e alta complexidade dos atuais R$ 127,00 para 150,00 per capta por ano. "Foi uma conquista", assegura Arruda.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Combinação de remédios faz tumor na mama desaparecer em 50% dos casos

Um tratamento contra câncer de mama que combina vários remédios e feito antes da cirurgia consegue a eliminação do tumor na metade dos casos, segundo resultados de uma pesquisa desenvolvida em vários lugares pelo mundo divulgados nesta terça-feira.
O estudo Neo-ALTTO foi feito com 455 pacientes portadoras de um tumor de mama do tipo ErbB2/HER2, um dos mais agressivos e de pior previsão e, portanto, com maior risco de recaída e mortalidade, em 130 centros de 26 países.
Esse tipo de tumor afeta aproximadamente 25% do total das pacientes com câncer de mama e quase a metade das doentes menores de 40 anos.
A mortalidade por câncer de mama, diagnosticado e tratado em sua fase inicial, caiu nas duas últimas décadas, passando de 50% a 30% em dez anos, devido à introdução dos esquemas de quimioterapia modernos.
Os resultados do trabalho foram apresentados em entrevista coletiva pela médica Serena Di Cosimo, oncologista do Hospital Vall d'Ebron, em Barcelona, e pesquisadora principal, e pelos médicos Hernán Cortés-Funes e Josep Vázquez.
Embora os remédios combinados sejam duros contra as características moleculares do tumor, eles não evitam uma cirurgia posterior, mas reduz de 24 para 12 semanas o tratamento de quimioterapia, com a consequente diminuição dos efeitos colaterais.
Cortés-Funes, por sua vez, afirmou que o tratamento não se dirige apenas ao tumor da mama, mas também "a outras células que escaparam" e destacou que com o desaparecimento do tumor as possibilidades de cura são "altíssimas".
O oncologista explicou que 90% das pacientes responderam ao tratamento, já que em 50% dos casos nos quais o tumor não foi eliminado, pelo menos diminuiu.
Além disso, as pacientes que antes precisariam de uma intervenção grande, depois do tratamento, podem se submeter a uma cirurgia mais conservadora.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

CE é o 2º em projetos de combate ao crack-PREVENÇÃO

Apesar de 59% das cidades possuírem ações de combate ao crack, o atendimento a esse público carece de preparoO uso de crack é uma problemática que atinge tanto os municípios de grande porte quanto os menores, obrigando os gestores municipais, mesmo sem apoio das outras esferas de governo, a desenvolverem campanhas no intuito de minimizar o problema. Na última pesquisa feita pela Confederação Nacional do Municípios, o Ceará se destacou como o segundo estado a ter maior percentual de municípios que desenvolvem alguma campanha de combate ao crack.No Estado, composto por 184 municípios, 117 responderam à pesquisa realizada pela CNM, o que representa 63,5% de participação. Destes, 24 (20,5%) possuem o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), com um total de 263 profissionais de saúde atuando, e 12 municípios têm programas de combate ao crack e outras drogas, dos quais sete já estão com este programa aprovado pelas respectivas câmaras de vereadores.As principais ações desenvolvidas nas localidades são a prevenção ao uso e consumo de drogas, a mobilização e orientação a população e a realização de estudos e pesquisas.Apenas duas cidades declararam que recebem apoio financeiro do Governo Federal e um de outras instituições. Os outros nove afirmaram que não recebem apoio nenhum.Para a integrante da coordenação colegiada de saúde mental da Capital, Rani Félix, esse resultado é fruto de um trabalho feito desde 1993 com a reforma psiquiátrica. "Ao todo, o Estado possui 99 Caps, 17 deles são para o atendimentos dos dependentes de álcool e drogas". Ela explicou que, somente em Fortaleza, existem seis centros desse tipo. "Nossa luta é para o aumento no número de leitos de atendimento dessa população. Em janeiro teremos 12 na Santa Casa de Misericórdia".Um dos problemas apresentados no atendimento dessa população nos hospitais clínicos, "é que muitos médicos não se sentem capacitados para lidar com esses pacientes".CapacitaçãoA fim de amenizar essa situação, ela informou que em janeiro, a Prefeitura ministrará uma capacitação em massa na rede hospitalar municipal, no intuito de preparar para o atendimento. "Hoje estamos realizando a desintoxicação na Unidade de Desintoxicação do Hospital de Messejana, nos Frotinhas e Gonzaguinhas da Capital". O diretor do Hospital de Saúde Mental de Messejana, Marcelo Teófilo, apontou como solução para atender a demanda crescente, os hospitais clínicos fazerem esse tipo de atendimento.Ele estima que, somente na emergência do Hospital, das cerca de 50 pessoas atendidas por dia, metade sejam dependentes de álcool e drogas."Para 2011 temos a proposta de ampliar o centro, e atender também a mulheres".

