Seis pacientes estão internados no Hospital São José - referência no atendimento à doença - com meningite
Nos
últimos cinco anos, o número de casos de meningite registrados em todo o
Estado cresceu 82%. Passou de 46, em 2007, para 84 no ano passado. Do
total de casos notificados em 2012, chama atenção que 67% (57) estavam
concentrados na Capital e 33% (27) no Interior. Mesmo com o
significativo aumento no número de casos, analisando os dados,
observa-se uma redução na letalidade. Foram 18 óbitos em 2012, e 20 em
2011.
Os
meses de janeiro a maio do ano passado foram os que apresentaram maior
ocorrência do número de casos em Fortaleza, com ápice em abril, quando
foram registrados nove casos e cinco mortes. Ainda assim, durante todos
os meses do ano, casos da doença foram diagnosticados. Considerando todo
o Ceará, 23 dos 184 municípios registraram casos da doença, com
destaque para Caucaia (3), Barbalha (2), Chorozinho (2) e Horizonte (2).
Acopiara,
Boa Viagem, Crato, Eusébio, Guaiuba, Hidrolândia, Icó, Itarema,
Maracanaú, Maranguape, Pacatuba, Pentecoste, Quixeramobim, Russas, São
Luis do Curu, Tejuçuoca e Jaguaretama apresentaram um caso cada um. No
Interior ocorreram, no ano passado, 18 mortes em decorrência da doença.
Manoel
Fonsêca, coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da
Saúde do Estado (Sesa), destaca que, se não for tratada precocemente, a
doença pode ser letal. "A pessoa tem 48 horas para começar o tratamento,
se passar disso, o quadro pode se agravar", alerta.
Sintomas
Febre,
dor de cabeça intensa, vômitos, rigidez na nuca (dificuldade de dobrar o
pescoço) e manchas avermelhadas na pele são os sintomas da meningite.
Em crianças com menos de um ano de idade, os sinais podem não ser tão
evidentes. Se apresentar choro inconsolável e deixar de mamar, Fonsêca
orienta os pais a encaminhá-lo, imediatamente, a um hospital.
Apesar
do representativo número de casos registrados em 2012, o gestor explica
que a tendência para os próximos cinco anos é de haver uma redução nas
ocorrências, uma vez que a vacina foi incluída no calendário em 2010. Em
adolescentes e crianças acima de dez anos que não passaram pela
imunização, a doença ainda deve persistir.
Imunização
Existem
vacinas para prevenir alguns tipos de meningites. Dentre estas, estão
disponíveis no calendário básico de vacinação da criança a BCG - que
protege contra formas de tuberculose; vacina Hib - contra a meningite e
outras infecções causadas por Haemophilus influenza tipo b; vacina
pneumocócica 10-valente - contra meningite e; vacina meningocócica
conjugada C.
O Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) e o Hospital
São José são referência no atendimento de meningite em Fortaleza.
Anastácio Queiroz, diretor do Hospital São José, informa que, ontem, a
unidade estava com seis pacientes internados com a doença. A maior parte
dos enfermos é da Capital, mas o hospital também recebe pacientes de
todo o Estado.
O especialista esclarece que a meningite
meningocócica é a que mais preocupa, pois transmite de pessoa para
pessoa através da tosse e da fala. Apesar do Hospital São José ter
recebido muitos casos de meningite no ano passado, Queiroz comenta que a
maioria dos pacientes recebeu alta sem maiores problemas e sem
apresentar sequelas.
O tratamento é feito com antibióticos.
Entretanto, o especialista reforça que, quanto antes o paciente chegar
ao hospital, maior a probabilidade de ele ter uma evolução favorável da
doença. Alguns fatores determinantes para a ocorrência de meningites
relacionam-se às condições de vida em geral da população, principalmente
higiene, alimentação e condições de moradia.
Em geral, as
meningites no Ceará apresentam comportamento endêmico, com exceção dos
anos 2008, 2009 e 2011, onde ocorreram surtos de meningites virais,
aumento das meningites pneumocócicas e surtos localizados da doença
meningocócica. O primeiro registro de caso da meningite meningocócica
foi registrado em 1980, conforme a Sesa.
LUANA LIMAREPÓRTER
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
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