Médicos encaminham pacientes vindos da África a serviços de referência.
Nenhum caso até agora preencheu os requisitos para ser suspeito de ebola.
Agentes
da saúde se preparam para trabalhar no lado de fora de uma unidade de
isolamento, em Lofa, na Libéria, em julho (Foto: Reuters/Ahmed
Jallanzo/Unicef)
Os serviços de saúde brasileiros já estão em alerta para identificar
pacientes que possam ter tido contato com o vírus ebola, de acordo com o
secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas
Barbosa. Segundo ele, já houve casos de pacientes que vieram da África
com sintomas variados e que foram encaminhados para serviços de
referência para verificar o risco de ser ebola.Nenhum dos casos apresentados até o momento no país preencheu os requisitos para ser considerado suspeito de ebola. “Um era malária e o outro era infecção urinária. Como a pessoa tinha vindo da África, pensaram que poderia ser ebola. Mas no hospital de referência, essa possibilidade é descartada.”
Probabilidade baixa
A probabilidade de o ebola chegar ao Brasil é muito baixa, de acordo com Barbosa. “O ebola não se transmite pelo ar, diferentemente de outros vírus. Só transmite se a pessoa tiver contato direto com sangue ou fluidos corporais de pessoas doentes”, diz. Outra característica que dificulta a propagação da doença para outros continentes é que o paciente tem mais probabilidade de transmitir a doença quando aparecem os sintomas.
“Todo caso de ebola é grave, não tem casos com sintomas leves ou assintomáticos”, diz o secretário. Dessa forma, é mais fácil identificar o paciente que pode transmitir o vírus. Além disso, pacientes nesse estado provavelmente não conseguiriam fazer uma viagem internacional.
Voos
Barbosa observa que não há voos diretos dos países afetados – Serra Leoa, República da Guiné e Libéria – para o Brasil. Mas caso um passageiro apresente sintomas durante um voo, a equipe de bordo deve seguir as regras determinadas pela Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata).
Entre outras medidas, a tripulação deve contatar o aeroporto de destino, onde uma equipe de vigilância sanitária deverá avaliar o paciente e encaminhá-lo para um serviço de referência, se necessário. Até o momento, a OMS não fez restrições a voos nem orientou o fechamento de fronteiras por causa da epidemia.
Detecção
Segundo Barbosa, como os sintomas do ebola são sempre graves, a doença é de fácil detecção. “O ebola, junto com outras febres hemorrágicas, é de notificação compulsória e imediata. O profissional da saúde que atendeu um paciente e que suspeite de ebola deve comunicar a secretaria municipal ou estadual da Saúde, ou Ministério da Saúde.”
Ele afirma que os serviços de referência brasileiros estão preparados para lidar com casos da infecção. “A doença é gravíssima, mas tem outras doenças que precisam de isolamento até maior. Os procedimentos adequados são conhecidos. Em casos suspeitos, os profissionais dos hospitais de referência sabem como proceder.”
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