domingo, 12 de dezembro de 2010

Estrela-do-mar pode trazer cura para inflamações, dizem cientistas

Cientistas britânicos dizem que as estrelas-do-mar podem ajudar na descoberta de novos tratamentos para doenças como a asma, a febre do fenoea artrite.
Pesquisadores do King's College, em Londres, estão particularmente interessados na substância viscosa que cobre o corpo da espécie Marthasteriasglacialis - também conhecida como estrela-do-mar de espinhos ou estrela-do-mar verde.
O objetivo do estudo é desenvolver uma substância que proteja o corpo humano de condições inflamatórias inspirada no muco que envolve o corpo do animal.A equipe da empresa de biotecnologiaGlycoMar, sediada na Associação Escocesa para a Ciência Marinha em Oban, na Escócia, também diz que as substâncias químicas presentes nesse muco poderiam inspirar novos medicamentos.
INSPIRAÇÃO
Quando objetos são colocados no mar, tendem a ser rapidamente cobertos por uma mistura de organismos marinhos. As estrelas-do-mar conseguem manter sua superfície livre destes organismos.
CharlieBavington, um dos integrantes da equipe daGlycoMar, explicou: "Estrelas-do-mar vivem no mar, e são banhadas por uma solução de bactérias, larvas, vírus e toda sorte de coisas que procuram algum lugar para viver".
"Mas as estrelas são melhores do que teflon: possuem uma superfície anti-aderente muito eficiente que impede que as coisas grudem".
É esta propriedade anti-aderente que chamou a atenção dos cientistas, particularmente no que diz respeito a condições inflamatórias.
A inflamação é uma resposta natural do organismo a ferimentos ou infecções, mas condições inflamatórias ocorrem quando o sistema imunológico se descontrola.
Nesses casos, as células brancas, ou leucócitos, que normalmente navegam livremente pela corrente sanguínea, se acumulam e grudam nas paredes de artérias e veias, provocando danos ao tecido.
A ideia que orienta o trabalho dos cientistas é criar um tratamento baseado no exemplo da estrela-do-mar. As artérias seriam cobertas por uma espécie de muco que impediria que as células brancas aderissem ao tecido arterial.
Condições inflamatórias podem ser tratadas de maneira efetiva com o uso de esteróides, por exemplo. Mas essas drogas podem provocar efeitos colaterais indesejados.
Eles acreditam que as estrelas-do-mar possam oferecer uma solução melhor, e por isso estão analisando as substâncias químicas presentes no muco que cobre o corpo destes animais.
Muco que recobre estrela pode ter compostos químicos para medicamentos
ClivePage, especialista em farmacologia do King'sCollege, disse que grande parte das pesquisas já foram feitas pela própria estrela-do-mar em anos de evolução.
"Normalmente, quando você está tentanto achar uma droga nova para alcançar um determinado alvo em seres humanos, tem de testar centenas de moléculas até achar algo que lhe dê alguma pista."
"A estrela-do-mar está nos oferecendo pistas diferentes", explicou Page. "Ela teve bilhões de anos de evolução para criar moléculas que fazem coisas específicas".
Após identificar compostos promissores, a equipe está trabalhando em um laboratório para desenvolver sua própria versão dessas substâncias.
"Conceitualmente, sabemos que esta é a abordagem correta."
"Não vai acontecer amanhã à tarde, mas estamos aprendendo o tempo todo com a natureza maneiras de encontrar novos remédios."
FARMÁCIA SUBMERSA
A corrida paraa exploração do potencial dos oceanos no desenvolvimento de medicamentos mal começou.
Já existe um novo analgésico baseado em uma espécie de caracol marinho. Cientistas estão começando a estudar uma gama de organismos à procura de medicamentos, de pepinos-do-mar a algas.David Hughes, um ecólogo daAssociação Escocesa para a Ciência Marinha, disseà BBC: "Existe uma grande diversidade de animais e plantas que vivem nos oceanos e poucos deles foram testados ou investigados".
"Sabemos que animais e plantas marinhos produzem uma imensa quantidade de compostos, às vezes muito diferentes daqueles produzidos por animais e plantas terrestres. Muitos deles podem ter propriedades úteis para a medicina."

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Terapia contínua para câncer linfático eleva sobrevida

O tratamento contínuo do mieloma (câncer linfático), mesmo na fase assintomática, aumenta o tempo de vida sem progressão da doença.
A conclusão é de estudos apresentados no congresso da Sociedade Americana de Hematologia, encerrado anteontem, em Orlando (EUA).
"Isso deve mudar a recomendação de tratamento", disse o oncologista Brian Durie, diretor da Fundação Internacional de Mieloma.
Hoje, a regra para pacientes sem sintomas é "esperar e observar" até a doença progredir. O mieloma ataca as células da medula óssea, prejudicando o sistema de defesa do organismo.
Para Antonio Palumbo, onco-hematologista da Universidade de Turim (Itália), as novas drogas para câncer, que apresentam menos efeitos colaterais, permitem o tratamento contínuo.
"Não dava para pensar em uso continuado com uma quimioterapia agressiva. Hoje, temos tratamentos mais bem tolerados e que reduziram em mais de 50% o risco de progressão do mieloma."
Palumbo apresentou em Orlando resultados de um trabalho em que 511 pacientes receberam tratamento contínuo com uma combinação de drogas (carfelzomibe ou bortezomib, que são remédios biológicos, e a lenalidomida, que é uma evolução da talidomida).
A terapia diminuiu em 55% a progressão do mieloma. "Antes, o prognóstico de sobrevida era de menos de quatro anos. Com o tratamento contínuo, estamos vendo pacientes viverem nove ou mais anos", diz Durie.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Governo alerta sobre risco de nova doença no País, a chikungunya

O Ministério da Saúde determinou o aumento das ações de vigilância e prevenção relativas a uma doença que nunca havia sido registrada no Brasil, a chikungunya. Três casos importados da infecção foram identificados no País entre agosto e outubro. Os pacientes, um do Rio e dois de São Paulo, passam bem. Provocada por um vírus, a doença é transmitida pelo mesmo mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti e também pelo mosquito Aedes albopictus contaminado.
A preocupação das autoridades é que, como há grande número de criadouros do Aedes aegypti, haja maior risco de a doença se instalar no País. "Não há perspectivas de aumento da doença no momento. O que as pessoas precisam fazer é reforçar aquilo que já falamos há tempos: ações de combate ao mosquito transmissor", afirmou o coordenador do Programa de Prevenção e Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho.
A chikungunya provoca, em um primeiro estágio, febre alta, mal estar e dores nas articulações. Os sintomas aparecem entre 3 a 7 dias depois de o paciente ser picado pelo mosquito transmissor da doença contaminado. Durante os primeiros cinco dias do aparecimento dos sintomas, se o paciente for picado pelo Aedes aegypti, ele transmite o vírus para o mosquito. Parte dos doentes desenvolve a forma crônica da doença, caracterizada por forte dores nas articulações. Isso pode durar entre 6 meses a 1 ano. Menos de 1% dos pacientes morre.
Giovanini afirma que a doença já provocou vários surtos no mundo. O vírus circula principalmente na África e Sudoeste Asiático. Os casos confirmados no Brasil já foram notificados para a Organização Mundial da Saúde. Dois homens (um de 41 anos, do Rio de Janeiro, e outro de 55 anos, de São Paulo) apresentaram os sintomas depois de uma viagem para Indonésia. Uma mulher (com 25 anos, de São Paulo) esteve na Índia. De acordo com Giovanini, a mulher é a única que ainda apresenta dores nas articulações e está sendo medicada.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Aparelhos sensíveis ao toque podem espalhar vírus e bactérias

Computadores do tipo tablet, caso do iPad, que acaba de ser lançado no Brasil, e outros aparelhos portáteis como o iPhone, o iPod touch e outros modelos de celular com tela sensível ao toque podem facilitar a

contaminação de pessoas e a transmissão de doenças infecciosas.

Uma tela suja esconde colônias de micro-organismos -desde vírus transmissores da gripe até bactérias que podem provocar problemas como vômitos e diarreias.

As principais causas que tornam esses aparelhos vetores de infecções são o compartilhamento entre usuários e a falta de hábitos de higienização das mãos e dos próprios produtos.

"A partir do momento em que a pessoa coloca a mão na tela é possível transmitir vírus e bactérias ao objeto", diz o infectologista Evaldo Stanislau de Araújo, do Hospital das Clínicas.

Alguém que encoste em um aparelho infectado pode acabar se contaminando, principalmente se o compartilhamento se der num curto intervalo de tempo.

Sim, a possibilidade de transmissão existe em qualquer objeto manuseado por muita gente, mas os aparelhos com tela sensível ao toque têm um diferencial, como diz o infectologista Gustavo Johanson, do Hospital Nove de Julho. "Temos que encostar neles o tempo todo para que funcionem. E a mão é um dos principais elementos de transmissão de doenças infecciosas."

BACTÉRIAS

A revista britânica "Which?" analisou 30 aparelhos celulares e detectou que sete deles apresentavam altos índices de contaminação.

No mais infectado deles havia até coliformes fecais, bactérias presentes nas fezes e que podem não ser eliminadas se a higienização das mãos não for adequada.

"A presença dos coliformes mostra que os maus hábitos das pessoas representam um risco muito maior para elas mesmas do que o próprio aparelho", diz Araújo.

A limpeza periódica da tela é um dos principais cuidados indicados pelos especialistas. Para isso, a Apple, que fabrica o iPad e o iPhone, recomenda o uso de panos levemente úmidos.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

24 cidades correm risco de surto de dengue, diz governo

Um levantamento do Ministério da Saúde divulgado nesta segunda-feira (6) aponta que 24 municípios do país correm risco de surto de dengue, entre eles as capitais Rio Branco, no Acre, e Porto Velho, em Rondônia.
As cidades em situação crítica registraram a presença de larvas do mosquito em mais de 4% das residências pesquisadas.O Nordeste concentra o maior número de municípios com risco de surto. São 17 no total, sendo dez em Pernambuco, quatro no Rio Grande do Norte e três na Bahia. O Norte tem quatro municípios em risco e o Sudeste, três.
Segundo os dados do governo, 154 municípios estão em situação de alerta, com índice de infestação nas casas entre 1% e 3,9%. Entre as cidades em alerta, estão 14 capitais: Salvador, Palmas, Belém, Rio de Janeiro, Maceió, Recife, Natal, Goiânia, Cuiabá, Aracaju, Manaus, Boa Vista, Fortaleza e Vitória.
No Nordeste, 42 municípios estão em situação de alerta. Já o Norte tem 17 cidades na mesma situação, enquanto o Sudeste tem 76 cidades. No Centro-Oeste, estão em alerta Goiânia, Cuiabá e mais 11 cidades. Com nenhum município em risco de surto, a região Sul tem seis cidades em alerta.
Outras 192 cidades brasileiras estão em situação satisfatória, com focos de larvas em menos de 1% das residências.
O Ministério da Saúde ainda aguarda o resultado do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) de 127 municípios.
Confira abaixo a relação de 24 municípios em risco de surto
Cidade
Estado
Índice LIRAa 2010(% de casas com presença da larvas)
Afogados da Ingazeira
PE
11,7
Ceará-Mirim
RN
11,4
Bezerros
PE
10,2
Itabuna
BA
9,1
São Miguel
RN
8,5
Serra Talhada
PE
8,2
Ouricuri
PE
7,2
Rio Branco
AC
6,5
Ilhéus
BA
6,3
Floresta
PE
5,7
Santa Cruz de Minas
MG
5,5
Governador Valadares
MG
5,4
Santa Cruz do Capibaribe
PE
5,4
Simões Filho
BA
5,3
Timbaúba
PE
4,9
Humaitá
AM
4,8
Mossoró
RN
4,6
Araripina
PE
4,6
Porto Velho
RO
4,4
Pesqueira
PE
4,4
Caicó
RN
4,2
Camaragibe
PE
4,1
Caetanópolis
MG
4,0
Epitaciolândia
AC
4,0

Café pode aliviar sintomas da asma, indica pesquisa

A cafeína é conhecida mais como uma bebida estimulante do que um remédio caseiro, mas por anos os cientistas se perguntam se a cafeína pode trazer benefícios para pessoas com asma.A suspeita deriva em parte de sua estrutura química, que se parece com a da teofilina, um remédio comum para a asma que relaxa os músculos das vias aéreas e alivia a respiração ofegante, falta de ar e outros problemas respiratórios. De fato, quando a cafeína é ingerida e decomposta pelo fígado, um derivado são pequenas quantidades de teofilina.

Num estudo de 2007 publicado no "Cochrane Database of Systematic Reviews", os pesquisador

es coletaram e analisaram os resultados de meia dúzia de testes clínicos, observando os efeitos da cafeína sobre os asmáticos. Eles descobriram que a cafeína produzia

pequenas melhoras na função das vias aéreas por até quatro horas, em comparação a um placebo, e que até

mesmo uma pequena dose --menos que a quantidade presente numa xícara de café do Starbucks-- poderia

melhorar a função pulmonar por até duas horas.

Em outras palavras, uma xícara de café ou chá forte pode oferecer algum alívio momentâneo.

Mas as melhorias são muito leves, como mostram estudos --certamente não suficientes para que a cafeína substitua a medicação. O outro problema é que, devido a suas similaridades químicas, consumir cafeína demais pode aumentar qualquer efeito colateral da teofilina. Como resultado, os médicos recomendam que as pessoas que tomam a medicação prestem atenção ao seu consumo de café, chá, chocolate e outros alimentos com cafeína.

Conclusão: os benefícios da cafeína para a asma são reais, porém mínimos.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Melhor recomendação para diabetes tipo 2 são exercícios físicos

Pessoas com diabetes tipo 2 podem diminuir significativamente seu nível de açúcar no sangue com um programa de exercícios que combina aeróbica e musculação, de acordo com um novo estudo. Embora esse programa já seja recomendado para a diabetes tipo 2, pesquisadores dizem que o estudo, publicado no ''The Journal of the American Medical Association'', oferece algumas das melhores evidências até hoje de que um programa combinado ofereça maiores benefícios do que apenas exercícios aeróbicos ou musculação.
''Agora podemos olhar para indivíduos com diabetes e dizer a eles que esta é a melhor receita de exercícios'', disse o principal autor, Timothy S. Church, diretor de pesquisa em medicina preventiva do Pennington Biomedical Research Center da Louisiana State University.
O estudo dividiu randomicamente 262 pessoas sedentárias com diabetes tipo 2 em quatro grupos --73 foram orientados a praticar treino de resistência três dias na semana, 72 deveriam praticar exercícios aeróbicos, 76 deveriam fazer a combinação e 41 pessoas formaram o grupo de sedentários para comparação. O estudo foi notável no sentido de que quase metade dos participantes não era formada por brancos, e 63% eram mulheres. Após 9 meses, os participantes que fizeram o treinamento combinado reduziram seus níveis do indicador de glicose no sangue HbA1c de 7,7% para 7,3%, em média-- uma queda que corresponde a um risco significativamente reduzido de doença cardíaca, disse Church.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Justiça Federal derruba liminar e libera prática da ortotanásia no País

A Justiça Federal revogou a liminar que suspendia a regulamentação da ortotanásia no Brasil. Em sua decisão, que deve ser publicada no Diário Oficial na próxima semana, o juiz Roberto Luis Luchi Demo julgou improcedente a ação do Ministério Público que apontava a inconstitucionalidade da medida. Dessa forma, os médicos ficam definitivamente respaldados para recorrer à prática.A ortotanásia é a suspensão de tratamentos invasivos que prolonguem a vida de pacientes em estado terminal, sem chances de cura. Para isso, o médico deve ter a anuência do doente ou, se este for incapaz, de seus familiares. Ao contrário do que acontece na eutanásia, não há indução da morte.
São exemplos conhecidos de prática da ortotanásia o caso do papa João Paulo II, morto em 2005, e do ex-governador de São Paulo Mário Covas, que optou por passar os últimos momentos de vida recebendo apenas cuidados paliativos.
A situação vivida por ele levou à aprovação de uma lei estadual que dá aos doentes o direito de não se submeter a tratamentos dolorosos e inúteis quando não há chance de cura.
A prática está alinhada com o novo Código de Ética Médica (CEM), que entrou em vigor em abril deste ano e determina que o médico ofereça cuidados paliativos para deixar o paciente confortável e evite exames ou tratamento desnecessários que prolonguem o processo de morte.
"No código, colocamos a questão da ortotanásia de maneira mais branda, mas já apontamos o caminho dos cuidados paliativos", explica Roberto D"Avila, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM).
A polêmica. Embora nunca tenha sido considerada infração ética ou crime, muitos médicos hesitavam em praticar a ortotanásia por medo da reação dos familiares e dos colegas ou por convicção. Em 2006, o CFM aprovou uma resolução regulamentando a prática. O texto deixava claro que tratamentos desnecessários poderiam ser interrompidos quando não houvesse chance de cura. Isso inclui, por exemplo, desligar o aparelho de um paciente na UTI e deixá-lo passar seus últimos dias em casa, se essa for sua vontade.
Mas o então procurador dos Direitos do Cidadão do Distrito Federal, Wellington Oliveira, entendeu que a ortotanásia não está prevista na legislação brasileira e a resolução estimularia os médicos a praticar homicídio. Ingressou com ação civil pública, alegando que somente uma lei poderia permitir tal prática. No ano seguinte, obteve liminar na Justiça Federal em Brasília suspendendo a resolução.
Em agosto deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) revisou a ação. A procuradora Luciana Loureiro, que sucedeu Oliveira no processo, afirmou que a ação confundiu ortotanásia com eutanásia.
Com base no novo parecer do MPF e outras manifestações favoráveis à ortotanásia, Luchi Demo julgou a ação improcedente. Em sua sentença, o magistrado relata que, após refletir muito sobre o tema, chegou à convicção de que a resolução do CFM não é inconstitucional.
"Alinho-me pois à tese defendida pelo Conselho Federal de Medicina em todo o processo e pelo Ministério Público Federal nas sua alegações finais, haja vista que traduz, na perspectiva da resolução questionada, a interpretação mais adequada do Direito em face do atual estado de arte da medicina. E o faço com base nas razões da bem-lançada manifestação da ilustre procuradora da República Luciana Loureiro Oliveira", diz o texto.
Repercussão. Em entrevista ao Estado, D"Avila comemorou a decisão e afirmou ter sido positiva a discussão que a ação do MPF suscitou na sociedade nos últimos três anos. "Isso ajudou a amadurecer o entendimento de que com o avanço da tecnologia é preciso impor limites para que não se prolongue o processo de morte inadequadamente", afirmou o médico.
Membros da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) também comemoraram a decisão, conta Rachel Moritz, Presidente do Comitê de Terminalidade da Vida e Cuidados Paliativos da entidade. "Essa discussão chegou à medicina intensiva há mais tempo, pois lidamos muito com alta tecnologia", explica. "Todos os médicos, quando entendem o conceito de deixar morrer no tempo certo, concordam com a ortotanásia."
A Igreja Católica, que em outras ocasiões havia se manifestado favorável à prática, considera uma boa notícia a revogação da liminar. "A Igreja considera imorais tanto a eutanásia como a distanásia. Nos dois casos, a vida humana é desrespeitada", afirma d. Antonio Augusto Dias Duarte, membro da Comissão de Bioética da Comissão Pastoral Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). "De qualquer forma, o texto da resolução do CFM poderia ser mais explícito", pondera d. Antonio. "Como trata da vida das pessoas com doenças incuráveis, deveria deixar claro que a eutanásia é um mal."

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Pesquisa contesta papel do ômega 3 na proteção cardíaca

Estudo feito por grupo de universidades francesas, entre elas a Sorbonne, colocou em xeque a eficácia do suplemento de ômega 3 contra problemas cardiovasculares.Os resultados, publicados no "British Medical Journal", basearam-se no acompanhamento, por quatro anos e meio, de 2.501 pacientes que tiveram alguma doença cardíaca ou derrame cerebral nos últimos 12 meses.
Os participantes foram divididos em quatro grupos: um tomou diariamente o suplemento de ômega 3, outro consumiu vitamina B, um terceiro recebeu ambos e o último só tomou placebo.
O ômega 3 aumentou a concentração de gorduras "boas" no sangue dos pacientes, mas não diminuiu problemas vasculares como infarto e derrame.
O mesmo foi observado no consumo de vitamina B, que, embora tenha diminuído a presença de homocisteína (aminocácido que pode causar entupimento das artérias), não alterou a ocorrência de problemas vasculares. NATURAL, MELHOR
Luiz Antonio Machado César, da Sociedade de Cardiologia de São Paulo, diz que não há consenso sobre benefícios do suplemento de ômega 3 no meio médico. "Ele reduz o índice de triglicérides e impede que plaquetas formem coágulos, mas nunca houve unanimidade quanto à sua forma em suplemento."
O cardiologista diz que o consumo diário do composto de ômega 3 não faz parte das recomendações médicas, exatamente por faltarem provas dos benefícios.
Raul Dias dos Santos, cardiologista do InCor, contesta as quantidades de ômega 3 (600 miligramas) utilizadas no estudo: "São mais baixas do que as empregadas em outras pesquisas que mostraram a eficácia", diz.
Segundo ele, esses primeiros estudos datam da década de 1980, quando se observou baixo índice de doenças cardiovasculares em esquimós, que se alimentavam de peixes ricos no nutriente.
A partir da década de 90, muitos produtos como leite, manteiga, ovos e queijos passaram a ser vendidos com enriquecimento de ômega 3.
"É uma troca isocalórica", explica Marcus Bolívar Malachias, presidente do departamento de hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia: "A gordura saturada desses alimentos é substituída por ômega 3, saudável".
O consumo de alimentos que contêm a substância, como peixes de água fria e vegetais, pode ser mais eficiente do que a ingestão da suplementação, afirma o médico.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Médicos credenciados elegem os piores planos de saúde.

Pesquisa divulgada ontem revela quais são os piores planos de saúde na opinião dos médicos credenciados. Mais de 90% dos 2.184 entrevistados em todo o País disseram sofrer interferência das operadoras em sua autonomia profissional. Para esses médicos, os principais problemas são a recusa de pagamento de consultas e procedimentos realizados (78%), pressão para reduzir o número de exames (75%) e restrições a doenças pré-existentes (70%).
Citada em todas as sete categorias, a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) se destacou como a operadora que mais interfere na autonomia do médico. A Amil, mencionada em cinco aspectos, é a segunda marca com maior presença. Bradesco Saúde é lembrado entre os planos que mais interferem em período de internação pré-operatório, restrições para doenças pré-existentes e atos diagnósticos e terapêuticos mediante a designação de auditores. Já a Sul América está na primeira posição em recusa de pagamento de procedimentos, ao lado de Cassi e Amil.
Tendo como referência uma escala de 0 a 10, os médicos atribuíram, em média, nota 5 para as operadoras. O levantamento foi feito pelo Datafolha a pedido da Associação Paulista de Medicina (APM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). Foram entrevistados médicos que tenham trabalhado com, no mínimo, três planos ou seguros saúde nos últimos cinco anos. A margem de erro é de cinco pontos porcentuais para mais ou para menos.
Os resultados são similares aos de uma pesquisa feita no Estado de São Paulo e divulgada pela APM em setembro. "Até as operadoras citadas são as mesmas. Parece haver uma conduta generalizada de algumas empresas", afirma Jorge Curi, presidente da entidade. Para ele, os dados revelados na pesquisa e a mobilização de diversas especialidades médicas para reivindicar reajustes na remuneração paga aos médicos são sinais de que o sistema de saúde suplementar está entrando em colapso.
"Criou-se a prática da consulta rápida. Como o médico não conversa direito com o paciente, precisa pedir mais exames. O paciente não se sente acolhido, procura outro médico e faz nova consulta", explica Curi. Segundo ele, esse processo eleva o custo do sistema e dificulta a resolução do problema. "Fica todo mundo insatisfeito e, muitas vezes, o paciente acaba tendo de recorrer ao SUS."
A solução apontada tanto por Curi quanto por Aloísio Tibiriça, do Conselho Federal de Medicina, é uma revisão na legislação que regulamenta o setor de forma a dar poderes à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para modular a relação entre as operadoras e os médicos. Hoje, a agência interfere apenas na relação da empresas com seus consumidores.
"Os médicos também podem entrar com processo judicial contra os planos ou denunciar os responsáveis médicos aos conselhos de medicina. Mas eles vivem com a espada do descredenciamento sobre suas cabeças. E boa parte do faturamento deles depende dos planos", diz Tibiriçá. Segundo a pesquisa, oito em cada dez consultas são provenientes de convênios médicos.
Respostas. A FenaSaúde, representante dos planos, afirma que suas afiliadas não restringem procedimentos desde que estejam previstos nas coberturas contratuais e nas diretrizes da ANS. Assim como a Sul America, a FenaSaúde diz que participa dos debates liderados pela ANS sobre os modelos de remuneração dos prestadores de serviços.
A Cassi diz estar surpresa com os resultados, pois, segundo relatório da ANS, os valores pagos por ela aos médicos estão alinhados com a média de mercado. Ressalta ainda que pesquisa realizada com usuários apontou 88% de satisfação. Amil e Medial dizem oferecer os melhores recursos na gestão da saúde de seus beneficiários e cumprir as determinações da ANS.
A Geap - Fundação de Seguridade Social conta que em 2009 não mediu esforços e reduziu em 62% as dívidas de mais de 90 dias com hospitais, médicos e fornecedores.
Procurado, Bradesco Saúde não se manifestou.
http://www.amb.org.br/teste/downloads/pesquisadatafolha.pdf

Cientistas descobrem bactéria que contém arsênio em sua formação

Uma equipe da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, descobriu uma bactéria que utiliza arsênio como substituto ao fósforo em sua composição. O organismo foi recém-encontrado no lago Mono, no lado leste da Califórnia, nos Estados Unidos, deixando a comunidade científica em suspense. O achado abre espaço para novas concepções de vida, não baseadas nas formas tradicionais conhecidas.Os cientistas participam de um grupo de pesquisa financiado pela agência espacial norte-americana (Nasa), que promoveu uma apresentação da descoberta na tarde desta quinta-feira (2). O pronunciamento foi feito após informações sobre a pesquisa terem chegado ao conhecimento público, gerando especulações sobre algum anúncio relacionado a vida extraterrestre.
O fósforo é um dos elementos básicos à vida, encontrado geralmente na forma inorgânica na natureza, como fosfato. Mas uma equipe integrada pelos astrobiólogos Ariel Anbar e Paul Davies publicou um artigo na revista "Science" no qual mostra a existência de uma bactéria inédita, com outra base de composição. A aposta da autora principal do artigo, a cientista Felisa Wolfe-Simon, que já fez parte de grupo de pesquisa liderado por Anbar é de este novo organismo abre margem para novas interpretações sobre os seres vivos, inclusive fora do ambiente terrestre.O arsênio é conhecido como um elemento químico tóxico ao corpo. Todos os seres vivos são compostos com base em uma combinação de seis elementos químicos: carbono (C), hidrogênio (H), nitrogênio (N), oxigênio (O), fósforo (P) e enxofre (S). São basicamente encontradas em três componentes básicos: DNA (ácido desoxirribonucleico, que contém as informações básicas dos indivíduos vivos), proteínas e gorduras.
EmbargoA divulgação da pesquisa pela Sociedade Americana Para Progresso da Ciência (AAAS, na sigla em inglês) foi antecipada em duas horas. Inicialmente prevista para 17h desta quinta-feira, mesmo horário da coletiva da Nasa, o trabalho ganhou acesso público por meio da internet às 15h.
Jornalistas e empresas de mídia podem ter acesso antecipado a muitas notícias sobre ciência por meio de um serviço oferecido pela própria instituição, que também é responsável pela edição da Science.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Aumenta número de casos de Aids no Brasil

O total de casos de Aids acumulado no Brasil entre 1980 e junho de 2010 é de 592.914 pessoas.Só no ano passado, 38.538 pessoas foram infectadas. O número é maior que o total de novos casos de Aids em 2008, que somaram 37.465.
Os dados constam do balanço anual divulgado pelo Ministério da Saúde. Além dos números, a pasta lança uma campanha contra a doença voltada aos jovens.
Segundo Dirceu Greco, responsável pelo departamento de DST-Aids no ministério, há aumento de incidência da doença na população com idade entre 13 e 24 anos.
"É possível que tenha caído o debate sobre os riscos da doença. A Aids pode parecer como algo praticamente resolvido. E não está", disse.
REGIÕES E MORTES
A maior concentração dos casos acumulados desde 1980 está na região sudeste, que tem 58% das notificações. Proporcionalmente à população, o Sul tem a maior taxa de incidência, com 32,4%.
Desde 1980, o governo registrou a morte de 229.222 pessoas por Aids. Em 2008 e 2009, o número de óbitos pela doença ficou na casa dos 11.800.